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EBD Adultos: A SUPREMACIA DAS ESCRITURAS – A Inspirada, Inerrante e

Infalível Palavra de Deus.

Lição 5 – Como ler as escrituras.

Texto: "E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaias, e disse: Entendes tu o que
lês?" (At 8.30)
Introdução: Nossa época vive a benção de ter exemplares da Bíblia em mãos com
muita facilidade e diversas versões. Essa universalização da Bíblia deve ser
comemorada e buscada para muitos outros povos que ainda não possui a palavra de
Deus. Porém também vemos que muito falsificador da palavra tem se introduzido e
ganhado terreno, espalhando suas falsas interpretações e revelações e levado milhões ao
erro. É urgente a necessidade de melhorar os leitores da Bíblia para que eles tenham o
conhecimento do sentido original pretendido por Deus ao nos entregar as escrituras.

Objetivos
 Mostrar as barreiras que existem entre a correta interpretação das escrituras e os
leitores atuais.
 Comentar sobre a doutrina da inerrância bíblica e ajuda do Espirito Santo nesse
processo.
 Apontar meios e métodos para o leitor bíblico conseguir entender a mensagem
original pretendida por Deus.

Interação: Caro Professor, faça uma autoanalise sobre como você tem interpretado a
Bíblia em suas interações com a sua classe e nos momentos da pregação. Você está no
grupo daqueles que exageram nas alegorias e foge do sentido original? Para termos uma
geração que mais a Bíblia e faça o esforço de estudá-la corretamente deve começar por
você.

Orientação pedagógica: Traga para sua sala de aula interpretações absurdas que você
tem conhecimento ou que original seitas e heresias e exponha para seus alunos. Mostre
que uma má interpretação pode causar muitos prejuízos na fé levando inclusive a
perdição.
I. A BIBLIA PRECISA SER INTERPRETADA

Ponto de contato: No texto “E, se o quereis dar crédito, é este o Elias que havia de
vir" (Mt 11.14). Os espiritas interpretam ser João Batista a reencarnação de Elias. Tal
interpretação é totalmente errada porque Elias não morreu mas foi levado por Deus (2
Rs 2.11) e o próprio João Batista afirmou não ser Elias (Jo 1.21). Aqui vemos como um
erro de interpretação pode levar muitos para o caminho da feitiçaria e consulta aos
mortos, estes sim condenados por Deus. Utilizar esse exemplo para mostrar a
importância de uma verdadeira interpretação bíblica.

1. A importância da exegese. Exegese vem do grego exégesis, explicação, explanação.


É a arte de expor ou explicar o sentido de determinado texto, especialmente da Bíblia;
para ser rigorosamente conduzida, requer o estudo de línguas, história, arqueologia entre
outros pontos. Segundo João (Jo 1:18) Jesus é o Grande Exegeta do Pai, pois Ele nos
revelou (exegésato) o Pai. Exegeta é a pessoa que cultiva a exegese. Tendo em visto
isto, devemos entender que o texto bíblico tem um sentido original na qual o autor
inspirado tinha intenção ao escrever aos leitores originais. Ao descobrir o sentido
original, o estudante da Bíblia deve fazer o exercício de atualizar essa mensagem para a
realidade vivida por ele. O que vemos muito nesses dias são pregadores que
“espiritualizam” tudo e traz uma mensagem que na verdade não tem nada a ver com o
que o texto queria dizer.
Esse tipo de interpretações tem trazido muitos problemas no meio cristão, pois produz
muitas vezes superstição e uma profundidade rasa.

2. As limitações dos leitores. Entendes tu o que lês? Como poderei entender, se alguém
me não ensinar? A Bíblia tem vários ensinamentos sobre Deus, sua existência, caráter,
lei e projeto para humanidade. Mas o ensino mais importante é sobre o plano da
salvação, a obra redentora do Filho de Deus e Salvador, o nosso Senhor Jesus. Esse
ensino é muito simples de ser entendido mas faz-se necessário que os cristãos preguem
essa verdade da maneira mais simples (Ef 2:8-9). Os demais ensinos sobre santificação,
ensinos e doutrinas do Senhor e o futuro redentor no plano de Deus só é possível caso o
crente tenha fome da palavra de Deus. Tenha fervor para conhecer as escrituras, leia
constantemente as sagradas escrituras, faça dele seu manual de fé e prática para toda
vida.

3. A natureza das Escrituras. No exercício de leitura da Bíblia temos vários


obstáculos para chegar ao entendimento do sentido original e no processo da pregação
do evangelho, outros obstáculos são acrescentados e precisamos vencer todos. A)
Obstáculo do tempo: o livro mais novo da Bíblia tem mais de 1.900 anos enquanto o
mais velho tem mais de 3.500 anos. B) Contexto cultural: Estamos falando de culturas
bem diferentes da nossa que tem suas diferenças em todas as áreas humanas como
familiar, jurídica, trabalho, alimentação, religiosa, política e tantos outros. Conhecer
todos esses pontos é importante para uma boa interpretação bíblica. C) Contexto
histórico: Nesse ponto é importante entender a época em que o escrito foi realizado, só
no Antigo testamento temos o período patriarcal, a escravidão e êxodo do Egito, o
período dos Juízes e dos Reis, o período do cativeiro babilônico e o retorno. Cada fase
dessa vai influenciar nos escritos e nos leitores originais e precisamos levar em conta
esse importante detalhe. D) Contexto literário: Não podemos ler as escrituras da mesma
forma, existem passagens que são narrativas e outras que são poesias, existem passagem
que são texto jurídico ou sacerdotal e outras que são proféticas e cheias de simbolismo.
Cada tipo de literatura merece um entendimento de sua forma. E) Língua: Outra barreira
são as línguas originais e todo o processo de tradução, a Bíblia no original foi escrito em
hebraico, aramaico e grego, existem particularidades em cada idioma que são barreiras a
serem vencidas. F) Leitores e ouvintes: Temos aí outra barreira, o pregador deve
conhecer seus leitores e/ou ouvintes. O ensino para adultos é diferente para os jovens, a
pregação na capital ou centro comercial é diferente para o interior. G) O
pregador/professor: precisamos entender nossas limitações e características que podem
trazer barreiras para o entendimento, exemplo é uma linguagem muita culta para
ouvintes muito simples ou pregações muito formais sem utilizar de figuras de
linguagem que sejam entendidas pelos ouvintes.
II. PRESSUPOSTOS PENTECOSTAIS PARA LER A BÍBLIA

Ponto de contato: Descreva quais são as fontes de autoridades das outras religiões.
SUD = Livro dos mórmons, Islã = Alcorão, Espiritismo = Escritos de Alan Kardec. Tais
literaturas não podem ser comparados com a Bíblia, suas veracidades são contestadas e
normalmente pertence a uma única fonte, enquanto que a veracidade da Bíblia é aceita
até por seus maiores críticos bem como ter mais de 40 autores em épocas e tempos bem
distintos e mesmo assim manter sua uniformidade, algo impossível sem a intervenção
de Deus.

1. Autoridade da Bíblia. Nós pentecostais cremos na inspiração divina da Bíblia, sua


inerência e infalibilidade. As próprias escrituras dão testemunho. A) é a Palavra de Deus
(2 Sm 22.31; Sl 12.6; Jr 1.12) B) foi escrita sob inspiração divina (1 Pe 2.20,21) C) é
absolutamente digna de confiança (SI 111.7) D) é descrita como pura (Sl 19.8),
espiritual (Rm 7.14), santa, justa e boa (Rm 7.12), ilimitada (Sl 119.96), perfeita (Sl
19.7, Rm 12.2), verdadeira (SI 119.142), não pesada (1 Jo 5.3). Disse Henrique Heine, o
famoso poeta lírico alemão: "Depois de haver passado tantos e tantos longos anos de
minha vida e correr as tabernas da filosofia, depois de me haver entregue a todas
aspolitiquices do espírito e ter participado de todos os sistemas possíveis, sem neles
encontrar satisfação, ajoelho-me diante da Bíblia".

2. A iluminação do Espirito Santo. O Espírito Santo inspirou os autores bíblicos na


confecção do cânon. Aquilo que está nas escrituras procede da mente da Trindade e por
isso podemos dizer que a Bíblia está subordinada a vontade de Deus. No decorrer das
escrituras vemos a ação do Espírito Santo junto ao crente A). Nos ensinará todas as
coisas e nos fará lembrar das palavras de Jesus (Jo 14:26) B). Os mandamentos dados
por Jesus, foram inspirados pelo Espírito Santo e recebido pelos apóstolos (At 1:2) C).
O Espírito Santo procura na pregação do evangelho convencer o pecador podendo ele
resistir ou entregar-se (At 7:51). Porém temos que ter cuidado para que o homem “use”
o Espirito Santo, ou seja, esteja falando somente de coisas de sua cabeça para benefício
próprio e digam que foram inspirados quando na verdade mentem. Devemos lembrar
que o Espirito Santo não se contradiz, Ele não pode ensinar algo nas escrituras e
posteriormente dizer ao contrário na revelação pessoal para alguma pessoa. Fiquemos
atentos e tenhamos discernimento espiritual.

3. O valor da experiência. A experiência tem o valor para nossas tomadas de decisões


em nossa vida espiritual. Devemos também estudar a história da igreja e entender seus
erros e acertos como formar de guiarmos nossas ações. A história do movimento
pentecostal e até mesmo da igreja local serve como parâmetros para cada um de nós.
Porém sempre devemos entender que nada disso substitui as escrituras.
III. REGRAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO.

1. A escritura é sua própria intérprete. Em grego a arte de interpretar é dita


"HERMENÊUTICA". E alguns pontos são importantes termos em mente. A) Livro
humano: A Bíblia não é um livro caído do céu, mas um livro que passou por mentes
humanas de judeus e gregos existentes numa faixa de tempo que vai do séc. XIV a. C.
ao século I d.C. Por conseguinte, o primeiro cuidado do bom intérprete é o de tomar
conhecimento da face humana da Bíblia mediante recursos científicos, a fim de poder
averiguar o que os autores bíblicos queriam dizer mediante as suas expressões. Isto não
quer dizer que todo leitor da Bíblia deva ser um intelectual, perito em línguas, história e
geografia do Oriente, mas significa que é necessário usar uma tradução boa, é preciso
que o leitor procure uma iniciação no livro que está para ler, a fim de conhecer o gênero
literário, as expressões características, a finalidade, o fundo de cena de tal livro. Bom
seria que o leitor desejoso de aprofundar no conhecimento tenha Bíblias de Estudos que
sejam reconhecidas como eficientes, tenha em mãos várias traduções (ARC, ARA, NVI,
NTLH, versões católicas e se tiver conhecimento de outras línguas). B). Livro divino:
Uma vez entendido o texto bíblico com o instrumental das ciências humanas que
permitem compreender o que o autor sagrado queria significar, faz-se necessário
procurar a mensagem teológica do respectivo texto. Como dito, a mensagem bíblica é,
antes do mais, religiosa. Para perceber essa mensagem teológica, deverá o intérprete
levar em consideração as "verdades da fé" (Rm 12,6), ou o conjunto das verdades da fé,
de modo a nunca atribuir ao texto sagrado uma interpretação destoante das verdades da
fé, mas, ao contrário, entendê-lo segundo as demais proposições da fé. Por exemplo, as
palavras de Jesus "o Pai é maior do que eu" (Jo 14,28) não poderão ser entendidas como
se Jesus fosse simplesmente inferior ao Pai, em desacordo com a fé, que diz ser Jesus
consubstancial ao Pai ou uma só substância com o Pai (cf. Jo 14,10s; 10,30); será
preciso reconhecer ao Pai, mas, como homem, é-lhe inferior que Jesus, como Deus, é
igual. Outros pontos importantes é sempre ler o todo do texto pois algumas explicações
podem estar antes ou depois do texto lido. Também podemos comparar texto
semelhantes em livros diferentes, principalmente quando é o mesmo autor como o
Evangelho de João e suas cartas ou cartas paulinas entre si.

2. Princípios de interpretação bíblica. Conforme detalhado no ponto “a natureza das


escrituras” devemos levar em conta cada tipo de literatura, por exemplo, tomar cuidado
de interpretar literalmente passagens escatológicas como no Apocalipse, pois em tais
escritos é usado muito o simbolismo. Ler várias vezes o texto utilizando diferentes tipos
de traduções e assim uma acaba complementando a outra e construindo o conhecimento.
Normalmente nas Bíblias de estudos tem a introdução aos livros contendo autor, época,
dificuldades e mensagens centrais, uma rápida leitura já abre bastante o entendimento
do que será lido. Caso tenha condições adquirir comentários e dicionários bíblicos e
algumas literaturas como compendio doutrinário, livros apologéticos. Cultivar o hábito
de ler a Bíblia diariamente e ter a experiência de ter lido ela completa algumas vezes.
Ser aluno frequente da EBD e culto de doutrinas.

3. Os perigos da hermenêutica pós-moderna. Essa é o perigo de interpreta as


passagens bíblicas com o olhar preconceituoso, mundano e cético dos tempos atuais.
Tais hermeneutas acabam ser tornando em assassinos da fé principalmente para jovens
obreiros que desejavam crescer espiritualmente e esbarraram em tais falsificadores.
Vemos casos de uma teologia política e voltada o comunismo ou nacionalismo
exacerbado, também temos notícias de teologias que procuram “desmitificar” as
passagens bíblicas que contenham milagres como se tais caso não fossem verdadeiros.
Devemos compreender os milagres descritos na Bíblia são reais e que o evangelho está
acima de qualquer filosofia humana superando a todas. Outro ponto que devemos ter
cuidado são com as interpretações neopentecostais e heresias que surgem no meio do
povo de Deus. Tais coisas ao invés de produzir fé na verdade produz superstição e
idolatria, muitas vezes voltadas apenas para o antropocentrismo e o desejo de satisfazer
os desejos pecaminosos dos homens sob a aprovação falsa do evangelho.
Conclusão

A verdadeira interpretação bíblica nos leva ao conhecimento do plano de Deus para


salvar a humanidade, nos torna santos e sábios e enche nossos corações de esperança.
Ela introduz a verdadeira fé. Devemos nos esforçar para busca-la e espalhar para saúde
espiritual de nossos irmãos sempre lembrando que a falsa interpretação produz
superstição, idolatria, decepção entre outros sentimentos ruins.
Bibliografia.

Dom Estêvão Bettencourt - Curso Bíblico


Seitas e heresias – Um sinal do fim dos tempos. Raimundo de Oliveira
The Bible Knowledger Commentary

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