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CAPACITORES SÉRIE

POR QUE UTILIZA-SE CAPACITORES EM SÉRIE?

São utilizados em linhas de transmissão para diminuir suas


reatâncias série!
QUAIS SÃO AS FUNÇÕES DOS CAPACITORES EM SÉRIE?
1. Aumento da capacidade de transmissão de
potência na linha
2. Aumento da estabilidade do sistema

3. Diminuição das necessidades de equipamentos


de controle da tensão, como capacitores em
derivação, pois propicia menor queda de tensão
ao longo da linha
4. Melhor divisão de potência entre linhas,
reduzindo as perdas globais do sistema

5. Economia nos custos, quando comparados a


outras alternativas tecnicamente possíveis,
notadamente outras linhas de transmissão
PARTICULARIDADES DOS CAPACITORES EM SÉRIE
• São aplicados em sistemas elétricos há mais de 50 anos
(geralmente onde há transmissão em longas distâncias)

• Apresenta a peculiaridade de ser um sistema composto


por diversos outros equipamentos (para proteger as
unidades capacitivas contra sobretensões)

• A reatância negativa do capacitor pode causar o


aparecimento de correntes de curto-circuito
muitíssimo elevadas, superiores aos padrões
• Em consequência, sobretensões através dos
capacitores que imporiam necessidades de
isolamento inviáveis
• A necessidade dessa proteção é ditada por razões de
economia no projeto
PARTICULARIDADES DOS CAPACITORES EM SÉRIE
• Por se tratarem de equipamentos de aplicação
restrita, são produzidos por um número
pequeno de fabricantes e apresentam
significativas diferenças em concepção de
projeto
• O sistema de proteção dos capacitores pode ser
projetado diferentemente em função das
necessidades do sistema elétrico
• Não há um consenso quanto à padronização
de bancos de capacitores, sendo as normas
existentes não abrangentes quanto à instalação
completa dos capacitores e equipamentos
associados à sua proteção
• ABNT NBR 8763, baseada em IEC 143:1992
PARTICULARIDADES DOS CAPACITORES EM SÉRIE
• No Brasil, as primeiras instalações em operação
são de 1989, no sistema de 765 kV projetado
para a transmissão da energia da usina de
Itaipu
• A partir de 1999, com a crescente interligação
do sistema Sudeste com os Norte e Nordeste,
houve muitas aplicações em linhas de 500 kV
• Os capacitores série passaram por considerável
evolução tecnológica, com mudanças sensíveis nos
esquemas de proteção contra sobretensões com
o uso de varistores a óxido metálico, nas
tecnologias de fibras óticas e digitalização de
informações e nos sistemas de proteção,
supervisão e controle
PROTEÇÃO DOS CAPACITORES EM SÉRIE
• As sobretensões transitórias durante curto-
circuito na rede impõem a necessidade do
sistema de proteção às unidades
capacitivas que compõem o capacitor série

• Quando ocorre uma falta no sistema, a


corrente de curto pode atingir valores
elevadíssimos (até da ordem de uma
condição de ressonância à frequência
industrial) dependendo:
 da localização da falta
 do grau de compensação série
 das características da rede elétrica
PROTEÇÃO DOS CAPACITORES EM SÉRIE
• Exemplo: Considere o sistema, com três linhas iguais e igualmente compensadas
em 50%

• Considerando a reatância equivalente do sistema muito grande com relação às demais,


para uma falta trifásica no ponto F, junto ao terminal lado ‘linha do capacitor’, a corrente é:
PROTEÇÃO DOS CAPACITORES EM SÉRIE

Caso 0,33 · ,a corrente de curto é infinita!

valores também inviabiliza


muitíssimo economicamente o
elevados de projeto do capacitor
sobretensões série
PROTEÇÃO DOS CAPACITORES EM SÉRIE

• São instalados equipamentos de


resposta imediata, para o desvio da
corrente e a proteção contra
sobretensões

• Até os anos 80, esquemas com


centelhadores eram utilizados para o
desvio da corrente

• Desde os anos 90, praticamente só se


usam varistores a óxido metálico
EFEITOS DO CAPACITOR SÉRIE NO SISTEMA
• A melhor utilização de uma linha de transmissão se dá com carregamento alto

• Nesse caso, há predominância de sua característica indutiva (maiores diferenças nas


tensões de suas barras terminais, em módulo e ângulo)

• A compensação série capacitiva permite a redução das diferenças de tensões e a


utilização mais eficiente da linha
EFEITOS DO CAPACITOR SÉRIE NO SISTEMA
EFEITOS DO CAPACITOR SÉRIE NO SISTEMA
• Aumento de até 90o também proporcionaria
aumento de P, mais significativos
• No entanto, quando ocorre um defeito no
sistema, para uma mesma potência transmitida,
quanto menor α, maior a margem de
estabilidade para o período “pós-defeito”

• A redução da reatância série também


• A elevação de e proporciona o proporciona aumento da potência
aumento de • A reatância negativa do capacitor série permite
• O uso de compensação derivada seria um que a reatância entre A e B seja bastante
caminho para essa elevação, mas limitada a reduzida
105% da tensão nominal do sistema em • Há casos em que se chegou à compensação de
cada terminal (ou seja, seria obtido um 90%, reduzindo
aumento pouco acima de 10%) • a 10% de , com expressivo aumento de
EFEITOS DO CAPACITOR SÉRIE NO SISTEMA

• O aumento da capacidade de transmissão pela redução do possibilita


a elevação das tensões terminais e redução de , melhorando as condições
de estabilidade do sistema

• Em redes mais malhadas, pode-se obter melhor divisão de potência entre


as linhas e redução das perdas
EFEITOS DO CAPACITOR SÉRIE NO SISTEMA
• Exemplo: Considere o sistema, com uma máquina ligada ao sistema através de
duas linhas com compensação série
A oscilação do sistema, quando da
ocorrência da falta, pode ser dividida em:

1. Sistema em operação normal: reatância


de transferência entre A e B,

2. Ocorre um defeito em um ponto C ao longo da linha: reatância de transferência é


sensivelmente aumentada, passando a ser (dependendo do local do curto e
do grau de compensação, o capacitor da linha em curto é curto-circuitado)

3. A linha defeituosa é aberta, incluindo seu capacitor, para limpar a falta e a reatância de
transferência torna-se , sendo
EFEITOS DO CAPACITOR SÉRIE NO SISTEMA
• Em 1 (regime normal de operação) a potência elétrica do
gerador, , é constante e igual à potência mecânica no
eixo da turbina,
• Em 2 (durante a falta) a potência elétrica cai para a curva
, pois e, a potência transmitida é inversamente
proporcional à reatância de transferência
• Como a , a máquina começa a acelerar,
aumentando o ângulo
• Em 3 (limpeza da falta) a potência elétrica passa a ser
dada pela curva
• Quando há a frenagem da máquina (se a área
B for maior que a área A, o sistema será estável)
CAPACITORES COM CENTELHADOR SIMPLES

Esquema foi o primeiro utilizado no mundo, na Suécia, e era utilizado para reinserção lenta (faixa
de 300 a 400 ms após a eliminação do defeito) com centelhadores ventilados a ar natural
CAPACITORES COM CENTELHADOR DUPLO

Apesar de ter o dobro de centelhadores e disjuntores, os requisitos sobre esses


equipamentos são menores
PROTEÇÃO COM VARISTORES

O varistor pode ser dimensionado para dissipar toda a energia para qualquer defeito no
sistema, mas considerável economia pode ser feita
CAPACITOR CONTROLADO POR TIRISTORES (CSCT)

• A função dos tiristores não é para proteção contra sobretensões, mas para inserir o reator, total ou cortado,
alterar a reatância do banco série e ajustar a potência na linha
• Teve suas primeiras aplicações comerciais na chamada interligação Norte-Sul 500 kV, em operação desde 1999
nas subestações de Serra da Mesa e Imperatriz
FUNCIONAMENTO
COMPONENTES

Capacitores série 500 kV da SE Samambaia


COMPONENTES (UNIDADES CAPACITIVAS)

A prática europeia é se fazer a


proteção com fusíveis internos
Com fusível interno

Com fusível externo

A prática americana é da utilização


de apenas um fusível externo
COMPONENTES (UNIDADES CAPACITIVAS)
As unidades capacitivas são arranjadas em série e paralelo

É para medir correntes de


desbalanço entre os
ramos, decorrentes de
falha em alguma unidade
COMPONENTES (UNIDADES CAPACITIVAS)
• Nos bancos de 765 kV com maior número de unidades no Brasil, em Ivaiporã, são 2.592
latas no total das três fases (divididas em dois segmentos por fase)

• As 432 unidades estão montadas com 35 em série (em 24 ramos em paralelo)


COMPONENTES (CENTELHADORES)
• Eram usados para a proteção das unidades capacitivas contra as sobretensões transitórias
permanece nas instalações mais antigas (até a década de 90)

• Agora são usados para proteção dos varistores contra sobrecargas

Centelhador para proteção de varistores


Externally gapped line arrester (EGLA)
COMPONENTES (CENTELHADORES)
• Antigamente, o centelhador disparava
quando a tensão através dos capacitores
atingia seu ajuste de disparo

• Atualmente, seu disparo é ativado pela


proteção contra sobrecargas nos varistores

• Depois de estabelecido o arco no


centelhador, o disjuntor é acionado para
desviar a corrente e extinguir esse arco
COMPONENTES (VARISTORES)
• São resistores a óxido • A capacidade de dissipação de energia é superior,
metálico, com acentuada não aumentando os módulos em paralelo
linearidade

• Têm a mesma característica


dos para-raios das subestações

• O arranjo dos módulos dos


varistores no banco série é
diferente dos pararaios
porque a tensão nominal do
banco de capacitores é inferior
à do sistema, reduzindo o
número de módulos em série
COMPONENTES (CENTELHADORES & VARISTORES)
COMPONENTES (DISJUNTOR)
• Para disjuntores de linhas: • A operação de abertura se dá com correntes
 alta capacidade de abertura normais de carga, quando da operação de
 baixa corrente de fechamento reinserção do capacitor à linha
 razoáveis requisitos de tensão de restabelecimento
• Como a tensão de restabelecimento nos polos do
• Para disjuntores de capacitores série: disjuntor é a tensão através de capacitor, e uma
 pequena capacidade de abertura
sobretensão ocorre com a reinserção, pode-se ter
 alta tensão de restabelecimento devido à abertura
altos requisitos de tensão de restabelecimento
capacitiva
 alta corrente de fechamento
• Logo, o disjuntor pode ser solicitado a ter
• O disjuntor é solicitado à operação de fechamento características especiais de velocidade de
sob duas condições: abertura e fechamento
 A extinção do arco, curto-circuitando o centelhador,
se dá sob condição de corrente de defeito • Como a tensão do capacitor é inferior à tensão
 Para retirar o banco de capacitores de operação, do sistema, pode-se utilizar um disjuntor de
em condições normais para alguma manutenção, há 145kV em um capacitor instalado em um sistema
a descarga dos capacitores e corrente da alta de 500 kV
frequência e magnitude
COMPONENTES (CIRCUITO DE AMORTECIMENTO)
• Consiste de um reator de núcleo de ar em paralelo
com um resistor e/ou varistor

• Os efeitos da descarga de um banco de capacitor,


após um disparo de um centelhador (proteção com
centelhador simples), ou o fechamento do disjuntor de
derivação, devem ser rapidamente reduzidos para a
segurança das unidades capacitivas, do centelhador e
do disjuntor

• Antigamente, havia uma centelhador em série com o


resistor para que esse estivesse presente somente
durante o transitório de descarga do banco (não
introduzindo perdas adicionais na operação com o
capacitor curto-circuitado)
Reator de núcleo de ar para
• Atualmente, utiliza-se um pequeno varistor circuito de amortecimento
COMPONENTES (CIRCUITO DE AMORTECIMENTO)
• O amortecimento deve ser
efetivo em um tempo entre um e
dois milissegundos, de modo que
a corrente de descarga do
capacitor não provoque a
queima dos fusíveis das unidades

• Exige-se que o amortecimento


seja tal que a corrente no
segundo meio ciclo seja inferior a
50% do pico do primeiro ciclo
COMPONENTES (CIRCUITO DE AMORTECIMENTO)

• Em várias instalações, o circuito de amortecimento é ligado em série com o capacitor

• É uma segurança adicional para o caso de falha para terra, que provocaria uma descarga
não controlada por um circuito de amortecimento ligado em série com o circuito de
derivação (também reduz os requisitos às seccionadoras)
COMPONENTES (PLATAFORMA ISOLADA)
• Feita de aço galvanizado

• Dimensionada para colocação dos


equipamentos e para trânsito de
pessoas para manutenção

• Pontos para aterramento da


plataforma e ligação sólida dos
equipamentos são colocados para
segurança durante a manutenção

• Em bancos muito grandes, pode-se


optar por dividir cada fase em dois
segmentos iguais, que são montados
em plataformas separadas
COMPONENTES (COMUNICAÇÃO PLATAFORMA-SOLO)

• Desde os anos 90, para proteção, controle e


supervisão dos equipamentos sobre a
plataforma energizada, há a comunicação
plataforma-solo feita por fibras óticas

• As correntes secundárias dos TCs conectados


aos equipamentos que se deseja
medir/proteger são convertidas para sinais
óticos e então transmitidas para o solo por
fibras óticas (chamada de “coluna de
comunicações”)
COMPONENTES (COMUNICAÇÃO PLATAFORMA-SOLO)
• Há também um sistema magnético, com um TC modificado,
para transmitir as correntes secundárias dos TCs na
plataforma seguindo o princípio de que: sinais com tempos
de operação menores, têm maior intensidade; sinais com
tempos de operação maiores, têm menor intensidade
Medição de corrente para plataforma
• Três TCs são instalados com esse sistema, para proteção:
 do centelhador (correntes de maior intensidade devido à falha na
linha)
 na ligação para a plataforma, por falha no isolamento de algum dos
componentes (correntes intermediárias)
 de desequilíbrio no segmento de capacitores (correntes pequenas)

• É um sistema apenas para proteção do banco não havendo


possibilidade de supervisão
Medição de desbalanço nos capacitores
COMPONENTES (SECIONADORAS)
• Exercem duas funções distintas:
 aterrar e isolar o banco para manutenção
 desviar a corrente da linha, enquanto o banco
estiver fora de operação

• Dependendo do arranjo do circuito de


amortecimento, impõe-se às secionadoras o
requisito de abertura à tensão (caso o
circuito de amortecimento fique em série com
o disjuntor) com circulação de corrente pelo
reator
• A não integração entre os projetos do banco e das secionadoras impuseram restrições às
manobras de bancos série, obrigando a abertura da linha para reposição do capacitor à
operação
COMPONENTES (REATOR E TIRISTORES DO CSCT)
• Reator e os tiristores
que o controlam ao em
paralelo capacitor

• Os tiristores são
refrigerados à água
desionizada, que
circula em circuito
fechado e é Parte dos tiristores do CSCT
refrigerada no solo da SE Serra da Mesa num
total de 52, sendo 26 em
cada lado da ponte
ESTUDOS PARA AS ESPECIFICAÇÕES
(FASE DE PLANEJAMENTO)
• Define-se:
 localização dos capacitores
 corrente nominal
 grau de compensação série

• Na extremidade da linha, o capacitor é localizado


no próprio sítio da subestação terminal, com todas
as facilidades de manutenção inerentes

• Ao longo da linha, as correntes de curto nos terminais do capacitor são menores, bem como,
as sobretensões transitórias e a energia dos varistores

• Antigamente, instalava-se no meio da linha, por causa da proteção de distância (o relé de


impedância convencional “enxergava” uma impedância negativa, interpretando como falha
externa à linha)
ESTUDOS PARA AS ESPECIFICAÇÕES
(FASE DE PLANEJAMENTO)
• Do estudo de fluxo de potência, define-se a corrente nominal do banco
(capacidade é proporcional ao quadrado dessa corrente)

• Pode-se levar em conta a capacidade de sobrecarga padronizada para os capacitores


(50% durante 10 minutos, 35% durante 30 minutos e 10% durante 8 horas)

• A corrente nominal do banco do capacitor não é padronizada, como


nos demais equipamentos, devendo-se especificar o valor máximo
admissível!
• Do estudo de estabilidade define-se o
grau de compensação da linha, a
reatância capacitiva do banco
ESTUDOS PARA AS ESPECIFICAÇÕES
(FASE DE PLANEJAMENTO)
• Para determinar a máxima energia nos
varistores, deve-se:
 variar o local e do tipo da falta ao longo da linha
 variar a aplicação do curto ao longo da onda de
tensão
 bem como das faltas externas mais críticas

• Uma falta na subestação onde está o


capacitor já é externa Submódulo 2.3 dos Procedimentos de Rede

• A aplicação ao longo da onda de tensão pode ser feita de uma só vez, mas a variação ao
longo da linha requer muitas simulações para criação do ponto de falta

• Em vários casos, a máxima energia foi obtida para falta interna, em pontos distantes do
terminal do capacitor
ESTUDOS PARA AS ESPECIFICAÇÕES
(FASE DE PLANEJAMENTO)
• Para faltas próximas ao capacitor, as correntes e as taxas de crescimento da energia são
muito altas, e o centelhador de proteção dos varistores atua rapidamente, não deixando
acumular a energia

• Para faltas distantes ao capacitor, chega-se a um ponto em que não há mais atuação do
centelhador (a cada ciclo há acúmulo da energia nos varistores)

Correntes nos varistores Energia nos varistores


DADOS DE ESPECIFICAÇÃO
• Características gerais do sistema: frequência, tensões operativa e
máxima
• Características de isolamento: suportabilidades a impulsos,
atmosférico e de manobra, distância mínima de escoamento
• Requisitos de corona: nível máximo de radio interferência e de
tensão para inexistência de corona visual
• Características nominais do banco: corrente, reatância e potência
• Para o sistema de proteção do banco: correntes máximas,
equivalentes de curto-circuito do sistema para estudos de
transitórios eletromagnéticos, ciclos de ocorrência dos eventos
(durante e pós-falta) e curvas de oscilação de potência no sistema
• Características dos equipamentos do sistema de proteção (para compatibilização com os demais equipamentos
de chaveamento do sistema): corrente nominal, de curta duração, assimetria, etc.
• Capacidade de sobrecarga: requisitos fora de norma
• Requisitos funcionais: possibilidade de expansão do banco (aumento da corrente ou da reatância), ou, mesmo,
alteração no sistema de proteção
• Dados do sistema para eventuais estudos a serem feitos pelo fabricante

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