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EXAME

FÍSICO:
CABEÇA E
PESCOÇO
EXAME FÍSICO: CABEÇA E
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• A cabeça centraliza os órgãos dos sentidos,
os quais são de fundamental importância
para o indivíduo proteger-se das ameaças
externas mediante a visão, a audição, o
olfato e o paladar.

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Para a realização do exame físico da cabeça e do
pescoço, o profissional deve iniciar, de preferência, pela
cabeça, utilizando os métodos propedêuticos para
examinar as principais estruturas dessa região, bem como
instrumentos específicos para a avaliação e a mensuração
das respectivas funções.

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• Crânio
• Deve ser observado seu tamanho, que varia de acordo com a idade e o
biotipo. Alterações como micro ou macrocefalia devem ser verificadas. Na
hidrocefalia, causada pelo aumento do líquido cerebrospinal, observa-se
aumento desproporcional do crânio em relação à face.

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• Crânio
• Outras alterações: como lesões localizadas, presença de cistos sebáceos,
tumores ósseos, hematomas ou nódulos no couro cabeludo, devem ser
investigadas e descritas de acordo com as regiões da cabeça.
• Características dos cabelos: como distribuição, quantidade, alterações na
cor, higiene, seborreia e presença de parasitos, também devem ser
observadas.

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• Face
• Na propedêutica da face, é importante observar alterações na coloração da
pele que indiquem doenças, como, por exemplo, palidez, cianose ou
icterícia.
• As manchas localizadas podem caracterizar determinadas doenças, como o
eritema nas regiões malares, produzido por lúpus eritematoso (sinal da asa
da borboleta).

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• A fácies renal, por exemplo, mostra-se com edema periorbicular bilateral e cor
palha presente desde o período da manhã.

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• A fácies renal, por exemplo, mostra-se com edema periorbicular bilateral e cor
palha presente desde o período da manhã.
• Hanseníase virchoviana pode apresentar fácies leonina, caracterizada por
acentuação de eritema, infiltração, pele luzidia (reluzente), com poros
dilatados,tipo “casca de laranja”, e sobre essas áreas se sobrepõem pápulas,
nódulos e tubérculos na região frontal e centromedial da face e nos lóbulos da
orelha

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Fácies parkinsoniana apresentam a cabeça um pouco inclinada para a frente e
imóvel, olhar fixo, supercílios elevados, fronte enrugada (expressão de
espanto), fisionomia impassível, parecendo-se com uma máscara, observada
na síndrome ou na doença de Parkinson.
A fácies basedowiana indica hipertireoidismo.
Os olhos são salientes (exoftalmia) e brilhantes, bem destacados no rosto
magro. A expressão fisionômica indica vivacidade, mas, às vezes, tem aspecto
de espanto, ansiedade.

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• A fácies cushingoide apresenta-se arredondada (lua cheia), com atenuação dos
traços faciais e com aparecimento secundário de acne. Indica hiperfunção da
suprarrenal ou uso de corticoides.

• A fenda palpebral (prega cutânea) é o elemento característico da fácies


mongoloide, que inclui olhos oblíquos, bem distantes um do outro, rosto
redondo e boca quase sempre entreaberta. A fácies de depressão é
característica do indivíduo cabisbaixo, com olhos fixados em um ponto
distante, sem brilho, ou voltado para o chão. Acentua-se o sulco labial, e o
canto da boca se rebaixa; o rosto é inexpressivo e a fisionomia denota
indiferença, tristeza e sofrimento moral. 11
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• Depressão: é característica do indivíduo cabisbaixo, com olhos fixados em um
ponto distante, sem brilho, ou voltado para o chão. Acentua-se o sulco labial, e
o canto da boca se rebaixa; o rosto é inexpressivo e a fisionomia denota
indiferença, tristeza e sofrimento moral.

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• Na fácies etílica, os olhos são avermelhados e há certa ruborização na face e
sorriso indefinido. O indivíduo tem voz pastosa e hálito etílico. Já na fácies
esclerodérmica, a pele se assemelha a um pergaminho, é endurecida e aderente
aos planos profundos; há repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e
imobilização das pálpebras, lembrando uma múmia.

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• Esclerodérmica: a pele se assemelha a um pergaminho, é endurecida e
aderente aos planos profundos; há repuxamento dos lábios, afinamento do
nariz e imobilização das pálpebras, lembrando uma múmia.

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• Olhos O exame dos olhos pode revelar afecções locais ou manifestações
oculares de doenças sistêmicas, como síndrome ictérica, hipertireoidismo
(protrusão dos olhos/exoftalmia), entre outras.

• As pálpebras são formadas por quatro camadas: pele, músculo orbicular,


tarso e conjuntiva. A pele das pálpebras é muito fina e recoberta por pelos
(cílios) na região tarsal. A abertura entre as pálpebras é denominada fissura
ou fenda palpebral, cujos valores normais no adulto variam de 8 a 11mm de
altura (abertura Na fácies etílica, os olhos são avermelhados e há certa
ruborização na face e sorriso indefinido.
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• Nariz e seios paranasais

• O examinador deve observar a forma e o tamanho do nariz, que poderão


estar alterados em casos de traumatismos, tumores ou doenças endócrinas
(acromegalia). Deve-se examinar a superfície externa do nariz, observando a
simetria e a presença de deformidades e o movimento das asas do nariz
durante a respiração, o qual está aumentado na dispneia.

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• Nariz e seios paranasais

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• Ouvidos
• Na inspeção do pavilhão auricular, devem-se verificar a forma e o tamanho,
bem como a presença de deformações congênitas ou adquiridas, como
nódulos, tumorações e hematomas.

• O exame do conduto auditivo externo é realizado com o auxílio de um


espéculo ou otoscópio. Deve-se observar a quantidade de cerume presente
no canal auditivo. Quando em excesso, pode comprometer a audição.
Podem ser encontrados processos inflamatórios como eczema, furunculose
ou lesões micóticas. A presença de sangue (otorragia) e pus (otorreia) é um
sinal de otite média supurada, com ruptura do tímpano, traumatismos ou 22
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• Ouvidos

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• Boca
• Os lábios podem apresentar deformações congênitas. O lábio leporino, ou
fissura labial, é uma abertura que começa sempre na lateral do lábio
superior, dividindo-o em dois segmentos.
• Essa falha no fechamento das estruturas pode restringir-se ao lábio ou
estender-se até o sulco entre os dentes incisivo lateral e canino, atingir a
gengiva, o maxilar superior e alcançar o nariz. A fenda palatina é uma
abertura que pode atingir todo o palato (céu da boca) e a base do nariz,
estabelecendo Verificar a conservação dos dentes e as condições da gengiva.
comunicação direta entre um e outro.
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• Boca
• Os lábios podem apresentar deformações congênitas. O lábio leporino, ou
fissura labial, é uma abertura que começa sempre na lateral do lábio
superior, dividindo-o em dois segmentos.

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• Boca
• Pode, ainda, ser responsável pela ocorrência de úvula bífida. Outras
alterações podem ser adquiridas (como ulcerações, lesões herpéticas ou
neoplásicas).

• Deve-se verificar a presença de rachaduras nas comissuras, que podem ser


decorrentes de deficiência vitamínica. É preciso verificar também a presença
de edema, que pode aparecer na síndrome nefrótica, na insuficiência
cardíaca, no hipertireoidismo e em processos alérgicos

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• Boca
• Pode, ainda, ser responsável pela ocorrência de úvula bífida. Outras
alterações podem ser adquiridas (como ulcerações, lesões herpéticas ou
neoplásicas).

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• Boca

• Com a ajuda de uma espátula, deve-se inspecionar as gengivas, que podem


apresentar alterações como hiperplasia gengival, lesões ulceradas ou
hemorrágicas, além de processos infecciosos ou inflamatórios periodontais

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• Boca

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• Em se tratando da língua, seu dorso deve apresentar a superfície rugosa,
recoberta por papilas e levemente esbranquiçada. Deve-se observar seu tamanho
e sua coloração, que podem conter alterações, indicando a ocorrência de doenças
sistêmicas.
• A coloração avermelhada (hiperemia), junto com hipertrofia das papilas, pode
indicar escarlatina.
• Na anemia perniciosa, a língua fica lisa e sem papilas; no hipertireoidismo,
torna-se volumosa, podendo exteriorizar-se.
• Na desidratação, a língua se apresenta seca. É preciso observar, ainda, a presença
de lesões como ulcerações, tumorações, manchas ou sangramento.
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• Acima da língua, em sua porção posterior, situam-se o palato mole e a
úvula. As tonsilas palatinas devem ser inspecionadas no paciente com a boca
bem aberta, com a ajuda de espátula, pressionando-se levemente a língua.
• No adulto, as tonsilas palatinas devem se apresentar pequenas ou ausentes.

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• Pescoço
• Ao examinar o pescoço, deve-se observar seu tamanho, que varia conforme
o biotipo, e sua simetria. Para a realização desse exame, o paciente deve
permanecer sentado e em posição ereta.

• Nos processos inflamatórios agudos das meninges, a musculatura posterior


do pescoço se contrai, causando rigidez da nuca, sinal propedêutico
importante para diagnóstico.

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• Pescoço: Meningite

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• Pescoço:
• Na inspeção do pescoço observar: presença de cicatrizes, cianose e
ingurgitamento das veias jugulares e verificar se há aumento das glândulas
parótidas ou submaxilares.
• A glândula tireoide, localizada na região anteromedial do pescoço não
costuma ser visível, nem palpável.
• A tireoide deve ser palpada para avalição do seu tamanho, forma,
consistência, sensibilidade, mobilidade e volume. O aumento do volume da
tireoide pode revelar nódulo ou bócio, indicando disfunção da glândula.
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• As veias jugulares normalmente não são visíveis, podendo apresentar ligeiro
ingurgitamento na posição supina, que deve desaparecer no decúbito de 30°.
• A estase jugular (ingurgitamento das veias do pescoço) bilateral, que não
desaparece na posição sentada, pode indicar insuficiência cardíaca. A estase
jugular deve ser examinada com o paciente em decúbito de 45º.

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• . As pulsações das artérias carótidas não costumam ser visíveis. Quando as
pulsações mostram-se muito aumentadas, revelam doenças como
hipertireoidismo, persistência do canal arterial, fístulas arteriovenosas
periféricas e insuficiência aórtica.

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Referências:
• Anamnese e exame físico : avaliação diagnóstica de
enfermagem no adulto [recurso eletrônico] / Organizadora, Alba
Lucia Bottura Leite de Barros. – 3. ed. – Porto Alegre : Artmed,
2016.
• Porto, Celmo Celeno Semiologia médica / Celmo Celeno Porto ;
coeditor Arnaldo Lemos Porto. ­ 8. ed. ­ Rio de Janeiro :
Guanabara Koogan, 2019.
• Potter, Patricia A. Fundamentos da enfermagem / Patricia A.
Potter, Anne Griffin Perry ; tradução Adilson Dias Salles … [et
al.]. -- 9. ed. -- Rio de Janeiro : Elsevier, 2017.

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