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UNIFEI – Campus Itabira

Graduação em Eng. Elétrica

Análise de Sistemas Elétricos de Potência 2


– EELI33
Introdução do Fluxo de Potência e Equacionamento dos Componentes do Sistema de Energia

Prof. Guilherme Monteiro de Rezende


Sumário

• Introdução ao Fluxo de Potência

• Modelagem dos Elementos do Sistema de Energia

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Introdução ao Fluxo de Potência

• O que é fluxo de potência?

• Ferramenta para obtenção das condições de operação (tensão complexa - módulo e ângulo
- dos barramentos e os fluxos de potência entre barras) de uma rede elétrica em função da
sua topologia, dos níveis de demanda e geração de potência.

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Introdução ao Fluxo de Potência

• O fluxo de carga descreve a situação estática do sistema de potência. Não se


pode tirar informações sobre transitórios quando o SEP muda sua configuração.

• Modelagem Estática – representa a rede por um conjunto de equações e


inequações algébricas.

• Análise Estática – Os resultados obtidos são de estados em regime permanente


senoidal!

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Introdução ao Fluxo de Potência

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Introdução ao Fluxo de Potência

• O fluxo de potência considera a análise do sistema trifásico equilibrado.

• Representação de apenas uma fase do sistema.

• Utilizado nos estudos da transmissão (765kV – 138kV) e subtransmissão (138kV –


13,8kV).

• Comumente não é utilizado nas redes de distribuição (tensões abaixo de 13,8kV),


visto que o sistema de distribuição é naturalmente desequilibrado.
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Introdução ao Fluxo de Potência

• FC é utilizado tanto no planejamento como na operação de redes elétricas.


• Operação
• análise de segurança: várias contingências (acidentes) são simuladas e o estado de
operação da rede após a contingência deve ser obtido.
• Eventuais violações dos limites de operação são detectados e ações de controle corretivo
e/ou preventivo são determinadas.
• Planejamento
• Planejamento da expansão: novas configurações da rede são determinadas para atender ao
aumento da demanda e o estado de operação da rede para a nova configuração deve ser
obtido.

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Introdução ao Fluxo de Potência

• História

• Primeiro método pratico de solução do problema do FC através de um computador digital. Ward e


Hale, 1956 (método baseado na matriz Y).

• Métodos baseados na matriz Y: espaço de armazenamento pequeno (adequado aos computadores


da época). Convergência lenta.

• Começo da década de 60: métodos baseados na matriz Z (Gupta e Davies, 1961). Convergência mais
confiável. Requerem mais espaço de armazenamento e são mais lentos.

• Na mesma época: método de Newton (Van Ness, 1959). Características de convergência excelentes.
Computacionalmente não era competitivo.

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Introdução ao Fluxo de Potência

• História

• Meados da década de 60: técnicas de armazenamento compacto e ordenação da fatoração


(Tinney e Walker, 1967) tornaram o método de Newton muito mais rápido e requeriam
pequeno espaço de memoria, mantendo a característica de ótima convergência! O método
de Newton passou a ser considerado como o melhor método e foi adotado pela maioria
das empresas de energia elétrica.

• Década de 70: métodos desacoplados (Stott e Alsac, 1974) baseados no método de Newton
foram propostos, ainda mais rápidos, mantendo precisão e convergência. Somente em
1990 foi apresentado um estudo teórico aprofundado das características dos métodos
desacoplados.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Métodos de solução são baseados na montagem da matriz admitância nodal.

• Os elementos presentes no sistema de energia devem ser modelados para que


possam compor a matriz Y Barra e permitir a solução do problema de fluxo de
carga.

• Modelos simplificados podem ser utilizados dependendo da finalidade do


estudo.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Elementos passivos presentes nos sistemas de energia

• Linhas de Transmissão
• Transformadores
• Geradores
• Compensador Síncrono

• Outros elementos

• Cargas
• Barras

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Linhas de Transmissão

• Realizam interligação entre as diversas barras do sistema elétrico.

• As LT´s são elementos à parâmetros distribuídos (o valor do elemento é dependente de


sua posição), logo expressos por unidade de comprimento.

• No fluxo de carga será considerado o modelo de regime permanente entre os terminais


da linha e parâmetros concentrados.

• Não há prejuízos neste caso, visto que o estudo do FC não visa explicar transitórios no
sistema de energia.
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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Alguns efeitos em linhas de transmissão podem ser ignorados, dependendo de


seu comprimento. Dessa forma, o modelo para o FC dependerá de seu
comprimento.

• Três distâncias são utilizadas:

• Linhas Curtas (LT’s com comprimentos menores que 80 km),


• Linhas Médias (LT’s entre 80 km e 240 km de comprimento),
• Linhas Longas (LT’s com comprimentos maiores que 240 km).

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Parâmetros de Linha.
• l0 – comprimento da linha de transmissão (km)
• r - Resistência da linha por comprimento (Ω/km) 𝒁 = 𝒓 + 𝒋𝝎𝒍 × 𝒍𝟎 = (𝑹 + 𝒋𝝎𝑳)
• l – Indutância da linha por comprimento (H/km)
• z – impedância da linha por comprimento (Ω/km)
• Z – impedância da linha (Ω)

• c – capacitância da linha por comprimento (F/km)


𝒀 = 𝒈 + 𝒋𝝎𝒄 × 𝒍𝟎 = (𝑮 + 𝒋𝝎𝑪)
• g – condutância da linha por comprimento (S/km)
• y – admitância da linha por comprimento (S/km)
• Y – admitância da linha (S)
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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Linha Curta: Os efeitos de acumulo de carga durante ao longo da linha são


desconsiderados e apenas os parâmetros série desta são levados em conta.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Linha Média: O efeito de acumulo de carga já é considerável nos condutores da


linha e portanto deve ser modelado o efeito capacitivo entre LT e plano terra.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Linha Longa: Além dos efeitos capacitivos serem importantes os efeitos de


comprimento de onda podem ser significantes. Dessa forma o modelo PI deve ser
alterado para uma forma

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Sendo:

• Zc – impedância característica da linha.


• γ – constante de propagação da linha.

𝒛
𝒁𝒄 =
𝒚

𝜸 = 𝒛𝒚

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Geradores

• Os geradores síncronos representam a maioria das unidades geradoras do


sistema elétrico.

• A capacidade de controle da excitação da máquina provê ao gerador síncrono


capacidade de controle de reativo e consequentemente tensão.

• No FC os geradores síncronos representaram um elemento que fornece potência


ativa constante ao sistema e regulador de tensão de barra.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• A regulação de tensão feita através de controle de reativo deve respeitar os


limites de operativos da máquina (curva de capabilidade do gerador).

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Modelo do gerador será uma fonte de tensão representando sua força contra-
eletromotriz e uma impedância representando sua reatância síncrona e a
resistência dos enrolamentos de armadura

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Compensadores Síncronos

• Os compensadores síncronos são máquinas síncronas que são conectadas ao


sistema de maneira a prover suporte de reativo à rede elétrica.
• Estas máquinas são motorizadas à vazio, consumindo baixa potência.
• Assim como os geradores síncronos, os compensadores atuam como reguladores
de tensão em barras do sistema.
• Seu modelo assemelha-se ao do gerador, porém sua limitação de reativo é mais
bem definida, visto que opera sempre com potência ativa “nula”.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Transformadores

• Equipamentos que adequam os níveis de tensão entre diversas barras do sistema.


• Podem ter tap’s para regulação de tensão das barras do sistemas.
• Podem ser defasadores para controle do fluxo de potência ativa entre barras do
sistema.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Métodos de solução são baseados na montagem da matriz admitância nodal.

• Os elementos presentes no sistema de energia devem ser modelados para que


possam compor a matriz Y Barra e permitir a solução do problema de fluxo de
carga.

• Modelos simplificados podem ser utilizados dependendo da finalidade do


estudo.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Modelo do transformador monofásico.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Em transformadores de potência de alta tensão, as perdas são muito baixas


(eficiência próxima de 97% - 98%) e a corrente de magnetização pode ser
despreza.

• Utilizando a representação em pu o transformado ideal pode ser retirado do


modelo completo do transformador.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Como o FC analisa situação equilibrada, os elementos são modelados por


equivalentes monofásicos.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Os transformadores de potência podem apresentar TAP’s para regulação da


tensão terminal em um de seus lados.

• Alguns podem alterar a posição de seus TAP’s mesmo em condição de carga. A


estes denominam-se: Transformador com comutação automática de tape (TCAT).
• Os TCAT’s são uns dos reguladores de tensão mais comuns nos sistemas de
energia.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Os TCAT’s são uns dos reguladores de tensão mais comuns nos sistemas de
energia.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Modelo PI equivalente

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Determinação das admitância do modelo:

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Transformador defasador

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Impossibilidade de obter os parâmetros do modelo PI equivalente.

• Efeito adicionado nas equações de potência.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Cargas

• A modelagem de carga é feita considerando uma combinação de três situações possíveis:

• Carga com potência constante (P cte)


• Carga com corrente constante (I cte)
• Carga com impedância constante (Z cte)

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Cargas P cte drenam potência ativa e reativa independente do valor de tensão da


barra que está conectada.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Carga I cte drena potência da barra em relação linear a tensão da barra, afim de
manter a injeção de corrente no barramento independente do ponto de
operação do sistema.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Cargas Z cte, representam elementos passivos conectados diretamente ao


barramento e por isso drenam potência em função do quadrado da tensão.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Diagrama de cargas

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Modelo de Carregamento para o casos de FC.

• Os casos de fluxo de carga devem ser ajustados para representar da melhor


maneira a situação real do sistema.

• Os casos podem ser ajustados de acordo com:

• Época do ano,
• Horário do dia,
• Contingência.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Barras (Barramentos)

• As barras do sistema são modeladas segundo sua finalidade no sistema.

• Existem três tipos básicos:

• Barra PQ (Barra de Carga)


• Barra PV (Barra de Geração)
• Barra Vθ (Barra de Referência – Geralmente uma grande central geradora)

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Barras PQ

• Potência ativa e reativa determinadas neste barramento,

• Utilizadas para representar unidades consumidoras.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Barra PV

• Potência ativa e módulo da tensão são determinadas nesta barra,

• Utilizada para representação de unidades geradores.

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Modelagem dos Elementos dos Sistemas de Energia

• Barra Vθ

• Também chamada de barra swing este barramento apresenta o módulo e o ângulo de tensão definidos,

• Todos os ângulos do sistemas são calculados em relação a barra swing,

• Barra responsável por adequar o balanço de energia do sistema, geralmente uma grande central geradora.

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Próxima Aula

• Equacionamento Matricial do Sistema


• Matriz Admitância Nodal (Y barra)

• Equações de Potências pelo modelo do SEP.


• Equações de potência ativa e potência reativa a partir das tensões nas barras e matriz Y
barra.

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