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Resistência dos

materiais
exercícios e estudo dirigido

Danilo Vieira barbosa


161013813
Conteúdo

1. Momento de inércia
1.1 Definição de momento estático (primeira ordem);
1.2 Definição de momento inercial de área (segunda ordem);
1.3Teorema dos Eixos Paralelos (teorema de Steiner);
1.4 Produto de inércia;
1.5 Aplicações.

2. Ensaios mecânicos
2.1 Definição de ensaios;
2.2 Ensaio de Tração;
Efeitos dos ensaios de tração;
2.3 Ensaio de Compressão;
Efeitos dos ensaios de Compressão;
2.4 Ensaio de Flexão;
2.7 Ensaio de resistência ao impacto;

3. Exercícios
1. Momento de inércia

O momento de inércia é a rigidez à rotação que um objeto possui. Ou seja, é um


valor escalar que nos diz o quão difícil é alterar a velocidade de rotação do objeto
em torno de um eixo de rotação pré-determinado. Quanto maior for o momento
de inércia, se torna mais difícil fazer o objeto girar, ou parar, se ele já estiver
girando.
O momento de inércia de um objeto depende de sua massa. Depende também
da distribuição dessa massa em relação ao eixo de rotação.
Quanto mais uma massa se move para mais longe do eixo de rotação, torna-se
cada vez mais difícil alterar a velocidade rotacional do sistema. Isso se dá, pelo
fato de a massa agora está carregando mais momento com ela ao redor do
círculo (devido à alta velocidade) e porque o vetor de impulso está mudando
mais rapidamente. Ambos os efeitos dependem da distância até o eixo.
O momento de inércia é definido pelo símbolo I. Para um único objeto, como uma
bola de tênis de massa m (mostrado na Figura 1), girando com um raio r em
relação ao eixo de rotação, o momento de inércia é:
I=m.r² ,em unidades do SI, é dada por kg⋅m².

Figura 1: Uma bola de tênis amarrada rotacionando próxima de um ponto


central.

Geralmente, sistemas mecânicos são feitos de muitas massas ligadas entre si


ou de formas complexas.
É possível calcular a inércia rotacional total para qualquer forma, em qualquer
eixo, somando-se a inércia rotacional de cada massa.
Para formas mais complicadas, geralmente é necessário usar o cálculo para
encontrar o momento de inércia. No entanto, para muitas formas geométricas
comuns, é possível encontrar tabelas de equações em livros ou outras fontes.
Elas normalmente dão o momento de inércia para uma forma girado em torno do
seu centroide (que muitas vezes corresponde ao centro de massa) da forma.

Figura 2: Equações para a inércia rotacional de algumas formas simples em


rotação.

1.1 Momento Estático

Semelhante à definição de Momento de uma força em relação a um eixo


qualquer, define-se Momento Estático (M) de um elemento de superfície como o
produto da área do elemento pela distância que o separa de um eixo de
referência.
Assim temos:
Momento estático em relação ao eixo X: Mx= y.dS;
Momento estático em relação ao eixo Y: My= x.dS.
Momento Estático de uma superfície plana é definido como a somatória de todos
os momentos estáticos dos elementos de superfície que formam a superfície
total.

Mespx =∑Mx
Mespy =∑My

A unidade do Momento Estático é área x distância e é: [L]× [L]² = [L]³ (m³, cm³,
mm³ etc);

O Momento Estático é utilizado para a determinação das tensões de


cisalhamento que ocorrem em uma peça submetida à flexão.
O Momento Estático de uma superfície composta por várias figuras conhecidas
é a somatória dos Momentos Estáticos de cada figura.

1.2 Momento de Inércia de Área

O Momento de Inércia de Área ou Momento de Segunda Ordem de Área é uma


propriedade de uma seção plana de um corpo, que tem relação com a resistência
à deformação. Apesar da semelhança em formulação e em alguns teoremas,
não deve ser confundido com momento de inércia de massa, que é usado no
estudo da rotação de corpos rígidos. É comum o mesmo símbolo (I) para ambos,
mas a distinção fica normalmente clara no contexto e nas unidades físicas.
Em Engenharia, é usual o emprego da expressão reduzida momento de inércia
para designar o momento de inércia de área.
Seja, conforme Figura 04, uma superfície plana genérica de área S e um sistema
de coordenadas ortogonais XY.

Os momentos de inércia em relação a cada eixo são dados por:

O momento polar de inércia em relação à origem é calculado por:

Da relação trigonométrica r2 = x2 + y2 conclui-se que

Da definição, pode-se notar que momentos de inércia são sempre valores


positivos. A unidade básica no Sistema Internacional (SI) é o m 4. O submúltiplo
cm4 é bastante usado para valores práticos.

1.3 Teorema de Steiner

Sejam uma superfície plana de área S e dois sistemas de coordenadas


ortogonais de eixos paralelos X1Y1 e XCYC, com as distâncias entre eixos
dadas conforme figura.

A origem do sistema XCYC coincide com o centróide C da superfície.


Figura 05
O teorema de Steiner (ou teorema dos eixos paralelos) relaciona os momentos
de inércia nessa translação de eixos:
Jx1 = JxC + S y1C2

Jy1 = JyC + S x1C2

E os momentos polares de inércia têm relação similar:

J01 = J0C + S r1C2

1.4 Produto de inércia

Figura 06

Seja uma seção plana qualquer de área S e um sistema de coordenadas XY


conforme Figura 06.

O produto de inércia dessa seção em relação aos eixos é definido por:


O produto de inércia tem a mesma dimensão do Momento de inércia (L4), mas,
diferente deste último, pode ser positivo, negativo ou nulo.

Se a seção tem um eixo de simetria e esse eixo coincide com X ou Y, então o


produto de inércia em relação a X e Y é nulo.

1.5 Aplicações

O momento de inércia é importante em quase todos os problemas da física que


envolvem a massa em movimento rotacional. É usado para calcular o momento
angular e nos permite explicar (através da conservação do momento angular)
como o movimento rotacional muda quando a distribuição de massa é alterada.
Também é necessária para encontrar a energia que é armazenada como energia
cinética rotacional em um pêndulo giratório.
O momento de inércia superficial é utilizado no estudo das tensões que ocorrem
nas flexões e torções. O momento de inércia superficial é também utilizado na
avaliação de forças resultantes de pressões sobre superfícies.
Exemplos simples de momento de inércia: o volante do automóvel, quanto maior
seu diâmetro, menor será a força necessária para fazê-lo girar, ou também o
tamanho de uma ferramenta utilizada para apertar ou soltar uma porca ...

2. ENSAIOS MECÂNICOS

Os ensaios mecânicos são métodos utilizados para medir uma série de fatores
com o objetivo de entender o comportamento do material com que se trabalha.
Isso é feito por meio da análise de suas propriedades mecânicas em várias
condições de uso.
O ensaio mecânico é muito requisitado devido ao seu ótimo custo-benefício,
sendo capaz de alinhar alto desempenho, com segurança e um baixo valor.
Os ensaios dos materiais podem ser classificados quanto à integridade
geométrica e dimensional da peça ou componente ou quanto à velocidade de
aplicação da carga.
Quanto à integridade geométrica e dimensional da peça ou componente os
ensaios podem ser de dois tipos:
• Destrutivos: quando após executados provocam a inutilização parcial ou total
das peças (tração, dureza, fadiga etc.);
• Não-destrutivos: quando após executados não comprometem a integridade da
peça (raios X, ultra-som etc.).
Quanto à velocidade de aplicação da carga, os ensaios podem ser:
• Estáticos: quando a carga é aplicada de maneira suficientemente lenta,
induzindo a uma sucessão de estados de equilíbrio, caracterizando um processo
quase-estático. Nessa categoria têm-se os ensaios tração, compressão, flexão,
torção e dureza.
• Dinâmicos: quando a carga é aplicada rapidamente ou ciclicamente. Nesse
têm-se os ensaios de fadiga e de impacto.
• Carga constante: quando a carga é aplicada durante um longo período, que é
o caso do ensaio de fluência.
Os ensaios anteriormente mencionados objetivam verificar a conduta dos
componentes ou materiais sujeitos a esforços específicos e os limites físicos
desses tipos de esforços nas estruturas e na estabilidade, além de determinar
as características mecânicas inerentes a tais componentes ou ao material
envolvido.

2.2 Ensaio de Tração


Consiste na aplicação de carga de tração uniaxial crescente em um corpo de
prova especifico até a ruptura. Trata-se de um ensaio amplamente utilizado na
indústria de componentes mecânicos, devido às vantagens de fornecer dados
quantitativos das características mecânicas dos materiais. Com esse tipo de
ensaio, pode-se afirmar que praticamente as deformações promovidas no
material são uniformemente distribuídas em todo o seu corpo, pelo menos até
ser atingida uma carga máxima próxima do final do ensaio e, como é possível
fazer com que a carga cresça numa velocidade razoavelmente lenta durante todo
o teste, o ensaio de tração permite medir satisfatoriamente a resistência do
material.
Figura 2.1
Geralmente o ensaio de tração é realizado na máquina Universal que recebe
este nome por possibilitar a realização de diversos tipos de ensaios.

Há dois tipos de deformação, que se sucedem quando o material é submetido a


uma força de tração: a elástica e a plástica.

• Deformação elástica: não é permanente. Uma vez cessados os esforços, o


material volta à sua forma original.

• Deformação plástica: é permanente, uma vez cessados os esforços, o material


recupera a deformação elástica, mas fica com uma deformação residual plástica,
não voltando mais à sua forma original.

2.3 Ensaio de Compressão

É a aplicação de carga compressiva uniaxial em um corpo de prova. A resposta


fornecida deste tipo de ensaio é dada pela deformação linear obtida pela medida
da distância entre as placas que comprimem o corpo de prova, em função da
carga de compressão aplicada em cada instante.

Figura 2.2
Este ensaio pode ser executado na máquina Universal, com adaptação de
duas placas lisas, uma fixa e outra móvel. É entre elas o corpo de prova é
apoiado. Um corpo submetido à compressão sofre uma deformação elástica e
a seguir uma deformação plástica.
Um problema que sempre ocorre no ensaio de compressão é o atrito entre o
corpo de prova e as placas de ensaios. Para diminuir o atrito é necessário
revestir a face superior e inferior do corpo de prova com materiais de baixo
atrito. Outro problema deste ensaio é a flambagem, isto é, encurvamento do
corpo de prova. Isso ocorre devido à instabilidade na compressão do metal
dúctil.

2.4 Ensaio de Flexão

Consiste na aplicação de uma carga crescente em determinados pontos de uma


barra geometricamente padronizada. A carga aplicada parte de um valor inicial
igual à zero e aumenta lentamente até a ruptura do corpo de prova. É um ensaio
bastante aplicado em materiais frágeis como cerâmicos e metais duros, ferro
fundido, aço ferramenta e aço rápido, pois fornece dados quantitativos da
deformação desses materiais.

Tipos de ensaio de flexão

Ensaio e flexão em três pontos: é utilizada uma barra bi apoiada com aplicação
de carga no centro da distância entre os apoios, ou seja, existe três pontos de
carga.

Ensaio de flexão em quatro pontos: consiste de uma barra bi apoiada com


aplicação de carga em dois pontos equidistante dos apoios.

Os principais resultados dos ensaios são: módulo de ruptura na flexão, módulo


de elasticidade, módulo de resiliência e módulo de tenacidade. Os resultados
fornecidos podem variar com a temperatura, a velocidade de aplicação da carga,
os defeitos superficiais e principalmente com a geometria da seção transversal
da amostra.

Propriedades

Uma das propriedades avaliadas é a tensão de flexão.


Se aplicarmos um esforço numa barra bi apoiada, ocorrerá uma flexão a sua
intensidade dependerá da onde essa carga está sendo aplicada. A flexão será
máxima se for aplicada à força no centro da barra, como na figura abaixo:

Figura 2.3
O produto da força pela distância do ponto de aplicação da força ao ponto de
apoio origina o que chamamos de momento, que no caso da flexão é o momento
fletor (Mf). Nos ensaios de flexão, a força é sempre aplicada na região média do
corpo de prova e se distribui uniformemente no resto do corpo. Devido a isso se
considera para calcular o momento fletor a metade da força e do comprimento
útil.
2.4 Ensaio de Impacto
O comportamento dúctil-frágil dos materiais pode ser mais amplamente
caracterizado por ensaio de Impacto. A carga nesse ensaio é aplicada num corpo
de prova na forma de esforços por choque (dinâmicos), sendo o impacto obtido
por meio da queda de um martelete ou pêndulo, de uma altura determinada.
Três fatores principais contribuem para o surgimento de fratura frágil em
materiais que são normalmente dúcteis à temperatura ambiente: Existência de
um estado triaxial de tensões. Baixas temperaturas. Taxa ou velocidade de
deformação elevada. O estado triaxial de tensões pode se introduzido pela
presença de um entalhe.
O ensaio de impacto caracteriza por submeter ao corpo ensaiado uma força
brusca e repentina, que deve rompê-lo. Outro fator é a velocidade de aplicação
da força, O resultado da força associada com a velocidade se traduz por uma
medida de energia absorvida pelo corpo de prova, ou algumas vezes chamada
de tenacidade ao entalhe. O pêndulo é elevado a uma certa posição onde
adquire uma energia inicial.

Figura 2.4
Ao cair ele encontra no seu percurso o corpo de prova, que se rompe. A sua
trajetória continua até certa altura, que corresponde à posição final, onde o
pêndulo apresenta uma energia final.
A diferença entre a energia inicial e final corresponde à energia absorvida pelo
material.
A máquina é dotada de uma escala, que indica a posição do pêndulo, calibrada
de modo a indicar a energia potencial.
Ep= m x g x h
Onde:
m = massa
g = aceleração da gravidade
h = altura
A massa do martelo, a altura inicial e a aceleração da gravidade são conhecidas.
A única variável desconhecida é a altura final, que é obtida pelo ensaio.
Existem dois tipos de ensaios padronizados que são mais amplamente
utilizados: Charpy e Izod. A diferença entre esses ensaios é que no Charpy o
golpe é desferido na fase oposta ao entalhe e no Izod é desferido no mesmo
lado.
Figura 2.5

Referências Bibliográficas.
1. GARCIA A. (2000). “Ensaio dos materiais”. Livros técnicos e científicos
Editora.
2. CALLISTER W.D. “Ciência e Engenharia dos Materiais: Uma Introdução”.
LTC Editoras.
3. BRANCO, C.A.G.M. Mecânica dos materiais. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1985.
4. CALLISTER JR., W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução.
5.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
3. Exercícios
Calcular o centro de gravidade (Xcg, Ycg), momento estático (Qx, Qy) e
momento de inércia (Ix, Iy).

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