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Capacitação Técnica

Sistemas Eletroeletrônicos
Apostila do Participante
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 03
ORIGEM DA ELETRÔNICA AUTOMOTIVA 04
O INÍCIO 04
DO ANALÓGICO AO DIGITAL 05
ARMAZENAMENTO E REPRODUÇÃO DE SINAIS 06
APLICAÇÃO DA ELETRÔNICA AUTOMOTIVA 06
LINGUAGEM DE COMUNICAÇÃO - BIT 07
BYTE 07
TRAMA (MENSAGEM, PALAVRA OU FRAME) 08
TRANSMISSÃO DE DADOS 09
MULTIPLEXAGEM 10
CAN-BUS 11
CAN-BUS CHEVROLET 12
PROTOCOLO 13
RESISTÊNCIA DE FIM DE LINHA 15
INTERFACE DE MULTIPLEXAGEM 16
FORMATO DA TRAMA (MENSAGEM) DE COMUNICAÇÃO 17
REDES DE COMUNICAÇÃO CHEVROLET 18
REDE GMLAN DE ALTA VELOCIDADE 19
REDE DE EXPANSÃO DO CHASSI 20
REDE MOST 20
REDE GMLAN DE BAIXA VELOCIDADE 20
REDE DE INTERCOMUNICAÇÃO LOCAL (LIN) 21
CONECTOR DE LINK DE DADOS (DLC) 21
DIAGRAMAS ELÉTRICOS 22
DIAGNÓSTICO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS 23
REFERÊNCIA DE DADOS SERIAIS 23
REPARO DE CHICOTE 24

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INTRODUÇÃO
Esta apostila faz parte da Capacitação Técnica Sistemas Eletroeletrônicos, que apresenta
importantes conceitos sobre redes de comunicação de dados, promove o reconhecimento da
arquitetura eletrônica dos veículos Chevrolet e desenvolve habilidades para a leitura de parâmetros
de funcionamento de sistemas eletroeletrônicos.

O objetivo deste curso é proporcionar ao participante conhecimento sobre os sistemas


eletroeletrônicos encontrados nos veículos Chevrolet, capacitando-o a:

 Entender a lógica de funcionamento das redes de comunicação de dados;

 Reconhecer as redes GMLAN e LIN encontradas nos veículos Chevrolet;

 Reconhecer a arquitetura eletrônica do veículo disponível nas atividades práticas;

 Utilizar o Manual de Serviços do Veículo (SI) nas atividades de reconhecimento e princípios


de diagnóstico;

 Operar a ferramenta de diagnóstico para a leitura de parâmetros de funcionamento dos


sistemas e para realizar procedimentos básicos de diagnóstico de falhas.

Nesta capacitação os participantes vivenciam a execução de medições e testes em circuitos


elétricos, conforme as orientações do Manual de Serviços, utilizando de forma correta os aparelhos
de medição e os respectivos adaptadores.

Esta publicação destina-se exclusivamente à capacitação dos profissionais da Rede Chevrolet.

Os produtos Chevrolet estão em constante desenvolvimento tecnológico e, a qualquer tempo, podem


incorporar novas tecnologias.

Participe dos Programas de Capacitação oferecidos pela Chevrolet e acompanhe os Boletins


Informativos a fim de se manter atualizado e aprofundar seus conhecimentos teóricos e práticos.

MATERIAL EXCLUSIVO DE USO INTERNO PARA A CAPACITAÇÃO DA REDE CHEVROLET

1º SEMESTRE / 2016

Sistemas Eletroeletrônicos 3 Apostila do Participante


ORIGEM DA ELETRÔNICA AUTOMOTIVA
No passado, a indústria automotiva já contemplava
funções adicionais necessárias apenas para o
funcionamento dos sistemas dos veículos, porém, tendo
como base componentes mecânicos e hidráulicos.
Durante anos desenvolveram-se pesquisas com o objetivo
de agregar novas funções, considerando a evolução dos
sistemas eletroeletrônicos em relação a custo e tamanho,
fatores determinantes para o desenvolvimento de novas
funções automotivas.
Entretanto, para satisfazer os requisitos de funções adicionais em sistemas automotivos, cresceu a
utilização de dispositivos microprocessados, redes de comunicação e o desenvolvimento de
softwares. A área de computação tornou-se importante e, até mesmo, fator diferencial no
desenvolvimento de novos produtos em sistemas automotivos.
A indústria automotiva é uma das grandes beneficiadas da tecnologia, que resultou em redução de
peso, gerenciamento de tráfego de informações, entretenimento, facilidade em diagnósticos e
manutenção e uma vasta oferta de funções de conforto, conveniência e segurança ao usuário final.
Nada disso seria possível sem que grandes estudiosos da humanidade dedicassem suas vidas a
desvendar os fenômenos físicos da natureza.

O INÍCIO

Thomas Edison criou o primeiro dispositivo para gravar e reproduzir som, em


1877. Ele utilizou um mecanismo muito simples para armazenar
mecanicamente uma onda analógica. No fonógrafo original de Edison, o
diafragma controlava diretamente a agulha em contato com os sulcos de
uma superfície cilíndrica com uma fina camada de estanho.
Falava-se dentro do dispositivo de Edison ao mesmo tempo em que um
cilindro rodava. Um diafragma vibrava e uma agulha vibrava junto. Estas
vibrações eram impressas no estanho. Para reproduzir o som, movia-se a
agulha sobre os sulcos impressos na gravação, que faziam a agulha vibrar e
assim o diafragma também vibrava e emitia o som.
Thomas Edison

A agulha do fonógrafo de Edison arranha o cilindro e emite uma onda


analógica que representa as vibrações criadas pela voz. Posteriormente,
esta forma de onda foi gravada eletronicamente, em vez de ter sido
utilizado um cilindro de estanho. Entretanto, o princípio era o mesmo.
As vibrações são muito rápidas. O diafragma vibra cerca de mil vezes por
segundo. A forma de onda de uma palavra falada é bastante complexa. Um
som puro é simplesmente uma curva senoidal vibrando em certa
frequência como, por exemplo, uma onda de 500 Hertz (500 oscilações por
segundo). Fonógrafo

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DO ANALÓGICO AO DIGITAL
O sinal analógico é caracterizado por variações suavizadas entre o máximo e mínimo de sua
amplitude como em uma curva senoidal (ondas). Todos os sons que ouvimos são através de ondas que
se propagam até nossos ouvidos.
Sinais analógicos podem ser encontrados em toda natureza, como é o caso do som da nossa voz.
Pode-se dizer que até poucos anos atrás todos os sinais utilizados pelo homem eram analógicos.
Na telefonia, por exemplo, a fala era transmitida em ondas, que tinham o mesmo formato em que as
palavras eram faladas pelo usuário.

Do que utilizamos no nosso dia a dia, podemos


destacar a corrente elétrica.
É possível representar o sinal analógico através dessa
curva, que pode ter intervalos com valores que variam
entre 0 e 10.
Uma das principais características desse tipo de sinal
é que ele passa por todos os valores intermediários
possíveis (0.01, 0.566, 4.565, 8.55…), o que resulta em
uma faixa de frequência bem maior e por isso não tão
confiável e com qualidade inferior, devido à oscilação.

Já o sinal digital é caracterizado por variações bruscas de sinal, não havendo sinais intermediários
entre seu máximo e mínimo, uma onda quadrada, que pode ser traduzido em códigos binários (de dois
números) 0 e 1, desligado e ligado.
Sinal Digital é um sinal com valores discretos no tempo e na amplitude. Isso significa que um sinal
digital só é definido para determinados instantes de tempo e o conjunto de valores que podem
assumir é finito. Os termos período e frequência geralmente não estão associados a um sinal digital,
uma vez que eles não são periódicos.
A quantidade de informação transmitida em um segundo é chamada de velocidade de transmissão ou
largura de banda, sendo representada por bits por segundo.
O sinal digital pode ser representado em gráfico. Aqui vemos como fica o sinal convertido de
analógico para digital.

Ocorre uma simplificação, onde um 4,2 é computado


como 4, fazendo com que a transmissão por sinal digital
tenha melhor qualidade de imagem e som, além de um
tempo menor para processamento de dados.
No caso da telefonia, por exemplo, a conversação não só
é menos suscetível a ruídos, mas também permite a
oferta de serviços avançados, como identificador de
chamadas e as mensagens de texto.

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ARMAZENAMENTO E REPRODUÇÃO DE SINAIS
O armazenamento e a reprodução de uma onda analógica são processos muito simples, porém, esses
procedimentos não geram uma reprodução muito fiel e o atrito da agulha com a superfície alarga os
sulcos e, com o tempo, ele não será capaz de reproduzir o som.
Uma gravação digital converte a onda analógica em uma série de números. Esta conversão é feita por
um dispositivo chamado conversor analógico-digital (CAC). Para reproduzir a música, a série de
números é convertida novamente para a onda analógica por um conversor digital-analógico (CDA).
A onda analógica criada pelo conversor será sempre igual, desde que os números não estejam
corrompidos. Quando uma onda é convertida, pode-se controlar duas variáveis: a taxa de
amostragem (sampling rate - controla a quantidade de amostras por segundo) e a quantização
(sampling precision - controla a quantidade de gradações diferentes). As taxas de amostragem e
quantização geram uma grande quantidade de dados, que são armazenados como bytes. Dois bytes
representam 65.536 gradações.

APLICAÇÃO DA ELETRÔNICA AUTOMOTIVA


Na indústria automotiva, há casos em que as tecnologias
nasceram dentro de determinadas marcas, que detêm o domínio
total destas.
Existem também as tecnologias de padrão aberto, que têm suas
especificações técnicas amplamente disponíveis e padronizadas.

A padronização das tecnologias automotivas é regulamentada por


órgãos como o SAE (Society of Automotive Engineers) e ISO
(International Organization for Standardization).
Com a popularização dos sistemas embarcados no mercado automotivo foi preciso criar ferramentas
para programar e verificar o funcionamento dos módulos de controle eletrônico incorporados.
Considerando a necessidade de desenvolver dispositivos de diagnóstico veicular, é possível
classificar as falhas em duas categorias: falhas possíveis de serem identificadas pelo motorista,
também chamadas de On-Board Diagnosis (ex.: luzes indicadoras no painel de instrumentos), e falhas
identificadas somente com o auxílio de ferramentas especiais, também chamadas de Off-Board
Diagnosis (ex.: MDI/GDS2).
Uma arquitetura eletrônica automotiva executa suas diversas funções de acordo com especificações.
As ECUs (Electronic Control Units) ou módulos de controle eletrônico automotivos são conectados por
meio de redes (barramentos) de comunicação e as tarefas executadas em suas respectivas ECUs, que
se comunicam entre si através de trocas de tramas. A transmissão das tramas é realizada por
sequências de códigos binários.

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LINGUAGEM DE COMUNICAÇÃO - BIT
BIT (BInary digiT), dígito binário em português, é a menor unidade de informação que pode ser
armazenada ou transmitida. Fisicamente, o valor de um bit é, de forma geral, armazenado como uma
carga elétrica acima ou abaixo de um nível padrão, em um único condensador, dentro de um
dispositivo de memória. Mas, bits podem ser representados fisicamente por vários meios. Os meios e
técnicas comumente usados são:
 Pela eletricidade;
 Por via da luz (em fibras ópticas ou em leitores e gravadores de discos ópticos, por exemplo);
 Por via de ondas eletromagnéticas (rede wireless);
 Por via de polarização magnética (discos rígidos).
O processamento de dados em grande escala por
circuitos digitais só é possível, na prática, se eles
estiverem na forma de números binários.
A facilidade de processamento de números binários
decorre da existência de apenas dois dígitos, 0 e 1, que
podem representar dois níveis de uma determinada
grandeza, como na tensão ou na corrente (ex.: ‘0’ = 0
Volt e ‘1’ = 5 Volts).
Na realidade, tais níveis não são valores únicos, mas sim faixas, como por exemplo, em um
componente eletromecânico: um rele de bobina com tensão nominal de 6 Volts, que certamente
aciona com tensões na faixa de 5 a 7 Volts e não aciona com tensões entre 0 e 2 Volts. O nível lógico ‘0’
será a faixa de 0 a 2 Volts e o ‘1’, será a faixa de 5 a 7 Volts. A faixa intermediária, de 2 a 5 Volts, é
instável (a bobina pode ou não acionar) e o projeto do circuito não deve permitir tensões nesta faixa.
Com componentes eletrônicos, ocorre algo semelhante e, desta forma, o circuito se torna altamente
imune às interferências, diferenças de características de componentes, variações de tensão, entre
outros.
Mas, não é possível fazer muito utilizando somente um bit, isoladamente; tal como nós, em nossa
linguagem, também não nos entenderíamos usando somente letras.

BYTE
O Byte é usado com frequência para especificar o tamanho, a
quantidade de memória ou a capacidade de armazenamento
de um computador, independentemente do tipo de dados
armazenados.
Representar 256 números binários é o suficiente para que
possamos nos comunicar com os computadores. As 256
possíveis combinações vão de 00000000 (0) a 11111111 (255).
O sistema binário é o ideal para as nossas conversas com o
computador, pois representa perfeitamente a dualidade
absoluta dos estados de tensão e não tensão.

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Foram criados vários termos para facilitar a compreensão humana da capacidade de
armazenamento, processamento e manipulação de dados nos computadores. No que se refere aos
bits e bytes, tem-se as seguintes medidas:
• 1 Byte = 8 bits
• 1 kilobyte (KB ou Kbytes) = 1000 bytes (ou 1024 bytes, conforme a organização)
• 1 megabyte (MB ou Mbytes) = 1000 kilobytes (ou 1024 kilobytes, conforme a organização)
• 1 gigabyte (GB ou Gbytes) = 1000 megabytes (ou 1024 megabytes, conforme a organização)
• 1 terabyte (TB ou Tbytes) = 1000 gigabytes (ou 1024 gigabytes, conforme a organização)
• 1 petabyte (PB ou Pbytes) = 1000 terabytes (ou 1024 terabytes, conforme a organização)
• 1 exabyte (EB ou Ebytes) = 1000 petabytes (ou 1024 petabytes, conforme a organização)
• 1 zettabyte (ZB ou Zbytes) = 1000 exabytes (ou 1024 exabytes, conforme a organização)
• 1 yottabyte (YB ou Ybytes) = 1000 zettabytes (ou 1024 zettabytes, conforme a organização)

Quando a medição é baseada em bytes, a letra 'B' da sigla é maiúscula (como em GB).
É também por meio dos bytes que se determina o comprimento da trama de um computador.

TRAMA (MENSAGEM, PALAVRA OU FRAME)


Trama é a unidade de informação natural usada por um tipo de processador; é um grupo de tamanho
fixo que é processado em conjunto. A Trama começou por ser de 1 Byte (8 bits) para processadores de
8 bits.
Depois evoluiu para 16 bits, com os processadores de 16 bits.
Mais recentemente, a Trama passou a ser de 32 bits e até de 64 bits, conforme a característica de
arquitetura do computador (registradores, memórias específicas do processador, redes e
endereços).

Embora não tenham que ser obrigatoriamente um múltiplo do Byte, esses são os tamanhos de Tramas
mais frequentes.

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TRANSMISSÃO DE DADOS
Na transmissão de dados entre dispositivos, geralmente usa-se medições relacionadas a bits e não a
bytes. Assim, há também os seguintes termos:
• 1 kilobit (Kb ou Kbit) = 1024 bits
• 1 megabit (Mb ou Mbit) = 1024 Kilobits
• 1 gigabit (Gb ou Gbit) = 1024 Megabits
• 1 terabit (Tb ou Tbit) = 1024 Gigabits
Quando a medição é feita em bits, o 'b' da sigla fica em minúsculo (como em Gb).
Como já dito, a utilização de medições em bits é comum para informar o volume de dados em
transmissões. Geralmente, indica-se a quantidade de bits transmitidos por segundo.

Assim, quando queremos dizer que um determinado dispositivo é capaz de trabalhar, por exemplo,
com 54 megabits por segundo, usa-se a expressão 54 Mb/s:
• 1 Kb/s = 1 kilobit por segundo
• 1 Mb/s = 1 megabit por segundo
• 1 Gb/s = 1 gigabit por segundo, e assim por diante.
Nos Estados Unidos, é comum o uso de Kbps, Mbps ou Gbps para expressar a quantidade de bits
transferidos, com a terminação "ps" se referindo a "per second” (por segundo). Porém, como "ps"
também é a sigla para a unidade de medida ‘picossegundo’, de acordo com o Sistema Internacional de
Unidades, é mais adequado o uso de "/s" para expressar bits transferidos por segundo.

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MULTIPLEXAGEM
Um veículo lançado em 1960, que não era equipado com muitos acessórios, contém mais ou menos
200 metros de cabos elétricos e centenas de conexões.
Quarenta anos depois, no ano 2000, um veículo mais luxuoso necessitava em torno de 2 mil metros de
cabos para manter seus sistemas eletrônicos funcionando.
O número de cabos aumentou para acompanhar a quantidade de acessórios, que em dez anos seria
duas vezes maior, o que transformaria o automóvel em um novelo de cabos ambulante.
A engenharia automobilística buscou uma alternativa para mudar essa realidade e encontrou uma
solução que, ao mesmo tempo, reduziu a quantidade de cabos, o custo deste material e ainda
aumentou a confiabilidade no produto e facilitou o técnico no diagnóstico de eventuais falhas e na
reparação dos sistemas: a Multiplexagem.
Nos projetos de eletrônica embarcada em veículos desenvolvidos a partir da multiplexagem, foram
reduzidos em média de 2.500 para 1.000 metros a quantidade de cabos em comparação ao modelo
anterior, sem a rede de multiplexagem.
Multiplexagem significa transmitir simultaneamente duas ou mais informações através de uma única
via, em nosso caso, através de cabos.
A multiplexagem estabelece possibilidades de evoluções no âmbito da eletrônica embarcada, já que
seu princípio de funcionamento elimina consideravelmente a quantidade de cabos, sensores,
conectores e unidades de comando.
Fazendo uma analogia com a Internet, para se buscar uma informação em um determinado site, o
internauta deve possuir meios físicos (computador e conexão), acesso a um provedor e também um
código de acesso, chamado de endereço eletrônico.
Em um veículo, a rede multiplexada está interligada por meio de uma central eletrônica ‘Gateway’
(módulo de interface - ex.: BCM), que recebe, processa e distribui as informações da rede
provenientes de sensores, atuadores e das unidades de comando.
Esta central eletrônica pode ser comparada a um provedor de Internet. As informações que chegam
das unidades de comando são codificadas, isto é, são comparadas ao endereço eletrônico da Internet,
como se as unidades de comando acessassem as informações de um sensor (site), através da central
eletrônica (provedor da Internet) e as redes se encarregassem de propagar o código digital (endereço
eletrônico).
As vias de comunicação da rede multiplexada podem ser de cabos de cobre, fibra óptica, ondas de
rádio, entre outros, por onde trafegam sinais elétricos (tensão, corrente), ondas eletromagnéticas ou
luz.

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CAN-BUS
No início do uso dos módulos eletrônicos em veículos, havia basicamente o módulo de controle da
injeção eletrônica (ECM – Engine Control Module), que fazia o controle do funcionamento do motor e
seus respectivos sensores.
Depois surgiu o módulo de controle das informações ao motorista (IPC – Instrument Panel Cluster),
que controlava os indicadores de velocidade, rotação do motor, combustível, indicadores de funções
ativas e de falhas. O terceiro módulo a ser utilizado seria o módulo de controle da carroceria (BCM –
Body Control Module), que passou a integrar as funções de controle de travas elétricas, alarme,
iluminação, limpadores, entre outras.
Cada módulo era responsável por suas funções dentro do veículo. Mas, ainda faltava uma maneira de
realizar a eficiente comunicação entre eles, ao invés dos diversos cabos que os conectavam.
A Bosch se juntou à Intel e desenvolveu o protocolo CAN-bus, em 1987, especificamente para a
indústria automotiva.
CAN (Controller Area Network) ou Rede de Controladores de Área, também é conhecida como sistema
multiplexado. A multiplexagem distingue-se da antiga tecnologia elétrica por fazer circular muitas
informações entre diversos sistemas através de um único canal de transmissão de dados,
materializado por dois cabos.

A palavra BUS (transportador) está relacionada à


capacidade de transportar uma grande quantidade
de informação.
CAN-bus é uma rede composta por diversos
controladores ou módulos de controle eletrônico
(ECUs - Electronic Control Units), que se comunicam
entre si, utilizando dados seriais.

Componentes como atuadores e sensores são conectados a esses módulos de controle através de
fiação elétrica convencional.
A rede CAN-bus tem sido aplicada quase que universalmente como padrão para troca de dados na
indústria automotiva, devido ao fato de que a estrutura de hardware e o protocolo permitem um alto
grau de confiabilidade para um perfil técnico relativamente pequeno.
A transmissão de dados seriais é feita na forma de pulsos de voltagem com amplitude e largura
definidas.
Vantagens do CAN-bus:
1. Redução do número de sensores e de cabos de sinal, devido aos múltiplos usos do sinal de um
mesmo sensor.
2. Menor número de cabos necessários nos chicotes elétricos.
3. Redução considerável no peso do chicote elétrico.
4. Menor número de terminais nos conectores dos módulos de controle.
5. Confiabilidade e serviço melhorados.
Com a utilização da rede de comunicação automotiva, aumentou significativamente o número de
módulos de controle eletrônico no veículo, que ficou mais configurável.

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CAN-BUS CHEVROLET
A rede GMLAN (General Motors Local Area Network) de alta velocidade é um bom exemplo de rede de
comunicação de dados entre os módulos de controle vitais para o funcionamento do veículo.
Esta rede é composta por dois cabos entrelaçados entre si, configuração adequada para evitar
interferências de campos magnéticos, proteção necessária aos componentes eletrônicos sensíveis a
essas interferências.
Em caso de reparo, deve-se respeitar a especificação de no mínimo 10 voltas a cada 31 cm, medidos
em qualquer local ao longo do comprimento dos cabos. O diâmetro externo dos cabos entrelaçados
não deve exceder 6 mm.

As redes GMLAN permitem a troca de dados entre todos os módulos de controle do veículo em uma
velocidade muito rápida. Isto significa que os módulos conectados à linha podem trocar dados entre si
muito mais rapidamente do que usando o sistema UART (velocidade de 8,2 Kb/s), utilizado
inicialmente.
Os dados transmitidos de qualquer módulo são enviados a todos os módulos de controle conectados à
rede GMLAN. Cada módulo de controle avalia se ele precisa ou não processar ou adotar alguma ação
sobre os dados recebidos.
Baseado no conceito multi-mestre, onde todos os módulos podem se tornar mestres em
determinados momentos e escravos em outros, toda e qualquer trama é enviada para todos os
módulos existentes na rede.
Uma das principais características das redes CAN é a priorização de tramas. As tramas contêm uma
parte de informação ou comando e outra parte de identificação de destinatário.
Como vários módulos estão conectados a uma mesma rede de comunicação, é necessária a
priorização entre as tramas, pois há tramas mais e outras menos importantes trafegando ao mesmo
tempo e, possivelmente, iniciando também ao mesmo tempo.
Assim que o módulo faz a leitura da linha e percebe que há uma trama com prioridade maior, a trama
de baixa prioridade é interrompida.

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PROTOCOLO
Para que ocorra comunicação entre todos os elementos da rede multiplexada (ex.: rede GMLAN) é
necessário gerar uma linguagem de comunicação comum denominada Protocolo de Dados.
O Protocolo de Dados ou Protocolo de Comunicação define todas as regras de comunicação de dados
entre os equipamentos. Essas regras são: o modo de transmissão (analógico ou digital), o tipo de
código, o endereço, a ordem de transmissão, a detecção de erros, prioridade de informações, entre
outras.
O protocolo CAN é um protocolo de comunicação de dados seriais sincronizados. O sincronismo entre
os módulos conectados à rede é feito em relação ao início de cada trama lançada à rede, evento que
ocorre em intervalos de tempo conhecidos e regulares.
O protocolo CAN em aplicações de eletrônica embarcada, conforme explicado, requer um par de
condutores entrelaçados, denominados BUS de dados, para evitar as interferências eletromagnéticas
perturbadoras procedentes do próprio cabo do bus de dados ou de outras fontes existentes no
veículo como circuitos de potência, centelhas, telefone celular ou rádio.
Cada um dos condutores da rede CAN tem níveis lógicos diferentes, denominados CAN-Alto
(CAN_High) e CAN-Baixo (CAN_Low) e, por isso, a soma das tensões é constante em qualquer
momento, minimizando os efeitos eletromagnéticos de ambos.
Abaixo encontramos um exemplo de comportamento dos sinais dos cabos entrelaçados da rede
GMLAN de Alta Velocidade:

O protocolo é gerado a partir de uma combinação de bits. Cada bit pode assumir um estado lógico de
cada vez, ‘0’ ou ‘1’.
Um exemplo de como é gerado um estado lógico de operação é o interruptor do pedal de freio, que
serve para acender ou apagar a luz de freio, adotando apenas dois estados operacionais distintos,
ligado (1) ou desligado (0).

Sistemas Eletroeletrônicos 13 Apostila do Participante


Abaixo encontramos um novo exemplo de comportamento dos sinais de um dos cabos da rede GMLAN
de Alta Velocidade.
Bit 1 => 5 Volts Bit 0 => 0 Volt

Nota: Tensão pode variar de acordo com o tipo de rede e sua configuração operacional)
A seguir, vemos a representação dos sinais combinados nos cabos entrelaçados da rede GMLAN de
Alta Velocidade.

No caso do protocolo de comunicação o funcionamento é basicamente da mesma forma. As unidades


de comando ligadas à rede também podem gerar dois estados operativos de um bit para a difusão de
uma ou mais informações na rede.
Da mesma forma que é possível determinar o estado operacional de um circuito da luz de freio, pode-
se transmitir informações por meio de dois ou mais bits unidos, sendo que com dois bits obtemos
quatro diferentes variáveis, com três bits temos oito variáveis e assim por diante. A cada variável
podemos assinalar uma informação específica, com caráter formal para todas as unidades de
comando.

Sistemas Eletroeletrônicos 14 Apostila do Participante


Quanto maior o número de bits unidos, maior a informação a ser transmitida. Com cada bit adicional
se duplica a quantidade de possíveis informações.

RESISTORES DE FIM DE LINHA


Toda rede CAN possui dois blocos de resistores (de terminação ou de fim de linha) com valores de 120
Ohms (ou associados em série, 60+60 Ohms), conectados à rede para garantir a perfeita propagação
dos sinais elétricos pelos cabos da rede.
Esses resistores, um em cada ponta da rede, garantem a reflexão dos sinais no BUS de dados e o
correto funcionamento da rede CAN, eliminando ruídos.
Normalmente, as resistências de fim de linha são colocadas no módulo de controle do motor e na
central de processamento de informações da rede, a BCM, nos veículos Chevrolet.
É possível ser feito uma rápida verificação da continuidade da rede com uma medida de resistência
entre os cabos GMLAN-Alto (GMLAN-High) e a GMLAN-Baixo (CAN_Low), sem que haja tensão na rede
e as unidades de comando estejam conectada.

Conector DLC

A medida de resistência entre os pinos 6 (GMLAN-Alto) e 14 (GMLAN-Baixo), com o terminal negativo


da bateria desconectado, deve ser de aproximadamente 60 Ohms.

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INTERFACE DE MULTIPLEXAGEM
A interface de multiplexagem está integrada às unidades de comando da rede multiplexada e está
conectada aos condutores do BUS de dados e ao processador da unidade de comando.

Módulo de
Controle Interface Multiplexagem
entradas

Controlador Interface
de de Bus Multiplexagem
Processador
Protocolo linha
saídas

A interface de multiplexagem é composta por dois elementos:


• Controlador de protocolo
• Interface de linha
O controlador de protocolo, além de transmitir informações gerenciadas pela unidade de comando
para o BUS de dados, também recebe as informações provenientes do Bus de dados e as descodifica
para a unidade de comando. O controlador de protocolo pode ser parte de um processador específico.
A interface de linha tem por função a recepção e a transmissão das tramas sobre o BUS de dados.
A recepção das tramas feita através da interface de linha utiliza um comparador que realiza a medida
da diferença de tensão entre os condutores do BUS de dados.
• Se a tensão CAN_High > tensão CAN_Low → S = 0
• Se a tensão CAN_High = tensão CAN_Low → S = 1

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FORMATO DA TRAMA (MENSAGEM) DE COMUNICAÇÃO
As informações provenientes das unidades de comando interligadas pela rede CAN são
compartilhadas. A codificação das informações é digital, a transmissão de dados é serial e existe uma
estratégia de gerenciamento de prioridades na difusão das informações na rede.
O controlador de protocolo é o responsável em transformar as informações provenientes da unidade
de comando em trama de comunicação a ser transmitida na rede CAN, e transformar a trama de
comunicação proveniente na rede em informação para a unidade de comando. Por isso, esta trama de
comunicação que transita pela rede precisa ser padronizada, para que todas as unidades de comando
ligadas à rede saibam o conteúdo da informação.
Uma trama de comunicação é composta por 8 campos, sendo que cada um dos campos é formado por
um ou vários bits, dependendo da função de cada um dos campos da trama, e nela pode existir dois
níveis lógicos (bit 0 – nível lógico baixo – bit dominante, e bit 1 – nível lógico alto – bit recessivo).
Campo de identificação Campo de dados Campo de recepção
(11+1 Bits) ( 64 Bits) (2 Bits)

Campo de início Campo de controle (6 Bits) Campo de validação da Campo de fim


(1 Bit) trama (16 Bits) (7 Bits)

Campo de início
Neste campo encontra-se o símbolo indicativo do início de uma trama. É formado por um único bit e
sempre se inicia por ‘0’. É utilizado para sincronizar automaticamente os receptores dos módulos.
Campo de identificação
O campo de identificação indica a quem se destina a trama. Este campo é composto por 12 bits, que
podem ser separados em 11 + 1. Os 11 primeiros servem para indicar a quem se destina a trama, assim
como um endereço postal, e também servem de arbitragem no caso de dois emissores se
comunicarem ao mesmo tempo. O último bit é sempre ‘0’ e permite a um módulo chamar outro
módulo para envio de dados necessários naquele momento.
Campo de controle
Esse campo é composto por 6 bits, sendo que os dois primeiros são reservados a uma futura evolução
do protocolo CAN e os quatro últimos que determinam o número de bytes de dados contidos no campo
seguinte (campo de dados).
Campo de dados
No campo de dados, os dados são transmitidos sob a forma de bytes. Este campo tem de 0 a 8 bytes
de dados, com o bit mais significativo no início e o menos significativo colocado no fim.
Campo de validação da trama
O campo de validação permite verificar a validade da trama e se os dados não foram alterados. Este
campo é constituído por duas partes:
• Código de verificação de dados - tem tamanho de 15 bits e é calculado pelo emissor a partir dos bits
contidos na totalidade da trama. O receptor faz um cálculo idêntico a partir dos dados que ele recebe.
Se um ou mais bits são parasitados, o receptor vai detectar e desconsiderar a trama.
• Identificador de fim de verificação de dados - marca o fim do campo de validação da trama; esse bit
é sempre ‘1’.

Sistemas Eletroeletrônicos 17 Apostila do Participante


Campo de recepção
O campo de recepção permite confirmar se o módulo a que se destina recebeu a trama. Este campo é
constituído por dois bits:
• Bit de regularização do receptor
• Bit delimitador de regularização
A regularização do receptor é realizada se o resultado do cálculo de verificação de dados estiver
correto. O receptor coloca então um bit ‘0’.
Se depois do cálculo o receptor encontrar um erro, ele não regulariza a mensagem e devolve a trama
com o bit de regularização ‘1’. O emissor entende então que a mensagem não foi corretamente
transmitida e novamente a transmite.
O delimitador de regularização é sempre apresentado por um bit ‘1’, que permite identificar
facilmente a regularização.
Campo de fim (separador da trama)
O campo fim sinaliza o fim da trama e permite o retorno da rede ao estado inicial. O campo de fim da
trama tem 7 bits no estado ‘1’.

REDES DE COMUNICAÇÃO CHEVROLET


A GM utiliza uma série de redes de comunicação diferentes para garantir a rápida e eficiente troca de
informações entre dispositivos eletrônicos.
Quando comparadas entre si, algumas dessas redes são de natureza diferente, tanto em velocidade,
como em características do sinal e do comportamento. Um exemplo disso são as redes GMLAN de Alta
Velocidade e GMLAN de Baixa Velocidade.
Por outro lado, quando as redes, comparadas entre si, possuem características semelhantes e
operam em paralelo, estas são usadas para agrupar componentes que possuem alta interação.
Exemplos disso são as redes GMLAN de Alta Velocidade, Expansão do Chassi e Expansão do Trem de
Força.
Essa configuração permite que os módulos de controle se comuniquem entre si por meio de uma rede
com reduzido congestionamento de tramas, assegurando uma troca de informações mais rápida e
oportuna, do que se estivessem todos os dispositivos do veículo em uma única rede.
A maioria das informações de uma determinada rede geralmente permanece local. Entretanto,
algumas informações são compartilhadas com outras redes. Os módulos de controle designados
como Gateways (ex.: BCM) realizam a transferência de informações entre as redes.
Um módulo Gateway está conectado a pelo menos duas redes e interage com cada rede de acordo
com seus modelos de estratégia e de transmissão de tramas.
A rede GMLAN fornece ao módulo receptor a capacidade de monitorar transmissões de tramas de
outros módulos, a fim de determinar se as tramas de interesse não estão sendo recebidas.
O objetivo principal é permitir que informações adequadas substituam aquelas que deixaram de ser
recebidas.
Além disso, um módulo pode criar um Código de Falha (DTC) para indicar que o módulo emissor, do
qual se aguardava informações, não está mais se comunicando.

Sistemas Eletroeletrônicos 18 Apostila do Participante


Exemplo: S10 LTZ Diesel 4x4

GMLAN de Alta velocidade


TCM Controle ECM Controle
EBCM Sistema TCCM Caixa de
GMLAN Expansão do Chassi de freios transferência
eletrônico da Eletrônico do
transmissão Motor
GMLAN de Baixa velocidade

GMLIN Dedicada K17 K69 K71 K20

BCM Sistema de
Carroceria Conector
SAS Sensor de IMU Unidade de DLC
ângulo de B99 medição B119
direção inercial

K9

K77 K89
K41R K36 P16 K33
RFA Receptor
de Radio TDM Sistema HVAC
Imobilizador UPA Modulo de SDM Sistema de IPC Painel de
Frequência Condicionador de
assistência ao Airbag instrumentos
Ar digital
estacionamento

REDE GMLAN DE ALTA VELOCIDADE


A rede GMLAN de Alta Velocidade é utilizada quando os dados precisam ser trocados a uma
velocidade suficientemente alta para minimizar o atraso entre a ocorrência de uma mudança de valor
do sensor e na recepção desta informação através de um dispositivo de controle, usando as
informações para ajustar o desempenho do sistema do veículo.
A rede GMLAN Alta Velocidade é composta de um par de cabos entrelaçados. Um circuito de sinal é
identificado como GMLAN-Alto (+) e o outro circuito de sinal é identificado como GMLAN-Baixo (-).
Nas extremidades desta rede de dados existem resistores de terminação de 120 Ohms entre os
circuitos GMLAN-Alto e o GMLAN-Baixo.
Os dados (1 e 0) são transmitidos sequencialmente a uma velocidade de 500 Kb/s e são representados
pela diferença de tensão entre a GMLAN-Alto e a GMLAN-Baixo.
Quando as duas partes da rede estão fora de operação, os circuitos de sinal GMLAN-Alto e GMLAN-
Baixo não são acionados, o que representa uma lógica ‘1’.
Neste estado, os dois circuitos de sinal estão na mesma tensão de 2,5 Volts. A diferença de tensão é
de aproximadamente 0 Volt.
Quando uma lógica de ‘0’ é transmitida, o circuito de sinal GMLAN-Alto é acionado com uma tensão
mais elevada, de aproximadamente 3,5 Volts, e o circuito GMLAN-Baixo é acionado a uma tensão
inferior, de aproximadamente 1,5 Volts. A diferença de tensão aproximada é de 2,0 (+/- 0,5) Volts.

Sistemas Eletroeletrônicos 19 Apostila do Participante


REDE DE EXPANSÃO DO CHASSI
A rede GMLAN de Alta Velocidade de Expansão do Chassi é basicamente uma cópia da rede GMLAN de
Alta Velocidade, exceto que a sua utilização está reservada para os componentes do chassi. Esta
aplicação divide o congestionamento de tramas entre duas redes paralelas, ajudando a assegurar
uma transmissão e recepção de tramas em tempo hábil. Às vezes, é necessária uma comunicação
entre a rede de Expansão do Chassi e a rede GMLAN de Alta Velocidade primária. Isso ocorre
utilizando-se o Módulo de Controle Eletrônico de Frenagem (EBCM) como o módulo de Gateway.
Como a rede de Expansão do Chassi e a rede GMLAN de Alta Velocidade primária operam da mesma
forma, o diagnóstico dessas redes é similar.

REDE MOST
A rede Infotainment MOST é uma rede de dados de streaming (transmissão) de multimídia de alta
velocidade dedicada, 100 vezes mais rápida e independente da rede GMLAN de Alta Velocidade.

A rede MOST é configurada em circuito fisicamente


conectado com cada dispositivo que envia e recebe dados em
endereços MOST designados em uma ordem estabelecida.
Cada dispositivo na rede MOST tem cabos de cobre em pares
entrelaçados.
O Rádio é o módulo-mestre da rede MOST e monitora a rede
para configuração do veículo, tramas de dados do
Infotainment e erros na rede.

Quando as respostas iniciais na rede MOST são informadas com sucesso, sem erro, para o Rádio, a
segunda solicitação de dados gravará os endereços dos dispositivos na rede, suas exigências de
funcionalidades e capacidades.

REDE GMLAN DE BAIXA VELOCIDADE


A rede GMLAN de Baixa Velocidade permite a utilização de componentes de menor complexidade e
normalmente é usada para funções controladas pelo operador, onde as necessidades de tempo de
resposta são mais lentas do que aquelas necessárias para o controle dinâmico do veículo.
A rede GMLAN de Baixa Velocidade consiste de uma rede de um único cabo. Durante o funcionamento
do veículo, símbolos de dados (0 e 1) são sequencialmente transmitidos, à taxa normal de 33,3 Kb/s.
Para a programação de componentes, um modo especial de velocidade mais alta, de 83,3 Kb/s, pode
ser usado.
Diferente das redes de dados de pares trançados, a rede de cabo único de baixa velocidade não utiliza
resistores de terminação nas duas extremidades da rede.
Os dados transmitidos através dessa rede são representados por diferentes sinais de tensão. Quando
a rede GMLAN de Baixa Velocidade está em repouso e não está sendo acionada, existe uma tensão de
baixo sinal de aproximadamente 0,2 Volts. Isto representa uma lógica ‘1’. Quando uma lógica ‘0’ está
sendo transmitida, a tensão do sinal é de aproximadamente 4,0 Volts.

Sistemas Eletroeletrônicos 20 Apostila do Participante


REDE DE INTERCOMUNICAÇÃO LOCAL (LIN)
A Rede de Intercomunicação Local (LIN) consiste de um cabo único, com uma taxa de transmissão de
10,4 Kb/s e é utilizada para a troca de informações entre um módulo de controle mestre e outros
dispositivos inteligentes que oferecem funcionalidade. Este tipo de configuração não requer a
capacidade ou a velocidade de uma rede GMLAN de Alta Velocidade ou de Baixa Velocidade e é,
portanto, relativamente mais simples.
Os símbolos de dados (0 e 1) a serem transmitidos são representados por diferentes níveis de tensão.
Quando a rede LIN está em repouso e não está sendo acionada, o sinal está em um estado de alta
tensão de aproximadamente12 Volts (Bateria). Isso representa uma lógica ‘1’. Quando uma lógica ‘0’ é
transmitida, a tensão de sinal é de aproximadamente 0 Volt.

CONECTOR DE LINK DE DADOS (DLC)


O Conector de Link de Dados (DLC) é um conector de 16 cavidades, padronizado. O desenho do
conector e a localização são ditados por um padrão da indústria (OBD) e é necessário possuir:
• Terminal 1 – Terminal de comunicações GMLAN de Baixa Velocidade
• Terminal 2 – Terminal de comunicações Classe 2
• Terminal 3 – Terminal (+) da rede serial GMLAN de Média Velocidade ou terminal (+) da rede GMLAN
de Alta Velocidade de Objetos
• Terminal 4 – Terminal de aterramento da ferramenta de diagnóstico
• Terminal 5 – Terminal de aterramento do sinal comum
• Terminal 6 – Terminal (+) da rede GMLAN de Alta Velocidade
• Terminal 7 – Terminal de comunicações de palavra-chave
• Terminal 8 – Não utilizado
• Terminal 9 – Não utilizado
• Terminal 10 – Não utilizado
• Terminal 11 – Terminal (-) da rede GMLAN de Média Velocidade ou terminal (-) da rede GMLAN de
Alta Velocidade de Objetos
• Terminal 12 – Terminal (+) da rede GMLAN de Alta Velocidade de Expansão do Chassi
• Terminal 13 – Terminal (-) da rede GMLAN de Alta Velocidade de Expansão do Chassi
• Terminal 14 – Terminal (-) da rede GMLAN de Alta Velocidade
• Terminal 15 – Não utilizado
• Terminal 16 – Energia da ferramenta de diagnóstico, terminal de voltagem positiva da bateria

Sistemas Eletroeletrônicos 21 Apostila do Participante


DIAGRAMAS ELÉTRICOS
O conhecimento adquirido até este momento é muito importante para a compreensão das
arquiteturas elétricas dos veículos Chevrolet e para a condução de procedimentos de diagnóstico
mais rápidos e precisos.
Os Manuais de Serviços dos Veículos Chevrolet (SI) oferecem as informações e as orientações
necessárias para a condução desses procedimentos. Um dos principais recursos disponíveis nessa
mesma fonte, muito útil para auxiliar no entendimento das interações dos sistemas eletroeletrônicos
e que podem ser utilizados para tornar o diagnóstico mais eficiente, é o Diagrama Elétrico.
Ao acessar um Diagrama Elétrico de determinada rede, pode-se visualizar todos os módulos e
conexões que dela fazem parte. Além disso, é possível identificar através de links de acesso e atalhos
a localização física do componente, as cores dos cabos, as ferramentas utilizadas para testes, as
conexões com outras redes, entre outros recursos.

Exemplo: GMLAN de Alta Velocidade do Onix

Sistemas Eletroeletrônicos 22 Apostila do Participante


DIAGNÓSTICO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS
O procedimento de diagnóstico de sistemas eletroeletrônicos dos veículos Chevrolet necessita de
recursos específicos: as Ferramentas de Diagnóstico adequadas, o Multímetro , as sondas de teste e
de liberação de terminais e o Manual de Serviços do Veículo (SI).

REFERÊNCIA DE DADOS SERIAIS


A ferramenta de diagnóstico comunica-se através das redes interconectadas do veículo. Quando é
instalada, a ferramenta de diagnóstico tenta se comunicar com todos os dispositivos que puder. Se
alguma opção não estiver disponível, a ferramenta exibirá ‘Nenhuma Comunicação’ (ou Não
Conectado) para aquele dispositivo.
Para evitar erros de diagnóstico por ausência de comunicação com algum dispositivo, deve-se
consultar a relação de dispositivos opcionais no Manual de Serviços (SI), em ‘Referências de Conexão
de Dados’, as configurações das redes com as quais se deseja comunicar e os códigos RPO de cada
dispositivo específico.

Sistemas Eletroeletrônicos 23 Apostila do Participante


REPARO DE CHICOTE (extraído da IT-026/15)
Devido à complexidade de substituição de chicotes e ao tempo de mão de obra, a GMB recomenda o
reparo.
São necessárias as ferramentas e os equipamentos necessários:
• Kit de reparo de chicotes;
• Kits de liberação de terminais;
• Alicate prensa terminal;
• Alicate de corte;
• Soprador térmico;
• Ferramenta de diagnóstico.
Atenção! Chicotes dos sistemas de Airbag e ABS não devem ser reparados, por se tratarem de
sistemas de segurança.
Método 1: O kit de reparo de chicote conta com a conexão completa (conector completo com terminais
e cabos), além dos termo-retráteis necessários para a junção dos cabos. Esse método torna o reparo
muito fácil, mas só está disponível para conectores de até 8 vias.
Método 2: Se o conector tiver nove ou mais vias, será fornecido apenas o conector (parte plástica) e
os terminais com cabos deverão ser solicitados separadamente. Desta forma, se um terminal estiver
danificado, pode-se substituir apenas o terminal.
Método 3: É possível o reparo do circuito com o uso de termo-retrátil, se apenas um cabo estiver
danificado e não houver necessidade de substituição de conectores.
Ao fazer um reparo em qualquer rede GMLAN, o comprimento original do fio após o reparo deve ser o
mesmo comprimento anterior ao reparo. Caso a rede seja um par torcido, a torção deverá ser mantida
após o reparo ser concluído.
Antes de proceder com o reparo de chicote, é imprescindível fazer o treinamento “Reparo de chicote”
disponível na Universidade Chevrolet.

Sistemas Eletroeletrônicos 24 Apostila do Participante


CAPACITAÇÃO
Não existe investimento melhor para valorizar sua carreira profissional!

UNIVERSIDADE CHEVROLET

Visite a nossa página na Internet:


www.universidadechevrolet.com.br

A Equipe de Capacitação da CHEVROLET agradece a todos os colaboradores internos e


externos que nos auxiliaram a desenvolver esta apostila.

© Versão 1.0 – 1º semestre – ano 2016. GM do Brasil. Todos os Direitos Reservados.


Proibida a reprodução total ou parcial deste documento sem expressa autorização, por
escrito da GM do Brasil.

A Chevrolet reserva-se o direito de alterar as especificações contidas neste material a


qualquer tempo, ou mesmo descontinuá-los, independentemente de aviso ou
comunicação e sem incorrer em obrigações ou responsabilidades de qualquer espécie.
Este material foi produzido exclusivamente para uso interno nos cursos da Rede
Chevrolet.

Material Exclusivo para uso interno na


Capacitação da Rede Chevrolet

Sistemas Eletroeletrônicos 25 Apostila do Participante

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