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APOSTILA DE HOMILÉTICA

E TREINAMENTO
MISSIONÁRIO

03/12/23
Origem, Significado e Tarefa da Homilética
O termo (homilética) deriva do substantivo grego "homilia", que significa literalmente
"associação", "companhia", e do verbo homileo, que significa "falar", "conversar". O Novo Testamento
emprega o substantivo homilia em 1 Coríntios 15.33: “as más conversações corrompem os bons
costumes”.
O termo "homilética" firmou-se e foi mundialmente aceito para referir-se à disciplina teológica
que estuda a ciência, a arte e a técnica de analisar, estruturar e entregar a mensagem do evangelho.
"A homilética é ciência, quando considerada sob o ponto de vista de seus fundamentos teóricos
(históricos, psicológicos e sociais); é arte, quando considerada em seus aspectos estéticos (a beleza
do conteúdo e da forma); e é técnica, quando considerada pelo modo específico de sua execução ou
ensino."
Os Problemas da Homilética
A palavra de Deus afirma que "a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo"
(Rm 10.17). Como é possível, então, que surjam dificuldades quando esta palavra é proclamada?
O problema não está na palavra em si, porque 2a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais
cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito,
juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração" (Hb 4.12).
O problema não está na Palavra de Deus, mas em sua proclamação, quando feita por
pregadores que não admitem suas imperfeições homiléticas pessoais! Atualmente, as dificuldades
mais comuns da pregação bíblica encontram-se nas seguintes áreas:
 Falta de preparo adequado do pregador. Na maioria das vezes, a pregação
pobre tem sua raiz na falta de estudo do orador. Muitos julgam ter condições
de preparar uma mensagem bíblica em menos de seis horas, sem o árduo
trabalho exegético e estilístico. Pensam que basta ter um esboço de três ou
quatro pontos para edificar a igreja, ou acham suficiente manipular as Quatro
Leis Espirituais para levar um indivíduo perdido à obediência a Cristo.
 Falta de unidade corporal na prédica. Os ouvintes do sermão dominical perdem
o interesse pelo recado do pastor quando este apresenta uma mensagem que
consiste numa mera junção de versículos bíblicos, às vezes até desconexos,
pulando de um livro para outro, sem unidade interior, sem um tema organizador.
A falta de unidade corporal na prédica leva o ouvinte a depreciar até a mais
correta exposição da Palavra de Deus.
 Falta de vivência real do pregador na fé cristã. O pior que pode acontecer ao
pregador do evangelho é proclamar as verdades libertadoras de Cristo e, ao
mesmo tempo, levar uma vida arraigada no pecado e em total desobediência
aos princípios da Palavra de Deus. Por isso, Paulo escreveu: "... esmurro o
meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não
venha eu mesmo a ser desqualificado" (1 Co 9.27).

O SERMÃO
O homem tem um esqueleto que sustenta toda a sua massa e “conteúdo”. Imagine se não
tivessemos o esqueleto? Seríamos uma massa sem forma, uma bolha. Não tendo o seu sermão uma
estrutura que o sustente, ele será sem forma e confuso, podendo causar emoção, mas sem efeito
consistente.
Qualquer explicação requer organização, ordenação, lógica e clareza. Sendo o sermão uma
explicação da palavra e vontade de Deus, ele deve ser didático. As pregações através dos tempos
levaram os estudiosos do assunto a relacionarem alguns elementos básicos que devem estar
presentes nos sermões, dando a eles uma estrutura que facilita o desenvolvimento da mensagem.
 ALVO OU OBJETIVO – É exatamente aqui que o pregador recebe de Deus
a mensagem que deve pregar e, a partir deste ponto, deve estruturá-la para
levar a igreja. Se você não tem nada para falar, não fale nada. Se o Espírito
Santo lhe der algo a falar, fale, mas fale direito
 TEXTO BÍBLICO – O assunto do sermão deverá ser baseado na palavra
de Deus, o texto bíblico.
 TEMA – Para que o ouvinte possa ter uma ideia do que você tem a falar é
imprescindível o emprego de um tema. O ouvinte realmente estará
adentrando o seu sermão.
 CORPO - Essa é a principal parte do sermão, onde deverá estar o conteúdo
de toda mensagem, ordenado de forma lógica e precisa.
 * INTRODUÇÃO – Começar bem é provocar interesse e despertar atenção.
Aproximar o ouvinte do sermão e dar a ele uma noção ou explicação do
que vai ser falado.
 * ARGUMENTAÇÃO - Neste ponto, também, deverão ser abordadas
algumas aplicações utilizadas durante o sermão como, ILUSTRAÇÕES,
FIGURAS DE LINGUAGEM, MATERIAL DE PREPARAÇÃO.
 * CONCLUSÃO – “Uma conclusão desanimada, deixará os ouvintes
desanimados”. Baseados no objetivo específico do sermão, a conclusão é
uma síntese do mesmo e deve ser uma aplicação final à vida do ouvinte.
 APELO – Um esforço feito para alcançar a consciência, o coração e a
vontade do ouvinte. São os frutos do sermão.
Observe com atenção este modelo de sermão e, veja a forma como ele está estruturado.

Tema: “QUEM ENCONTRA JESUS VOLTA POR OUTRO CAMINHO”


Assunto: Conversão e reconciliação – A necessidade de ter Cristo como único caminho para salvação
Texto: Mateus 2:1-12
Introdução: “O homem procura por diversos caminhos: as drogas, corrupção, o amor ao dinheiro. Os
magos procuravam a Jesus e receberam uma proposta de Herodes para retornarem a cidade.
Argumentação: Quem encontra Jesus volta por outro caminho porque:
 Tópico 1- Não tem mais compromisso com homens ou coisas. Versos 7, 8 e 9
 Tópico 2 – Se voltar pelo mesmo caminho irão tirar Jesus da sua vida. V. 3 e vs 19 e 20
 Tópico 3 – Quem encontra Jesus é dirigido pelo Espírito Santo V. 12
Conclusão: Comprometer-se com o mundo e afastar-se de Deus não permitirá que o Espírito Santo
atue na sua vida e não terás paz nesta vida, bem como, não gozará da vida eterna. Jesus é o caminho,
a verdade e a vida. Esta é a oportunidade de mudar a sua trajetória e se deixar ser dirigido pelo Espírito
Santo Apelo: Quem deseja caminhar o caminho de Cristo? Se você já se cansou de “rodar” e não
chegar a nenhum lugar, venha para o caminho que te levará aos céus.
EXEGESE
Exegese é o trabalho de exposição de um texto bíblico. Veja como é simples: Procure a etimologia e
o significado de palavras chaves no texto perguntando-se sempre: “O que está escrito?”. O
pregador não deve deixar de pesquisar os dados e circunstâncias históricas, costumes e tradições,
os significados teológicos, espirituais e doutrinários.

ALGUNS PASSOS PARA UMA BOA EXEGESE:


1. Escolha um texto, de preferência com um tempo suficiente de antecedência, para o sermão;
2. Você tem toda a Bíblia para procurá-lo. Não se limite ao mais comuns;
3. Leia o texto em voz alta, comparando-o com versões diferentes, para maior compreensão;
4. Escreva o texto com suas próprias palavras. (Fale sozinho)
5. Observe os capítulos anteriores e posteriores, bem como outros livros relacionados;
6. Qual é a linguagem utilizada no texto (história, milagre, ensino, parábola, profecia, etc.)
7. Pesquise o significado exato das principais palavras;
8. Faça anotações;
9. Pesquise o contexto (época, país, costumes, tradição, etc.)
10. Pergunte sempre onde? Quem? O que? Por que?
11. Organize o texto em seções principal e secundárias;

ATIVIDADES:
Faça uma análise cuidadosa dos textos seguintes:
1Pe 4:8; Ef 1:11-14

TEMA
“...Nem antes, nem depois, no tempo de Deus”.

Ao anunciar este tema o pregador conseguiu chamar a atenção e atrair o interesse dos
ouvintes.
Este é o principal objetivo do tema. A ideia principal e o objetivo da mensagem devem
estar no tema. Em Atos 17:23 Paulo conseguiu a atenção dos atenienses quando se utilizou de uma
frase que observou em um dos altares da cidade: “AO DEUS DESCONHECIDO”. Ele fez desta frase
o tema do seu sermão.
Um bom tema deve gerar expectativas, ser estimulante, despertar o interesse, a
curiosidade e a atenção do ouvinte, ser claro, simples e preciso, bem como, oportuno e ligado ao texto.
Para que você possa desenvolver um bom tema cultive sua criatividade, hábito de leitura,
visão global do sermão e ser sintético.
Os publicitários usam frases fortes para impressionar os consumidores. O tema do
sermão é a apresentação do seu "produto", logo, deve convencer o ouvinte do que vai ser exposto.
Lembre-se que um out-door contêm mensagens que levam as pessoas até as empresas para
adquirirem produtos e serviços. O que você tem a oferecer é uma mensagem muito mais importante
do que qualquer produto, por isso, deve trazer as pessoas para dentro do seu sermão, para que elas
possam receber essa palavra.
Crie temas inéditos. Dê ao ouvinte a certeza de que ele só tem a ganhar se decidir prestar
atenção a mensagem

COMO DEVE SER UM TEMA? TIPOS DE TEMAS:

Interrogativo: Caracteriza-se por ser simplesmente uma pergunta. “Jovem, qual é a tua ocupação? ”
Coloque o ouvinte “contra a parede”. Faça-o pensar e refletir. Deixe-o em dúvida.
Entretanto, não permita que o ouvinte fique sem uma resposta convincente, porque suas
convicções podem implicar na necessidade de um considerável esforço para que ele seja convencido.
Não rodeie, seja direto. A elaboração de uma pergunta como tema deve ser cuidadosa e trazer no
decorrer da mensagem uma ou várias respostas.

Lógico: Explicativo. Pense em causa e efeito, como: "O que o homem semear, ceifará" Um
acontecimento gera um outro acontecimento. Logo, o que será ceifado é resultado do que foi semeado.
Este tipo de tema contém, em seu bojo, de forma sintética, a ideia principal do sermão.
Imperativos: Caracteriza-se pela presença do verbo no modo imperativo (vinde, ide, faça, etc.). “Não
seja incrédulo”. “Enchei-vos do espírito”. “Busque a Jesus” Neste tema você deve pensar em exigir do
seu ouvinte uma atitude. Mandamento, ordem; enfáticos; realçar um aspecto específico. “Só Jesus
salva”. “O significado do Novo nascimento” O que é tão importante que o ouvinte não pode esquecer?
O que ele realmente precisa saber? Esse assunto deve ser apresentado de maneira forte e
contundente no tema.

Geral: Abrangente, aborda um assunto de forma geral sem especificá-lo. Amor; fé, esperança.

Exemplos de temas:
Onde estás? A Páscoa.
As três avenidas perigosas da vida A paz que só Jesus pode dar.
As dimensões do amor de Deus Jesus Virá!
Que farei de Jesus? Jovem, qual é a tua ocupação?
Tenho uma arma, o que fazer com ela? Quem pode perdoar pecados, senão só
Deus?
Benção na aflição. As quatro maneiras de ser bem-aventurado

ATIVIDADES
1 – Escreva o maior número de frases com quatro palavras, começando cada uma das palavras com
as seguintes letras:

a) I _____ D ______ A _______ R______


A primeira deve começar sempre com “I“ e a Segunda com “D”, a terceira com “A” e a Quarta com
“R”, como por exemplo: Irmão Deus Ainda Responderá
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b) E ______ S ______ M ______ C ______


A primeira deve começar sempre com “E” e a segunda com “S”, a terceira com “M” e a quarta com
“C”, como por exemplo: Eu Sigo Meu Cristo
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2 – Construa várias frases com as seguintes palavras:


a) Deus, vida e forte.
b) Homem, fé e desafio.
c) Voltar, salvo e amor.

INTRODUÇÃO
Começar é difícil. Muitos escritores escrevem a introdução quando terminam o livro.
Alguém disse: “O pregador começou por fazer um alicerce para um arranha-céu, mas acabou
construindo apenas um galinheiro”.
A introdução é tão importante quanto a decolagem de um avião que, deve ser bem perfeita para
um vôo estabilizado. Ela, por certo, deve envolver o ouvinte, despertar o interesse e curiosidade e,
também, ser um meio de conduzir os ouvintes ao assunto que está sendo tratado no sermão. Uma
boa introdução dá ao pregador segurança, tranquilidade, firmeza e liberdade na pregação.

Não se preocupe, são muitas as formas de começar.

Tipos de introdução: Você pode usar um destes tipos para iniciar um sermão:

1 – ILUSTRATIVA – Uso de uma ilustração na introdução. Imagine que o assunto que será
abordado seja complexo e abstrato. Então, comece com uma ilustração que explique e esclareça o
que pretende dizer.
2 – DEFINIÇÃO – Explicação detalha de um determinado conceito. Explique para o ouvinte o
que tem a dizer. Dê a ele conceitos significados de símbolos, termos e assuntos que ele provavelmente
não conheça. Em um sermão onde o assunto é a PAZ, o pregador explicou, na introdução, o que é a
paz, seus significados no velho e novo testamento, evolução linguística do termo paz e a aplicação
termo hoje.
3 – INTERROGAÇÃO – Uma pergunta (deverá ser respondida no corpo do sermão). Comece
perguntando. Para sermões onde o tema é uma pergunta é interessante que esta seja bem explorada
na introdução. Observe que, se estamos falando sobre morte ou salvação cabe aqui uma pergunta
como “Para onde iremos nós? ”.
4 – ALUSÃO HISTÓRICA – Explicar o contexto histórico. Explique o contexto do texto em que
será aplicada a mensagem (época, país, costumes, tradição, etc.). Observe o texto de João 4: 1 a 19.
Caso sua mensagem esteja baseada neste texto, introduza com uma explicação detalhada das
relações entre os Judeus e os Samaritanos, as relações entre os homens e as mulheres, a lei acerca
do casamento, a origem do poço de Jacó, etc.

Obs.: Cada sermão deve ter apenas um tipo de introdução.

ATIVIDADE:
Aproveite este momento para redigir uma introdução. Faça-a em forma de redação. O tema é “Um
passo para a salvação”. Aproveite para fazê-la de tipos diferentes. Experimente todos os tipos
apresentados anteriormente.

CORPO DO SERMÃO
É o momento em que todo o conteúdo da mensagem será transmitido aos ouvintes, através de
ideias e pensamentos.
Crie frases (divisões) que passem uma ideia ou estejam ligadas à mensagem a ser pregada.
Estas divisões devem ser desenvolvidas de acordo com a realidade de hoje e necessidades dos
ouvintes.
Depois de estudar e fazer uma boa exegese do texto que será usado no sermão, deve-se aplicar
os propósitos da mensagem.
Lembre-se as divisões devem ter significados para os ouvintes e, não devem se desviar da
mensagem principal que é a coluna do sermão, o objetivo será finalizado e apresentado na conclusão.

Leia o capítulo primeiro de salmos versos um e dois.


Observe que o salmista mostra claramente as atitudes necessárias para ser bem-aventurado.
Essas atitudes estão expressas em alguns verbos (Andar, Deter/Assentar e Meditar). As divisões do
texto podem ser desenvolvidas com base nestes verbos.

Exemplo:
Salmos 1- 1-4:
Tema “O que leva o homem a perder a alegria (bem-aventurança) ”
Corpo:
1 – Andar de acordo com a influência e apelos da sociedade; (conselho dos ímpios);
2 – Entrar nas trevas e nela se deter (caminho dos pecadores e roda dos escarnecedores);
3 – Deixar de meditar na palavra do Senhor. (Lei do Senhor).

Faça o mesmo para At. 2: 42 a 47 desenvolva cinco divisões para o seguinte sermão onde o tema é
“As características da verdadeira igreja de Cristo”.
Obs.: O ideal é que o sermão não tenha mais de cinco divisões. As divisões podem ser subdividias.

ESBOÇO
O esboço do sermão é um resumo. Ele deve apresentar somente os tópicos e os pontos
importantes, que não podem ser esquecidos durante a exposição do sermão.
O preparo do esboço é uma arte e requer técnica. Preparar o esboço não é uma obrigação do
pregador. Ele auxilia na apresentação do sermão. É comum o pregador perder a linha de pensamento,
mas o esboço mantém a unidade.
Como deve ser o esboço? Deve estar ligado ao tema; corresponder ao texto bíblico; conter
divisões diferentes; estar ordenado e sequencial; ser coerente, lógico e proporcional, com o menor
número possível de pontos e, por fim, caminhar em direção ao ponto mais importante do sermão.

CARACTERÍSTICAS DO CORPO DO SERMÃO


As divisões que retirar do texto devem ser expressadas de forma ordenada no sermão. É uma
forma de evitar confusão de ideias. O ouvinte precisa acompanhar o seu desenvolvimento.
“Cada divisão, subdivisão, e até ilustrações, necessitam que apontar na direção do alvo e em
ordem de interesse”, ou seja caminhe sempre do que é menos, para o que é mais importante.
Cada ponto deve discutir um aspecto diferente para que não haja repetição.

ATIVIDADES:
1- Para que serve um giz? Escreva em cinco minutos o maior número de usos diferentes
para este objeto;
2- Faça uma lista de pontos comuns entre um livro e uma lâmpada. Ex.: “Um livro aberto é
uma lâmpada acesa”, “Servem como enfeite”;
3- Faça uma lista de diferenças entre um jardim e uma múmia.

CONCLUSÃO
1 – Aponte o objetivo específico da mensagem;
2 – Seja claro e específico;
3 – De um desfecho inesperado;
4 – Faça um resumo do sermão (o sermão em poucas palavras);
5 – Fale direto a vida dos ouvintes;
6 – Deixe uma lição ou faça uma exortação;
7 – Deixe um pensamento no ar.

Uma boa conclusão deve proporcionar aos ouvintes satisfação, no sentido de haver esclarecido
completamente o objetivo da mensagem. É preciso ter um ponto final para que o pregador não fique
perdido ou solto, mas estritamente amarrado ao que já foi dito.
Quando disser amém, pare de pregar.
É importante dar a conclusão um clímax ou ponto chave do sermão.
Não é aconselhável a introdução de ideias novas e sim um breve comentário relevante, mas
parcial, da principal mensagem enfocada.
Existem algumas frases que podem ser bem aplicadas em uma conclusão, como:

“O principal objetivo dessa mensagem foi...”


“Enfim...”
“Por fim...”
“Claro está que...”
“O que vimos...”
“... que essa palavra encontre morada em seus corações. ”
“Visto que...”

É importante dizer que estas terminologias devem ser usadas quando pregador estiver
realmente encerrando o sermão, porque psicologicamente este estará encerrado para os ouvintes
quando ouvirem esses termos.
Uma outra forma de concluir um sermão é recitar os tópicos (divisões) sem comentá-los. Facilita
a memorização do conteúdo do sermão. Recite todos os tópicos e ligue este momento com o apelo.
Desafios, aplicação a vida do ouvinte, resumo, são elementos essenciais a uma boa conclusão.
Concluir com uma ilustração também pode ser uma forma de esclarecer a mensagem principal
do sermão. Neste caso a ilustração deve ser breve e aplicada diretamente a vida dos ouvintes.

OBS.: NÃO PREGAR UM SEGUNDO SERMÃO NA CONCLUSÃO.


APELO
Um esforço feito para alcançar o coração, a consciência e a vontade do ouvinte.
Apelo não é apelação, ele é o clímax do sermão.
Ajude o ouvinte a dar o passo final. Leve-o à ação. O Espírito Santo já fala ao seu coração,
entretanto, barreiras e resistências impedem o ouvinte de dar um passo adiante. Você é o mensageiro
de Deus e precisa mostrar ao ouvinte como agir.
Um outro ponto importante é mostrar aos ouvintes qual é a atitude que eles precisam tomar?

• Levantar as mãos;
• Ficar de pé;
• Vir à frente;
• Procurá-lo após o término;

COMO DEVE SER O APELO?


1 – Convite; 2 – Impactante e direto;
3 – Não forçado ou prolongado;
4 – Logo após a mensagem.

TIPOS DE SERMÃOS
Tradicionalmente encontramos, praticamente em todos as obras homiléticas, três tipos básicos de
sermões:
SERMÃO TEMÁTICO: Cujos argumentos (divisões) resultam do tema independente do texto;
SERMÃO TEXTUAL: Cujos argumentos (divisões) são tirados diretamente do texto bíblico;
SERMÃO EXPOSITIVO: Cujos argumentos giram em torno da exposição exegética completa do texto.

SERMÃO TEMÁTICO
É aquele em que toda a argumentação está amarrada em um tema, divide-se o tema e não o
texto, o que permite a utilização de vários textos bíblicos. É o sermão de lógica mais fácil e conserva
melhor a unidade.

Observe os exemplos:

Tema: “A PAZ QUE SÓ JESUS PODE DAR...”


1 – ...ilumina nosso caminho Lc. 1:79
2 – ...liberta a nossa mente de pensamento perturbador Jo. 14:27
3 – ...retira sentimento de medo João 20:19 e 20 4 – ...salva Jo. 3:16

Repare que cada tópico (divisão) apresenta uma característica da “Paz” proposta pelo tema.
Para cada ponto há um texto diferente.
A base do sermão é a “Paz de Jesus”, abordada em diversos textos bíblicos. Entretanto, cada
divisão do tema apresenta um texto bíblico.
Tema: “A DÁDIVA SUPREMA DE DEUS...”
Texto: Jo. 3:16

INTRODUÇÃO:
As dádivas e os presentes são muito apreciados por todos. Essa apreciação vai ao ponto de
existirem casas comerciais que exploram artigos especiais para presentes. De fato, a vida social
perderia muito do seu encanto e de sua beleza se os amigos e parentes não presenteassem uns aos
outros.
Os homens aprenderam isso do próprio Deus.
Deus é o autor das dádivas. “TODA BOA DÁDIVA E TODO DOM PERFEITO VEM DO ALTO,
DESCENDO DO PAI DAS LUZES, EM QUEM NÃO HÁ MUDANÇA NEM SOMBRA DE VARIAÇÃO”
Tg 1:17.
E entre as dádivas que descem de Deus, há uma que é suprema, a qual muitos ainda não
quiseram receber, embora lhes seja diariamente oferecida.

DIVISÃO (ou corpo):

1. EM QUE CONSISTE ESTA DÁDIVA


Não em valores matérias ou na criação feita por Deus, tais como:
A) Os animais (ajudam nos trabalhos e alimentos)
B) Rios, lagos, mares, florestas (subsistência e conforto)
C) Consiste, sim numa pessoa: JESUS CRISTO!

2. O VALOR DESTA DÁDIVA


A) Não há maior nem melhor do que ela, visto que se trata do Filho de Deus.
- Quem dá um filho que ama, dá o melhor que possui.
- Quem dá um filho que ama, dá a própria vida.
B) Não há mais preciosa que ela, visto que Deus deu o melhor que possuía.
C) Não há melhor que ela, pois Jesus completa as perfeições divinas e humanas.

3. A FINALIDADE DESTA DÁDIVA


A) Toda dádiva tem um fim em vista:
- Agradar
- Honrar
- Beneficiar
- Demonstrar gratidão
B) Demonstrar o amor de Deus aos homens, concedendo-lhes:
- Misericórdia, para que não pereçam.
- Amor (demonstrando se grande amor aos homens Rm 5:8, Jo 3:16)

4. A QUEM É OFERECIDA ESTA DÁDIVA


A) A quem os homens costumam oferecer seus melhores presentes?
- Aos melhores amigos
- Aos homens mais dignos
- Aos parentes mais queridos
B) Deus, porém, oferece sua dádiva suprema:
- Não aos melhores homens (Não há um bom Rm 3:10-26)
- Não aos justos (Não vim chamar os justos, pois não há um justo Rm 3:10-26)
- Mas aos pecadores (Lc 19:10)
C) A dádiva suprema de Deus é, portanto:
PARA QUEM NÃO É DIGNO DELA E DE MODO ALGUM MERECEDOR DA MESMA
(Ef. 2:8-9)

CONCLUSÃO:
Esta dádiva (Jesus Cristo), vos está sendo oferecida agora. Se a vossa situação revela que estais
perdido, então podeis agora mesmo estender a vossa mão e pela fé receber A DÁDIVA SUPREMA
DE DEUS.

SERMÃO TEXTUAL

É aquele cuja divisão é extraída do texto. Ou aquele que se divide o texto e não o tema. Há três
modalidades de textual.
A) O Sermão Textual Puro
B) O Sermão Textual por Inferência (ou sintético)
C) O Sermão Textual Analítico

A) O Sermão Textual Puro


É o sermão cujas divisões são formadas do próprio texto, tal como se encontram na Bíblia.
Apenas se põe em destaque as divisões que já existem no texto.

Tema: “ALGUMAS QUALIDADES DO CARÁTER CRISTÃO”


Texto: Rm12:12
I) Regozijar-se na esperança
II) Ser paciente na tribulação
III) Ser perseverante na oração

Tema: “AS GRAÇAS PERMANENTES”


Texto: 1Co. 13:13
I) A Fé
II) A Esperança
III) O Amor

Tema: “ELEMENTOS DO MUNDANISMO”


Texto: 1Jo. 2:16
I) A concupiscência da carne
II) A concupiscência dos olhos
III) A soberba da vida
Um exemplo mais ampliado:
Tema: “5 PRIVILÉGIOS DOS FILHOS DE DEUS”
Texto: 1Pd. 2:9-10

INTRODUÇÃO:
O crente em Cristo é um privilegiado por Deus ainda que não seja pelo mundo, por mais simples
que seja, sempre é honrado por Deus, pois o Senhor o cobre de privilégios divinos. Entre muitos,
citaremos alguns:

I) “RAÇA ELEITA”
A) Eleitos de acordo com sua presciência 1Pd. 1:2;
B) Eleitos a fim de proclamarmos Suas virtudes 1Pd. 2:9;
C) Eleitos para sermos segundo a imagem de seu Filho Rm. 8:9.

II) “SACERDÓCIO REAL”


A) Por Jesus, podemos nos achegar, confiantemente, junto ao trono da graça Hb. 4:15-16;
B) Para oferecermos sacrifícios espirituais a Deus 1Pd. 2:5;
C) Sacerdotes que têm como sumo sacerdote a Jesus Hb. 4:15-16.

III) “NAÇÃO SANTA”


A) Pois alcançaram misericórdia por Jesus Cristo 1Pd 2:10;
B) Pois são separados do mundo e do pecado para a glória e serviço de Deus Tt. 2:14;
C) Pois participam da natureza de Deus 1Pd 1:15-16.
IV) “POVO DE PROPRIEDADE EXCLUSIVA”
A) Resgatados pelo preço da redenção. At 20:28;
B) Resgatados da morte e perdição, para a vida eterna e sermos a Sua herança.Ef.1:18;
C) Resgatados, não com prata ou ouro. 1Pd. 1:18.

CONCLUSÃO: Tendo tão grandes privilégios e honras, vivamos para o Senhor e realizemos a Sua
vontade, fortalecidos pelo Espírito Santo, proclamando as virtudes daquele que nos chamou das
trevas para Sua maravilhosa luz.

B) O Sermão Textual Por Inferência


É o sermão cujas divisões são formadas por ideias extraídas do próprio texto, mas que estariam
nas entrelinhas.

Tema: “5 ATITUDES PARA VENCER OS GIGANTES DA VIDA”


Texto: 1Sm. 17:23-50
Introdução: Comente sobre o fato de que todos passamos por lutas e batalhas na vida.
I) Evite Ouvir Pessoas Negativas
A) Vire as costas para negatividade Vs. 28 a 30;
B) Mostre quem você é em Cristo Vs. 33 a 37.
II) Evite Confiar nas Armas Humanas (carnais)
A) Mesmo que elas pareçam proporcionar certa segurança Vs. 38 a 39;
B) Ponha Deus na frente e não homens Vs. 41.

IV) Não se Intimide Com a Pressão do Gigante


A) Mesmo que tente te menosprezar Vs. 42 a 44;
B) Mostre quem em Cristo somos mais que vencedores Vs. 45 a 47
V) Confie Unicamente em Deus
A) Reconheça que nossas vitórias são dadas pelo Senhor Vs. 46a;
B) Sabendo que o Senhor dará a você a vitória Vs. 46a.

Conclusão: Apelas para uma atitude de confiança em Deus.

C) O Sermão Textual Analítico


Se baseia em perguntas diretas ao texto, tais como: Onde? Como? Quando? Quem? Por que?
Para que? etc.
As respostas às perguntas são dadas pelas declarações ou sentenças de que o texto é formado

Tema: “A MAIOR BUSCA DO SER HUMANO”


Texto: Mt. 6:33
Introdução: Comentar dos esforços feitos pelos homens para alcançar algum objetivo na vida.

I) O QUE É QUE OS HOMENS DEVEM BUSCAR?


“O Reino de Deus e a Sua justiça”
II) COMO É QUE DEVEM BUSCAR?
“Primeiramente”
III) QUAIS BENEFÍCIOS EM BUSCÁ-LO?
“Porque as demais coisas nos serão acrescentadas”
Conclusão: Apelas para uma atitude de busca prioritária a Deus.

SERMÃO EXPOSITIVO

Se ocupa principalmente da exegese ou exposição completa de um texto, ou palavras das


Escrituras.
- Requer sólido conhecimento bíblico e teológico do pregador;
- Exige árduo trabalho do pregador;
- É o método mais apreciado dos pregadores que se dedicam ao estudo diários e constante da
Palavra de Deus.
Tema: “DOIS TIPOS DE CRENTES”
Texto: Lc. 10:38-42
Introdução: Todos os crentes, por serem salvos, devem ser discípulos de Jesus, mas nem todos são
iguais. Estudando as atitudes das duas discípulas, Marta e Maria, as quais Jesus amava e em cuja
casa gostava de estar, descobrimos dois tipos de crentes. Vejamos quais:

I) CRENTES MATERIALISTAS (VS. 40)


i. Marta, mesmo sendo uma boa crente, representa tal tipo de crente;
ii. É de notar que marta estava trabalhando provavelmente no preparo da refeição para
o Senhor e seus discípulos (Vs. 38);
iii. Pode ser que, após oferecer a refeição, tenha-se dedicado a outros trabalhos
domésticos aos quais deu mais importância do que aprender os mistérios do Reino
de Deus aos pés de Jesus;
iv. Tal procedimento, arrastou Marta e arrasta qualquer crente aos seguintes estados:
1. Viver preocupado – “Andas preocupada e inquieta” (Vs. 41);
2. Viver ansioso – (definir ansiedade) (Vs. 40,41);
3. Viver perturbado – (defina);
4. Viver censurando os que procuram crescer espiritualmente chamando-os
de fanáticos – “Não te importas que minha irmã...”
v. Tais crentes vivem cheios de serviços e negócios, não dispondo de:
1. Tempo para falar com o Senhor em oração;
2. Tempo para leitura e meditação na Palavra;
3. Tempo para testemunhar do Evangelho de Jesus Cristo;
4. Tempo para ir à igreja e tomar parte em suas atividades.

II) CRENTES ESPIRITUARIS (VS.39)


i. Maria sabia que devia ajudar sua irmã, porém sentia o dever de ouvir e aprender de
Jesus e diretamente com Ele;
ii. Os afazeres domésticos sempre podem ser feitos, mas ouvir as palavras de vida
diretamente dos lábios do Autor da vida era algo raro;
iii. Parar um pouco da nossas atividades e dedicarmos tampo com Jesus, não é perca,
mas lucro.
iv. Os crentes que se submetem aos interesses de Jesus, são sempre:
1. Espirituais;
2. Fervorosos;
3. Sem preocupações que os consumam;
4. Não andam ansiosos, pois confiam na providência do Senhor;
5. Escolhem “a melhor parte que jamais lhes será tirada”;
6. Crescem na graça e conhecimento de Jesus Cristo.

Conclusão: A que tipo pertencemos nós? Se somo do tipo de Maria, bem aventurados somos.
Entretanto, não nos orgulhemos, mas persistamos com humildade no mesmo caminho proposto.
Se porém, somos do tipo Maria, atendamos às advertências carinhosas do Senhor Jesus e
mudemos de rumo para nossa felicidade e glória de seu bendito Nome.
A POSTURA DO SERVO DE DEUS. (ÉTICA NO PÚLPITO)
“A primeira impressão é a que fica”;
“Em meio ao desenvolvimento da reunião, atravessa todo o corredor principal, aquele que será
o preletor do encontro. Toda atenção está voltada para ele, que observado é dos pés a cabeça.”
Seu comportamento, imagem e exemplo são atributos influentes na transmissão da mensagem
como um todo. Devemos considerar que, quando existe uma indisposição do ouvinte para com o
mensageiro, maior será sua resistência ao conteúdo da mensagem.
Agradar a todos é uma missão muito difícil senão impossível, mas o compromisso com
transmissão de uma mensagem importante requer uma aproximação maior do ouvinte.
Não existe uma forma correta de se apresentar. Esteja de acordo com o local e a ocasião. Nos
homens o uso do “terno e gravata” é adequado a quase todos os locais e ocasiões.
Como são os membros da igreja que visita? Quais são as características da denominação?
Qual é o horário de início e término do culto? Em que bairro se localiza?
Observe com atenção estes aspectos errados que devem ser considerados pelo pregador:

Quando convidado para pregar em outras igrejas, o pregador deve considerar as normas doutrinárias,
litúrgicas e teológicas da igreja em questão.
1 – Evite abordar questões teológicas muito complexas;
2 – Não peça que a congregação faça algo que não esteja de acordo com os preceitos;
3 – Procure estar dentro dos padrões da denominação;
4 – Procure dar conotações evangelísticas a mensagem;
5 – Respeite o horário (mesmo que seja pouco tempo);
6 – Converse sempre com o Pastor antes do início do culto.
Obs.
A) Caso não concorde com alguns aspectos, não aceite o convite.
B) Doutrina e mudanças cabem ao pastor da igreja
C) Se acredita Ter recebido uma mensagem de Deus dentro desses aspectos: Fale com o Pastor.

DEUS ABENÇOE SUA VIDA E USE ESTE CONHECIMENTO PARA O REINO!

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