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Apostila do Participante
Índice
Introdução 03
História da Eletricidade 04
Princípios da Eletricidade 05
Matéria 05
Molécula 05
Átomo 05
Elétrons 05
Prótons 05
Nêutrons 05
Átomo com carga positiva ou Cátion 06
Átomo com carga negativa ou Ânion 06
Geração de Energia Elétrica 07
Geração de energia elétrica por Atrito 07
Geração de energia elétrica por Pressão 07
Geração de energia elétrica por Calor 08
Geração de energia elétrica por Luz 08
Geração de energia elétrica por Reação Química 08
Geração de energia elétrica por Magnetismo 08
Grandezas da Eletricidade 10
Tensão 11
Corrente 11
Corrente contínua ou alternada 12
Resistência 13
Lei de Ohm 13
Segunda Lei de Ohm 13
Resistores / Potenciômetro 15
Unidades de medida 15
Circuito elétrico 16
Circuitos em série, em paralelo e misto 16
Circuitos em série 16
Circuitos em paralelo 17
Circuito misto 17
Circuitos elétricos nos veículos 18
Circuitos elétricos nos veículos – Principais componentes 19
Bateria 19
Alternador 20
Motor de partida 20
Centrais de distribuição de energia 21
Fusíveis 21
Interruptores 21
Relés 22
Módulo de energia principal 22
Curto-circuito 23
Modo de economia de bateria (modo de transporte) 23
Diagramas Elétricos 24
Instrumentos de Medição Elétrica 25
Amperímetro para medir Corrente 25
Voltímetro para medir Tensão 25
Ohmímetro para medir Resistência 25
Multímetro 26
Testes com o Multímetro 28
Em 1730, o físico inglês Stephen Gray identificou que, além da eletrização por atrito, também era
possível eletrizar corpos por contato (encostando um corpo eletrizado num corpo neutro). Através
de tais observações, ele chegou ao conceito de existência de materiais que conduzem a eletricidade
com maior e menor eficácia e os denominou condutores e isolantes elétricos. Com isso, Gray viu a
possibilidade de canalizar a eletricidade e levá-la de um corpo a outro.
O químico francês Charles Dufay também contribuiu enormemente para o aprimoramento dos
estudos da eletricidade, desenvolvendo diversos experimentos acerca da condução da eletricidade
observando que um fio de barbante seco era isolante enquanto que o barbante úmido era condutor.
Estudou detalhadamente o fenômeno da repulsão em corpos carregados (1733), descobrindo
também que os objetos carregados se atraíam em certas circunstâncias enquanto que em outras se
repeliam e propôs a existência de dois tipos de eletricidade, a vítrea, correspondente hoje à carga
positiva, e a resinosa, a forma negativa da carga elétrica.
Em 1750, o conhecido físico e político norte-americano Benjamin Franklin, conduzindo estudo sobre a
eletrização dos corpos, observou que tanto o objeto eletrizado por fricção como o material usado
para friccionar adquirem cargas da mesma grandeza, mas de tipos opostos. Ele criou o conceito de
carga elétrica, e chamando de carga positiva o estado de eletrização do vidro esfregado e carga
negativa o estado de eletrização da seda usada para esfregar o vidro.
Molécula - se dividir a matéria até obter a sua menor parte, encontra-se a Molécula, que conserva as
mesmas características da matéria.
Átomo - se dividir essa parte da matéria ainda mais, encontrar-se o Átomo, que é a menor partícula
capaz de identificar um elemento químico e de participar de uma reação química.
Elétrons - partículas de massa muito pequena, de carga elétrica negativa e que se movem muito
rapidamente ao redor do Núcleo, formando a Eletrosfera;
Prótons - partículas que, junto aos Nêutrons, formam o Núcleo do Átomo; possuem carga positiva de
mesmo valor absoluto que a carga dos Elétrons;
Nêutrons - elementos que não possuem carga e que fazem parte do Núcleo do Átomo.
Cargas positivas e negativas se atraem. Portanto, devido à diferença de cargas entre Prótons,
positivas, e Elétrons, negativas, surge uma força de atração. Esta força, que faz com que os Elétrons
orbitem ao redor do Núcleo, como os planetas ao redor do sol, é denominada Força Eletromagnética.
Elétron
Próton
Nêutron
Curiosidade:
Porém, quando os Átomos que compõem determinado material apresentam grande dificuldade em
liberar Elétrons, ou seja, seus Elétrons são fortemente atraídos pelo Núcleo, característica oposta à
dos condutores, classificamos este material como Isolante ou Dielétrico. São exemplos de materiais
isolantes: a borracha, o silicone, o vidro e a cerâmica.
Condutor
Os Átomos no estado natural são eletricamente neutros, ou seja, o número de Prótons é igual ao
número de Elétrons. Quando os números de Prótons e de Elétrons são diferentes, aparecem os Íons,
que são Átomos eletricamente desequilibrados, isto é, que perderam ou receberam Elétrons através
de uma ação externa.
-
+
Átomo com carga positiva ou Cátion - perdeu Elétrons, portanto, possui - + +++ -
menos Elétrons do que Prótons. ++ +
-
-
- -
+
Átomo com carga negativa ou Ânion - recebeu Elétrons, portanto, possui
mais Elétrons do que Prótons.
- + + -
+
- -
-
Eletricidade Básica 6 Apostila do Participante
Normalmente, os Elétrons dos Átomos de elementos condutores “escapam” e se deslocam para os
Átomos vizinhos em movimentos ao acaso, em todas as direções. Quando estimuladas, as cargas
elétricas se movimentam ordenadamente e formam a Corrente Elétrica.
= Corrente Elétrica
Energia elétrica - forma de energia que surge como consequência da separação de cargas elétricas
da matéria. Assim, o processo que provoca algum tipo de separação dos Elétrons dos Átomos é um
processo de geração de energia elétrica.
Geração de energia elétrica por Pressão - alguns cristais têm a propriedade de adquirir cargas
elétricas em sua superfície quando sofrem algum tipo de pressão. São os cristais
piezoelétricos. Os antigos toca-discos utilizam uma agulha de cristal, que gera
uma pequena voltagem no contato com o sulco do disco de vinil. O sensor de
pressão absoluta do coletor (MAP) trabalha com uma pequena membrana de
cristal, do tipo piezoelétrico, que varia sua resistência de acordo com o grau de
deformação dessa membrana. Quanto maior for o grau de deformação maior
será a sua resistência e menor será o valor de tensão recebido pelo ECM.
Geração de energia elétrica por Reação Química - quando metais diferentes são
colocados em uma solução ácida, cada metal pode adquirir uma carga de sinal
contrário à do outro utilizando-se do meio ácido para formar compostos
intermediários. Nesse caso há conversão da energia química em energia elétrica.
Geração de energia elétrica por Magnetismo - a principal forma de geração de energia elétrica para
uso industrial, comercial e doméstico. O magnetismo é a propriedade de certos materiais exercer
uma atração sobre materiais ferrosos, propriedade esta muito utilizada em eletricidade e eletrônica.
A segunda forma tem a ver com o campo criado por uma corrente
elétrica, também conhecido por campo eletromagnético. As linhas
de força do campo magnético (B) criado pela corrente elétrica (I)
que passa pelo condutor são circunferências.
Importante: Havendo um campo magnético em algum lugar do espaço, este exercerá uma força sobre
as cargas elétricas em movimento.
O principio de funcionamento desses aparelhos pode ser descrito da seguinte forma: ao girar um ímã
(indutor) diante de uma bobina fixa (induzido), o campo magnético do imã induz o fluxo de Elétrons
na bobina. O imã deve ser movimentado para que isso aconteça e a energia utilizada para essa
movimentação é a energia mecânica.
Energia
mecânica
Veja na ilustração que a água se desloca por gravidade do nível mais alto (do reservatório) até o nível
mais baixo (do rio) através de uma tubulação e, no final do percurso, encontra as pás da turbina,
fazendo com que essa se movimente. O movimento da turbina é acompanhado por todo o conjunto
superior, pois estão conectados a um único elemento, o veio central. A parte superior do conjunto é
uma combinação de ímãs rotativos que, ao serem movimentados, provocam o fenômeno da indução
eletromagnética, gerando corrente elétrica indutiva.
Enquanto nas hidrelétricas as turbinas são movimentadas pelo deslocamento da água, nas
termoelétricas, combustíveis como carvão, Diesel ou gás natural são queimados para aquecer água
armazenada em uma caldeira, que se transforma em vapor à alta pressão, que é direcionado para
movimentar a turbina conectada ao gerador de corrente elétrica. Nas usinas nucleares, a caldeira é
aquecida pela energia liberada na fissão (quebra) de átomos de urânio.
No veículo, o alternador, acionado pelo motor por meio de correias e polias, transforma a energia
mecânica em energia elétrica para suprir a demanda de todos os componentes e sistemas
consumidores de energia elétrica e para carregar a bateria.
Vamos nos concentrar em algumas das principais Grandezas da Eletricidade, que fazem parte do
nosso cotidiano: a Tensão, a Corrente e a Resistência Elétrica. E para facilitar o nosso entendimento
sobre essas grandezas, faremos uma analogia do funcionamento de circuitos fisicamente muito
diferentes, mas com comportamentos bem parecidos: o hidráulico e o elétrico de corrente contínua.
desligado
Diferença de
Válvula
fechada
Corrente = 0 Lâmpada
Fluxo = 0 Turbina apagada
parada (Resistência)
Enquanto a caixa d´água da esquerda está cheia, ela acumula toda a energia desse sistema.
Chamamos essa energia acumulada de Diferença de Potencial, ddp. Fazendo o comparativo entre os
circuitos, vemos que a bateria faz o papel da caixa d’água, acumulando a energia do sistema.
A válvula, enquanto estiver fechada, impede o fluxo da água, assim como o interruptor faz com a
corrente elétrica. Não havendo fluxo de água, a turbina não é movimentada, assim como ocorre com
a lâmpada no circuito elétrico, que permanece apagada.
Diferença de
potencial (ddp) > 0
Tensão (ddp) > 0
Interruptor
ligado
Válvula
Aberta
Assim que a válvula é aberta, inicia o fluxo de água para que se dê o equilíbrio do sistema.
Quando o interruptor do circuito elétrico é ligado, passa a ocorrer a corrente elétrica, que também
tem o objetivo de equilibrar o sistema.
Agora o fluxo de água movimenta a turbina, que oferece certa resistência ao fluxo, consumindo parte
da energia acumulada pela Diferença de Potencial. O mesmo acontece com a lâmpada, que acende
com a passagem da corrente elétrica, consumindo energia acumulada na bateria.
Válvula
aberta
O fluxo torna-se nulo novamente quando os sistemas atingem o equilíbrio, quando não há mais a
Diferença de Potencial. Em nosso circuito elétrico, o equilíbrio ocorre quando a bateria descarrega.
A turbina está parada e a lâmpada, apagada, porém, a resistência de ambas está lá, pois é uma
característica do componente.
Tensão
Excesso Faltam
de Elétrons Elétrons
Alessandro Volta
Corrente
André-Marie
Ampère
O fluxo de Elétrons, que se movimentam por um condutor, pode ser parecido com o que acontece no
circuito hidráulico já visto, onde o movimento tem um único sentido. Essa corrente é chamada de
Corrente Contínua (CC ou DC), que flui do polo negativo para o polo positivo (sentido real da CC). É a
mesma que encontramos em pilhas e baterias.
Ainda pode-se encontrar uma outra forma da corrente contínua, a Corrente Contínua Pulsante.
Embora a corrente não altere o seu sentido, o fluxo de Elétrons dentro do condutor pode ser em
pulsos, passando por variações de intensidade no decorrer do tempo. Geralmente esse modelo é
encontrado em retificadores de corrente alternada.
Na Corrente Alternada (AC ou CA), o fluxo de Elétrons não segue em sentido único: ora os Elétrons vão
para a frente, ora para trás. A frequência que a corrente faz essa troca depende do padrão
estabelecido para o pais, que no caso dos países europeus é de 50 vezes em um segundo (50 Hz) e
nos países americanos é de 60 vezes em um segundo (60 Hz), ou seja, a troca de sentido ocorre 120
vezes por segundo. Com esse movimento, a força necessária para gerar esse tipo de corrente é
menor e pode-se atingir valores de voltagem altíssimos. Como quanto maior a voltagem, maior a
distância que a rede consegue alcançar sem perder força, a corrente alternada se torna bem mais
eficaz na transmissão do que a corrente continua.
Corrente Contínua Corrente Alternada
1 Hertz
A corrente alternada ainda permite a utilização de transformadores, que aumentam a tensão e, com
isso, aumentam a distância alcançada pela rede. Na corrente contínua não há a possibilidade de
aumento da tensão.
A corrente alternada é a forma mais eficiente de fornecer energia elétrica, porém, a maioria dos
dispositivos eletrônicos necessita de corrente contínua para funcionar. Por essa razão, conversores
de corrente alternada para corrente contínua ou são parte dos próprios dispositivos ou parte de seus
cabos de alimentação. Normalmente, um retificador de corrente consiste em quatro diodos dispostos
na forma de losango, um tipo de configuração chamada de ponte retificadora. Um diodo permite que
a corrente passe em apenas uma direção; a configuração em losango propicia que dois diodos
passem metade da corrente para positiva e que os outros dois passem a outra metade para negativa.
Georg Simon
Ohm
Lei de Ohm
Segundo a Lei de Ohm: "A intensidade da corrente elétrica que percorre um condutor é diretamente
proporcional à diferença de potencial e inversamente proporcional à resistência elétrica do circuito”.
A partir dessa afirmativa, podemos concluir que o valor da Resistência elétrica é igual ao resultado
da divisão entre os valores de Tensão e Corrente em um condutor, ou seja, se os valores de Corrente
e Tensão num dado condutor forem conhecidos, é possível calcular o valor da Resistência. Desta
lógica, é possível extrair as outras relações.
U
Tensão
(V)
÷ ÷
R x I
Resistência Corrente
(Ω) (A)
R = U U = RxI I = U
I R
Exemplos: R = 12 = 6 Ω U = 6 x 2 = 12 V I = 12 = 2 A
2 6
ℓ= comprimento do condutor;
A resistência de um condutor também pode variar com a temperatura. No caso dos metais, a
resistência aumenta quando a temperatura aumenta. Por exemplo: o valor de 22,4Ω representa a
resistência elétrica de uma lâmpada desligada, com o filamento do metal tungstênio a 20ºC; quando
a lâmpada está ligada, isto é, muito aquecida, o valor de resistência do filamento é de 302,5Ω.
Mas, há certas substâncias cuja resistência diminui à medida que a temperatura aumenta; as
principais são o carbono e o telúrio.
Metal
Carbono
Existem ligas metálicas cuja resistência não varia com a temperatura. As mais importantes são:
Constantan (níquel, cobre e zinco), Manganina (cobre e manganês) e Niquelina (cobre, manganês e
níquel).
Normalmente, ao baixar a temperatura dos metais, a resistência diminui. Mas, à temperaturas muito
baixas, próximas do zero absoluto, os metais não se comportam todos do mesmo modo. Há metais
cuja resistividade vai diminuindo com a temperatura, mas não se anula por mais que se baixe a
temperatura. Porém, há um grupo de metais que, quando uma certa temperatura é atingida, a
resistividade cai bruscamente e chega a se anular a temperaturas muito baixas; são os
supercondutores (ex.: Mercúrio a 4,19oK, Tório a 1,4oK e Chumbo a 7,2oK).
Os Resistores são componentes que convertem energia elétrica em térmica e que têm duas funções
básicas: ora transformam a energia elétrica em térmica (efeito Joule), ora limitam a quantidade de
corrente elétrica em um circuito, ou seja, oferecem resistência à passagem de Elétrons.
Quando um resistor é percorrido por uma corrente elétrica ocorrem choques entre os Elétrons. Em
consequência desses milhares de choques, ocorre o aumento na temperatura do resistor e pode-se
controlar a corrente elétrica que atravessa determinado circuito eletrônico.
Alguns exemplos de resistores utilizados no nosso cotidiano são: o filamento de uma lâmpada
incandescente, o aquecedor do chuveiro elétrico, a resistência do ferro elétrico e os resistores
encontrados em diversos aparelhos eletrônicos como televisores, rádios e amplificadores.
Potenciômetro
Unidades de medida
As unidades de medida dessas grandezas da eletricidade, segundo o padrão do sistema
internacional, têm múltiplos e submúltiplos. A tabela abaixo apresenta os principais.
Unidade - - - V A Ω
O circuito descrito acima, configura um circuito simples, de apenas uma carga. Caso seja necessária
a ligação de mais de uma carga, estas podem ser configuradas em série, em paralelo ou de forma
mista.
Circuito em série
Quando as cargas estão em série, a corrente elétrica não têm nenhuma divisão, pois há somente um
caminho a percorrer. No exemplo acima, duas lâmpadas são alimentadas por uma bateria em um
circuito em série. A corrente flui do polo negativo da bateria para cada lâmpada, uma por vez, na
ordem em que elas estão conectadas ao circuito.
Neste caso, como a eletricidade só pode fluir através de um caminho, se uma das lâmpadas queimar,
a outra não acende, porque o fluxo de corrente elétrica foi interrompido na lâmpada queimada. Da
mesma forma, se uma lâmpada for retirada, o fluxo também é interrompido.
O cálculo da resistência equivalente referente à associação de cargas em série é fornecida pela soma
das resistências de cada componente consumidor, que em nosso exemplo são as lâmpadas:
Req=R1 + R2
1 2
Caso as cargas estejam em paralelo, haverá um ponto no circuito onde a corrente elétrica se dividirá,
pois haverá mais de uma caminho a percorrer. No exemplo, duas lâmpadas são alimentadas pela
bateria em um circuito em paralelo.
Como a corrente elétrica pode fluir através de mais de um caminho; se uma das lâmpadas queimar, a
outra ainda pode permanecer acesa, porque o fluxo de eletricidade para a lâmpada queimada não
interrompe o fluxo de eletricidade para a lâmpada boa. Da mesma forma, se uma lâmpada for
retirada, isso não impede que a outra lâmpada acenda.
1 = 1 + 1
Req R1 R2
Circuito misto
3
1 2
O circuitos elétrico misto, na prática, nada mais é do que a associação dos dois tipos de circuitos
fundamentais: circuito em série e circuito em paralelo.
Embora esse tipo de circuito possa parecer complexo, é possível calcular a resistência equivalente
por parte do circuito, até chegar a um único valor. Para isso, deve-se substituir cada associação
parcial, em série ou paralelo, por um único resistor e diminuir aos poucos o esquema da associação
1 = 1 + 1
Req12 R1 R2
Req123 = Req12 + R3
O sistema elétrico de um veículo está dividido em circuitos com diferentes funções, por vezes,
comandados pelo interruptor da ignição e, na maior parte dos casos, protegidos por fusíveis. Uma
das extremidades desses circuitos está ligada, através de interruptores, a um dos polos da bateria e
a outra ligada à carroceria ou ao chassi, isto é, à massa (terra). Deste modo, os circuitos se
completam através da carroceria, que desempenha a função de condutor de retorno. Este tipo de
ligação à massa não só reduz a quantidade de fios, mas também reduz a possibilidade de interrupção
no circuito, simplifica a localização de eventuais avarias e a instalação de componentes extras.
A bateria atua como reservatório de energia elétrica, que a fornece ao sistema quando o motor está
parado.
Identificação da bateria:
C20 – Teste em que a bateria plenamente carregada (12,6V) é submetida a uma descarga com
corrente constante igual a 5% da sua capacidade nominal, até atingir o valor de 10,5V, devendo durar
um tempo mínimo 20 horas.
Se a bateria levar 20h para sair dos 12,6V e chegar a 10,5V, ela tem 60Ah; se levar mais de 20h, a
bateria tem maior capacidade em Ah; se levar menos de 20h, a bateria tem menor capacidade em Ah.
RC (Reserva de Capacidade) – Teste tem a mesma característica de descarga que o C20, porém, a
bateria plenamente carregada, independente da capacidade em Ah, é descarregada com corrente
constante de 25A até uma tensão final de 10,5V, submetida à temperatura ambiente. O importante,
nesse caso, é o valor obtido em minutos que a bateria suportou a descarga. Quanto maior a
capacidade de reserva, maior o tempo que suportará descarregar com essa corrente constante. O
teste simula o tempo que a bateria pode alimentar os acessórios de um veículo com motor desligado.
CCA (Cold Cranking Amp = Corrente de Partida a Frio) – Teste indica a corrente máxima que a bateria
fornece à partida. Quanto maior o valor do CCA, melhor será o desempenho da bateria.
Regulamentado pela norma internacional SAE J537, o teste do CCA determina a corrente elétrica
fornecida pela bateria durante 30 segundos, mantendo a tensão final maior ou igual a 7,2 Volts sob
uma temperatura de -18º C ou 0º Fahrenheit. O sistema elétrico do veículo como um todo requer
maior energia para partida em baixas temperaturas, exigindo mais da bateria durante sua descarga.
O teste determina a capacidade que a bateria tem de fornecer a corrente / tensão especificada
nessas condições.
Diferente do CCA, o CA é um teste alternativo que mede a corrente de partida da bateria a uma a
temperatura média de 25ºC.
O alternador, acionado pelo motor por meio de correias e polias, tem a finalidade de alimentar todos
os consumidores de energia elétrica e ainda recarregar a bateria. Para isso, o alternador transforma
energia mecânica proveniente do motor do veículo em energia elétrica.
O alternador gera energia elétrica por magnetismo: um condutor elétrico que “corta” as linhas de
força de um campo magnético induz uma tensão elétrica (força eletromotriz). O condutor elétrico,
representado pelo enrolamento do “estator”, é estacionário e o elemento responsável pelo campo
magnético efetua o movimento de rotação, daí o nome de “rotor”. Como os polos do campo
magnético modificam constantemente a sua posição em virtude da rotação, forma-se no condutor
uma tensão com valores que se alternam, ou seja, uma tensão alternada.
Mancal do coletor
Rotor
Mancal de acionamento
Polia
Regulador
Retificador
Estator
Quando o motor estiver parado, a tensão da bateria, em situação normal, é de 12 Volts. Com o
alternador em funcionamento, a tensão passa a ser de 14,8 Volts, exceto a fornecida às velas de
ignição, que é elevada para mais de 30.000 Volts por meio do sistema de ignição. Uma das principais
funções do sistema elétrico consiste em produzir a centelha, que dá início à combustão da mistura ar
e combustível comprimida nos cilindros dos motores do Ciclo Otto. Além disso, torna possível o início
do funcionamento do motor por meio do motor de partida.
Os atuais veículos Chevrolet possuem três centrais de distribuição de energia, onde se encontram
fusíveis e relés dos diversos circuitos eletroeletrônicos do veículo: fusível de terminal de bateria
(BFT), central elétrica do motor (UEC) e central elétrica do interior do veículo (IEC).
Fusíveis
Interruptores
A função dos interruptores é comandar o funcionamento dos circuitos elétricos. Quando abertos ou
desligados, os interruptores provocam a abertura em um dos condutores da corrente elétrica. Assim,
o circuito elétrico deixa de corresponder a um caminho fechado, porque um dos polos provenientes
da bateria (positivo) está desconectado do circuito e não há circulação da corrente elétrica.
Quando o interruptor está ligado, seus contatos estão fechados, tornando-se um condutor de
corrente. Nessas condições, o circuito constitui novamente um caminho fechado por onde circula a
corrente elétrica.
O pulso ou sinal para que o relé seja ativado vem do interruptor para
o comando eletrônico temporizado que determina o período em que
o mesmo deve permanecer ligado, alimentando o componente
consumidor.
Relés de comando eletrônico são usados nos circuitos dos indicadores de direção e de advertência,
do temporizador do limpador de para-brisa e de plena potência para veículos com ar condicionado e
transmissão automática, etc.
Em um curto-circuito, a corrente pode ser tão alta que pode provocar superaquecimento nos
condutores, derretimento nos isolamentos e até mesmo incêndio devido à dissipação brusca de
energia elétrica na forma de calor.
Curto com o terra (curto à massa): é um fenômeno indesejável onde um componente do circuito está
em contato direto com a massa do veículo, alterando sua funcionalidade.
Nessa condição, alguns recursos do veículo podem ter uma redução na funcionalidade, como a
desativação da função remota ou dos recursos antifurto. Quando o modo transporte é ativado e o
veículo é DESLIGADO, o BCM envia um comando momentâneo para desligar um relé, que desconecta
os módulos de suas fontes. Toda vez que o veículo for LIGADO, o módulo de energia principal (BCM)
enviará um comando momentâneo para ligar o relé, permitindo o uso de todas as funções enquanto a
ignição estiver LIGADA. O BCM enviará outro comando para desligar o relé quando o veículo for
DESLIGADO.
Nos veículos não equipados com um mostrador digital, quando o modo economia da bateria estiver
ativo, a luz indicadora de bateria no painel de instrumentos irá piscar de forma intermitente.
Nota: Este recurso pode ser utilizado quantas vezes for necessário, caso o veículo tenha que ser
armazenado por longos períodos.
Fusível de Terminal
de Bateria (BFT)
Central Elétrica do
Interior do Veículo (IEC)
Para medir a corrente em um circuito elétrico, deve-se ligar o Amperímetro em série com o circuito.
O aparelho possui em seu interior uma resistência interna, cujo valor é a menor possível.
A medida da tensão é mais conhecida como medida de diferença de potencial (ddp). Para realizar a
medida de tensão, utiliza-se o aparelho denominado Voltímetro. Assim como no caso do
amperímetro, existem também voltímetros analógicos e digitais, porém, o voltímetro digital
possibilita a melhor leitura do valor da ddp.
Para medir a ddp entre as extremidades de um resistor, por exemplo, deve-se conectar o Voltímetro
em paralelo com o resistor. Sendo assim, os voltímetros são construídos com uma resistência interna
mais alta possível, de forma que, ao introduzir o voltímetro, a perturbação causada no circuito seja
desprezível.
A medida da resistência elétrica de um corpo é realizada por um aparelho chamado Ohmímetro. Para
realizar essa medição, basta conectar os terminais do Ohmímetro às extremidades do corpo.
Se um curto-circuito for atribuído aos terminais do Ohmímetro (junção dos terminais), tem-se R =
0Ω, situação de corrente máxima. Se os terminais estiverem em circuito aberto, implicará que R = ∞
(resistência infinita), e a corrente é nula.
Cuidados na Medição de Resistência: Um Ohmímetro nunca deve ser usado para a medição de
resistências onde existe tensão, ou seja, no caso de medir resistências que fazem parte de um
circuito este deve ser desligado e descarregado; o Ohmímetro tem uma fonte de tensão nele
incorporada, portanto, é necessário certificar-se que esta tensão não danifica o objeto que está
sendo medido; não se deve tocar com as mãos os terminais do componente para evitar interferência.
Capacitância;
Temperatura;
Entre outros.
A definição sobre qual medição será realizada acontece por uma chave rotativa, que permite ao
usuário selecionar a função a ser realizada. O Multímetro possui escalas de medição e é muito
importante certificar que a escala é a correta antes de iniciar a medição.
Multímetros analógicos – Baseados em Galvanômetros, cuja verificação da leitura acontece por meio
de força eletromagnética em seu ponteiro.
No Multímetro, a ponta de prova preta deve ser inserida no terminal COM e a ponta de prova
vermelha, no terminal VΩmA e posicione a chave rotativa em uma das posições Ω (200Ω, 2kΩ, 20kΩ,
200kΩ, 20MΩ).
6) Teste de Continuidade
No Multímetro, a ponta de prova preta deve ser inserida no terminal COM e a ponta de prova
vermelha, no terminal VΩmA e posicione a chave rotativa na posição . O dígito 1 no visor indica
que o circuito em teste está aberto. Um alerta sonoro é emitido se a resistência for inferior a 30Ω.
O seguinte procedimento testa com multímetro a existência de um curto com o terra em um circuito:
1. Remova a alimentação de energia (ex.: fusível, módulo de controle) do circuito suspeito;
2. Desconecte o componente;
3. Coloque o seletor rotativo do multímetro na posição Ω;
4. Conecte um dos cabos do multímetro a uma extremidade do circuito a ser testado;
5. Conecte o outro cabo do multímetro a um terra confiável;
6. Se o multímetro NÃO mostrar resistência infinita (I), há um curto com o terra no circuito.
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