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RESIDÊNCIA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

HOSPITAL CRISTO REDENTOR


R1 LEONARDO COMERLATTO
MARÇO DE 2015
ROTEIRO DE AULA

CARACTERÍSTICAS GERAIS

ESTRUTURAS ÓSSEAS

ESTRUTURAS EXTRA-ARTICULARES

ESTRUTURAS INTRA-ARTICULARES

VASCULARIZAÇÃO DO JOELHO

INERVAÇÃO DO JOELHO

ANATOMIA RADIOLÓGICA
CARACTERÍSTICAS GERAIS

 Nossa maior e mais superficial articulação.


 Basicamente uma articulção sinovial do tipo gínglimo, pemitindo flexão e
extensão.
 Também possui características de articulção trocóide/pivô.
 Durante a flexão do joelho, permite-se algum grau de rotação.
CARACTERÍSTICAS GERAIS

 São 3 as articulações: 2 articulações femorotibiais / articulação femoropatelar.

 A estabilidade da articulação do joelho depende (1) da resistência e das ações dos


músculos e seus tendões e (2) dos ligamentos que unem o fêmur e a tíbia.

 O músculo mais importante da estabilidade articular é o quadríceps femoral,


particularmente as fibras inferiores dos vastos medial e lateral.

 A posição ereta é a posição mais estável da articulação: superfícies articulares


mais congruentes, ligamentos tensos, tendões fazem efeito de imobilização.
ESTRUTURAS ÓSSEAS

Côndilos Medial e Lateral do Fêmur

Patela

Planalto Tibial
ESTRUTURAS ÓSSEAS
(Fêmur Distal)
 2 côndilos.
 Medial: maior e mais posterior.
 Lateral: mais anterior e proximal.
 Face patelar: depressão anterior entre côndilos.
 Fossa intercondilar: entre os côndilos, para fixação dos ligamentos cruzados.
 Epicôndilos: fixação dos ligamentos colaterais.
ESTRUTURAS ÓSSEAS
(Fêmur Distal)
ESTRUTURAS ÓSSEAS
(Fêmur Distal)
ESTRUTURAS ÓSSEAS
(Planalto Tibial)

 Face medial: levemente côncava.


 Face lateral: levemente convexa.
ESTRUTURAS ÓSSEAS
(Planalto Tibial)
ESTRUTURAS ÓSSEAS
(Planalto Tibial)
ESTRUTURAS ÓSSEAS
(Patela)
ESTRUTURAS ÓSSEAS
(Patela)

 Maior sesamóide do corpo humano.

 O tendão do quadríceps insere-se no polo superior


e o ligamento patelar se origina do polo inferior.

 Existem 7 facetas articulares: a faceta lateral é a


maior (50% da superfície articular).

 A cartilagem articular pode chegar a 1 cm de


espessura.

 Os retináculos extensores medial e lateral são


fortes expansões longitudinais do quadríceps e
inserem-se diretamente na tíbia.
ESTRUTURAS ÓSSEAS
(Patela)

 A função da patela é aumentar a


vantagem mecânica e a alavancagem do
tendão do quadríceps, ajudar na nutrição
da superfície articular do fêmur e proteger
os côndilos contra traumatismos diretos.
CÁPSULA ARTICULAR

 É dita típica: Cápsula Fibrosa (externa) + Membrana Sinovial (interna).


CÁPSULA ARTICULAR

 A Camada Fibrosa:

(1) fixa-se ao fêmur superiormente logo acima das margens articulares do côndilos

(2) Posteriormente envolve os côndilos e a fossa intercondilar.

(3) Possui um abertura posterior ao côndilo lateral da tíbia por onde sai o tendão do
músculo poplíteo.

(4) Inferiormente, fixa-se ao plato tibial, exceto onde o tendão do poplíteo cruza.

(5) O tendão do quadríceps, a patela e o ligamento patelar substituem a camada fibrosa


anteriormente.
CÁPSULA ARTICULAR
CÁPSULA ARTICULAR
 A membrana sinovial reveste todas as estruturas que limitam a cavidade articular
não cobertas por cartilagem articular.
ESTRUTURAS MUSCULARES
ANTERIORES

 Quadríceps (reto femoral, vasto lateral,


vasto medial e vasto intermédio)

 Tendão patelar

 Retináculo Medial e Lateral

 O retináculo medial é uma extensão da


aponeurose do vasto medial e evita luxação
lateral da patela durante a flexão

 O tendão patelar tem sua origem a partir


do pólo ápice ou distal da patela e insere-se
distalmente na tuberosidade da tíbia
ESTRUTURAS MUSCULARES
POSTERIORES

SEMIMEMBRANÁCEO BÍCEPS FEMORAL

POPLÍTEO

GASTROCNÊMIOS

SEMITENDÍNEO
ESTRUTURAS MUSCULARES
POSTERIORES

SEMIMEMBRANÁCEO

 Importante estabilizador póstero-


medial através de suas 5 expansões
distais:
- Ligamento Poplíteo Oblíquo
- Cápsula posterior e corno
posterior do menisco medial.
- Região posterior do côndilo medial
da tíbia (2x).
- Tíbia medial, por sobre o tendão
do Poplíteo.
ESTRUTURAS MUSCULARES
POSTERIORES

A – Côndilo femoral lateral


POPLÍTEO B - Corno posterior do menisco lateral
C – Cabeça da fíbula

- Fraco flexor do joelho,


mas:
(1) Destrava o joelho em
extensão girando o fêmur
aprox. 5o sobre a tíbia fixa.
(2) Traciona o mennisco
lateral posteriormente na
flexão.
(3) Auxilia o LCP quando o
joelho está fletido com a
pessoa em pé.

Face posterior da Tíbia, na linha para o


músculo Sóleo.
ESTRUTURAS MUSCULARES
LATERAIS

 Vasto Lateral

 Bíceps Femoral

 Trato Iliotibial

 Poplíteo

 Cabeça Lateral
do Gatrocnêmio
ESTRUTURAS MUSCULARES
MEDIAIS
ESTRUTURAS MUSCULARES
MEDIAIS
ESTRUTURAS MUSCULARES
MEDIAIS
LIGAMENTOS DO JOELHO
EXTRACAPSULARES

 A cápsula articular do joelho é


fortalecida por 5 ligamentos
extracapsulares:

- Ligamento Patelar

- Ligamento Colateral Lateral

- Ligamento Colateral Medial

- Ligamento Poplíteo Oblíquo

- Ligamento Poplíteo Arqueado


LIGAMENTOS DO JOELHO
EXTRACAPSULARES – LIGAMENTO PATELAR

 Ligamento Patelar

O: Polo inferior da patela


I: Tuberosidade Anterior da Tíbia

- É o ligamento anterior da
articulação do joelho.
- Recebe os retináculos medial e
lateral da patela, expsansões
aponeuróticas dos vastos medial e
lateral.
- Os retináculos formam a cápsula
articular do joelho de cada lado da
patela
LIGAMENTOS DO JOELHO
EXTRACAPSULARES – LIGAMENTOS COLATERAIS

 Ligamentos Colaterais

- Encontram-se tensos com o joelho


completamente estendido,
contribuindo com a estabilidade
em pé.

- Durante a flexão, se tornam cada


vez mas frouxos, permitindo e
limitando a rotação do joelho.
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTO COLATERAL LATERAL

 Ligamento Colateral Lateral

O: Epicôndilo Lateral do Fêmur


I: Superfície Lateral da Cabeça da Fíbula

- O tendão do poplíteo passa


profundamente ao LCL, separando-o
do menisco lateral.

- O tendão do bíceps femoral é


dividido em duas partes pelo LCL.

- Restritor primário da sobrecarga em


varo
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTO COLATERAL LATERAL
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL

 Ligamento Colateral Medial

- Parte superficial: Do epicôndilo


medial do fêmur até o côndilo
medial e parte superior da face
lateral da tíbia.

- Parte profunda: fibras


meniscofemorais e meniscotibiais.

- Restritor primário para as forças


em valgo.

- Estabilizador do menisco.
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTO POPLÍTEO OBLÍQUO

 Ligamento Poplíteo Oblíquo

- Expansão recorrente do tendão do


semimenbranáceo que reforça a
cápsula aricular posterior,
- O: posteriormente ao côndilo
medial da tíbia.
- I: côndilo lateral do fêmur,
fundindo-se com a face posterior
da cápsula articular.
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTO POPLÍTEO ARQUEADO

 Ligamento Poplíteo Arqueado

- As origens do fêmur e da fíbula


formam os braços de um ligamento
em forma de Y oblíqua, o arqueado.
O ligamento arqueado não é um
ligamento separado, mas é uma
condensação das fibras de origem
do poplíteo
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTOS CRUZADOS

- São ligamentos intra-articulares.

- Cruzam-se dentro da cápsula


articular, mas fora da cavidade
sinovial.
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTOS CRUZADOS

- Na rotação medial da tibia, os


cruzados espiralam-se, limitando o
grau de rotação para 10 graus.

- Durante a rotação lateral eles se


estendem sendo possível, com o
joelho fletido > 90 graus, até 60
graus de rotação lateral, quando
então LCL limita o movimento.
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR

- O mais fraco dos cruzados.


- Suprimento sanguïneo
relativamente pobre.
- Origem: Face póstero-medial do
côndilo lateral do fêmur.
- Inserção: Região anterior da
eminência intercondilar da tíbia.
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR

Duas bandas principais:

• Ântero –medial (tensa na flexão)


• Póstero-lateral (tensa na extensão)
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR
- Restritor primário da translação
anterior da tíbia.

- Responde por aproximadamente


85% da resistência ao teste de
gaveta anterior quando o joelho
está em 90 graus de flexão e
rotação neutra

- Restritor secundário para o varo.

- Fibras neurais nociceptivas, assim


como receptores mecânicos, que
atuam na propriocepção

Comprimento: 38 mm
Largura: 11 mm
Resistência tensional: 1700-2000N
Ângulo: 28° no plano sagital
LIGAMENTOS DO JOELHO
LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR

 Fixação femoral: superfície lateral


côndilo femoral medial na fossa
intercondilar a 3-5mm da borda
articular.

 Fixação tibial: depressão entre os


platôs 1cm abaixo superfície
articular.

 Comprimento: 38 mm
Largura: 13 mm

 Feixe ântero-lateral:
 tenso em flexão
 2x maior e mais forte (1669 N)
 Feixe póstero-medial
 tenso em extensão (450 N)
LIGAMENTOS DO JOELHO
 Suporta forças em torno de LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR
1.700N

 Mais largo que o LCA

 Garante mais de 90% da resistência


ao deslocamento posterior da tíbia
em relação ao fêmur em todos
graus flexão (90º)

 Restritor secundário aos desvios


varo/valgo e rotação externa

 Restritor da hiperextensão, quando


há ruptura do LCA
MENISCOS

 Discos de fibrocartilagem interpostos na articulação femorotibial entre os côndilos do


fêmur e o platô tibial.

 Mais espesso na periferia, estreitando-se em direção ao centro culminando em uma


margem fina.
MENISCOS
 Borda periférica
 Fixa
 Espessa
 Inserida na cápsula articular - ligamentos coronários
(exceto na inserção do poplíteo)

 Borda Central
 Delgada
 Livre

 Superfície superior
 Côncava – contato com os côndilos femorais

 Superfície inferior
 Plana – contato com a tíbia proximal
MENISCOS
Função:

- A) Transmissão de carga e absorção de choques: os mesnicos absorvem 50% (em


extensão) ou 85% (em flexão) das forças que atravessam a articulação femorotibial.

- B) Congruência entre os côndilos curvos e a face articular superior da tíbia plana.

- C) Também agem como estabilizadores secundários da translação, principalmente o


corno posterior do menisco medial (especialmente em deficiências ligamentares).

- D) Lubrificação da Articulação: os meniscos ajudam a distribuir a sinóvia sobre as faces


articulares.

- E) Nutrição da articulação: os meniscos absorvem, e então liberam nutrientes da sinóvia


para a cartilagem.

- F) Propriocepção: terminações nervosas fornecem o feedback sensitivo para a posição da


articulação.
MENISCO MEDIAL
- Formato de C.

- Mais largo posteriormente.

- Corno anterior se fixa na área


intercondilar anterior da tíbia,
anteriormente ao LCA.

- Corno posterior está fixa na área


intercondilar posterior, anterior ao
LCP.

- Adere-se firmemente ao LCM.

- Menos móvel sobre o platô do que


o lateral.
MENISCO LATERAL

- Formato quase circular, menor,


mais móvel

- Corno anterior: 2 fixações-> Platô e


Ligamento Transverso do Joelho.

- Corno Posterior: Inserido atrás da


eminência intercondilar, anterior ao
limite posterior do menisco medial.
LIGAMENTOS MENISCOFEMORAIS

- Da região posterior do menisco


lateral para o côndilo medial do
fêmur e/ou LCP.

- Presença insconstante / Raro ter


ambos.

- Ligamento Meniscofemoral
Anterior (Humphrey): Anterior ao
LCP.

- Ligamento Meniscofemoral
Posterior (de Wrisberg): Posterior
ao LCP

- Contribuem para a função do LCP e


estabilizam o menisco.
LIGAMENTOS MENISCOFEMORAIS

- Da região posterior do menisco


lateral para o côndilo medial do
fêmur e/ou LCP.

- Presença insconstante / Raro ter


ambos.

- Ligamento Meniscofemoral
Anterior (Humphrey): Anterior ao
LCP.

- Ligamento Meniscofemoral
Posterior (de Wrisberg): Posterior
ao LCP

- Contribuem para a função do LCP e


estabilizam o menisco.
LIGAMENTOS MENISCOFEMORAIS

Ligamento de Wrisberg
VASCULARIZAÇÃO DA ARTICULAÇÃO
DO JOELHO

- As artérias que suprem a articulação do joelho são os 10 vasos que formam a rede
artcular do joelho: os ramos geniculares das artérias femoral, poplítea, recorrente tibial
anterior e ramo descendente da circunflexa femoral lateral.

- Ramos geniculares médios da artéria poplítea suprem Ligamentos Cruzados, Membrana


Sinovial e as Margens Periféricas dos Menisco.

INERVAÇÃO DA ARTICULAÇÃO
DO JOELHO

- Lei de Hilton: os nervos suprem músculos que cruzam o joelho também suprem a
articulação.
- Ramos do Femoral: face anterior / Ramos do Tibial: face posterior / Ramos do Fibular
Comum: face lateral / Obturatório e Safeno: Face medial.
VASCULARIZAÇÃO DA ARTICULAÇÃO
VASCULARIZAÇÃO DO JOELHO
DO JOELHO
FOSSA POPLÍTEA
VASCULARIZAÇÃO DO JOELHO

BÍCEPS FEMORAL
SEMITENDÍNEO

SEMIMEMBRANÁCEO
PLANTAR

GASTROCNÊMIOS
FOSSA POPLÍTEA
VASCULARIZAÇÃO DO JOELHO

TIBIAL

FIBULAR COMUM

VEIA E ARTÉRIA POPLÍTEAS


BIBLIOGRAFIA

- Netter, Atlas de Anatomia Ortopédica. 2ª Edição. 2012.

- Netter, Atlas de Anatomia Humana. 4ª Edição. 2008.

- Moore, Anatomia Orientada para a clínica. 5ª Edição. 2007.

- Manual de Fraturas. Egol, Koval e Zuckerman. 4ª Edição. 2013.

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