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UFCD 9887

Extinção de Incêndios Rurais


Iniciação

Sessão 9887-S1 (2.3)

Introdução ao Comportamento
do Incêndio

1 (2.3) 2

Fatores que afetam o


comportamento do incêndio

• Fatores que afetam o comportamento do incêndio;


• Condições meteorológicas;
• Temperatura do ar;
• Humidade do ar;
2 • Vento;
• Ventos locais;
• Vento geral ou planetário;
• Precipitação.
60 min.

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USO EXCLUSIVO DA ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS

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Após a conclusão da sessão, os formandos devem:

• Indicar os aspetos meteorológicos que influenciam


o comportamento dos incêndios rurais;
• Descrever o efeito da temperatura e da humidade
do ar no teor de humidade da vegetação;
• Reconhecer as características do vento que
influenciam o comportamento dos incêndios;
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• Distinguir ventos locais de vento geral/planetário;


• Listar os principais tipos de ventos locais e a sua
influência no comportamento dos incêndios;
• Reconhecer o efeito da precipitação na humidade da
vegetação.

Fatores que afetam o comportamento do incêndio


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O comportamento dos incêndios florestais é determinado pelas:

Características dos combustíveis


(carga, dimensão, humidade e continuidade)

Características do relevo
(forma, declive e exposição das vertentes)

Condições meteorológicas
(temperatura, humidade relativa e vento)

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Condições meteorológicas
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A meteorologia interfere diretamente no comportamento dos


incêndios rurais (florestais e agrícolas), e consequentemente
na segurança nas manobras de supressão.

Condições meteorológicas
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Os aspetos meteorológicos que influenciam decisivamente o


comportamento dos incêndios são:

– A temperatura e a humidade relativa do ar;

– O rumo e a velocidade do vento;

– O vento geral;

– Os ventos locais;

– A precipitação.

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Condições meteorológicas
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Aspetos meteorológicos importantes no desenvolvimento dos incêndios:

− Temperatura do ar: é o grau de aquecimento do


ar num dado momento, que quanto mais elevado,
mais seca fica a vegetação;

− Humidade do ar e a ocorrência de precipitação:


influencia a humidade dos combustíveis;

− Rumo e velocidade do vento: altera a propagação


dos incêndios quanto à direção e velocidade,
interferindo na intensidade.

Temperatura do ar
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• A temperatura é o grau de aquecimento do ar num dado momento;

• Está intimamente relacionada com a radiação solar que alcança a


superfície terrestre;

• O número de horas de exposição e a quantidade de energia solar


recebida em cada região influencia, diretamente, a temperatura;

• Varia durante o dia com o movimento diurno do Sol (são as


temperaturas diárias);

• Apresenta um mínimo ao nascer do Sol, uma vez que a


temperatura vai decrescendo durante a noite, e um máximo por
volta das 14-16 horas;

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Temperatura do ar
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• Entre outros, depende da radiação solar, do vento e da


nebulosidade;

• Para cada dia, verifica-se uma temperatura máxima e uma


temperatura mínima, cuja diferença se designa por amplitude
térmica diurna;

• Esta oscilação não é sempre a mesma, mas varia com a


época do ano, a latitude, a proximidade do mar, a altitude, a
nebulosidade e outros fatores locais;

• Quanto maior for a temperatura do ar, maior vai ser o


aquecimento e secagem dos combustíveis, facilitando a
propagação do incêndio.

Humidade do ar
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• A humidade exprime a quantidade de vapor de água existente


na atmosfera;

• A humidade absoluta: quantidade de vapor de água existente


na unidade de volume de ar húmido e expressa-se em g/m3;

• A capacidade que o ar tem para adquirir humidade é muito


importante. Quanto mais alta for a temperatura, maior será a
quantidade de vapor de água que se pode manter no ar. Ao
contrário, quanto mais frio estiver o ar, menos vapor de água
terá;

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Humidade do ar
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• A humidade relativa: traduz a relação entre a quantidade de


vapor de água existente numa massa de ar e a que satura essa
massa de ar à mesma temperatura, exprimindo-se em
percentagem (%);

• Uma regra prática indica que a humidade relativa aumenta para


o dobro por cada diminuição de 10 ºC. Por outro lado, reduz-se
a metade por cada 10 ºC de aumento da temperatura;

• Quanto menor for a humidade do ar, menor será a humidade


dos combustíveis, nomeadamente dos combustíveis finos
mortos, facilitando a propagação do incêndio.

Humidade do ar
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• Existem trocas de humidade entre os combustíveis e o ar:

De dia o ar seco retira De noite a vegetação absorve


humidade da vegetação humidade do ar

• Durante o dia a humidade relativa do ar baixa devido ao


aumento de temperatura;

• Ao subir uma encosta a temperatura desce e aumenta a


humidade relativa do ar.

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Vento
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• Num incêndio rural, o vento influencia a direção e a progressão


das chamas;

• Quanto mais forte sopra o vento mais rápido se propagará o


incêndio;

• O vento fornece oxigénio para a combustão e aproxima as


chamas dos combustíveis favorecendo o seu pré-aquecimento;

• Contribui para a secagem dos combustíveis (vegetais);

Vento
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• O vento é um fator muito variável que deve ser avaliado


constantemente;

• Os ventos locais devem ser conhecidos pelos bombeiros


dada a sua influência no comportamento do incêndio;

• Uma mudança repentina da direção e velocidade do vento,


mudará de improviso a direção e a velocidade de
propagação do incêndio;

• O vento pode transportar faúlhas/partículas inflamadas que


poderão originar focos secundários.

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Ventos locais
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Brisa marítima

• Durante o dia o ar sobre a terra aquece mais do que o ar


sobre o mar, pelo que ascende e é substituído por ar mais
fresco, produzindo-se um movimento do mar para a terra.

De dia a brisa é marítima

Ventos locais
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Brisa terrestre

• Durante a noite, a superfície terrestre arrefece mais rapidamente


e o ar fica mais frio. Como o ar junto ao mar está mais quente
ascende, sendo substituído por ar mais fresco que estava sobre a
terra, que se desloca em direção ao mar.

De noite a brisa é terrestre

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Ventos locais
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Brisa do vale

• Durante o dia o ar nos vales vai aquecendo e sobe pelas


encostas em direção ao cimo das montanhas.

Ventos locais
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Brisa da montanha

• À noite e de madrugada o ar frio desce as encostas.

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Ventos locais
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Ventos gerados pelo próprio incêndio

• Os incêndios intensos geram colunas de ar quente que


ascendem por convecção e podem produzir o movimento
de ventos superficiais com várias direções.

Vento geral ou planetário


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• Considera-se por convenção que o rumo do vento é o local


de onde sopra o ar, tendo como referência o respetivo
ponto cardeal;
p. ex. “Vento de nordeste”

• Um bom indicador do rumo do vento é a movimentação


das nuvens que são por ele empurradas.

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Vento geral ou planetário
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• Em Portugal continental, os ventos


planetários predominantes são
húmidos e provenientes do quadrante
Oeste ou Poente
(NO - noroeste a SO - sudoeste);

• Os ventos do quadrante Este,


Leste ou Nascente
(NE - nordeste a SE - sudeste),
são secos e sopram geralmente
durante poucos dias, mas são
importantes porque favorecem a
propagação dos incêndios uma vez
que secam os combustíveis.

Precipitação
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• A quantidade e duração da precipitação tem efeito sobre a


humidade do combustível superficial, manta morta e solo;

• A secagem do combustível e da superfície do solo é mais rápida em


zonas abertas, inclinadas e expostas à radiação solar e ao vento;
• Quanto maior o número de dias sem precipitação, maior será a
secura dos combustíveis e manta morta, facilitando a propagão dos
incêndio, a dificuldade de extinção e rescaldo.

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Fatores que afetam o comportamento do


incêndio;

Condições meteorológicas;

Temperatura do ar;
Humidade do ar;

Vento;

Ventos locais;

23 Vento geral ou planetário;

Precipitação.

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VERSÃO 1
2019

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