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INTRODUÇÃO
Texto: Romanos 10.13-15
“Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém,
invocarão aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como
ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados? Como está escrito:
Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!” (NAA)
O que é Hermenêutica?
Hermenêutica é a ciência e arte de interpretar textos. A hermenêutica é a ciência que
estabelece os princípios, leis e métodos de interpretação. Em sua abrangência trata da teoria
da interpretação de sinais, símbolos e leis de uma cultura.
O que é a Homilética?
É uma ciência cuja arte é a pregação, e que busca como resultado o preparo de um
sermão bem elaborado e apresentado.
Origem da palavra
Homilética é palavra de origem grega - “homiletikos” (ato de pregar sermões, homílias,
de falar elegantemente na oratória eclesiástica). É a arte de falar bem.
1 – PREGAÇÃO
1.1 – A Pregação
De maneira simples, é falar um sermão, é fazer uma prédica (latim “pregationis”).
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Se a pregação é tão importante, quem prega deve aprender como melhor se preparar para
transmitir a mensagem de Deus. Para isto, precisa estudar homilética e desta forma conhecer
a arte da homília.
2 – O PREGADOR
Se o Espírito Santo não assistir o pregador no seu labor exegético, o resultado do seu trabalho
será insuficiente, por maior que seja o seu conhecimento e por mais diligente que seja o seu
trabalho.
· Estudar a mensagem – Uma das maiores tragédias nos púlpitos de nossas igrejas é a má
preparação dos pregadores, especialmente daqueles que, além de não estudarem, deixam de
se dedicar à pregação. Sua mensagem, consequentemente, é desorganizada, sem nexo,
perdida em uma Bíblia tão grande, perfeita e boa, deixando o público ouvinte carente de
compreensão da Palavra de Deus.
Para que a verdade divina seja transmitida com resultados é necessário para o pregador:
a) Ter íntima comunhão com Deus – Um ardente amor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo
manterá o pregador ligado ao Céu e “as coisas que são de cima” (Cl 3.1). Ter amor a Palavra de
Deus e temor.
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b) Ser cheio do Espírito – O pregador deve viver com o coração cheio de amor pelas almas.
Somente alguém cheio do Espírito é capaz de manifestar a graça e o poder de Deus. Ser cheio
do Espírito é viver na dependência de Deus todos os dias.
c) Ter certeza de seu chamado – Quando se sabe para que Deus o chamou, se tem
autoconfiança para cumprir seu propósito.
d) Ter vida de oração – A oração deve fazer parte da vida de todo crente, quanto mais da
vida do pregador. O pregador deve orar como se tudo dependesse de Deus e trabalhar como
se tudo dependesse dele;
e) Ser ele mesmo – Nada de imitação. Ex.: Davi rejeitou as armas de Saul, na sua luta contra
Golias, porque não sabia manejá-las, preferiu as suas, ainda que simples (1 Sm 17:39);
f) Deve conhecer profundamente a palavra de Deus – Aquele que prega a Palavra de Deus
deve conhecê-la bem (2 Timóteo 2:15);
g) Ser culto (Leitor compulsivo) – É necessário não conhecer apenas teologia, mas ter
conhecimento em outras áreas como: psicologia, filosofia, sociologia, direito, geografia,
história, etc.
i) Humildade – Não seja o pregador excessivamente humilde. Precisa crer no sucesso de seu
trabalho e naquilo que defende. Deve pregar com confiança, sabendo que Deus o usará apesar
de ser falho. Não pense o pregador que é infalível.
j) Ser corajoso – Não deve ter medo de pregar a Palavra de Deus. Deve crer sempre que
Deus o capacitará em qualquer situação.
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f) Pastoral – busca levar orientação a igreja em momentos específicos.
O pregador deve manter um equilíbrio, não caindo em extremos, isto é, só pregando um tipo e
esquecendo-se do outro.
A postura do pregador à frente da comunidade cristã tem muita importância. A sua linguagem,
os seus métodos também. Nunca se deve pregar sem estar preparado intelectualmente,
moralmente e espiritualmente. Nada de improvisações.
O que falamos no púlpito marca de tal modo a vida dos ouvintes que o pregador tanto pode
ajudar na restauração de vidas como prejudicar os que atravessam crises e precisam de todo
carinho e brandura.
· Comunicação Sonora;
· Comunicação Visual;
· Comunicação Escrita
Cada sermão será diferente do outro. Varia de acordo com os objetivos da mensagem e o
material à disposição.
· A primeira coisa é saber o que se quer pregar. Muitos sobem no púlpito sem saber o que
realmente querem falar para a comunidade.
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Precisa-se conhecer a realidade da Igreja e seu contexto social.
Qual o tema se quer abordar?
· A segunda coisa é analisar o texto bíblico que será tomado como base para a pregação. O
texto realmente fundamenta o que deseja pregar?
Deve-se ter em mãos bons materiais para estudos aprofundados. Exemplos: Bíblias de
estudos, comentários bíblicos, livros que abordam o tema proposto, etc.
A Bíblia é o ponto de partida de um sermão. É ela a única fonte autêntica e infalível de
revelação de Deus ao homem. É dela que sai a ideia bem fundamentada para o sermão, pois
contém mensagem para todos os homens, de todos os níveis sociais, culturais e étnicos, bem
como para qualquer de suas necessidades. De seu texto extrai o pregador seu sermão.
· A inspiração inesperada – uma palavra gerada de modo sobrenatural pelo próprio Deus,
mas que deve ter base bíblica.
A palavra texto vem do latim “textus” que significa “tela ou ponto” – termo este que
vem da palavra “texcere” que significa “tecer”.
Texto Bíblico são as palavras bíblicas usadas pelo orador, tornando-as base do seu
sermão. Pode ser uma frase (Deus é amor. Jesus chorou, etc.), um versículo, um capitulo, uma
perícope[1] ou um livro da Bíblia.
Segundo Egger "o próprio vocábulo "texto" (do latim textus = tecido, entrançadura) diz
que se trata de um conjunto de elementos ligados entre si pela unidade e pela coerência da
expressão... quando as palavras e as frases estão interligadas a expressão é definida como um
texto (unitário); quando ao contrário, alguns elementos carecem de conexão, estamos na
presença de diversos textos, ou de seguimentos fragmentados de texto, ou de uma sucessão
sem sentido de palavras."[2]
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3.4.1 – O Valor do Texto Bíblico
Na leitura bíblica, assumimos o compromisso com a explanação do texto em epígrafe. O
ouvinte fica frustrado quando ouve a leitura do texto bíblico e constata que ele não foi nada
mais que um pretexto.
· Para o pregador:
· Para o ouvinte:
c) Curto – textos longos tornam a leitura enfadonha. Pode-se selecionar uma parte menor
para leitura, e os outros detalhes da história ficam para serem narrados ao longo da
mensagem;
a) De acordo com o sentido geral da Bíblia (lembre-se a Bíblia interpreta a si mesma);
b) Cultura geral;
c) Cultura teológica;
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d) Outros conhecimentos.
São oferecidos pelas fontes que estão sendo consultadas na hora, tais como: dicionários,
comentários bíblicos, etc.
Diz-se que mais da metade das mensagens pregadas em nossos púlpitos são adaptados. Trata-
se do aproveitamento das ideias e pensamentos alheios não literais, porém modificados ou
aperfeiçoados pelo pregador, no preparo do sermão. Isto é comum no mundo cientifico. O
pregador deve na medida do possível citar as fontes consultadas.
4 – CONSTRUINDO O SERMÃO
Um sermão bem organizado, dividido corretamente com linhas claras e definidas, é preferível
a um que divague por toda a Bíblia, e aborde vários pontos teológicos. Para facilitar a
exposição da mensagem, adotam-se divisões na construção do sermão.
· Introdução.
· Transição
· Divisões do Tema
· Conclusão
4.2.1 – Introdução:
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D) Apresentada com firmeza, segurança e clareza;
E) Breve e interessante;
Pode-se introduzir com uma ilustração, com uma manchete de jornal, com a declaração direta
dos objetivos, ou seja, a necessidades elementares dos ouvintes.
Fontes para ilustração: Texto, contexto, ilustração, testemunho, etc.
4.2.2 – Transição:
Explicação do texto básico (pano de fundo do texto escolhido) e passagem para o tema.
4.2.3 – Título:
4.2.4 – Divisões:
A) As divisões devem ser lógicas, relacionadas com o texto e o tema, separadas umas das
outras.
B) Quanto a quantidade? Duas no mínimo e quatro ou cinco no máximo. Melhor que sejam
sempre três.
D) Nesta parte do sermão são apresentadas as provas da verdade que se pretende ensinar.
E) A passagem de uma divisão para outra deve ser feita de maneira sutil. As divisões devem
adaptar-se perfeitamente uma à outra e, se possível, proceder uma da outra, em
desenvolvimento natural.
4.2.5 – Conclusão:
C) Preparada antecipadamente;
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F) Deve concluir através de apelos veemente para aceitação da verdade;
· Apelo pode ser direto. Afirmação ou pergunta: Ex.: “Você precisa...” “Você que precisa...”.
Obs.: Aplicação "é a arte de persuadir e levar o ouvinte a não só entender a verdade, mas,
sobretudo, pô-la em pratica com sua própria vida".
Como e quando usá-la? No final do sermão ou no fim de cada divisão.
5 – O PREGADOR E O PÚLPITO
Não pode ser muito curto e nem muito comprido. O melhor tempo gira em torno dos (30)
trinta minutos. Cuidado para não cansar os ouvintes.
· Conclusão – 2 à 4 minutos
Ao ocupar o púlpito, conscientize-se o obreiro de que está num lugar santo; que dali ele vai
orientar a adoração e ministrar a santa Palavra de Deus; que todos estão com a atenção
voltada para ele. Por conseguinte, deve portar-se com dignidade e reverência, para que receba
de Deus as bênçãos, e contribua para que outros sejam abençoados, e também seja exemplo a
todos.
· Apresentação pessoal – o pregador deve apresentar-se bem vestido (sem exageros).
Barbeado, cabelos feitos, sapatos limpos, gravata e colarinhos bem ajeitados.
· Ao assentar-se – Quando assentar-se atrás do púlpito, seja discreto, a fim de dar exemplo
a fiéis e infiéis. Não fique alheio ou distraído com relação ao que se passa ao redor.
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· Aceite com naturalidade e considerações os elogios que lhe forem dirigidos, não dando
respostas jocosas ou repreensivas.
· Deveríamos nunca precisar pedir desculpas. Mas para isso precisa estar inspirado por
Deus e ter cuidado com as palavras;
· Jamais levar suas dúvidas para o púlpito. Nossa missão é compartilhar a fé e nunca abalar
a fé dos ouvintes.
· Com o olhar voltado para o teto, para a Bíblia ou qualquer outro lugar que não o
auditório;
6 – TIPOS DE SERMÕES:
É aquele cujas divisões são extraídas do tema. Dividi-se o tema e não o texto de onde é tirado.
Está ligado obrigatoriamente ao título, isto é, ao assunto. Tudo que esse sermão recebe do
texto é sua idéia central. Exemplo:
INTRODUÇÃO.
TRANSIÇÃO.
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TEMA: Bênçãos Da Presença De Cristo (v.29).
DIVISÕES:
CONCLUSÃO.
6.2 – Textual
É aquele cujas divisões são tiradas do texto. Dividi-se o texto e não o tema. Tanto o tema
quanto as divisões são derivadas do texto e seguem rigorosamente sua ordem natural. Embora
as divisões sejam extraídas do texto, devem ficar intimamente relacionadas com o assunto e
uma com as outras. Exemplo:
INTRODUÇÃO.
TRANSIÇÃO.
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TEMA: Privilégios Dos Crentes.
DIVISÕES:
CONCLUSÃO.
INTRODUÇÃO.
TRANSIÇÃO.
DIVISÕES:
CONCLUSÃO.
INTRODUÇÃO.
TRANSIÇÃO.
DIVISÕES:
CONCLUSÃO.
6.3 – Expositivo
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O sermão é expositivo quando, independentemente do tamanho da passagem bíblica em
pauta, tem não apenas as divisões principais procedendo do texto, mas todo material
sermônico explanando constantemente o texto escolhido.
O selo de garantia de um sermão expositivo não é o tamanho do texto básico, mas a
profundidade com que ele é tratado.
A natureza essencial da pregação expositiva, portanto, é pregação que aplica a passagem de
uma maneira que leve a igreja a uma aplicação verdadeira e prática da passagem.
Uma mensagem expositiva trata de uma só passagem básica da escritura. Referencias a outros
versículos sempre apontam diretamente para a passagem em destaque, ilustram-na e
confirmam seu ensino.
Uma mensagem expositiva tem integridade hermenêutica. Ela é fiel ao texto. Isto quer dizer
que ela repete os elementos importantes do texto com o mesmo equilíbrio e a mesma
intenção do autor original.
Uma mensagem expositiva tem aplicação, que não viole o propósito, o significado ou a função
do texto em seu contexto original. Repetindo: sem aplicação não há pregação expositiva, só
exposição. Só informação, não mensagem.
O aspecto mais importante da pregação expositiva é que ela combina a revelação de Deus e
Sua vontade. Considerando a subjetividade do pregador, as limitações da mente humana, os
efeitos do pecado até sobre os nossos melhores pensamentos, e os danos que o subjetivismo
está causando na teologia moderna, é mais provável que um sermão contenha algum erro, de
julgamento ou sobre um fato, do que não o tenha. Por esta razão, quanto mais perto nos
ativermos à Palavra revelada de Deus, menos suscetíveis seremos ao erro. Com isto não quero
dizer que a mensagem expositiva é o único tipo válido de sermão. Só estou dizendo que,
quanto mais próximo nos mantivermos da Escritura em seu contexto, menos probabilidades
teremos de errar, e tanto mais certa será a declaração da verdade divina.
Outro aspecto importante da pregação expositiva é que ela ensina a Palavra de Deus no
contexto escolhido pelo Espírito Santo.
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Dá ao pregador uma oportunidade muita boa de fornecer um modelo de estudo
bíblico.
Exemplos:
INTRODUÇÃO.
TRANSIÇÃO.
DIVISÕES:
1 – DECRETOU UM JEJUM (4:16a);
TRANSIÇÃO.
DIVISÕES:
CONCLUSÃO.
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7.1 – Seu valor
· Quebra a monotonia;
· Método usado por Jesus em Mt 6:25-34. Jesus também usou em outras ocasiões como a
cruz, o batismo, a ceia do Senhor;
7.2 – Fontes:
· Lar;
· Igreja;
· Sociedade;
· Campo;
· Cidade;
· Trabalho;
· Viagens;
· História da humanidade;
· História bíblica;
· História imaginária (contudo histórias reais sempre são melhores);
· Testemunho (depoimento próprio ou de outros a favor do evangelho).
· Limitar o número;
· Ter variedade;
· Ser claro;
· Na introdução;
· Nas divisões;
· Podendo ser relembrado na conclusão.
· Comparação ou símile – Consiste em comparar uma coisa a outra. Jesus usou este
critério: “O reino dos céus é semelhante a...” (Mt 13.44, etc.);
· Metáfora – Neste tipo dizemos que uma coisa é a outra – uma comparação na qual não
se usam as palavras “como” e “semelhante”. O Senhor Jesus usou esta forma: “Vós sois a luz
do mundo” (Mt 5.14).
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· Metonímia – Esta figura consiste em tomar a parte pelo todo e vice-versa; o geral pelo
particular e o particular pelo geral. “Rachel chora pelos seus filhos” (representando os filhos de
Israel); “Pregar a Israel” (ao povo, não a Jacó). “Pregar o Evangelho a toda a criatura” (humana,
não a todos os seres vivos).
· Hipérbole – Esta figura engrandece ou diminui exageradamente o valor real das coisas ou
idéias. O apóstolo João utilizou-a: “Nem todo o mundo poderia conter os livros que se
escrevessem” (Jo 21.25).
· Parábola – É uma narração alegórica que encerra doutrina moral. Pode ter valor ou
sentido celestial, como vemos na Bíblia. Uma forma de narrar uma verdade através de uma
história.
· Fábula – É uma narração alegórica, cujos personagens geralmente são animais, e encerra
sentido moral. Por exemplo: “O Lobo e o Cordeiro”, “O Elefante e a Formiga”.
· Alegoria – Funciona à base de personificação. Não deixa de ser uma forma de metáfora
quanto ao sentido que imprime ao caso.
· Analogia – Em literatura, analogia é a semelhança entre duas coisas sob certos aspectos.
É o processo pelo qual o espírito, observando as relações e semelhanças das coisas, se eleva ao
descobrimento da razão dessas relações e semelhanças. Por exemplo, as relações que existem
entre as línguas neolatinas.
· Anedota – É conto sucinto, rápido, de uma particularidade histórica ou aventura curiosa e
divertida. A anedota precisa ser bem escolhida.
· Prosopopéia – É a figura de retórica onde falam pessoas ausentes ou mortas, e coisas
inanimadas. Encontramos esta figura na Bíblia: “Os céus declaram a glória de Deus e o
firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl 19.1).
· Episódio biográfico – É um tipo muito utilizado para ilustrar sermões. São pequenos
testemunhos de alguém conhecido por todos.
A mensagem hebraica era a Palavra de Deus, transmitida pelos profetas, rabinos, sacerdotes,
escribas e outros ao povo hebreu. Não havia preocupação com a oratória, mesmo sob
influência dos romanos. Chega o Cristianismo, e as coisas mudam, face aos novos objetivos. A
retórica vai contribuir com a forma, isto é, com as regras.
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Nos sermões de Paulo, pelo que se lê em Atos dos Apóstolos e em seus escritos epistolares,
encontramos evidências de que ele conhecia bem retórica.
· O segundo século – encontramos ainda a influência da retórica nas mensagens cristãs de
Clemente de Alexandria (160-220), Tertuliano (150-220), comprovada através de seus escritos.
É, contudo, Orígenes (185-250) quem dá início à aplicação da retórica nos sermões, ou oratória
sacra. Sendo ele grande hermeneuta (intérprete de textos), começa uma dissertação formal,
que muito contribui para o discurso cristão.
Pregar é falar, obviamente. Assim, pregar bem é falar bem. Os pregadores de renome
souberam usar, com muita eficácia, a voz e os recursos naturais, intelectuais e retóricos.
George Whitefield foi um grande pregador, orador de muita retórica, e influenciou grandes
auditórios com sua poderosa e eloquente mensagem. Fazia-se entender até pela expressão do
rosto; diziam que sua voz parecia música, e seus gestos, paixão. Por isso afirmamos que a
técnica da eloquência não deve ser descuidada pelo pregador.
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Não se descuide do auditório – não se distraia com nada.
· Expressão Corporal – É o que o famoso orador e político Cícero chama de “sermos
corporis” (sermão do corpo ou fala do corpo). Inclui a expressão do rosto e a postura. A
expressão corporal deve ser sugestiva, mais que imitativa. Jamais deve o pregador fazer o
gesto antes de falar. O movimento corporal não deve ser excessivo, com muita frequência. Isto
leva também a monotonia. Em todos estes atos deve haver vida e liberdade para que as
atitudes se revistam de poder comunicativo. Às vezes um gesto é mais expressivo que muitas
palavras. Por exemplo: o dedo colocado nos lábios para pedir silêncio. É melhor, mais
expressivo do que dizer: “Não fale!” Os gestos incluem:
· Evite o nervosismo – Um pouco de nervosismo até pode ajudar a emoção, mas o excesso
traz desequilíbrio emocional capaz de comprometer a atuação do pregador.
· A postura emocional é fundamental – A humildade como sentimento natural do homem
falível, deve combinar-se com a posição de um embaixador do Reino de Deus. O pregador
pode e deve deixar transparecer suas emoções quando o Espírito Santo lhe tocar o coração.
Deixá-las vir a tona é sinal de honestidade. Pregador que não tem sentimento é superficial. O
pregador manifesta o que á através da mensagem que prega. Crê no que prega, e prega o que
vive, e vive o que crê.
Ajudas adicionais:
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2. BIBLIOTECA BÁSICA DO ESTUDANTE DA BÍBLIA:
a) Bíblias de Estudo
b) Dicionário Bíblico
c) Concordância Bíblica
Bibliografia
[2] EGGER, Wilhelm. Metodologia do Novo Testamento. São Paulo: Ed. Loyola, 1983, p.23
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