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FACULDADE DE FISIOTERAPIA
O material não deve ser utilizado como única fonte estudo pelos alunos, devendo ser
complementado com outros meios.
➢ INDICAÇÃO
Quais fatores interferem na escolha dos componentes protéticos?
● Nível de amputação, já que a depender do nível serão necessários diferentes
componentes, como por exemplo, na amputação transfemural se precisa de um
componente que represente o joelho, e na transtibial não;
● Estado geral do voto, pois caso haja uma ferida, não será possível. Assim, precisa
que primeiro haja a cicatrização, assim como precisa se restaurar a força muscular,
para assim se usar a prótese;
● Condições funcionais do paciente, uma vez que um paciente jovem e atleta, por
exemplo, vai precisar de alguns componentes específicos, já se é um paciente
idoso e com uma vida mais intradomiciliar, serão outros componentes;
● Nível de atividade física do paciente;
● Atividade profissional;
● Atividades de lazer;
● Ambiente de moradia e trabalho, se a pessoa possui acessibilidade ou não;
● Condições econômicas;
● Experiência anterior com próteses;
● Colaboração cognitiva do usuário;
NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO
Distal: menor gasto energético, adaptação protética mais fácil, menor custo financeiro,
retorno ao convívio social e profissional mais rápido. Assim, quanto mais distal melhor
para o paciente.
DESARTICULAÇÃO INTERFALANGEANA: não altera a função, equilíbrio e
deambulação.
Amputações do hálux: deve haver a preservação da base da falange proximal, para assim
manter a inserção do extensor e flexor curto do hálux, assim não haverá alteração marcha.
Caso não consiga preservar a base irá haver influência na flexão dorsal (balanço) e
propulsão.
O paciente que geralmente sofre essa amputação é decorrente de alguma complicação do
pé diabético, mas também pode ocorrer no caso de alguns traumas.
No caso da desarticulação interfalangiana, não usa próteses e, quando usa, é uma prótese
de silicone por questões estéticas.
DESARTICULAÇÃO METATARSOFALANGEANA: Amputações isoladas, ou
seja, apenas um dedo, do 2° ao 5° dedo não alteram a marcha.
Em que, irá haver um prejuízo na marcha, caso se ampute vários.
Sendo a órtese funcional e estética.
Hálux: fase de impulso - marcha mais lenta. O hálux é o componente do pé mais
importante para a fase de impulso. Também haverá um prejuízo da marcha quanto ocorrer
amputação de todos os dedos menos o hálux. A prótese nesse caso será estética, feita de
silicone e irá auxiliar na fase de propulsão da marcha.
AMPUTAÇÃO TRANSMETATARSINA:
Secção: próxima à cabeça ou base dos metatarsos. Isso ocorre porque a tendência dos
metatarsos é realizar uma flexão plantar caso seja seccionado no meio dos metatarsos e,
assim, pode levar a uma lesão de tecidos moles. Já se amputação for feita próxima a
cabeça do metatarso, o coto é maior e, portanto, a tendência de flexão plantar é maior.
Por fim, se a amputação for próxima às bases, é mais difícil que o paciente faça a flexão
plantar, porque praticamente não há coto, sendo difícil o movimento. Além disso, se
houver a flexão plantar nesse caso, não haverá prejuízo, porque próximo às bases o osso
é esponjoso e não há perigo de ter lesão de partes moles. Dessa forma, o melhor é realizar
a amputação próxima às cabeças metatarsianas, pois quanto mais distal, melhor par ao
paciente.
Se faz uma artrodese (articulação fixa, que não permite movimento) entre a tíbia e o
calcâneo, em que se bota a tuberosidade do calcâneo, unindo a tíbia e fíbula, para
aperfeiçoar a descarga de peso distal sobre o coto.
AMPUTAÇÃO TRANSTIBIAL: (3)
Podendo ser no terço proximal, médio e distal, sendo que a distal é a
melhor, por favorecer um coto maior.
Já há um impacto socioeconômico e psicológico, e diminuição da
qualidade de vida.
Irá haver a preservação da articulação do joelho, gerando menos
gasto energético na marcha.
Há uma facilidade para colocação e remoção da prótese.
A marcha segue fisiológica na fase de balanço e apoio.
Não permite descarga de peso distal no coto, devido á secção, uma
vez que no local é osso cortical, levando a lesão de tecidos moles.
• Tendência a deformidade: flexão de joelho, assim, se o
paciente não tem a capacidade de fazer a extensão de joelho
ativamente, não é possível utilizar a prótese, pois não é possível encaixar a
prótese.
A descarga de peso ocorre nas mesetas tibiais e tuberosidades tibiais.
AMPUTAÇÃO TRANSFEMURAL: (1)
Pode ser no terço proximal, médio ou distal.
● Tendência a deformidade: flexão e abdução do quadril
Flexão devido ao elevado tempo em sedestação (encurtando o iliopssoas) e
abdução devido ao desequilíbrio entre abdutores e adutores, já que os adutores
terão sua inserção reduzida.
Quanto mais proximal o nível de amputação, maior a tendência a deformidades.
Nível mais proximal aceito: coto ósseo com 8 cm abaixo do trocanter menor. Caso não
tenha os 8 cm se faz uma desarticulação do quadril.
É contra-indicada a descarga distal.
Cotos distais: maior alavanca - maior controle
Os amputados transfemorais têm 65% a mais no gasto energético, quando comparado aos
não amputados. Por isso pacientes cardiopatas precisam da liberação do cardiologista.
DESARTICULAÇÃO DE JOELHO: (2)
Nesse caso, ocorre apenas a desarticulação da tíbia e, portanto, a patela é preservada. A
patela é preservada porque se ela for retirada, há um prejuízo na atividade do quadríceps
para flexionar o quadril.
Vantagens em relação a transfemural:
● Maior braço de alavanca
● Maior força muscular
● Possibilidade de descarga distal, pois o peso é descarregado sobre os côndilos
femorais, já que não há secção óssea.
● Melhor sistema de suspensão protética, que consiste na capacidade do paciente
aderir a prótese ao encaixe do coto. Ou seja, se o coto é mais comprido, há uma
melhor suspensão, pois há mais contato com o membro. Já se o coto for mais
curto, a suspensão é prejudicada.
● Facilidade para colocação e remoção da prótese
● Menor gasto energético durante a deambulação
DESARTICULAÇÃO DO QUADRIL:
Não apresenta coto ósseo, já que irá haver a desarticulação da cabeça do fêmur da
cavidade acetabular.
Cobertura músculocutânea do glúteo máximo, sobre a cavidade acetabular, para assim se
inserir a prótese.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Nas primeiras 24h após a cirurgia, ou seja, no pós cirúrgico imediato, com o paciente
ainda no leito hospitalar, realiza-se a crioterapia e cinesioterapia. O paciente está em
repouso no leito e por isso realiza-se a crioterapia, bem como cinesioterapia de membros
superiores, do membro contralateral etc. A crioterapia, é utilizada para dor e inflamação.
No período pós operatório, a região do coto estará com os sinais típicos da inflamação:
edema, hiperemia, dor. Desse modo, a crioterapia atua combatendo essa inflamação local.
Nas primeiras 24h após a cirurgia, o paciente pode estar sonolento, fragilizado e sentindo
alguma dor, então os exercícios que podem ser realizado são, por exemplo, exercícios
ventilatórios de expansibilidade torácica. Ficar um dia em posição de decúbito dorsal faz
com que a pessoa ventile pouco, sobretudo na região das bases pulmonares. Por isso os
exercícios ventilatórios podem ser realizados a fim de evitar acúmulo de secreções,
atelectasia (colapso alveolar que gera complicação respiratória) etc.
48-72h – Primeiros dias pós-cirúrgicos: começa a colocar o paciente sentado e ver se ele
tolera a sedestração. Em seguida, pode colocar o paciente em pé (ortostase), ainda que
seja apenas em apoio unipodal por se tratar das primeiras 48-72h, e se for possível começa
a realizar a deambulação (marcha) com um andador, estando o paciente em apoio
unipodal. Se o paciente está sentado e será colocado em pé pela primeira vez após a
cirurgia, ele pode apresentar náusea, tontura e vômito e por isso é indicado esperar um
pouco ao levantar o paciente a fim de observar se esses sintomas surgirão. Caso isso
aconteça, não começa a deambulação. Se o paciente não apresentar esses sintomas ao
levantar, pode começar a deambulação com o andador. Sedestração – Ortostase –
Marcha
A principal causa de amputação de MMII são as complicações da Diabetes (essa doença
crônica metabólica gera problemas vasculares). A segunda principal causa são os traumas
(provocados por acidentes de trânsito, entre outros). Sendo assim, mesmo em pacientes
mais fragilizados, a exemplo de pacientes mais idosos, bem como os pacientes com DM,
pode-se realizar a deambulação. Pacientes com comprometimento da musculatura
também podem realizar a deambulação no pós operatório, porém é necessário ter cautela.
Nesse período inicial, o paciente amputado realiza uma marcha com andador fixo que
promove maior estabilidade; essa marcha deve ser de 2 pontos (andador e depois
membro), sendo uma marcha com objetivo totalmente funcional.
OBS: É indicado calçado com apoio atrás para promover maior segurança ao paciente
durante esse período inicial de deambulação.
• DLM/BANDAGEM/MOBILIZAÇÃO DE TORNOZELO
O coto do paciente pode se apresentar muito edematoso e isso vai gerar muita dor no coto.
O que se pode fazer no coto, caso não tenha nenhuma complicação na ferida, é drenagem
linfática manual (DLM). A drenagem linfática é muito superficial, portanto o que ela
faz é uma tração da pele. Na drenagem linfática manual (o método Leduc, mais utilizado
para linfedema), não é feita pressão. Ao fazer pressão, no caso da drenagem que “aperta
e arrasta” o líquido, trata-se de uma drenagem venosa. Ao fazer pressão nos tecidos, os
canais linfáticos fecham. Desse modo, na drenagem que “aperta e puxa”, o líquido está
sendo drenado por via venosa, pois, com a pressão, as paredes dos capilares venosos não
são fechadas e essa parede dos capilares venosos drenam líquido, não drenam
macroproteínas. Em comparação ao capilar linfático, se fizer pressão, de acordo com a
anatomia, acaba fechando os capilares linfáticos.
Torna-se evidente, portanto, que o fisioterapeuta deve fazer uma tração da pele, e não
uma pressão, pois desse modo ele abre os capilares linfáticos e consegue drenar tanto o
líquido quanto macroproteínas. No coto, há uma zona de gânglios linfáticos muito
próximas, que se trata da zona inguinal. Portanto, é possível facilitar a drenagem
utilizando esses gânglios. A drenagem linfática manual é muito mais suave e o paciente
não sente dor, mesmo quando a DLM é realizada nessa zona do coto com bastante
inflamação. A DLM vai ajudar na redução do edema.
Logo após a drenagem linfática manual, realiza-se uma bandagem, com pouca pressão
inicialmente, pois o paciente ainda estará com o coto muito edematoso então se faz um
pouco mais de pressão na parte distal e menos pressão na parte proximal. Além de estar
modelando o coto para que ele adquira uma forma cônica, essa bandagem também estará
contribuindo para uma drenagem por via venosa. Nesse caso não se trata de um linfedema,
mas sim de um edema provocado por uma questão vascular devido à cirurgia e por isso
não tem problema em drenar também pela via venosa. A drenagem linfática só é
considerada uma melhor opção, pois se o fisioterapeuta tivesse que fazer a drenagem
venosa, teria que usar a pressão. Nesse caso, a pressão provocaria dor ao paciente.
Portanto, a indicação da drenagem linfática manual é apenas por esse motivo (evitar dor)
e não pelo fato de ser um linfedema, pois não é um linfedema nesse caso. Deve-se realizar
a mobilização do tornozelo da perna boa.
Se a amputação for transfemoral, é importante ensinar ao paciente o posicionamento em
decúbito prono para que ele fique nessa posição 2 ou 3x por dia, durante 20 minutos a
fim de evitar a deformidade comum de uma amputação transfemoral, que é a deformidade
em flexão e abdução. Alguns exercícios simples podem ser feitos com o paciente. No
caso de indivíduos mais idosos, o exercício pode ser ensinado a algum familiar para que
este faça com o paciente durante o dia. Esses exercícios são, basicamente, para ajudar o
paciente a começar a mobilizar o coto, evitar deformidade etc. Os exercícios em casos de
amputação transfemoral são diferentes dos exercícios realizados em caso de amputação
transtibial. Esses exercícios dão início ao trabalho de fortalecimento muscular,
preservação da amplitude de movimento, bem como ajudam na flexibilidade. Deve-se
ensinar o paciente a ficar em decúbito prono, em seguida, pode-se colocar uma almofada
na altura do umbigo para estimular a extensão de quadril. A almofada debaixo do coto
não é interessante, bem como colocá-la entre as pernas, pois essas posições incentivam a
deformidade em flexão e abdução. Não é indicado ensinar o paciente a apoiar o coto na
muleta, pois isso incentiva a flexão.
No caso de amputação transtibial, não é indicado cruzar as pernas nem ficar sentado com
o joelho/o coto em flexão. É indicado que o joelho esteja sempre em extensão, tanto que,
se o paciente utilizar cadeira de rodas, existe um dispositivo muito usado pelos terapeutas
ocupacionais que consiste em uma extensão da cadeira de rodas que mantém o coto em
posição de extensão, ou seja, mantém o joelho em extensão nas amputações transtibiais.
PRÉ-PROTETIZAÇÃO
O paciente já fora do hospital, no período de fisioterapia pré-protética, ou seja, em
preparação para a prótese, há a preparação do coto para protetização.
Tratamento do coto – bandagem compressiva – drenagem linfática manual – trabalho de
dermatofuncional na cicatriz – dessensibilização dos neuromas – exercícios de
cinesioterapia passiva, ativa, ativa resistida de coto – exercícios para evitar as
deformidades mais comuns nas amputações – exercícios globais de membros superiores
e inferiores, principalmente tronco – educação da marcha – descarga de peso com
finalidade proprioceptiva.
1. ENFAIXAMENTO COMPRESSIVO
➔ ENCAIXE
É o componente mais importante, porque é o ponto de encontro entre o membro e a
prótese. Ele precisa ser muito bem feito, uma vez que é onde o paciente controla a prótese.
O encaixe é o principal componente de uma prótese, independentemente do nível de
amputação, ele é o elo entre o coto de amputação e a prótese, sendo que a precisão do
encaixe influencia o controle da prótese, a qualidade da marcha e o conforto do uso,
tendo funções de englobar o volume do coto sem inibir a circulação sanguínea,
fixando a prótese ao coto do paciente, possibilitando a transmissão de forças e
controle dos movimentos.
➔ MECANISMOS DE SUSTENTAÇÃO
É como o encaixe vai se manter dentro do coto. Ao andar, a prótese não sai da perna, ou
seja, é o mecanismo de adesão do encaixe no coto, ou do coto no encaixe.
• MECANISMO DE SUSTENTAÇÃO POR SUCÇÃO:
é um mecanismo de sucção a vácuo e ele é composto por uma silicone com anéis
que ajudam a gerar um atrito dentro do encaixe. Nesse caso, ao colocar no encaixe,
o ar sai por uma valva, que é posteriormente fechada, e, portanto, coto fica preso
a vácuo. Ao sair todo o ar, devido a descarga de peso, ele não consegue voltar
para dentro do encaixe. Para tirar a prótese, basta abrir a válvula, fazendo com que
o ar entre e a prótese possa ser retirada.
• MECANISMO DE ENCAIXE POR PINO
O pino se encaixa em um orifício presente na prótese.
1) FERIMENTOS: não pode protetizar com ferimentos, ou seja, não há como haver
mecanismo de sustentação.
2) MOVIMENTO DE PISTONAMENTO: no mecanismo de sustentação não
pode existir movimento entre o coto e o encaixe, chamado de movimento de
pistonamento, e para isso podem ser usadas meias. Pode usar até 3 meias, porque
mais que isso pode levar à perda de propriocepção.
3) Nas bordas do encaixe podem ser colocados tecidos moles.
➔ JOELHO
O joelho é utilizado no caso de uma amputação transfemoral, quando há uma
desarticulação do joelho, ou na desarticulação do quadril. No entanto, não é usado na
amputação transtibial, pois o paciente tem o joelho.
O joelho mecânico, então, tem que ter duas características importantes:
1) Permitir estabilidade na fase de apoio: ou seja, ao realizar o contato inicial e
logo em seguida a fase de apoio, a prótese tem que dar estabilidade, não pode
dobrar, ou seja, tem que manter a extensão do joelho, uma vez que caso isso não
ocorra, o paciente pode cair.
2) Bom controle e funcionalidade no balanço: então, o ideal é que na fase de apoio
a prótese mantenha uma extensão de joelho e na fase de balanço ela tenha flexão
de joelho. Dessa forma, a prótese tem que permitir a flexão e depois a extensão
para o contato inicial novamente. Assim, o joelho tem que ser estável para suportar
a fase de apoio e suportar o peso do corpo do paciente, e, além disso, ele precisa
dar a leveza do gesto de durante a fase de balanço permitir a flexão.
Existem alguns mais comuns a prática clínica e outros menos comuns. Sendo os com
maior frequência o com trava manual, auto-freio, e possa ser ter que tenha algum
pneumático ou hidráulico, e um microprocessador só em lugares específicos.
2. AUTO-FREIO:
É um dispositivo que dobra o joelho na fase de balanço e é chamado de “auto-freio”
porque ao realizar a descarga de peso, o joelho trava e só destrava ao tirar o pé todo no
chão, ou seja, enquanto tiver pé apoiado, ele não destrava.
No entanto, embora esse tipo de prótese dobre o joelho, a marcha não é totalmente
fisiológica porque há uma tripla flexão exagerada, pois ele precisa tirar o pé do chão.
Dessa forma, esse é um movimento pouco delicado, mais grosseiro e rápido. Ainda assim,
esse tipo de joelho ainda é melhor que o joelho de trava manual.
Esse joelho parece ter apenas o funcionamento dos agonistas e os antagonistas não
funcionam. Assim, há amplitude no movimento, mas não há controle dessa articulação.
3. PNEUMÁTICOS:
5. MICROPROCESSADORES (C-LEG):
É um joelho hidráulico com microprocessador. Ele possui boa ação de agonistas e
antagonistas, que controlam o movimento, dando mais precisão e, assim, permite ter a
amplitude do movimento e depois a estabilidade e esse joelho requer muita manutenção
e treino.
O microprocessador é sempre atrelado ao joelho hidráulico.
RESUMO: para escolher o tipo de joelho, tem que ser observado o custo-benefício. Ou
seja, não adiantar dar ao paciente que não tem condição física como força, equilíbrio,
nível de atividade física, um joelho de alta tecnologia, pois ele não vai usufruir e, além
disso, pode prejudicar. Assim, um paciente idoso, com vida intra-domiciliar, o joelho
indicado é o de trava manual para dar estabilidade para ele, mas se já for um idoso mais
ativo, com uma marcha comunitária e com nível razoável de equilíbrio e força, o indicado
é o auto-freio. Se for um paciente mais jovem que ainda trabalha, ativo, ou seja, que vai
ter uma marcha extracomunitária, o indicado é um joelho mais tecnológico que o auto-
freio, como o pneumático. Ainda, a depender do paciente, se o paciente for jovem e muito
ativo, que gosta de atividades esportivas, pode ser indicado um joelho hidráulico.
➔ PÉS MECÂNICOS
O tipo de pé depende dos demais componentes. Por exemplo, se o joelho escolhido é com
microprocessador, o tipo de pé não pode ser um pé simples, não articulado. Assim, o
joelho tem que estar bem coordenado com o pé. Outro exemplo é um joelho com trava
manual e o pé multiaxial.
É possível classificar os pés mecânicos em quatro tipos: não articulados, articulados
(monocêntricos), multiaxiais e pés de resposta dinâmica.
O tipo do pé sempre acompanha o joelho quando a amputação é transfemoral. Já na
amputação transtibial é preciso avaliar a questão física e a funcionalidade do
indivíduo, pois ele já tem joelho. No paciente mais ativo, por exemplo, o pé tem que ser
aquele que se adequa as atividades que ele vai desenvolver.
Um pé multiaxial para um paciente idoso não é o mais indicado, pois ele fica mais instável
e, portanto, será prejudicial.
Tem a separação dos dedos, enquanto o tipo SACH não tem. Esse tipo de pé é feito
com um pouco mais de material de plástico e, portanto, é mais flexível. É importante
ressaltar que esse tipo de pé não tem movimento, mas é mais flexível, o que simula
um pouco de movimento. Então, é indicado para um paciente idoso jovem e mais
ativo, que tem o joelho do tipo trava manual ou auto-freio, que tem uma melhor
qualidade de marcha.
2. MONOCÊNTRICOS:
4. RESPOSTA DINÂMICA:
é vista apenas em atletas, seja amador ou profissional. Não tem articulação, é feita de fibra
de carbono e, portanto, deforma e dá mais vantagem mecânica. Pode ser utilizado com o
joelho hidráulico.
REABILITAÇÃO PÓS-PROTÉTICA
O paciente já com a prótese, é primordial:
• ENSINAR AO PACIENTE A COLOCAR E TIRAR A PRÓTESE a
depender de qual o mecanismo de sustentação, se é à vácuo ou a pino.
• HIGIENE: deve-se ensinar, ainda, a higiene da prótese, principalmente
relacionada a lavagem da silicone, que está em contato direto com a pele.
Para lavar a silicone, por exemplo, pode ser utilizada uma bucha, sabão neutro e água,
lavando a região que entra em contato com a pele, enxagua e deixa socar. O ideal é não
secar com pano, pois qualquer material felpudo gruda na silicone e isso estraga.
• TRABALHO DE EQUILÍBRIO;
• DESCARGA DE PESO: é importantíssimo, porque normalmente esses
pacientes durante a fase de apoio tendem a descarregar menos peso, diminuindo
o tempo da fase de apoio do membro com a prótese. Ou seja, os pacientes tendem
a diminuir a fase de balanço do membro não amputado para diminuir o tempo da
fase de apoio com o membro com a prótese e, com isso, a marcha não é realizada
de forma correta. Assim, é preciso trabalhar a descarga de peso para que o
paciente se sinta seguro na fase de apoio.
Para iniciar a marcha com a prótese, é interessante primeiro que ela seja realizada nas paralelas,
sendo a fase bem inicial, logo que a prótese chega. Isso porque a paralela é uma base fixa e estável,
fazendo o paciente dar alguns passos, trabalhar a descarga de peso. Também é possível utilizar o
espaldar para o paciente ficar em bipedestação pela primeira vez, trabalhando também a descarga
de peso, além de permitir fazer os ajustes da prótese. Também é importante usar dispositivos de
marcha, saindo das paralelas para o andador, depois para duas muletas e, por fim, para uma muleta
(observando a altura adequada).
AMPUTAÇÃO DE MEMBROS SUPERIORES
A maioria das amputações dos membros inferiores se dá devido a amputações e não por
malformações. O membro superior não realiza descarga de peso, é um movimento mais
complexo. O membro superior, então, não tem a função de carregar peso, mas sim
estimular o Sistema Nervoso Central, para satisfazer as vontades, como comer, tocar e
etc.
O membro superior tem uma estrutura corporal que foi feita para ter destreza, onde os
segmentos têm o objetivo de desenvolver e estimular o SNC, enquanto o membro inferior
tem a função de permitir deslocamento, por exemplo. Assim, o membro superior dá
função ao corpo e, dessa forma, não é preciso fazer uma artrodese, pois não é preciso
descarregar peso. Portanto, o membro superior é a interface entre o Sistema Nervoso
Central e o mundo, pois a maioria das atividades realizadas no dia-a-dia são possíveis
graças ao membro superior.
Se controla os movimentos através dos cabos que estão conectados pelo corpo do
usuário.
Se movimenta o membro residual (movimento de ombro)/cintura escapular/ membro
superior contralateral
COMPONENTES: Encaixe por sucção; Complemento do braço (o terço inferior);
Articulação correspondente ao cotovelo; Complemento correspondente ao antebraço
Articulação correspondente ao punho, que não move em flexão e extensão, e se faz
supinação e pronação através apenas do punho, diferente da fisiologia que ocorre no
cotovelo e punho. Em que, para que a pronação e supinação ocorra depende do giro do
gancho.
Cabo de tração, correias, mão e luva. Podendo se usar sem luva também.
A pinça se faz através do gancho, que é menos estética, porém é mais funcional que a
mão pois permite a pinça fina, que nas atividades de vida diária serão importantes. Já
que a mão só faz preensão, quando se mexe a cintura escapular. Assim, esse movimento
de pinça será realizado através de movimentos escapulares, em que na protração se abre
a mão, e no retorno se fecha a mão, não sendo tão simples.
ELÉTRICAS OU MIOELÉTRICAS
BEBIONIC
ENDOPRÓTESE
➔ OMBRO
4. ARTROPLASTIA REVERSA: essa é uma prótese total, que substitui tanto a parte
glenoide quanto a parte umeral. Com a prótese reversa pode-se alcançar até um pouco
mais (120º, por exemplo). Já com a artroplastia total é possível apenas ir até uns 90° no
máximo, normalmente sendo menos, pois se utiliza apenas as fibras do deltoide para fazer
o movimento, bem como na artroplastia parcial
Normalmente, esses casos de artroplastia reversa são mais indicados nos casos de
Artropatia do Manguito (artropatia por lesão do manguito).
QUADRIL
o ARTROPLASTIA PARCIAL OU PRÓTESE PARCIAL
Utilizada para substituir somente a cabeça do fêmur.
Indicação: fraturas quando pode ser aproveitado o revestimento de cartilagem da cavidade
acetabular, ou seja, uma fratura de colo femural, fratura de cabeça femural, ou a fratura
intertrocantérica, ou um quadro de osteoartrose elevado na coxofemoral, assim se
substitui a articulação.
Assim, se usa ela quando a cavidade acetabular não está comprometida, e pode ser
conservada.
o ARTROPLASTIA TOTAL OU PRÓTESE TOTAL
o PRÓTESE CIMENTADA
Por ser cimentada não precisa de um tempo grande para que o osso se modele e se
adapte, fixando o material colocado, já que se usando o cimento a aderência dessa
prótese ao osso será muito mais rápida. Assim, nas primeiras 48 horas, quando
colocada uma prótese de quadril já deve se caminhar.
Se usa de um cimento acrílico, sendo o cimento ósseo que fixa o componente acetabular
no quadril e o femoral no fêmur
A mais utilizada é a prótese de Charnley
O componente acetabular é feito de polietileno de alta densidade, que tem semelhanças a
superfície articular.
Parte femoral: liga metálica cobalto-cromo, que também é recoberta pelo cimento
cirúrgico.
Aço Inox
Usada para pacientes com idade mais avançada, ou que tem um quadro de osteoporose
mais elevado, e que não se consegue reservar a cavidade acetabular, assim ela será
substituída.
Proporciona fixação imediata do implante
o PRÓTESE NÃO-CIMENTADA
A fixação é feita diretamente na superfície óssea através de parafuso, em que ela possui
ourifícios.
Sem cimento ósseo, e assim é necessário um crescimento ósseo, sendo que normalmente
a base é mais porosa, favorecendo a osteointegração, e crescimento do tecido.
Indicado para pessoas mais jovens, com boa qualidade óssea.
Material: Cromo-titânio e Cobalto (hidroxiapatita)
o PRÓTESE HÍBRIDA – se tem material de osteossíntese que fixa junto ao
cimento.
Componente Acetabular é fixado à bacia através de parafusos
Componente femoral fixado com cimento ao fêmur
Usada em pacientes com até 75 anos de idade, pois possuem uma menor qualidade óssea.
o PRÓTESE TOTAL DE REVESTIMENTO OU “RESURFACE” – usa o
cimento
Preservação da cabeça, cobrindo apenas a parte da articulação que está doente, assim pode
ser utilizado em pacientes mais jovens, pois terá uma melhor estabilidade da articulação,
permitirá uma maior ADM, do que uma prótese total ou parcial.
Indicação: pacientes jovens e com alto nível de atividade, tanto para as articulações do
ombro, como do quadril, apesar de não existir para joelho.
O tecido conectivo cria uma capa que serve de... Não é possível preservar tudo, os
músculos etc.
A articulação da artroplastia é uma articulação estável, em que se coloca pressão sobre
ela. Quando comparada à articulação do ombro, essa é menos estável.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DA ARTROPLASTIA TOTAL
DE QUADRIL
Quanto mais ativo o paciente melhor será a recuperação. Assim como, quanto mais tempo
o paciente passar parado, ela irá contrair comorbidades, fraqueza muscular, dentre outros
fatores.
Nas primeiras 24h, normalmente o paciente ainda está restrito ao leito, sendo assim
deve-se explicar a recuperação, explica o que aconteceu e começa a se fazer algumas
condutas como isometria de quadríceps, assim como exercícios respiratórios que são
importantes neste momento, pois a tendência é que o paciente respire com um volume
corrente menor, por estar restrito ao leito. Além de crioterapia local e uma sedestação
progressiva, em que aos poucos vai botando o paciente sentado e posteriormente em pé
Nas 48h, irá realizar a sedestração com o paciente, seguida da ortostase, e assim o uso de
dispositivo de marcha (2 muletas ou o andador) e assim gerar o equilíbrio estático, sem
fazer a descarga de peso total no membro, devendo ser parcial, principalmente se for não
cimentada.
Primeiros 5-7 dias: Nas primeiras semanas, é importante evitar a luxação
total da prótese de quadril, que é muito comum, pois é apenas a articulação,
devendo dar recomendações ao paciente de como evitar essa luxação. Em
pacientes idosos já não tem mais cápsulas e ligamentos, assim não são
preservados.
Se antes da cirurgia era um paciente funcional, a recuperação será boa, do
5°/7° dia já se espera que o paciente esteja subindo e descendo escadas, após ter ocorrido
a reeducação da marcha com dispositivos de auxílio
Depois dos 5 primeiros meses, o paciente poderá fazer os movimentos de flexão, rotação
interna e adução que antes eram proibidos, pois o risco será menor, apesar de que ele
deverá manter a prudência.
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO PARA A ARTROPLASTIA DE
JOELHO
Alguns pacientes podem demorar até 1 ano para a recuperação total. Porém, eles são
satisfeitos com a cirurgia, pois se consegue a diminuição da dor, tendo uma melhor
qualidade de vida. Assim, caso a paciente use recorrentemente joelheira, e sinta dor, se
indica a artroplastia para melhor a qualidade de vida dessa paciente.
Nas primeiras 24h, normalmente o paciente ainda está restrito ao leito, sendo assim
deve-se explicar a recuperação, explica o que aconteceu e começa a se fazer algumas
condutas como isometria de quadríceps, assim como exercícios respiratórios que são
importantes neste momento, pois a tendência é que o paciente respire com um volume
corrente menor, por estar restrito ao leito. Além de crioterapia local e uma sedestação
progressiva, em que aos poucos vai botando o paciente sentado e posteriormente em pé
Nas primeiras 48 horas, o grande diferencial de uma artroplastias de joelho, é que
assim que tirar o dreno deve-se pegar uma coberta do hospital e solicitar ao paciente que
quando estiver deitado colocar a coberta na planta do pé, e assim começar a puxar
forçando a flexão de joelho. Já que esse exercício ou outro parecido são cruciais para
que se comece a fazer a mobilização para a flexão de joelho. Podendo utilizar também o
aparelho de Mobilização passiva contínua, que não seria tão bom, pois se busca fazer a
mobilização passiva de flexão e extensão até 90° de flexão, após isso não se torna
necessário persistir nessa mobilização, já que até os 120° ele chegará ao longo do tempo
que for fazendo as suas atividades de vida diária.
Sedestração – Ortostase – Dispositivo de marcha – Equilíbrio estático. Em que deve-se
ficar atento se quando botou o paciente em pé, ele ficou com náusea, tontura, se andou
bem, e caso não se bota ele sentado novamente e espera um tempo para voltar.
DESCARGA DE PESO PROGRESSIVA
A curto e longo prazo, deve-se fazer a reeeducação da marcha, ensinar o uso de órtese,
já que normalmente um paciente que botou a órtese total de joelho será um paciente que
irá usar os dispositivos de marcha, lembrando que se antes da cirurgia ele andava sem
ajuda, ele voltará a andar sem ajuda. E, se ele andava com alguma limitação, ele não
andará de uma forma melhor, apenas sem sentir dor. Deve-se fazer treino de equilíbrio
estático e dinâmico, além da propriocepção
Trabalho de cicatriz, já que essa cicatriz vem de cima da patela, até por baixo da
tuberosidade tibial, sendo uma cicatriz que passa por toda articulação do joelho, assim irá
limitar a flexão, pois irá se estirar a cicatriz. Dessa forma, deve-se trabalhar a cicatriz,
através da massagem cicatricial, para evitar essa redução de ADM na flexão, que é o mais
comum.
Mobilização passiva – ADM – até 90º, pois é o principal para que se tenha uma vida
funcional.
Fortalecimento muscular, podendo usar o FES, já que não poderá por exemplo fazer
agachamentos profundos.
Reeducação funcional para subir e descer escadas, podendo levar o paciente para outros
terrenos.