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Transitórios

Eletromagnéticos em
Sistemas de Potência
Pós Graduação em Engenharia Eletrotécnica
e Sistemas de Potência

Introdução e Aula 1
Fernando Malagoli Fonseca
Transitórios Eletromagnéticos em Sistemas de Potência
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Objetivos

• Fornecer uma introdução no campo


de transitórios eletromagnéticos
em sistemas de potência

• Conceituação a respeito de causas,


efeitos e formas de análise e
mitigação de transitórios
eletromagnéticos

• Conhecimentos básicos de
simulações utilizando o ATP e o
ATPDraw
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Calendário
Aula 1
26/05/2022 ● 19:00 – 22:30

Aula 2
07/06/2022 ● 19:00 – 22:30

Aula 3
09/06/2022 ● 19:00 – 22:30

Aula 4
21/06/2022 ● 19:00 – 22:30

Aula 5
23/06/2022 ● 19:00 – 22:30

Aula 6
28/07/2022 ● 19:00 – 22:30
Transitórios Eletromagnéticos em Sistemas de Potência
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Tópicos
1. Eventos Típicos. Duração dos Eventos
2. Definições. Revisão de Conceitos. Ondas Senoidais.
3. Componentes do Sistema
4. Transformada de Laplace
5. Transitórios em Circuitos RLC
6. Sobretensões Temporárias.
7. Curto-Circuito
8. Sobretensões de Manobra
9. Sobretensões Atmosféricas
10. Energização de Linhas de Transmissão, Bancos de Capacitores e Transformadores
11. Tensão de Restabelecimento Transitória
12. Programa ATP/ATP Draw - Modelos de Linhas, Transformadores e Equipamentos
13. Avaliação
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Bibliografia
1. Greenwood, A. Electrical transients in power systems. 2.ed. New York, John Wiley,
1991.

2. Van der Sluis, Lou. Transients in power systems. John Wiley, 2001.

3. Zanetta L. C. Transitórios eletromagnéticos em sistemas de potência. Ed. USP.


2003.

4. D'Ajuz, Ari et al. Transitórios elétricos e coordenação de isolamento. Rio de


Janeiro, EDUFF, 1987.

5. Apostilas e manuais do programa ATP / ATPDraw.


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Metodologia
• Aulas teóricas expositivas

• Abordagem prática dos fenômenos transitórios

• Exercícios em aula

• Entrega de trabalho de avaliação


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Conceitos Iniciais de Transitórios


Eletromagnéticos
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Os Tempos da Eletricidade
Um sistema elétrico de potência nunca está sempre em regime permanente
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Os Tempos da Eletricidade
Um sistema elétrico de potência nunca está sempre em regime permanente

• Transições de estado em um sistema elétrico ocorrem de maneira


instantânea, como a entrada e a saída de cargas ou desligamento e
religamento de elementos do sistema

• A passagem entre esses estados ocorre por meio de estágios intermediários


- transitórios

Variação Súbita Redistribuição Nova Condição de


do Sistema de Energia Equilíbrio

• Variações súbitas de corrente e/ou tensão no sistema elétrico tendo como causas
manobras na rede, descargas atmosféricas ou faltas no sistema.

• Manifestação verificada em função de uma mudança repentina nas condições do


circuito. Essa mudança pode ser a abertura ou fechamento de uma chave,
ocorrência de falta, etc. (GREENWOOD, 1990)
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Os Tempos da Eletricidade

Redistribuição de Energia
(Variação da Energia Armazenada)
W ( fornecido)= W (armazenado)+ W (dissipado)

Não Varia Instantaneamente

Indutância Capacitância

Variação de Corrente Variação de Tensão

di (t ) dv(t )
v (t)= L i (t ) = C
dt dt
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Os Tempos da Eletricidade

• Simulações para a confiabilidade e suportabilidade de uma rede por meio de


fluxos de carga (reg. permanente) consideram situações típicas ("foto").
• Perturbações nesse sistema que levam à perda de algum componente
(geradores, linhas, transformadores, bancos de capacitores) são estudadas em
uma escala de segundos visando aferir sua estabilidade.
• Situações de desequilíbrio, variações de tensão de curta duração e distorções
harmônicas são problemas de qualidade de energia, na escala de tempo de
alguns ciclos de segundo até a operação em regime permanente.
• Eventos anteriores a essas perturbações tais como chaveamentos e descargas
atmosféricas são estudadas em escala de mili ou micro segundos, campo de
estudo dos transitórios eletromagnéticos.
• Apesar dessa escala do tempo, os efeitos de transitórios eletromagnéticos -
picos de corrente e de tensão - podem causar sérios prejuízos para os
equipamentos do sistema.
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Os Tempos da Eletricidade
Eventos

Intervalo de Tempo
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Características dos Transitórios / Por quê estudar?

• Oscilações de alta frequência

• Período curto se comparado com o regime permanente

• Grandes amplitudes de tensão e/ou corrente

• Características da rede tem impacto no transitório (parâmetros


elétricos)

• Podem gerar sobretensões, sobrecorrentes, formas de ondas


anormais e transitórios eletromecânicos

• Risco de danos ou avarias em componentes da rede - informações


para o dimensionamento de equipamentos
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Transitórios Eletromagnéticos

• Nos sistemas elétricos os transitórios podem ocorrer devido a


diversos motivos, podendo gerar:

Sobretensões / Subtensões Sobrecorrentes / Sobrecargas


(*) (*)

Formas de Onda Anormais Transitórios Eletromecânicos

• Um evento qualquer poderá dar origem a todos os efeitos acima,


sendo que na maioria dos estudos algum efeito é mais importante do
que os outros.

(*) Mais representativos no estudo de transitórios eletromagnéticos


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Sobretensões

• Sobretensões temporárias de baixa frequência, podendo durar muitos


Sustentadas ciclos até a atuação das proteções, se os ajustes forem superados
(Dinâmicas) • Ex.: manobras programadas - energização e desligamento de linhas,
rejeição de cargas, perda de compensação reativa em linhas longas)

• Sobretensão devida à operação de um equipamento de manobra


Surtos de
• Dependente das condições pré-manobra, uma mesma manobra
Manobra produz resultados diferentes. Ex: abertura de linhas após faltas

• Originada por descargas atmosféricas diretas e indiretas


Atmosféricas • Sobretensões de menor duração e elevada amplitude (até 6,0 p.u.)
(Origem Externa)
e frequência
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Sobretensões
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Sobretensões

• Não necessariamente podemos estabelecer limites definidos de


transição entre os grupos, uma vez que certos fenômenos podem
causar sobretensões em uma ou outra classe

• Por exemplo, a energização de uma linha terminada em um


transformador (descontinuidade) pode ser considerada como de
manobra ou temporária, dependendo do grau de amortecimento
(depende dos parâmetros do circuito)
Tópicos em Sistemas de Transmissão
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Cabo Guarda (para-raios)


• A incidência de descargas atmosféricas pode dar origem a sobretensões transitórias de elevada
amplitude que se propagam ao longo da linha

• Se as amplitudes destas sobretensões excedem os níveis de suportabilidade do sistema, podem


ocorrer descargas disruptivas, com risco de faltas entre uma ou mais fases para a terra.

• Quando uma descarga atinge uma das fases, a corrente injetada no condutor dá origem a duas
ondas de tensão que se propagam pela linha, nos dois sentidos. Quando uma dessas ondas chega
em uma torre, a cadeia de isoladores fica submetida a uma tensão muito elevada, podendo superar
sua capacidade e levar à interrupção de energia - ruptura do isolamento por flashover
Tópicos em Sistemas de Transmissão
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Cabo Guarda (para-raios)


• Portanto as linhas de transmissão são normalmente protegidas por um ou dois cabos
guarda (cabos pára-raios), que são condutores conectados à terra e instalados no topo
da torre, com o objetivo de atrair para si descargas atmosféricas e evitar a incidência
sobre os condutores fase.
Tópicos em Sistemas de Transmissão
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Cabo Guarda (para-raios)


• Existe a situação em que uma descarga atinge a torre, fazendo com que esta fique com potencial
elevado em relação à terra.

• Se este potencial for suficientemente alto para que a diferença de potencial aplicada à cadeia de
isoladores supere o valor da tensão suportável da mesma, ocorrerá uma descarga disruptiva
denominada backflashover - ruptura de isolamento por descarga atmosférica diretamente nos
cabos de blindagem

1. Corrente de descarga e a sobretensão


associada se propagam pelo cabo;
2. Encontram a primeira torre aterrada;
3. Três componentes: parcela refletida, uma
parcela continua a propagação e uma
parcela "desce" em direção ao solo;
4. Parcela que desce encontra a malha de
aterramento e é refletida;
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Sobrecorrentes

• Resultam de faltas no sistema e seu estudo ajuda na determinação dos


esforços de interrupção em disjuntores, dos esforços mecânicos e térmicos
dentro de máquinas, transformadores e barramentos.

• Faltas monofásicas - as mais frequentes - também provocam tensões


induzidas nas fases sãs e, geralmente, surtos de manobra derivados de uma
falta são causas de sobretensões elevadas.
5% 6%

89%
Linhas de Transmissão e Distribuição
Ocorrência dos Defeitos Subestações
(Ref. Kindermann) Usinas
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Formas de Onda Anormais

• O espectro de tensões e correntes de um sistema de potência


durante condições transitórias é de extrema importância em diversos
estudos

• Por exemplo, a presença de componentes harmônicos deve ser


investigada para se determinar perdas em enrolamentos de máquinas
e transformadores. Equipamentos de controle de sistemas HVDC
também são sensíveis às formas de onda e quantidade de
harmônicos.

• Problemas de interferência telefônica também podem requerer


estudos de harmônicos em linhas de transmissão.
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Formas de Onda Anormais

• Harmônicos -
causados por cargas
não lineares (forma
de onda da corrente
diferente da forma
de onda da tensão
de entrada)

• Problemas distinto
do estudo de
transitórios
eletromagnéticos

• Tratado no domínio
da frequência.
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Transitórios Eletromecânicos

• Fenômenos que podem se estender até 20 segundos para verificação da


estabilidade dos geradores síncronos diante de eventos no sistema elétrico:
perda de linhas e transformadores, rejeição e entrada de carga, perda de
interligações regionais.

• Nesse tema destaca-se o problema da ressonância subsíncrona, a partir da


introdução de compensação série, com frequências abaixo do valor nominal do
sistema.
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Transitórios Eletromecânicos
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Onda Senoidal e Componentes do Sistema


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Tensão e Corrente Senoidal


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Tensão e Corrente Senoidal


• Um sinal de tensão ou corrente alternada é escrito em termos da
função seno

v(‫( ݊݁ݏ ݔܸܽ݉ = )ݐ‬2ߨ݂‫)ݐ‬


݅(‫( ݊݁ݏ ݔܽ݉ܫ = )ݐ‬2ߨ݂‫)ݐ‬

• Em que ݂ (‫ )ݖܪ‬é a frequência do sinal e ‫ )ݏ( ݐ‬o tempo.


• O inverso da frequência é o Período (T)
• A expressão 2ߨ݂ é denominada de velocidade angular ou
frequência angular, dada em radianos por segundo
ϖ = 2ߨ݂
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Tensão e Corrente Senoidal


• Senóides de mesma frequência possuem relações de fase que
estão relacionadas com a diferença angular dos argumentos
senoidais, tornando-as adiantadas ou atrasadas entre si.
• Utiliza-se o símbolo θ para inserir um deslocamento de fase na
função seno - ângulo até o instante t=0
v(‫( ݊݁ݏ ݔܸܽ݉ = )ݐ‬ϖ‫ ݐ‬+ θ)
݅(‫( ݊݁ݏ ݔܽ݉ܫ = )ݐ‬ϖ‫ ݐ‬+ θ)
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Tensão e Corrente Senoidal - Valor de Pico e Valor Eficaz


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Exercício 1
Determine a expressão da tensão senoidal da figura e seu valor eficaz:
v (V)

12

t (ms)
-5 10

-12
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Parâmetros de Circuitos Elétricos

Resistência (R)

Indutância (L)

Capacitância (C)
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Resistência (ohms)
• Propriedade física dos materiais

• A resistência dos condutores é o principal motivo de perdas de energia na


transmissão

Potência Dissipada
R=
I2
Material ρ (ohms.m)

• Na transmissão em corrente contínua


a resistência é definida por

ρ. l
R=
A

• Onde ρ é a resistividade do condutor,


l o comprimento e A a área da seção transversal.
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Resistência (ohms)
• A resistência em corrente alternada é
maior do que em corrente contínua devido
ao chamado Efeito Pelicular (Skin Effect).

• A distribuição uniforme de corrente na


seção transversal do condutor só ocorre
em corrente contínua.

• Em CA, com o aumento da frequência a


distribuição se torna não uniforme,
aumentando a diferença entre densidades
de corrente nas diversas regiões da seção
transversal.
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Resistência (ohms)
• Uma das maneiras usadas para
reduzir o aumento da resistência
devido ao efeito pelicular é o uso de
vários condutores trançados, ao
invés de um único miolo,
otimizando a distribuição de
corrente

• Linhas de transmissão normalmente


utilizam condutores de alumínio
com alma de aço, em que o núcleo
de aço com maior resistência não
oferece problemas pois se localiza
abaixo da profundidade de
penetração, reduzindo o custo dos
cabos e oferecendo resistência
mecânica ao conjunto.
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Resistência e Temperatura
• Da teoria de materiais elétricos (condutores x isolantes), a resistência dos
condutores aumenta de forma diretamente proporcional ao aumento da
temperatura de operação (linear)

• Em geral, bons condutores elétricos também são bons condutores térmicos


(recíproca verdadeira)

• Essa característica influencia o projeto das linhas (temperatura de operação)

ρ (T ) = ρ o (1 + α (T − To ))

ρ = resistividade
α = coeficiente de temperatura
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Resistência - Resposta Senoidal


• Se um resistor possui uma tensão v = Vm sen (ωt + θ) sobre ele, a
corrente será:

i = v / R = (Vm/R) sen (ϖt + θ)

• A corrente nessa resposta senoidal está em fase com a tensão

• Na resistência a energia é dissipada, pela troca de calor com o meio


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Resistência - Resposta Senoidal


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Indutância (Henries)

dφ • Variação no tempo do fluxo concatenado, induz tensão no


e= circuito (explica a tensão adiantada...)
dt
di • A tensão induzida é proporcional à taxa de variação de corrente
e=L
dt

L= • A indutância é uma constante de proporcionalidade, dada pela
variação de fluxo com a taxa de variação de corrente - não é
di propriedade física do material (expressão matemática)

O elemento indutivo armazena energia em um campo 1 ଶ


ܹ = ‫݅ܮ‬
magnético, proporcional ao quadrado da corrente 2
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Indutância (Henries)
• Como a indutância varia com o fluxo
magnético, que é dependente da
distância entre os condutores, a
geometria da linha de transmissão
impacta fortemente o seu valor

• A dimensão dos condutores


(raio/diâmetro) e a disposição entre
eles alteram os valores de indutância,
fazendo com que cada projeto de
linha de transmissão tenha valores
diferentes (ao contrário da
resistência)

Em linhas com espaçamento


assimétrico é realizada a
transposição dos condutores
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Indutância (Henries)

Da geometria, a expressão que permite o cálculo da indutância em função do


espaçamento dos condutores baseia-se na Distância Média Geométrica:

DMG Própria de uma Área Circular

Ds = 0,7788 r Ds também é chamado de RMG – Raio Médio Geométrico

DMG Mútua entre Condutores

Dm = n −esíma Dn .Dn +1...

Indutância em Função da DMG

Dm
L = 2 x10 −7 ln
Ds
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Indutância (Henries)
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Indutância (Henries)

• Nos estudos em sistemas de potência é mais usual a utilização do conceito da


reatância indutiva, em ohms, associada em série com a resistência.

• Com a reatância indutiva é possível considerar tanto o efeito da indutância


como o efeito da variação da frequência:

X L = ϖ .L = 2π . f .L
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Resposta Senoidal do Indutor

Quando uma corrente senoidal flui por um indutor, uma tensão


senoidal é induzida no mesmo.

Se um indutor possui uma corrente i = Im sen (ωt + θ) fluindo sobre


ele, a tensão nesse indutor é

݀݅ ݀
ܸ=‫ܮ= ܮ‬ ‫ ݐ߱ ݊݁ݏ ݉ܫ‬+ ߠ = ߱‫ ݉ܫ ܮ‬cos(߱‫ ݐ‬+ ߠ)
݀‫ݐ‬ ݀‫ݐ‬

Dessa equação vemos que:

• ϖL é a reatância indutiva, que depende da frequência


• para frequências próximas de zero o indutor é um elemento em
curto-circuito; se tendem a infinito é um circuito aberto
• a tensão está adiantada da corrente, a partir da comparação das
funções no tempo.
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Resposta Senoidal do Indutor


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Capacitância (Faraday)
• Capacitores armazenam energia na forma de campo elétrico. Sua constituição física
é composta por duas placas condutoras metálicas, separadas por um dielétrico

• A passagem de uma corrente elétrica (fluxo de cargas elétricas) entrando em uma


das placas do capacitor obriga a saída de igual corrente da outra placa por repulsão-
eletrostática. Decorrido algum tempo teremos carga armazenada em ambas as
placas.

• A presença de cargas nas placas faz surgir um campo elétrico nascendo nas cargas
positivas e terminando nas cargas negativas. O trabalho realizado por este campo ao
longo da distância entre as placas resulta na sua diferença de potencial (tensão).
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Capacitância (Faraday)

• Capacitância é a constante de proporcionalidade entre a capacidade de


armazenamento de carga elétrica e a variação de tensão
‫ݍ‬
‫=ܥ‬
∆‫ݒ‬
• Para haver passagem de elétrons de uma placa para outra, há a necessidade de
aplicação de um tensão entre as mesmas

dQ dV
IC = =C
dt dt

O elemento capacitivo armazena energia em um campo 1


elétrico, proporcional ao quadrado da tensão ܹ = ‫ ܸܥ‬ଶ
2
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Capacitância (Faraday)

• Condutores possuem ddp entre si


e também com relação ao solo

• Ao ser energizada, a linha absorve


da fonte as cargas elétricas
necessárias ao seu carregamento,
como um capacitor
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Capacitância (Faraday)
• Nos estudos em sistemas de potência é mais usual a utilização do conceito da
reatância capacitiva, em ohms, associada em paralelo com o somatório em
série da resistência e da reatância indutiva

• O sinal de frequência nesse caso é inversamente proporcional

1 1
XC = =
ωC 2πfC
• Com a reatância capacitiva é possível considerar tanto o efeito da capacitância
como o efeito da variação da frequência.

• Utiliza-se também em estudos o inverso da reatância (B = susceptância


capacitiva ou susceptância shunt) ou na forma de potência (Mvar)
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Resposta Senoidal do Capacitor

Se um capacitor possui uma tensão v = Vm sen (ωt + θ) sobre ele, a


corrente no capacitor é

݀‫ݒ‬ ݀
݅=‫ܥ‬ =‫ܥ‬ ܸ݉ ‫ ݐ߱ ݊݁ݏ‬+ ߠ = ߱‫ ܸ݉ ܥ‬cos(߱‫ ݐ‬+ ߠ)
݀‫ݐ‬ ݀‫ݐ‬

C‫=ܸ݉ ܥ߱ ݋݉݋‬Im, logo Vm / Im = 1/߱‫ܥ‬

Dessa equação vemos que:

• 1/ ϖC é a reatância capacitiva, que depende da frequência


• para frequências próximas de zero o capacitor é um elemento em
circuito aberto; se tendem a infinito é um elemento em curto
• a tensão está atrasada da corrente
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Resposta Senoidal do Capacitor


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Troca de Energia entre Indutor e Capacitor

• A energia armazenada no indutor é relacionada à corrente


instantânea no mesmo

• A energia armazenada no capacitor é relacionada à tensão


instantânea no mesmo

• Em um circuito CA, a cada momento há troca de energia entre o


indutor e o capacitor. No ponto de tensão máxima a energia estará
toda armazenada no elemento capacitivo, visto que a corrente no
circuito é nula.
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Transitórios de Carga e Descarga - Indutor


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Transitórios de Carga e Descarga - Capacitor


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Constantes de Tempo

• Os parâmetros RLC dos circuitos elétricos estão diretamente associados aos


tempos para amortecimento de transitórios eletromagnéticos.

• Da teoria de circuitos elétricos, em um circuito RL, no intervalo de 1 constante


de tempo a partir da energização se alcança 63% do valor final da corrente.

• Também é o valor a partir da abertura do circuito em que a corrente decai


para 37% do valor máximo.

• Em 5 constantes de tempos se
alcança 99% das condições de
regime permanente
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Constantes de Tempo

Circuitos RL Circuitos RC Circuitos LC

L
τ= τ = R.C w = 2 ∗ π ∗ LC
R
Transitórios
Eletromagnéticos em
Sistemas de Potência
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e Sistemas de Potência

Introdução e Aula 1
Fernando Malagoli Fonseca
fernando.malagoli@yahoo.com
(19) 9 7143 4393

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