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Eletricidade Básica

Apostila do Participante
Índice

Introdução 03
História da Eletricidade 04
Princípios da Eletricidade 05
Matéria 05
Molécula 05
Átomo 05
Elétrons 05
Prótons 05
Nêutrons 05
Átomo com carga positiva ou Cátion 06
Átomo com carga negativa ou Ânion 06
Geração de Energia Elétrica 07
Geração de energia elétrica por Atrito 07
Geração de energia elétrica por Pressão 07
Geração de energia elétrica por Calor 08
Geração de energia elétrica por Luz 08
Geração de energia elétrica por Reação Química 08
Geração de energia elétrica por Magnetismo 08
Grandezas da Eletricidade 10
Tensão 11
Corrente 11
Corrente contínua ou alternada 12
Resistência 13
Lei de Ohm 13
Segunda Lei de Ohm 13
Resistores / Potenciômetro 15
Unidades de medida 15
Circuito elétrico 16
Circuitos em série, em paralelo e misto 16
Circuitos em série 16
Circuitos em paralelo 17
Circuito misto 17
Circuitos elétricos nos veículos 18
Circuitos elétricos nos veículos – Principais componentes 19
Bateria 19
Alternador 20
Motor de partida 20
Centrais de distribuição de energia 21
Fusíveis 21
Interruptores 21
Relés 22
Módulo de energia principal 22
Curto-circuito 23
Modo de economia de bateria (modo de transporte) 23
Diagramas Elétricos 24
Instrumentos de Medição Elétrica 25
Amperímetro para medir Corrente 25
Voltímetro para medir Tensão 25
Ohmímetro para medir Resistência 25
Multímetro 26
Testes com o Multímetro 28

Eletricidade Básica 2 Apostila do Participante


Introdução
Esta apostila faz parte da Capacitação Técnica Eletricidade Básica, que traz importantes conceitos
que possibilitam a compreensão do funcionamento dos componentes e dos Sistemas
Eletroeletrônicos dos veículos e a execução das operações de diagnóstico e reparação desses.

Os objetivos desta Capacitação são:


 Apresentar os conceitos da eletricidade;
 Apresentar as grandezas e as respectivas unidades de medida;
 Apresentar os principais componentes dos sistemas elétricos e suas respectivas funções;
 Apresentar as configurações de circuitos e diagramas elétricos;
 Apresentar os instrumentos de medição;
 Proporcionar familiaridade no uso do multímetro através de atividades práticas;
 Realizar testes elementares em circuitos do veículo.

Nesta capacitação os participantes vivenciam o manuseio de componentes, a montagem de um


circuito padrão e medições normalmente orientadas pelos Manuais de Serviços dos veículos
Chevrolet. Também são realizadas atividades de reconhecimento da arquitetura elétrica do veículo.

Esta publicação destina-se exclusivamente à capacitação dos profissionais da Rede Chevrolet.


Os produtos Chevrolet estão em constante desenvolvimento tecnológico e, a qualquer tempo, podem
incorporar novas tecnologias.

Participe dos Programas de Capacitação oferecidos pela Chevrolet e acompanhe os Boletins


Informativos a fim de se manter atualizado e aprofundar seus conhecimentos teóricos e práticos.

MATERIAL EXCLUSIVO DE USO INTERNO PARA A CAPACITAÇÃO DA REDE CHEVROLET


1º SEMESTRE / 2016

Eletricidade Básica 3 Apostila do Participante


História da Eletricidade
Desde os primórdios da humanidade, o homem sempre se mostrou curioso sobre diversos assuntos,
entre eles a eletricidade, que hoje é responsável por tantas facilidades no mundo moderno.

A história da eletricidade teve início no século VI a.C., na Grécia Antiga,


quando o filósofo Thales, da cidade de Mileto, ao esfregar âmbar
(elektron em grego), uma resina de árvores pré-históricas, em pele de
carneiro, observou que o âmbar atraía objetos leves como palha,
fragmentos de madeira, penas e fios de cabelo.

Os estudos de Thales foram continuados por diversas personalidades,


como o médico da rainha da Inglaterra, Willian Gilbert, que, em 1600,
denominou o evento de atração dos corpos de Eletricidade. Também foi
ele quem descobriu que outros objetos, ao serem atritados com o
âmbar, também se eletrizavam, e por isso chamou tais objetos de
elétricos.

Em 1730, o físico inglês Stephen Gray identificou que, além da eletrização por atrito, também era
possível eletrizar corpos por contato (encostando um corpo eletrizado num corpo neutro). Através
de tais observações, ele chegou ao conceito de existência de materiais que conduzem a eletricidade
com maior e menor eficácia e os denominou condutores e isolantes elétricos. Com isso, Gray viu a
possibilidade de canalizar a eletricidade e levá-la de um corpo a outro.

O químico francês Charles Dufay também contribuiu enormemente para o aprimoramento dos
estudos da eletricidade, desenvolvendo diversos experimentos acerca da condução da eletricidade
observando que um fio de barbante seco era isolante enquanto que o barbante úmido era condutor.
Estudou detalhadamente o fenômeno da repulsão em corpos carregados (1733), descobrindo
também que os objetos carregados se atraíam em certas circunstâncias enquanto que em outras se
repeliam e propôs a existência de dois tipos de eletricidade, a vítrea, correspondente hoje à carga
positiva, e a resinosa, a forma negativa da carga elétrica.

Em 1750, o conhecido físico e político norte-americano Benjamin Franklin, conduzindo estudo sobre a
eletrização dos corpos, observou que tanto o objeto eletrizado por fricção como o material usado
para friccionar adquirem cargas da mesma grandeza, mas de tipos opostos. Ele criou o conceito de
carga elétrica, e chamando de carga positiva o estado de eletrização do vidro esfregado e carga
negativa o estado de eletrização da seda usada para esfregar o vidro.

As contribuições para o entendimento da natureza da eletricidade se aprofundaram no século XIX,


quando a ideia do Átomo como elemento constituinte da Matéria foi aceita e, com ela, a convicção de
que a Eletricidade é uma propriedade de partículas elementares que compõem o Átomo (Elétrons,
Prótons e Nêutrons).

Eletricidade Básica 4 Apostila do Participante


Princípios da Eletricidade
Matéria - tudo aquilo na forma sólida, líquida ou gasosa, que possui massa e ocupa lugar no espaço.
A matéria também pode ser chamada de ‘corpo’.

Molécula - se dividir a matéria até obter a sua menor parte, encontra-se a Molécula, que conserva as
mesmas características da matéria.

Átomo - se dividir essa parte da matéria ainda mais, encontrar-se o Átomo, que é a menor partícula
capaz de identificar um elemento químico e de participar de uma reação química.

O Átomo é formado por:

Elétrons - partículas de massa muito pequena, de carga elétrica negativa e que se movem muito
rapidamente ao redor do Núcleo, formando a Eletrosfera;

Prótons - partículas que, junto aos Nêutrons, formam o Núcleo do Átomo; possuem carga positiva de
mesmo valor absoluto que a carga dos Elétrons;

Nêutrons - elementos que não possuem carga e que fazem parte do Núcleo do Átomo.

Cargas positivas e negativas se atraem. Portanto, devido à diferença de cargas entre Prótons,
positivas, e Elétrons, negativas, surge uma força de atração. Esta força, que faz com que os Elétrons
orbitem ao redor do Núcleo, como os planetas ao redor do sol, é denominada Força Eletromagnética.

Elétron

Próton

Nêutron

Curiosidade:

O tamanho típico de um Núcleo atômico é 0,000.000.000.000.1 centímetros. Os Elétrons descrevem


órbitas de até 0,000.000.01 centímetros. Isto quer dizer que o tamanho do Núcleo é cerca de 100.000
vezes menor do que o tamanho do Átomo inteiro. Este dado é importante para se ter noção de como a
matéria é "VAZIA". Outro ponto importante é que um Elétron é sempre igual a outro Elétron. Não
existem Elétrons gordos ou magros, novos ou velhos.

Eletricidade Básica 5 Apostila do Participante


Conforme a distância do Núcleo aumenta, os Elétrons de camadas mais afastadas são atraídos com
menor intensidade pelo Núcleo. E quando há um Átomo com carência de Elétrons próximo a outro
Átomo com Elétrons em camadas muito distantes do Núcleo, conhecidos como Elétrons livres, a
tendência é a migração dos Elétrons. Quando um elemento possui Átomos que facilmente cedem
Elétrons para outros Átomos, dizemos que este elemento é do tipo Condutor (de Elétrons). Existem
muitos elementos químicos que possuem esta característica, tais como: a prata, o cobre e o ouro.

Porém, quando os Átomos que compõem determinado material apresentam grande dificuldade em
liberar Elétrons, ou seja, seus Elétrons são fortemente atraídos pelo Núcleo, característica oposta à
dos condutores, classificamos este material como Isolante ou Dielétrico. São exemplos de materiais
isolantes: a borracha, o silicone, o vidro e a cerâmica.
Condutor

Isolante externo Isolante ou dielétrico

Os Átomos no estado natural são eletricamente neutros, ou seja, o número de Prótons é igual ao
número de Elétrons. Quando os números de Prótons e de Elétrons são diferentes, aparecem os Íons,
que são Átomos eletricamente desequilibrados, isto é, que perderam ou receberam Elétrons através
de uma ação externa.
-
+
Átomo com carga positiva ou Cátion - perdeu Elétrons, portanto, possui - + +++ -
menos Elétrons do que Prótons. ++ +

-
-
- -
+
Átomo com carga negativa ou Ânion - recebeu Elétrons, portanto, possui
mais Elétrons do que Prótons.
- + + -
+
- -
-
Eletricidade Básica 6 Apostila do Participante
Normalmente, os Elétrons dos Átomos de elementos condutores “escapam” e se deslocam para os
Átomos vizinhos em movimentos ao acaso, em todas as direções. Quando estimuladas, as cargas
elétricas se movimentam ordenadamente e formam a Corrente Elétrica.

= Corrente Elétrica

Em um condutor, a quantidade de Elétrons transferida de um Átomo para outro, por unidade de


tempo, é extraordinariamente grande. Desta forma, ao fluxo que atravessa a secção transversal de
um condutor dá-se o nome de Corrente Elétrica.

1 Ampére = 6.280.000.000.000.000.000 Elétrons por segundo.

Energia elétrica - forma de energia que surge como consequência da separação de cargas elétricas
da matéria. Assim, o processo que provoca algum tipo de separação dos Elétrons dos Átomos é um
processo de geração de energia elétrica.

Geração de Energia Elétrica


A energia não pode ser criada, nem destruída; ela nunca desaparece, apenas se transforma, ou seja,
passa de uma forma de energia para outra.

As formas mais comuns de geração de energia elétrica são:


Geração de energia elétrica por Atrito - quando corpos de substâncias diferentes, inicialmente
neutros, são esfregados entre si, um deles cede Elétrons, enquanto o outro os
recebe. Ao final, os dois corpos estarão com seus Átomos eletricamente
desequilibrados, eletrizados, carregados com cargas opostas. Um exemplo é a
energia gerada no atrito entre os tecidos dos bancos do veículo e das peças de
roupas dos ocupantes, conhecida como eletricidade estática.

Geração de energia elétrica por Pressão - alguns cristais têm a propriedade de adquirir cargas
elétricas em sua superfície quando sofrem algum tipo de pressão. São os cristais
piezoelétricos. Os antigos toca-discos utilizam uma agulha de cristal, que gera
uma pequena voltagem no contato com o sulco do disco de vinil. O sensor de
pressão absoluta do coletor (MAP) trabalha com uma pequena membrana de
cristal, do tipo piezoelétrico, que varia sua resistência de acordo com o grau de
deformação dessa membrana. Quanto maior for o grau de deformação maior
será a sua resistência e menor será o valor de tensão recebido pelo ECM.

Eletricidade Básica 7 Apostila do Participante


Geração de energia elétrica por Calor - o contato de metais diferentes
provoca o rearranjo entre Elétrons livres. O aquecimento dessa junção
aumenta esse efeito. A esse tipo de junção damos o nome de termopar,
utilizado por exemplo em termômetros digitais para medir temperaturas.

Geração de energia elétrica por Luz - fotodiodos são capazes de provocar a


movimentação de elétrons quando expostos à luz. O conjunto desses diodos
ligados em série forma o que chamamos de “célula fotovoltaica”. Por exemplo,
essas células são muito usadas nas calculadoras operadas com “bateria solar”. Esse principio
também é aplicado no sensor de chuva , cuja função é medir a intensidade da
luz refletida no para-brisa. Para isso, conta com um diodo que libera um
pequeno feixe luminoso que é refletido sobre a superfície do vidro e é recebido por um fotodiodo-
receptor, que funciona conforme a intensidade da luz por ele absorvida. Gotículas depositadas sobre
a superfície do para-brisa desviam parte da luz emitida pelo diodo, diminuindo a incidência de luz
sobre o sensor. Desta forma, quanto maior for o volume de água, menor será o feixe de luz recebido
pelo fotodiodo.

Geração de energia elétrica por Reação Química - quando metais diferentes são
colocados em uma solução ácida, cada metal pode adquirir uma carga de sinal
contrário à do outro utilizando-se do meio ácido para formar compostos
intermediários. Nesse caso há conversão da energia química em energia elétrica.

Geração de energia elétrica por Magnetismo - a principal forma de geração de energia elétrica para
uso industrial, comercial e doméstico. O magnetismo é a propriedade de certos materiais exercer
uma atração sobre materiais ferrosos, propriedade esta muito utilizada em eletricidade e eletrônica.

Alguns materiais encontrados na natureza apresentam propriedades magnéticas naturais. Estes


materiais são denominados ímãs naturais. A magnetita é um minério de ferro que é naturalmente
magnético, ou seja, é um ímã natural. E existem, na maioria das aplicações, os ímãs artificiais, que são
feitos de materiais ferrosos magnetizados por processos artificiais.

Hoje é impossível estudar eletricidade e magnetismo de maneira separada. Assim como a


eletricidade, o magnetismo pode ser explicado através da movimentação dos Elétrons. E para
identificar se o material é magnético ou não, basta colocá-lo próximo a outro material ferroso.
Linhas de Indução
Existem duas formas básicas de se obter um campo magnético:

A primeira tem a ver com o fenômeno do campo magnético de um


ímã permanente, natural ou artificial.

A segunda forma tem a ver com o campo criado por uma corrente
elétrica, também conhecido por campo eletromagnético. As linhas
de força do campo magnético (B) criado pela corrente elétrica (I)
que passa pelo condutor são circunferências.

Importante: Havendo um campo magnético em algum lugar do espaço, este exercerá uma força sobre
as cargas elétricas em movimento.

Eletricidade Básica 8 Apostila do Participante


O cientista Michael Faraday descobriu o fenômeno da indução eletromagnética, que revolucionou o
estudo do eletromagnetismo. Graças a esse fenômeno foi possível construir aparelhos que
transformam a energia mecânica em energia elétrica.

O principio de funcionamento desses aparelhos pode ser descrito da seguinte forma: ao girar um ímã
(indutor) diante de uma bobina fixa (induzido), o campo magnético do imã induz o fluxo de Elétrons
na bobina. O imã deve ser movimentado para que isso aconteça e a energia utilizada para essa
movimentação é a energia mecânica.

No mundo moderno, são diversas as aplicações dos transformadores de energia mecânica em


elétrica. Uma delas é a utilização em usinas hidrelétricas, a principal fonte de energia elétrica no
Brasil.
Energia
elétrica

Energia
mecânica

Veja na ilustração que a água se desloca por gravidade do nível mais alto (do reservatório) até o nível
mais baixo (do rio) através de uma tubulação e, no final do percurso, encontra as pás da turbina,
fazendo com que essa se movimente. O movimento da turbina é acompanhado por todo o conjunto
superior, pois estão conectados a um único elemento, o veio central. A parte superior do conjunto é
uma combinação de ímãs rotativos que, ao serem movimentados, provocam o fenômeno da indução
eletromagnética, gerando corrente elétrica indutiva.

Enquanto nas hidrelétricas as turbinas são movimentadas pelo deslocamento da água, nas
termoelétricas, combustíveis como carvão, Diesel ou gás natural são queimados para aquecer água
armazenada em uma caldeira, que se transforma em vapor à alta pressão, que é direcionado para
movimentar a turbina conectada ao gerador de corrente elétrica. Nas usinas nucleares, a caldeira é
aquecida pela energia liberada na fissão (quebra) de átomos de urânio.

No veículo, o alternador, acionado pelo motor por meio de correias e polias, transforma a energia
mecânica em energia elétrica para suprir a demanda de todos os componentes e sistemas
consumidores de energia elétrica e para carregar a bateria.

Eletricidade Básica 9 Apostila do Participante


Grandezas da Eletricidade
A eletricidade está presente diariamente em nossas vidas. À nossa volta fluem cargas elétricas que
produzem fenômenos como a luz, o som e o calor. Para entender como esses são obtidos, é preciso,
em primeiro lugar, compreender as Grandezas da Eletricidade.

Vamos nos concentrar em algumas das principais Grandezas da Eletricidade, que fazem parte do
nosso cotidiano: a Tensão, a Corrente e a Resistência Elétrica. E para facilitar o nosso entendimento
sobre essas grandezas, faremos uma analogia do funcionamento de circuitos fisicamente muito
diferentes, mas com comportamentos bem parecidos: o hidráulico e o elétrico de corrente contínua.

Tensão (ddp) > 0


Interruptor
potencial (ddp) >0

desligado
Diferença de

Válvula
fechada

Corrente = 0 Lâmpada
Fluxo = 0 Turbina apagada
parada (Resistência)

Enquanto a caixa d´água da esquerda está cheia, ela acumula toda a energia desse sistema.
Chamamos essa energia acumulada de Diferença de Potencial, ddp. Fazendo o comparativo entre os
circuitos, vemos que a bateria faz o papel da caixa d’água, acumulando a energia do sistema.

A válvula, enquanto estiver fechada, impede o fluxo da água, assim como o interruptor faz com a
corrente elétrica. Não havendo fluxo de água, a turbina não é movimentada, assim como ocorre com
a lâmpada no circuito elétrico, que permanece apagada.

Diferença de
potencial (ddp) > 0
Tensão (ddp) > 0

Interruptor
ligado

Válvula
Aberta

Corrente > 0 Lâmpada


Fluxo > 0 Turbina acesa
rodando (Resistência)

Assim que a válvula é aberta, inicia o fluxo de água para que se dê o equilíbrio do sistema.

Quando o interruptor do circuito elétrico é ligado, passa a ocorrer a corrente elétrica, que também
tem o objetivo de equilibrar o sistema.

Agora o fluxo de água movimenta a turbina, que oferece certa resistência ao fluxo, consumindo parte
da energia acumulada pela Diferença de Potencial. O mesmo acontece com a lâmpada, que acende
com a passagem da corrente elétrica, consumindo energia acumulada na bateria.

Eletricidade Básica 10 Apostila do Participante


Diferença de
potencial (ddp) = 0

Tensão (ddp) > 0


Interruptor
ligado

Válvula
aberta

Fluxo = 0 Turbina Corrente = 0 Lâmpada


parada apagada
(Resistência)

O fluxo torna-se nulo novamente quando os sistemas atingem o equilíbrio, quando não há mais a
Diferença de Potencial. Em nosso circuito elétrico, o equilíbrio ocorre quando a bateria descarrega.

A turbina está parada e a lâmpada, apagada, porém, a resistência de ambas está lá, pois é uma
característica do componente.

Tensão

A tensão elétrica, cuja sigla é a letra U, é a diferença de potencial elétrico ou o


desequilíbrio entre dois pontos, ou seja, é a tendência dos Elétrons irem de um
ponto a outro. A unidade de medida da tensão elétrica é o Volt (V), uma
homenagem a Alessandro Volta, o inventor da pilha elétrica.

Excesso Faltam
de Elétrons Elétrons

Alessandro Volta

Corrente

A corrente elétrica, cuja sigla é a letra I, consiste no movimento orientado dos


Elétrons provocado pelo desequilíbrio elétrico entre dois pontos. A unidade de
medida da corrente elétrica é o Ampère (A), uma homenagem a André-Marie
Ampère, cientista famoso pelas investigações dos fenômenos eletrodinâmicos.

André-Marie
Ampère

Eletricidade Básica 11 Apostila do Participante


Corrente contínua ou alternada

O fluxo de Elétrons, que se movimentam por um condutor, pode ser parecido com o que acontece no
circuito hidráulico já visto, onde o movimento tem um único sentido. Essa corrente é chamada de
Corrente Contínua (CC ou DC), que flui do polo negativo para o polo positivo (sentido real da CC). É a
mesma que encontramos em pilhas e baterias.

Ainda pode-se encontrar uma outra forma da corrente contínua, a Corrente Contínua Pulsante.
Embora a corrente não altere o seu sentido, o fluxo de Elétrons dentro do condutor pode ser em
pulsos, passando por variações de intensidade no decorrer do tempo. Geralmente esse modelo é
encontrado em retificadores de corrente alternada.

No entanto, a energia elétrica que usamos em casa é produzida por


alguma usina e precisa percorrer centenas de quilômetros até chegar às
nossas tomadas. Se fosse utilizada a Corrente Contínua para transmiti-la,
o desperdício seria muito grande até chegar ao destino.

Na Corrente Alternada (AC ou CA), o fluxo de Elétrons não segue em sentido único: ora os Elétrons vão
para a frente, ora para trás. A frequência que a corrente faz essa troca depende do padrão
estabelecido para o pais, que no caso dos países europeus é de 50 vezes em um segundo (50 Hz) e
nos países americanos é de 60 vezes em um segundo (60 Hz), ou seja, a troca de sentido ocorre 120
vezes por segundo. Com esse movimento, a força necessária para gerar esse tipo de corrente é
menor e pode-se atingir valores de voltagem altíssimos. Como quanto maior a voltagem, maior a
distância que a rede consegue alcançar sem perder força, a corrente alternada se torna bem mais
eficaz na transmissão do que a corrente continua.
Corrente Contínua Corrente Alternada
1 Hertz

A corrente alternada ainda permite a utilização de transformadores, que aumentam a tensão e, com
isso, aumentam a distância alcançada pela rede. Na corrente contínua não há a possibilidade de
aumento da tensão.

A corrente alternada é a forma mais eficiente de fornecer energia elétrica, porém, a maioria dos
dispositivos eletrônicos necessita de corrente contínua para funcionar. Por essa razão, conversores
de corrente alternada para corrente contínua ou são parte dos próprios dispositivos ou parte de seus
cabos de alimentação. Normalmente, um retificador de corrente consiste em quatro diodos dispostos
na forma de losango, um tipo de configuração chamada de ponte retificadora. Um diodo permite que
a corrente passe em apenas uma direção; a configuração em losango propicia que dois diodos
passem metade da corrente para positiva e que os outros dois passem a outra metade para negativa.

Inversores de corrente, encontrados em conjuntos geradores a partir de energia solar, transformam


corrente contínua em corrente alternada, transformando as baixas tensões dos painéis e baterias
para até 110 V, 220 V ou outra tensão.

Eletricidade Básica 12 Apostila do Participante


Resistência

A Resistência elétrica, cuja sigla é a letra R, é a capacidade do corpo se opor à


passagem da corrente elétrica, ou seja, é a dificuldade oferecida aos Elétrons
para atravessar determinado corpo. A unidade de medida da resistência
elétrica é o Ohm (Ω), uma homenagem a Georg Simon Ohm, cientista que
formulou o enunciado que descreve a relação entre as Grandezas da
Eletricidade.

Georg Simon
Ohm

Lei de Ohm

Segundo a Lei de Ohm: "A intensidade da corrente elétrica que percorre um condutor é diretamente
proporcional à diferença de potencial e inversamente proporcional à resistência elétrica do circuito”.
A partir dessa afirmativa, podemos concluir que o valor da Resistência elétrica é igual ao resultado
da divisão entre os valores de Tensão e Corrente em um condutor, ou seja, se os valores de Corrente
e Tensão num dado condutor forem conhecidos, é possível calcular o valor da Resistência. Desta
lógica, é possível extrair as outras relações.

U
Tensão
(V)

÷ ÷
R x I
Resistência Corrente
(Ω) (A)

R = U U = RxI I = U
I R

Exemplos: R = 12 = 6 Ω U = 6 x 2 = 12 V I = 12 = 2 A
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Eletricidade Básica 13 Apostila do Participante


Segunda Lei de Ohm

Já a Segunda Lei de Ohm explica: “A resistência de um condutor homogêneo de secção transversal


constante é proporcional ao seu comprimento e da natureza do material de sua construção, e é
inversamente proporcional à área de sua secção transversal. Em alguns materiais também depende
de sua temperatura.”
ℓ A
R = ρxℓ
A
Onde:

ρ= resistividade é uma característica do material usado na constituição do condutor e da sua


temperatura;

ℓ= comprimento do condutor;

A= área da secção transversal.

Portanto, além da natureza do material que é constituído, um condutor cilíndrico de comprimento ℓ e


de área de secção transversal A tem maior resistência elétrica quanto maior for o comprimento ℓ e
menor for a secção A.

A resistência de um condutor também pode variar com a temperatura. No caso dos metais, a
resistência aumenta quando a temperatura aumenta. Por exemplo: o valor de 22,4Ω representa a
resistência elétrica de uma lâmpada desligada, com o filamento do metal tungstênio a 20ºC; quando
a lâmpada está ligada, isto é, muito aquecida, o valor de resistência do filamento é de 302,5Ω.

Mas, há certas substâncias cuja resistência diminui à medida que a temperatura aumenta; as
principais são o carbono e o telúrio.

Metal

Carbono

Existem ligas metálicas cuja resistência não varia com a temperatura. As mais importantes são:
Constantan (níquel, cobre e zinco), Manganina (cobre e manganês) e Niquelina (cobre, manganês e
níquel).

Normalmente, ao baixar a temperatura dos metais, a resistência diminui. Mas, à temperaturas muito
baixas, próximas do zero absoluto, os metais não se comportam todos do mesmo modo. Há metais
cuja resistividade vai diminuindo com a temperatura, mas não se anula por mais que se baixe a
temperatura. Porém, há um grupo de metais que, quando uma certa temperatura é atingida, a
resistividade cai bruscamente e chega a se anular a temperaturas muito baixas; são os
supercondutores (ex.: Mercúrio a 4,19oK, Tório a 1,4oK e Chumbo a 7,2oK).

Eletricidade Básica 14 Apostila do Participante


Resistores

Os Resistores são componentes que convertem energia elétrica em térmica e que têm duas funções
básicas: ora transformam a energia elétrica em térmica (efeito Joule), ora limitam a quantidade de
corrente elétrica em um circuito, ou seja, oferecem resistência à passagem de Elétrons.

Quando um resistor é percorrido por uma corrente elétrica ocorrem choques entre os Elétrons. Em
consequência desses milhares de choques, ocorre o aumento na temperatura do resistor e pode-se
controlar a corrente elétrica que atravessa determinado circuito eletrônico.

Alguns exemplos de resistores utilizados no nosso cotidiano são: o filamento de uma lâmpada
incandescente, o aquecedor do chuveiro elétrico, a resistência do ferro elétrico e os resistores
encontrados em diversos aparelhos eletrônicos como televisores, rádios e amplificadores.

O sensor de temperatura do fluido de arrefecimento do motor é um termo-resistor do tipo NTC


(resistência inversamente proporcional à temperatura). Em contato com o fluido de arrefecimento,
quando o motor está frio, sua resistência elétrica é alta. À medida que o motor aquece, a resistência
elétrica do sensor diminui. O ECM utiliza essa informação para calcular a relação ar/combustível e o
funcionamento do eletro-ventilador no sistema de arrefecimento.

Potenciômetro

Também conhecido como Resistor Variável ou Reostato, o


Potenciômetro tem a finalidade de ajustar o fluxo da corrente
elétrica em um circuito através da variação da resistência. O
Potenciômetro controla de forma precisa os níveis de resistência
e, como consequência, a corrente elétrica. São exemplos da sua
aplicação: o botão de volume do rádio e o controle do corpo de
borboleta em veículos com comando eletrônico do acelerador.

Unidades de medida
As unidades de medida dessas grandezas da eletricidade, segundo o padrão do sistema
internacional, têm múltiplos e submúltiplos. A tabela abaixo apresenta os principais.

Denominação Prefixo Símbolo Fator multiplicador Tensão Corrente Resistência

Giga G x 109 = x 1.000.000.000 GV GA GΩ

Múltiplos Mega M x 106 = x 1.000.000 MV MA MΩ

Quilo K x 103 = x 1.000 KV KA KΩ

Unidade - - - V A Ω

Mili m x 10-3 = x 0,001 mV mA mΩ

Submúltiplos Micro μ x 10-6 = x 0,000.001 μV μA μΩ

Nano n x 10-9 = x 0,000.000.001 nV nA nΩ

Eletricidade Básica 15 Apostila do Participante


Circuito elétrico
A palavra circuito remete a um caminho fechado onde o fim é também o começo. O termo circuito
elétrico é explicado como sendo um ou mais caminhos fechados em que se percorre a corrente
elétrica.

Circuitos elétricos funcionais são compostos basicamente por


uma fonte de tensão, podendo ser uma tomada, uma bateria, uma
pilha, uma associação de várias pilhas ou qualquer outra fonte
onde haja uma diferença de potencial elétrico. O segundo
elemento de um circuito é uma carga, que consume energia
elétrica e a transforma em outra forma de energia (uma lâmpada,
um resistor, um motor, uma buzina, etc). E por último condutores
elétricos (cabos elétricos) que conduzam a corrente elétrica entre
a fonte, que a produz e a carga que a consome.

Para complementar o circuito, podem ser instalados, adicionalmente, componentes de controle e


comando das cargas, como por exemplo, um interruptor para ligar e desligar a lâmpada deste
circuito.

Circuitos em série, em paralelo e misto

O circuito descrito acima, configura um circuito simples, de apenas uma carga. Caso seja necessária
a ligação de mais de uma carga, estas podem ser configuradas em série, em paralelo ou de forma
mista.

Circuito em série

Quando as cargas estão em série, a corrente elétrica não têm nenhuma divisão, pois há somente um
caminho a percorrer. No exemplo acima, duas lâmpadas são alimentadas por uma bateria em um
circuito em série. A corrente flui do polo negativo da bateria para cada lâmpada, uma por vez, na
ordem em que elas estão conectadas ao circuito.

Neste caso, como a eletricidade só pode fluir através de um caminho, se uma das lâmpadas queimar,
a outra não acende, porque o fluxo de corrente elétrica foi interrompido na lâmpada queimada. Da
mesma forma, se uma lâmpada for retirada, o fluxo também é interrompido.

O cálculo da resistência equivalente referente à associação de cargas em série é fornecida pela soma
das resistências de cada componente consumidor, que em nosso exemplo são as lâmpadas:

Req=R1 + R2

Eletricidade Básica 16 Apostila do Participante


Circuito em paralelo

1 2

Caso as cargas estejam em paralelo, haverá um ponto no circuito onde a corrente elétrica se dividirá,
pois haverá mais de uma caminho a percorrer. No exemplo, duas lâmpadas são alimentadas pela
bateria em um circuito em paralelo.

Como a corrente elétrica pode fluir através de mais de um caminho; se uma das lâmpadas queimar, a
outra ainda pode permanecer acesa, porque o fluxo de eletricidade para a lâmpada queimada não
interrompe o fluxo de eletricidade para a lâmpada boa. Da mesma forma, se uma lâmpada for
retirada, isso não impede que a outra lâmpada acenda.

O cálculo da resistência equivalente referente à associação de cargas em paralelo é fornecida por:

1 = 1 + 1
Req R1 R2

Circuito misto
3

1 2

O circuitos elétrico misto, na prática, nada mais é do que a associação dos dois tipos de circuitos
fundamentais: circuito em série e circuito em paralelo.

Embora esse tipo de circuito possa parecer complexo, é possível calcular a resistência equivalente
por parte do circuito, até chegar a um único valor. Para isso, deve-se substituir cada associação
parcial, em série ou paralelo, por um único resistor e diminuir aos poucos o esquema da associação

1 = 1 + 1
Req12 R1 R2

Req123 = Req12 + R3

Eletricidade Básica 17 Apostila do Participante


Circuitos elétricos nos veículos

O sistema elétrico de um veículo está dividido em circuitos com diferentes funções, por vezes,
comandados pelo interruptor da ignição e, na maior parte dos casos, protegidos por fusíveis. Uma
das extremidades desses circuitos está ligada, através de interruptores, a um dos polos da bateria e
a outra ligada à carroceria ou ao chassi, isto é, à massa (terra). Deste modo, os circuitos se
completam através da carroceria, que desempenha a função de condutor de retorno. Este tipo de
ligação à massa não só reduz a quantidade de fios, mas também reduz a possibilidade de interrupção
no circuito, simplifica a localização de eventuais avarias e a instalação de componentes extras.

Centenas de metros de condutores elétricos ainda unem diversos


componentes dos veículos que deixam as atuais linhas de
montagem. Recorre-se a fios de diferentes diâmetros para
possibilitar a passagem da corrente necessária, sem causar
aquecimento. Na ligação entre o motor de arranque e a bateria, por
exemplo, utiliza-se um fio de diâmetro muito maior do que os
demais, porque a corrente que o atravessa atinge de 300A a 400A.

Toda a fiação do veículo, exceto as ligações à massa, à bateria e aos


cabos de alta tensão da ignição, apresentam cores diversas, que
correspondem a uma identificação, a fim de permitir o rápido
reconhecimento dos circuitos na realização de diagnósticos e
reparações. Nos esquemas elétricos, as cores dos fios são
indicadas por meio de letras (ex.: BK = preto).

Eletricidade Básica 18 Apostila do Participante


Circuitos elétricos nos veículos – Principais componentes
Bateria

A bateria atua como reservatório de energia elétrica, que a fornece ao sistema quando o motor está
parado.

Identificação da bateria:

12V - Tensão nominal da bateria.

C20 – Teste em que a bateria plenamente carregada (12,6V) é submetida a uma descarga com
corrente constante igual a 5% da sua capacidade nominal, até atingir o valor de 10,5V, devendo durar
um tempo mínimo 20 horas.

60 Ah (Ampère-hora) ÷ 20 h = 3 A (corrente constante de descarga).

Se a bateria levar 20h para sair dos 12,6V e chegar a 10,5V, ela tem 60Ah; se levar mais de 20h, a
bateria tem maior capacidade em Ah; se levar menos de 20h, a bateria tem menor capacidade em Ah.

RC (Reserva de Capacidade) – Teste tem a mesma característica de descarga que o C20, porém, a
bateria plenamente carregada, independente da capacidade em Ah, é descarregada com corrente
constante de 25A até uma tensão final de 10,5V, submetida à temperatura ambiente. O importante,
nesse caso, é o valor obtido em minutos que a bateria suportou a descarga. Quanto maior a
capacidade de reserva, maior o tempo que suportará descarregar com essa corrente constante. O
teste simula o tempo que a bateria pode alimentar os acessórios de um veículo com motor desligado.

CCA (Cold Cranking Amp = Corrente de Partida a Frio) – Teste indica a corrente máxima que a bateria
fornece à partida. Quanto maior o valor do CCA, melhor será o desempenho da bateria.
Regulamentado pela norma internacional SAE J537, o teste do CCA determina a corrente elétrica
fornecida pela bateria durante 30 segundos, mantendo a tensão final maior ou igual a 7,2 Volts sob
uma temperatura de -18º C ou 0º Fahrenheit. O sistema elétrico do veículo como um todo requer
maior energia para partida em baixas temperaturas, exigindo mais da bateria durante sua descarga.
O teste determina a capacidade que a bateria tem de fornecer a corrente / tensão especificada
nessas condições.

Diferente do CCA, o CA é um teste alternativo que mede a corrente de partida da bateria a uma a
temperatura média de 25ºC.

Eletricidade Básica 19 Apostila do Participante


Alternador

O alternador, acionado pelo motor por meio de correias e polias, tem a finalidade de alimentar todos
os consumidores de energia elétrica e ainda recarregar a bateria. Para isso, o alternador transforma
energia mecânica proveniente do motor do veículo em energia elétrica.

O alternador gera energia elétrica por magnetismo: um condutor elétrico que “corta” as linhas de
força de um campo magnético induz uma tensão elétrica (força eletromotriz). O condutor elétrico,
representado pelo enrolamento do “estator”, é estacionário e o elemento responsável pelo campo
magnético efetua o movimento de rotação, daí o nome de “rotor”. Como os polos do campo
magnético modificam constantemente a sua posição em virtude da rotação, forma-se no condutor
uma tensão com valores que se alternam, ou seja, uma tensão alternada.

Mancal do coletor
Rotor
Mancal de acionamento
Polia

Regulador
Retificador

Estator

Quando o motor trabalha em regime superior ao de marcha lenta, o alternador supre as


necessidades de energia elétrica do veículo e também recarrega a bateria.

Quando o motor estiver parado, a tensão da bateria, em situação normal, é de 12 Volts. Com o
alternador em funcionamento, a tensão passa a ser de 14,8 Volts, exceto a fornecida às velas de
ignição, que é elevada para mais de 30.000 Volts por meio do sistema de ignição. Uma das principais
funções do sistema elétrico consiste em produzir a centelha, que dá início à combustão da mistura ar
e combustível comprimida nos cilindros dos motores do Ciclo Otto. Além disso, torna possível o início
do funcionamento do motor por meio do motor de partida.

Motor de partida Chave


magnética
Motores de combustão não dispõem de força própria
para sua partida, necessitando de um dispositivo
impulsor, ou seja, um motor de partida. Na partida, há
uma grande resistência devido à compressão e ao atrito Carcaça
dos componentes móveis do motor. A resistência por
atrito será maior, quanto mais frio se encontrar o motor.

Os principais componentes do motor de partida são:


motor elétrico (alguns tipos possuem caixa de redução),
chave magnética (alguns tipos possuem relé de
comando adicional) e sistema mecânico de Motor
Pinhão
engrenamento do pinhão. elétrico

Eletricidade Básica 20 Apostila do Participante


Centrais de distribuição de energia

Os atuais veículos Chevrolet possuem três centrais de distribuição de energia, onde se encontram
fusíveis e relés dos diversos circuitos eletroeletrônicos do veículo: fusível de terminal de bateria
(BFT), central elétrica do motor (UEC) e central elétrica do interior do veículo (IEC).

Fusível de Terminal Central Elétrica do Central Elétrica do


de Bateria (BFT) Motor (UEC) Interior do Veículo (IEC)

Fusíveis

Um curto-circuito pode causar danos devido a reações violentas de dissipação


de energia. Com a finalidade de evitar maiores prejuízos causados por
eventuais curtos-circuitos, são instalados nos circuitos elétricos elementos
de segurança projetados para proteção dos demais componentes em caso de
sobrecarga: os fusíveis.

Quando recebem corrente elétrica acima da especificada, os fusíveis


(autodestrutivos) são inutilizados, deixando assim o circuito elétrico aberto
para preservar os demais componentes.

Interruptores

A função dos interruptores é comandar o funcionamento dos circuitos elétricos. Quando abertos ou
desligados, os interruptores provocam a abertura em um dos condutores da corrente elétrica. Assim,
o circuito elétrico deixa de corresponder a um caminho fechado, porque um dos polos provenientes
da bateria (positivo) está desconectado do circuito e não há circulação da corrente elétrica.

Quando o interruptor está ligado, seus contatos estão fechados, tornando-se um condutor de
corrente. Nessas condições, o circuito constitui novamente um caminho fechado por onde circula a
corrente elétrica.

Eletricidade Básica 21 Apostila do Participante


Relés

Em alguns circuitos de corrente elétrica elevada, são utilizados interruptores magnéticos,


denominado relés. Os relés são eletroímãs que agem como dispositivos de economia, funcionalidade
e segurança, evitando a queda de tensão, o que garante um bom funcionamento dos componentes
elétricos.
Um relé simples possui normalmente quatro pontos de ligação,
sendo dois para a corrente e comando (linhas 85 e 86) e dois para a
corrente de trabalho (linhas 30 e 87).

O pulso ou sinal para que o relé seja ativado vem do interruptor para
o comando eletrônico temporizado que determina o período em que
o mesmo deve permanecer ligado, alimentando o componente
consumidor.

Relés de comando eletrônico são usados nos circuitos dos indicadores de direção e de advertência,
do temporizador do limpador de para-brisa e de plena potência para veículos com ar condicionado e
transmissão automática, etc.

Módulo de energia principal

A energia para os vários circuitos do veículo é controlada por


um módulo designado como módulo de energia principal. O
módulo de energia principal dos atuais veículos Chevrolet é o
BCM (módulo de controle da carroceria). O BCM tem vários
circuitos B+, que fornecem a energia aos diversos circuitos do
veículo.

Um circuito aberto ou um curto-circuito em qualquer um dos circuitos B+ pode induzir a vários


códigos de falha ou a uma seção de não funcionalidade dentro do BCM, com o restante do BCM
funcionando normalmente. Neste caso, é útil consultar o diagrama elétrico de distribuição de energia
para determinar se a partição não funcional do controlador compartilha um circuito B+ comum.

O interruptor de ignição é um interruptor de baixa corrente, com vários sinais de interruptor de


ignição discretos para o módulo de energia principal, para determinação do modo de energia a ser
enviado pelos circuitos de dados seriais aos outros módulos que precisam dessa informação. O
módulo de energia principal também ativa relés e outras saídas diretas conforme necessidade,
determina o modo de energia (Desligado, Acessório, Ligado, Solicitação de Partida) e repassa essa
informação aos outros módulos através da comunicação de dados seriais.

O módulo de energia principal recebe sinais do interruptor de ignição ou interruptor do modo de


ignição para identificar o modo de energia solicitado pelo condutor. O parâmetro corresponde à
posição da chave de ignição ou ao interruptor do modo de ignição com transmissor.

Eletricidade Básica 22 Apostila do Participante


Curto-circuito
Um curto-circuito é um fenômeno indesejável em circuitos elétricos, que ocorre quando a corrente
elétrica é desviada para um caminho de resistência baixa ou nula e que, por esta razão, inibe a
passagem da corrente pela carga, conforme projetado.

Em um curto-circuito, a corrente pode ser tão alta que pode provocar superaquecimento nos
condutores, derretimento nos isolamentos e até mesmo incêndio devido à dissipação brusca de
energia elétrica na forma de calor.

Se a bateria é o coração do circuito elétrico do veículo, o chicote é o sistema de alimentação de todo o


sistema, já que seus cabos transportam informações em forma de dados, ordens elétricas aos
atuadores, pulsos e alterações de tensão dos sensores. Se todo esse organismo eletroeletrônico se
mistura devido a um curto-circuito ocorrido no contato indesejado entre condutores, dados são
perdidos ou misturados a uma tensão.

Curto com o terra (curto à massa): é um fenômeno indesejável onde um componente do circuito está
em contato direto com a massa do veículo, alterando sua funcionalidade.

Curto com a tensão/voltagem (curto ao positivo): é um fenômeno indesejável onde um componente


do circuito está em contato direto com um positivo (tensão) do veículo, alterando sua funcionalidade.

Modo de economia de bateria (modo de transporte)


O modo de transporte reduz a carga de alguns módulos durante o transporte marítimo ou em
condições de armazenamento do veículo. Isso aumenta o tempo de esgotamento (vida útil) da bateria
em até 70 dias sem recarregar.

Nessa condição, alguns recursos do veículo podem ter uma redução na funcionalidade, como a
desativação da função remota ou dos recursos antifurto. Quando o modo transporte é ativado e o
veículo é DESLIGADO, o BCM envia um comando momentâneo para desligar um relé, que desconecta
os módulos de suas fontes. Toda vez que o veículo for LIGADO, o módulo de energia principal (BCM)
enviará um comando momentâneo para ligar o relé, permitindo o uso de todas as funções enquanto a
ignição estiver LIGADA. O BCM enviará outro comando para desligar o relé quando o veículo for
DESLIGADO.

O acionamento do modo de transporte é feito através do seguinte procedimento: acione o pisca


alerta, pressione pedal do freio e, em seguida, gire a chave de ignição para a posição de Partida ou
pressione o interruptor de ignição por mais que 15 segundos. A desativação do modo transporte
segue o mesmo procedimento. O mostrador digital do painel de instrumentos (se equipado) exibirá
Modo de transporte LIGADO, quando o modo economia da bateria estiver ativado, e Modo de
transporte DESLIGADO, quando o modo economia da bateria estiver desativado.

Nos veículos não equipados com um mostrador digital, quando o modo economia da bateria estiver
ativo, a luz indicadora de bateria no painel de instrumentos irá piscar de forma intermitente.

Nota: Este recurso pode ser utilizado quantas vezes for necessário, caso o veículo tenha que ser
armazenado por longos períodos.

Eletricidade Básica 23 Apostila do Participante


Diagramas Elétricos
Os Diagramas Elétricos têm por finalidade representar claramente os circuitos elétricos, permitindo
a visão analítica das partes e do conjunto. A interpretação eficiente dos diagramas elétricos dos
veículos Chevrolet requer atenção a alguns aspectos muito importantes: conhecimento da
simbologia, identificação e localização dos pontos de alimentação e a utilização dos recursos
disponíveis no Manual de Serviços do Veículo “on line” (SI).

Através dos Diagramas Elétricos, é possível compreender o funcionamento sequencial dos


componentes, suas funções e interações, conforme os padrões estabelecidos, e a localização física
dos elementos.

Fusível de Terminal
de Bateria (BFT)

Central Elétrica do
Interior do Veículo (IEC)

Eletricidade Básica 24 Apostila do Participante


Instrumentos de Medição Elétrica
Os Instrumentos de Medição Elétrica são utilizados para obtenção dos valores das grandezas
envolvidas em um circuito elétrico, tais como, corrente, tensão e resistência elétrica.

Amperímetro para medir Corrente

O instrumento capaz de indicar a presença de corrente elétrica em um circuito elétrico é


denominado Galvanômetro. Se for possível graduar a escala desse aparelho, ele recebe o nome de
Amperímetro, que possibilita a medição da intensidade da corrente elétrica. Existem tanto
amperímetros digitais quanto amperímetros analógicos, ambos são muito utilizados, no entanto, o
digital permite maior precisão nos resultados.

Para medir a corrente em um circuito elétrico, deve-se ligar o Amperímetro em série com o circuito.
O aparelho possui em seu interior uma resistência interna, cujo valor é a menor possível.

Voltímetro para medir Tensão

A medida da tensão é mais conhecida como medida de diferença de potencial (ddp). Para realizar a
medida de tensão, utiliza-se o aparelho denominado Voltímetro. Assim como no caso do
amperímetro, existem também voltímetros analógicos e digitais, porém, o voltímetro digital
possibilita a melhor leitura do valor da ddp.

Para medir a ddp entre as extremidades de um resistor, por exemplo, deve-se conectar o Voltímetro
em paralelo com o resistor. Sendo assim, os voltímetros são construídos com uma resistência interna
mais alta possível, de forma que, ao introduzir o voltímetro, a perturbação causada no circuito seja
desprezível.

Cuidados na medição de Corrente e Tensão: A escala de medição de tensão ou corrente do


instrumento de medição não deve ser menor do que a grandeza a ser medida para evitar danos ao
aparelho. Assim, deve-se começar a medição com a seleção da maior escala de leitura possível e
diminuí-la à medida que o valor medido assim o permitir.

Ohmímetro para medir Resistência

A medida da resistência elétrica de um corpo é realizada por um aparelho chamado Ohmímetro. Para
realizar essa medição, basta conectar os terminais do Ohmímetro às extremidades do corpo.

Se um curto-circuito for atribuído aos terminais do Ohmímetro (junção dos terminais), tem-se R =
0Ω, situação de corrente máxima. Se os terminais estiverem em circuito aberto, implicará que R = ∞
(resistência infinita), e a corrente é nula.

Cuidados na Medição de Resistência: Um Ohmímetro nunca deve ser usado para a medição de
resistências onde existe tensão, ou seja, no caso de medir resistências que fazem parte de um
circuito este deve ser desligado e descarregado; o Ohmímetro tem uma fonte de tensão nele
incorporada, portanto, é necessário certificar-se que esta tensão não danifica o objeto que está
sendo medido; não se deve tocar com as mãos os terminais do componente para evitar interferência.

Eletricidade Básica 25 Apostila do Participante


Multímetro
Circuitos eletroeletrônicos são encontrados nas mais diversas aplicações, de máquinas de café a
sofisticados veículos e complexos dispositivos de exploração do espaço. A instalação, a manutenção
e a reparação desses equipamentos requerem ferramentas que forneçam os dados necessários aos
procedimentos.

Em eletroeletrônica é muito comum a medição de grandezas elétricas diferentes em diversos pontos


do circuito. Assim, há a necessidade de um instrumento versátil, capaz de realizar tais medições. O
Multímetro é um instrumento de medição elétrica capaz de realizar as funções dos três
instrumentos anteriores: Amperímetro, Voltímetro e Ohmímetro.

Assim, o Multímetro pode medir:

 Corrente elétrica (contínua e alternada) – função Amperímetro;

 Tensão elétrica (contínua e alternada) – função Voltímetro;

 Resistência elétrica - função Ohmímetro.

Além disso, também podem ser medidos pelo Multímetro:

 Capacitância;

 Frequência de sinais alternados;

 Temperatura;

 Entre outros.

A definição sobre qual medição será realizada acontece por uma chave rotativa, que permite ao
usuário selecionar a função a ser realizada. O Multímetro possui escalas de medição e é muito
importante certificar que a escala é a correta antes de iniciar a medição.

Existem dois tipos de Multímetro: os analógicos e os digitais.

Multímetros analógicos – Baseados em Galvanômetros, cuja verificação da leitura acontece por meio
de força eletromagnética em seu ponteiro.

Multímetros digitais - Composto por um componente


eletrônico versátil, chamado amplificador operacional,
que tem como base uma alta resistência de entrada,
capaz de mudar o ganho de tensão, corrente ou
resistências elétrica.

O mostrador digital tem melhor precisão e resolução,


pois exibe três ou mais dígitos para cada medição.

Eletricidade Básica 26 Apostila do Participante


1) Posições DCV (Direct Current Voltage)
para medir Tensão Continua

No Multímetro ao lado, a ponta de prova preta


deve ser inserida no terminal COM e a ponta
de prova vermelha, no terminal VΩmA e
posicione a chave rotativa em uma das
posições de medição DCV, que são 200mV,
2V, 20V, 200V ou 600V.

2) Posições ACV (Alternating Current


Voltage) para medir Tensão Alternada

No Multímetro, a ponta de prova preta deve


ser inserida no terminal COM e a ponta de
prova vermelha, no terminal VΩmA e
posicione a chave rotativa em uma das
posições de medição ACV, que são 200V ou
600V.

3) Posições DCA (Direct Current Amperage)


para medir Corrente de até 200mA

No Multímetro, a ponta de prova preta deve


ser inserida no terminal COM e a ponta de
prova vermelha, no terminal VΩmA para
medir corrente de até 200mA e posicione a
chave rotativa em uma das posições de
medição DCA, que são 200μA, 2mA, 20mA ou
200mA.

4) Posições DCA (Direct Current Amperage)


para medir Corrente de até 10A

No Multímetro, a ponta de prova preta deve


ser inserida no terminal COM e a ponta de
prova vermelha, no terminal 10A e posicione
a chave rotativa na posição de medição DCA
de 10A.
5) Posições Ω para medir Resistência

No Multímetro, a ponta de prova preta deve ser inserida no terminal COM e a ponta de prova
vermelha, no terminal VΩmA e posicione a chave rotativa em uma das posições Ω (200Ω, 2kΩ, 20kΩ,
200kΩ, 20MΩ).

6) Teste de Continuidade

No Multímetro, a ponta de prova preta deve ser inserida no terminal COM e a ponta de prova
vermelha, no terminal VΩmA e posicione a chave rotativa na posição . O dígito 1 no visor indica
que o circuito em teste está aberto. Um alerta sonoro é emitido se a resistência for inferior a 30Ω.

Eletricidade Básica 27 Apostila do Participante


Testes com o Multímetro
Curto com o terra (curto à massa) – Manual de Serviço - ID do documento: 2102011

O seguinte procedimento testa com multímetro a existência de um curto com o terra em um circuito:
1. Remova a alimentação de energia (ex.: fusível, módulo de controle) do circuito suspeito;
2. Desconecte o componente;
3. Coloque o seletor rotativo do multímetro na posição Ω;
4. Conecte um dos cabos do multímetro a uma extremidade do circuito a ser testado;
5. Conecte o outro cabo do multímetro a um terra confiável;
6. Se o multímetro NÃO mostrar resistência infinita (I), há um curto com o terra no circuito.

Curto com a tensão/voltagem (curto ao positivo) - Manual de Serviço - ID do documento: 2102013

O seguinte procedimento testa com multímetro a existência de um curto de voltagem em um circuito:


1. Remova a alimentação de energia (p. ex., fusível, módulo de controle) do circuito suspeito;
2. Desconecte a carga;
3. Coloque o multímetro em modo VCC (DCV = Direct Current Voltage para medir Tensão Continua);
4. Conecte o cabo positivo do multímetro a uma extremidade do circuito a ser testado;
5. Conecte o cabo negativo do multímetro a um terra confiável;
6. Ligue a ignição e opere todos os acessórios;
7. Se a voltagem medida for superior a 1 V, existe um curto-circuito com a voltagem no circuito.

Teste de continuidade - Manual de Serviço - ID do documento: 2102009

O seguinte procedimento testa com multímetro a existência de um curto de voltagem em um circuito:


1. Coloque o multímetro na menor escada de resistência (Ω) ou em para verificar se há alguma
resistência;
2. Desconecte a alimentação de energia do circuito suspeito;
3. Desconecte a carga;
4. Conecte um dos cabos do multímetro a uma extremidade do circuito a ser testado;
5. Conecte o outro cabo do multímetro na outra extremidade;
6. Se o multímetro exibir baixa resistência ou nenhuma resistência, o circuito tem boa continuidade;
⇒ Se houver resistência menor que infinita, conserte o curto ao terra no circuito;
⇒ Se resistência infinita (I), verificar rompimento no circuito.

Eletricidade Básica 28 Apostila do Participante


CAPACITAÇÃO
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Capacitação da Rede Chevrolet

Eletricidade Básica 29 Apostila do Participante

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