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BIOMECÂNICA

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Roldanas aplicadas
na cinética angular
Arielle Rosa de Oliveira

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

> Descrever os conceitos e definições da cinética angular.


> Diferenciar os tipos de roldana, sejam simétricas ou assimétricas.
> Identificar as repercussões que cada tipo de roldana gera no movimento
humano.

Introdução
O fisioterapeuta é o profissional que previne, avalia e trata as diferentes disfun-
ções cinético-funcionais do corpo humano. O movimento do corpo humano é um
dos principais campos de estudo do fisioterapeuta. Dentro desse campo, existe
a biomecânica, ciência que estuda e analisa o movimento, unindo diferentes
áreas do conhecimento como a anatomia, a fisiologia e a física, interligando-as e
explicando os efeitos das forças que o corpo exerce na aplicação dos movimentos.
Os movimentos aplicados durante a prática de atividades físicas também são
alvo de estudo da biomecânica. Nesse contexto, os exercícios terapêuticos passivos,
ativo-assistidos e resistidos utilizam diferentes equipamentos e recursos para sua
realização. Alguns equipamentos têm um sistema de roldanas em sua estrutura
que fazem parte do seu funcionamento mecânico, permitindo o direcionamento
das forças aplicadas.
Neste capítulo, você vai entender os conceitos iniciais da física aplicados à
cinética angular dentro da biomecânica. Você vai aprender a identificar o que
é uma roldana, distinguir os tipos de roldana e compreender a aplicação das
roldanas nas diferentes modalidades de atuação fisioterapêutica. Você também

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vai aprender a distinguir e aplicar as roldanas mecânicas e as roldanas anatômicas


de forma eficaz.

Conceitos e definições da cinética angular


A cinética angular é o estudo focado das causas do movimento angular. Para
seu melhor entendimento, é necessário conhecer alguns conceitos da física,
entre eles, o conceito de torque (T), que explica o movimento em volta de um
eixo fixo, aplicando-se uma determinada força (F) distante do ponto fixo (r),
conhecido como braço de alavanca do torque (HALL, 2021; HAMILL; KNUTZEN;
DERRICK, 2016). Então:

T=F∙r

A força aplicada é medida em newton, e a distância perpendicular, em


metros; assim, a unidade de medida do torque é definida como newton-metro
(N∙m) (HALL, 2021; HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). Um exemplo da aplicação
do conceito de torque na prática fisioterapêutica é apresentado na Figura 1,
que representa a avaliação da força muscular do paciente, em que o fisiote-
rapeuta aplica uma resistência manual ao movimento desempenhado pela
musculatura avaliada, enquanto o paciente precisa vencer essa resistência.
A força de resistência e a distância são diretamente proporcionais ao torque.
Caso o fisioterapeuta modifique o braço de alavanca, o torque é modificado
— ou seja, se aumentar o braço de alavanca, o torque também aumenta, e se
diminuir o braço de alavanca, o torque diminui. O mesmo raciocínio vale para
a força aplicada (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).

Figura 1. Teste de força muscular manual de extensores de cervical.


Fonte: Dutton (2010, p. 221).

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Já a inércia é quando um corpo tende a se manter em seu estado inicial


de movimento até que uma força externa seja aplicada. A inércia rotacional
é a capacidade do objeto de resistir a alterações em seu movimento angular,
sendo a grandeza que a representa chamada de momento de inércia (HAMILL;
KNUTZEN; DERRICK, 2016; MCGINNIS, 2015). O corpo humano tem segmentos
com pesos e formas diferentes; com isso, fica inviável definir um momento
de inércia igual para todo o corpo (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).
A Primeira Lei de Newton explica o princípio da inércia, em que um corpo
tende a permanecer em seu estado inicial até que uma força externa seja
aplicada. Em termos de grandeza angular, a força é representada pelo torque
(OKUNO; FRATIN, 2017). A Segunda Lei de Newton estabelece matematicamente
a expressão da força (F), conforme a equação a seguir (OKUNO; FRATIN, 2017):

F=m∙a

em que m é a massa, e a representa a aceleração. Em termos de grandeza


angular, a expressão da Segunda Lei de Newton é representada da seguinte
maneira (OKUNO; FRATIN, 2017):

T=I∙a

em que T é o torque, e I representa a inércia.


A Terceira Lei de Newton explica o princípio de ação e reação. Toda força
aplicada recebe uma força de igual intensidade e sentido oposto. O corres-
pondente angular dessa lei pode ser descrito como: um corpo que recebe um
torque aplicado terá como resposta um torque igual, de mesma intensidade
e sentido contrário (OKUNO; FRATIN, 2017).
Já a força centrípeta (Fc) é uma força gerada pelo movimento angular
oriunda do movimento circular. É uma força orientada para o centro do mo-
vimento rotacional (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016). Essa força pode ser
representada matematicamente conforme a fórmula a seguir (HALL, 2021):

em que v representa a velocidade do movimento, e r representa o raio de


rotação.

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Outro conceito importante é o centro de massa de um corpo. O ponto


do centro de massa é definido por meio da distribuição uniforme da massa
corporal; ele também é conhecido como ponto de equilíbrio do corpo. Assim,
variações no movimento, na posição do corpo e no peso dos segmentos podem
alterar seu centro de massa (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).
Essas são as relações entre as Leis de Newton e as grandezas lineares e
angulares. Essas grandezas estão resumidas no Quadro 1. A seguir, você vai
poder relacionar esse conteúdo aos conceitos de roldanas, verificando como
diferenciá-las e aplicá-las.

Quadro 1. Relação entre as grandezas lineares e angulares

Grandeza linear Grandeza angular

Força (F) Torque (T)

Impulso (Ft) Impulso angular (Tt)

Massa (m) Momento da inércia (I)

Momento (M) Momento angular (H)

Fonte: Adaptado de Okuno e Fratin (2017).

Reconhecimento e diferenciação dos tipos


de roldana
Os dispositivos mecânicos simples são aqueles que têm como objetivo melho-
rar a realização de atividades por meio do equilíbrio de forças, demandando
a aplicação de menos força e, consequentemente, facilitando a tarefa. Entre
eles, estão a alavanca, a roda, o plano inclinado, o parafuso, a cunha e a rol-
dana. As roldanas, também chamadas de polias, são dispositivos mecânicos
simples, compostos por uma ou mais rodas de material rígido, que giram em
torno do seu eixo central; além disso, elas contam com uma corda, um cordão
ou uma corrente que passa pela roldana.

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As roldanas são utilizadas com a finalidade de transferir força e têm como


função alterar o sentido ou a amplitude da força (DUFOUR; PILLU, 2016; FLOYD,
2016; LIPPERT, 2018; OKUNO; FRATIN, 2017). Elas podem ser classificadas como
alavancas de primeira classe, pois as forças de esforço e de resistência estão
em regiões opostas do ponto de apoio (HAMILL; KNUTZEN; DERRICK, 2016).
Historicamente, Arquimedes utilizou um sistema de polias para movimentar
um navio cheio de passageiros e cargas em cima da areia da praia, deslum-
brando o Rei Hierão (STEWART, 2019).
Há dois tipos principais de roldanas: as roldanas simétricas e as roldanas
assimétricas. As roldanas simétricas têm a força em equilíbrio durante todo
o movimento e são divididas em: fixas, que estão presas e apenas giram;
semifixas, que giram em torno de um eixo lateral; e móveis, que se movi-
mentam em rotação e translação. Já as roldanas assimétricas têm a força
inversamente proporcional em relação à distância perpendicular entre a
carga e o eixo e não têm subdivisões.
Observe na Figura 2 uma representação da roldana fixa, que tem seu eixo
fixado a um ponto de apoio e permite mudar a direção da força aplicada.

60 kg

100 kg

Figura 2. Roldana fixa.


Fonte: Adaptada de Knight (2009).

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Já a roldana móvel, apresentada na Figura 3, tem um dos extremos da sua


corrente fixado a um suporte e pode modificar a amplitude da força.

T4

T2
T5
T3


F
T1

10,2 kg

Figura 3. Roldana móvel.


Fonte: Knight (2009, p. 207).

As roldanas fixas apresentam, em uma das pontas da corda, a força de


resistência (FR) e, na outra ponta, a força de ação (FA), e estas estão em equi-
líbrio — assim, FR = FA —, levando a uma vantagem mecânica igual a 1; dessa
forma, elas não ampliam a força. Já as roldanas móveis têm um dos polos da
corrente amarrado a um suporte, o que permite que sua vantagem mecânica
seja maior que 1, reduzindo, assim, a resistência e permitindo ampliar a força.
Nesse tipo de polia, quando se está em equilíbrio:

Existem também as polias combinadas (fixas e móveis), representadas na


Figura 4, e a chamada cardenal, que corresponde a um grupo de polias. Em
ambos os casos, o objetivo é gerar uma maior eficiência mecânica, princi-
palmente em casos de peso elevado, sendo muito utilizadas na indústria; é o
caso do guincho, por exemplo. Quanto mais roldanas móveis, maior vantagem
mecânica se terá na máquina (DUFOUR; PILLU, 2016; LIPPERT, 2018; OKUNO;
FRATIN, 2017).

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Comprimento LB

m3
A Comprimento LA
yB

y3 m2
yA
y2 m1
y1

Figura 4. Polia combinada.


Fonte: Knight (2009, p. 209).

Muitos aparelhos de cinesioterapia (Figura 5) e equipamentos de tração


utilizam o sistema de roldana para alterar o sentido da força de resistência
ou alterar a amplitude da força. Um exemplo é o dos sistemas de tração or-
topédicos para tratamento de fraturas a nível hospitalar (HOUGLUM; BERTOTI,
2014; OKUNO; FRATIN, 2017).

Figura 5. Equipamento de cinesioterapia com sistema de roldanas.


Fonte: Lima e Pinto (2007, p. 20).

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Existem também as roldanas anatômicas, em que diferentes componentes


do corpo humano podem desempenhar a função de roldanas fixas. Os tendões
agem como um cordão em volta das estruturas ósseas (disco), e o líquido
sinovial presente nas articulações lubrifica essas roldanas, evitando, dessa
forma, o atrito entre as estruturas de contato (HALL, 2021; OKUNO; FRATIN,
2017). Alguns exemplos mais específicos de roldanas anatômicas são o maléolo
lateral e medial (eixo) e os tendões dos músculos anteriores e posteriores do
tornozelo (cordas). Essas polias são muito importantes para os movimentos
de dorsiflexão e plantiflexão de tornozelo (HALL, 2021). Há também a face
volar das falanges, que serve como eixo para os tendões flexores dos dedos.
Outros componentes do corpo humano que servem como roldanas incluem
a patela, que aumenta o torque dos músculos do quadríceps, o calcâneo (disco)
e o colo do fêmur (disco) (HOUGLUM; BERTOTI, 2014). Observe que o eixo de
rotação dessas polias, na maioria das vezes, será a articulação (FLOYD, 2016).
Cabe salientar que não existem exemplos de polias móveis no corpo humano,
somente fixas (LIPPERT, 2018).
O entendimento dos sistemas de roldanas é fundamental, pois são uti-
lizados pelo fisioterapeuta em diversas situações e momentos, tanto na
promoção como na prevenção e até mesmo na reabilitação do paciente.
Nesse contexto, estão inclusos os equipamentos de cinesioterapia e demais
aparatos de tratamento cinético-funcional e a própria roldana anatômica,
presente em diversas regiões do corpo humano. A seguir, serão abordadas
as repercussões das roldanas em sua aplicação na fisioterapia.

Repercussões de cada tipo de roldana em


um sistema
O uso de sistemas de roldanas fixas para exercícios resistidos dinâmicos e
isométricos de membros superiores, inferiores e tronco é um bom exem-
plo de aplicação das roldanas na fisioterapia. Nesse caso, a resistência do
exercício pode ser fixa ou ajustada pelo peso (pesos ou molas), e a carga é
constante durante a execução do exercício. No entanto, em equipamentos de
cinesioterapia convencionais, o torque de resistência pode oscilar conforme
a amplitude de movimento. Em geral, a maior produção de torque se dá
quando há orientação do seu emprego a 90° em relação ao segmento que
está trabalhando.
É muito importante que se tenha bom alinhamento com o eixo da articula-
ção trabalhada, além de correção durante os movimentos com roldanas, pois

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a maioria delas não proporciona estabilização externa, exceto os bancos e as


cadeiras. Também é importante que o movimento seja realizado de forma lenta
e controlada, para a segurança do paciente. No entanto, uma das principais
desvantagens é que o movimento muito lento e essa oscilação de torque ao
longo do movimento podem atrapalhar no incremento de funcionalidade ao
paciente (COLBY; BORSTAD, 2021; HOUGLUM, 2015).
Uma das vantagens dessa aplicação é que, na maioria das vezes, os equi-
pamentos para exercícios resistidos contam com um cabo e uma roldana
conectada a um acréscimo de peso livre ou fixado a um ponto fixo. No outro
extremo, pode-se adaptar diferentes dispositivos, como barras, pegadores,
alças, entre outros (BRODY; HALL, 2019), além de ser possível direcionar a re-
sistência em diferentes direções, a depender da máquina (MURER; BRAZ, 2019).
Assim, os equipamentos de cinesioterapia que têm o sistema de roldanas
são multifuncionais, pois permitem muitas possibilidades de exercícios (BRODY;
HALL, 2019). Além disso, por meio dos sistemas de roldanas, é possível a ati-
vação dos músculos sinérgicos e antagonistas do movimento, trabalhando-se
o movimento de forma mais ampla (MURER; BRAZ, 2019).
O fisioterapeuta é responsável por reavaliar e ajustar a carga mais ade-
quada para o paciente, conforme o seu grau de força, pois é comum a adapta-
ção ao exercício com determinado peso conforme a força do paciente melhora
(HOUGLUM, 2015). A fim de reduzir a mudança da produção da força conforme
a amplitude de movimento, foi criada a polia excêntrica representada na
Figura 6, que tem um formato diferenciado que altera o torque de resistência
no decorrer do movimento (LIMA; PINTO, 2007).

Figura 6. Equipamento de cinesioterapia com sistema de polia excêntrica.


Fonte: Lima e Pinto (2007, p. 20).

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Para ganho de amplitude de movimento, o uso de exercícios terapêuticos


com o emprego de dispositivos com polias é uma preferência, especialmente
para os membros superiores. Mesmo nos casos de pacientes que não têm boa
preensão palmar e bom controle motor, podem ser adaptados dispositivos
de auxílio. Os exercícios de manutenção ou incremento de amplitude de
movimento podem ser passivos ou ativos e podem incluir movimentos nos
diferentes planos do movimento, sejam eles cardinais ou diagonais (BRODY,
2019).

Os exemplos de equipamentos de cinesioterapia são inúmeros, em


diversas modalidades e técnicas. No método pilates, são quatro os
equipamentos mais utilizados, sendo um deles o Reformer. O Reformer conta
com dois sistemas de roldanas, um em cada lado da estrutura de suporte do
carrinho, com cordas que vão ligadas ao eixo das roldanas. Na extremidade das
cordas, podem ser acopladas alças, pegadores ou barra reta, que permitem a
execução de exercícios resistidos de membros superiores, membros inferiores,
tronco e abdominais (CALAIS-GERMAIN; RAISON, 2012; DUTTON, 2010).

O sistema de roldanas também é utilizado na tração espinhal mecânica das


diferentes regiões da coluna, especialmente na cervical, como exemplificado
na Figura 7, e na lombar. As técnicas de tração podem ser incorporadas ao
plano de tratamento terapêutico, com efeitos benéficos como: incremento
da extensibilidade dos tecidos conectivos; aumento de mobilidade articular;
ganho de espaço entre as vértebras, reduzindo as compressões; e maior
aporte sanguíneo da coluna.
As disfunções cinético-funcionais que mais têm indicação para o uso da
tração cervical incluem: compressão de raiz nervosa; hipomobilidade arti-
cular; dor subaguda; espasmo muscular; alteração do fluxo venoso, arterial
ou linfático; distensão muscular; e contratura dos ligamentos espinais ou
dos tecidos conectivos. E as principais contraindicações são: distensões
ou entorses agudas; fraturas; tumores; osteoporose; infecções ósseas ou
articulares; e gestação (HOOKER, 2014). Hooker (2014) relata que o tratamento
com a tração mecânica deve levar à melhora do quadro clínico do paciente
entre uma e duas semanas para ser considerado exitoso.

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Figura 7. Tração cervical mecânica com sistema de roldanas.


Fonte: Hooker (2014, p. 511).

Estudo de caso: Homem de 49 anos, com dor cervical inferior há


quatro dias após podar árvores no pátio de sua residência por horas,
é encaminhado para tratamento da dor. Na anamnese, relata dor cervical na
linha média inferior e região de trapézio superior bilateral. No exame físico
não houve sinais de déficit neural nem lesão discal. Apresenta amplitude de
movimento ativa normal, mas dolorosa no final da amplitude em todos os
planos de movimento, e a pressão excessiva aumenta a dor, sendo a extensão
o movimento mais álgico.

Plano de tratamento proposto: Iniciou-se tração cervical mecânica intermitente,


utilizando-se sistema de roldanas três vezes por semana, em que o paciente foi
posicionado em decúbito dorsal sobre mesa de tração para produzir uma tração
de 20° de flexão de cervical. Na aplicação inicial, foram utilizados 9 kg de tração,
com cada ciclo de tração com 15 segundos de tensão e 20 segundos de descanso
na sequência. O tempo total da sessão foi de 20 minutos. Foram incrementados
10% da força de tração a cada sessão, até se chegar ao máximo de 18 kg.

Resultados: O paciente apresentou redução do quadro álgico a partir da terceira


sessão, e foram realizadas seis sessões de tratamento no total. Foi estabelecido
um plano de exercícios terapêuticos para o paciente realizar em casa. Após duas
semanas, o paciente estava sem sintomas álgicos.

Fonte: Adaptado de Hooker (2014).

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Tratamentos ortopédicos de fraturas, muito presentes a nível hospitalar na


prática clínica dos fisioterapeutas, podem empregar os sistemas de tração por
roldanas móveis, em que a região lesada é imobilizada, e seu peso é atenuado
(HOUGLUM, 2015; OKUNO; FRATIN, 2017). O corpo humano apresenta roldanas
anatômicas, como vimos, e o mecanismo de cinética angular acontece, como é
o caso das articulações corporais que servem de eixo de rotação. Esses eixos
corporais não têm centro de rotação com localização fixa, variando conforme
o ângulo articular (FLOYD, 2016).

No início e durante todo o tratamento fisioterapêutico, é fundamental


que o fisioterapeuta realize a avaliação e a reavaliação cinético-fun-
cional detalhada do paciente, para que haja o melhor diagnóstico fisioterapêutico
e, assim, seja elaborado o melhor plano de tratamento e sejam escolhidos os
melhores recursos e técnicas (DUTTON, 2010). Entre esses recursos, podem estar
os recursos físicos com sistema de roldanas (HOOKER, 2014).

Assim, o estudo das roldanas aplicadas à cinética angular abrange desde


a definição de conceitos da física, como o torque, até o específico entendi-
mento da mecânica das roldanas, a diferenciação dos sistemas simétricos e
assimétricos e a aplicação dessas máquinas simples sobre o corpo humano.
Como visto, os sistemas de roldanas estão presentes na atuação do profis-
sional fisioterapeuta tanto no âmbito ambulatorial quanto no hospitalar, da
assistência primária à terciária, incluindo os equipamentos de cinesioterapia,
utilizados em clínicas ou academias, e de tração clínica e hospitalar; assim,
seu entendimento é essencial.

Referências
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