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Ordem de Trabalhos

Prevenção e Combate a
Incêndios
N.º UFCD 4798

Nuno Brito
UFCD 4798
Prevenção e Combate a Incêndios

Módulo 1

MOD.026.01  
SUMÁRIO

Módulo 1
Fenomenologia da Combustão
Propagação de Calor
Mecanismos de Extinção / Agentes Extintores

3
APRESENTAÇÃO

4
MÓDULO 1

5
FENOMENOLOGIA DA
COMBUSTÃO

MECANISMOS DE
EXTINÇÃO

AGENTES EXTINTORES

6
O QUE É O FOGO?
O fogo, e uma reacão química designada por combustão (oxidacão), acompanhada
pela libertacão de calor. Esta libertacão de calor pode ser lenta, como no caso da
formacão da ferrugem, ou rápida com a producão de chamas, como quando se
acende o bico de gás de um fogão.

O fogo e uma manifestacão da combustão, caracterizada por uma emissão de calor


acompanhada de fumo ou chama ou de ambos, contudo, quando deixa de ser
controlado no espaco e no tempo e provoca danos surge o incêndio.

7
O QUE É O FOGO?

Na linguagem corrente, diz-se que se vê madeira, petróleo ou propano a arder. Sabe-

se, no entanto, que no caso destes combustíveis, ditos orgânicos


(porque são compostos que contém um elemento que se designa
por carbono «C») só os gases ou os vapores ardem! lsto significa
que no caso da madeira e do petróleo o aquecimento leva à
libertacão de vapores que podem entrar em combustão, a este
fenómeno de degradacão da materia pela acão do calor, chama-se
pirólise.

8
9
O QUE É UMA COMBUSTÃO?

É uma reacão de oxidacão, que é uma combinacão da matéria redutora


combustível, com um oxidante (comburente) provocada por uma energia de
ativacão, normalmente auto-sustentada.

Essa reacão e exotérmica, ou seja, liberta calor.

10
O QUE É O COMBUSTÍVEL?

É qualquer substância na forma gasosa, lÍquida ou sólida, capaz de arder

quando submetida a aquecimento.

Gasolina

11
O QUE É O COMBURENTE?

É um elemento ou composto químico suscetível de provocar a oxidacão ou

combustão de outras substâncias.

O2
O2
Um bom exemplo: oxigénio O 2 O2
O2
O2

O hidrogénio arde no seio do cloro, os metais leves (lítio, sódio, potássio, magnésio, etc.) ardem no
seio
do vapor de água e o cobre arde no seio de vapor de enxofre. O magnésio e o titânio, em particular, e se
finamente divididos, podem arder ainda em atmosfera de gases normalmente inertes, como o dióxido de
carbono e o azoto.

12
O QUE É A ENERGIA DE ATIVAÇÃO?

É a energia, na forma de calor, necessária para iniciar o


processo da combustão.

13
Triângulo do fogo

Podemos afirmar que não pode existir fogo sem a juncão simultânea de três
elementos.

ENERGIA DE ATIVAÇÃO

14
A accão conjunta dos três elementos do triângulo de fogo, necessária para
se iniciar uma combustão, pode não ser suficiente para a manter.

Para garantir a combustão contínua tem que se introduzir um quarto


elemento – a reação em cadeia.

No decurso da reação química formam-se os chamados «radicais livres»,


resultantes da decomposicão das moléculas nos átomos que lhes deram
origem.

Estes radicais livres, gerados a partir das moléculas que participam na


reação de combustão, contêm energia elevada e reagem rapidamente com
outras moleculas, formando mais radicais livres (existem ao nível das zonas
intermediárias das chamas) expandindo, deste modo, a combustão no
tempo e no espaço.

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Tetraedro do fogo
lniciada a combustão, a própria energia de reação ao libertar-se fornece a
energia de ativacão necessária à manutencão da combustão pois
desenvolvem-se radicais livres que levam ao aparecimento da reação em
cadeia.

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COMBUSTÍVEL

É QUALQUER MATERIAL
SUSCEPTÍVEL DE
ARDER
17
COMBURENTE

É O GÁS EM CUJA PRESENÇA O


COMBUSTÍVEL PODE ARDER.

18
ENERGIA DE ACTIVAÇÃO

É A TEMPERATURA NECESSÁRIA QUE SE


PARA
ATINJA A AUTO IGNIÇÃO
19
REACÇÃO EM CADEIA

É o que garante a combustão contínua

20
ELEMENTOS DO FOGO

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Propagação da energia

A propagação da energia da combustão transmite-se por:

Radiação
É a emissão contínua de calor (energia) sob a forma de radiação,
essencialmente infravermelha, que se propaga em todas as direções
sem suporte material através do espaço. A energia radiada, ao
encontrar um corpo opaco, transforma-se em calor, aquecendo-o.

22
Propagação da energia

Condução

O calor transmite-se directamente no interior de um corpo ou através de


corpos em contacto, sem deslocação de materia, através de alterações do
estado da agitação molecular.

23
Propagação da energia

Convecção
A menor densidade dos gases aquecidos provoca correntes ascendentes dos gases
quentes e correntes descendentes do ar circundante, mais frio, deslocando-se desta
forma a matéria aquecida para outros pontos.

É o processo de transmissão do calor pelo ar em movimento.

A propagação por este meio faz-se por todas as compartimentações interiores.

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Propagação da energia

Projeção e deslocamento de matéria inflamada

Forma de transmissão que se dá pelo deslocamento de matéria inflamada a


arder.

Em consequência de dilatacões bruscas dos materiais inflamados e/ou da


existência de fortes correntes de ar, e frequente dar-se a projecção de particulas
aquecidas ou mesmo incandescentes, tais como pinhas (ou pedaços), caruma,
folhas, pequenos ramos, etc.. Este tipo de propagação e também possível pelo
movimento de animais em chamas, faúlhas de locomotivas, artifícios
pirotecnicos, etc..

Outro exemplo, são os combustíveis sólidos que fundem ou gotejam, podendo


propagar a energia, através do aquecimento, a outros pontos.

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PROPAGAÇÃO POR CONDUÇÃO

QUANDO O CALOR SE
PROPAGA
ATRAVÉS
DO CONTACTO
DIRECTO COM O
COMBUSTÍVEL
QUE ARDE

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PROPAGAÇÃO POR IRRADIAÇÃO

QUANDO O CALOR SE
PROPAGA
ATRAVÉS
DO AR, EM TODAS
AS DIRECÇÕES

27
PROPAGAÇÃO POR CONVECÇÃO

QUANDO O AR
AQUECIDO

PELA
COMBUSTÃO SE
ELEVA.

28
PROPAGAÇÃO POR DESLOCAMENTO

PELA DESLOCAÇÃO
OU PROJECÇÃO
DE CORPOS
INFLAMADOS

29
FORMAS DE PROPAGAÇÃO

1 – CONDUÇÃO

2 – IRRADIAÇÃO
1
3
3 – CONVECÇÃO

4 – DESLOCAMENTO 4
2

30
Formas de combustão

A combustão depende de um grande número de fatores ligados:

31
Fontes de energia de ativação

A energia de ativação, necessária para início da combustão, pode provir de


várias origens:

§ Térmica
Fósforos, cigarro, placa de fogão,
etc.;
§ Elétrica

§Aquecedor eletrico, eletricidade estática, etc.;

§ Mecânica

§Chispas, atrito, etc.;

§ Química

§Limalha de ferro + óleo, algodão + óleo, etc..

32
Combustíveis

As substâncias combustíveis pouco condutoras de calor ardem


mais facilmente que as boas condutoras.

§ Pouco condutoras (corpos quentes ao tato):


Madeira, cortica, lã, plásticos, etc.

§ Boas condutoras (corpos frios ao tato):


Metais, mármore, granito, etc.

33
Produtos da combustão

• Calor; (detetores de temperatura)


• Gases de combustão (H2O, CO2, CO…);
• Fumos e aerossóis (produtos voláteis não
gasosos, quanto mais incompleta for uma
combustão menor é a formação de gases
de combustão e maior é a produção de

fumo e aerossóis); (detetores de fumos)

Radiação luminosa; (detetores de chamas)
Produtos não voláteis (cinzas);

34
Da combustão, para além da libertação de energia, também resultam produtos como o
fumo, os gases e os resíduos sólidos (por exemplo, as cinzas).

O fumo deve-se à combustão incompleta dos materiais e tem cor branca ou cinzenta
palida se houver bom acesso do comburente à mistura, e negra ou cinzenta escura
quando o fogo desenvolve grande temperatura e tem falta de comburente, como é o caso
da combustão de plásticos ou em espaços fechados.

Por vezes, verifica-se a presença de fumo colorido, amarelo, roxo ou violeta, indicando a
presença de gases fortemente tóxicos.

O conhecimento dos gases resultantes da combustão e das suas características é


extremamente importante, uma vez que as estatísticas mostram que morrem mais
pessoas em incêndios urbanos devido à inalação destas substâncias do que por
queimaduras ou derrocadas de edifícios.

De uma forma geral, os gases que se libertam da combustão serão tanto mais perigosos
quanto mais elementos entrarem na composição do combustível.

35
A combustão pode libertar gases tóxicos como, por exemplo:

• O monóxido de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2), resultantes da


matéria orgânica;

• O ácido cianídrico (HCN), proveniente de fibras acrílicas como as


carpetes, poliuretanos ou nylon, que também liberta amoníaco;

• O ácido clorídrico (HCl) e fosgénio (COCl2), resultantes da queima de


materiais que possam conter cloreto de polivinilo (PVC), como certo tipo
de pavimento, papel de parede em vinilo e tubagens de instalação de
cabos.

36
37
No quadro seguinte apresenta-se um resumo da toxicidade de alguns dos gases
libertados num processo de combustão, indicando-se as possíveis origens desses gases.

38
Mecanismos de extinção

A extinção da combustão corresponde sempre à eliminação ou


neutralização de, pelo menos, um dos elementos do tetraedro do fogo.

39
Mecanismos de extinção

Existem quatro metodos (mecanismos da extinção) para se proceder


à extinção da combustão:

• Arrefecimento ou limitacão da temperatura;


• Limitação do comburente (abafamento ou asfixia);

• Carência ou limitacão do combustível;

• lnibição ou rotura da reação em cadeia (catálise negativa).

40
Arrefecimento ou limitação da temperatura

É o metodo mais empregue e consiste em eliminar a energia de


ativação (calor), de forma a que a temperatura do combustível seja
inferior à da combustão.

41
Arrefecimento ou limitação da temperatura

42
Limitação do comburente (abafamento ou asfixia)

É o metodo que consiste no isolamento do combustível do oxigénio


(comburente) ou na redução deste no ambiente.

Energia de eativação
activação

43
Limitação do comburente (abafamento ou asfixia)

44
Carência ou limitação do combustível

Consiste na separação entre o combustível e a fonte de energia ou o


ambiente do incêndio.

Energia de activação

45
Carência ou limitação do combustível

46
Inibição ou rotura da reação em cadeia
Consiste em impedir ou limitar a formação de radicais livres ou eliminá-los à medida
que se formam.
Os produtos químicos usados são catalisadores negativos, que inibem ou reduzem a
progressão de reação química (catálise negativa)

Energia de eativação
activação

47
Inibição ou rotura da reação em cadeia

48
Classes de fogos

•Atendendo ao comportamento dos diversos materiais


convencionou-se classificar em cinco categorias as diferentes
classes de fogos, que podem ser definidas pela natureza dos
combustíveis.
Classes de fogos
Classe Designação Substâncias
Fogos que resultam da combustão de
materiais sólidos, geralmente de natureza Madeira, carvão,
A orgânica, em que a combustão se faz
tecidos, plásticos,
papel, etc.
normalmente com formação de brasas

Fogos que resultam da combustão de líquidos Óleo, gasolina,


B ou de sólidos liquidificáveis álcool, tintas,
ceras, etc.

Fogos que resultam da combustão Butano, propano,


C de gases natural,
etileno, acetileno, etc.

Sódio, magnésio,
Fogos que resultam da combustão
D metais leves
titânio, alumínio,
etc.
Óleos e gorduras
F Fogos que envolvem produtos para cozinhar
vegetais ou animais
INCÊNDIOS URBANOS

51
INCÊNDIOS URBANOS

• 25 de Agosto 1988

Portugal, Lisboa, Rua do Carmo

Armazém Grandella
1 vítima mortal (electricista)
Origem: Não determinada

52
INCÊNDIOS URBANOS

• 31 de Janeiro 2016

Rússia, Moscovo

Fábrica de confecção
12 mortos
Origem: Não determinada, admitindo-se fogo posto

53
INCÊNDIOS URBANOS

• 27de Fevereiro 2016

Portugal, Rio Maior, Azinheira


Largo Joaquim Prudêncio Rosa

Habitação unifamiliar
Sem feridos registados
Origem: salamandra de aquecimento
54
INCÊNDIOS URBANOS

• 2 de Março 2016

Portugal, Porto, Rua D.


Estefânia

Edifício de escritórios
2 pessoas assistidas com queimaduras ligeiras e intoxicação
por inalação de fumo
55
INCÊNDIOS URBANOS

• 26 de Março 2016

Portugal, Cascais Atrium

Habitação colectiva
6 pessoas assistidas devido a intoxicação por inalação de fumo

56
INCÊNDIOS URBANOS

• 15 de Abril 2016

Portugal, Tomar

Habitação unifamiliar
1 vítima mortal
Origem: caldeira de aquecimento
57
INCÊNDIOS URBANOS

• 3 de Maio 2016

Portugal, Castelo Branco, Vila


Velha de Ródão

Tissue, The Navigator Company


Prejuízos materiais avultados
Origem: armazém de matéria prima (alarme manual)
58
INCÊNDIOS URBANOS

• 6 de Julho 2016

Portugal, Vila Nova de Gaia

Habitação colectiva (apartamento)


1 vítima com queimaduras e intoxicação por inalação de fumo
Origem: cozinha
59
INCÊNDIOS URBANOS

• 8 de Agosto 2016

Portugal, Porto

Habitação colectiva (edifício com 15 pisos)


Origem: 1º andar

60
INCÊNDIOS URBANOS

• 6 de Setembro 2016

Portugal, Porto

Habitação colectiva
Destruição dos dois últimos pisos e cobertura
Origem: desconhecida
61
INCÊNDIOS URBANOS

• 13 de Setembro 2016

Portugal, Vila Nova de Gaia

Habitação colectiva (apartamento)


2 pessoas feridas com queimaduras e intoxicação por
inalação de fumo
Origem: cozinha da habitação 62
INCÊNDIOS URBANOS

• 22 de Setembro 2016

Rússia, Moscovo (leste)

Armazém de plásticos
8 bombeiros mortos
Origem: violação das normas de segurança
63
INCÊNDIOS URBANOS

• 23 de Setembro 2016

Portugal, Zambujeira do Mar


(Zmar)

Empreendimento turístico
Avultados prejuízos materiais
Origem: curto-circuito em tomada que alimentava o computador e o
telemóvel 64
INCÊNDIOS URBANOS

• 14 de Fevereiro 2017

Portugal, Setúbal

Sapec (Fábrica de adubos agroquímicos)


Armazém com enxofre
Quatro bombeiros e dois trabalhadores feridos com queimaduras ligeiras
65
INCÊNDIOS URBANOS

• 13 de Janeiro 2018

Portugal, Tondela

Associação cultural e desportiva de Vila Nova da Rainha


Origem numa fonte de aquecimento, uma salamandra
9 mortos e 37 feridos
192 operacionais, 74 veículos e quatro helicópteros 66
INCÊNDIOS URBANOS

• 20 de Janeiro 2018

Portugal, Anadia

Fabrica de capacetes (NEXX pro)


Até agora não foi possível determinar a origem do incêndio, que causou
avultados os prejuízos materiais, mas sem vítimas a registar
67
INCÊNDIOS URBANOS

• 20 fevereiro 2018

Portugal, Felgueiras

http://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/fogo-destroi-fabrica-de-
cordoes-em-felgueiras

Fabrica de acessórios calçado (SACOR)

68
INCÊNDIOS URBANOS

• 09 março 2018

Portugal, Felgueiras

http://rd3.videos.sapo.pt/7rNfEuNI1o7BJyTVazwj

Fabrica de solas (FM)

69
INCÊNDIOS URBANOS

• Causas humanas

Não cumprimento das regras de segurança, por


descuido ou desconhecimento
• Fuga ou derrame de líquido ou gás combustível
• Objectos de fumo (cigarros, por exemplo)
• Trabalhos a quente ou com chama nua (soldadura,
por exemplo) 70
INCÊNDIOS URBANOS

• Causas humanas

Não cumprimento das regras de segurança, por


descuido ou desconhecimento

• Sobrecarga de instalações eléctricas

71
INCÊNDIOS URBANOS

• Causas humanas

Não cumprimento das regras de segurança, por
descuido ou desconhecimento

• Confecção de refeições (fogões, fornos,


exaustores, etc.)
• Lareiras, fogueiras e outros espaços com chama
nua
• Instalações eléctricas mal protegidas 72
INCÊNDIOS URBANOS

• Causas humanas

Fogo Posto

73
INCÊNDIOS URBANOS

74
INCÊNDIOS URBANOS

75
INCÊNDIOS URBANOS

76
INCÊNDIOS URBANOS

• Padrão do incêndio urbano

As vítimas são na maioria dos casos crianças e


idosos, sendo que o género masculino é o mais
afetado

77
INCÊNDIOS URBANOS

• Padrão do incêndio urbano

O condicionamento físico, como as dificuldades


motoras, ou a diminuição das capacidades
cognitivas verificadas aquando do consumo de
bebidas alcoólicas, são um dos fatores que mais
contribui para a existência de vítimas mortais

78
INCÊNDIOS URBANOS

• Padrão do incêndio urbano

A causa de morte mais comum é a intoxicação


por inalação de fumos

No Porto, entre 1996 e 2006, 50% das pessoas


morreram devido à inalação de gases, enquanto
35% tiveram como causa de morte
queimaduras

79
INCÊNDIOS URBANOS

• Padrão do incêndio urbano

80
INCÊNDIOS URBANOS

• Padrão do incêndio urbano

Estima-se que entre 5% e 11% da população não


tenha qualquer tipo de equipamento de proteção
contra incêndios em casa

81
INCÊNDIOS URBANOS

• Padrão do incêndio urbano

A ausência de extintores é uma constante nos países


analisados (grande parte dos residentes habitacionais não tem
um extintor em casa para utilizar no caso de um fogo
doméstico)

82
INCÊNDIOS URBANOS

• Padrão do incêndio urbano

Uma ainda maior percentagem de pessoas não possui mantas


ignífugas.

83
INCÊNDIOS URBANOS

• Como resolver esta questão?

INTEGRAÇÃO

SADI + Prevenção

84
INCÊNDIOS URBANOS

• Conclusão
• As medidas de natureza humana, nomeadamente
a formação e o conhecimento, uma correcta
utilização das instalações e dos equipamentos e
sistemas bem como uma boa organização e
gestão da segurança, são determinantes na
SCI   prevenção e protecção contra o risco de incêndio

85
INCÊNDIOS URBANOS

• Atenção
• As medidas de segurança contra incêndios, não
garantem a não ocorrência de um incêndio nem,
por si só, a limitação dos seus efeitos

86
Tipificação dos incêndios
No que se refere ao local onde se declarou o incêndio, são
considerados normalmente os seguintes tipos:

 Edifícios urbanos (habitações, lares, hotéis, ERP em geral);


 Instalações industriais;
 Meios de transportes terrestres;
 Aeronaves;
 Navios e instalações portuárias;
 Zonas rurais;
 Florestas e matas.
.
87
Tipificação dos incêndios
O risco de incêndio manifesta-se nas mais diversas formas,
pelo que os incêndios poderão ser tipificados segundo:

• O tipo de ambiente (local) onde se verificou o incêndio;


• O tipo de combustíveis envolvidos;
• As causas do incêndio;
• As consequências do incêndio.

88
Causas de incêndio

Incêndios provocados por causas naturais são pouco


frequentes e concentram-se no grupo de incêndios ao ar livre;

Exemplo:

Incêndios florestais provocados por descargas atmosféricas no


desenvolvimento de trovoadas.

89
INCÊNDIOS
FLORESTAIS
• A floresta tem sido ao longo dos últimos anos, alvo de danos
significativos quer em termos de áreas ardidas quer em
destruição de espécies singulares;

• Emissões de gases e partículas libertadas durante um incêndio,


podem ser responsáveis por alguns impactos ambientais;

• Uma área devastada por um incêndio florestal, quando sujeita a


chuvas intensas, pode tornar-se mais susceptível e originar mais
facilmente, outro tipo de riscos tais como deslizamentos e
cheias.
90
Causas e consequências dos incêndios

Causas de incêndio (Florestal)

91
Causas de incêndio (Florestal)

Negligente 65.4%
Intencional 33.4%
Natural 1.2%

92
Causas e consequências dos incêndios

INCÊNDIOS
FLORESTAIS
Para além da destruição da floresta os incêndios podem ser
responsáveis por:

• Morte e ferimentos nas populações e animais (queimaduras,


inalação de partículas e gases);
• Destruição de bens (casas, armazéns, etc.);
• Corte de vias de comunicação;
• Alterações, por vezes de forma irreversível, do equilíbrio do
meio natural;

93
Como proteger a floresta?

ANTES DO INCÊNDIO
Aprenda e ensine as práticas de segurança contra incêndios;
• Tenha sempre um meio para extinguir de imediato e completamente o início
dum incêndio (exemplo: extintor, mangueiras, enxada, pás, etc);
• Utilize materiais resistentes ao fogo na construção ou renovação das suas
habitações;
• Plante árvores que possam contribuir para a contenção mais fácil da linha de um
incêndio;
• Crie uma zona de segurança, nunca inferior a 50 metros, entre a sua habitação e
os materiais combustíveis;
• Sempre que possível, deverá ser criada uma faixa pavimentada de 1 a 2 m de
largura, circundando todo o edifício;

94
Medidas de Autoprotecção

DURANTE O INCÊNDIO

• O alerta de um incêndio deve ser dado para o número 112 ou em


alternativa para o 117.
• O informador deverá transmitir de uma forma muito precisa e
sintética as seguintes informações:
• Localização aproximada do incêndio;
• Estimativa da dimensão actual do incêndio (se possível);
• Forma de acesso mais rápido ao local.

95
Causas e consequências dos incêndios

Medidas de Autoprotecção

DURANTE O INCÊNDIO

• As piscinas ou tanques são zonas potencialmente mais seguras;

• Retire a sua viatura dos caminhos de acesso ao incêndio;


• Se estiver próximo do incêndio e não correr perigo tente extingui-
lo com pás, enxadas ou ramos, procurando sempre não prejudicar a
acção dos bombeiros e seguir as suas instruções;
• Caso o incêndio se aproxime, ou por ordem das autoridades esteja
preparado para evacuar todos os elementos, dando especial atenção
às crianças, idosos e deficientes. 96
Causas e consequências dos incêndios

Medidas de Autoprotecção

SE FICAR PRESO POR UM INCÊNDIO

• Procure não entrar em pânico;


• Saia na direcção contrária à do vento;
• Identifique uma zona com água na qual poderá defender-se de
altas temperaturas, e afaste-se de zonas com muita vegetação;
• Cubra a sua cabeça e a parte superior do seu corpo com roupas
molhadas;

97
Medidas de Autoprotecção

SE FICAR PRESO POR UM INCÊNDIO

• Respire o ar junto ao chão através duma roupa molhada a fim de


evitar a inalação de fumos;
• Se não existe água nas proximidades, procure um abrigo numa
área aberta ou num afloramento de rochas;
• Mantenha-se deitado e SE POSSÍVEL cubra-se com a terra do
próprio solo;
• Em caso de queimadura passe-a por água fria. Nunca use
gorduras;
• Caso não consiga sair sozinho, aguarde a chegada das autoridades.
98
Medidas de Autoprotecção

DEPOIS DE UM INCÊNDIO

• Tome cuidado quando regressar a uma área recentemente ardida,


podem haver reacendimentos;
• Regresse só quando as autoridades o aconselharem;
• Tenha cuidado com os fios eléctricos expostos e outros perigos;
• Se as autoridades competentes solicitarem a sua ajuda nas
operações de rescaldo e vigilância, COLABORE!

99
Causas e consequências dos incêndios

Incêndios em Infra-estruturas
01/01 a 24/11 de 2015

Habitacional 4457
Estacionamento de superfície
Estacionamento em profundidade ou silo
Serviços Administrativos

6294 Incêndios
Parque Escolar
Hospitalares e Lares de Idosos
Hotelaria e Restauração 1837
Áreas Comerciais e Gares de Transportes
Desporto e Lazer
Militar, Forças Segur. e Forças Socorro
Indústria, Oficina e Armazém
Edifícios degradados ou devolutos

100
Causas e consequências dos incêndios

Incêndios em Infra-estruturas
01/01 a 24/11 de 2015

Habitacional 4457
Estacionamento de superfície 10
Estacionamento em profundidade ou silo 7
Serviços Administrativos 27
Parque Escolar 25
Hospitalares e Lares de Idosos 40
Espectáculos e Reuniões Públicas 9
Hotelaria e Restauração 389
Estruturais, Equipamentos e produtos

Áreas Comerciais e Gares de Transportes 71


Desporto e Lazer 31
Museus e Galerias de Arte 0
Bibliotecas e Arquivos 0
Militar, Forças Segur. e Forças Socorro 4
Indústria, Oficina e Armazém 614
Edifícios degradados ou devolutos 494
Equipamentos 1088

101
Causas de incêndio

São várias, mas a maioria resulta de actividade humana:

 Fuga de gás ou derrame de líquidos combustíveis;


 Objectos de fumo (cigarros e charutos);
 Trabalhos a quentes ou com chama nua (soldadura, maçarico);
 Confecção de refeições (fogões, fornos, exaustores e frigideiras);
 Lareiras, fogueiras e queimadas;
 Aparelhos de aquecimentos deficientemente utilizados;
 Sobrecarga de instalações eléctricas.

102
Consequências dos incêndios

As consequências dos incêndios classificam-se, em quatro


grupos:
• Vítimas (mortos e feridos);
• Prejuízos materiais;

• Danos ambientais;
• Danos de natureza social.

Os dados estatísticos que ilustrem as consequências dos incêndios em


Portugal ainda são insuficientes.
103
Consequências dos incêndios

Vítimas

Os dados estatísticos da ANPC, referentes a incêndios nas suas


várias tipologias no período de 2000 a 2008 são significativos :

Total de mortos: 378 – Valor médio anual 42;


Total de feridos: 6 465 – Valor médio anual de 718,3.

104
Consequências dos incêndios

Vítimas provocadas 01/01 a 24/11 de 2015

Total Bombeiros Total Civis Total Civis Total Civis Total Civis
Feridos Mortos Feridos Assistidos Deslocados

99 38 532 334 743

105
Consequências dos incêndios

Prejuízos materiais

Em Portugal, não é possível obter dados fidedignos no que se


refere aos prejuízos materiais, porque na maioria das vezes apenas
são contabilizados as perdas directas;

Ficam por apurar as perdas de exploração, que são particularmente


importantes nas actividades empresariais em comércio, indústria e
serviços.

106
Consequências dos incêndios

Prejuízos materiais
Perdas resultantes de incêndios urbanos e industriais nos EUA:

107
Consequências dos incêndios

Danos ambientais

São mais significativos nos incêndios de certa dimensão em


unidades industriais e armazéns onde existam matérias perigosas;

Os produtos da combustão (fumo e gases) lançados para a


atmosfera, os derrames de produtos afectados pelo incêndio e seu
transporte pela água utilizada no combate, também podem
contaminar solos, linhas de água, fauna e flora.

108
Consequências dos incêndios

Danos de natureza social:

A existência de mortos ou feridos resultantes do incêndio, pode


interferir de uma forma dramática como um dano social;
Exemplo: Um casal que perde um filho de dois anos num
incêndio na sua habitação.

• Redução ou extinção de postos de trabalho;


• Perda de património cultural (obras de arte, arquivos
históricos, etc.);
• Perda de edifícios classificados (palácio, museu, igreja).
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Consequências dos incêndios

Compete às entidade que exploram os espaços/edifícios


garantir, prioritariamente, a segurança das pessoas, e
acessoriamente, a segurança dos bens face aos riscos.

Esta responsabilidade revela-se no cumprimento de medidas de


segurança contra incêndio, em dois aspectos fundamentais:

• Medida de prevenção para evitar incêndios;


• Medidas de protecção para, caso ocorra um incêndio, limitar as
suas consequências.

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Consequências dos incêndios

As medidas de segurança contra incêndio, no mínimo, devem


garantir os seguintes objectivos:

 Reduzir os riscos de eclosão de incêndios;

 Limitar a propagação do fogo, fumo e gases de combustão;

 Promover a evacuação rápida e segura de todos os ocupantes ;

 Facilitar a intervenção dos bombeiros, em segurança.

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Consequências dos incêndios

As medidas de segurança preventiva são da maior importância


na problemática da segurança contra incêndio;

Desta forma é necessário actuar-se em vários campos:


• Educação de segurança;
• Engenharia de segurança;
• Planeamento de segurança;
• Inspecção de segurança;
• Investigação de incêndios.

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Consequências dos incêndios

• As consequências dos incêndios são bem esclarecedoras da


necessidade de se encarar a segurança contra incêndio de uma
forma muito séria na sociedade actual;

• Esta actividade implica a actuação em diversas áreas, com


destaque para os aspectos técnicos e regulamentares e para as
medidas de natureza humana, em especial na educação,
formação, organização e planeamento.

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Fim do Módulo 1

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