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CDU 611.73
Movimentos do Punho
Os principais movimentos do complexo do punho são a flexão, a extensão, a abdução, a adução
e a circundução. Todos esses movimentos ocorrem como resultado de uma combinação com-
plexa de movimentos nas articulações do punho e mediocarpal. Com relação à posição
anatômica, as amplitudes de flexão e de extensão são limitadas a aproximadamente 85°. Os
ligamentos posteriores restringem a flexão e os anteriores, a extensão. A abdução está restringida
em aproximadamente 15° pela orientação oblíqua da articulação do punho e pelo ligamento
medial. Em comparação, a adução é relativamente irrestrita, e tem uma amplitude de movi-
mento de 45°. Embora os movimentos do complexo do punho, além das amplitudes de movi-
mento, possam resultar em lesão, ela ocorre mais freqüentemente como resultado de abdução
excessiva, habitualmente em combinação com a extensão. Tais movimentos podem resultar em
fratura do escafóide ou do processo estilóide do rádio (Recht, Burk e Dalinka, 1987).
Articulação do Quadril
A articulação do quadril é uma junção sinovial tipo bola-e-soquete. A cabeça do fêmur é como
um hemisfério e articula-se com o acetábulo, relativamente profundo. A incisura acetabular é
transposta por um ligamento transverso que é reforçado com a borda acetabular. A borda
acetabular e o ligamento transverso formam uma superfície articular em forma de anel, tendo
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 203
a borda interna do anel um recesso em relação à borda externa, tal como uma arruela de metal
afundada. O recesso da fossa acetabular forma o centro do anel. O acetábulo é aprofundado
consideravelmente por um anel de fibrocartilagem ao redor de sua orla e da borda inferior do
ligamento transverso. O anel de fibrocartilagem é chamado de labro acetabular, e é estrutural e
funcionalmente similar ao labro glenóide do ombro. A articulação do ombro está envolvida
por uma cápsula articular cilíndrica, que é reforçada pelos ligamentos capsulares. O aspecto
anterior é reforçado por três ligamentos, a saber, o iliofemoral superior, o iliofemoral inferior e
o pubofemoral (Figura 7.7a). O aspecto posterior da cápsula é reforçado pelo ligamento
isquiofemoral (Figura 7.7b). Diferentemente da articulação do ombro, o quadril tem um liga-
mento intracapsular, conhecido como ligamento redondo (Figura 7.7c), que prende a cabeça do
fêmur (em um ponto chamado fóvea), e o ligamento transverso. Com o deslizamento da cabe-
ça do fêmur na borda acetabular, o ligamento redondo move-se dentro da fossa acetabular.
O formato da superfície articular, junto com a cápsula, com os ligamentos capsulares e o
ligamento intracapsular torna a articulação do quadril uma junção muito estável. Em compa-
ração ao ombro, a articulação do quadril é mais estável, mas menos flexível. Com relação à
posição anatômica, todos os ligamentos capsulares do quadril direito correm em um sentido
horário, do osso inominado até o fêmur, quando vistos de um aspecto lateral. Similarmente,
todos os ligamentos capsulares do quadril esquerdo correm em um sentido anti-horário a par-
tir do osso inominado até o fêmur, quando vistos de um aspecto lateral. Imagina-se que isso
ocorra a partir da evolução de uma postura quadrúpede para uma postura ereta (Williams et
al., 1995). A orientação dos ligamentos é tal que eles rapidamente se tornam retesados durante
a extensão do quadril e frouxos durante a sua flexão. Conseqüentemente, os ligamentos res-
tringem a extensão do quadril, mas não a sua flexão. Entretanto, a amplitude de flexão e de
extensão do quadril também depende do ângulo da articulação do joelho. Os músculos
isquiotibiais e quadríceps cruzam tanto o quadril como o joelho (ver Figura 2.5). Com o joelho
b
a Ligamento iliofemoral Ligamento
inferior isquiofemoral
Ligamento
iliofemoral
superior
c
Ligamento
pubofemoral
Ligamento
redondo
Ligamento
transverso
Cápsula
Figura 7.7. Ligamentos da articulação do quadril direito; (a) aspecto anterior; (b) aspecto posterior; (c) secção coronal.
204 JAMES WATKINS
Figura 7.8. Ações envolvendo o movimento na articulação do quadril e na coluna vertebral; (a) abdução
do quadril e flexão lateral da coluna vertebral; (b) flexão do quadril e flexão da coluna vertebral.
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 205
Complexo do Joelho
O complexo do joelho consiste de duas articulações: a tibiofemoral e a patelofemoral (Figura 7.9). Complexo do joelho: as arti-
culações tibiofemoral e patelo-
Ambas são sinoviais, e dividem a mesma cápsula articular. O movimento da articulação femoral
tibiofemoral determina grande parte do movimento patelofemoral. Os movimentos anormais
na articulação tibiofemoral tendem a causar movimentos anormais na articulação patelofemoral.
Em situações envolvendo carga dinâmica, a pressão nas duas articulações costuma ser alta, e
mesmo movimentos levemente anormais podem sobrecarregar partes articulares (Huberti e
Hayes, 1984). Conseqüentemente, a incidência de lesão no complexo do joelho é relativamente
alta em certos grupos de indivíduos, como aqueles envolvidos em esportes e em ocupações
que envolvam a elevação de cargas pesadas (LaBrier e O’Neill, 1993).
Articulação Tibiofemoral
Embora os côndilos tibiais sejam virtualmente achatados, os côndilos femorais têm um forma-
to de polia convexa. Conseqüentemente, a partir de um ponto de vista esquelético, a articula-
ção tibiofemoral é muito instável. Entretanto, essa falta de estabilidade esquelética é compen-
sada em um grau considerável por dois meniscos, fortes ligamentos extracapsulares, e podero-
sos músculos. O formato e a orientação dos meniscos e dos ligamentos permitem que a articu-
lação tibiofemoral funcione como uma dobradiça modificada, tendo a flexão e a extensão como
o principal plano de movimento.
a
b c
Fêmur
Patela
Tíbia
Figura 7.9. O complexo do joelho; (a) em extensão completa; (b) em 20° de flexão; (c) em 140° de flexão.