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Centro de Pós Graduação Andrew Jumper

Seminário Presbiteriano do Norte – Recife/PE


Curso de Mestrado - Magister Divinatis

Aluno – Aldo Macêdo Bispo


Disciplina – Pregação em Levíticos
Prof.º Paulo Brasil

Sermão 2 - A aliança do Sacerdócio (8:14-36)

Leitura do texto:

14 Depois mandou trazer o novilho do sacrifício pelo pecado. Arão e seus filhos colocaram as mãos sobre a cabeça
do novilho.
15 Moisés sacrificou o novilho, e com o dedo depositou um pouco do sangue sobre todas as pontas em forma de
chifre do altar, a fim de purificá-lo. Em seguida derramou o restante do sangue na base do altar e assim o consagrou,
cumprindo, com isso, o rito de expiação.
16 Tomou ainda toda a gordura que envolve as vísceras, a massa gordurosa que sai do fígado, os dois rins e toda a
gordura deles, e os queimou sobre o altar.
17 Quanto ao couro do novilho, à sua carne e aos seus excrementos, queimou-os fora do acampamento, segundo tudo
quanto ordenara o SENHOR a Moisés.
18 Mandou então trazer o carneiro do holocausto. Arão e seus filhos puseram as mãos sobre a cabeça do carneiro,
19 e Moisés o imolou. E fez correr sangue sobre o altar, em redor.
20 Em seguida esquartejou o carneiro e queimou a cabeça, os quartos e toda a gordura.
21 Lavou com água as vísceras e as patas e queimou, no altar, todo o carneiro. Foi um holocausto de perfume de
agradável fragrância, uma oferenda queimada ao SENHOR, conforme havia o SENHOR orientado Moisés.
22 Mandou então trazer o segundo carneiro, o carneiro do sacrifício de ordenação, e Arão e seus filhos colocaram as
mãos sobre a cabeça do carneiro.
23 Moisés sacrificou o carneiro e pôs um pouco do sangue na ponta da orelha direita de Arão, no polegar da sua mão
direita e no polegar do seu pé direito.
24 Moisés também mandou que os filhos de Arão se aproximassem, e sobre cada um depositou um pouco do sangue
do sacrifício na ponta da orelha direita, no polegar da mão direita e no polegar do pé direito; e derramou o restante do
sangue nos lados do altar.
25 Tomou a gordura, a cauda gorda do animal, toda a gordura que cobre as vísceras, o lóbulo do fígado, os dois rins e
a gordura que os cobre, e a coxa direita.
26 Então, do cesto dos pães ázimos, sem fermento, que estava diante do SENHOR, tomou um bolo ázimo, um bolo
de pão azeitado, e uma fogaça que juntou às gorduras e à coxa direita.
27 Colocou tudo nas mãos de Arão e de seus filhos e fez o gesto de apresentação diante do SENHOR.
28 Depois Moisés pegou-os de volta das mãos deles e queimou tudo no altar, em cima do holocausto, como uma
oferta de ordenação, preparada no fogo, de cheiro agradável ao SENHOR.
29 Moisés também tomou o peito que era sua própria porção do carneiro da ordenação, e o moveu diante do
SENHOR com o gesto característico do ritual de apresentação, exatamente como o SENHOR o havia orientado.
30 Em seguida pegou Moisés do bálsamo da unção e do sangue que estava sobre o altar e aspergiu-os sobre Arão e
suas vestimentas sacerdotais, assim como sobre seus filhos e as vestes deles. Com isso consagrou Arão e suas roupas
sacerdotais, assim como seus filhos e as vestes deles.
31 Disse então Moisés a Arão e a seus filhos: “Cozei a carne da entrada da Tenda do Encontro; ali a comereis, com
pão que está no cesto do sacrifício da ordenação, conforme me foi ordenado: ‘Arão e seus filhos o comerão’.
32 O que restar da carne e do pão, vós o queimareis.
33 Durante sete dias, não deixareis a entrada da Tenda do Encontro, até que se cumpra o tempo da vossa ordenação
ao sacerdócio.
34 O SENHOR ordenou proceder como se fez hoje, a fim de realizar por vós o rito da expiação,
35 e durante sete dias, dia e noite, permanecereis à entrada da Tenda do Encontro, observando o ritual do SENHOR
para que não morrais. Pois esta é a ordem que recebi!”
36 Arão e seus filhos cumpriram tudo o que o SENHOR ordenara por intermédio de Moisés.

1 - Entendendo a necessidade de consagração dos Sacerdotes:

A aliança de sacerdócio deveria ser feita através do sacrifício, assim como em outras alianças. O novilho da
oferta pelo pecado possibilitou que Arão e seus filhos fossem purificados de seus pecados, e o carneiro para o
holocausto simbolizou a consagração total ao Senhor.
O sangue do sacrifício pelos pecados também santificou o altar. O "carneiro da consagração" substituiu
oferta pacífica, simbolizando sua comunhão uns com os outros e com o Senhor.
A palavra hebraica traduzida por "consagração" significa "encher". Uma parte do sacrifício, juntamente
com uma oferta de manjares (Lv 8:25, 26), foi colocada nas mãos de Arão de modo a enchê-las e, então, foi movida
diante do Senhor. Mais tarde, essa porção seria comida. Contudo, a parte singular da cerimônia foi o gesto de colocar
sangue e
óleo na orelha direita, polegar direito e polegar do pé direito de Arão e de seus filhos, simbolizando que eram
separados para ouvir a voz de Deus, realizar a obra de Deus e andar nos caminhos de Deus.
Era necessário que fosse derramado sangue a fim de que Deus pudesse aceitar Arão e seus filhos como
servos em seu santo tabernáculo.
Sacrifícios de todos os tipos deveriam ser oferecidos pelos sacerdotes, para que eles pudessem, com mais
carinho e preocupação, oferecer as ofertas e sacrifícios do povo, com compaixão pelos ignorantes, e por aqueles que
estavam fora do caminho, não insultando aqueles por quem os sacrifícios eram oferecidos, lembrando-se de que eles
mesmos precisaram que os sacrifícios fossem oferecidos a seu favor, por estarem cercados de fraquezas e
enfermidades.

2 - Entendendo o significado das ofertas:

1. Um boi, o maior sacrifício, era oferecido para expiação do pecado (v. 14), para que por meio deste a
expiação pudesse ser feita, e para que não trouxessem nada da culpa dos pecados do seu estado anterior para dentro
do novo caráter do qual iriam, agora, se vestir.
Os ministros, que devem declarar a remissão dos pecados aos outros, devem se preocupar em obter a
certeza, eles mesmos, primeiro, de que os seus próprios pecados são perdoados. Aqueles a quem é entregue o
ministério da reconciliação devem primeiro se reconciliar com Deus, para que possam interceder pelas almas dos
outros assim como pelas suas próprias almas.
2. Um carneiro era oferecido para holocausto, w. 18-21. Através disso, eles davam a Deus a glória por esta
grande honra que era agora colocada sobre si mesmos, e retribuíam ao precioso Senhor oferecendo-lhe louvores.
A atitude deles era semelhante à de Paulo, que agradeceu a Cristo Jesus por colocá-lo no ministério, 1
Timóteo 1.12. Estes sacrifícios também simbolizavam a devoção que tinham para com o bondoso Senhor, e todos os
seus serviços para a honra dele.
3. Um outro carneiro, chamado de carneiro da consagração, era oferecido para sacrifício pacífico, v. 22. O
seu sangue era em parte colocado nos sacerdotes, na orelha direita, no polegar da mão direita, e no polegar do pé
direito, e parte era espargido sobre o altar. E assim eles foram ligados ao altar, no qual deveriam servir durante todos
os seus dias.

Todas as cerimônias sobre esta oferta, como aquelas anteriores, foram indicadas por ordens expressas de
Deus. E, se compararmos este capítulo com Êxodo 29, descobriremos que a execução da solenidade concorda
exatamente com o preceito expresso ali, e em nada varia. Aqui, portanto, assim como no relato que tivemos sobre o
Tabernáculo e seus utensílios, é repetida várias vezes a frase: ‘Assim como o Senhor ordenou a Moisés”. E desse
modo Cristo, quando se santificou com o seu próprio sangue, tinha em vista, nesse ato, a vontade de seu Pai. Faço
como o Pai me mandou, João 14.31; 10.18; 6.38.

3 - Entendendo o significado da cerimônia:

Arão e seus filhos deveriam cozer a carne de seu sacrifício pacífico, e comê-la diante da porta da tenda da
congregação. E o que restasse, deveria ser queimado com fogo, w.31,32. Isto simbolizava o seu consentimento
agradecido pela consagração. Quando Deus deu a Ezequiel a sua missão, Ele lhe disse para comer o rolo, Ez. 3.1.2.
Eles não deveriam sair da porta da tenda da congregação por sete dias, v. 33. Sendo o sacerdócio um bom
combate, eles deveriam, portanto, aprender suportar a dificuldade, sem se embaraçar com os assuntos desta vida, 2
Timóteo 2.3,4. Sendo consagrados para o seu serviço, eles deveriam se entregar totalmente a ele, servindo
continuamente na obra. Assim os apóstolos de Cristo foram instruídos a esperar a promessa do Pai, Atos 1.4.
Durante este período designado para a sua consagração, eles deveriam repetir diariamente os mesmos
sacrifícios que foram oferecidos no primeiro dia, v. 34. Isto mostra a imperfeição dos sacrifícios legais, que, por não
poderem tirar o pecado, eram freqüentemente repetidos (Hb 10.1,2), mas foram repetidos aqui sete vezes (o número
da perfeição), porque eles tipificavam aquela oferta única que aperfeiçoou para sempre aqueles que foram
santificados.
Eles serviram de dia e de noite (v. 35), e devemos ser constantes, desta mesma forma, em nossa meditação
na lei de Deus, Salmos 1.2.
Eles ficaram ali para servir ao Senhor, conforme o seu mandamento. Cada um de nós tem mandamentos a
obedecer, um Deus eterno para glorificar, uma alma imortal para alimentar, deveres necessários para serem
cumpridos, e nossa geração para servir.
Nosso cuidado diário deve ser obedecer ao Senhor e cumprir todas as nossas tarefas, porque esta obrigação
nos foi dada pelo nosso Senhor e Mestre, que em breve nos chamará para prestar contas. A negligência é uma atitude
muito arriscada. Devemos obedecer aos mandamentos do Senhor para que não morramos. Pois trair a confiança que
recebemos significa morte, a morte eterna. Considerando isso, devemos nos manter no temor ao Senhor.

Finalmente, nos é dito (v. 36) que Arão e seus filhos fizeram todas as coisas que o Senhor ordenara. Dessa
forma, a sua consagração estava completa. E assim deram um exemplo diante do povo de uma obediência exata às
leis de sacrifícios agora recém dadas, e então poderiam, com a melhor graça, ensiná-las.
Depois de todas as cerimônias que foram usadas em sua consagração, havia um ponto de ratificação que
estava reservado para ser a honra e o estabelecimento do sacerdócio de Cristo: eles foram feitos sacerdotes sem um
juramento, mas Cristo com um juramento (Hb 7.21), porque nem os sacerdotes nem os seus sacerdócios poderiam
continuar, mas o sacerdócio de Cristo é um sacerdócio perpétuo e imutável.
Os ministros do Evangelho são comparados àqueles que serviam no altar, porque eles administram as coisas sagradas
(1 Co 9.13). Eles são a boca de Deus para o povo, e a boca do povo para Deus. Os pastores e mestres que Cristo
designou para continuarem na igreja até o fim do mundo. Estes são recomendados a Cristo como servos, e à igreja
como despenseiros e guias. E aqueles que são assim solenemente dedicados a Deus não deveriam abandonar o seu
serviço, mas permanecer fielmente na presença do precioso Senhor durante todos os seus dias. E aqueles que assim
fizerem, e continuarem trabalhando na Palavra e na doutrina, devem ser considerados dignos de uma honra dobrada,
o dobro daquela que os sacerdotes do Antigo Testamento possuíam.

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