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Instalações elétricas
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

ÍNDICE

MOTIVAÇÃO......................................................................................... 5
OBJETIVOS .......................................................................................... 6
INTRODUÇÃO ....................................................................................... 7
1. PREVENÇÃO DE ACIDENTES ELÉTRICOS............................................. 9
1.1. GENERALIDADES ....................................................................... 9
1.2. PREVENÇÃO DE ACIDENTES ........................................................ 9
1.2.1. Análise de riscos ............................................................................ 10
1.2.2. Principais tipos de riscos ............................................................... 10
1.2.3. Dispositivos de proteção individual ............................................... 11
1.2.4. Os deveres do trabalhador ............................................................. 11
1.3. CONTACTOS DIRETOS E INDIRETOS ........................................... 12
1.3.1. Efeitos fisiológicos da corrente ...................................................... 13
1.4. PRIMEIROS SOCORROS A ELETROCUTADOS ............................... 13
2. APARELHOS DE MEDIDA ................................................................. 15
2.1. AMPERÍMETRO ........................................................................ 16
2.2. VOLTÍMETRO........................................................................... 16
2.3. OHMÍMETRO ........................................................................... 17
2.4. MULTÍMETRO .......................................................................... 17
2.5. WATTÍMETRO .......................................................................... 18
3. PROTEÇÃO .................................................................................... 19
3.1. CONTRA SOBREINTENSIDADES ................................................. 19
3.2. CONTRA CURTO-CIRCUITOS ..................................................... 19
3.3. CONTRA SOBRETENSÕES ......................................................... 19
3.4. PROTEÇÃO CONTRA SOBREINTENSIDADES ................................. 20
3.5. PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS ................................ 20
3.5.1. Aparelho diferencial ........................................................................ 21

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4. CIRCUITOS ELÉTRICOS ................................................................... 22


4.1. CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO...................................................... 23
4.1.1. Tipos de circuitos de iluminação .................................................... 24
4.1.1.1. Derivação simples ................................................................... 24
4.1.1.1.1. Esquema multifilar de uma derivação simples ........................ 24
4.1.1.1.2. Esquema unifilar de uma derivação simples ........................... 25
4.1.1.2. Comutação de lustre ............................................................... 25
4.1.1.2.1. Esquema multifilar de uma comutação de lustre .................... 25
4.1.1.2.2. Esquema unifilar de uma comutação de lustre ....................... 26
4.1.1.3. Comutação de escada ............................................................ 26
4.1.1.3.1. Esquema multifilar de uma comutação de escada.................. 26
4.1.1.3.2. Esquema unifilar de uma comutação de escada..................... 27
4.1.1.4. Inversor com comutação de escada ....................................... 27
4.1.1.4.1. Esquema multifilar de um inversor com comutação de
escada ...................................................................................... 27
4.1.1.4.2. Esquema multifilar de um inversor com comutação de
escada ...................................................................................... 28
4.1.2. Simbologia de circuitos de iluminação ........................................... 28
4.2. CIRCUITOS DE SINALIZAÇÃO..................................................... 29
4.3. CAMPAINHAS ......................................................................... 29
4.4. CIRCUITOS DE TOMADAS ......................................................... 30
4.4.1. Esquema multifilar de um circuito de tomadas .............................. 30
4.4.2. Esquema unifilar de um circuito de tomadas ................................. 31
4.4.3. Simbologia de circuitos de tomadas .............................................. 31
4.5. QUADROS DE ENTRADA DA INSTALAÇÃO .................................... 32
4.5.1. Tensão de alimentação................................................................... 32
4.5.2. Circuitos finais ................................................................................ 32
4.6. SECÇÕES MÍNIMAS E CORRENTE ADMISSÍVEIS DOS
CONDUTORES DOS CIRCUITOS EM LOCAIS DE HABITAÇÃO ........... 33
4.7. PROTEÇÃO ............................................................................. 34
5. TIPOS DE APARELHAGEM ................................................................ 35
6. CONDUTORES E CABO .................................................................... 40
6.1. QUAL A DIFERENÇA ENTRE FIO E CABO? .................................... 40
6.2. ISOLAMENTO .......................................................................... 40
6.3. SECÇÃO NOMINAL................................................................... 41
6.4. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES .................................... 41
6.5. ESCOLHA DO CONDUTOR ......................................................... 41
7. INSTALAÇÃO COLETIVA DE ENERGIA ELÉTRICA ................................. 45
7.1. QUADRO DE COLUNAS (QC) ..................................................... 45
7.2. COLUNAS ............................................................................... 45
7.3. ENTRADAS ............................................................................. 46
7.4. ESQUEMA DE UMA INSTALAÇÃO COLETIVA ................................. 46

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

CONCLUSÃO ...................................................................................... 47
RESUMO............................................................................................ 48
AUTOAVALIAÇÃO ............................................................................... 51
SOLUÇÕES ........................................................................................ 55
PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO ................................. 56
BIBLIOGRAFIA .................................................................................... 57

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

MOTIVAÇÃO

Nesta unidade vamos estudar o tema das Instalações Elétricas. Como já deves
saber, no desempenho das nossas funções vamos estar constantemente em
contacto com material elétrico. Quanto mais à vontade estivermos, dentro deste
tema, mais facilidade vamos ter em interpretar os circuitos elétricos, mas tam-
bém mais “recetivos” vamos estar para o perigo dos acidentes elétricos a que
podemos estar sujeitos.
De certeza que já pensaste no perigo destes riscos, não pensaste?
Vais ver que é mais simples do que pensas e que facilmente consegues contor-
nar estes riscos. Vamos a isso!

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

OBJETIVOS

Com esta unidade didática, pretendemos que adquiras conhecimentos e com-


petências para:
 Conhecer os perigos inerentes à utilização da energia elétrica e os cui-
dados a observar.
 Identificar as situações que envolvem maiores riscos.
 Atuar numa situação de emergência e prestar os primeiros socorros em
acidentes pessoais, produzidos por corrente elétrica.
 Interpretar projetos de instalações elétricas.
 Interpretar e respeitar a legislação aplicável à instalação de circuitos
elétricos.
 Conhecer e interpretar o funcionamento de uma instalação elétrica.
 Ler e interpretar esquemas elétricos.
 Identificar a simbologia relativa aos circuitos elétricos.
 Identificar e caracterizar os diferentes circuitos elétricos, os componen-
tes, os equipamentos, entre outros elementos.
 Caracterizar a função de cada um dos elementos de uma instalação
elétrica.
 Utilizar instrumentos de medição de grandezas elétricas.
 Interpretar leituras realizadas com instrumentos de medição de grande-
zas elétricas.
 Instalar circuitos elétricos de iluminação, de sinalização, de tomadas.
 Instalar proteções de circuito.
 Ensaiar circuitos elétricos.

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INTRODUÇÃO

As canalizações elétricas estão sujeitas às condições ambientais dos locais on-


de vão ser instaladas. Estas podem ser colocadas à vista ou embebidas em
paredes, lajes, vigas, pilares ou tetos falsos.
Ao longo do tempo as técnicas utilizadas para estes processos têm vindo a so-
frer algumas alterações e desenvolvimentos. Atualmente, na área da constru-
ção, os métodos utilizados evitam a passagem das instalações elétricas pelo
interior das paredes, criando assim o efeito ductos verticais (ou seja, canais ou
condutas) para facilitar a montagem e o futuro acesso às colunas.
A instalação das tubagens e caixas das canalizações elétricas requer especial
cuidado, dos técnicos ligados à área de eletricidade, e uma boa coordenação
com a área da construção civil. Os tubos e caixas a utilizar deverão ter elevada
resistência ao choque e a vibrações.
Por estas tubagens vão passar alguns dispositivos elétricos, que vão fazer parte
dos circuitos a implementar, também conhecidos por aparelhagem de comando
de iluminação. Estes dispositivos podem ser:
 Interruptores;
 Comutadores de lustre;
 Comutadores de escada;
 Inversores;
 Botões;
 Etc.

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1. PREVENÇÃO DE ACIDENTES ELÉTRICOS


1.1. GENERALIDADES
Como sabemos a utilização da energia elétrica pode trazer-nos riscos e possibi-
lidade de eventuais acidentes.
Estes riscos são transportados para:
 Pessoas;
 Instalações;
 Materiais.
Os riscos acontecem por derivados fatores, mas principalmente por falhas hu-
manas na instalação dos equipamentos.
Alguns fatores causados por estas subtensões são os incêndios e as explosões.
Estes acontecem devido ao aquecimento dos circuitos ou dos equipamentos,
que surgem pelos curto-circuitos, sobrecargas e defeitos de isolamento.

1.2. PREVENÇÃO DE ACIDENTES


A prevenção de acidentes é estabelecida por duas etapas:
 Na identificação dos riscos que cada atividade profissional comporta.
 Na eliminação ou criação de formas de prevenção desses riscos identi-
ficados.
Qualquer uma dessas fases apresenta sempre uma série de dificuldades, isto
porque um acidente não é consequência de uma causa de um risco, mas sim
de várias causas associadas a diferentes riscos.

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1.2.1. ANÁLISE DE RISCOS


Numa análise de riscos podes recorrer a dois tipos de métodos de estudo:
 O método direto, através da identificação das causas possíveis, antes
da ocorrência dos acidentes;
 O método indireto através da análise dos acidentes ocorridos, identifi-
cando as suas causas ocorridas.

1.2.2. PRINCIPAIS TIPOS DE RISCOS


 Mecânicos;
 Iluminação;
 Ruído;
 Eletricidade;
 Temperaturas elevadas;
 Altas humidades;
 Vibrações;
 Poeiras;
 Fumos;
 Gases;
 Vapores;
 Radiações ionizantes;
 Vírus;
 Fungos e bactérias;
 Incêndios;
 Ansiedade;
 Stress;
 Razões psicossociológicas;
 Idade;
 Negligência;
 Imprudência;
 Preparação técnica insuficiente.

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1.2.3. DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


De forma a combater esta grande diversidade de riscos surgiram as seguintes
medidas de proteção individuais, com as respetivas funções:
 Proteção da cabeça, contra queda de objetos pesados, pancadas vio-
lentas, proteção de partículas, líquidos corrosivos ou poeiras;
 Proteção dos olhos e do rosto, contra ações mecânicas (poeiras, partí-
culas), químicas e térmicas;
 Proteção das vias respiratórias, contra os agentes químicos que con-
taminam a atmosfera dos locais de trabalho com gases, vapores, fi-
bras, poeiras;
 Fato de proteção, contra produtos químicos, fogo, líquidos ou de radi-
ações;
 Proteção dos ouvidos, contra altos ruídos de níveis sonoros elevados;
 Proteção dos pés, contra a queda de materiais, perfurações da planta
do pé, trabalhos húmidos ou encharcados;
 Proteção das mãos, contra produtos químicos, fogo, líquidos, choques
elétricos.

1.2.4. OS DEVERES DO TRABALHADOR


Um trabalhador profissional com o objetivo de evitar acidentes, no seu dia a dia
profissional, ou de colocar a sua saúde e dos outros em risco, deve:
 Conhecer os riscos do seu local de trabalho;
 Dar conhecimento à chefia de qualquer anomalia aferida;
 Cumprir as normas de segurança e higiene no seu local de trabalho;
 Respeitar as indicações da sinalização de segurança;
 Estimar o bom estado dos equipamentos de proteção individual;
 Zelar pela higiene, limpeza e arrumação do seu local de trabalho;
 Não remover, sem autorização da chefia hierárquica, qualquer disposi-
tivo de proteção de máquinas ou de outros equipamentos;
 Utilizar unicamente as ferramentas para a finalidade para que foi con-
cebida;
 Estudar as características das novas ferramentas, equipamentos e má-
quinas;
 Não colocar em funcionamento qualquer equipamento sem a autoriza-
ção do responsável da obra;
 Cuidar de qualquer ferimento por mais pequeno que seja;
 Efetuar regularmente um exame de saúde.

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1.3. CONTACTOS DIRETOS E INDIRETOS


Os acidentes mais frequentes resultam de contactos com partes das instala-
ções ou de equipamentos e podem ser os seguintes:
 Contactos diretos (dão-se quando à contacto direto com um elemento
ativo ou neutro da instalação elétrica sob tensão);

 Contactos indiretos (dão-se quando há contacto num elemento da ins-


talação que é, nesse momento, condutor por defeito, mas normalmente
se encontra isolado das partes condutoras da instalação, como por
exemplo, a carcaça de um motor).

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1.3.1. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA CORRENTE


A passagem da corrente elétrica num corpo humano produz efeitos perigosos
que, de acordo com o seu nível de perigo, se podem classificar em:
 Tetanização;
 Paragem cardíaca;
 Fibrilação ventricular;
 Queimaduras.
As correntes mais perigosas são a geradas à frequência de 50 – 60 Hz.
O valor mínimo para o linear da perceção é aproximadamente de 1,1 mA. A
partir de valores deste calibre sente-se um ligeiro formigueiro.
Para valores superiores a 10 mA, os músculos contraem-se sob a ação de um
estímulo elétrico. A continuação desse estímulo elétrico faz com a contração
muscular aumente progressivamente. A este sintoma dá-se o nome de tetaniza-
ção.
Para valores superiores a 80 mA, a corrente elétrica sobrepõe-se ao ritmo do
músculo cardíaco, provocando um sincronismo das fibras que constituem os ven-
trículos. Este efeito tem o nome de fibrilação ventricular.
A fibrilação ventricular constitui a principal causa de morte por ação da corrente
elétrica. A prestação de primeiros socorros através da massagem cardíaca e res-
piração boca-a-boca é imprescindível antes da aplicação do desfibrilador.
As queimaduras elétricas graves ocorrem particularmente em alta tensão. Podem
dar origem depois a lesões cerebrais, complicações renais, perturbações nervo-
sas, visuais ou auditivas.

1.4. PRIMEIROS SOCORROS A ELETROCUTADOS


Os primeiros socorros são essenciais para salvarmos e impedirmos que as víti-
mas de eletrocussão sofram danos gravosos para a sua saúde. Um dos primei-
ros passos que devemos aplicar é cortar a corrente elétrica, desligando o dis-
juntor ou o interruptor geral do quadro elétrico.
Não devemos tocar no eletrocutado sem previamente desligarmos a corrente.
Caso não seja possível, devemos utilizar objetos secos e bem isolados para
afastar a vítima da ação da corrente.
Para prevenirmos a queda das vítimas, em caso de ficar suspensa nos conduto-
res, devemos chamar a emergência médica 112, pois um socorro incorreto po-
de ser muito grave para a saúde da vítima.

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Se tivermos conhecimento de primeiros socorros, estes podem ser a salvação


do eletrocutado. Os primeiros socorros passam por:
 Arejar o local;
 Desapertar as peças de vestuário (cintos, casacos, colarinhos, etc.) que
apertem o pescoço, o peito ou o abdómen, do corpo da vítima;
 Retirar da boca qualquer objeto, como por exemplo placas dentárias;
 Desenrolar a língua da vítima caso necessário;
 Fazer respiração artificial.
Depois de recuperarmos a vítima, devemos mantê-la em repouso e agasalhada.

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2. APARELHOS DE MEDIDA
Os aparelhos de medida dividem-se em:
 Aparelhos analógicos;
 Aparelhos digitais.
Os aparelhos analógicos são aparelhos constituídos por equipamentos móveis
sobre as quais atuam forças eletromagnéticas. O órgão móvel é desviado do
instrumento até que a resistência oposta estabeleça o equilíbrio.
O desvio é dado pela agulha ou processo ótico do aparelho, sobre uma escala
graduada, indicando o valor da grandeza que estamos a medir.
Estes aparelhos tendem a ser menos utilizados porque são pouco precisos e
têm um desgaste mecânico muito grande.
Já os aparelhos digitais, como é normal, são os mais utilizados. Estes aparelhos
convertem sinais analógicos em sinais digitais. A medida é observada, geral-
mente, no LCD de cristais líquidos.
As principais vantagens dos aparelhos digitais são:
 Mais precisos;
 Mais robustos;
 Mais estáveis;
 Mais resistentes.

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Figura 1. Exemplo de aparelho digital.

Os principais aparelhos de medida de circuitos elétricos são:


 Amperímetro;
 Voltímetro;
 Ohmímetro;
 Multímetro;
 Wattímetro.

2.1. AMPERÍMETRO
O amperímetro é um aparelho que mede a intensidade de corrente elétrica de
um circuito, em unidades de ampere (A) e tem como principais características:
 Baixa impedância de entrada (resistência interna);
 Baixa queda de tensão interna;
 Ser ligado em série com o componente que queremos medir.

2.2. VOLTÍMETRO
O voltímetro é um aparelho que mede a diferença de potencial entre dois pontos
de um circuito, a unidade de medida é o Volt (V) e tem como principais caracte-
rísticas:
 Alta impedância de entrada;
 Baixa corrente de entrada;
 Ser ligado em paralelo com o componente que queremos medir.

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Há um medidor de corrente e tensão que tem a forma de um ali-


cate com garras que abraça os condutores. As garras funcionam
como o núcleo de um transformador de corrente em que o primá-
rio é o condutor e o secundário é uma bobine, onde está ligado o
medidor. Tem uma chave onde é feita a seleção do funcionamento
ou como amperímetro ou como voltímetro. Este aparelho é conhe-
cido por pinça amperimétrica.

Figura 2. Medidor alicate com garra ou pinça amperimétrica.

2.3. OHMÍMETRO
O ohmímetro é um aparelho que mede a resistência elétrica por leitura direta, a
unidade de medida é o Ohm (Ω) e é também utilizado para verificar continuidades.

2.4. MULTÍMETRO
Os multímetros são aparelhos de medida que podem funcionar como amperí-
metro, voltímetro ou ohmímetro, pois possuem dispositivos que nos permitem
escolher qual a grandeza a medir.

Figura 3. Múltimetro digital.

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2.5. WATTÍMETRO
Os wattímetros são aparelhos que medem a potência elétrica, em Watts (W). O
seu método de funcionamento está associado ao amperímetro e ao voltímetro.

Figura 4. Esquema de funcionamento do wattímetro.

Como podes ver na figura 4, o Wattímetro, fica inserido no circuito elétrico, sen-
do ligado nas posições série e paralelo, de forma a medir corretamente a cor-
rente e a tensão elétricas e depois fazendo a conversão para a potência elétrica,
em Watts.

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3. PROTEÇÃO
Os aparelhos que vemos normalmente colocados nos quadros elétricos são os
dispositivos de proteção. Dispositivos estes que podem dividir-se em:
 Proteção de circuitos elétricos (contra sobreintensidades, sobretensões
e curto-circuitos);
 Proteção de pessoas (contra contactos diretos e indiretos).

3.1. CONTRA SOBREINTENSIDADES


As sobreintensidades aparecem quando a corrente elétrica de serviço nos con-
dutores (IB) ultrapassa o seu valor nominal (Iz). Isto acontece, normalmente,
quando temos demasiados aparelhos ligados em simultâneo no mesmo circuito,
o que pode fazer com que a corrente no circuito seja superior à intensidade
nominal, ou seja, > .

3.2. CONTRA CURTO-CIRCUITOS


Os curto-circuitos, no fundo, também são sobreintensidades. Mas neste caso,
estamos perante uma situação em que dois pontos do circuito elétrico, com
potenciais diferentes, entram em contacto direto entre si. Esta sobreintensidade
faz com que a corrente de serviço do circuito seja muito superior à intensidade
nominal ≫ .

3.3. CONTRA SOBRETENSÕES


Trata-se de um aumento da tensão, cuja origem pode ser tanto externa, no caso
de descargas atmosféricas nas linhas de tensão, como interna, no caso de de-
feitos de isolamento nas linhas de tensão mais elevada. Neste caso, a tensão
aplicada ao circuito irá ser superior à sua tensão nominal de serviço.

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3.4. PROTEÇÃO CONTRA SOBREINTENSIDADES


De acordo com as regras técnicas, este tipo de proteção elétrica destina-se a
evitar que os equipamentos elétricos sejam percorridos por correntes que lhe
sejam prejudiciais ou prejudiquem o meio envolvente.
A proteção contra sobreintensidades neste tipo de instalações deve ser assegu-
rada por disjuntores.
Os calibres dos disjuntores utilizados variam consoante a natureza dos circuitos
e a secção mínima dos condutores utilizados. A seguinte tabela demonstra os
diferentes tipos de calibres utilizados.

Secção mínima
Intensidade estipulada dos disjuntores
Natureza dos circuitos dos
[A]
condutores [mm2]
Iluminação 1,5 10
Tomadas 2,5 16

Máquinas de lavar e/ou secar 2,5 20

Termoacumuladores elétri-
2,5 20
cos
Fogões 4 32
Climatização ambiente 2,5 20

3.5. PROTEÇÃO CONTRA CHOQUES ELÉTRICOS


A proteção contra choques elétricos tem como objetivo proteger as pessoas
contra contatos diretos e contatos indiretos.
Medidas de proteção em contactos diretos:
 A principal medida passa pelo isolamento apropriado e afastamento
das partes ativas.
Medidas de proteção em contactos indiretos:
 A principal medida passa pela utilização de dispositivos de corte auto-
mático do tipo diferencial, chamados aparelhos diferenciais;
 Ligação das massas dos aparelhos e das instalações à terra.

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3.5.1. APARELHO DIFERENCIAL


É um aparelho de proteção sensível à corrente diferencial/residual que fará o
corte automático sempre que haja pequenas variações de correntes ou intensi-
dades de correntes residuais na nossa instalação elétrica.
Estes aparelhos atuam normalmente para valores de IΔN de 30, 300 ou 500 mA,
consoante a sensibilidade que se pretende, alta, média e pequena.

Figura 5. Aparelho diferencial.

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4. CIRCUITOS ELÉTRICOS
De acordo com as regras técnicas o circuito elétrico é definido como o conjunto
dos equipamentos elétricos, de uma instalação, alimentados a partir da mesma
origem, e protegidos contra as sobreintensidades, pelos mesmos dispositivos
de proteção.

Um circuito inclui a canalização e a aparelhagem que lhe está as-


sociada.

A instalação deve ser dividida em vários circuitos elétricos, cumprindo a regu-


lamentação e de acordo com as necessidades:
 Evitar as situações de perigo e limitando as consequências de possí-
veis defeitos;
 Possibilitar as verificações eficazes dos circuitos, os ensaios e a manu-
tenção;
 Individualizar circuitos, limitando os perigos que resultariam de um de-
feito se o circuito fosse único;
 Prever e limitar os perigos, que poderiam resultar de um defeito se a
instalação tivesse um único circuito, por exemplo de iluminação.
Os circuitos finais caracterizam-se pela função dos aparelhos que alimentam,
que são normalmente os seguintes:
 Circuitos iluminação;
 Circuitos tomadas.

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4.1. CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO


Os circuitos de iluminação são constituídos essencialmente por lâmpadas. Es-
tas podem ser de incandescência e de descarga.

Figura 6. Exemplo de lâmpada incandescente.

As lâmpadas incandescentes possuem filamentos muito finos de tungsténio,


enrolado em espiral, dentro de uma ampola de vidro, onde há um gás inerte
(azoto, árgon e crípton) cuja função é evitar a contínua evaporação do filamento,
provocado pelas altas temperaturas. Estas têm um rendimento luminoso muito
baixo devido às elevadas perdas por calor, de referir que a produção deste tipo
de lâmpadas está proibida desde setembro de 2012 na Europa.
Existem também lâmpadas de incandescência especiais, como as de halogéneo
que são usadas nos faróis dos automóveis e as refletoras usadas na iluminação
decorativa (sobressair algum aspeto, lojas ou estátuas por exemplo).
As lâmpadas de descarga têm um rendimento melhor, devido a menos perdas
de calor. Estas também existem em diversos tipos, como as de tubos lumino-
sos, lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão e de alta pressão, lâmpadas
de vapor de mercúrio de alta pressão e de baixa pressão (fluorescentes) e lâm-
padas mistas.
Certamente já ouviste falar de uma nova gama de lâmpadas de iluminação, de-
signadas pelos termos ingleses “Light emitting diode”, ou mais simplesmente
através das siglas LED. Este tipo de lâmpadas funciona a partir do princípio da
emissão de luz, através da eletroluminescência, e obtém um rendimento bastan-
te superior ao das lâmpadas convencionais, uma vez que se obtém uma pou-
pança de certa de 80%.O tempo de vida de uma boa lâmpada de LED pode
chegar a oito ou dez anos, enquanto uma lâmpada incandescente chega ape-
nas em média a um ano.

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4.1.1. TIPOS DE CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO


Existem vários tipos de circuitos de iluminação. Os mais usuais são:
 Derivação simples;
 Comutação de lustre;
 Comutação de escada;
 Inversor com comutação de escada.
São representados normalmente por dois tipos de esquemas:
 Esquema multifilar é onde são representados todos os componentes e
todos os condutores, utilizados nas ligações de uma forma objetiva e
resumida. Associa-se também este tipo de esquema ao esquema utili-
zado na prática.
 Esquema unifilar é onde são representadas, através de um único traço,
todas as ligações elétricas. Nesse traço são sempre representados to-
dos os condutores, fase, neutro e proteção. Associa-se também este
tipo de esquema ao esquema representado em projetos e plantas.

4.1.1.1. Derivação simples

Na derivação simples com lâmpadas incandescentes, como podemos ver no


circuito da figura seguinte, a lâmpada vai acender quando fechamos o interrup-
tor. O condutor de fase deve ser ligado ao interruptor e o neutro à lâmpada.

4.1.1.1.1. Esquema multifilar de uma derivação simples

Figura 7. Exemplo de uma derivação simples em esquema multifilar.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4.1.1.1.2. Esquema unifilar de uma derivação simples

Figura 8. Exemplo de uma derivação simples em esquema unifilar.

4.1.1.2. Comutação de lustre

Os comutadores de lustre são utilizados para comandar duas lâmpadas ou dois


conjuntos de lâmpadas, a partir de um local.

4.1.1.2.1. Esquema multifilar de uma comutação de lustre

Figura 9. Exemplo de comutação de lustre em esquema multifilar.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4.1.1.2.2. Esquema unifilar de uma comutação de lustre

Figura 10. Exemplo de comutação de lustre em esquema unifilar.

4.1.1.3. Comutação de escada

É utilizada na iluminação de escadas ou corredores, onde se pretenda coman-


dar a iluminação a partir de 2 pontos distintos.

4.1.1.3.1. Esquema multifilar de uma comutação de escada

Figura 11. Exemplo de comutação de escada em esquema multifilar.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4.1.1.3.2. Esquema unifilar de uma comutação de escada

Figura 12. Exemplo de comutação de escada em esquema unifilar.

4.1.1.4. Inversor com comutação de escada

É utilizado na iluminação de escadas ou corredores, onde se pretenda coman-


dar a iluminação a partir de 3 pontos distintos.

4.1.1.4.1. Esquema multifilar de um inversor com comutação de escada

Figura 13. Exemplo de inversor com comutação de escada em esquema multifilar.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4.1.1.4.2. Esquema multifilar de um inversor com comutação de escada

Figura 14. Exemplo de inversor com comutação de escada em esquema unifilar.

4.1.2. SIMBOLOGIA DE CIRCUITOS DE ILUMINAÇÃO

Interruptor simples em representação multifilar

Interruptor simples em representação unifilar

Comutador de lustre em representação multifilar

Comutador de lustre em representação unifilar

Comutador de escada em representação multifilar

Comutador de escada em representação multifilar

Inversor em representação multifilar

Inversor em representação unifilar

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Condutor fase

Condutor neutro

4.2. CIRCUITOS DE SINALIZAÇÃO


Os circuitos de sinalização têm o objetivo de sinalizar uma chamada, por cam-
painha, associada por vezes a quadro de alvos. Estes circuitos são utilizados
em vários locais, como:
 Habitações;
 Prédios;
 Hospitais;
 Fábricas.

4.3. CAMPAINHAS
As campainhas podem ser de corrente contínua ou alternada, alimentadas dire-
tamente da rede de 230 V ou intercalando um transformador abaixador de ten-
são, sendo 6 V,12 V, 24 V e 36 V, as tensões de saída mais usuais.
Para ligarmos um circuito com campainha devemos seguir algumas regras:
 Fase ou polo positivo da alimentação a um terminal do botão de pres-
são;
 Neutro ou polo negativo a um terminal da campainha;
 Interligar os outros terminais da campainha e botão de pressão.
Vamos ver na figura seguinte, um esquema possível de ligação de uma campai-
nha que é acionada por um botão de pressão.

Figura 15. Esquema de ligação de campainha.

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4.4. CIRCUITOS DE TOMADAS


Os circuitos de tomadas são executados num circuito independente do de ilu-
minação:
 Para que um circuito não seja afetado pela falha do outro, permitindo
que, caso haja defeito num deles não fique toda uma área afetada sem
alimentação elétrica;
 A separação de circuitos de tomadas e iluminação auxilia a implemen-
tação das medidas de proteção contra choques elétricos.
Nos circuitos de tomadas é necessária uma proteção com disjuntores diferenciais.

Nas RTIEBT estão definidas as secções mínimas de 1,5 mm2, para


os circuitos de iluminação, e as secções mínimas de 2,5 mm2,
para os circuitos de tomada.

As tomadas são usadas para a ligação de aparelhos amovíveis, como candeei-


ros, aspiradores, frigoríficos, etc. Estas têm uma corrente nominal de 16 A.

4.4.1. ESQUEMA MULTIFILAR DE UM CIRCUITO DE TOMADAS

Figura 16. Exemplo de um circuito de tomadas em esquema multifilar.

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4.4.2. ESQUEMA UNIFILAR DE UM CIRCUITO DE TOMADAS

Figura 17. Exemplo de um circuito de tomadas em esquema unifilar.

4.4.3. SIMBOLOGIA DE CIRCUITOS DE TOMADAS

Tomada monofásica com terra em representação multifilar

Tomada monofásica com terra em representação unifilar

Condutor fase

Condutor neutro

Condutor terra

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

4.5. QUADROS DE ENTRADA DA INSTALAÇÃO


A entrada de uma instalação de um apartamento cumpre normalmente as se-
guintes características:
 Tensão de alimentação;
 Circuitos finais.

4.5.1. TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO


As instalações de utilização, ligadas a uma rede de distribuição pública em bai-
xa tensão, são alimentadas em corrente alternada de 50 Hz às tensões nominais
de 230 V (rede monofásica) e 400 V (rede trifásica), sendo:
 Alimentadas a 230 V a 30 A sempre que a potência contratada não ex-
ceda os 6,9 kVA e não existam recetores trifásicos. Pode haver um au-
mento para 10,35 kVA caso haja acordo com o distribuidor. Nesta situ-
ação a corrente é de 45 A;
 Alimentadas a 400 V, sempre que a potência contratada exceda os 6,9
kVA ou quando existam recetores trifásicos. A utilização mais comum é
de 10,35 kVA trifásico a 400 V em 15 A.

4.5.2. CIRCUITOS FINAIS


Nos circuitos finais, no art.º 801.5.3 das RTIEBT está estipulado que, para cada
circuito final monofásico, seja de iluminação ou de tomadas, não deverão existir
mais do que 8 pontos de utilização.
Exemplo de circuito de iluminação 10A

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Figura 18. Exemplo de um circuito de quadro de iluminação.

4.6. SECÇÕES MÍNIMAS E CORRENTE ADMISSÍVEIS DOS


CONDUTORES DOS CIRCUITOS EM LOCAIS DE
HABITAÇÃO
Segundo as regras técnicas, as secções dos condutores dos circuitos das ins-
talações de locais de habitação devem ser determinadas em função das potên-
cias previsíveis, com os valores mínimos indicados no quadro seguinte:

Natureza dos circuitos Secção (mm2)


Iluminação 1,5
Tomadas 2,5
Termoacumuladores 2,5
Máquina de lavar, de secar ou lavar loiça 2,5
Fogões 4
Climatização ambiente 2,5

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Segundo as R.T.I.E.B.T. estão definidos os valores de correntes admissíveis, em


amperes para condutores isolados a policloreto de vinilo (PVC):

Secção nominal dos condutores Intensidade da corrente admissível


(mm2) (A)
1,5 14,5
2,5 19,5
4 26
6 34
10 46
16 61
25 80
35 99
50 119
70 151
95 182
120 210

Nota: a corrente admissível é o valor máximo que o cabo suporta sem que, por
efeitos de aquecimento (efeito de Joule), possa pôr em causa o isolamento do
próprio cabo.

4.7. PROTEÇÃO
Como sabemos, numa canalização podem ocorrer diferentes tipos de defeitos:
 Consequências de uma má utilização;
 Defeito de fabrico dos materiais;
 Má manutenção;
 Entre outros.
Os defeitos mais comuns são:
 Sobrecargas (quando estão ligados simultaneamente à canalização di-
versos recetores);
 Sobreintensidades (quando a corrente de serviço é superior à corrente
máxima permitida);
 Curto circuitos (quando dois pontos, a potenciais diferentes, ficam em
contacto).

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5. TIPOS DE APARELHAGEM
Quando concebes uma instalação elétrica deves avaliar as condi-
ções ambientais dos vários locais, para que a seleção dos equipa-
mentos e das canalizações seja a mais adequada.

Segundo as regras técnicas, a classificação dos locais depende de fatores de


influências externas. Estes fatores identificam-se através de um código alfanu-
mérico, constituído por duas letras e um algarismo, cujo significado é apresen-
tado na tabela seguinte:

Codificação das influências externas

Elementos Categoria das influências


Significado de cada
constituintes do Construção de
elemento Ambiente Utilização
código edifícios
1ªLetra do
Categoria Geral A B C
código
A até S A até E
AeB
2ª Letra do Código Natureza da influência (17 nature- (5 nature-
(2 naturezas)
zas) zas)
Número Classe 1a8 1a5 2e4

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Exemplo:
 AA4
 A - Categoria geral Ambiente;
 A – Natureza da influência Temperatura ambiente;
 4 – Classe Temperado (-5 C a +40 C).
A tabela seguinte apresenta um resumo dos fatores de influência externa.
Tabela 1. Resumo dos fatores de influência externa.

Algarismo
1ª Letra 2ª Letra
X Estrutura
Designação da
Natureza Classe de do
Categoria Influência
da Influ- I código
Geral
ência Influência
Temperatura
A 1a8 AAx
ambiente
Condições
B 1a8 ABx
climáticas
C 1a2 ACx Altitude
D 1a8 ADx Presença de água
Presença de cor-
E 1a6 AEx pos sólidos estra-
nhos
Presença de subs-
F 1a4 AFx tâncias corrosivas
ou poluentes
G 1a3 AGx Impactos
H 1a3 AHx Vibrações
A
(ambientes) Ações mecânicas
J 1 AJx
(outras)
K 1a2 AKx Presença de flora
L 1a2 ALx Presença de fauna
Influências eletro-
magnéticas, ele-
M 1a6 AMx
troestáticas ou
ionizantes
N 1a3 ANx Radiações solares
P 1a4 APx Efeitos sísmicos
Descargas
Q 1a3 AQx
atmosféricas
R 1a3 ARx Movimentos do ar
S 1a3 ASx Vento

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Algarismo
1ª Letra 2ª Letra
X Estrutura
Designação da
Natureza Classe de do
Categoria Influência
da Influ- I código
Geral
ência Influência
Competência das
A 1a5 BAx
pessoas
Resistência elétri-
B 1a3 BBX ca do corpo hu-
mano
Contacto das
B C 1a4 BCx pessoas com o
(utilizações) potencial da terra
Evacuação das
D 1a4 BDx pessoas em caso
de emergência
Natureza dos
E 1a4 BEx produtos tratados
ou armazenados

C Materiais de
A 1a2 CAx
(construção construção
dos
Estrutura dos
edifícios) B 1a4 CBx
edifícios

Na escolha do equipamento a utilizar, deves ter em atenção as


características dos invólucros dos equipamentos elétricos relativa-
mente às influências externas.

Estas características são definidas a partir de códigos:


 IPXX;
 IKXX.

O código IP é definido por dois dígitos:


 O primeiro indica o grau de proteção contra a penetração de
corpos sólidos – AE (variável de 0 a 6);
 O segundo indica o grau de proteção contra a penetração de
líquidos – AD (variável de 0 a 8).

37
Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Códigos Classe de influências externas Graus de proteção mínimos


AE1 Desprezável IP0X
AE2 Objetos pequenos ( ≤ 2,5 mm) IP3X
AE3 Objectos muito pequenos (≤ 1) IP4X
AE4 Poeiras ligeiras IP5X ou IP6X
AE5 Poeiras médias IP5X ou IP6X
AE6 Poeiras abundantes IP5X ou IP6X
AD1 Desprezável IPX0
AD2 Gotas de água IPX1
AD3 Chuva IPX3
AD4 Projeção de água IPX4
AD5 Jatos de água IPX5
AD6 Jatos de água forte ou massas de água IPX6
AD7 Imersão temporária IPX7
AD8 Imersão prolongada IPX8

O código IK é definido por um dígito, indicando o grau de proteção


contra ações mecânicas (impactos) – AG (variável de 1 a 3).

Códigos Classe de Influências externas Graus de proteção


AG1 Fracos IK02
AG2 Médios IK07
AG3 Fortes IK08 a IK10

Exemplo:
 IP30 Grau de proteção contra a presença de corpos sólidos estranhos
pequenos ≤ 2,5 mm e o grau de proteção contra a presença de água é
desprezável.
 IK02 Grau de proteção contra impactos: fraco.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Exemplos de aparelhagem

Interruptor simples

Comutador de Lustre

Inversor de grupo

Comutador de escada

Botão de pressão com sinalização lumi-


nosa

Tomada simples com terra tipo Shucko

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

6. CONDUTORES E CABO
Um condutor elétrico é um corpo constituído por um material bom condutor e
que se destina à transmissão de corrente elétrica.

6.1. QUAL A DIFERENÇA ENTRE FIO E CABO?


Um fio condutor é constituído por um condutor sólido, maciço, de secção circu-
lar e pode ou não ter isolamento.

Um cabo consiste num conjunto de fios condutores, isolados entre


si.

6.2. ISOLAMENTO
O isolamento de um cabo ou fio consiste num revestimento feito com material
isolante, cujo objetivo é impedir fugas de corrente.
Poderá existir um segundo revestimento sobre o isolamento, a cobertura, que
tem como objetivo proteger o material isolante, mecanicamente.

Cabo unipolar e cabo multipolar:


 O cabo unipolar é formado por um único condutor, com uma
cobertura isolante protetora.
 O cabo multipolar é formado por dois ou mais condutores,
cada um isolado entre si e todo o conjunto é protegido por
uma camada protetora de cobertura comum.

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

6.3. SECÇÃO NOMINAL


A secção nominal de um fio condutor ou cabo é a área da secção transversal do
fio ou da soma das secções dos fios que constituem um cabo.

A secção do condutor não inclui o isolamento e a cobertura e é


especificada em mm2.

6.4. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES


O condutor deve ser capaz de permitir, sem um aquecimento excessivo e com
uma queda de tensão pré determinada, a passagem da corrente elétrica prevista.
Além disso, os condutores devem ser compatíveis com a capacidade dos dis-
positivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito.

6.5. ESCOLHA DO CONDUTOR


Na escolha do condutor há diversos fatores que deves considerar, nomeada-
mente:
 Tipo de isolamento e cobertura do condutor;
 Número de condutores percorridos pela corrente;
 Forma de instalação dos cabos;
 Proximidade com outros condutores e cabos;
 Temperatura ambiente.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Figura 19. Descrição e utilização de alguns condutores e cabos mais utilizados.

Os condutores e cabos isolados são objeto de um conjunto significativo de


normas, que definem as suas características e ensaios.
O quadro que se segue representa a designação simbólica de condutores e
cabos isolados até 450/750 V.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Tabela. Designações simbólicas de condutores e cabos isolados

Símbolo Exemplo(1)
Harmonizado. H
Normalização Tipo nacional reconhecido. A H
Tipo nacional não reconhecido. PT-N
<100/100V 00
100/100V; <300/300V 01
Tensão 300/300V 03 05
300/500V 05
450/750V 07
Borracha de etileno-propileno B
Etileno acetato de vinilo G
Borracha R
Isolamento V
Borracha de silicone S
Constituintes

Policloreto de vinilo V
Polietileno reticulado X
Bainha lisa de alumínio, extrudida ou
A2
saldada
Revesti-
mento me- Condutor concêntrico de alumínio A
tálico/ Blindagem de alumínio A7
armaduras
Armadura em fita de aço, galvanizado ou
Z4
não
Etileno acetato de vinilo G
Trança de fibra de vidro J
Constituintes

Policloropreno N
Bainha V
Borracha R
Trança têxtil T
Policloreto V
Cabo circular sem letra
Cabo plano:
Forma H
Condutores separáveis
H2
Condutores não separáveis
Construção

Cobre sem letra


Natureza
Alumínio -A
Condutor flexível da classe 5 -F
Flexibilida- Condutor flexível da classe 6 -H
-F
de
Condutor ou cabo flexível para instalação
-K
fixa

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Condutor rígido circular cablado -R


Condutor rígido sectorial cablado -S
Condutor rígido maciço circular -U
Condutor rígido maciço sectorial -W
Condutor tinsel -Y
Número de condutores 3
Ausência de condutor verde/amarelo X
G
Existência de condutor verde/amarelo G
Composição
Secção do condutor (mm2) 2,5
Identificação por coloração sem letra
Identificação por algarismo N
(1) Cabo harmonizado, para a tensão de 300/500V, com isolamento em policloreto de vinilo,
com condutores de cobre flexíveis da classe 5, constituído por três condutores de 2,5mm2,
sendo um deles o de proteção (H05VV-F3G2,5).
(2) Quando as secções dos condutores neutro e de proteção forem diferentes das secções dos
condutores de fase, a composição deve caracterizar essa alteração. Por exemplo, para um
cabo com condutores de fase a 35mm2 e condutores neutro e proteção a 16 mm2, a composi-
ção deve ser representada por 3X35+2G16.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

7. INSTALAÇÃO COLETIVA DE ENERGIA ELÉTRICA


De acordo com as regras técnicas, as instalações coletivas são instalações elé-
tricas estabelecidas, nas zonas comuns, no interior dos edifícios tendo por obje-
tivo abastecer as diversas instalações de utilização existentes.
Estas instalações têm um troço comum com início numa ou mais portinholas,
ou no quadro de colunas, e terminam nas entradas. Além deste troço comum
são também constituídas por:
 Quadro de colunas;
 Colunas;
 Caixas de colunas;
 Entradas.

7.1. QUADRO DE COLUNAS (QC)


É um quadro alimentado diretamente por um ramal ou por intermédio de um
troço comum da instalação coletiva, destinado a alimentar as colunas montan-
tes e as entradas de características especiais.

7.2. COLUNAS
São as canalizações de uma instalação coletiva, que têm início no quadro de
colunas e terminam numa caixa de coluna.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

7.3. ENTRADAS
São os troços das canalizações elétricas entre:
 Uma caixa de coluna e a origem de uma instalação de utilização;
 O quadro de colunas e a origem de uma instalação de utilização de ca-
racterísticas especiais (exemplo de instalações de potência significati-
vamente elevada ou suscetível de causar perturbações no sistema de
distribuição);
 Uma portinhola que sirva uma instalação elétrica e a sua origem.

7.4. ESQUEMA DE UMA INSTALAÇÃO COLETIVA


A seguinte figura representa um esquema tipo de uma instalação coletiva.

Figura 20. Exemplo de uma instalação coletiva.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

CONCLUSÃO

Como acabámos de estudar, existem diversos fatores relacionados com as ins-


talações elétricas, a que devemos ter especial atenção.
Quando lidamos com materiais elétricos podemos estar sujeitos a alguns riscos,
como por exemplo a eletrocussão, e ter noções de primeiros socorros pode ser
essencial para conseguirmos salvar uma vida. Com estas noções também ga-
nhamos outra sensibilidade para estes casos e ficamos mais precavidos, até no
que toca à nossa própria saúde.
Os circuitos de instalações elétricas consistem basicamente em circuitos de
iluminação e circuitos de tomadas. Estes circuitos são separados para evitar
que qualquer problema elétrico impeça a utilização da eletricidade, em todo o
sistema.
Os circuitos, tanto de iluminação como de tomadas, são executados em canali-
zações que possuem diversas características. Uma delas é a classe de prote-
ção, onde as normas RTIEBT estabelecem determinados índices de proteção,
conforme os locais onde vão ser instalados os componentes elétricos.
O quadro elétrico é o equipamento onde estão ligados todos os circuitos elétri-
cos, que constituem os circuitos das habitações ou dos sistemas e de onde
saem as alimentações de energia para os restantes dispositivos do circuito.
Nestes equipamentos encontram-se os dispositivos de corte de todos os tipos
de circuito, como:
 Circuito de iluminação;
 Circuito de tomadas;
 Circuito de emergência.

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

RESUMO

Os acidentes mais frequentes resultam de contactos com partes das instala-


ções ou de equipamentos e podem ser os seguintes:
 Contactos diretos (dão-se quando há contacto direto com um elemento
ativo ou neutro da instalação elétrica sob tensão);
 Contactos indiretos (dão-se quando há contacto num elemento da ins-
talação que é, nesse momento, condutor por defeito, mas normalmente
se encontra isolado das partes condutoras da instalação, como por
exemplo a carcaça de um motor).
Os aparelhos de medida mais utilizados nas instalações elétricas são:
 Amperímetro;
 Voltímetro;
 Ohmímetro;
 Multímetro;
 Wattímetro.
Os circuitos finais caracterizam-se pela função dos aparelhos que alimentam,
que são normalmente os seguintes:
 Circuitos de iluminação;
 Circuitos de tomadas.
As secções dos condutores estão definidas, pelas regras técnicas, como sec-
ções mínimas de condutores para circuitos de iluminação 1,5 mm2 e para os
circuitos de tomadas 2,5 mm2.
Está estipulado que cada circuito final monofásico de iluminação ou de toma-
das, não deverá ter mais do que 8 pontos de utilização.
Os esquemas dos circuitos mais utilizados em circuitos de iluminação são:
 Derivação simples;
 Comutação de lustre;
 Comutação de escada;
 Inversor com comutação de escada.

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Os defeitos mais comuns são:


 Sobrecargas (quando estão ligados simultaneamente à canalização di-
versos recetores);
 Sobreintensidades (quando a corrente de serviço é superior à corrente
máxima permitida);
 Curto circuitos (quando dois pontos, a potenciais diferentes, ficam em
contacto).
Pelas regras técnicas, uma instalação coletiva de energia elétrica é constituída
por:
 Quadro de colunas;
 Colunas;
 Caixas de colunas;
 Entradas.

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

AUTOAVALIAÇÃO

1. O amperímetro:
a) Possui uma resistência interna elevada.
b) Possui uma elevada queda de tensão interna.
c) É ligado em paralelo com o componente que queremos medir.
d) É um aparelho que mede uma grandeza elétrica em amperes.

2. Qual a corrente máxima admitida por um condutor de secção de


2,5mm2, segundo a tabela do R.T.I.E.B.T. para condutores isolados a
policloreto de vinilo (PVC)?

a) 14,5 A.
b) 19,5 A.
c) 30 A.
d) 63 A.

51
Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

3. Identifica o seguinte esquema unifilar:

a) É um circuito de iluminação, comutação de escada.


b) É um circuito de iluminação, derivação simples.
c) É um circuito de iluminação, comutação de lustre.
d) É um circuito multifilar, derivação simples.

4. Identifica o seguinte esquema unifilar:

a) É um circuito de iluminação, comutação de escada.


b) É um circuito de iluminação, derivação simples.
c) É um circuito de iluminação, comutação de lustre.
d) É um circuito de iluminação, comutação de escada com inversor.

52
Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

5. Identifica o seguinte:

a) É um circuito de iluminação, comutação de escada em esquema multifilar.


b) É um circuito de iluminação, comutação de escada em esquema unifilar.
c) É um circuito de tomadas, em esquema unifilar.
d) É um circuito de tomadas, em esquema multifilar.

6. Na proteção contra choques elétricos, contactos diretos, uma das me-


didas passa:
a) Pelo isolamento apropriado e afastamento das partes ativas do circuito
elétrico.
b) Pela ligação das massas dos aparelhos à terra.
c) Pela utilização de um disjuntor de proteção.
d) Pela utilização de interruptor geral.

7. Que tipo de circuito de iluminação utilizarias se pretendesses coman-


dar uma iluminação a partir de três pontos distintos:
a) Derivação simples.
b) Comutação de lustre.
c) Comutação de escada.
d) Inversor com comutação de escada.

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

8. Que tipo de circuito é representado na figura seguinte?

a) Uma derivação simples.


b) Um circuito de iluminação.
c) Um circuito de tomadas.
d) Um circuito de sinalização.

9. Os aparelhos de medida digitais, em relação aos aparelhos de medida


analógicos, são:
a) Mais resistentes.
b) Pouco estáveis.
c) Menos robustos.
d) Mais precisos.

10. Identifica o seguinte símbolo unifilar representado:

a) Comutador de escada.
b) Comutador de lustre.
c) Inversor.
d) Tomada monofásica com terra.

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

SOLUÇÕES

1. d 2. b 3. b 4. d 5. d

6. a 7. d 8. d 9. d 10. b

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO DO ESTUDO

Para poderes desenvolver os conhecimentos obtidos nesta unidade vamos dei-


xar-te com alguns livros relacionados com os temas que acabámos de estudar:
 Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão (RTIEBT).
 MEIRELES, V., Circuitos Eléctricos. Lisboa: LIDEL, 2001.
 MORAIS, S., Elementos de Electricidade. Porto: Porto Editora, 2000.
 NIEMANN, GUSTAV, Elementos de Máquinas. Volumes I, II e III. São
Paulo: Edgard Blucher, 1971.

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Unidade didática 3
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

BIBLIOGRAFIA

 SACRISTÁN, FRANCISCO REY (s.d.), Gestão Industrial - Manutenção


Eléctrica e Mecânica na Indústria e Oficinas. Lisboa: Edições CETOP.
 Sebenta de Instalações Eléctricas I, Instituto Superior de Engenharia de
Lisboa 2004.
 MARTINS, V. (s.d.), Práticas Oficinais - Instalações Eléctricas, Automa-
tismos e Electrónica Industrial. Lisboa: Plátano Editora.
 Instalações Eléctricas, SENAI DR/SC, Florianópolis 2004.
 Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão (RTIEBT).
 Regulamento de Segurança das Instalações Colectivas de Edifícios e
Entradas (RSICEE).
 Regulamento de Segurança de Instalações de Energia Eléctrica e Tele-
fones (RSIEET).
 Regulamento de Segurança das Instalações de Utilização de Energia
Eléctrica em Baixa Tensão (RSIUEE).

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Unidade didática 3

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