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UFCD 9883

Extinção de Incêndios Urbanos


Iniciação

Sessão 9883-S2

Segurança na Intervenção

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Segurança na intervenção

• Triângulo da segurança;

• Principais riscos;

• Proteção individual;

• Regras básicas de segurança;


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• Procedimentos de abertura de portas;

• Procedimento quando desorientado;


(T) 60 min. • Riscos específicos.
(P) 240 min.

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USO EXCLUSIVO DA ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS

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No final da sessão o formando deverá ser capaz de:

• Identificar os elementos que constituem o triângulo de


segurança;
• Descrever os principais riscos a que os bombeiros estão
expostos;
• Elencar as diferentes regras básicas de segurança;
• Identificar os procedimentos a adotar em caso de
desorientação;
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• Reconhecer os riscos específicos a que a atividade de


bombeiro está sujeita;
• Abrir a porta de um compartimento com incêndio, de
modo a entrar e permanecer em segurança no interior
do espaço afetado.

Triângulo da segurança
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Equipamento de
proteção individual Condição física
e psíquica

Conhecimentos e treino

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Principais riscos
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• Exposição a atmosferas perigosas com a presença de gases


de combustão tóxicos, fumo, ar quente e elevado teor de
humidade;
• Possibilidade de queimaduras, pelo calor e pelo vapor de
água;
• Risco de explosões, de derrocada e de queda de objetos;
• Possibilidade de quedas, ferimentos vários e exaustão pelo
esforço físico despendido;
• Risco de eletrocussão;
• Possibilidade de existirem matérias perigosas com riscos
muito diversificados.

Proteção individual
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• Utilização obrigatória:

− Equipamento de proteção individual.

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Regras básicas de segurança
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Quanto à evolução do incêndio

• Ter máxima atenção à evolução do incêndio para não ser apanhado de


surpresa ou ficar cercado;

• Ter muito cuidado quando existem atmosferas eventualmente


explosivas e quando há condições para ocorrerem explosões de fumo;

• Redobrar a atenção em edifícios industriais ou grandes armazéns, pois


pode existir uma elevada carga de incêndio ou matérias perigosas;

• Em naves industriais, grandes armazéns e amplos espaços comerciais


ter atenção que a ausência de compartimentação pode facilitar a
propagação do incêndio a todo o espaço.

Regras básicas de segurança


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Quanto ao trabalho em equipa

• Manter sempre o contacto com o chefe


de equipa e restantes elementos da
equipa:
− Nunca atuar isoladamente;
− Comunicar permanentemente com
o chefe de equipa, colaborando e
cumprindo rigorosamente as
instruções recebidas;

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Regras básicas de segurança
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Quanto ao trabalho em equipa



• Certificar-se que entendeu perfeitamente as instruções
recebidas do chefe de equipa:
− Questionar o chefe até ficar totalmente esclarecido;
− Repetir as instruções, em especial se não forem claras;
− Saber sempre o que é suposto fazer.

Regras básicas de segurança


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Quanto à atitude na atuação

• Atuar sempre em função do comportamento do incêndio e


das condições do edifício;

• Combater o incêndio com agressividade, mas garantir em


primeiro lugar a segurança;

• Prever caminhos de fuga e locais seguros para se


proteger;

• Em caso de emergência, estar sempre alerta, manter a


calma, pensar com clareza e agir com prontidão,
condições essenciais para poder sobreviver;

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Regras básicas de segurança
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Quanto à atitude na atuação


• Se as características do edifício e/ou as condições de


visibilidade tornarem a deslocação difícil e morosa,
intensificar os seguintes procedimentos:
− Verificar sempre onde se encontra o incêndio;
− Saber sempre para onde vai;
− Manter-se o mais perto possível de um caminho de
fuga;
− Permanecer sempre junto à equipa para não se perder;
− Garantir sempre o contacto com o chefe de equipa;

Regras básicas de segurança


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Quanto à atitude na atuação


• Ter cuidado com a instalação elétrica,
nomeadamente quando combater o
incêndio com água, devendo
assegurar-se que a instalação elétrica
não está sob tensão;

• Não colocar ferramentas, outros


equipamentos ou escombros em
locais de passagem, nem onde
possam provocar a queda ou
ferimentos ao pessoal.

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Regras básicas de segurança
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Quanto à atitude na atuação


• No caso de incêndios muito intensos em compartimentos, como em


certas industrias e armazéns com elevada carga de incêndio:
− Utilizar as paredes mais resistentes como proteção;
− Utilizar uma segunda linha de mangueira para proteção da
equipa;
− Entrar no compartimento, apenas, se existirem condições de
segurança;

Regras básicas de segurança


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Quanto à atitude na atuação
• Se uma cobertura for considerada segura, a atuação da equipa deve
respeitar os seguintes cuidados:
− Usar o equipamento de proteção individual (como no interior);
− Segurar o pessoal por espia de trabalho a um ponto fixo;
− Deslocar-se cuidadosamente pelos pontos mais resistentes
(vigas ou telhas passadeiras);
− Manusear as agulhetas com muito cuidado, tendo em conta a
reação da agulheta;

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Regras básicas de segurança
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Quanto à atitude na atuação



• Na utilização de escadas manuais em fachadas:

− Garantir que estão


perfeitamente fixadas;
− Não exceder o número
máximo de pessoas sobre a
escada;
− Posicionar a escada de
modo a que o pessoal fique
protegido das chamas, fumo
e gases, bem como da
queda de materiais.

Regras básicas de segurança


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Quanto à atitude na atuação


• Na atuação no exterior junto a edifícios deve cumprir-se o seguinte:


− Usar o equipamento de proteção individual (como no interior);
− Estar afastado à distância de segurança indicada
superiormente;
− Caso tenha que se aproximar, prestar muita atenção à queda
de vidros ou de outros materiais.

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Procedimentos de abertura de portas
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• Se a porta estiver aberta, deve ser fechada para controlar a


entrada de ar que alimenta a combustão;
• A técnica de acesso exige dois bombeiros, um para a porta e
outro para a agulheta;
• Não abrir a porta sem ter uma linha de mangueira para ataque
pronta e purgada;
• Abaixar-se ou ajoelhar-se junto à porta e usa-la para proteção;

Procedimentos de abertura de portas


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• Se a porta abrir para dentro, usar uma ferramenta manual para


controlar a abertura da porta;

• Tatear a porta com as costas da mão, de baixo para cima, de


forma a sentir a temperatura;

• Se estiver quente, molhar a porta com uma projeção de água


em cone de ataque e observar a linha de evaporação, pois
esta indica a altura do plano neutro;

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Procedimentos de abertura de portas
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• Abrir a porta o suficiente para introduzir a
agulheta;

• Observar o volume, direção, cor, velocidade e


densidade do fumo;

• Verificar a existência de fogo ou vitimas à


entrada do compartimento através da
abertura efetuada;

• Num ângulo de 45º abrir a agulheta em cone


de ataque durante dois a três segundos para
a camada superior do interior do
compartimento;

Procedimentos de abertura de portas


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• Observar a reação e fechar a porta;

• Os procedimentos anteriores devem


demorar, sensivelmente 10 segundos;

• Esperar mais 10 segundos e repetir o


processo;

• Manter a calma e usar esta pausa para


que a equipa se organize;

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Procedimentos de abertura de portas
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• Se as condições permitirem penetrar no compartimento;

• Nesta ocasião passaram cerca de 30 segundos e o interior do


compartimento vai estar com bastante vapor e visibilidade reduzida;
• Ao evoluir no interior, fechar todas as portas à passagem, de forma a
controlar o ambiente e a propagação do incêndio;

• Se necessário progredir efetuando projeções em cone de ataque


dirigidos à camada superior para arrefecer, diluir e inertizar o ambiente
do compartimento.

Procedimentos de abertura de portas


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Linha de mangueira de proteção

• A linha de mangueira de proteção deve permanecer à entrada do


compartimento, pronta e devidamente guarnecida;
• O n.º 1 da linha de mangueira de proteção deve fechar a porta de
acesso, por forma a controlar a entrada de ar ou abrir para
permitir a subida do plano neutro, sempre coordenando com a
equipa de ataque no interior;
• Quando a equipa de ataque tiver penetrado no espaço mais de
15 metros, a equipa de proteção deve entrar no compartimento,
mantendo sempre que possível a mesma distância entre equipas.

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Procedimento quando desorientado
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• Em caso de desorientação dentro de um edifício, deve-se:


− Manter a calma, pois a ansiedade reduz a capacidade de
pensar e reagir com a necessária rapidez, levando a um
aumento do consumo do ar do ARICA;
− Procurar uma qualquer saída do edifício ou da área em risco
de ser atingida pelo incêndio;
− Não encontrando um caminho de fuga, procurar um lugar
relativamente seguro, ativar o alarme pessoal de segurança
(APS) e ligar a lanterna;
− Deitar-se no pavimento e apontar a lanterna para o teto do
compartimento;
− Efetuar através do rádio portátil, o procedimento Mayday.

Procedimento quando desorientado


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• Em caso de ficar preso por colapso da estrutura do edifício ou


por qualquer tipo de lesão, deve-se:
− Ativar, de imediato o APS;
− Manter a serenidade, de modo a poupar ao máximo o ar
do ARICA.

• Em caso de ficar exausto ou perto


da inconsciência, deitar-se no
pavimento junto a uma parede
exterior, de um corredor ou de uma
porta e apontar a lanterna para o
teto do compartimento.

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Procedimento quando desorientado
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Procedimento Mayday
• Utilizado internacionalmente em situação de emergência;
• Quem está em perigo lança o pedido, via rádio, repetindo
três vezes a palavra:
“Mayday, Mayday, Mayday”
• Quem está a comandar a operação deve ordenar, de
imediato, via rádio, a todo o pessoal envolvido:

“Silêncio, Silêncio, Silêncio”


• Quem fez o pedido descreve a situação em que se encontra
(procedimento LUNAR);
• Quem está a comandar determina a passagem de todas as
outras comunicações para um canal diferente, mantendo o
canal original de trabalho para comunicar com o bombeiro
em dificuldade.

Procedimento quando desorientado


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Procedimento Mayday

• Após efetuar o pedido, deve-se:


− Alertar as equipas na proximidade;
− Ativar o APS, que deve estar silenciado durante a
transmissão da informação via rádio;
− Controlar a respiração e monitorizar a pressão do ARICA;
− Procurar saídas;
− Ficar calmo;
− Manter-se baixo;
− Nunca desistir – a ajuda está a caminho.

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Procedimento quando desorientado
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Procedimento LUNAR

• Utilizado para descrever a situação de emergência em


linguagem simples e clara:

L Localização (onde se encontra)

U Unidade (equipa a que pertence)

N Nome (quem é)

A Ar (pressão residual do ARICA)

R Recursos (o que precisa)

Riscos específicos
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Corrente elétrica

• O uso generalizado da eletricidade como forma


de energia faz com que, na maioria dos incêndios
urbanos existam riscos para o bombeiro
relacionados com a corrente elétrica;

• O corpo humano e a água – o agente extintor


mais comum – são bons condutores da corrente
elétrica, pelo que devem ser tomadas medidas no
sentido de minimizar o risco associado;

• Os acidentes deste tipo podem levar a paragens


cardiorrespiratórias e queimaduras graves nos
pontos de entrada, passagem e saída da corrente
elétrica.

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Riscos específicos
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Corrente elétrica

• As medidas de segurança mais comuns são:


− Cortar a energia elétrica no edifício ou no piso atingido;
− Usar equipamentos isolantes;
− Utilizar agentes extintores não condutores de eletricidade.

Alguns aparelhos mantêm a corrente elétrica mesmo


após serem desligados da fonte de energia.

Riscos específicos
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Explosão

• O risco de explosão está presente, quer pela eventual existência de


substâncias explosivas, quer pela acumulação de monóxido de
carbono em espaços não ventilados (explosão de fumo);

• O efeito mais nefasto é o provocado pela onda de choque da


explosão que depende do tipo de material presente;

• Se ocorrer uma explosão, o bombeiro


pode ser projetado contra uma estrutura
ou ser atingido pelos destroços, podendo
ter como consequência lesões graves ou
a morte imediata;

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Riscos específicos
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Explosão

• Perante o risco de explosão, deve ser dada ordem de retirada


imediata;
• Não sendo possível retirar, procurar proteção numa estrutura
resistente à onda de choque e permanecer o mais baixo
possível.

Manter-se agachado e proteger-se com uma parede ou porta resistente.

Riscos específicos
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Substâncias radioativas

• Nos incêndios em determinadas instalações específicas, o


bombeiro pode ficar exposto aos efeitos da radioatividade;

• Os locais de tratamento e diagnóstico por radiação e os


laboratórios podem conter produtos radioativos e, em caso
de incêndio, o risco pode estar presente;

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Riscos específicos
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Substâncias radioativas

• Na extinção de incêndios com presença de


material radioativo, utiliza-se o
equipamento de proteção individual,
incluindo ARICA;

• Na presença destes materiais, o tempo de


exposição deve ser o mínimo possível
quando a distância à fonte for de 10 metros;

• Ao sair da zona do incidente, o bombeiro


deve ser imediatamente monitorizado para
se detetar, eventual contaminação.

Riscos específicos
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Produtos químicos

• Os produtos químicos apresentam dois tipos de problemas:


– Exposição do bombeiro ao produto por efeito da
degradação do equipamento de proteção individual;
– Formação de atmosferas explosivas pela combinação de
produtos incompatíveis;

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Riscos específicos
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Produtos químicos

• Os riscos da presença de produtos químicos podem ser minimizados:
– Pelo conhecimento prévio dos químicos envolvidos;
– Pelo conhecimento e interpretação das etiquetas de perigo;
– Pelo uso de equipamentos de deteção e medida;
– Pelo uso de equipamentos de proteção individual específicos.

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Triângulo da segurança;

Principais riscos;

Proteção individual;

Regras básicas de segurança;

Procedimentos de abertura de portas;

Procedimento quando desorientado;

36 Riscos específicos.

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• Abertura de porta em
compartimento com incêndio

FICHA DE MANOBRA
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MA01-001

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VERSÃO 1
2019

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