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INSTITUTO DE TECNOLOGIA

FACULDADE DE ENEGENHARIA DE
TUCURUÍ

Professor MSc. Andrey Ramos Vieira


Disciplina

SISTEMA DE ENERGIA ELÉTRICA


Sistema de Energia Elétrica
Sistema de energia eletrica (SEE)  conjunto de equipamentos que operam
em conjunto e de maneira coordenada de forma a gerar, transmitir e fornecer
energia elétrica aos consumidores, mantendo o melhor padrão de qualidade
possível.
Hidráulica,
Nuclear,
Termoelétrica

Existem várias Linhas de


configurações Transmissão:
Existem vários
Modelos

CARGAS:
Residencial,
Industrial, etc
ANALOGIA DO SEE COM UMA ÁRVORE
• Equipamentos  Geradores, transformadores, linhas de
transmissão, disjuntores, pára-raios, relés, medidores etc.
• SEE  Equivale a um sistema de controle.
• Padrão de qualidade  Requisitos básicos a serem
satisfeitos pelas empresas concessionárias de energia elétrica com
relação ao fornecimento aos consumidores:

a) Os níveis de tensão devem estar dentro de uma faixa especificada;

b) A frequência deve estar dentro de uma faixa especificada;

c) O serviço não deve sofrer interrupções (na pratica, este deve sofrer o
mínimo numero de interrupções, com o menor tempo possível de duração);

d) A forma de onda da tensão deve ser (a mais próxima possível de) uma
senóide;

e) A energia deve ser entregue ao consumidor com o mínimo custo (geração


econômica, transmissão com mínima perda, etc.);

f) O impacto ambiental deve ser mínimo (emissão de NOx, etc.);


Idéia do Curso

Estudar os principais componentes dos SEE e obter


seus respectivos modelos.

Tais modelos colocados juntos formam um circuito


elétrico que deve ser resolvido (cálculo de tensões nos
nós, fluxos de corrente e/ou potência nos ramos).
Área de Sistemas de Energia Elétrica
• Vários problemas relacionados com SEE devem ser enfrentados
pelos profissionais da área, que vão desde a operação diária da rede
até estudos de planejamento da sua expansão, como por exemplo:
• Operação em Tempo real: Garantir que a geração atenda a Demanda;

• Análise de Segurança em Tempo Real: Avaliar Efeitos de eventuais alterações na


Rede; Determinar estratégias de Controle Preventivo/ Corretivo;

• Opção econômica: Determinação das Potências entregues por cada gerador de forma
a minimizar o custo total da geração;

• Proteção de Sistemas;

• Planejamento de expansão do sistema de transmissão;

• Planejamento de expansão do sistema da geração.


O tamanho, a complexidade e os níveis de potência envolvidos na
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica aumentaram
muito desde Edison fato mundial.

SOLUÇÃO: Utilizar o PC como ferramenta para:

• Obter modelos precisos e confiáveis dos componentes da rede  MODELAGEM

• Colocá-los juntos formando um grande circuito elétrico  MODELAGEM

• Desenvolver métodos apropriados de resolução de circuitos SOLUÇÃO

• Simular cenários de operação  SIMULAÇÃO

• Analisar os resultados  ANÁLISE


A solução dos problemas acima necessita e ainda requer muita
pesquisa para a obtenção de métodos eficientes de abordagem dos
mesmos.

A área de SEE é muito ativa do ponto de vista de pesquisa e tem havido


grande desenvolvimento nos últimos anos.

Pesquisa no Brasil: universidades, programa de P&D/Aneel.


Primeiro Sistema Elétrico de Potência
Estação de Pearl Street em Nova York em 1882
• Alimentava 59 consumidores

a) Thomas Edson

a) Prédio da Pearl Street b) Dínamo de Edson


HISTÓRICO DOS SISTEMAS ELÉTRICOS

•Alessandro Volta (Italiano)  Em 1800 anunciou a invenção da bateria.

•André Marie Ampère (Francês) Descobriu que as correntes agiam sobre outras
correntes. Lançou as bases do eletromagnetismo.

•Georg Simon Ohm (Alemão)  Em 1827 enunciou a lei de Ohm.

•Michael Faraday (Inglês)  em 1831 descobriu a indução eletromagnética.


Estabeleceu o princípio do motor elétrico.

•Thomas A. Edison (Americano)  Em 1879 inventou a lâmpada elétrica.

•Nikola Tesla (Croata-Americano)  Em 1888 inventou: motores de indução e


síncrono; sistema polifásico;
Responsável pela definição de 60Hz como freqüência padrão nos EUA
•Os SEE tem pouco mais de 100 anos.

• Em 1882 Edison coloca em funcionamento um sistema de corrente contínua em New


York (empresa Edison Electric Company) - Pearl St. Station – geradores CC (na época
chamados dínamos) acionados por motores a vapor supriam 30 kW em 110 V a 59
consumidores - iluminação incandescente - Área de 1 milha quadrada.

• Até então para a transmissão de energia elétrica não se sabia se seria melhor utilizar
corrente contínua (CC) ou corrente alternada (CA). No caso de CA, não se sabia com que
freqüência nem com que número de fases.

• Em 1886 existem cerca de 60 centrais em CC (Edison) com cerca de 150.000 lâmpadas.


a) Stanley coloca em operação a primeira central em CA (Westinghouse) em Great
Barrington, Massachussets - 150 lâmpadas.

• Em 1888 Edison passa a atacar duramente os sistemas de corrente alternada.


a)Nessa época, existia medidor de energia somente para corrente contínua (sistema
eletroquímico.
b)Os sistemas em corrente alternada cobravam por número de lâmpadas. Tinham de produzir
de 40% a 80% a mais que os sistemas em CC para mesmo número de consumidores.
• No mesmo ano Shallenberger (engenheiro chefe de Westinghouse) coloca em
funcionamento um medidor de energia em CA que fornece uma leitura direta da energia
consumida.. Que é superior ao medidor de Edison.
a) Nikola Tesla publica um artigo em que mostra ser possível construir um motor em
CA.
b) Westinghouse compra a patente de Tesla e o contrata para desenvolver o motor (que
só ficaria pronto em 1892).

• Em 1890 Edison aumenta a discussão, defendo os sistemas CC e o perigo apresentado


por tensões em sistemas CA.
a) 1ª linha de transmissão CA é posta em operação para interligar a de Willamette Falls
até Portland, Oregon (20 km, 4 kV, monofásica).
b) Ocorrem Morte de animais (cães e cavalos) através de corrente alternada.
c) Primeira execução em cadeira elétrica (06 Ago 1890) na prisão de Auburn, NY, foi em
corrente alternada (gerador Westinghouse).
Representação MACRO de um SEE
A ) Geração B) Transmissão C) Distribuição
ANÁLISE BÁSICA DE UM SEE

1) SISTEMA DE GERAÇÃO

2) SISTEMA DE TRANSMISSÃO CA & CC

3) SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

4) SISTEMA DE PROTEÇÃO E MANOBRAS

5) SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS E CONTROLE


1) SISTEMA DE GERAÇÃO: Gerador, Transformador
Elevador (e ainda barragens, caldeiras, turbinas, etc.)

• Conversão Convencional

Fontes primarias: a) Hidráulica b) Combustível fóssil: carvão,


petróleo e gás Fissão nuclear

• Conversão não-convencional:
Solar : células fotoelétricas rendimento baixo, alto custo

Eólica : cataventos (California, Dinamarca  Windmill Farms)

EXISTE MAIS?
EXISTE MAIS?
Processos de Conversão de Energia
2) SISTEMA DE TRANSMISSÃO: Linhas de Transmissão e
transformadores.

SISTEMA DE SUBTRANSMISSÃO: Ramificação do sistema de


transmissão que utiliza níveis de tensões menores.

A divisão típica pode ser apresentada como:


NÍVEIS DE TENSÃO
NÍVEIS DE TENSÃO
3) SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO: Linhas de Distribuição primárias e
secundárias, transformadores abaixadores e cargas.
EXEMPLO DO SD:
Representação
Elétrica
4) SISTEMA DE PROTEÇÃO E MANOBRAS:
Relé, Disjuntores, Pára-Raios, Religadores,
Fusíveis, Chaves Seccionadoras, etc.

5) SISTEMA DE AQUISIÇÃO DE DADOS E CONTROLE: Faz a lnterface


com o centro de divisão e controle – em inglês SCADA (Supervisory
Control And Data Acquisition).

Centro de supervisão e controle  Energy Managment System (EMS)

• Avalia estado de operação da rede;


• Simula a ocorrência de possíveis falhas e determina ações de controle
preventivo/corretivo;
• Determina ações para a operação econômica e segura.
7) SISTEMA DE TRANSMISSÃO EM CORRENTE CONTÍNUA: Envolve
tecnologia de estado sólido (Eletrônica de Potência). Transmissão em CC
não é econômica para distâncias inferiores a 500 km

Exemplos no Brasil: Sistema de


Geração e Transmissão de Itaipu

• Usina de Itaipu no Rio Paraná


• Apresenta dois Sistemas de
Transmissão: um em CC e outro
em CA.
• CA: 750 kV (eficaz de linha).
• CC: bipólo de ± 600kV (tensão
entre pólos de 1200 kV)
• Geradores (Brasil): Energia a 60 Hz.
• Geradores (Paraguai): Energia a 50 Hz.
• Energia gerada no Paraguai que vai para o Brasil: 50 Hz retificada e
transmitida em CC (Foz do Iguaçú). CC transformado em 60 Hz (Ibiuna).
SISTEMAS INTERLIGADOS
É um sistema constituído, predominantemente, de centrais hidrelétricas de grande e médio
porte.

a) Existe uma concentração de demanda em localidades industrializadas onde não se


concentram as centrais geradoras.
b) Objetivos: ampliar a confiabilidade, otimizar os recursos energéticos e homogeneizar
mercados  sistema interligado nacional – SIN  responsável por mais de 95% do
fornecimento nacional.
Algumas Vantagens: Desvantagens:
• Aumento da estabilidade – sistema torna-se
• Distúrbio em um sistema afeta os outros
mais robusto podendo absorver, sem perda
sistemas interligados;
de sincronismo, maiores impactos elétricos;
• A operação e proteção tornam-se mais
• Aumento da confiabilidade – permite a
complexas. No Brasil, a interligação do
continuidade do serviço em decorrência da
sistema elétrico liga as diferentes regiões do
falha ou manutenção de equipamento, ou
país;
ainda devido às alternativas de rotas para
fluxo da energia;
• Sistema interligado sudeste – centro-oeste →
• Aumento da disponibilidade do sistema – concentra pelo menos 60% da demanda de
energia no Brasil;
capacidade de uma unidade de um sistema
de realizar a função requerida em qualquer
momento de sua operação;

• Mais econômico – permite a troca de


reservas que pode resultar em economia na
capacidade de reservas dos sistemas. A
demanda máxima dos sistemas envolvidos
acontece em horários diferentes.
• Interligação Norte-Sul II → conjunto de
•Sistema norte – centro-oeste →
LTs passando pelas SE Imperatriz, no
capacidade máxima de 1000 MW e com
Maranhão, Colinas, Miracema e Gurupi, no
transferência média de 600 MW.
Tocantins, Serra da Mesa em Goiás, e
Samambaia em Brasília.
•O comprimento da linha é de 1.278 km de
extensão em 500 kV;
• Sistema sul – sudeste → com energia
transferida da usina de Itaipu (2 circuitos em
CC em 600 kV ligando a usina a São Roque,
dois circuito 765 kV ligando a usina a Tijuco
Preto);

• Sistema norte – centro-oeste → Mapa elétrico Região Norte_Nordeste


capacidade máxima de 1000 MW e com
transferência média de 600 MW. Esta
interligação é conhecida como ‘ligação
norte-sul’ embora interligue Tocantins ao
Distrito Federal;
CARACTERÍSTICAS E REQUISITOS DE UM SEE
Fundamentos para a Solução de Circuitos Elétricos
REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE SISTEMAS DE POTÊNCIA E
MODELAGEM SEUS COMPONENTES

a)Opera normalmente equilibrado;


b)Substitui-se sua representação trifásica por uma representação
simbólica conhecida como diagrama unifila;
c)Os elementos do sistema no diagrama unifilar são representados por
símbolos.

O comportamento de um SEE deve ser acompanhado


sistematicamente e analisado frente às suas contingências
e alterações a fim de que um diagnóstico correto dos
efeitos seja feito e medidas corretas sejam adotadas.

Para isso, o SEE deve ser criteriosamente


representado por meio de uma modelagem adequada ao
tipo de estudo a ser realizado.
DIAGRAMA UNIFILAR
É a representação de um sistema trifásico por um sistema monofásico (uma das três fases e o
neutro). Freqüentemente este diagrama é ainda mais simplificado, suprimindo-se o neutro e indicando as
partes componentes por símbolos padronizados.

A importância do diagrama unifilar é fornecer de maneira concisa os dados mais significativos de


um sistema de potência bem como sua topologia. As informações contidas num diagrama unifilar variam
de acordo com o problema a ser estudado.

Os componentes de um sistema de potência trifásico que são representadas num diagrama unifilar
são:
• Máquinas síncronas;
• Transformadores;
• Linhas de transmissão;
• Cargas estáticas ou dinâmicas.

O diagrama unifilar também deve incluir:

•Informações sobre cargas;


•Valores nominais dos geradores, transformadores e reatâncias dos diversos componentes.

OBS.: É importante conhecer também os pontos onde o sistema é ligado a terra, como é mostrado
abaixo.
O esquema abaixo mostra alguns tipos de ligações.
Alguns dos símbolos utilizados nesta representação foram normalizados pela
American National Standards Institute (ANSI) e pelo Institute of Electrical and
Electronic Engineers (IEEE) e são mostrados na figura abaixo
A figura mostra um exemplo de sistema de potência onde as informações
apresentadas no diagrama unifilar são interpretadas com maior simplicidade.
O sistema de potência trifásico consiste de :

Gerador nº 1  conectado em estrela (Y) aterrado


Gerador nº 2  conectado em estrela (Y) aterrado
Gerador nº 3  conectado em estrela (Y) aterrado
T1  conectado em Y aterrado dos dois lados
T2  conectado em Y e aterrado no alta de baixa tensão e conectado em delta no lado de
baixa tensão
Reatância da linha de transmissão
Carga A  fator de potência em atraso
Carga B  fator de potência em atraso
A figura abaixo mostra um pequeno trecho de um diagrama unifilar de um
equipamento elétrico (disjuntor) com mais detalhes.
As Figuras abaixo apresentam um outro exemplo de diagrama unifilar de um
sistema elétrico com os respectivos elementos citados anteriormente e o
diagrama de impedância, respectivamente.

As impedâncias são usadas para cálculos de queda de tensão, curto-circuito,


carregamento de circuitos, etc

Diagrama de impedâncias.
4. USINAS ELÉTRICAS

TURBINAS

É um equipamento construído para captar e converter energia mecânica e/ou térmica


contida em um fluido, em trabalho de eixo. Os principais tipos encontrados são:

1. USINAS HIDRELÉTRICAS

2. USINAS TÉRMICAS

3. USINAS EÓLICAS

4. USINAS NUCLEAR

5. SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
1. USINAS HIDRELÉTRICAS

É um complexo arquitetônico,
um conjunto de obras e de
equipamentos que tem por
objetivo produzir energia
elétrica por meio do
aproveitamento do potencial
hidráulico existente em um rio.

ENERGIA PRODUZIDA

TIPOS DE USINAS HIDRELÉTRICAS


1.USINAS DE GRANDE QUEDA
desnível  300m à 1800m
2.USINAS DE QUEDA MÉDIA
desnível  30m à 500m
3.USINAS DE BAIXA QUEDA
desnível  até a 60m
1.2 USINAS TÉRMICAS
É uma instalação industrial usada para
geração de energia elétrica a partir da energia
liberada em forma de calor. Normalmente
por meio da combustão de algum tipo de
combustível renovável ou não renovável.

Tipo de combustível fóssil:

a)Petróleo
b)Carvão
c)Gás Natural
A definição do nome
termo-elétrica é devido
esta ser constituída em
duas partes: uma
Térmica Produção de
vapor a alta pressão e
outra Elétrica
Produção de
eletricidade.
1.3 USINAS EÓLICAS
A ENERGIA EÓLICA é a energia
que provém do vento.

a)É uma das mais promissoras


fontes naturais de energia
principalmente porque é
renovável não se esgota.

b) São utilizadas tanto em


conexão com redes elétricas
como em lugares isolados.

c) Os Aerogeradores são os
responsáveis por converter o
vento em energia elétrica.
Seus agrupamentos são
conhecidos como PARQUES
EÓLICOS.
1.4 USINAS NUCLEARES
A ENERGIA NUCLEAR é aquela
liberada por meio da quebra do
núcleo dos átomos.

O Urânio 235, em função de suas


características químicas, é o
elemento utilizado para a geração REAÇÃO EM CADEIA
de energia nuclear nas usinas.

É uma energia considerada ‘limpa’, pois


não polui o meio ambiente diretamente, o
problema é o lixo radioativo que deve ser
armazenado cuidadosamente em locais
adequados, seguindo diversas normas
rígidas de segurança, pois oferece riscos
de contaminação que pode durar centenas
de anos.

O Brasil possui três usinas nucleares em Angra dos Reis


1.4 USINAS NUCLEARES

A grande vantagem de uma central Caso Chernobyl


Témrica Nuclear é a enorme quantidade O maior acidente da história.
de energia que pode ser gerada para
pouco mateial usado (urânio).

O "sarcófago" que abriga o reator 4, construído para


O Urânio é o combustível nuclear conter a radiação liberada pelo acidente
substitui o óleo ou o carvão para gerar
calor.
A energia Nuclear também é utilizada para
fabricação de bombas nucleares.
1.5 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

• Geração Fotovoltaica (FV) Conversão • As células solares continuam relativamente


de luz solar eletricidade. caras e sua disseminação no mercado é
altamente dependente da redução dos custos
• É uma das mais fascinantes tecnologias de produção e do aumento da eficiência das
no campo da energia. células.

• Tecnologia iniciada muitos anos atrás e • Aparentemente não existe mais obstáculos
recebeu um grande impulso na década de técnicos para a ampla disseminação do uso de
1950, devido ao programa espacial norte- células solares.
americano.
1.5 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS

• O princípio da energia solar para a


produção de eletricidade foi descoberto
em 1887 por Heinrich Hertz e explicado
em 1905 por Albert Einstein.

PRINCÍPIO  “Quando a luz atinge


determinados metais, elétrons são
emitidos”.
Este fenômeno, conhecido como efeito
fotoelétrico, pode ser estudado com um
artefato como o mostrado na Figura 15.

SISTEMA FOTOVOLTAICO RESIDENCIA


L
ELEMENTOS DE SISTEMAS DE POTÊNCIA

TURBINAS

É um equipamento construído para captar e converter energia mecânica e/ou térmica


contida em um fluido, em trabalho de eixo. Os principais tipos encontrados são:

1. TURBINA HIDRÁULICA

2. TURBINA A VAPOR

3. TURBINA A GÁS

4. TURBINA EÓLICA

5. TURBINA AERONÁUTICA
1. TURBINA HIDRÁULICA

Projetadas para transformar a energia hidráulica (a energia de pressão e a


energia cinética) de um fluxo de água em energia mecânica.

São mais encontradas em usinas hidrelétricas, onde são acopladas a um


gerador elétrico, o qual é conectado a rede de energia.

Também são usadas para geração de energia em pequena escala para


comunidades isoladas.

Dividem-se em diversos tipos, sendo quatro tipos principais: Pelton,


Francis, Kaplan e Bulbo.

Cada um desses tipos é adaptado para funcionar em usinas com uma


determinada faixa de altura de queda e vazão
TURBINA HIDRÁULICA PELTON

São adequadas para operar entre quedas de 350 m até 1100 m, sendo
por isto muito mais comuns em países montanhosos. A Usina
Hidrelétrica Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, no Paraná,
utiliza turbinas Pelton.
A Figura abaixo mostra esquematicamente turbinas pelton contendo
um e múltiplos injetores.
TURBINA HIDRÁULICA FRANCIS

São turbinas de reação porque o escoamento na zona da roda se processa a uma


pressão inferior à pressão atmosférica.
Esta turbina é caracterizada por ter uma roda formada por uma coroa de aletas fixas
(Figuras abaixo) as quais constituem uma série de canais hidráulicos que recebem o
fluxo de água radialmente, e o orientam para a saída do rotor numa direção axial,
conforme ilustra a Figura do próximo slide.
O gerador é geralmente acionado pelo próprio eixo da turbina, conforme mostrado as
Figuras abaixo.

A entrada de água ocorre simultaneamente por


múltiplas comportas de admissão dispostas ao redor da
roda, e o trabalho exerce-se sobre todas as aletas ao
mesmo tempo para fazer girar a turbina e o gerador. O
gerador é geralmente acionado pelo próprio eixo da
turbina.
As turbinas Francis, em relação às
Pelton, têm um rendimento máximo mais
elevado, velocidades maiores e menores
dimensões.

São adequadas para operar entre


quedas de 40 m até 400 m. A Usina
hidrelétrica de Itaipu assim como a
Usina hidrelétrica de Tucuruí, Furnas e
outras no Brasil funcionam com turbinas
tipo Francis com cerca de 100 m de queda
d' água.

Estas turbinas são utilizadas em quedas úteis superiores aos 20


metros, e possuem uma grande adaptabilidade a diferentes quedas e
caudais.
TURBINA HIDRÁULICA KAPLAN
a) São adequadas para operar entre quedas de até 60 m.

b) Assemelha-se a um propulsor de navio (similar a uma hélice), figura abaixo.

c) Essas turbinas funcionam sobre eixos verticas e ficam totalmente submersas. O giro se
dá pela pressão da água e pela velocidade de seu fluxo.

d) Elas podem ser abertas ou fechadas como folhas de uma persiana, para ajustar o fluxo
e o ângulo da água contra as pás da turbina.

e) O fluxo de água também é controlado por portas ou válvulas.


f) As turbinas Kaplan funcionam melhor com um grande volume de água caindo de uma
pequena altura.
A Figura abaixo apresenta a turbina Kaplan associada ao gerador
e) O fluxo de água também é controlado por portas ou válvulas.

f) As turbinas Kaplan funcionam melhor com um grande volume de água caindo de


uma pequena altura.

A Figura abaixo apresenta a turbina Kaplan associada ao gerador


2. TURBINA A VAPOR

•Utiliza a energia do vapor sob forma de energia cinética.

•Aproveita a energia calorífica do vapor e a transforma em energia mecânica

•A energia mecânica é utilizada para mover equipamentos e se acoplar a um gerador


com turbina a vapor. Com isso tem-se a transformação da energia mecânica em
energia elétrica.

Também são consideradas como máquinas de combustão externa.

Combustão externa: os gases resultantes da queima do combustível não entram em


contato com o fluído de trabalho (em geral água) em uma caldeira que escoa no interior da
máquina até gerar o vapor que ao se expandir em uma turbina realizará trabalho mecânico.
Os principais combustíveis aplicados nas centrais a vapor (termelétrica) são:

1.Derivados dom petróleo;


2.Carvão mineral;
3.Gás natural;
4.Nucleares;
5.Biomassa.
As centrais a vapor, a gás e nucleares formam os grandes grupos de centrais
termelétricas.
A figura abaixo apresenta exemplos de turbinas a vapor.
A Figura abaixo ilustra a turbina acoplada num sistema térmico de
geração de energia elétrica.
3. TURBINA A GÁS

•É um termo mais comumente empregado em referência a um conjunto de três


equipamentos: compressor, câmara de combustão e turbina propriamente dita.

•Esta configuração forma um ciclo termodinâmico a gás, cujo modelo ideal denomina-se
Ciclo Brayton, concebido por George Brayton em 1870.

•O conjunto opera em um ciclo aberto, ou seja, o fluido de trabalho (ar) é admitido na


pressão atmosférica e os gases de escape, após passarem pela turbina, são descarregados
de volta na atmosfera sem que retornem à admissão.

A Figura ilustra a Turbina a gás e um esquema básico de seus componentes.


OBS.: A palavra gás não se refere à queima de gases
combustíveis, mas sim ao fluido de trabalho da turbina que é, neste
caso, a mistura de gases resultante da combustão.

O combustível em si pode ser gasoso, como gás natural, gás


liquefeito de petróleo (GLP), gás de síntese ou líquido, como
querosene, óleo diesel e até mesmo óleos mais pesados.
4. TURBINA EÓLICA

A energia eólica é hoje considerada uma das mais promissoras fontes naturais de
energia, principalmente porque é renovável. Elas podem ser utilizadas tanto em conexão com
redes elétricas como em lugares isolados.

A Turbina eólica é um mecanismo apropriado para capitação e transformação da


força de ventos canalizados em energia elétrica . O termo eólico vem do latim aeolicus,
pertencente ou relativo a Éolo, Deus dos ventos na mitologia grega e, portanto,
pertencente ou relativo ao vento.
•Utiliza-se a energia eólica para mover
aerogeradores - grandes turbinas colocadas em
lugares de muito vento.

•Essas turbinas têm a forma de um


catavento ou um moinho. Esse movimento,
associado a um gerador, produz energia elétrica.

•Precisam agrupar-se em parques eólicos


(Figura 24) concentrações de aerogeradores
necessários para que a produção de energia se
torne rentável

•Podem ser usados isoladamente para


alimentar localidades remotas e distantes da rede
de transmissão.

•É possível ainda a utilização de


aerogeradores de baixa tensão quando se trate
de requisitos limitados de energia elétrica.
A Figura apresenta os elementos básicos constituintes de uma turbina
eólica
5 CONTROLE CARGA - FREQUENCIA
• Estudos SEE que retratam o • As cargas no SEP variam a cada instante
desempenho em regime permanente fazendo com que o estado de equilíbrio
analisam as condições destes sistemas carga-geração seja sempre alterado.
para uma determinada condição
específica do mesmo • Para isso, é necessário que também se
 É como uma fotografia do altere a potência mecânica dos geradores do
sistema naquele instante. sistema.
• São analisadas as condições mais • PORQUE a variação de carga é suprida
severas de carga inicialmente pela energia cinética das
 Exemplo: Carga Pesada e massas girantes provocando desvios de
Carga Mínima. velocidade de rotação das máquinas e de
frequência.
• No Brasil, uma premissa adotada para
estes estudos é considerar a frequência
do sistema constante e igual a 60 HZ.

Portanto, um SEP deve possuir um sistema de controle adequado para


restabelecimento de um estado de equilíbrio apropriado instante a instante. Tal
controle é comumente denominado de Controle Carga-Freqüência (CCF).
5 CONTROLE CARGA - FREQUÊNCIA
O controle carga-frequência é normalmente efetuado em duas etapas

1ª - Regulação primária realizada pelos 2ª - Regulação secundária tem como


reguladores de velocidade das unidades objetivo, em sistemas isolados:
geradoras do sistema.
 Manter a frequência do SEP no valor
 Atua elevando reduzindo a potência nominal, eliminando desvios resultantes da
mecânica da máquina primária ação da regulação primária.
restabelecendo o equilíbrio carga-
geração.
 Permite um erro de freqüência no
sistema que é proporcional ao montante
do desequilíbrio ocorrido.
5 CONTROLE CARGA - FREQUÊNCIA
5 CONTROLE CARGA - FREQUÊNCIA
6 - NOÇÕES DE ESTABILIDADE DE POTÊNCIA
A função precípua do controle de SEP é
manter o sistema operando no estado Padrões de Qualidade
normal.

OBJETIVO: garantir um suprimento


contínuo de energia respeitando-se Manter a FREQUÊNCIA constante e a
simultaneamente certos padrões de TENSÃO dentro de certos limites.
qualidade.
O motivo mais importante para manter a
Um SEP encontra-se no estado normal frequência igual ao seu valor nominal é o
de operação Quando as seguintes fato de que ela é um indicador de que o
condições são cumpridas: balanço de potência ativa está sendo
1) A demanda de todas as cargas adequadamente cumprido
alimentadas pelo sistema é satisfeita;
2) A frequência é mantida constante em
seu valor nominal (60Hz).

A energia elétrica não pode ser


armazenada, ela deve ser gerada ‘‘na
medida certa’’ no instante em que for
solicitada pela carga.
6 - NOÇÕES DE ESTABILIDADE DE POTÊNCIA

Quanto à tensão Ligada ao desempenho O controle de SEP é facilitado pela aplicação da


de vários componentes da carga (torque de propriedade de desacoplamento entre os pares
motores de indução, fluxo luminoso de de variáveis:
lâmpadas, etc) A) Potência ativa (P) - ângulo da tensão nas
 Também é um indicador do balanço barras (θ)
de potência reativa. B) Potência reativa (Q) - magnitudes de
 Existe uma maior tolerância a tensão (V ).
variações de tensão do que para a
frequência. O controle do torque entregue pelas máquinas
primárias aos geradores controla a potência
MOTIVO Possibilidade de se contar ativa e consequentemente a frequência
com fontes locais de reativo
 ΔT está ligadas a Δδ
a) Bancos de capacitores;
b) Compensadores Síncronos, Por meio da Δif dos geradores controla-se a
Estáticos e reatores; potência reativa gerada e consequentemente a
c) Outros meios de controle além da tensão terminal da máquina.
excitação dos geradores (‘‘taps’’ de
transformadores).
7 – SUBESTAÇÕES (SE)

É um conjunto de
equipamentos de manobra
e/ou transformação e ainda
eventualmente de
compensação de reativos
usados para:

 direcionar o fluxo de
energia em SEPs;

 possibilitar a sua
diversificação através de
rotas alternativas;

 possui dispositivos de
proteção capazes de
detectar os diferentes tipos
de faltas que ocorrerem no sistema.

 Por meio desses dispositivos, isolar os trechos onde estas faltas ocorrerem.
7 – SUBESTAÇÕES (SE)
CLASSIFICAÇÃO

FUNÇÃO: INSTALAÇÃO:

a)Transformadora a) Externa ou ao Tempo


 Converte tensão a um nível  Equipamentos instalados ao tempo
diferente, maior (SE Elevadora) ou menor (sol,chuvas, descargas, etc), exigindo
(SE abaixadora). manutenção mais frequente, o que reduz a
b) Seccionadora de manobra e eficácia do isolamento.
chaveamento
 interliga circuitos de suprimento b) Interna ou Abrigada
sob a mesma tensão.  Equipamentos instalados ao abrigo do
 Possibilita seccionamento de tempo: Edificação ou câmara subterrânea
circuitos permitindo sua energização em
trechos sucessivos de menor
comprimento.
7 – SUBESTAÇÕES (SE)
PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS DE UMA SUBESTAÇÃO

a) Eq. De Transformação d) Eq. De proteção


• Transformador de Força • Pára-Raios
• Transformador de Instrumentos: TC e • Relés
TP • Fusíveis

b) Eq. De Manobra e) Eq. De Medição


• Disjuntores • Instrumentos destinados a medir:
• Chaves Seccionadoras Corrente, Tensão, frequência, potencia,
etc
c) Eq. De para Compensação de
Reativos
• Reator Derivação ou Série
• Capacitor Derivação ou Série
• Compensador Síncrono
• Compensador Estático
7 – SUBESTAÇÕES (SE)
O arranjo de uma subestação e seus Existem seis tipos de arranjos de subestação
dispositivos de chaveamento é um dos comumente utilizados ao ar livre:
fatores afetam sua confiabilidade.

O arranjo dos barramentos / dispositivos de


chaveamento irão impactar na manutenção,
proteção, desenvolvimento inicial da
subestação e no custo.

a) Arranjo com Barramento Simples


b) Arranjo com Barramento Simples e seccionado
c) Arranjo com Barramento ou Disjuntor Duplo
d) Arranjo com Barramento Principal Transferência
e) Arranjo com Barramento em Anel
f) Arranjo Disjuntor e Meio
7 – SUBESTAÇÕES (SE)

Arranjos
MÁQUINAS SÍNCRONAS

•Elas estão entre os três tipos mais comuns de máquinas elétricas.


•São chamadas assim porque operam a velocidade e freqüências constantes
em regime permanente.
•A máquina síncrona é capaz de operara tanto como motor quanto como
gerador.
•Geram energia em CA no sistema elétrico e suprem a energia solicitada pelas
cargas em um SEP, mantendo os níveis de tensão dentro de uma faixa estreita, e
garantindo a continuidade e a estabilidade do sistema.

TIPOS

a) Rotor Cilíndrico

b) Pólos Salientes
MÁQUINAS SÍNCRONAS
a) Rotor Cilíndrico

É usado em máquinas de altas velocidades, tais como turbo-geradores.

V 0  Vt V0  Tensão do Gerador   Ângulo de Carga


P  sen
XS VT  Τensãe da Carga X S  Reatância Síncrona

b) Pólos Salientes
É usado em máquinas de baixas velocidades, tais
como geradores hidráulicos.

V 0  Vt VT2  1 1 
P  sen     sen2 
Xd 2  X q X d 

X d  Reatância do eixo direto


X q  Reatância em quadratura
O modelo por fase do gerador síncrono, do ponto de vista da proteção, para o
estudo de curto-circuito, é apresentado na Figura.

O modelo é, simplesmente, uma reatância sub-transitória do eixo-direto em série


com a fonte de tensão, o que vale também para o motor síncrono.
TRANSFORMADORES

O transformador possibilita a conexão de vários equipamentos elétricos com


tensões elétricas distintas, podendo ser abaixador ou elevador de tensão.
Em um SEP ele é responsável pela elevação do nível de tensão para transmissão
de energia elétrica.
O circuito equivalente por fase do transformador em Y, com as impedâncias
referidas a um determinado lado, está indicado abaixo.
O modelo para efeito de cálculo de curto-circuito usado em proteção é complexo. A
corrente que flui para o curto-circuito é grande, portanto, a corrente de derivação, isto é, a
corrente de magnetização do núcleo, pode ser desprezada, resultando o modelo da Figura
abaixo.

No cálculo de curto-circuito pode-se desprezar R T na modelagem do circuito equivalente


por fase, sendo que a corrente de curto-circuito é praticamente limitada somente pela reatância
XT.
LINHAS DE TRANSMISSÃO

São os elementos do sistema elétrico que transportam toda a energia elétrica gerada até
o consumidor.
Constituem as artérias de um sistema de energia elétrica. Sendo tecnicamente e
economicamente confiável transportar grandes quantidades de energia elétrica por distâncias
relativamente grandes.
Dependendo do local da geração e do consumo, elas podem ter comprimentos variados,
e por este motivo, apresentam modelos distintos visto que sua representação depende da
extensão da linha.

a) LT Curtas
Adotam-se modelos de impedância série cujo circuito equivalente por fase é o da Figura
abaixo.

LINHA DE TRANSMISSÃO CURTA


Tensão de Linha (V L) Comprimento Máximo
(L)

VL<150 kV 80 km
150 kV ≤ VL<400 kV 40 km

VL≥400 kV 20 km
b) LT Média

É usual, neste caso, a utilização do modelo π ou T. No modelo π, os capacitores Shunt


estão nas extremidades da impedância série, conforme ilustrado na Figura .

 Modelo π

Onde Y é a admitância total da linha de transmissão. A Figura abaixo apresenta o modelo


T de uma linha de transmissão média.

 Modelo T
Os comprimentos característicos de uma Linha de Transmissão média, em relação à
tensão da linha são apresentadas na Tabela.

LINHA DE TRANSMISSÃO MÉDIA

Comprimento
Tensão de Linha (VL)
Máximo (L)

VL<150 kV 80 km ≤ L ≤ 200 km

150 kV ≤ VL<400 kV 40 km ≤ L ≤ 200 km

VL≥400 kV 20 km ≤ L ≤ 100 km
c) LT Longa

A representação é mais complexa. Pode-se entretanto fazer um modelo π idêntico ao


das Linhas Médias, apenas com os valores de Z e Y corrigidos pelas expressões
abaixo:

senh   
tanh 
Z Corrigido Z 2
 YCorrigido Z

2

  Comprimento da LT

  Constante de propagação   yz

y Admitância shunt, por unidade de comprimento

z Impedância série, por unidade de comprimento


Do ponto de vista de Curto-Circuito, dependendo do caso, pode-se efetuar algumas
simplificações, como, por exemplo, desprezar as reatâncias Shunt.

Normalmente o valor da resistência série é bem menor do que a reatância série da Linha
de Transmissão para tensões elevadas.

Para tensões baixas o valor da resistência é significativo. Assim, o circuito equivalente


por fase de uma linha de transmissão pode ser representado pela Figura.
CARGAS

DEFINIÇÕES:

O termo carga refere-se a um equipamento ou conjunto de equipamentos que


retira energia do circuito. Na prática, a carga pode variar desde uma lâmpada de
poucos Watts até um motor de muitos MegaWatts.

Mas o que vem a ser de fato carga?

Para alguns autores carga total de um determinado ponto elétrico é a soma de


todas as cargas individuais dos diversos equipamentos conectados direta ou
indiretamente aos sistemas de AT, Distribuição de MT e BT.
Outro conceito considera como elementos de carga apenas os aparelhos e
equipamentos conectados aos diversos consumidores do sistema.
Em ambos os modelos, a carga será expressa pela potência ativa P e
potência reativa Q.

Outros conceitos importantes são os de cargas estáticas e dinâmicas e as


representações ou modelagens estáticas e dinâmicas.

As cargas consideradas estáticas são aquelas que não possuem partes


girantes (campos girantes) tais como alimentadores, transformadores, reatores,
etc e demais cargas dessa natureza como resistências, iluminação, etc.

As cargas dinâmicas são representativas de máquinas e alguns tipos de


aparelhos e controladores eletrônicos.
Divisão das diversas cargas:

• Motores;

• Equipamentos de aquecimento;

• Diversos equipamentos eletrônicos;

• Equipamentos de Iluminação.

Do ponto de vista elétrico, os diversos equipamentos são caracterizados por


grandes diferenças no que diz respeito a:

• Tamanho;

• Simetria (Monofásico e Trifásico);

• Constância de carga (em relação a tempo, freqüência e tensão);

• Ciclo de funcionamento (uso regular ou aleatório).


MODELAMENTO DE CARGAS

• Não é uma tarefa simples ou trivial.

• Os estudos de análise de sistemas de potência podem ser afetados de


forma significativa pela adoção de um modelo de carga indequado.

• As cargas podem ser modeladas individualmente e existem duas


metodologias comumente utilizadas para tal.

• Isso não será aprofundado aqui devido este não ser o objetivo da
disciplina. Essas metodologias são:

1. Modelagem pelo Método da Composição de Cargas

2. Modelagem pelo Método de Medição Direta.


1. Modelagem pelo Método da Composição de Cargas

O método parte de dados sobre o comportamento dos diversos elementos de


carga ligados à fonte da concessionária chamados de componentes de carga,
cujos dados provém de pesquisas laboratoriais de aparelhos e equipamentos
elétricos disponíveis no mercado.

Um componente de carga reúne cargas de características e respostas


semelhantes diante de variações de tensão e freqüência.

Exemplo: cargas de aquecimento;


refrigeração;
industrias que usam muitos grandes motores de indução;
sistemas de iluminação;
etc.
Representam componentes de carga. Assim para cada componente de carga
é levantado seu comportamento estático retratado por uma expressão matemática
do tipo exponencial ou polinomial.
2. Modelagem pelo Método de Medição Direta.
Esta metodologia utiliza procedimentos de medição e análise de resultados de campo. É um método
bastante atrativo em princípio, resume-se na medição direta das características da carga nos pontos de
interesse.
O método requer normalmente medições de potência ativa P e potência reativa Q, mediante variações
graduadas e limitadas de tensão impostas ao sistema sob análise.

Nos testes, um conjunto de dados de medição é registrado apropriadamente em aparelhos instalados e


programados adequadamente ao processo. Posteriormente, procede-se uma análise de resultados para
obtenção dos parâmetros do modelo e sua caracterização final.

Também pode ser encarado como uma representação matemática da relação entre a tensão
(magnitude e freqüência) e a potência (ativa e reativa) associada a determinada barra de carga de um
sistema.

Para os modelos estáticos que representam as cargas em situações de regime diante de variações
sustentadas de tensão e freqüência são usadas expressões algébricas em função da tensão e da freqüência.

P  f V , f  Q  g V , f 

Já para os modelos dinâmicos usam-se equações algébricas e diferenciais (associadas às partes girantes
das máquinas).

P  f P, V , f  Q  g Q, V , f 
n

Em estudos estáticos, as variações de freqüência são mínimas, e os modelos resumem-se


em funções dependentes da amplitude da tensão.
Com essa consideração, apresentam-se os modelos clássicos polinomial e exponencial.

Polinomial 
P  P0 AV 0  BV 1  CV 2 
P  potência ativa; Po potência ativa para tensão nominal Vo
A (potência constante), B (Corrente constante), C (Impedância Constante) são
coeficientes do modelo polinomial.
Este modelo é comumente tratado como modelo ZIP (Impedância, corrente e potência
constante).
n
V 
Exponencial P  P0  
 V0 
No modelo exponencial se procura ajustar a
carga a uma curva analítica.

P  potência ativa; Po potência ativa


para tensão nominal Vo
“n” é um expoente real a ser determinado.
n

Para potência reativa, é natural estender as representações e adotar modelos


do tipo polinomial e exponencial em função da tensão, como os descritos pelas
equações seguintes:

Polinomial Exponencial

Q  Q0 A1V  B1V  C1V 


0 1 2 m
V 
Q  Q0  
 V0 

Q potência reativa; Qo potência reativa para tensão nominal Vo, A1, B1, C1 são os
coeficientes do modelo polinomial e m é o expoente do modelo exponencial.
Na literatura em geral, existem várias tabelas com extensas relações de parâmetros
levantados. A Tabela 3 mostra valores típicos de m e n para alguns aparelhos e
equipamentos elétricos.
DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIA E REATÂNCIA

Para analisar o comportamento de um sistema em condições de carga ou durante a


ocorrência de um curto-circuito, o DF deve ser transformado num diagrama de impedâncias,
que apresenta o circuito equivalente de cada componente do sistema, referido ao mesmo
lado de um dos transformadores.

Como os modelos de todos os elementos que compõem o sistema elétrico já estão


definidos, o diagrama de impedâncias do sistema é obtido fazendo o circuito equivalente
por fase do sistema.

Liga-se em cascata os circuitos equivalentes individuais, de acordo com a topologia


indicada no diagrama unifilar.

A na figura a seguir apresenta-se um DF com seu respectivo diagrama de


impedância.
Todos os circuitos equivalentes são apresentados e referidos ao mesmo lado do
transformador.
DIAGRAMA UNIFILAR

DIAGRAMA DE IMPEDÂNCIA E REATÂNCIA


DIAGRAMA DE REATÂNCIA

O diagrama de reatância apresentado abaixo é caracterizado pela omissão de cargas


estáticas, de todas as resistências, da corrente de magnetização de cada transformador e
da capacitância de linha de transmissão.

Estas aproximações são úteis para:

· Cálculo analítico de faltas nos sistemas;

· Para cálculos de cargas. Neste caso, um modelo computacional mais complexo deve
ser usado.
REPRESENTAÇÃO DO SEP NO SISTEMA “PU”

O sistema "por unidade", ou mais brevemente, sistema p.u.,


consiste na definição de valores de base para as grandezas (tensão,
corrente, potência, etc.), seguida da substituição dos valores das variáveis e
constantes (expressas no Sistema Internacional de unidades) pelas suas
relações com os valores de base pré-definidos.

VALOR POR UNIDADE


Geralmente, grandezas envolvidas têm implicitamente como base o valor 1,0.
A formulação usando esta medida é conhecida por resolução por unidade (pu),
podendo ser usada em qualquer ramo da ciência.
Especificamente em Engenharia Elétrica, o uso da representação do sistema de
Energia Elétrica em pu produz várias vantagens na simplificação da modelagem e
resolução do sistema.
VALOR POR UNIDADE (pu): é a relação entre o maior da grandeza e o valor base
da mesma grandeza, escolhido como referência.

valor real da grandeza


Valor por Unidade 
valor base da grandeza
VALORES BASE DAS GRANDEZAS ELÉTRICAS DO SISTEMA

Cada ponto do sistema elétrico fica caracterizado por quatro grandezas:

• Tensão Elétrica (V)

• Corrente Elétrica (I)

• Potência Aparente (S)

• Impedância (Z)

Conhecendo-se apenas duas destas grandezas, é possível determinar as


grandezas restantes. Escolhe-se como base, apenas duas dessas grandezas. É
comum, em Sistema de Potência escolher como bases a Tensão (Vbase) e a Potência
Aparente (Sbase), ficando, conseqüentemente, fixadas as bases de corrente e de
impedância para o nível de tensão correspondente.
SISTEMA MONOFÁSICO

S base
S base  Vbase  I base  I base 
Vbase

Vbase  Tensão base da fase no nível de tensão considerado

I base  Corrente base no nível de tensão da Vbase .

2
Vbase Vbase Vbase
Z base    ... 
I base S base S base
Vbase
3
SISTEMA TRIFÁSICO

S
BASES ADOTADAS  base
Vbase

S b (3 )  3  S b (1 ) Sbase Potência aparente base do sistema trifásico é a soma das potências
aparentes de cada fase.

Vbase  3  Vbf Vbase tensão base fase-fase, ou


3 vezes a tensão base de fase do Y
equivalente

S base  3  Vbase  I base


S base
I base 
3  Vbase
Impedância Base (Zbase)

Vbf
Z base 
I bf
I base  I bf
Vbase  3  Vbf 2
Vbase
Vbase Z base 
Z base 
3  I base
S base

IGUAL AO SISTEMA MONOFÁSICO


EXERCÍCIO 1
EXERCÍCIO 2
As três partes de um sistema monofásico são designadas por A, B e C e estão
interligadas por meio de transformadores, como mostra a Figura abaixo. As características
dos trafos são:

AB - 10.000 kVA; 13,8 kV – 138 kV; reatância de dispersão 10%


BC - 10.000 kVA; 69 kV – 138 kV; reatância de dispersão 8%

Se as bases no circuito B forem 10.000 kVA, 138 kV, determine a impedância em pu


da carga resistiva de 300 ohms, localizada no circuito C, referida aos circuitos C, B e A .
Faça o diagrama de impedâncias desprezando corrente de magnetização, resistências
dos transformadores e a impedância da linha.
MUDANÇA DE BASES

Os fabricantes fornecem valores p.u. dos seus equipamentos, tendo por bases as
grandezas nominais dos produtos fornecidos. A grande diversidade desses
equipamentos, num mesmo sistema de potência, exige a execução de mudanças de
bases, com vistas a padronizar os cálculos em p.u.

MUDANÇA DE BASES PARA A TENSÃO


Conhecido o valor absoluto de uma tensão V, seu valor em p.u. na base 1 será
obtido por:
V
V pu _1 
Vb1

A mesma tensão V terá seu valor em p.u. na base 2 obtido por:

V
V pu _ 2 
Vb 2
V pu _1 V Vb1
Dividindo-se membro a membro:  b2 V pu _ 2  V pu _1 
V pu _ 2 Vb1 Vb 2
MUDANÇA DE BASES PARA A POTÊNCIA

Sendo conhecido o valor absoluto de determinada potência, S, seu valor em p.u. na


base 1 será obtido por:

S
S pu _1 
S b1
A mesma potência S terá seu valor em p.u. na base 2 obtido:

S
S pu _ 2 
Sb 2
Dividindo-se membro a membro, obten-se:

S pu _1 S Sb1
 b2 S pu _ 2  S pu _1 
S pu _ 2 Sb1 Sb 2
MUDANÇA DE BASES PARA A CORRENTE

Sejam duas correntes bases, definidas por: O valor absoluto de determinada corrente I
será expresso nas bases de corrente 1 e 2
Sb1 Sb 2 por:
I pu _ b1  I pu _ b 2  I I
3  Vb1 3  Vb 2 I pu _ b1  
I b1 S b1
3  Vb1

I I
I pu _ b 2  
Ib2 Sb 2
3  Vb 2

Dividindo-se membro a membro, obten-se:

I pu _ b1 Vb1 S b 2 Vb 2 S b1
  I pu _ b 2  I pu _ b1  
I pu _ b 2 Vb 2 S b1 Vb1 Sb 2
MUDANÇA DE BASES PARA A IMPEDÂNCIA

Tendo uma impedância cujo valor absoluto é Z, seu valor em p.u. nas bases Vb1 e Sb1
Será obtido por: Z Z
Z pu _ b1  
Z b1 Vb1 2
S b1
A mesma impedância Z terá seu valor em p.u. nas bases Vb 2 e Sb 2 obtido por:

Z Z
Z pu _ b 2  
Z b 2 Vb 2 2
Sb 2
Dividindo-se membro a membro, obten-se:

2 2
Z pu _ b1 S b1  Vb 2  S b 2  Vb1 
    Z pu _ b 2  Z pu _ b1    
Z pu _ b 2 S b 2  Vb1  Sb1  Vb 2 
EXERCÍCIO 3
Certa máquina trifásica tem em cada fase reatância igual a 1,5 pu, com potência
base e tensão iguais a, respectivamente, 300 MVA e 25 kV.
a)O valor ôhmico da reatância;
b)O valor em p.u da reatância, nas bases de 100 MVA e 20 kV.
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO
AÉREO
Levar a energia elétrica desde a
rede de transporte até ao
consumidor com qualidade e
continuidade de serviço
Característica de um sistema de
Distribuição Aéreo
 Radial;
Fluxo de energia em apenas um sentido

 O Alimentador Principal é Ramificado;


Distribuição de cargas ao longo do Alimentador

 Operações com tensões mais baixas do que as LT;


Tipicamente 13.8kV ou 34.5kV

 Proteção quase que exclusivamente para sobrecorrentes.


 Proteção quase que exclusiva por dispositivos de sobrecorrentes
 Relés de sobrecorrente 50/51
 Fusíveis
 Religadores
 Seccionalizadores
SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
Dispositivos
de
Religamento
Barramento da
Subestação

9 10
2 4 6

A B 7 8
1 3 5

Zona A
Zona B Fusíveis
Alimentador de Distribuição Primário

Principais
Equipamentos

1. Disjuntor na SE
2. Alimentador
Principal
3. Religador
4. Seccionalizador
5. Fusíveis (Ramais e
Trafos)
6. Banco de
Capacitores
7. Trafos de
Distribuição
Arranjos de Sistemas de Distribuição para Cobertura de
Determinadas Regiões
Quadrilátero Hexagonal

4 Alimentadores por SE 6 Alimentadores por SE


Alimentadores Aéreos x Alimentadores Subterrâneos
AÉREOS SUBTERRÂNEOS
Vantagens: Vantagens:

a) Menor custo para longas distâncias; a)Menos caro para curtas distâncias;
b) Fácil localização de Faltas.
b) Não está suscetível a descargas
Desvantagens: atmosféricas;

a)Mais caro para curtas distâncias; c) Não apresenta poluição visual;

b)Suscetível a descargas atmosféricas; d) Não requer Manutenção intensiva;

c)Poluição visual; Desvantagens:

d)Manutenção intensiva; a)Mais caro para longas distâncias;

e) Requer a instalação de b) Difícil localização de Faltas.


equipamentos altamente
especializados.
O BALANÇO DE POTÊNCIA
LINHA DE TRANSMISSÃO
FLUXO DE CARGA LINEARIZADO (FLUXO CC)
O fluxo de potência ativa em um ramo é FORMULAÇÃO MATRICIAL
aproximadamente proporcional à
abertura angular da linha

Θ Vetor dos ângulos das tensões


e se desloca no sentido dos ângulos
nodais (dimensão n x 1);
maiores para os ângulos menores
P  Vetor injeção nodal líquido de
potencia ativa (dimensão n x 1);

B’  Matriz do tipo admitância nodal


(dimensão n x n).
13 – DISJUNTORES
São dispositivos interruptores de falta que O disjuntor deve ser capaz de
permitem ou interrompem o fluxo de interromper correntes:
corrente em sistemas de potência.
a) Correntes de Falta (curto-circuito)
Os CONTATOS ... b) normais de carga;
Ao fecharem conduz corrente até que c) correntes de magnetização de
seus contatos sejam abertos. transformadores e reatores
d) correntes capacitivas de bancos de
Ao abrirem o fluxo de corrente é capacitores e de linhas de transmissão
interrompido até que seus contatos sejam em vazio.
fechados novamente.

São dispositivos de chaveamento e interruptores de falta.

Tem como principal função a interrupção


de correntes de falta tão rapidamente
quanto possível, de forma a limitar a um
mínimo os possíveis danos causados aos
equipamentos pelos curtos-circuitos.
13 – DISJUNTORES
Não são dispositivos de auto-atuação.

Só atuam (abrir ou fechar contatos) quando um comando de trip ou de fechamento


é recebido.

Esse comando pode ser:

a) de origem manual;

b) de um comando de um
sistema de controle;

c) pela operação de um relé depois de


ter detectado alguma condição anormal
no sistema.

Devem ser mecanicamente capazes


de abrir em tempos tão curtos
quanto dois ciclos, após terem
permanecido na posição fechada por
vários meses.
13 – DISJUNTORES TEMPO DE INTERRUPÇÃO NOMINAL (CICLOS)

Capacidade Estabelecimento Nominal


em curto-circuito (kA, crista)
13 – DISJUNTORES TIPOS

Disjuntores a Óleo Disjuntor a Ar comprimido Disjuntores a SF6

A classificação dos disjuntores se dá pelo meio em


que seus circuitos são imersos, tipo: óleo, ar,
vácuo e SF6.
Disjuntores Ainda são classificados por:
a Vácuo 1. Tensão nominal;
2. Capacidade de corrente de carga
3. Máxima capacidade de interrupção de corrente
e tempo de interrupção.

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