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IX WORKSPOT- International workshop on power

transformers, equipment, substations and materials


FOZ DO IGUAÇU, PR – 25 a 28 DE NOVEMBRO DE
2018
PS4 – Modelagem e Simulação de Equipamentos de Alta Tensão

Estudo de Caso de Interação Transformador-Sistema de uma Subestação de


Energia Frente a Descargas Atmosféricas
Humberto M. Wickert, Rodinei Carraro, Tiago B. Marchesan, Leonardo H. Medeiros
CEEE-GT, UFSM
Brasil

RESUMO

Este estudo avalia a propagação dos surtos atmosféricos no interior de uma Subestação (SE) do
Sistema Interligado Nacional, uma vez que, tais surtos podem ter sua intensidade ampliada por
reflexões da configuração interna desta subestação. Entretanto, a modelagem do transformador de
potência é realizada por um modelo “caixa branca”, cuja representação é através de uma rede RLC,
com destaque aos acoplamentos capacitivos. É imprescindível compreender como o transformador
comporta-se frente à estas excitações do sistema elétrico oriundas de descargas atmosféricas. A
modelagem física foi concebida a partir do conhecimento detalhado da geometria interna do
transformador. As simulações do sistema elétrico foram realizadas através do software ATP/EMTP,
cujos modelos de alta frequência de linhas de transmissão e cabos são representados em referência a
parâmetros construtivos e a faixa de frequência em que se deseja estudar, assim como,
transformadores de potencial, transformadores de corrente, seccionadoras, isoladores e disjuntores
foram representados considerando suas capacitâncias típicas. Já os para-raios, essenciais para estudos
de sobretensões, é apresentada uma alternativa na modelagem do tipo metal-óxido proposta
originalmente pelo grupo de estudo IEEE. Os estudos foram realizados seguindo premissas de
coordenação de isolamento a descargas atmosféricas, através de simulações de injeção de surtos
atmosféricos na subestação, advindos de uma de suas linhas de transmissão, com base nos dados
históricos de desligamentos forçados por descargas atmosféricas destas linhas de transmissão. O
resultado deste trabalho é a verificação da distribuição das tensões transitórias no interior da
subestação e nos equipamentos atualmente instalados, principalmente no transformador de potência,
cujo modelo “caixa branca” possibilita o conhecimento interno do equipamento, os pontos mais
críticos de sua estrutura interna e a suportabilidade da isolação.

PALAVRAS CHAVE

Transformador de potência, modelo, subestações, tensões transitórias, coordenação de isolamento,


descargas atmosféricas.

Humberto Margel Wickert, humbertow@ceee.com.br

1
1. INTRODUÇÃO

Transitório eletromagnético provocado por descarga atmosférica é um fenômeno que produz elevados
níveis de sobretensão no Sistema Elétrico de Potência (SEP) caracterizados pelo predomínio das
componentes de alta frequência. Estes surtos atmosféricos são responsáveis por um grande número de
falhas no sistema, quer seja na perda de continuidade do serviço ou em danos à um equipamento
[1][2].

As exigências, relacionadas à disponibilidade e à qualidade no fornecimento de energia elétrica


entregue ao consumidor, demandam um alto investimento em equipamentos. Neste contexto destaca-
se o transformador de potência, um dos principais componentes na confiabilidade operativa das
subestações e interligações dos circuitos de diferentes níveis de tensões [3].

A confiabilidade de um transformador de potência está associada à probabilidade de ruptura do seu


isolamento, quando submetido a surtos oriundos do sistema. Algumas solicitações importantes podem
não ser cobertas por ensaios normatizados e devem ser criteriosamente analisadas e especificadas, a
fim de certificar que o projeto do transformador leve em consideração tais solicitações[4].

De acordo com o Relatório de Análise Estatística de Desligamentos Forçados Referente ao Ano de


2017 do ONS, emitido para as Linhas de Transmissão, os percentuais de desligamentos provocados
por descargas atmosféricas em relação aos desligamentos de origem interna em 2017 foram de 26,7%
na rede básica e 27,1% na rede de operação. Em 2016, estes percentuais foram de 24,3% e 24,2%,
respectivamente [5].

Neste cenário, o objetivo principal deste trabalho é avaliar a propagação dos surtos atmosféricos pelo
interior de uma Subestação (SE) com base nos aspectos sistêmicos atualmente verificados, uma vez
que, tais surtos podem ter sua intensidade ampliada por reflexões da configuração interna desta. É
imprescindível, ainda, compreender como o transformador se comporta frente à estas excitações
oriundas do sistema. Portanto, apresenta-se a iteração do transformador de potência, modelagem
“caixa branca”, com o sistema elétrico de potência frente a descargas atmosféricas. Tal estudo, através
de simulação computacional, possibilitará o conhecimento da distribuição da tensão na subestação e ao
longo dos enrolamentos do transformador.

Estes estudos foram realizados por simulação digital utilizando o software de estudos de transitórios
eletromagnéticos Alternative Transients Program - ATP. As configurações do sistema em análise
foram montadas a partir da topologia da rede e dos parâmetros elétricos, cujos equivalentes foram
obtidos através dos programas de Análise de Redes - ANAREDE e de Análise de Faltas Simultâneas -
ANAFAS.

Para as análises destacadas acima, são apresentados os modelos dos diversos equipamentos de
subestações, bem como os valores típicos que embasam a representação para o estudo, análise e
diagnóstico de sobretensões transitórias [2].

2. SISTEMA ELÉTRICO – MODELAGENS DOS EQUIPAMENTOS

A Subestação alvo dos estudos deste trabalho é composta por um setor de 138 kV e um setor de 23
kV. Destaca-se que estão conectadas ao barramento de 138 kV desta SE cinco linhas de transmissão
de 138 kV e um transformador de 25 MVA com tensões de 138 / 23 kV. A Figura 1 apresenta o
diagrama de operação completo e a configuração original da subestação, utilizada para modelagem dos
equipamentos no ATPDraw.

2
Figura 1 – Diagrama de operação da subestação.

2.1 Linhas de transmissão e cabos

No ATP/EMTP, linhas de transmissão e cabos são representados em referência a parâmetros


construtivos e a faixa de frequência em que se deseja estudar. Estas informações foram incorporadas à
modelagem, sendo que os oito primeiros vãos de cada linha próximos da subestação foram modelados.
Para os demais vãos representou-se por um vão equivalente do sistema. Através dos blocos LCC, a
linha foi modelada com parâmetros variáveis com a frequência, JMarti, com frequência máxima
recomendada de 500 kHZ, e com impedância de surto no valor de 300 Ω. Os barramentos da
subestação foram representados pelas suas impedâncias de surto de cada trecho de barramento,
calculadas pelo diâmetro do condutor e de sua altura ao solo.

2.2 Transformadores de potencial, transformadores de corrente, seccionadoras, isoladores e


disjuntores
Para simulações de frentes rápidas (descargas atmosféricas), o efeito das capacitâncias parasitas é
significativo. Assim, transformadores de potencial, transformadores de corrente são representados por
meio de suas capacitâncias características típicas, fornecidas por [6]. De forma semelhante ao exposto,
seccionadoras, disjuntores, isoladores e transformadores de potencial capacitivos são representados
apenas considerando suas capacitâncias características típicas apontadas por [7].

2.3 Para-raios
Modelos de para-raios são essenciais para estudos de sobretensões. Dados dos testes realizados pelo
grupo de trabalho do IEEE (1992) [8] mostram que o comportamento dependente da frequência dos
para-raios é significante nos estudos de descargas atmosféricas e outros eventos de frente rápida. De
maneira geral, a tensão sobre para-raios cresce à medida que o tempo de frente decresce, bem como a
tensão de pico dos para-raios tende a ocorrer antes da corrente de pico.

O modelo sugerido pelo grupo de trabalho do IEEE e adaptado pelo P&D UFSM / CEEE-GT é
ilustrado na Figura 2.

Figura 2 – Modelo de Para-Raio IEEE.

3
2.4 Transformador de Potência
Os cálculos dos parâmetros do circuito equivalente utilizado estão baseados na modelagem física dos
enrolamentos. Porém, o modelo utilizado considera parâmetros distribuídos apenas para o disco de
entrada do enrolamento de alta tensão (AT); os demais discos deste enrolamento e dos demais
enrolamentos são representados através de parâmetros concentrados, ou seja, cada parâmetro do
circuito equivalente não corresponderá mais a uma única espira ou disco, e sim a um conjunto de
espiras ou discos.

O circuito equivalente do transformador de potência é subdividido em diversos circuitos RLC. Para a


obtenção dos parâmetros deste circuito são considerados os dados da geometria interna do
transformador. Os elementos da matriz capacitância são calculados, assumindo modelos de capacitores
planos ou cilíndricos [9]. Para os elementos da matriz indutância são utilizados modelos matemáticos,
que consideram as indutâncias próprias e mútuas em núcleo de ar [10]-[12]. As resistências são
inclusas no modelo com a finalidade de proporcionar as oscilações internas originadas no transcorrer
do ensaio [11].

Para a simulação no ATPDraw o transformador de potência foi modelado através da capacitância


características dos enrolamentos e dos isoladores externos apresentados por Greenwood [6].
Entretanto, para as análises internas ao transformador de potência utilizou-se as simulações de um
programa com plataforma SPICE e a representação descritiva do circuito, netlist. O detalhamento da
modelagem adotada pode ser verificada em [13].

3. SIMULAÇÕES E ESTUDO DE ISOLAMENTO A DESCARGAS ATMOSFÉRICAS DO


TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA

O presente estudo visa verificar os níveis de tensões na subestação resultantes de descargas


atmosféricas diretas nas linhas de transmissão, assim como, as suportabilidades previstas para o
transformador de potência de 25 MVA.

Simulou-se injeções de ondas de descargas atmosféricas na área de 138 kV da subestação,


provenientes de descargas direta no cabo condutor da linha de transmissão, por falha de blindagem.
Esta análise é feita injetando ondas de surtos atmosféricos, gerados nas linhas de transmissão, de
forma a se propagar dentro de seus barramentos até atingir vários pontos da mesma, chegando aos
equipamentos do módulo do transformador de potência de 25 MVA, propriamente dito.

A configuração da subestação analisada correspondeu a um arranjo completo da área de 138 kV da


subestação, contendo os módulos de entrada de linhas de transmissão e transformadores, e um arranjo
simplificado do setor de 23 kV.

A descarga atmosférica é injetada através de onda de tensão tipo surto através de uma Linha de
Transmissão, todos os equipamentos são considerados em condição de operação normal, ou seja, todas
as linhas e módulos encontram-se conectados ao sistema através do barramento A, com suas
derivações abertas nas seccionadoras com conexão ao barramento B. Com isso, o efeito atenuador,
proporcionado pelas demais linhas de transmissão conectadas à subestação, são considerados.

Embora, os transformadores de potência sejam testados em fábrica quanto à suportabilidade interna


frente a descargas atmosféricas, o que se pretende através deste estudo é impor uma forma de onda
mais real, entrando na subestação e atingindo o transformador de potência, originadas por descargas
atmosféricas diretas em linhas de transmissão.

A importância deste tipo de estudo é justificada pelos dados apresentados no relatório de


desligamentos forçados do ONS [5]. A Figura 3 apresenta a taxa de desligamento forçado por
descargas atmosféricas no quadriênio 2014-2017 na rede de operação.

4
Figura 3 – Taxa de desligamento forçado por descargas atmosféricas – Rede de Operação.
Descargas atmosféricas estão entre as principais causas de desligamentos forçados em linhas de
transmissão [5] e, portanto, devem ser avaliados seus efeitos nos equipamentos das subestações.

Para avaliação das solicitações, foram consideradas as seguintes premissas e critérios:

a) As ondas de surtos atmosféricos, que se propagam para a subestação, tem suas amplitudes
máximas devidas à correntes de descargas atmosféricas que incidem na linha de transmissão.
b) Para a descarga direta, ocorrendo no cabo condutor, esta ocorre por falha de blindagem ou
ausência dos cabos guarda da linha. Não se considerou a possibilidade de “flash-over” na
linha, já que isso limitaria o surto de tensão a um valor máximo estabelecido pela cadeia de
isoladores da linha.

c) A linha de transmissão da SE é submetida a uma descarga atmosférica em uma das fases do


circuito de operação, em uma condição crítica que é no último vão antes da entrada da SE.

4. ESTUDO DE CASO

Para a realização das simulações, inicialmente, é necessária a definição de alguns parâmetros e


procedimentos relativos a forma de onda de impulso atmosférico. Para o pico da corrente de descarga
será adotado o valor de 26 kA. De acordo com a média IEEE, há uma probabilidade de 50% das
descargas atmosféricas ocorrerem com esta amplitude de corrente [14].

Adotou-se as seguintes premissas para as simulações:


Nó de Incidência: Linha de Transmissão (200m da SE)
Fase de Incidência: Fase A
Impedância de Surto: 300Ω
Forma de Onda: Heidler
Corrente máxima: 26 kA
Tempo de Frente: 3,83E-6 segundos
Tempo de meia cauda: 7,75E-5 segundos

Foram avaliados sete casos distintos de configuração da subestação. O primeiro caso, refere-se à
subestação atualmente existente, com para-raios instalados nas entradas de linhas. A partir desta
topologia, optou-se em fazer alterações e avaliar o comportamento das sobretensões no interior da SE.
Para o segundo caso, adicionou-se um para-raios a 5 metros do lado de AT do transformador. No
terceiro caso, considerou-se os para-raios de entrada das LTs e adicionou-se para-raios nas barras A e
B. De forma teórica, optou-se por avaliar a exclusão do para-raios no módulo de entrada da linha de
transmissão sujeita a descarga direta. Portanto, o quarto caso avaliado, considera a subestação original
com a exclusão dos para-raios da LT com incidência da descarga atmosférica. Para os casos seguintes
manteve-se esta abordagem, porém incluindo para-raios no módulo de AT do TR7 a 5 e 10 metros de
distância, correspondendo respectivamente os casos 5 e 6. Por fim, avaliou-se a inclusão de para-raios
nas barras A e B.

Os resultados das amplitudes das sobretensões ocasionadas pelas descargas atmosféricas no interior da
subestação podem ser resumidas na Tabela 1.

5
Tab. 1. Resultados
dos estudos de
sobretensões de
descargas
atmosféricas.

Desta forma,
considerando a
configuração
existente da
subestação e atendendo uma das finalidades deste estudo pode-se concluir que o transformador 7 está
perfeitamente protegido contra descargas atmosféricas incidentes a linha de transmissão, alvo do
estudo.

Para as alterações propostas nos demais casos, deve-se avaliar o comportamento das sobretensões
internamente ao transformador.

As Figuras 4, 5, 6 e 7 apresentam as sobretensões que chegam ao módulo de AT do TR7 para os Casos


1, 2, 4 e 5 respectivamente. Estas foram extraídas das simulações realizadas através do ATP DRAW
para o tempo máximo de 1000µs.

Fig. 4. Caso 1: Tensão FA TR7 Fig. 5. Caso 2: Tensão FA TR7

Fig. 6. Caso 4: Tensão FA TR7 Fig. 7. Caso 5: Tensão FA TR7

5. AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS NO TRANSFORMADOR DE POTÊNCIA

Com base nos resultados obtidos através de simulações no ATPDraw, avalia-se o Caso 4 por
apresentar sobretensões com maiores amplitudes, Figura 8. Para isso, utiliza-se a forma de onda do
módulo de alta tensão do transformador para verificar o comportamento das tensões internamente ao
equipamento, comparando com os valores obtidos durante os ensaios padrões de impulso atmosférico
do transformador.

Para a análise das oscilações de tensões que ocorrem ao longo dos enrolamentos, nas simulações,
utilizou-se a onda de impulso atmosférico normatizada 1,2/50µs com valor de crista de 650 kV e os
estudos contidos em [13].

6
Fig. 8. Tensão nos terminais do Transformador (Caso 4).
A Figura 9 ilustra o esquema de ligação do enrolamento de AT, onde é possível perceber que o
primeiro disco da bobina de conexão central é representado espira por espira e as demais seções
equivalem a concentração de um par de discos. O esquema de ligação da Figura 10 facilita o
entendimento das simulações e análises seguintes.

Figura 9 – Esquema de ligação do enrol. de AT Figura 10 – Esquema de ligação entre enrol. de AT e BT.

5.1 Tensões transferidas da AT para a BT

Na sequência é averiguado o comportamento das tensões transferidas entre os enrolamentos de AT e


BT. Entre os pontos centrais dos enrolamentos, conforme o esquema de ligação da Figura 10, a
amplificação da tensão transitória pode chegar a 838 kV, Figura 11, considerando como base os
ensaios de fábrica com onda de impulso atmosférico de 650 kV. Entretanto, quando considerado os
valores das simulações do Caso 4, percebe-se que as tensões podem chegar a 767 kV, Figura 12.

Figura 11 – Resposta para impulso atmosférico entre AT e BT

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Figura 12 – Resposta para tensões do Caso 4 entre AT e BT

5.2 Tensões entre espiras do enrolamento de AT

Para o comportamento interno no enrolamento de AT, verificam-se as tensões encontradas entre as


espiras do primeiro disco. Com estes valores é possível avaliar o isolamento do enrolamento.

No projeto do transformador, cujo enrolamento de AT é do tipo disco entrelaçado, foram avaliadas as


tensões entre as espiras iniciais, centrais e finais do disco central, destacado na Figura 13 para o ensaio
de fábrica e na Figura 14 para as tensões oriundas do Caso 4.

Figura 13 – Tensões entre espiras no enrolamento de AT (ensaio de impulso)

Figura 14 – Tensões entre espiras no enrolamento de AT (caso 4)

Diante destes valores apresentados observa-se que a tensão máxima entre espiras para o ensaio
padronizado de impulso atmosférico é de 33 kV, ao passo que para o surto do Caso 4 os valores não
ultrapassam 23 kV.

5.3 Tensões entre discos do enrolamento de AT

Através de simulações realizadas para análise das tensões entre discos do enrolamento de AT do
transformador, tomam-se os discos iniciais como referência para comparação entre os valores de
ensaio, Figura 15, e valores resultantes do Caso 4, Figura 16.

Figura 15 – Tensões entre discos no enrolamento de AT (ensaio de impulso)

8
Figura 16 – Tensões entre discos no enrolamento de AT (Caso 4)

Para o ensaio de impulso atmosférico percebe-se que a tensão máxima entre os discos do enrolamento
de AT atinge 61 kV, entretanto para a simulação com as tensões oriundas do Caso 4 este valor pode
atingir 76 kV.

6. CONCLUSÃO

De acordo com o Relatório de Análise Estatística de Desligamentos Forçados de Linhas de


Transmissão do ONS, descargas atmosféricas são as causas com maior participação percentual e tem
predominado ao longo dos anos.

A partir das constatações obtidas nas simulações computacionais através do software ATP Draw, fica
evidente a importância da realização de tais estudos, especialmente aos sistemas de energia elétrica
submetidos a transitórios.

O Software ATPDraw mostrou-se uma ferramenta de trabalho muito útil, pois permite uma quantidade
muito grande de mecanismos que possibilitam manipular o sistema elétrico através de estudos, o que
muitas vezes são de difícil medição e entendimento na prática.

Por fim, merece ser destacada a importância das simulações tanto para o sistema como para o
transformador, pois permitem o conhecimento detalhado das reflexões das tensões na subestação e a
distribuição das tensões internas no equipamento, dada a impossibilidade de sua obtenção nos testes de
aceitação. Estes estudos devem ser muito detalhados avaliando os mais variados cenários, assim como,
devem ser realizados para qualquer mudança na topologia do sistema de energia.

Observa-se que, avaliações simplificadas não devem ser realizadas pois conforme verificado neste
estudo, apesar das tensões originadas no Caso 4 terem amplitudes muito superiores aos ensaios de
impulso atmosférico, a distribuição interna no equipamento somente acompanhou esta tendência para
as tensões entre discos. Outros aspectos importantes, além da amplitude das ondas originadas no
sistema elétrico e decisivos para interação do sistema elétrico e transformador, são: frequência dos
transitórios e frequências de ressonâncias do equipamento.

BIBLIOGRAFIA

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9
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São Paulo, São Carlos, SP, 2013.

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