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HERMENEUTICA BÍBLICA
Definição
Objetivos da Hermenêutica
• O objetivo principal é tornar o autor um contemporâneo do leitor, aproximando
este à compreensão da mesma época em que o texto foi escrito.
• Esclarecer tudo que haja de “obscuro”.
• Tornar o assunto compreensível (2Pedro 3:15 e 16).
• É possível dizer a verdade de “forma” errada.
CÂNON
Crítica Textual
É a ciência que estuda as possíveis mudanças que ocorreram com o texto bíblico.
Crítica Histórica
Áreas da Teologia
Bíblica - Limita o estudo a um livro ou um grupo de livros. Ela focaliza o livro em si.
Sistemática - Pega um tema bíblico e busca em toda a Bíblia para ver o que se fala
sobre esse tema. Focaliza o tema.
Exemplos:
•O problema do sofrimento humano no livro de Jó (Teologia Bíblica).
• O problema do sofrimento humano em toda a Bíblia (Teologia Sistemática ).
• Neste exemplo, vemos que a Teologia Sistemática não fica limitada à situação
de Jó, apenas, mas vê tudo o que Deus mostrou sobre o sofrimento humano.
A Hermenêutica estuda o Conhecido
Nas Escrituras, nós temos uma revelação “necessária”, e não uma revelação
“absoluta”, pois Deus não nos revelou tudo para satisfazer nossa “curiosidade”, mas
apenas o necessário para a nossa “salvação”.
a) 2Pedro 3:15-16
b) Lucas 24:27
c) II Tim. 2:15
d) II Cor. 2:17
•“Manejar bem a palavra da verdade”.
• Explorar bem e ensinar corretamente a Palavra da verdade.
• Paulo recomenda a Timóteo que “maneje” bem as Escrituras.
• Devemos entender bem e ensinar corretamente a Bíblia.
d) II Cor. 2:17
• “Mercadejando”.
•Falsificando, corrompendo, adulterando (kapeleuo - kapeleuo).
• Não devemos corromper nem falsificar as Escrituras.
1º - Histórico
•Estamos largamente separados da época dos escritores bíblicos.
• A Bíblia cobre um período de cerca de 1.500 anos (de Moisés a João) – não
levando-se em conta as profecias para o tempo do fim.
• Com o tempo, muitos detalhes se perderam (melodia dos salmos, por exemplo).
• Quando compreendemos os fatos históricos, podemos compreender melhor os
fatos bíblicos (teológicos).
2º - Cultural
a) Costumes
Gên. 15:2 - Foram achados documentos na cidade enterrada de Nuzu (ca. 2000 - ca. 1500
a.C.), que mostraram que o costume daquela época era adotar um filho quando não se
tinham filhos legítimos para herdar a herança. Se, porém, um primogênito nascesse, o
adotado passaria para segundo plano.
Gên. 31:34 - Ídolos do lar (no hebr. - Terafins), eram pequenos objetos que serviam como
“documentos” que comprovavam a posse das terras e propriedades. O que Raquel roubou
foi a “herança” de seu pai. Sendo assim, seu ato não estava muito ligado à religião
propriamente dita.
Prov. 22:28 - Marcos (limites) das propriedades das terras. O documento que garantia o
terreno, assim como a “escritura” de uma casa hoje em dia.
Deut. 22:5 - Naquela época, as roupas dos homens e das mulheres eram semelhantes, a
diferença estava apenas nas roupas íntimas. Muitos naquela época, assim como hoje,
usavam as roupas íntimas do sexo oposto por perversão (homossexualismo,
principalmente).
b) Pensamento Popular
Paulo faz uma distinção entre o que Cristo diz e o que ele (Paulo), diz. Era um
ensino indireto por meio do Espírito Santo (Paulo era apóstolo). Não se trata de
inspiração, e sim de uma oposição de pensamentos:
Algo que havia sido dito por Jesus e algo que apenas Paulo havia falado e não
Jesus. Porém, é inspirado do mesmo modo, pois provém de Deus.
Por causa de sua origem divina, a Bíblia é a Palavra de Deus (não “contém” a Palavra
de Deus; ela “é” a Palavra de Deus).
1 - Origem Divina
II Ped. 1:20
2 - Dimensão Humana
a) - Linguagem
“A Bíblia não nos é dada em elevada linguagem sobre-humana”. “Tudo quanto é humano
é imperfeito”.
- A linguagem da Bíblia é imperfeita
- A mensagem da Bíblia é perfeita.
“O Senhor fala aos seres humanos em linguagem imperfeita” (a fim de que os seres
humanos possam entender).
- O fato de a linguagem ser imperfeita não afeta a perfeição moral da mensagem.
“A Bíblia foi escrita por homens inspirados, mas não é a maneira de pensar e exprimir-
Se de Deus”.
“Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que o foram.
A inspiração não atua nas palavras do homem”.
Argumentos:
“Esta palavra (Bíblia), é livre de qualquer erro no seu autógrafo original. Ela é
completamente digna de confiança em matéria de história e doutrina. Os autores bíblicos
sob a liderança do Espírito Santo foram preservados de cometer erro factual, histórico,
científico e quaisquer outros erros”.
Obs. Este pensamento reflete a posição dos inerrantistas (os que crêem que a
Bíblia não contém erros de espécie alguma).
Quando vamos à Bíblia, vemos que em momento nenhuma ela defende a sua
própria inerrância. O conceito da inerrância resulta de uma dedução “racional”, e não de
um “Assim diz o Senhor”. A Bíblia é perfeita, mas não é inerrante.
Relembrando o “silogismo” (dedução):
Outra analogia:
Assim como Jesus foi divino-humano, e nunca cometeu pecado, também a Bíblia é
divino-humana e não contêm erro.
Porém um texto qualquer pode não conter erros e não ser inspirado. Por exemplo:
podemos escrever uma redação sem erros, mas isto não quer dizer que fomos inspirados.
a) Mateus 27:37 - (comparar com Marcos 15:26; Lucas 23:38; João 19:19).
• Mateus - “Este é Jesus o Rei dos Judeus”.
• Marcos - “O Rei dos Judeus”.
• Lucas - “Este é o Rei dos Judeus”.
• João - “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”. • Ver também: Mateus 6:9-15 com
Lucas 11:1-4 (Oração do Pai Nosso).
Cada evangelista escreveu inspirado por Deus, mas da sua maneira peculiar.
Ver também: Mateus 6:9-15 com Lucas 11:1-4 (Oração do Pai Nosso).
“A lebre, porque rumina, mas não tem unhas fendidas, esta vos será imunda”. Obs: A
lebre, na verdade, não rumina.
O fato de levar ou não o bordão, não muda o objetivo de Jesus, que era o fato de eles
“dependeram inteiramente de Deus”.
Um estava sendo mais preciso que o outro, mas isto não muda o cerne da
mensagem que era o fato de que “Pedro negaria a Jesus”.
Os profetas não estavam preocupados com os aspectos científico, histórico,
geográfico, etc, mas com uma mensagem espiritual.
Na Bíblia:
Preocupações Históricas:
• História Política - A Bíblia não se preocupa com isto.
• História Espiritual - A Bíblia se preocupa com esta história (Deus e Seu povo).
• A Bíblia só menciona fatos políticos quando estes têm que ver com a História
espiritual do Seu povo.
J. Ridderbos, disse:
“Deus fala através das Escrituras não com o propósito de tornar-nos eruditos,
mas com o propósito de tornar-nos cristãos”.
Inerrância x Fidedignidade
•A Bíblia não é privada de erros como dizem os inerrantistas, mas é fidedigna em
sua mensagem central (cristológica e soteriológica).
• Hoje temos manuscritos (Mar Morto, por exemplo) mais antigos, iguais aos que
foram usados por Jesus. Cremos na Bíblia, pois cremos nos fatos da vida de Jesus.
Também repousa sobre a inspiração divina. Mas repousa também sobre a Pessoa de
Jesus, que também é identificado como a Palavra de Deus.
• Hebreus 1:1-2
• Mateus 15:6
• Lucas 5:1
• I Tim. 5:18 - Paulo cita um texto do AT e outro do NT (Lucas 10:7) e os coloca
no mesmo nível, chamando-os de “Escritura”.
• II Ped. 3:15-16
O Antigo e o Novo Testamentos devem ser vistos como partes de um todo. Partes
da revelação de Deus, pois ambos têm a mesma origem - que é Deus.
Hebreus 1:1-2
2º - Continuidade
4º - Diversidade
“O Antigo Testamento derrama luz sobre o Novo Testamento e o Novo Testamento sobre
o Antigo Testamento (...) Tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento
apresentam verdades que revelarão continuamente novas profundezas de sentido ao
ardoroso investigador”.
A “SOLA SCRIPTURA”
O conceito católico no tempo de Lutero era de que a Palavra de Deus (ou seja, Sua
revelação) é formada por 2 elementos:
• Bíblia
• Tradições.
Diziam que a Bíblia era a Revelação de Deus acrescida das tradições dos homens.
Lutero se posicionou contra esta idéia.
Sua posição era: Sola Scriptura = Somente a Escritura.
“Elas (Escrituras - Bíblia) são a norma do caráter, o Revelador das doutrinas, a
pedra de toque da experiência religiosa”.
O princípio de Sola Scriptura reconhece a unicidade, a veracidade da Bíblia.
Reconhece a autoridade da Bíblia.
HISTÓRIA DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Não temos o direito de explorar um texto fora do contexto e da idéia que o autor
queria expressar.
Esdras 7:6, 10
Neemias 8:1-8
- Estavam tão desejosos de guardar a lei que começaram a dizer que cada palavra era
inspirada.
Isso trouxe vantagens e desvantagens:
- Vantagem: fidelidade ao texto bíblico original.
- Desvantagem: achar que todos os pormenores, todos os detalhes tinham uma
mensagem, cada “letra” era considerada como inspirada.
Esta interpretação “literal”, não leva em conta as figuras de linguagem:
• Beth - casa
• Darash - interpretar
3 – Alegórica.
Idéia Platônica
Exegese Patrística
O alegorismo predominou desde o 2º século até à Idade Média. Foi o método que
mais durou na história cristã.
Os escritores bíblicos queriam mostrar que Jesus era o Messias. Então os judeus
começaram a interpretar o Antigo Testamento de maneira errada, usando o alegorismo
para provar que Jesus não era o Messias.
Na ansiedade de mostrar que Jesus não era o Messias, caíram no erro de alegorizar os
textos bíblicos.
Clemente de Alexandria
• HISTÓRICO,
• DOUTRINAL,
• PROFÉTICO,
• FILOSÓFICO e
• MÍSTICO (alegórico).
Orígenes
Agostinho
Foi um homem mui piedoso, mas que causou uma das maiores desgraças do
cristianismo: a criação da “Santa Inquisição”.
Forçava os “hereges” a aceitarem as idéias da igreja.
Fundada no ano 290 d.C. por 2 presbíteros: Doroteu e Luciano. Foi a primeira
escola protestante de hermenêutica.
Criticavam o alegorismo por lançarem muitas dúvidas na historicidade de muita
coisa do Antigo Testamento.
Os princípios exegéticos da escola de Antioquia lançaram a base da hermenêutica
evangélica moderna.
Exegese Medieval
Lutero
Deve haver uma harmonia entre a Lei e o Evangelho. A lei mostra ao pecador a
sua miséria.
A lei condena o pecador, mostra os pecados.
A lei condena porque ela é o caráter de Deus, e Deus não aceita o pecado. Deus
condena o pecado.
A lei nos mostra que precisamos de um Salvador para nos tirar da lama do pecado.
A lei nos mostra a cruz e nos conduz a ela.
A lei não pode nos salvar.
Quando o homem aceita a graça de Deus e a Jesus como Salvador (ou seja, quando
ele passa pela cruz) a lei começa a viver em seu coração.
Aquilo que o condenava agora não lhe condena mais. A Lei condena o que está
vivendo em pecado.
Se não estou mais vivendo em pecado, a Lei não me condena mais. O caráter de
Deus (a Lei) passa a viver em mim, no meu coração.
O que nos salva é o sangue de Cristo.
O que nos leva à perdição é a rejeição deste sangue.
Muitos que não cometeram crimes (adultérios, etc.) estarão perdidos por não
aceitarem esta graça.
Para Lutero, existem dois tipos de pecado:
• O “consciente” - é o pecado decidido; é viver no pecado. Ex: a pessoa que vive
desprezando a Deus e Sua Palavra.
• O “ocasional” - é conseqüência de nossa natureza pecaminosa. Ex.: a pessoa que
é fiel, que vive em comunhão com Deus, mas que cai em pecado por um deslize
momentâneo.
Calvino
Exegese Pós-Reforma
Confessionalismo
Concílio de Trento - dogmas da Igreja Católica. A Contra-Reforma.
Os protestantes também firmaram suas doutrinas:
Pietismo
Surgiu em resultado ao confessionalismo. Era um retorno à antiga piedade
bíblica.
Defendiam um verdadeiro estudo da Bíblia (fé, oração).
Racionalismo
Diz que a razão é a única coisa que pode governar o homem. Era uma
filosofia.
Hermenêutica Moderna
Religião Humanista
Tudo que não é racional deve ser rejeitado. Vê-se nisto um processo evolutivo (lei
do mais forte). Ainda hoje há resíduos deste tipo de liberalismo.
Neo-Ortodoxia
Kar Barth
Emil Brummer
Martin Bubber
Filósofo e sociólogo alemão com sangue judeu. Para Bubber, a religião não tem
nada a ver com Deus. Ele diz que homens no passado tiveram esse encontro pessoal com
Deus, e baseados nesse testemunho pessoal escreveram a Bíblia.
Defende que a Bíblia não foi inspirada por Deus ao ter sido escrita, mas a Bíblia
inspira a todos que a lêem. Para eles, isto é inspiração. Portanto, a Bíblia deixa de ser
normativa.
A religião fica sendo algo puramente pessoal. O pensamento neo-ortodoxo é
religioso, mas é extremamente humanista.
AS DUAS VERDADES
Verdade Prescritiva
• É aquela que nos diz o que devemos fazer, uma prescrição.
• Exemplos: Idolatria, Sábado, Deus Criador, Salvação, Trindade, etc.
• Declaração explícita.
• Verdade repetida muitas e muitas vezes na Bíblia como um todo ou no mesmo
livro.
Verdade Descritiva
• Não são normas de vida para hoje, são simplesmente descrições.
• Exemplos: Véu na igreja, ósculo santo, mulheres caladas na Igreja, etc.
• Tiveram sua aplicação conforme a cultura local do autor e leitores originais.