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Curso Técnico Automotivo

pontas de prova ao coletor e a outra a massa no tambor ou o eixo. A lâmpada não deve
acender-se, pois, em caso contrário, indica que existe a derivação a massa de alguma
bobina ou segmento do coletor. Esta verificação pode realizar-se também com um
ohmímetro, cujas pontas se conectam de maneira similar. Um valor zero indica que existe
derivação e um valor infinito é prova de um correto isolamento.

Figura 8.12. Prova de isolamento de massa do induzido

Verificação do estator

Igual a no induzido, começa-se com uma limpeza do conjunto de bobinas e


expansões polares, e se inspecionam ao mesmo tempo estes componentes se por acaso
existem defeitos puramente mecânicos, pondo especial cuidado em comprovar que não
estejam partidos os fios de conexão entre bobinas e que o posto fitas isolante das mesmas
se encontre em bom estado.
Conectando uma lâmpada em serie com uma bateria (fig. 8.13), cujos terminais se
aplicam aos dois extremos das bobinas, a lâmpada deve acender-se. Se não ocorrer, assim é
que o circuito está interrompido em algum ponto.
As derivações a massa se comprovam com a série, como mostra a figura 8.14.
Conectando uma ponta de provas a massa e a outra ao borne de entrada de corrente, a

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lâmpada deve permanecer apagada, pois, do contrário, há derivação a massa em algum


ponto.

Figura 8.13. Prova de continuidade das Figura 8.14. Prova de isolamento das
bobinas do estator. bobinas do estator.

Prova do conjunto tampa de escovas


Comprovar-se-á que não existem rupturas,
deformações, nem qualquer outro defeito que impeça
o giro centrado do induzido. Deste modo deverão
inspecioná-los porta-escovas (12, fig. 8.8), que não
devem estar deformados e permitirão o suave
deslizamento das escovas (22) em seu interior. Os
porta-escovas positivos devem estar isolados de
massa, o que se comprova com a série, como mostra
a figura 8.15.
As escovas não devem apresentar rupturas parciais
nem desprendimento de material e seu assento sobre
o coletor deve ser correto. Sua longitude mínima
plausível deve ser tal que não se ocultem no interior
do porta-escovas, estando montadas sobre o coletor.
Os moles (21, fig. 8.8) devem encontrar-se em
perfeito estado e a pressão exercida sobre as escovas
deve ser a adequada. Esta pressão oscila entre 2 e 3
kg, dependendo do modelo.
Figura 8.15. Prova de
isolamento da escova positiva.
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Verificação da carcaça suporte dianteira


Comprovar-se-á que não existem fissuras nem deformações, o que seria motivo de
substituição da carcaça.
Quanto ao pinhão de engrenamento, seus
dentes não devem apresentar deformações
nem desgastes e as acanaladuras do interior
que acoplam no eixo do induzido não
deverão estar desgastadas, devendo deslizar
brandamente no acoplamento.

Deverá comprovar o correto funcionamento


da roda livre, que deve permitir o giro do
pinhão de engrene em um sentido, mas não
no contrário. Sujeitando com uma mão a
roda livre e com a outra o pinhão, como
mostra a figura 8.16, imprime-se a este um
movimento de rotação nos dois sentidos.
Em um deles deve produzir-se arraste, Figura 8.16. Verificação da roda
enquanto que no outro se dará um giro em livre do pinhão de engrene.
vazio.
Também deve comprovar o estado da forquilha de comando (19, fig. 8.8) do pinhão
de engrenamento (25), que não deve apresentar rupturas nem deformações. Em especial se
comprovará que os braços acoplam perfeitamente sobre o prato de impulso do pinhão.

Verificação do relé de arranque


Deverá inspecionar o aspecto mecânico do relé (1, fig. 8.8) que não deve apresentar
golpes nem deformações, permitindo um suave deslizamento de seu núcleo, que na posição
de repouso deve manter-se contra seu batente de percurso pela ação do mola.
As verificações que terá que realizar em suas bobinas consiste em comprovar os
possíveis curto-circuitos ou derivações a massa. Para o primeiro, utiliza-se uma bateria e
um amperímetro que se conectam como indica a figura 8.17. Os valores de intensidade
obtidos devem ser inferiores a 25 A, para a bobina de acionamento, e 10 A, para a de
retenção. Se em alguma destas provas à leitura é zero, isto indica que a bobina em teste está
aberta.
Para comprovar as derivações a massa, utiliza-se a série, sendo imperativo
desconectar de massa a bobina de retenção.

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Figura 8.17. Provas do relé de arranque.

8.4. Prova de funcionamento do motor de


arranque

Depois da verificação e reparação dos componentes do motor de arranque, realiza-


se a montagem do mesmo, tendo precaução de não forçar os encaixes e impregnando as
peças móveis de graxa ou óleo nos lugares submetidos a deslizamento ou giro.
Finalizada a montagem do motor, deverá comprovar-se seu correto funcionamento
antes de montá-lo no veículo. Isso se realiza conectando uma bateria e um amperímetro
como indica a figura 8.18. Nestas condições deve produzir o deslocamento do relé e
subseqüente giro do motor, indicando o amperímetro um consumo adequado, que nos
motores de arranque atuais deve ser inferior a 70 amperes (giro em vazio do motor).
Seguidamente se conectará o positivo de bateria ao terminal (50) do relé e o negativo ao
terminal (C) do mesmo e a massa, como mostra a figura 8.19. Nestas condições deve
produzir o deslocamento do relé, arrastando ao pinhão de engrenamento até o batente de
seu percurso, o qual deve ser comprovado visualmente. Ao soltar a conexão do terminal

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(C), mantendo a do negativo de bateria a massa, deve manter o deslocamento do relé e, ao


soltar esta última conexão, o núcleo do relé deve retornar a sua posição de repouso.

Figura 8.18. Teste de funcionamento do motor de arranque

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Figura 8.19. Teste de acionamento e retenção do relé.

Figura 8.20. Teste de funcionamento do motor de arranque em banco de ensaios.

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É conveniente realizar o teste de funcionamento do motor de arranque também em um


banco de testes, como o representado na figura 8.20, onde se fixa o motor de arranque (5)
em suportes apropriados, colocando convenientemente o pinhão de engrenamento para seu
acoplamento à coroa do banco. As conexões que se efetuarão são similares às do circuito de
arranque (cabos 2 e 3 para alimentação do motor e do relé respectivamente), sendo o
pulsador (4) que dá corrente ao cabo (3) conectado ao relé.
Nestas condições se efetua um primeiro teste fazendo girar ao motor de arranque em
vazio, acionando o pulsador (4). O engrenamento do pinhão deve realizar-se de forma
correta e o giro deve ser regular sem ruídos anormais. Estando o motor em marcha se
tomarão leituras da intensidade de corrente e o regime obtidos. Estes valores devem
corresponder-se com os dados do fabricante que, a título orientativo, são de 30 a 50 A e
entre 5.000 e 7.000 r.p.m., tudo isso em motores de arranque de média potência.
O segundo teste consiste em colocar a coroa do banco, para determinar o par e consumo
máximos do motor de arranque. A duração deste teste deve ser a estritamente necessária
para efetuar as leituras. A intensidade de corrente obtida a motor carregado deve ser
inferior a 300 A e o par obtido superior a 0,8 mkg.
Pode realizar um terceiro teste simulando as condições de funcionamento em veículo.
Para isso se aciona o motor de arranque e se vai freando pouco a pouco a coroa do banco
até que o regime de giro seja o correspondente ao de arranque em veículo (200 r.p.m.). A
intensidade de corrente obtida deve ser inferior a 150 A.

QUADRO SINÓTICO DE AVARIA (Circuito de arranque)


SÍNTOMAS CAUSAS PROVA A SOLUÇÕES
POSSÍVEIS REALIZAR
As luzes perdem brilho Bateria descarregada. Verificar com o Carregar a bateria.
quando aciona-se o comprovador de baterias.
motor de arranque. Bornes de bateria frouxos Comprovar quedas de Limpar os bornes ou
ou oxidados ou conexões tensão no circuito. conexões defeituosos.
deficientes.
A bateria não toma carga Placas sulfatadas por Medir a densidade do Dar a bateria uma carga
com devida rapidez. descarga muito intensa. eletrólito. de formação o sustituí-la.
A bateria perde carga Curto-circuito na Intercalar um amperímetro à Localização e reparação
com o tempo. instalação elétrica ou saída de corrente de bateria do curto-circuito.
(borne positivo) assegurando-
algum componente. se que todos os mandos e
interruptores estão em posição
de repouso.
Capacidade insuficiente Efetuar uma prova de Substituição da bateria.
por desprendimento de capacidade.
matéria ativa.
O motor de arranque não Circuito de mando do relé Prova deste circuito com Reparação do circuito.
funciona nem se ouça o interrompido. voltímetro ou lâmpada.
desprendimento do relé. Curto-circuito ou Prova do relé com a Substituição do relé.
derivações a massa no «série» e com a bateria.
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relé.
Bornes de bateria soltos, Comprovar quedas de Limpar os bornes ou
frouxos ou em mal estado. tensão. conexões defeituosas.
Bateria totalmente Verificação da bateria. Carregar bateria.
descarregada.
Interruptor de arranque Comprovar com lâmpada Reparar defeito de
(chave de contato) em de testes se chega e sai conexões ou substituir o
mal estado. corrente dos bornes interruptor.
correspondente.
O motor de arranque não Bobinas do induzido ou Verificação com a Reparação ou mudança do
gira mas se ouve o do estator abertas. «série» e o zumbador. componente defeituoso.
deslocamento do relé. Escovas desgastadas em Inspeção de ambos. Substituição.
excesso ou moles
defeituosos.
Sujeira ou deformação em Inspeção. Limpeza do conjunto.
Porta-escovas que impedem o
contato das escovas com o coletor.
Derivações a massa no Verificações dos Substituição do
induzido, indutor, porta- componentes com a componente defeituoso.
escovas, etc. «série».

SÍNTOMAS CAUSAS PROVA A SOLUÇÕES


POSSÍVEIS REALIZAR
O motor de arranque Bateria parcialmente Verificar com comprovador Carregar bateria.
gira mas o faz com descarregada. em descarga.
muita dificuldade. Mau contato entre Comprovar quedas de Limpar bornes e
bornes e terminais. tensão em bornes. terminais.
Formação de zinabre.
Contato deficiente em Comprovar quedas de Limpar ou substituir os
bornes do relé. tensão em bornes do relé. bornes do relé.
Agarramento parcial do Verificar que a tensão Desmontar, limpar e
induzido por sujeira, de alimentação é verificar o conjunto.
desgaste do mancal, etc. correta.
Curto-circuito ou Verificação individual Reparação ou
derivação a massa do dos componentes. substituição do
induzido ou do estator. componente defeituoso.
Escovas desgastadas ou Verificação de molas e Substituição da peça
pouca pressão das molas. escovas. defeituosa.
O motor gira em vazio. Pinhão de engrena- Desmonte e Substituição do
mento ou coroa com comprovação. componente
dentes quebrados. defeituoso.
Forquilha de comando do Desmonte e Substituição.
pinhão de engrenamento comprovação.
rota ou deformada.
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Roda livre em mal Desmonte e Substituição.


estado. comprovação.
Pinhão de engrenamento Desmonte e Efetuar regulagem.
não desacopla o suficiente. comprovação.
O motor de arranque Interruptor de Verificar que ao lhe soltar Substituição do
contínua funcionando arranque não volta para sua posição de interruptor.
depois de soltar o desconecta repouso cortando a corrente.
interruptor. Núcleo do relé parcialmente Desmontar relé e Substituir relé.
duro ou mola de recuperação comprovar.
quebrada.

O pinhão de Mola recuperadora Desmontar e verificar. Substituir.


engrenamento não quebrada.
retrocede com rapidez. Sujeira entre o pinhão de Desmontar e verificar. Limpeza das peças
engrenamento e o estriado do eixo. defeituosas.
Ruído excessivo do Desgaste excessivo em dentes Desmontar e comprovar. Substituição das
motor de arranque. do pinhão de engrenamento ou peças defeituosas.
a coroa do volante.

Folga do eixo do induzido em Desmontar e verificar. Substituição ou limpeza


seus mancais ou falta de e lubrificação do
lubrificação dos mesmos. componente defeituoso.

Auto-avaliação
1. Descreve o processo de verificação do circuito de arranque.
2. Como se comprova o estado dos contatos do relé?
3. Como se comprova se a tira de massa do motor de arranque é
boa?
4. Descreva as comprovações mecânicas e elétricas que devem
realizar-se no induzido de um motor de arranque.
5. Explica como se comprovam as derivações a massa do
induzido.
6. Explica como se comprova o isolamento das bobinas do
estator.
7. Descreve o processo de verificação do sistema de roda livre do
pinhão de engrenamento.
8. Descreve as verificações que devem efetuar-se no relé de
arranque.

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Proposta de atividades
9. Realizar a substituição de um motor de arranque sobre o
veículo.
10. Efetuar o processo de verificação do sistema de arranque e
medir as quedas de tensão do mesmo.
11. Realizar as provas elétricas dos distintos componentes de um
motor de arranque.
12.Comprovar os defeitos mecânicos dos componentes de um
motor de arranque.
13.Efetuar a prova de funcionamento de um motor de arranque.

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