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Disciplina – Sistemas Elétricos de Potência

Professor – Júlio Shigeaki Omori


Exercícios – Compõe a Nota N1
Data a ser entregue 27/10/2023
Aluna: Camila dos Santos Souza, Matrícula: 13324403

1) Calcular a Impedância base de uma linha de 69 kV (considerar tensão Base) e


Potência Base de 100 MVA.

𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒 2
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒 =
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒
690002
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒 =
100 ∗ 106
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒 = 47,61 Ω

2) Explique detalhadamente como é feito o controle de tensão em transformadores de


subestações e nos reguladores de tensão das redes de média tensão.

Controle de Tensão em Transformadores de Subestações:

O controle de tensão em transformadores de subestações inicia com o monitoramento das


tensões de entrada e saída do transformador. Essas leituras são então comparadas com os limites
aceitáveis de operação, garantindo que a tensão fornecida esteja dentro dos parâmetros seguros.
Caso haja desvio dos limites, um dispositivo chamado "tap-changer" é acionado. Esse dispositivo
permite ajustar a relação de transformação do transformador, corrigindo a tensão de saída e
garantindo sua conformidade com os padrões aceitáveis. Em subestações modernas, esse controle
pode ser realizado remotamente por meio de sistemas de supervisão e controle, conhecidos como
SCADA (Sistema de Supervisão e Aquisição de Dados).

Controle de Tensão em Reguladores de Redes de Média Tensão:

Nos reguladores de redes de média tensão, a tensão na rede é monitorada de forma contínua.
Essas leituras são comparadas com os limites de operação e, se houver desvio, o regulador de
tensão entra em ação. Ele ajusta automaticamente a relação de transformação para manter a tensão
na saída dentro dos limites especificados, assegurando que a tensão fornecida seja apropriada para
os consumidores. Assim como nos transformadores de subestações, os reguladores de tensão
podem ser integrados a sistemas SCADA, permitindo o controle e monitoramento remotos em
tempo real.

Ambos os sistemas de controle desempenham um papel fundamental na garantia da


estabilidade do sistema elétrico, prevenindo problemas de sub e sobre tensão que poderiam
prejudicar os equipamentos e dispositivos elétricos dos consumidores. Além disso, contribuem
para a entrega de energia com alta qualidade e confiabilidade.
3) Do que depende a indutância de um cabo de uma linha de transmissão?

A indutância de um cabo em uma linha de transmissão depende de vários fatores:

• Diâmetro do Condutor: A indutância aumenta com o aumento do diâmetro do condutor,


pois um condutor mais largo tem mais área para o fluxo magnético.
• Espaçamento Entre Condutores: Aumentar o espaçamento entre os condutores diminui a
indutância, pois reduz a interação eletromagnética entre eles.
• Material do Condutor: A indutância é influenciada pelo tipo de material do condutor, já
que diferentes materiais têm diferentes propriedades magnéticas.
• Forma da Disposição dos Condutores: A indutância varia dependendo se os condutores
são dispostos em configuração tripla, vertical ou horizontal.
• Meio que Rodeia os Condutores: O meio ao redor dos condutores também pode afetar a
indutância, sendo o ar o meio com menor influência.
• Frequência da Corrente Elétrica: A indutância aumenta com o aumento da frequência da
corrente, devido aos efeitos da indução mútua.
• Comprimento do Cabo: A indutância é diretamente proporcional ao comprimento do
cabo.
• Isolamento entre os Condutores: O tipo de isolamento usado entre os condutores também
pode ter um efeito na indutância.
• Permeabilidade do Material: A permeabilidade magnética do material dos condutores e
do meio circundante afeta a indutância. Materiais com alta permeabilidade magnética tendem a
ter uma indutância maior.
• Efeitos de Proximidade: A proximidade de outros condutores ou objetos metálicos
também pode afetar a indutância do cabo.

É importante notar que a indutância em uma linha de transmissão pode ter um impacto
significativo na operação do sistema elétrico, especialmente em altas frequências ou em sistemas
de corrente alternada (AC). Portanto, os engenheiros elétricos precisam considerar a indutância
ao projetar e operar linhas de transmissão para garantir um desempenho eficiente e seguro do
sistema.

4) Como as linhas de transmissão podem ser classificadas? O que significa o efeito


capacitivo de uma LT?
As linhas de transmissão podem ser classificadas com base em vários critérios. Abaixo estão
algumas das principais classificações:

• De Acordo com a Tensão: Extra Alta Tensão (EAT): Tensões superiores a 345 kV e Ultra
Alta Tensão (UAT): Tensões superiores a 800 kV.
• De Acordo com o Propósito: Linhas de Transmissão de Longa Distância: Projetadas para
transmitir energia elétrica por longas distâncias e Linhas de Transmissão de Curta Distância:
Usadas para conectar subestações em distâncias relativamente curtas.
• De Acordo com o Número de Circuitos: Monocircuito: Possui apenas um conjunto de
condutores e Bicircuito ou Multicircuito: Pode ter dois ou mais conjuntos de condutores na mesma
estrutura.
• De Acordo com a Configuração: Linhas Aéreas: São suportadas por torres ou postes e
ficam acima do solo e Cabos Subterrâneos: São enterradas no solo e são usadas em áreas urbanas
ou onde a estética é importante.
• De Acordo com o Tipo de Corrente: Corrente Contínua de Alta Tensão (HVDC):
Transmite energia em corrente contínua, em vez de corrente alternada, e é usada para grandes
distâncias ou interconexões entre sistemas de energia.

Efeito Capacitivo em Linhas de Transmissão:


O efeito capacitivo de uma linha de transmissão refere-se à capacidade da linha de armazenar
energia devido à diferença de potencial (DDP) entre os condutores e o solo. Quando uma linha de
transmissão é energizada, cria-se um campo elétrico ao seu redor, isso pode resultar em um
acúmulo de cargas elétricas na superfície dos condutores e nas estruturas próximas. Esse acúmulo
de cargas forma capacitâncias parasitas entre os condutores e entre os condutores e a terra. O
efeito capacitivo pode causar perdas de energia, especialmente em linhas de alta tensão, e afetar
a estabilidade do sistema elétrico.

5) Quais são os modelos de carga possíveis? Qual o mais utilizado? Por Que?

Cada modelo simplifica a forma como a carga consome energia em relação à tensão e
frequência do sistema. Os principais modelos incluem:

• Modelo de Carga Constante (Carga Fixa): Considera a carga como constante,


independente da variação de tensão.

• Modelo de Carga RL (Resistiva e Indutiva): Leva em conta a resistência e a indutância


das cargas, adequado para cargas como motores elétricos.

• Modelo de Carga RC (Resistiva e Capacitiva): Considera a resistência e a capacitância,


aplicável a cargas com elementos capacitivos, como condensadores.

• Modelo de Carga RLC (Resistiva, Indutiva e Capacitiva): Engloba os três elementos,


sendo o mais completo, usado para cargas complexas como transformadores.

O modelo mais amplamente utilizado é o RLC, pois representa com precisão a maioria das
cargas em sistemas elétricos complexos. Ele oferece uma representação precisa do
comportamento das cargas em diversas situações, sendo fundamental para análises críticas em
sistemas de potência, como resposta a distúrbios, cálculo de perdas e avaliação da estabilidade.
Portanto, o modelo RLC é preferido devido à sua capacidade de representar com precisão uma
ampla gama de cargas e cenários operacionais em sistemas elétricos complexos.

6) Explique como é realizado o controle de frequência/velocidade de uma máquina


síncrona geradora de energia.
O controle de frequência e velocidade em uma máquina síncrona geradora de energia é
crucial para manter a estabilidade do sistema elétrico. Envolve a medição contínua da frequência,
comparação com a frequência nominal, ajuste da potência mecânica, regulação da velocidade
através do governador, controle do campo magnético por meio da excitação e feedback contínuo
para ajustes em tempo real. Em situações de emergência, sistemas de proteção entram em ação, e
em instalações modernas, um Sistema de Supervisão e Aquisição de Dados (SCADA) permite
monitoramento e controle em tempo real. Garantir o controle adequado da frequência é vital para
evitar problemas como sobretensões, subtensões e oscilações de potência, assegurando uma
geração de energia coordenada e confiável.

7) Quais os principais critérios devem ser observados no Planejamento de um Sistema


Elétrico?
O planejamento de um sistema elétrico é uma etapa fundamental para assegurar a
confiabilidade, eficiência e segurança na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Alguns dos principais critérios incluem:

• Demanda de Energia: Avaliação da demanda atual e futura considerando crescimento


populacional e mudanças nos padrões de consumo.
• Configuração da Rede Elétrica: Determinação da topologia da rede para atender à carga
e garantir redundância e confiabilidade.
• Capacidade de Geração: Avaliação da capacidade instalada e futura, incluindo diversas
fontes de energia.
• Planejamento de Expansão: Consideração da necessidade de expandir a infraestrutura
para atender ao crescimento da demanda e incorporar novas tecnologias.
• Eficiência Energética: Implementação de medidas para otimizar o consumo de energia.
• Integração de Fontes Renováveis: Inclusão de fontes renováveis para promover
sustentabilidade e reduzir emissões.
• Estudos de Fluxo de Potência e Curto-Circuito: Análise detalhada do comportamento do
sistema em diferentes situações.
• Análise de Proteção e Coordenação de Equipamentos: Garantia de proteção eficaz contra
falhas.
• Análise de Qualidade de Energia: Avaliação dos parâmetros de qualidade da energia
fornecida.
• Aspectos Econômicos e Financeiros: Análise de viabilidade econômica de projetos.
• Regulamentações e Normas: Cumprimento das regulamentações locais, regionais e
nacionais.
• Resiliência e Segurança: Implementação de medidas para lidar com eventos extremos e
garantir a segurança.
O planejamento envolve a integração de aspectos técnicos, econômicos e regulatórios para
garantir um fornecimento confiável e sustentável de energia elétrica.

8) Explique o que significa uma barra em um sistema elétrico.

Em um sistema elétrico de potência, uma "barra" é um ponto de interconexão onde diversos


componentes elétricos, como geradores, transformadores e linhas de transmissão, se conectam e
desconectam de diferentes equipamentos elétricos, bem como a transferência de energia entre
eles. É um ponto de referência para a análise e operação do sistema. Também chamadas de barras
de barramento. Desempenham um papel fundamental na distribuição, transmissão e controle da
eletricidade.
Existem dois tipos principais de barras:

• Barra de Geração: Representa o ponto de conexão de um gerador ao sistema, de onde a


energia gerada é injetada na rede elétrica.
• Barra de Carga: Representa o ponto de consumo de energia, onde a energia é retirada da
rede para alimentar cargas, como residências e indústrias.

Em sistemas mais complexos, como subestações ou redes de transmissão, outros tipos de


barras podem ser encontrados:

• Barra de Acoplamento: Conectada a geradores e cargas, permitindo o fluxo de energia


entre eles.
• Barra de Transferência: Permite a transferência de energia entre diferentes sistemas ou
áreas do sistema elétrico.
• Barra de Potência Reativa: Usada para controlar e trocar potência reativa, essencial para
manter a tensão dentro dos limites adequados.
• Barra de Emergência: Usada em situações de emergência para isolar parte do sistema e
evitar danos ou interrupções mais graves.

Compreender os diferentes tipos de barras é crucial para a análise e controle eficiente de um


sistema de energia elétrica, permitindo decisões informadas sobre geração, transmissão e
distribuição de energia.

9) Por que é importante manter um alto fator de potência no sistema elétrico?

Manter um alto fator de potência é crucial para a eficiência e qualidade da distribuição de


energia elétrica. Isso se traduz em uma transmissão mais eficaz, com menos perdas de energia e
maior capacidade de transmissão e menor queda de tensão. Também contribui para a eficiência
operacional dos equipamentos elétricos.
Um fator de potência próximo de “1”, implica em maior eficiência energética. Isso significa
que uma maior proporção da energia fornecida é convertida em trabalho útil, resultando em contas
de eletricidade mais baixas para os consumidores e menor desperdício de energia. Em sistemas
com baixo fator de potência, as perdas de energia são mais significativas, o que pode resultar em
custos adicionais para a geração de eletricidade.
Portanto, é uma prática indispensável para garantir o funcionamento eficaz e sustentável dos
sistemas elétricos.

10) Um transformador de 69/13,8 kV, 10 MVA, 60 HZ possui uma Z% de 5%, calcule:


Dados:
- Tensão primária (V1) = 69 kV
- Tensão secundária (V2) = 13,8 kV
- Potência aparente (S) = 10 MVA
- Frequência (f) = 60 Hz
- Impedância percentual (Z%) = 5%

𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒 = 10 𝑀𝑉𝐴 = 10 ∗ 106 𝑉𝐴


𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒 = 𝑉1 = 69 𝑘𝑉 = 69000 𝑉
a) Impedância Base visto pelo primário em ohms.
2
𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒𝑃 =
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒
(69000)2
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒𝑃 =
10 ∗ 106
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒𝑃 = 476,1 Ω
b) Impedância base vista pelo secundário em ohms.
2
𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒𝑆 =
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒
138002
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒𝑆 =
10 ∗ 106
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒𝑆 = 19,04 Ω

c) Valor da impedância interna do transformador visto pelo primário em ohms.


𝑍%
𝑍𝑖𝑛𝑡𝑃 = 𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒𝑃 ∗
100
5
𝑍𝑖𝑛𝑡𝑃 = 476.1 Ω ∗
100
𝑍𝑖𝑛𝑡𝑃 = 23,80 Ω

d) Valor da impedância interna do transformador visto pelo secundário em ohms.


𝑉2 13800
𝑎= = = 0,2
𝑉1 69000

1 𝑍%
𝑍𝑖𝑛𝑡𝑆 = 𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒𝑆 ∗ ( 2
)∗
𝑎 100
1 5
𝑍𝑖𝑛𝑡𝑆 = 19,04 Ω ∗ ( 2
)∗
0,2 100
𝑍𝑖𝑛𝑡𝑆 = 23,80 Ω

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