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UFCD 9887

Extinção de Incêndios Rurais

Iniciação

Sessão 9887-S1 (1)

Introdução ao Comportamento
do Incêndio

1 (1) 2

Conceitos sobre fogo e incêndio

• Combustão;
• Triângulo do fogo;
• Tetraedro do fogo;
• Fases da combustão;
2 • Transmissão de calor;
• Fogo;
• Incêndio;
• Uso do fogo.
60 min.

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USO EXCLUSIVO DA ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS

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Após a conclusão da sessão, os formandos devem:

• Descrever a combustão, o triângulo do fogo, o tetraedro


do fogo e as fases da combustão;

• Identificar as diferentes formas de transmissão de calor;

• Diferenciar fogo de incêndio rural;

• Identificar e descrever as diferentes formas de uso do 3

fogo.

Combustão
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• A combustão, que se pode manifestar através de luz e calor,


define-se como uma reação química do oxigénio com
determinadas substâncias (combustíveis), libertando água,
dióxido de carbono e energia. Esta é essencial para a
propagação do fogo;

• A combustão é uma reação química em cadeia, que irá persistir


enquanto existir combustível, calor e oxigénio em proporções
convenientes;

• A ilustração do início da combustão é universalmente feita


através do triângulo do fogo.

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Triângulo do fogo
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• Não pode existir fogo sem a junção simultânea de três elementos:

Triângulo do fogo
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• Para que se dê a inflamação, ou seja, para se iniciar um fogo nos


combustíveis florestais ou agrícolas, é necessário “atacar” as
cadeias de celulose, na presença de oxigénio, com uma fonte de
energia suficiente para elevar a temperatura até, pelo menos,
260 ºC. Esta energia é conhecida por energia de ativação.

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Tetraedro do fogo
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• Iniciada a combustão, desenvolvem-se radicais livres que levam ao


aparecimento da reação em cadeia:

Fases da combustão
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Nos incêndios rurais verificam-se várias fases típicas do


desenvolvimento da combustão, ainda que condicionadas
pelos fatores que afetam o seu comportamento.

A água contida na folha absorve o calor


(não se observa nada).

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Fases da combustão
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• Quando a água contida nas células das plantas atinge a


temperatura de 100 ºC, passa ao estado de vapor e
começa a observar-se a saída de fumo branco;

• Verifica-se o pré-aquecimento dos combustíveis.

A água contida na folha vaporiza-se


(fumo branco).

Fases da combustão
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• Continuando o aquecimento, dá-se a evaporação das ceras, óleos e


resinas e inicia-se a quebra das cadeias de celulose, o que provoca a
libertação de gases altamente inflamáveis e o aparecimento da chama,
dando origem à inflamação (início da combustão).

Libertam-se gases que se inflamam


(surge a chama).

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Transmissão de calor
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Num fogo ou num incêndio rural,


o oxigénio (O2) é normalmente o
comburente.

Considerando, por exemplo, uma reação do oxigénio


com a celulose, que é o principal constituinte da
madeira, liberta-se cerca de 16000 kJ de energia por
cada kg de glucose consumida.

Transmissão de calor
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Um dos aspetos mais importantes dos incêndios é a libertação de


energia, pois:

• Garante o aumento da temperatura necessário à inflamação dos


combustíveis próximos;

• Acelera as reações químicas da combustão;

• É responsável pela propagação (crescimento em intensidade,


perímetro e área ardida), desde que existam oxigénio e
combustíveis em proporções convenientes;

• Quanto maior é a quantidade de calor, maior é a força destruidora


do incêndio e mais difícil a extinção.

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Transmissão de calor
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As formas de transmissão de energia (calor) num incêndio rural são:


a convecção, a radiação e a condução (menos significativa).

a) convecção b) radiação

Transmissão de calor
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Convecção

• É a transmissão de calor através do movimento do ar. Num incêndio


este movimento é predominantemente vertical. Esta forma de
transmissão de calor é muito importante nos incêndios rurais e é
perigosa;

• As correntes de convecção num incêndio explicam-se, em primeiro


lugar, pelo aquecimento do ar, que se torna menos denso, mais leve,
e, por isso, tem tendência para subir. Depois, pelo vento e declive
que empurram o calor numa determinada direção e encosta acima,
as correntes de convecção aquecem, secam e destilam os
combustíveis expostos, preparando-os para a queima.

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Transmissão de calor
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Radiação

• A radiação térmica, também conhecida como irradiação, é uma forma de


transferência de calor que ocorre por meio de ondas eletromagnéticas.
Como essas ondas podem propagar-se no vácuo, não é necessário que
haja contacto entre os corpos para haver transferência de calor;

• Todos os corpos emitem radiações térmicas que são proporcionais à sua


temperatura. Quanto maior a temperatura, maior a quantidade de calor
que o objeto irradia. O Sol transmite o calor por radiação;

• Uma fogueira irradia o seu calor em todas as direções;

• A radiação, tal como a convecção, aquece, seca e destila os


combustíveis expostos, preparando-os para a queima.

Transmissão de calor
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Condução

• A condução consiste na transmissão


de calor diretamente no interior de
um corpo ou através de corpos em
contacto, sem deslocação de
matéria;

• A condução tem menor significado


para os incêndios rurais.

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Fogo
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• O fogo é um fenómeno físico e químico


que resulta da rápida combinação de um
comburente com um combustível e é
caracterizado pela emissão de calor, luz
e geralmente chamas;

• Os fogos rurais consomem combustíveis


vegetais naturais, como o húmus, as
espécies herbáceas, arbustivas e as
árvores.

Fogo
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• Fogo rural é uma combustão controlada de materiais combustíveis


existentes nas áreas rurais (agrícolas e florestais) destinada a
reduzir o volume do combustível como mato e restolho;

Exemplos: queimas, queimadas, fogo controlado.

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Incêndio
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• Combustão livre, não limitada no tempo nem no espaço, dos


materiais combustíveis existentes nas áreas rurais.

Incêndio
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• Incêndio rural: o incêndio florestal ou agrícola que decorre nos


espaços rurais (os espaços florestais e terrenos agrícolas);

• Incêndio agrícola: o incêndio rural em que a área ardida


agrícola é superior à área ardida florestal e a área ardida
florestal é inferior a 1 hectare;

• Incêndio florestal: o incêndio rural em que a área ardida


florestal é superior à área agrícola e a área ardida total é
inferior a 1 hectare ou sempre que a área ardida florestal seja
superior a 1 hectare.

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Incêndio
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O incêndio rural desencadeia as seguintes reações químicas:

– Consumo de oxigénio
(comburente);

– Produção de vapor de água,


dióxido e monóxido de carbono;

– Formação de outros produtos da


combustão, nomeadamente a
partir do carbono, oxigénio e
hidrogénio, principais constituintes
dos materiais tradicionais.

Uso do fogo
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Fogueira
• É a combustão com chama, confinada no espaço e no tempo,
para aquecimento, iluminação, confeção de alimentos, proteção e
segurança, recreio ou outros afins;

1. Nos espaços rurais, durante o período crítico ou quando o índice de


risco de incêndio seja de níveis muito elevado ou máximo:
a) Não é permitido realizar fogueiras para recreio ou lazer, com
exceção das fogueiras tradicionais no âmbito de festas
populares, no interior de aglomerados populacionais, após
autorização da autarquia local, nos termos da legislação em
vigor;

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Uso do fogo
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Fogueira

1. Nos espaços rurais, durante o período crítico ou quando o índice de


risco de incêndio seja de níveis muito elevado ou máximo:

b) Apenas é permitida a utilização do fogo para confeção de


alimentos, bem como a utilização de equipamentos de queima e
de combustão destinados à iluminação ou à confeção de
alimentos, nos locais expressamente previstos para o efeito,
nomeadamente nos parques de lazer e recreio e outros quando
devidamente infraestruturados e identificados como tal;

Uso do fogo
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Queima

• É o uso do fogo para eliminar sobrantes


de exploração, matos cortados e
amontoados.

• Para a realização de queimas deve


cumprir-se a legislação em vigor.

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Uso do fogo
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Queima

1. Nos espaços rurais, durante o período crítico ou quando o índice de


risco de incêndio seja de níveis muito elevado ou máximo:

a) A queima de matos cortados e amontoados e qualquer tipo de


sobrantes de exploração, bem como a que decorra de
exigências fitossanitárias de cumprimento obrigatório, está
sujeita a autorização da autarquia local, conforme legislação
em vigor, devendo esta definir o acompanhamento necessário
para a sua concretização, tendo em conta o risco do período e
da zona em causa.

Uso do fogo
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Queima

2. Fora do período crítico e quando o índice de risco de incêndio não


seja de níveis muito elevado e máximo, a queima de matos
cortados e amontoados e qualquer tipo de sobrantes de exploração,
bem como a que decorra de exigências fitossanitárias de
cumprimento obrigatório, está sujeita a mera comunicação prévia à
autarquia local, conforme legislação em vigor.

3. Durante o período crítico ou quando o índice do risco de incêndio


seja de níveis muito elevado ou máximo, a queima de matos
cortados e amontoados e qualquer tipo de sobrantes de exploração,
sem autorização e sem o acompanhamento definido pela autarquia
local, deve ser considerada uso de fogo intencional.

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Uso do fogo
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Queimada

• É o uso do fogo para renovação de pastagens e eliminação de


restolho e ainda, para eliminar sobrantes de exploração
cortados mas não amontoados.

1. A realização de queimadas só é permitida após autorização


do município ou da freguesia, nos termos da lei que
estabelece o quadro de transferência de competências para
as autarquias locais, tendo em conta a proposta de realização
da queima, o enquadramento meteorológico e operacional,
bem como a data e local onde a mesma é proposta.

Uso do fogo
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Queimada
2. A realização de queimadas carece de acompanhamento, através da
presença de técnico credenciado em fogo controlado ou
operacional de queima ou, na sua ausência, de equipa de
bombeiros ou de equipa de sapadores florestais.
3. Os técnicos credenciados em fogo controlado podem executar
queimadas, mediante comunicação prévia, estando dispensados da
autorização no n.º1.
4. O pedido de autorização ou a comunicação prévia são dirigidos à
autarquia local, nos termos por esta definidos, designadamente por
via telefónica ou através de aplicação informática.
5. A realização de queimadas sem autorização e sem o
acompanhamento definido no presente artigo, deve ser considerada
uso de fogo intencional.

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Uso do fogo
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Fogo de supressão

• É a utilização do fogo no âmbito da supressão dos incêndios que


compreende:

– O fogo tático;

– O contrafogo.

• A sua utilização deve ser feita de acordo com a legislação em


vigor.

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Combustão;
Triângulo do fogo;
Tetraedro do fogo;
Fases da combustão;
Transmissão de calor;
Fogo;
Incêndio;
30 Uso do fogo.

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VERSÃO 1
2019

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