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PREGAÇÃO BÍBLICA
A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS SOBRE O PREGADOR, O SERMÃO E A IGREJA.
¹² Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de
dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para julgar os pensamentos e propósitos do coração.
Hebreus 4:12
Allyson Oliveira
1º ENCONTRO
INTRODUÇÃO
Nosso estudo é acerca de pregação, seja ela expositiva, textual, temática... Porém, nem todos concordam que a pregação é uma
necessidade urgente da igreja. Em certos círculos, o recado é que a pregação deve ser relativizada, substituída ou mesmo
abandonada. Novos métodos e ministérios “mais eficazes” têm surgido para atender os novos tempos. Nosso objetivo com este
treinamento é reavivar em nossos corações a importância, e a autoridade da pregação BÍBLICA diante dos novos métodos, e
também nos preparar para exercer, com fidelidade, o ministério da pregação.
A) PREGAÇÃO BÍBLICA.
I - A DESVALORIZAÇÃO DA PREGAÇÃO
1) Os pregadores não são mais vistos como líderes espirituais.
2) A pregação se tornou um espetáculo onde o pregador é o artista, o altar o palco, e a igreja os expectadores.
3) Alguns pregadores concedem mais importância à maneira de comunicar a mensagem do que à própria mensagem.
4) Alguns círculos entendem que a pregação está ultrapassada, e que o crescimento de suas instituições se dará pelos novos
métodos inovadores e de “sucesso” aplicados em outros lugares, ou até mesmo igrejas.
IV – Os tipos de sermão.
1) sermão temático
O sermão temático é estruturado em torno de um tema. Ele não se detém a um texto específico. Você busca vários textos da
bíblia para apoiar e desenvolver o tema escolhido. Também é chamado de sermão tópico.Como ele é feito? Basta ter a ideia de
um tema e os três pontos (tópicos) relacionados a ele.
Exemplo:
Tema: "Causas para a Oração não Respondida":
1) Pedir mal. (Tg 4.3);
2) Pecado não confessado (S1 66.18);
3) Duvidar da palavra de Deus (Tg 1.6-7);
4) Vãs repetições (Mt 6.7);
5) Desobediência à Palavra (Pv 18.9);
6)Mal relacionamento conjugal (1 Pe 3.7);
Obs.: Com esse tipo de sermão devemos ter o cuidado para não pregar um texto fora de seu contexto.As seitas se utilizam muito
desse tipo de sermão, justamente por poderem percorrer toda a Bíblia, buscando versículos que prove aquilo que elas querem.
Consequentemente, todos esses versículos são interpretados fora de seu contexto, gerando as mais diversas heresias. Por isso, o
sermão temático deve ser pregado com o devido cuidado.
2) Sermão Textual
É aquele em que as divisões principais do sermão são derivadas de um TEXTO constituído de UMA BREVE PORÇÃO DA BÍBLIA.
O sermão textual é estruturado a partir de um texto escolhido.
O sermão textual deve girar em torno de uma ideia principal (ideia tirada do texto) e as divisões devem ampliar ou desenvolver
essa ideia. Primeiro o pregador faz um estudo minucioso do texto, verifica a ideia principal e depois encontra suas divisões
naturais. As divisões são o desenrolar lógico e natural do assunto. Uma coisa a observar é que o próprio texto sugere cada uma
dessas divisões.
Exemplo:
Texto base: João 3:16
Tema: O amor de Deus é uma dádiva
1) É uma dádiva de amor – “Porque Deus amou o mundo de tal maneira”
(Subdivisão) Porque Ele é amor (1 João 4:8)
3) Sermão Expositivo
É aquele em que as divisões baseiam-se numa porção mais extensa (texto) da Bíblia, não abrangendo "um só versículo, mas uma
passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo um livro inteiro" (Cabral, p. 78). Nele , é mostrada (exposta) uma verdade
contida num texto bíblico. Exige tempo, estudo e conhecimento bíblico.
Exemplo:
Titulo: "O Cordeiro de Deus" (Ex 12. 1-13)
1)Foi um cordeiro divinamente determinado (vv. 12.1-3)
2) Foi um cordeiro perfeito (12.5);
3) Foi um cordeiro morto (12.6);
4) Foi um cordeiro redentor (12.7; 12-13);
5) Foi um cordeiro sustentador (12.8-11)
2º ENCONTRO
Introdução
Na aula de hoje, entraremos no aspecto mais técnico da pregação. Falaremos sobre estrutura, divisão, escolha do texto e
principalmente como desenvolver um sermão bíblico. Para isso, estudaremos a técnica da “grande ideia” desenvolvida por
Haddon Robinson em seu livro Pregação Bíblica, que a meu ver é a forma mais simples e fácil de desenvolver um sermão bíblico.
1. FONTE. A fonte da pregação é a bíblia! Parece obvio, mas muitas vezes buscam-se sermões de outras fontes não inspiradas,
sem a autoridade das escrituras. Os auxílios são extremamente importantes para ajuda-lo a desenvolver o sermão, evitar erros e
etc. Porem fonte de sairá a mensagem de Deus aos homens é única e exclusivamente a Bíblia!!!
2. OBJETIVIDADE/CLAREZA. Refere-se ao alvo a atingir. Há pregadores que se perdem no púlpito. Começam a falar do amor de
Deus, e passam a divagar sobre o Apocalipse, vão até Gênesis, aos profetas e, ao final, não sabem como sair do emaranhado de
palavras. É preciso ter objetividade. (Ler o texto, abandona o texto, esquece o texto e nunca mais volta pro texto.)
3. TRANSMISSÃO. O pregador deve procurar transmitir a mensagem de Deus às pessoas. Paulo disse: "Porque eu recebi do
Senhor o que também vos ensinei..." O mensageiro deve receber a mensagem de Deus e transmiti-la aos homens. Não deve
ficar inventando mensagens, teorias, filosofias para mostrar conhecimentos.
4. CONVICÇÃO. O pregador deve transmitir aquilo de que tem convicção, para que a mensagem seja aceita. Tem que CRER E
VIVER aquilo que prega.
II - A ESTRUTURA DA PREGAÇÃO ( Do sermão) Toda pregação com esboço ou não, deve ser dividida, basicamente, em três
partes:
1. INTRODUÇÃO. É a parte inicial da mensagem, pela qual o pregador entra em contato com o auditório. Visa despertar o
interesse pela pregação; "prepara a mente dos ouvintes , para que possam compreender o assunto do sermão e as idéias a
serem desenvolvidas...". Uma boa introdução deve ser BREVE, SIMPLES, INTERESSANTE E APROPRIADA. Não gaste 30 ou 40
minutos na introdução. Isso cansa, principalmente os descrentes. A introdução não deve ir além de 15% ou 20% do tempo da
mensagem( 8 a 10min).
2. CORPO (ou desenvolvimento) DA MENSAGEM (Do sermão). É a parte mais importante da mensagem. Ela deve conter a
sequência das ideias a serem apresentadas. No corpo do sermão ou da mensagem, podemos ter:
b) Transição de um pensamento para outro. As divisões devem ser de acordo com os objetivos da mensagem; devem-se evitar "
excesso de floreios", "rodeios", ou “conversa fiada". O povo percebe.
3.CONCLUSÃO. É o auge da pregação. O seu clímax. Nela, o pregador faz a aplicação do que pregou no corpo do sermão. Nesse
momento, o pregador e o auditório, pelo poder do Espirito Santo, devem chegar à conclusão de que a mensagem atingiu seu
objetivo. Sem uma boa conclusão, o que foi dito pode perder o brilho. Uma conclusão pode ser feita através de:
a) Recapitulação. O pregador deve rever o que pregou, em resumo ou tópicos, evidenciando pensamentos-chave , pontos fortes
da mensagem (Cabral, p. 70).
b) Narração. O pregador pode valer-se de um fato, uma rápida ilustração para comover o auditório, levando o descrente a uma
decisão, na unção do Espírito Santo.
c) Convite/apelo. Toda pregação deve terminar com um convite ou apelo, seja para pecadores, seja para a igreja. Um convite na
unção do Espírito tem maravilhoso efeito no coração das pessoas. De acordo com Braga (p. 211-212), a conclusão deve ser breve
e simples, e com palavras adequadas. Um certo jovem pregou numa igreja. Ao fazer o apelo, não vendo ninguém atender,
passou a contar que alguém ganhou um grande prêmio porque deu uma grande oferta para a Obra. Desviou totalmente o alvo
da mensagem.
Introdução
Na aula de hoje estudaremos e praticaremos a preparação de um sermão, desde a escolha do texto bíblico, a leitura, estudo e
anotações até o desenvolvimento da ideia, e por fim a montagem do sermão no papel.
I - PREPARAÇÃO DO SERMÃO.
1 - ESCOLHA O TEXTO DO SERMÃO
Selecione um ou mais parágrafos que contenham uma ideia, ou seja, uma unidade de pensamento bíblico.
4 – ANALISE A IDEIA
a) Explique - respondendo a questão “O que o texto quer dizer?”. Veja se o autor do texto está explicando algo (1ª Co 12:11-12,
Paulo explica o conceito da unidade da igreja) e se há algo no texto que requer uma explicação para seus ouvintes (1ª Co 12:13,
o que significa sermos batizados num só corpo?).
b) Prove - respondendo as possíveis objeções levantadas a ideia do texto biblico.
c) Aplique - aos nossos dias, mas antes:
1) Entenda o que o autor quis transmitir aos seus leitores originais percebendo suas indicações de propósito em comentários
editoriais, declarações interpretativas, julgamentos teológicos
2) Perceba o que o texto revela sobre Deus e o modo como as pessoas reagiram às situações da vida diante dele para relacioná-
lo às reações das pessoas hoje diante do Senhor.
II - ESBOCE O SERMÃO
A introdução introduz a ideia, ou assunto, ou, no caso de sermões indutivos, o primeiro ponto; o corpo do esboço, entãi elabora
a ideia; e a conclusão traz a ideia a um enfoque e termina o sermão.
A INTRODUÇÃO expõe a congregação ao sujeito e a ideia principal ou então ao primeiro ponto do sermão. Uma introdução
eficaz:
a) Capta a atenção para a ideia com alguns recursos como o paradoxo, perguntas retóricas e fatos alarmantes, desde que seja
curta.
b) Levanta uma necessidade para à qual o texto bíblico oferece uma resposta.
c) Orienta a congregação ao corpo do sermão e seu desenvolvimento apresentando o assunto do sermão.
d) Aborda fatos contemporâneos que dizem respeito à vidas das pessoas.
e) Estimula a atenção do ouvinte para a leitura do texto bíblico quando é lido após a introdução.
- A CONCLUSÃO dá a congregação uma visão geral da ideia, inteira e completa. Conduz o conceito central a um enfoque
abrasador e torna a verdade dele claramente entendida, na mente e vida dos ouvintes, fornecendo a eles uma diretriz que
devem seguir na vida segundo a verdade de Deus. Uma boa conclusão pode ser feita:
a) Resumindo os argumentos do sermão em torno da ideia central.
b) Citando, por exemplo, um versículo da próprio texto exposto que resume a aplica a mensagem do sermão.
c) Perguntando com vistas a uma resposta do ouvinte acerca do que a verdade exige dele.
d) Respondo a questão: “Como as pessoas aplicariam esta verdade bíblica ao modo como vivem?”.
e) Visualizando possíveis situações nas quais seria necessária por em prática a verdade bíblica.
3) DEFINA UM TÍTULO
O título do sermão o resume em uma sentença. Deve ser de fácil compreensão e atrativo, deixando claro para os ouvintes sobre
o que você irá pregar.
Sermão
Texto:
Título:
Introdução:
Corpo/desenvolvimento
1º
2º
3º
4º
Conclusão:
4º encontro
1. Prepare-se orando: A oração é uma importante ferramenta para o sucesso do estudo bíblico e pregação da palavra.
Coloque-se na dependência de Deus, ore sempre para que Deus possa usar a sua vida como canal de bênção e te ajudar
trazendo inspiração para fazer suas pregações.
2. Prepare-se estudando a palavra de Deus: Sempre esteja preparado, pois nunca sabemos a hora que poderá surgir uma
oportunidade de pregar a palavra de Deus.
Muitas pessoas cometem o erro de deixar para última hora para escolherem o assunto que irão ministrar, e sem o devido
preparo acabam passando uma mensagem com pouco impacto.
Um outro erro é não ser um praticante da leitura bíblica, pois é lendo e estudando a Bíblia que conquistamos a intimidade com a
palavra. Você não pode deixar nunca de estudar a Bíblia.
3. Não tenha pensamentos catastróficos: Às vezes nossa inexperiência, ansiedade e medo pode nos levar a ter pesamentos
catastróficos, onde imaginamos que tudo de errado e ruim acontecerá. Pensamos as mais variadas as coisas como: vou esquecer
a mensagem, vou gaguejar, todos vão rir de mim, ninguém vai me dar atenção etc. Afaste todos esses tipos de pensamentos que
somente aparecem para te parar e desmotivar. Ter pensamento catastróficos não ajudam em nada.
Pense positivo, se prepare estudando a Bíblia e treinando oratória e seja humilde, não pregue pensando em elogios.
5. Analise como você está pregando: Para melhorar suas pregações é importante ver e ouvir como você está pregando.
Você pode pedir para alguém gravar sua pregação para que você mesmo possa se autoanalisar notando os gestos que faz
durante a pregação e a como está sua postura e voz. Converse com pessoas mais experientes, ouça bons pregadores.
1. Personalidade
É o que caracteriza uma pessoa e a torna diferente de outra. "É tudo quanto o indivíduo é". Na pregação, o pregador demonstra
que tem personalidade, quando se expressa, falando ou gesticulando, de acordo com aquilo que ele é e não imitando outras
pessoas. De vez em quando, percebe-se pregadores, imitando evangelistas famosos, dando gritos, pulando e correndo no
púlpito, torcendo o pescoço, ajeitando a gravata, falando rouco ou estridente. Isso é falta de personalidade. É querer ser ator,
imitador e não um instrumento nas mãos do Espírito Santo.
2. Espiritualidade.
Nessa característica, podemos observar os seguintes aspectos:
1) Piedade. É o sentimento de devoção e amor pelos outros e pelas coisas de Deus. O pregador deve sentir pelo Espírito as
necessidades do auditório, principalmente dos pecadores. (1 Tm 4.8; Hb 12.28). 2) Devoção É o sentimento religioso, de
dedicação às práticas ensinadas na Palavra de Deus. Na devoção, o pregador busca inspirar-se na ORAÇÃO, na LEITURA DA
BÍBLIA, e no LOUVAR A DEUS. Temos visto verdadeiros profissionais da pregação, técnicos, que sabem pregar, mas não sabem
orar; sabem gritar, mas não sabem amar as almas. Pregam por interesse, por torpe ganância. Que os jovens pregadores (e os
antigos) não entrem por esse caminho. Conta-se que Moody, o grande evangelista, orava uma hora para pregar cinco minutos.
Enquanto isso, temos pregadores que oram cinco minutos para pregarem uma hora!
3) Sinceridade
Reflete a verdade contida na própria alma. O pregador deve pregar aquilo que vive e viver aquilo que prega (Tg 2.12).
4) Humildade
"Nenhum pregador pode subir ao púlpito sem antes ter descido, pela oração, os degraus da humildade. Na oração, o egoísmo se
quebranta. O medo se desfaz, e a certeza da vitória aparece clara como a luz do sol ao meio-dia" (Ler Pv 15.33). Um jovem vivia
criticando quem ia pregar, dizendo que, se fosse ele, pregaria muito melhor. Um dia, o pastor deu oportunidade ao moço para
pregar. Ele subiu ao púlpito, orgulhoso, sorridente. Tentou achar um texto na Bíblia, de um lado para outro, e nada. Suou, pediu
desculpa, e desceu cabisbaixo. Sentou noutro lugar, junto a um irmão experiente, que, percebendo sua tristeza, disse: "Moço, se
você tivesse subido como desceu (humilde), teria descido como subiu (alegre)". E uma grande lição para todo pregador.
5) Poder
O pregador, precisa do Poder de Deus. Paulo disse que não pregava sabedoria humana, mas com poder (1 Co 1.4-5). É preciso
ter unção e graça para pregar. Do contrário, ocupa-se o púlpito e o tempo para dizer coisas inoportunas. Isso só se consegue
com oração, jejum, leitura bíblica, e vida consagrada. Não se obtém num curso de Homilética.