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FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

Curso:
Engenharia electrónica
Disciplina:
Instalações eléctricas

Tema:

SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

DISCENTE: DOCENTE:

Langa, César Regente: Engº. Manuel Telles

Assistente: Engo Helder Nhambe

Maputo, Novembro de 2022


Trabalho de Instalações eléctricas

Índice
Lista de figuras ................................................................................................................................... III

1. Introdução ................................................................................................................................... IV

2. Estabelecimento de para raios ....................................................................................................... 1

2.1. Características dos pára-raios .................................................................................................... 1

2.1.1. Constituição físico-química ............................................................................................... 2

2.2. Aplicação de DST ..................................................................................................................... 4

3. Estabelecimento de terras.............................................................................................................. 7

3.1. Características dos condutores de terra ..................................................................................... 8

3.2. Dimensionamento de condutor de terra..................................................................................... 8

4. Disjuntores diferenciais............................................................................................................... 10

4.1. Onde e quando aplicar ......................................................................................................... 10

5. Explicação de cálculo.................................................................................................................. 14

5.1. Montagem de Pára-raios .......................................................................................................... 14

5.2. Ligação a terra ......................................................................................................................... 18

5.2.1. Tipos de ligação à terra ........................................................................................................ 18

5.2.2. Esquema TN ..................................................................................................................... 18

5.2.3. Esquema TT ..................................................................................................................... 20

5.2.4. Esquema IT ...................................................................................................................... 21

5.3. Disjuntores diferenciais ........................................................................................................... 21

5.3.1. Protecção contra contactos indirectos ou protecção de instalações contra defeitos de


isolamento ....................................................................................................................................... 21

6. Exemplo de cálculo ..................................................................................................................... 24

6.1. Do condutor neutro e Do condutor de terra ............................................................................. 24

6.2. Exemplo de cálculo do condutor fase...................................................................................... 24

6.3. Do calibre do diferencial ......................................................................................................... 26

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d) Cálculo do tempo de corte da corrente de curto-circuito (ICC), pelo aparelho de protecção 26

f) Selecção do disjuntor geral...................................................................................................... 27

7. Conclusões .................................................................................................................................. 28

8. Referência bibliográfica .............................................................................................................. 29

Anexos ..................................................................................................................................................A

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Trabalho de Instalações eléctricas

Lista de figuras

Figura 1: Pára-raios de distribuição de SiC .......................................................................................... 2


Figura 2: Centelhadores activos de um pára-raios de SiC.................................................................... 3
Figura 3: Pára-raios de ZnO ................................................................................................................. 3
Figura 4:DST da Legrand com protecção ao nível do neutro .............................................................. 4
Figura 5: Onda típica de sobretensão de manobra ............................................................................... 4
Figura 6: DST´s para protecção em cascata ......................................................................................... 5
Figura 7: Esquema eléctrico de instalação de um DST num quadro.................................................... 6
Figura 8: Secção dos condutores .......................................................................................................... 9
Figura 9: Coordenação entre dispositivos diferenciais (na origem da instalação) ............................. 11
Figura 10: Coordenação entre dispositivos diferenciais (dois níveis de selectividade) ..................... 12
Figura 11: Selectividade parcial (coordenação entre dispositivos de média/média e de média/alta
sensibilidade) ...................................................................................................................................... 13
Figura 12: Partes do pára-raios do Franklin ....................................................................................... 14
Figura 13: Haste de pára-raios do Franklin ........................................................................................ 15
Figura 14: Ângulos de protecção........................................................................................................ 15
Figura 15: Condutor horizontal (pára-raios do Franklin) ................................................................... 16
Figura 16: Duas hastes de Franklin .................................................................................................... 16
Figura 17: Níveis de protecção e seus factores .................................................................................. 17
Figura 18: Protecção por gaiola de Faraday ....................................................................................... 17
Figura 19: Malha da gaiola de Faraday .............................................................................................. 18
Figura 20: Esquema TN-S .................................................................................................................. 19
Figura 21: Esquema TN-C ................................................................................................................. 19
Figura 22: Esquema TN-C-S .............................................................................................................. 20
Figura 23: Esquema TT ...................................................................................................................... 20
Figura 24: Esquema IT ....................................................................................................................... 21
Figura 25: Selectividade horizontal de uma instalação ...................................................................... 22
Figura 26: Selectividade vertical entre dois dispositivos diferenciais ............................................... 23
Figura 27: Interruptores diferenciais tipo AC tetrapolares ................................................................. 27

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1. Introdução

O presente trabalho de investigação tem como finalidade o estudo de itens de segurança em


instalações eléctricas. Onde que serve de um meio para o estudo e aperfeiçoamento doas regras para
a efectivação do dimensionamento e protecções de instalações eléctricas de baixa tensão articulando
de diversos regulamentos como: o Regulamento de Segurança de Instalações de Utilização de
Energia Eléctrica, o Regulamento de Segurança de Instalações Colectivas de Edifícios e Entradas e
o Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição de Energia Eléctrica em Baixa Tensão.

Procura abordar as regras para o estabelecimento do pára-raios (aplicação de DST) e terras


(dimensionamento e ligações), noções de disjuntores diferenciais (calculo de calibre) e montagem de
pára-raios.

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2. Estabelecimento de para raios

Segundo (RSRDEEBT, 2011) no artigo 121 e 126, os pára-raios devem ter, no local do seu
estabelecimento, um eléctrodo de terra, que sirva também de eléctrodo de ligação do neutro a terra
da rede de distribuição. O eléctrodo de terra onde é ligado o pára-raios deve possuir um baixo valor
de resistência de terra. A instalação do pára-raios deve satisfazer o disposto no Regulamento sobre
ligações à terra, devendo, no entanto, os condutores ser de cobre com secção não inferior.

A distância entre os condutores da rede e o mastro do pára-raios ou qualquer elemento do


circuito do pára-raios não deve ser inferior a 1m.

Nos posteletes e consolas devem estar afastados de qualquer elemento dos circuitos dos pára-
raios de uma distância, expressa em metros, igual ou superior a 1/5 da resistência do eléctrodo de
terra da instalação de protecção contra sobretensões, expressa em ohms a 25 mm2. Quando os
eléctrodos de terra dos pára-raios de edifícios se encontrarem na vizinhança de cabos das redes de
distribuição subterrâneas cujas bainhas metálicas ou armaduras não sejam ligadas aos condutores de
terra dos pára-raios, deve tomar-se, segundo os casos, uma das seguintes soluções:

a) Interligação só1ida e durável entre a descida dos pára-raios e a bainha metálica dos cabos; e
b) Manutenção de uma distância não inferior a 0,50m entre o condutor de terra do pára-raios e
os cabos da rede de distribuição.

Os condutores de terra dos pára-raios da rede de distribuição não podem ser de material magnético,
bem como a sua protecção mecânica, quando exista.
No traçado dos condutores de terra dos pára-raios devem evitar-se ângulos pronunciados.
Entre os elementos das redes de distribuição e os dos pára-raios de protecção de edifícios deve haver
independência completa, de forma que o funcionamento destes não possa afectar aqueles.

2.1. Características dos pára-raios

Os pára-raios são, basicamente, resistores não lineares que fornecem um caminho de baixa
impedância para a corrente de surto e que limitam os níveis de sobretensões a valores compatíveis
com o calibre dos equipamentos que protegem. Sem eles, as sobretensões que porventura atinjam os
equipamentos eléctricos poderiam provocar a disrupção do dielétrico e consequente perda do
património, além de danos pessoais, ao meio ambiente e às instalações. Essa protecção se deve ao
caminho condutivo de baixa impedância de surto entre fase e terra promovido pelo pára-raios. A
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descarga de corrente à terra através dessa impedância de surto limita a tensão em relação à terra. Em
condições normais de operação, essa impedância é suficientemente elevada para actuar como um
circuito aberto, e assim permanece até o pára-raios ser atingido por uma tensão de surto.

2.1.1. Constituição físico-química

Existem dois tipos de pára-raios quanto ao material semicondutor utilizado: o pára-raios de


carboneto de silício (SiC) e o pára-raios de óxido de zinco (ZnO). Os pára-raios de SiC, também
conhecidos por pára-raios convencionais, são formados por blocos de carboneto de silício em série
com diversos centelhadores, como ilustra a Figura 1. Os blocos de resistores são constituídos de uma
liga de carborundo (nome dado ao carboneto de silício na fase industrial) com adição de alguns
elementos, como o bismuto e cordierita, mais uma substância aglomerante. Esse bloco constitui um
semicondutor intrínseco de primeira geração. Em seguida, são comprimidos e submetidos à
temperatura de aproximadamente 2.000 °C para que as reacções químicas se processem nas cadeias
de carbono. Nessa etapa, chamada de sintetização, a substância aglomerante evapora-se do bloco. A
próxima etapa é a metalização das faces de contacto do bloco para aumentar o contacto eléctrico
entre os mesmos e os centelhadores. Finalmente, o bloco é submetido a testes e ensaios de tensão de
descarga.

Figura 1: Pára-raios de distribuição de SiC

Os discos de centelhador são estampados para adquirir formato circular e montados sobre peças de
esteatita para formar o bloco centelhador. Em seguida, os blocos de carboneto e os centelhadores são
montados na estrutura do pára-raios e submetidos a ensaios de vedação e tensão à frequência

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industrial. Quando em actuação, a resistência não linear do carboneto de silício diminui com o
aumento da sobretensão. Porém, não é capaz de suportar continuamente a tensão da rede, devido à
limitação de sua resistência. É por isso que esse modelo de pára-raios só funciona com a presença
dos centelhadores série, que evitam o sobreaquecimento exagerado do pára-raios devido à baixa
impedância da SiC.

Figura 2: Centelhadores activos de um pára-raios de SiC

A mola de contacto é fabricada em aço e contribui com a diminuição da resistência de contacto entre
os blocos em série. O corpo é de porcelana vitrificada de alta resistência mecânica e dielétrica. O
desligador automático funciona como indicador visual de defeitos do pára-raios, evitando a falta
permanente do próprio sistema. Os pára-raios de óxido de zinco (ZnO) são compostos de uma
mistura de óxido metálico (zinco, em maior proporção, antimónio, manganês, bismuto e cobalto)
sensível à tensão, também chamado MOV. Em tensões de operação normal do sistema, o MOV é
um isolante. Quando submetido às sobretensões atmosféricas ou de surto de manobra, o MOV torna-
se um condutor, limitando a tensão da rede a valores controlados. Após a mistura dos óxidos
metálicos e posterior prensagem, o bloco é submetido a temperaturas de cerca de 1.300°C para
torná-lo um elemento cerâmico.

Figura 3: Pára-raios de ZnO

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Os pára-raios de ZnO, em sua maioria, não possuem centelhadores, pois não existe o risco
de sobreaquecimento devido à alta impedância do óxido de zinco. Os blocos de ZnO, portanto,
podem ser submetidos directa e continuamente à tensão fase-terra da rede.

2.2. Aplicação de DST

DST garante uma tensão de escoamento para a terra.


Para que a protecção contra sobretensões transitórias seja eficaz, a posição do DST na instalação e o
tipo de DST devem ser adequados ao nível de risco. Os DSTs 1P+N e 3P+N combinam de maneira
vantajosa duas tecnologias (centelhador no neutro e Varistores nas fases), oferecendo assim, maiores
vantagens do que os DSTs tipo 2P e 4P (Varistores em todas as fases e neutro):
 Protecção comum (entre F/N e Terra) e protecção diferencial (entre Fase e Neutro), sem
fugas de corrente a Terra; logo, sem disparos intempestivos de diferenciais a montante na
instalação. Podendo ser instalados a montante dos dispositivos de protecção diferencial,
inclusive no sistema TT, para ficar o mais próximo possível da entrada principal de energia
do edifício.

Figura 4:DST da Legrand com protecção ao nível do neutro

Figura 5: Onda típica de sobretensão de manobra

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A intervenção nas redes de distribuição, instalações e manobras nos equipamentos pode


causar sobretensões transitórias muito prejudiciais. Além da protecção contra os efeitos dos raios, a
instalação de DSTs também ajuda a proteger equipamentos sensíveis contra esse tipo de
perturbações.
 Protecção em cascata
Se aplicar os DSTs em todos os níveis da instalação é que garantisse que toda a energia de
descarga seja conduzida para a terra. Toda a gama de DSTs deve estar em conformidade com as
normas EN e IEC 61643-11. As normas distinguem três tipos de DSTs T1, T2 e T3. Os DSTs T1
destinam-se à protecção ao nível do quadro geral de distribuição e os DSTs T2 na maioria das vezes,
para protecção ao nível dos quadros de distribuição secundários ou dos quadros de habitação. Os
DSTs T3 fornecem uma protecção fina, geralmente em tomadas ou blocos multi-tomadas, mas
também podem estar presentes nos quadros de distribuição. Os DSTs T1 + T2, cada vez mais usados
ao montante das instalações e precisam de uma protecção associada com um disjuntor ou fusíveis.
Destinam-se à protecção também das instalações terciárias e industriais.

Figura 6: DST´s para protecção em cascata

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Figura 7: Esquema eléctrico de instalação de um DST num quadro

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3. Estabelecimento de terras

Segundo (RSRDEEBT, 2011) no artigo 140, os condutores de terra devem ser convenientemente
sinalizados e protegidos contra acções mecânicas e químicas, sempre que se justifique, e ter um
ligador que permita efectuar a medição da resistência de terra dos eléctrodos, podendo, para a
realização dessa ligação, aproveitar-se um ponto de mudança de secção ou o ponto de derivação dos
condutores de terra. No traçado dos condutores de terra dos pára-raios devem evitar-se ângulos
pronunciados. Na colocação dos condutores de terra observa-se o disposto no n.º 6 do artigo 56,
devendo a protecção mecânica, nomeadamente, na ligação a eléctrodos afastados de mais de 2m da
instalação ou parte da instalação a ligar, ser de material não magnético.

Onde o Artigo 56 do (RSRDEEBT, 2011) sobre a colocação das canalizações, afirma que:

 Os cabos enterrados directamente no solo devem assentar em fundo de valas


convenientemente preparado. Em zonas urbanizadas as valas são geralmente abertas ao
longo de vias públicas, nos passeios sempre que possível, ficando os cabos envolvidos em
areia adequada ou em terra fina ou cirandada.
 Em opção ao indicado no número anterior, os cabos podem ser enfiados em manilhas de
betão, tubos de fibrocimento ou de material plástico, blocos de betão perfurados ou em
materiais equivalentes, que assegurem a protecção prescrita na alínea c)do n.º 2 do artigo
anterior.
 O raio da curvatura dos cabos, quando enterrados deve obedecer ao disposto no n.º 3 do
artigo 43 (Devem ser colocadas braçadeiras a uma distância não superior a 0,10 m de
aparelhos intercalados na canalização).
 Se na mesma vala houver vários cabos, estes devem ser identificáveis de maneira inequívoca
para que possam individualizar-se com facilidade em todo percurso.
 Se a canalização for constituída por cabos unipolares formando um sistema trifásico, estes
devem ser agrupados de forma a reduzir ao mínimo a sua impedância.
 Na transição de uma linha subterrânea para uma linha aérea os condutores devem ser dotados
de uma protecção mecânica adequada até uma altura de 2m acima do solo e 0,5m de
profundidade.
 Ao longo de estradas nacionais e municipais os cabos só podem ser instalados nos taludes,
banquetas, valetas, bermas ou passeios, nos termos da legislação aplicável.

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3.1. Características dos condutores de terra

Os condutores de terra devem ser de cobre, de aço galvanizado ou de outro material adequado,
resistente à corrosão pelo terreno, de boa condutibilidade eléctrica e dimensionados para as correntes
de terra previstas.

3.2. Dimensionamento de condutor de terra

Segundo o Decreto nº 42 895 de 31-03-1960, do Regulamento de Segurança de Subestações e


Postos de Transformação e de Seccionamento sobre as Protecções, no artigo 57.º - Características,
dimensionamento e estabelecimento dos condutores de terra, diz que os condutores de terra deverão
ser de material durável, amplamente dimensionados para as correntes de terra previstas, tão curtos
quanto possível e instalados à vista. Se forem de cobre, não poderão ter secção inferior a 16 mm2
dentro dos edifícios, nas instalações interiores, ou fora do solo, nas instalações exteriores, nem
secção inferior a 35 mm2, em cabo de, pelo menos, sete fios, a partir da ligação amovível, exigida
pelo § 4.º do artigo 56.º, até ao eléctrodo. Se de outro material, terão, pelo menos, secção
electricamente equivalente.

 As secções indicadas são secções mínimas e deverão ser aumentadas de harmonia


com o valor e duração das correntes de terra previstas.
 Ao dimensionar os condutores de terra convirá considerar a possibilidade de aumento
das correntes de terra em resultado de alteração das características da rede de
alimentação.

§ 1.º Na ligação à terra dos enrolamentos secundários dos transformadores de medida, dos
aparelhos de medida e dos aparelhos dos circuitos de iluminação, sinalização e comando permitir-se-
á que os condutores tenham a secção mínima de 4 mm2, se de cobre, ou secção equivalente, se de
outro material.

§ 2.º Nos circuitos de iluminação, sinalização e comando, com condutores múltiplos possuindo
fio de terra incorporado, poderá utilizar-se este, ainda que de secção inferior a 4 mm2, para ligação
de terra desses circuitos.

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§ 4.º Os condutores de terra pertencentes a uma terra e os de circuitos a eles ligados deverão, na
zona de influência de terras distintas da primeira, ser isolados para as tensões que eles possam
transmitir-lhes.
§ 7.º Os condutores de terra deverão ser convenientemente protegidos contra deteriorações
mecânicas e químicas sempre que se justifique.

Figura 8: Secção dos condutores

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4. Disjuntores diferenciais
4.1. Onde e quando aplicar

A protecção das pessoas contra contactos indirectos deve ser assegurada pela utilização de
aparelhos sensíveis à corrente diferencial residual de alta sensibilidade, quando as instalações
provisórias forem estabelecidas em estaleiros de obras, arraiais, feiras ou semelhantes. Os
dispositivos diferenciais devem garantir o corte de todos os condutores activos do circuito, sendo
definido como o aparelho mecânico, ou associação de aparelhos, destinados a provocar a abertura
dos contactos quando a corrente diferencial-residual atingir, em condições especificadas, um dado
valor, (RTIEBT, 2000).

Sendo que os dispositivos diferenciais podem ser interruptores diferenciais ou disjuntores


diferenciais, com uma combinação de diversos elementos separados, concebidos para detectar e
medir a corrente diferencial-residual e para estabelecer ou interromper a corrente, geralmente
colocados no quadro geral.

O interior do circuito magnético de um dispositivo diferencial não deve passar qualquer condutor de
protecção. A selecção dos dispositivos diferenciais e a divisão dos circuitos eléctricos devem ser
feitas para que qualquer corrente de fuga à terra susceptível de ocorrer durante o funcionamento
normal dos equipamentos alimentados não possa provocar disparos intempestivos do dispositivo de
protecção. Quando os equipamentos eléctricos susceptíveis de produzirem correntes contínuas
estiverem instalados a jusante de um dispositivo diferencial, devem ser tomadas precauções para
que, em caso de defeito à terra, as correntes contínuas não perturbem o funcionamento dos
dispositivos diferenciais nem comprometam a segurança. A utilização de dispositivos diferenciais,
ainda que de corrente diferencial-residual estipulada I (índice (Delta) n) não superior a 30 mA, em
circuitos que não tenham condutor de protecção não deve ser considerada como uma medida de
protecção suficiente contra os contactos indirectos.

A selecção dos dispositivos diferenciais deve ser de acordo com o seu modo de funcionamento,
sendo que os dispositivos diferenciais podem ser ou não equipados com uma fonte auxiliar. A
utilização de dispositivos diferenciais com fonte auxiliar sem corte automático em caso de falha
dessa fonte, apenas é permitida se for verificada uma das condições seguintes:

a) A protecção contra os contactos indirectos deve ser garantida mesmo em caso de falha da
fonte auxiliar;
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b) Os dispositivos diferenciais que forem instalados em instalações exploradas, ensaiadas e


verificadas por pessoas instruídas (BA4) ou qualificadas (BA5);

Quando, numa instalação, existir mais do que um dispositivo diferencial, a sua colocação deve
satisfazer a uma das situações seguintes:

 Os dispositivos devem ser colocados na origem de cada parte da instalação, sendo as


instalações divididas em tantas partes quantas as julgadas convenientes;
 Os dispositivos devem ser colocados em série, devendo ser garantida a selectividade entre
eles.

Na selecção dos circuitos (antigamente designada por "selectividade horizontal") não deve ser
colocado qualquer dispositivo diferencial na origem da instalação, devendo, no entanto, todas as
saídas serem protegidas (individualmente ou por grupos) por dispositivos diferenciais, de média ou
de alta sensibilidade, de acordo com os riscos considerados. Em caso de defeito, apenas deve
funcionar o dispositivo de protecção do circuito correspondente.

Esta regra apenas é admissível se, na parte da instalação compreendida entre o disjuntor de corte
geral e os dispositivos diferenciais, forem tomadas as medidas adequadas contra os defeitos à massa,
tais como, o emprego de equipamentos da classe II ou a aplicação da medida de protecção contra os
contactos indirectos "por isolamento suplementar".

Por exemplo, uma canalização realizada com cabos do tipo VV (0,6/1 kV) ou com condutores
H07V protegidos por condutas isolantes satisfaz esta condição. Se a canalização for dotada de
condutor de protecção, este deve ter o mesmo isolamento que os condutores activos, (RTIEBT,
2000).

Figura 9: Coordenação entre dispositivos diferenciais (na origem da instalação)

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A selectividade entre dispositivos diferenciais pode ser total ou parcial.

A selectividade é total quando as condições de funcionamento forem respeitadas para


qualquer valor da corrente de defeito, disparando apenas o dispositivo colocado mais próximo do
defeito. A selectividade total pode ser realizada utilizando, por exemplo, um dispositivo retardado
em relação ao colocado a jusante. Na figura 10 o dispositivo colocado a jusante é um disjuntor
diferencial de corrente diferencial estipulada igual a 30 mA, enquanto o dispositivo colocado a
montante é um disjuntor diferencial de 300 mA do tipo "S".

Figura 10: Coordenação entre dispositivos diferenciais (dois níveis de selectividade)

A selectividade é parcial se uma das condições indicadas para a selectividade total não for
satisfeita. Esta selectividade é parcial quando as condições de funcionamento forem verificadas
apenas para alguns valores da corrente de defeito, podendo disparar, simultaneamente, mais do que
um dispositivo diferencial.

Na figura 11, a instalação é protegida por um dispositivo de média sensibilidade (MS), sendo
previstos dispositivos de alta sensibilidade (AS) na alimentação de grupos de circuitos ou na origem
de circuitos individuais para equipamentos ou para locais de risco elevado (equipamentos utilizados
em condições muito húmidas, tais como, as máquinas de lavar ou locais de pavimento condutor,
como por exemplo, as casas de banho).

Em caso de defeito, apenas dispara o dispositivo de alta sensibilidade se a corrente de defeito


for inferior a metade da corrente diferencial estipulada do dispositivo de média sensibilidade
colocado a montante. Para correntes de defeito mais elevadas, o dispositivo colocado a montante
pode também funcionar. Sendo um dos dispositivos diferenciais de alta sensibilidade substituído por
um de média sensibilidade de corrente diferencial estipulada inferior a metade da do dispositivo

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colocado a montante (por exemplo, 100 mA se o dispositivo a montante for de, pelo menos, 300 mA
de corrente diferencial estipulada).

Figura 11: Selectividade parcial (coordenação entre dispositivos de média/média e de média/alta


sensibilidade)

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5. Explicação de cálculo
5.1. Montagem de Pára-raios
O pára-raios consiste na combinação de 3 elementos básicos:
 Captores de raio;
 Cabos de descida;
 Sistema de aterramento.

Figura 12: Partes do pára-raios do Franklin

5.1.1. Região espacial de protecção

É a zona espacial protegida pelo para-ario. Se o reio cair nesta zona ele preferirá o caminho através
do pára-raios.

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5.1.1.1. Região espacial protegida


 Haste de vertical de Franklin

Figura 13: Haste de pára-raios do Franklin

Recentemente constatou-se que o ângulo deve variar em função do nível de protecção requerido e
da altura da haste.

Figura 14: Ângulos de protecção

5.1.2. Condutor horizontal (pára-raios do Franklin)

Um condutor horizontal produz o efeito de uma haste da altura do condutor se deslocando ao longo
do condutor. Na prática o condutor forma uma catenária, dificultando a obtenção da zona protegida.

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Figura 15: Condutor horizontal (pára-raios do Franklin)

5.1.3. Por duas hastes de Franklin

Duas hastes criam o efeito de um cabo horizontal fictício estendido entre eles, aumentando a zona
protegida.

Figura 16: Duas hastes de Franklin

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Onde:
Altura da haste, obtida na tabela
Obtido na tabela
Altura do cabo fictício

Distancia entre as hastes


Factor dependente do nível de protecção

Figura 17: Níveis de protecção e seus factores


O efeito do cabo fictício só ocorre, quando:
e √

5.1.4. Protecção por gaiola de Faraday


É uma protecção muito eficiente e largamente utilizada. Consiste em cobrir a edificação com uma
grade metálica que esta devidamente aterrada.

Figura 18: Protecção por gaiola de Faraday

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O raio bate na grade, escoa para a periferia da grade e desce pelos cabos de descida.

Figura 19: Malha da gaiola de Faraday


O lado maior deve ser 1,5 a 2 vezes o lado menor.
A malha pode ocupar 4 posições.
 Ficar suspensa a certa altura de cobertura, tipo varal,
 Ficar suspensa a 20cm da cobertura,
 Ficar depositada sobre a cobertura,
 Ficar embutida na própria laje de cobertura.
5.2. Ligação a terra

Ligação á terra é a ligação permanente com terra, realizada pelos condutores de terra e
eléctrodos de terra (RSRDEEBT, 2011).

Condutor de terra é o condutor destinado a assegurar a ligação entre um ponto de uma instalação
e o eléctrodo de terra. Os condutores de protecção deverão ser do mesmo tipo dos condutores
activos da canalização a que dizem respeito e fazer parte integrante da mesma, excepto os casos em
que tendo os condutores de protecção secções nominais superiores a 25 mm2, por razões de ordem
técnica ou económica. Quando a secção nominal dos condutores de fase for superior a 35 mm 2, os
condutores de protecção respectivos poderão ter secções nominais inferiores, mas não inferiores a 16
mm2, desde que as condições de funcionamento do aparelho de corte automático sejam escolhidas
de modo que a passagem da corrente de defeito no condutor de protecção não provoque neste um
aquecimento susceptível de fazer exceder a temperatura máxima admissível no tipo de condutor que
constitui esse condutor de protecção. Como mostra a figura 26, sobre as secções dos condutores.

5.2.1. Tipos de ligação à terra


5.2.2. Esquema TN

O esquema TN possui um ponto da alimentação directamente aterrado, sendo as massas


ligadas a esse ponto através de condutores de protecção. São consideradas três variantes de esquema
TN, de acordo com a disposição do condutor neutro e do condutor de protecção, a saber:

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a) Esquema TN-S, no qual o condutor neutro e o condutor de protecção são distintos, figura 20
abaixo;

Figura 20: Esquema TN-S

b) Esquema TN-C, no qual as funções de neutro e de protecção são combinadas em um único


condutor, na totalidade do esquema, figura 21 abaixo;

Figura 21: Esquema TN-C

As funções de neutro e de condutor de protecção são combinadas num único condutor, na totalidade
do esquema.
c) Esquema TN-C-S, em parte do qual as funções de neutro e de protecção são combinadas em
um único condutor, figura 22 abaixo;

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Figura 22: Esquema TN-C-S

5.2.3. Esquema TT

O esquema TT possui um ponto da alimentação directamente aterrado, estando as massas da


instalação ligadas a eléctrodo (s) de aterramento electricamente distinto (s) do eléctrodo de
aterramento da alimentação, figura 23 abaixo.

Figura 23: Esquema TT

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5.2.4. Esquema IT

No esquema IT todas as partes vivas são isoladas da terra ou um ponto da alimentação é


aterrado através de impedância, figura abaixo. As massas da instalação são aterradas, verificando-se
as seguintes possibilidades:
 Massas aterradas no mesmo eléctrodo de aterramento da alimentação, se existente;
 Massas aterradas em eléctrodo (s) de aterramento próprio (s), seja porque não há eléctrodo
de aterramento da alimentação, seja porque o eléctrodo de aterramento das massas é
independente do eléctrodo de aterramento da alimentação.

Figura 24: Esquema IT

5.3. Disjuntores diferenciais


5.3.1. Protecção contra contactos indirectos ou protecção de instalações contra defeitos
de isolamento

A protecção de pessoas contra contactos indirectos, será assegurada ligando directamente todas
as massas metálicas a terra de protecção, nos locais em que possam existir aparelhos com invólucros
susceptíveis de originar contactos indirectos, e pelo emprego de aparelhos de corte automático
associados, sensíveis a corrente diferencial residual de baixa sensibilidade, nomeadamente
interruptores e disjuntores diferenciais que protegerão a instalação quando com defeitos de
isolamento, não permitindo em qualquer caso uma tensão de contacto superior a 25V.

O primeiro passo é determinar a corrente que circula no circuito na situação nominal de


funcionamento (corrente de serviço). O dimensionamento do disjuntor é feito assegurando que a
corrente nominal do disjuntor ou calibre seja superior à corrente de serviço do circuito em causa.

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5.3.2. Selectividade

Esta técnica permite a prevenção contra a falta de tensão, na sequência de um defeito de isolamento,
na totalidade da instalação equipada com um dispositivo diferencial de entrada para assegurar a
continuidade do serviço. A selectividade permite cortar só a parte da instalação que está em defeito.

a) Selectividade horizontal

Para assegurar a selectividade horizontal de uma instalação, devem-se aplicar três princípios:

i. Supressão da função diferencial do aparelho de entrada,


ii. Cada saída é protegida por um dispositivo DR de sensibilidade adaptada ao risco
considerado,
iii. A parte da instalação entre o disjuntor de entrada e os bornes de saída do aparelho diferencial
deverá ter classe de isolamento II.

Figura 25: Selectividade horizontal de uma instalação

b) A selectividade vertical

Para assegurar a selectividade vertical entre dois dispositivos diferenciais, são necessárias duas
condições:

i. A relação das correntes diferenciais nominais de funcionamento;

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ii. O tempo de corte dos dispositivos DR: o dispositivo diferencial a montante deverá ser
temporizado com um tempo de não disparo superior ao tempo total de funcionamento dos
dispositivos a jusante instantâneos.
iii. O dispositivo DR a montante é do tipo selectivo ou temporizado respeitando as condições
acima referidas.

Figura 26: Selectividade vertical entre dois dispositivos diferenciais

c) Coordenação interruptor diferencial / protecção a montante

Para evitar a deterioração do interruptor diferencial, por curto-circuitos susceptíveis de se


produzirem a jusante, associa-se a montante um dispositivo de protecção contra curto-circuitos.

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6. Exemplo de cálculo
6.1. Do condutor neutro e Do condutor de terra

Segundo o regulamento, é necessário dimensionar os condutores de modo a suportarem o


aquecimento causado pela passagem da corrente. Para as canalizações dos edifícios serão instalados
cabos à vista protegidos por condutas circulares (tubos) ou embebidos. Quando se usa a protecção
por disjuntor, a corrente admissível no circuito deverá ser não inferior à intensidade nominal da
protecção:

Sendo: a corrente máxima admissível no circuito.

Atendendo ao tipo de canalização utilizado em cada local, consulta-se a tabela de


intensidades de correntes admissíveis, e determina-se a secção de fase, com base na corrente
admissível e no tipo de condutor.

Para ter-se a secção do condutor neutro e terra, deve-se somente calcular-se a secção do
condutor fase e depois ir-se a tabela da figura 8 e seleccionar-se a secção do condutor neutro e terra.

6.2. Exemplo de cálculo do condutor fase

Deseja-se alimentar um motor trifásico, que tem os seguintes dados da chapa de características:

O cabo alimentador terá um cumprimento de 50 metros composto por 3 condutores enterrados com
alma condutora de cobre não estanhado e considerando uma temperatura ambiente de 35ºC.

6.2.1. Secção do cabo alimentador, (ALMEIDA, 2001):

A corrente absorvida pelos motores:

( ) ( )

a) Corrente fictícia

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b) Corrente máxima da canalização da canalização e secção do cabo alimentador

Através da Tabela 1 (intensidades admissíveis em cabos de tensão nominal 0,8/1,2kV), obteve-se a


secção mínima permitida, (ALMEIDA, 2001). (Vide Anexo 1)

O factor de correcção para a temperatura (Tabela 7) é, (ALMEIDA, 2001): (Vide Anexo 2)

O factor de correcção relativo ao local (Tabela 4) é (ALMEIDA, 2001): (Vide Anexo 3)

Então a corrente máxima admissível na canalização é (ALMEIDA, 2001):

A secção serve perfeitamente como a corrente de serviço é 25,92 A.

c) Verificação dos limites de quedas de tensão permitidos

Para a resistividade do cabo de cobre não estanhado, consultou-se a Tabela 8 (ALMEIDA, 2001):
(Vide Anexo 5)

A percentagem da queda de tensão do circuito é, (ALMEIDA, 2001):

Como o valor da queda de tensão satisfaz a condição imposta pelo RSIUEE (da queda de tensão
menor que 5%).

O cabo escolhido é do tipo ⁄ (com isolamento de policloreto de vinilo e duas


bainhas do mesmo material).

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Cujos condutores isolados devem ser identificados da seguinte forma:

 Fase: acastanho ou vermelho


 Neutro: azul claro ou preto
 Terra: verde ou verde-amarelado

Sendo assim, como a secção do condutor fase, neutro e terra é 4mm2, segundo a tabela da figura 8.

6.3. Do calibre do diferencial

Continuando com o exemplo anterior do dimensionamento da secção do condutor do motor.

d) Cálculo do tempo de corte da corrente de curto-circuito (ICC), pelo aparelho de


protecção

Segundo (ALMEIDA, 2001), considera-se a resistência a montante igual a 0,18Ω.

e) Cálculo da resistência do cabo, (ALMEIDA, 2001).

Da tabela 8 para tem uma resistência de e

A resistência do cabo:

Corrigido para 35ºC:


[ ] [ ]
A resistência total RT:

Tem-se a corrente de curto-circuito:

O artº 580 do RSIUEE, o k é igual a 115 para cabos com alma de cobre e isolados a PVC, a
canalização suporta ICC, durante:

( ) ( )

Onde:

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Tempo de corte do aparelho de protecção, expresso em segundos (o tempo de corte não


deverá ser superior a 5 s);
Constante cujo valor varia de acordo com a alma condutora e o tipo de isolamento;
Secção nominal dos condutores, expressa em milímetros quadrados;
Corrente de curto-circuito mínima;

O tempo de actuação do aparelho de protecção a ser escolhido deve ser menor que o tempo
de suporte da corrente de curto-circuito.

f) Selecção do disjuntor geral

O artº 577 do RSIUEE no número 2, aconselha que seja empregue um disjuntor de


intensidade nominal de 40A do tipo sem regulação ou um disjuntor de intensidade nominal tal que
permita a regulação para uma intensidade de funcionamento de 40 A, como a corrente máxima
admissível pelo condutor de 4mm2 é 45 A (vide Anexo 6).

O disjuntor geral estará em série com um Interruptor diferencial do tipo AC tetrapolares com
calibre de 40 A e uma sensibilidade de 30mA para protecção de pessoas e animais contra contactos
directos ou indirectos em ambientes bons condutores (risco de electrocussão). Sendo protegidos
contra disparos intempestivos provocados por correntes de fuga transitórias: descargas atmosféricas,
cargas capacitivas.

Com uma Tensão estipulada: bipolares: 230V e tetrapolares: 230/400V.

Figura 27: Interruptores diferenciais tipo AC tetrapolares

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7. Conclusões

Os acidentes provenientes de fontes de electricidade, podem ser perigosos se os dispositivos


de protecção não actuarem no tempo limite definido nas normas e regulamentos, de modo a evitar
que a corrente ao circular no corpo humano provoque danos irreversíveis. Os contactos com
elementos sob tensão, podem ser directos ou indirectos, sendo que para cada tipo de contacto
existem métodos de protecção diferentes (o uso de Pára-raios, DST, disjuntores diferenciais e
Ligação à Terra) adequado para à utilização da instalação. A protecção das pessoas pode ser
garantida pela aplicação de dispositivos de protecção contra sobreintensidades, protegendo as
pessoas e a canalização. Sendo que a secção é determinada em função da corrente de
funcionamento, sendo por isso necessário que o utilizador tenha conhecimento do tema, pois por
vezes o intervalo entre a corrente de funcionamento e a corrente de fusão do cabo não permite
enquadrar um dispositivo de protecção contra sobreintensidades.

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8. Referência bibliográfica

[1] ALMEIDA, A. D. (2001). Materiais e Equipamentos Eléctricos (Dimensionamento de cabos


e protecções). Setúbal: Instituto Politécnico de Setúbal.

[2] Bohn, A. R. (s.d.). Projecto de sistema de protecção contra descargas atmosfericas. Santa
Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina.

[3] KINDERMANN, G. (1995). ATERRAMENTO ELÉTRICO (3ª ed.). PORTO ALEGRE:


SAGRA - DC-LUZZATTO.

[4] MOÇAMBIQUE. (11 de Outubro de 2005). BOLTETIM DA REPUBLICA Regulamento que


Estabelece Normas Referentes à Rede Nacional de Energia Eléctrica, capítulo 1 (Artigo 1).

[5] PORTUGAL. (26 de Dezembro de 1974). Decreto-lei n.º 740/74, de 26 de Dezembro de


1974. Regulamento de segurança das instalações de utilização de energia eléctrica.

[6] RSRDEEBT. (15 de Março de 2011). Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição


de Energia Eléctrica em Baixa Tensão. Decreto n.º 67/2011.

[7] RTIEBT. (2000). PARTE 5 / Secção 51. Ministério da Economia,Direcção Geral da Energia.

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Anexos

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ANEXO 1
Tabela A1: Intensidades admissíveis em cabos de tensão nominal 0,8/1,2kV ou 2,4/3,6kV.

Fonte: (ALMEIDA, 2001)

ANEXO 2

Tabela A2: Factores de correcção para temperaturas ambientes diferentes de 20ºC (γ).

Fonte: (ALMEIDA, 2001)

Cesar Langa Página 2


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ANEXO 3
Tabela A3: Factores de correcção para cabos multicondutores enterrados (β).

Fonte: (ALMEIDA, 2001)

ANEXO 2
Tabela A5: Características das almas condutoras de cobre.

Fonte: (ALMEIDA, 2001)

Cesar Langa Página 3


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ANEXO 3

Tabela A6: Escolha do disjuntor

Fonte: (ALMEIDA, 2001)

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