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Curso Técnico Automotivo

Experiência 2

Disciplina: Metodologia da Manutenção Elétrica Motor de Arranque 1


Turma: 10531 Prof.: Solimar
Curso Técnico Automotivo

Verificação e controle do
sistema de arranque
Conteúdos
8.1. Instalação dos motores de arranque.
8.2. Verificação do circuito de arranque.
8.3. Verificação e controle dos componentes do motor de arranque.
8.4. Teste de funcionamento do motor de arranque.

Objetivos
 Conhecer os processos de verificação e reparação dos motores de arranque.
 Analisar as avarias que podem produzir-se em um motor de arranque e as
reparações que devem efetuar-se.
 Aprender a realizar os testes de funcionamento do motor de arranque.

Introdução
A detecção e localização de avarias que podem produzir-se no interior do motor de
arranque se obtêm através de um processo de verificações que deve ser realizado seguindo
um método estabelecido e utilizando os comprovadores adequados. Seguidamente se
procede a reparação da avaria encontrada e à montagem e teste de funcionamento do motor
de arranque.
Os processos de verificação e reparação têm que efetuar-se seguindo as pautas
estabelecidas pelo fabricante nos correspondentes manuais de reparação. Em caso de não
dispor deles podem seguir-se a título geral as normas descritas neste capítulo.

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8.1. Instalação dos motores de arranque


O motor de arranque está convocado no bloco motor (fig. 8.1), encostado a
envolvente da embreagem, de maneira que seu pinhão de engrenamento entre no denteado
da coroa do volante motor, a que transmite movimento no momento da manobra de
arranque. A fixação se realiza normalmente com três parafusos (A) (um oculto) e, em
alguns casos, uma fixação lateral (B), como mostra a figura. Em outras aplicações se dispõe
também um sistema de fixação traseira, como pode ver-se em (C e D) da figura 8.2, que
sujeita a parte traseira da carcaça do motor de arranque ao próprio bloco motor, impedindo
todo movimento lateral nas manobras de arranque, quando o par que vai se transmitir é
elevado.

Figura 8.1. Fixações do motor de arranque.


Quando se realizar a montagem do motor de arranque sobre o motor do veículo, deverão
tomar-se certas precauções, comprovando que seu posicionamento seja correto sobre o
alojamento, sem inclinação, ao tempo que o pinhão de engrenamento fica a uma certa
distância da coroa em posição de repouso, sem engrenar sobre ela.

Figura 8.2. Fixações traseiras do motor de arranque.

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Quanto à utilização se refere à manobra de arranque não deve prolongar-se além de


dez segundos, ao cabo do qual o motor de combustão deve ficar em funcionamento. Se
depois de várias tentativas não se obtém, é indício de que existe avaria nele e toda tentativa
de arranque será em vão e ocasionará o esgotamento da bateria.
Em geral é aconselhável desembrear o motor de combustão quando se tenta o
arranque com temperaturas ambiente baixas. Em nenhum caso se tentará o arranque
estando posta uma velocidade, nem quando o motor esteja em marcha.

8.2. Verificação do circuito de arranque


Na manobra de por em marcha o motor de combustão, quando ao acionar o sistema
de arranque não se consegue o funcionamento do motor de arranque ou este não arrasta ao
de combustão à velocidade adequada, o defeito está acostumado a radicar no motor de
arranque, embora não sempre é esta a causa da anomalia. Uma bateria em mal estado, por
exemplo, pode dar lugar igualmente a este incidente.
Em geral, ante uma situação de funcionamento irregular do sistema de arranque,
deverá proceder-se à verificação do correspondente circuito, para tratar de localizar o
componente defeituoso (bateria, interruptor, motor de arranque, cablagem, etc.) e proceder
seguidamente a seu desmonte e reparação.
Se ao acionar a chave de contato não fica em marcha o motor de arranque, a avaria
está acostumada estar localizada no circuito de arranque, o relé ou o próprio interruptor,
que deverão verificar-se antes de proceder a seu desmonte e reparação. Pelo contrário,
quando o motor de arranque gira sem arrastar ao de combustão, a avaria está acostumada
radicar no sistema de engrenamento e, se o arrasto se produzir, mas a uma velocidade
muito lenta, o defeito está acostumado a estar no motor de arranque ou na bateria.
Assim, na verificação do sistema de arranque, proceder-se-á em função do tipo de
incidente detectado, devendo começar com uma prova do estado da bateria. Tendo as luzes
acesas de estrada, aciona-se o interruptor de arranque e o motor deve funcionar arrastando
ao de combustão. Nestas condições, se as luzes obscurecerem seu brilho até quase apagar-
se, é indício de que o defeito está na bateria, que se encontra descarregada ou frouxa suas
conexões de bornes. Se as luzes continuarem com seu brilho normal e o motor não gira, é
muito provável que exista uma interrupção no circuito ou no próprio motor de arranque. Se
ao tocar com a mão em bornes ou conexões se observa aquecimento do mesmo estando o
motor de arranque em marcha, é sintoma de que existem quedas de tensão devidas a
contatos defeituosos nestes bornes ou terminais, que terão que ser verificadas. Se ao
acionar a chave de contato não fica em marcha o motor de arranque, a avaria está
acostumada estar localizada no circuito de arranque, o relé ou o próprio interruptor, que
deverão verificar-se antes de proceder a seu desmonte e reparação. Para isso se comprovará
com um voltímetro ou lâmpada de testes se chegar tensão ao borne de acionamento do relé
(posição A na fig. 8.3). Nestas condições, ao acionar o interruptor de arranque, a lâmpada
deve acender-se ou o voltímetro indicar a mesma tensão da bateria. Se não fora assim, o
circuito é defeituoso e deverá comprovar o interruptor de arranque mediante o mesmo
procedimento.

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Figura 83. Pontos de verificação no motor de arranque.

Conectando o voltímetro sucessivamente nas posições que indica a figura 8.4,


partindo da bateria, pode ser detectada a possível interrupção do circuito.
Conectando um voltímetro na posição B (fig. 8.3) ao acionar o motor de arranque
deve produzir-se seu funcionamento normal e a leitura do voltímetro deve ser superior a
10V, pois, do contrário, é sintoma de que a bateria não está totalmente carregada ou existe
um curto-circuito no motor de arranque.

Figura 8.4. Pontos de verificação no circuito de arranque.

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Se o resultado desta prova é satisfatório, conectaremos o voltímetro como indica a


figura 8.5, quer dizer, entre o borne positivo de bateria e a entrada de corrente ao motor de
arranque. Ao acionar este, a leitura do voltímetro deverá ser inferior a 0,5V, pois, em caso
contrário, indica que existem quedas de tensão excessivas no circuito, ou no interruptor do
relé, devidas a contatos defeituosos no mesmo, que deverão ser desculpadas limpando os
bornes de conexão de bateria e motor de arranque. Seguidamente se conectará o voltímetro,
como indica a figura 8.6, entre os bornes do contactor do relé, e a leitura do voltímetro ao
acionar o arranque deve ser inferior a 0,5 E V pois, do contrário, indica que a conexão do
contactor do relé não é boa e deverá proceder-se à substituição do mesmo.

Figura 8.5. Medida da queda de tensão na alimentação do motor de arranque.

Figura 8.6. Medida da queda de tensão nos bornes do relé de arranque.

As quedas de tensão no circuito de arranque podem produzir-se em outros pontos do


mesmo, como são todos aqueles de conexão entre bornes e terminais que, em caso de
funcionamento irregular, devem ser comprovados. Com este fim se comprovará que a
conexão do cabo de massa é correto, para o qual se conecta o voltímetro como indica a
figura 8.7, entre a parte metálica do motor e o borne negativo de bateria. Se ao acionar o
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motor de arranque se obtém uma leitura superior a 0,5V, é que há uma tira de massa
defeituosa, que deve ser descoberta.

Figura 8.7. Verificação da tira de massa do motor de arranque.


Quando todas estas provas dão um resultado positivo e segue produzindo um giro
lento do motor de arranque, a instalação é correta e a avaria se encontra no próprio motor
de arranque, que deve retirar do veículo para sua desmontagem e verificação individual de
componentes.

8.3. Verificação e controle dos


componentes do motor de arranque
As avarias que podem encontrar-se em um motor de arranque são de tipo mecânico
ou elétrico. Para localizar as primeiras, é muito importante observar atentamente os
componentes enquanto se desmontam, antes de proceder a sua limpeza e durante a mesma.
Em muitos casos, a avaria se detecta desta forma.
Uma vez desmontado o motor de arranque (fig. 8.8), proceder-se-á à inspeção,
limpeza e verificação de cada componente, como se detalha a seguir.

Verificação do rotor ou induzido


Na verificação deste componente se começa com uma limpeza do mesmo,
empregando um pano umedecido em gasolina, secando depois com ar a pressão. Durante a
operação de limpeza se efetua uma inspeção das partes metálicas, a fim de detectar
deformações, desgaste, rupturas, ou qualquer outra anomalia de tipo mecânico, para realizar
posteriormente as verificações oportunas que detectem as avarias de tipo elétrico.

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Quanto à parte mecânica se refere, ficará especial cuidado em controlar os desgastes


nas almofadinhas de apoios (10 e 17, fig. 8.8) que, em caso de existir, seriam causa de um
giro empenado do induzido, produzindo um roçar do tambor contra as massas polares, o
que se detecta por marcas visíveis no mesmo (24). Este mesmo incidente pode produzir-se
se o eixo está torcido, o qual se comprovará apoiando o induzido em suportes em v para lhe
fazer girar, ao tempo que mediante um micrometro cujo apalpador se apóie no tambor,
comprova-se o empenamento.
1. Corpo solenóide. 15. Alojamento extremo trans.
2. Junta. 16. Parafuso retenção solenóide.
3. Contatos e tampa interrup. 17. Casquilho do mancal.
4. Terminais (principais). 18. Parafuso pivô.
5 Parafuso retenção. 19. Alavanca acionamento.
6. Tampa extremo.
7. Reserva. 20. Parafuso passante.
8. Cupilha em «C». 21. Mola escova.
9. Arruela guarnição. 22. Escova.
10. Casquilho do mancal. 23. Coletor.
11. Alojamento extremo coletor. 24. Induzido.
12. Conjunto caixa escovas. 25. Conjunto pinhão transmissão
13. Ponte conexão. e embreagem paus de macarrão.
14. Caixa principal (carcaça). 26. Colarinho impulso.
27. Cupilha em «C».

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Figura 8.8. Vista explodida do motor de arranque.

Também deve inspecionar o estriado onde acopla o pinhão de engrene (25), que não
deve apresentar rastros de golpes nem desgastes excessivos, motivos estes que implicam a
substituição.
Por isso se refere ao coletor (23), a superfície exterior do mesmo deve estar polida,
sem raiaduras, fendas nem outros defeitos. As soldas dos condutores ao coletor devem
encontrar-se em perfeito estado. Desgaste excessivo do coletor implica a substituição.
Em quanto às comprovações de tipo elétrico, deverá verificá-la continuidade das
bobinas, o curto-circuito e as derivações a massa.
A continuidade se comprova mediante um aparelho chamado zumbador, que não é mais
que um grande eletroímã (fig. 8.9), sobre o que se coloca o induzido, apoiado no tambor. O
passo de corrente pelo comprovador produz um campo magnético, cujas linhas de força
atravessam o tambor. Conectando um amperímetro entre dois segmentos consecutivos do
coletor (fig. 8.10), vai girando o induzido até obter a leitura máxima, cujo valor deve ser
igual para todas as medidas realizadas com aos diferentes segmentos do coletor. Uma
leitura mais baixa que as demais indicam que não existe continuidade na bobina conectada
aos segmentos do coletor em prova. A interrupção está acostumada estar localizada na
solda das bobinas ao coletor.

Figura 8.9. Aparelho comprovador de induzidos.


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Figura 8.10. Prova de continuidade das bobinas.

O curto-circuito se comprova também no zumbador, para o qual se coloca uma


lâmina metálica sobre a superfície do tambor como mostra a figura 8.11. Mantendo a
lâmina nessa posição, vai girando lentamente o induzido e, se em algum momento se
produz uma vibração da lâmina, é que existe um curto-circuito no bobinado ou nos
segmentos do coletor.

FOLHA DE AÇO

Figura 8.11. Prova de curto-circuito das bobinas e do coletor.

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As derivações a massa se detectam com um comprovador de isolamento, chamado


também lâmpada série, que não é mais que um lâmpada conectado em serie à instalação de
sistema de iluminação doméstico. A verificação se realiza (fig. 8.12) conectando uma das

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