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PETROBRAS

Ênfase 7: Operação

Conhecimentos Específicos - Bloco II


Conhecimentos Específicos - Bloco II

Estática, cinemática e dinâmica. .....................................................................................................1


Conservação de Energia Mecânica. .............................................................................................32
Propriedades e processos térmicos...............................................................................................46
Máquinas térmicas e processos naturais. .....................................................................................47
Termoquímica. ...............................................................................................................................47
Radiação eletromagnética. ............................................................................................................56
Hidrostática....................................................................................................................................58
Escalas de temperatura.................................................................................................................62
Estudo dos Gases..........................................................................................................................63
Exercícios.......................................................................................................................................67
Gabarito..........................................................................................................................................72

1774143 E-book gerado especialmente para MIRIAN DE SOUZA RIBEIRO


Estática, cinemática e dinâmica

A Mecânica é o ramo da Física responsável pelo estudo dos movimentos dos corpos, bem como suas evo-
luções temporais e as equações matemáticas que os determinam. É um estudo de extrema importância, com
inúmeras aplicações cotidianas, como na Geologia, com o estudo dos movimentos das placas tectônicas; na
Medicina, com o estudo do mapeamento do fluxo de sangue; na Astronomi,a com as análises dos movimentos
dos planetas etc.
As bases para o que chamamos de Mecânica Clássica foram lançadas por Galileu Galilei, Johannes Kepler
e Isaac Newton. Já no século XX Albert Einstein desenvolveu os estudos da chamada Mecânica Relativística,
teoria que engloba a Mecânica Clássica e analisa movimentos em velocidades próximas ou iguais à da luz. A
chamada Mecânica Quântica é o estudo do mundo subatômico, moléculas, átomos, elétrons etc.
→ Mecânica Clássica
A Mecânica Clássica é dividida em Cinemática e Dinâmica.
A Cinemática é o estudo matemático dos movimentos. As causas que os originam não são analisadas,
somente suas classificações e comparações são feitas. O movimento uniforme, movimento uniformemente
variado e movimento circular são temas de Cinemática.
A Dinâmica é o estudo das forças, agente responsável pelo movimento. As leis de Newton são a base de
estudo da Dinâmica.
→ Mecânica Relativística
A Mecânica Relativística mostra que o espaço e o tempo em velocidades próximas ou iguais à da luz não
são conceitos absolutos, mas, sim, relativos. Segundo essa teoria, observadores diferentes, um parado e outro
em alta velocidade, apresentam percepções diferentes das medidas de espaço e tempo.
A Teoria da Relatividade é obra do físico alemão Albert Einstein e foi publicada em 1905, o chamado ano
milagroso da Física, pois foi o ano da publicação de preciosos artigos científicos de Einstein.
→ Mecânica Quântica
A Mecânica Clássica é um caso-limite da Mecânica Quântica, mas a linguagem estabelecida pela Mecânica
Quântica possui dependência da Mecânica Clássica. Em Quântica, o conceito básico de trajetória (caminho
feito por um móvel) não existe, e as medidas são feitas com base nas interações de elétrons com objetos de-
nominados de aparelhos.
Os conceitos estudados em Mecânica Quântica mexem profundamente com nosso senso comum e pro-
põem fenômenos que podem nos parecer estranhos. Como exemplo, podemos citar o caso da posição e da
velocidade de um elétron. Na Mecânica Clássica, as posições e as velocidades de um móvel são extremamente
bem definidas, mas, em Quântica, se as coordenadas de um elétron são conhecidas, a determinação de sua
velocidade é impossível. Caso a velocidade seja conhecida, torna-se impossível a determinação da posição do
elétron.
CINEMÁTICA
A cinemática estuda os movimentos dos corpos, sendo principalmente os movimentos lineares e circulares
os objetos do nosso estudo que costumar estar divididos em Movimento Retilíneo Uniforme (M.R.U) e Movi-
mento Retilíneo Uniformemente Variado (M.R.U.V)
Para qualquer um dos problemas de cinemática, devemos estar a par das seguintes variáveis:
-Deslocamento (ΔS)
-Velocidade ( V )
-Tempo (Δt)
-Aceleração ( a )

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Movimento Uniformemente Variado (MUV).
Os exercícios que cobram MUV são geralmente associados a enunciados de queda livre ou lançamentos
verticais, horizontais ou oblíquos.
É importante conhecer os gráficos do MUV e as fórmulas, como a Equação de Torricelli (v²=v0²+2aΔS). O
professor reforça ainda que os problemas elencados pelo Enem são contextualizados. “São questões de movi-
mento uniformemente variado, mas associadas a situações cotidianas.
Movimento Retilíneo Uniforme (M.R.U)
No M.R.U. o movimento não sofre variações, nem de direção, nem de velocidade. Portanto, podemos rela-
cionar as nossas grandezas da seguinte forma:
ΔS= V.Δt
Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (M.R.U.V)
No M.R.U.V é introduzida a aceleração e quanto mais acelerarmos (ou seja, aumentarmos ou diminuirmos a
velocidade andaremos mais, ou menos. Portanto, relacionamos as grandezas da seguinte forma:
ΔS= V₀.t + ½.a.t²
No M.R.U.V. o deslocamento aumenta ou diminui conforme alteramos as variáveis.
Pode existir uma outra relação entre essas variáveis, que é dada pela formula:
V²= V₀² + 2.a.ΔS
Nessa equação, conhecida como Equação de Torricelli, não temos a variável do tempo, o que pode nos aju-
dar em algumas questões, quando o tempo não é uma informação dada, por exemplo.
Impulso e quantidade de movimento
O impulso e a quantidade de movimento aparecem em questões que tratam de colisões e pelo Teorema do
impulso (I = ΔQ). Uma dos modos em que a temática foi cobrada pelo exame foi em um problema que enun-
ciava uma colisão entre carrinhos num trilho de ar, em um experimento feito em laboratório, conta o professor.
Choques ou colisões mecânicas
No estudo das colisões entre dois corpos, a preocupação está relacionada com o que acontece com a ener-
gia cinética e a quantidade de movimento (momento linear) imediatamente antes e após a colisão. As possíveis
variações dessas grandezas classificam os tipos de colisões.
Definição de sistema
Um sistema é o conjunto de corpos que são objetos de estudo, de modo que qualquer outro corpo que não
esteja sendo estudado é considerado como agente externo ao sistema. As forças exercidas entre os corpos que
compõem o sistema são denominadas de forças internas, e aquelas exercidas sobre os corpos do sistema por
um agente externo são denominadas de forças externas.
Quantidade de movimento e as colisões
As forças externas são capazes de gerar variação da quantidade de movimento do sistema por completo.
Já as forças internas podem apenas gerar mudanças na quantidade de movimento individual dos corpos que
compõem o sistema. Uma colisão leva em consideração apenas as forças internas existentes entre os objetos
que constituem o sistema, portanto, a quantidade de movimento sempre será a mesma para qualquer tipo de
colisão.
Energia cinética e as colisões
Durante uma colisão, a energia cinética de cada corpo participante pode ser totalmente conservada, parcial-
mente conservada ou totalmente dissipada. As colisões são classificadas a partir do que ocorre com a energia
cinética de cada corpo. As características dos materiais e as condições de ocorrência determinam o tipo de
colisão que ocorrerá.

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Coeficiente de restituição
O coeficiente de restituição (e) é definido como a razão entre as velocidades imediatamente antes e depois
da colisão. Elas são denominadas de velocidades relativas de aproximação e de afastamento dos corpos.

Tipos de colisão
• Colisão perfeitamente elástica
Nesse tipo de colisão, a energia cinética dos corpos participantes é totalmente conservada. Sendo assim,
a velocidade relativa de aproximação e de afastamento dos corpos será a mesma, o que fará com que o co-
eficiente de restituição seja igual a 1, indicando que toda a energia foi conservada. A colisão perfeitamente
elástica é uma situação idealizada, sendo impossível a sua ocorrência no cotidiano, pois sempre haverá perca
de energia.
• Colisão parcialmente elástica
Quando ocorre perda parcial de energia cinética do sistema, a colisão é classificada como parcialmente
elástica. Desse modo, a velocidade relativa de afastamento será ligeiramente menor que a velocidade relativa
de aproximação, fazendo com que o coeficiente de restituição assuma valores compreendidos entre 0 e 1.
• Colisão inelástica
Quando há perda máxima da energia cinética do sistema, a colisão é classificada como inelástica. Após
a ocorrência desse tipo de colisão, os objetos participantes permanecem grudados e executam o movimento
como um único corpo. Como após a colisão não haverá afastamento entre os objetos, a velocidade relativa de
afastamento será nula, fazendo com que o coeficiente de restituição seja zero.
A tabela a seguir pode ajudar na memorização das relações entre os diferentes tipos de colisões:

Gráficos na cinemática
Na cinemática, a variável independente é o tempo, por isso escolhemos sempre o eixo das abscissas para
representar o tempo. O espaço percorrido, a velocidade e a aceleração são variáveis dependentes do tempo e
são representadas no eixo das ordenadas.
Para construir um gráfico devemos estar de posse de uma tabela. A cada par de valores correspondentes
dessa tabela existe um ponto no plano definido pelas variáveis independente e dependente.
Vamos mostrar exemplos de tabelas e gráficos típicos de vários tipos de movimento: movimento retilíneo e
uniforme, movimento retilíneo uniformemente variado.
Exemplo 1
MOVIMENTO RETILÍNEO E UNIFORME
Seja o caso de um automóvel em movimento retilíneo e uniforme, que tenha partido do ponto cujo espaço é
5km e trafega a partir desse ponto em movimento progressivo e uniforme com velocidade de 10km/h.

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Considerando a equação horária do MRU s = so + vot, a equação dos espaços é, para esse exemplo,
s = 5 + 10t
A velocidade podemos identificar como sendo:
v = 10km/h
E o espaço inicial:
so = 5km
Para construirmos a tabela, tomamos intervalos de tempo, por exemplo, de 1 hora, usamos a equação s(t)
acima e anotamos os valores dos espaços correspondentes:

t(h) s(km)
0 5
1 15
2 25
3 35
4 45
5 55
6 65
 
Tabela 3 - MRU
 
Agora fazemos o gráfico s x t.

O gráfico da velocidade é muito simples, pois a velocidade é constante, uma vez que para qualquer t, a ve-
locidade se mantém a mesma.

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Note que:
As abscissas e as ordenadas estão indicadas com espaçamentos iguais.
As grandezas representadas nos eixos estão indicadas com as respectivas unidades.
Os pontos são claramente mostrados.
A reta representa o comportamento médio.
As escalas são escolhidas para facilitar o uso; não é necessário usar “todo o papel”
com uma escala de difícil subdivisão.
Exemplo 2
MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO
Considerando-se o movimento uniformemente variado, podemos analisar os gráficos desse movimento divi-
dindo-os em duas categorias, as quais se distinguem pelo sinal da aceleração.
MOVIMENTO COM ACELERAÇÃO POSITIVA
Neste caso, como a aceleração é positiva, os gráficos típicos do movimento acelerado são
 

MOVIMENTO COM ACELERAÇÃO NEGATIVA


Sendo a aceleração negativa (a < 0), os gráficos típicos são

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A curva que resulta do gráfico s x t tem o nome de parábola.
A título de exemplo, consideremos o movimento uniformemente variado associado à equação horária s = so
+ vot +at2/2, onde o espaço é dado em metros e o tempo, em segundos, e obteremos:
s(t) = 2 + 3t - 2t2.
A velocidade inicial é, portanto:
vo = 3m/s
A aceleração:
ao = -4m/s2 (a < 0)
e o espaço inicial:
so = 2km
Para desenharmos o gráfico s x t da equação acima, construímos a tabela de s x t (atribuindo valores a t).

s(m) t(s)
2,0 0
3,0 0,5
3,125 0,75
3,0 1
2,0 1,5
0 2,0
-3,0 2,5
-7,0 3
A partir da tabela obtemos o gráfico s x t:

Para o caso da velocidade, temos a equação v = vo + at. Assim, para o movimento observado temos:
v = 3 - 4t
obtendo assim a tabela abaixo:

v(m/s) t(s)
3 0
-1 0,5
5 0,75

Obtendo o gráfico v x t:

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Exemplo 3
Como exemplo de gráfico representando dados experimentais vamos usar os dados da tabela:

Tabela
Gráfico referente à tabela
Dados de um indivíduo andando

t(-
s(m)
min)
0 0
1 62
2 158
3 220
4 283
5 335
 

Note:
Até o instante t = 4min pode-se dizer que os pontos podem ser representados por
uma reta.
Entre t = 4 e t = 5 houve uma alteração de comportamento.
Não ligue os pontos em ziguezague utilizando segmentos de reta. Trace curvas
médias lisas ou retas que representam comportamentos médios.
Observação: A reta traçada deixa dois pontos para baixo e dois para cima. A origem é um ponto experimen-
tal.

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DINÂMICA
A terceira área da mecânica que mais aparece no exame é a dinâmica, com as Leis de Newton. Ela vem em
exercícios que pedem elementos como atrito e componentes da resultante, com a força centrípeta e a acelera-
ção centrípeta.
A prova pode pedir, por exemplo, para o candidato associar a aceleração confortável para os passageiros
de um trem com dimensões curvas, que faz um caminho curvo. Isso está completamente ligado à aceleração
centrípeta.
As leis de Newton
A cinemática é o ramo da ciência que propõe um estudo sobre movimento, sem, necessariamente se preo-
cupar com as suas causas.
Quando partimos para o estudo das causas de um movimento, aí sim, falamos sobre a dinâmica. Da dinâmi-
ca, temos três leis em que todo o estudo do movimento pode ser resumido. São as chamadas leis de Newton:
Primeira lei de Newton – a lei da inércia, que descreve o que ocorre com corpos que estão em equilíbrio.
Segunda lei de Newton – o princípio fundamental da dinâmica, que descreve o que ocorrer com corpos que
não estão em equilíbrio.
Terceira lei de Newton – a lei da ação e reação, que explica o comportamento de dois corpos interagindo
entre si.
Força Resultante
A determinação de uma força resultante é definida pela intensidade, direção e sentido que atuam sobre o
objeto. Veja diferentes cálculos da força resultante:
Caso 1 – Forças com mesma direção e sentido.

Caso 2 – Forças perpendiculares.

Caso 3 – Forças com mesma direção e sentidos opostos

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Caso 4 – Caso Geral – Com base na lei dos Cossenos

A Segunda lei de Newton


Quando há uma força resultante, caímos na segunda lei de Newton que diz que, nestas situações, o corpo
irá sofrer uma aceleração. Força resultante e aceleração são duas grandezas físicas intimamente ligadas e
diretamente proporcionais, ou seja, se aumentarmos a força, aumentamos a aceleração na mesma proporção.
Essa constante é a massa do corpo em que é aplicada a força resultante. Por isso, a segunda lei de Newton é
representada matematicamente pela fórmula:

A segunda lei de Newton também nos ensina que força resultante e aceleração serão vetores sempre com
a mesma direção e sentido.
Unidades de força e massa no Sistema Internacional:
Força – newton (N).
Massa – quilograma (kg).
A terceira Lei de Newton
A terceira lei, também conhecida como lei da ação e reação diz que, se um corpo faz uma força em outro,
imediatamente ele receberá desse outro corpo uma força de igual intensidade, igual direção e sentido oposto à
força aplicada, como é mostrado na figura a seguir.

ESTÁTICA
A Estática é o capítulo da Mecânica que estuda corpos que não se movem, estáticos. A ausência de movi-
mento é um caso especial de aceleração nula, ou seja, pelas Leis de Newton, uma situação em que todas as
forças que atuam sobre um corpo se equilibram. Portanto, a soma vetorial de todas as forças que agem sobre
o corpo deve ser nula.

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Por exemplo, um edifício de apartamentos ou de escritórios está sujeito à força peso de sua massa e dos
móveis e utensílios em seu interior, além da força peso da massa de todos os seus ocupantes. Existem também
outras forças: a carga do vento, da chuva e eventualmente, em países frios, a carga da neve acumulada em seu
teto. Todas essas forças devem ser absorvidas pelo solo e pelas fundações do prédio, que exercem reações so-
bre ele de modo a sustentá-lo, mantê-lo de pé e parado. A soma vetorial de todas essas forças deverá ser nula.
1. Equilíbrio do Ponto Material
Define-se como ponto material todo corpo cujas dimensões, para o estudo em questão, não são importantes,
não interferem no resultado final. Por exemplo, o estudo da trajetória de um atleta de saltos ornamentais na
piscina a partir de uma plataforma de 10 m. Se o estudo está focalizado na trajetória do atleta da plataforma
até a piscina, e não nos seus movimentos em torno de si mesmo, pode-se adotar o centro de massa do atleta,
ignorar seu tamanho e desenvolver o estudo. (Caso outros estudos, dos movimentos do atleta em torno do seu
centro de massa, sejam necessários, eles poderão ser realizados posteriormente.)
Na Estática consideramos o ponto material como um corpo suficientemente pequeno para podermos admitir
que todas as forças que agem sobre o corpo se cruzem num mesmo. Para que este ponto material esteja em
equilíbrio a somatória vetorial das forças que nele atuam tem necessariamente de ser nula.
Ou:

No caso do estudo se restringir ao plano, podemos adotar dois eixos (x e y) como referência e estudar as
componentes das forças:

2. Equilíbrio dos Corpos Rígidos


Quando as dimensões dos corpos não podem ser ignoradas (não podemos considerar as forças todas se
cruzando num mesmo ponto), o estudo passa a considerar movimentos de rotação. Por exemplo, na figura:

Sendo as forças de mesmo módulo, a resultante seria nula, mas isto seria insuficiente para o equilíbrio, pois
existe uma tendência de giro que pode ser representado por:

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A essa tendência de giro dá-se o nome de momento da força, e é igual à força multiplicada pela distancia ao
centro de giro. No caso acima, supondo que o comprimento da barra seja x, o momento de cada força seria:

O momento total seria o dobro

O sinal será definido pelo sistema de referência adotado: no nosso caso, adotando um sistema em que os
momentos sejam positivos no sentido horário, o momento total seria negativo, pois o corpo tende a girar no
sentido anti-horário:

A unidade do momento de uma força é o newton∙metro ou N∙m.


Então, para o corpo permanecer estático, além das duas equações do ponto:

Uma terceira condição deve ser imposta: a somatória dos momentos deve ser nula:

Nota: considera-se que todas as forças e momentos pertençam ao mesmo plano.


3. Alavancas
Ao se utilizar o princípio da estática e da somatória dos momentos nulos pode-se analisar uma das primeiras
máquinas simples inventada pelo homem: a alavanca.
Veja o esquema abaixo onde a barra está equilibrada:

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Nesse exemplo, ao se imaginar uma gangorra apoiada na distância de 8 m nota-se que uma força de 50N
provoca uma ação na outra ponta de 200 N ampliando em 4 vezes a ação inicial. Para isto, basta comparar os
momentos das duas forças nas extremidades em relação ao apoio, e constatar que eles se equilibram, pois têm
o mesmo valor e sinais opostos (a força à esquerda tende a fazer a barra girar no sentido anti-horário e a da
extremidade direita no sentido horário). Assim:
50 N x 8 m= 200 N x 2 m
Com isso pode-se amplificar ações de forças com a utilização dessa máquina simples, provavelmente pré-
-histórica.
Gravitação Universal
A Lei da Gravitação Universal estabelece que, se dois corpos possuem massa, eles sofrem a ação de uma
força atrativa proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional a sua distância.
Resumo sobre a Lei da Gravitação Universal
Todos os corpos do universo atraem-se mutuamente com uma força proporcional ao produto de suas mas-
sas e inversamente proporcional ao quadrado de sua distância;
A Lei da Gravitação Universal é definida em termos da Constante de Gravitação Universal, cujo módulo é
igual a 6,67408.10-11 N.kg²/m²;
A Lei da Gravitação Universal foi descoberta e desenvolvida pelo físico inglês Isaac Newton e foi capaz de
prever os raios das órbitas de diversos astros, bem como explicar teoricamente a lei empírica descoberta por
Johannes Kepler que relaciona o período orbital ao raio da órbita de dois corpos que se atraem gravitacional-
mente.
Introdução à Gravitação Universal
A Lei da Gravitação Universal é uma lei física que foi descoberta pelo físico inglês Isaac Newton. Ela é uti-
lizada para calcular o módulo da atração gravitacional existente entre dois corpos dotados de massa. A força
gravitacional é sempre atrativa e age na direção de uma linha imaginária que liga dois corpos. Além disso, em
respeito à Terceira Lei de Newton, conhecida como Lei da Ação e Reação, a força de atração é igual para os
dois corpos interagentes, independente de suas massas. De acordo com Isaac Newton:
“Dois corpos atraem-se por uma força que é diretamente proporcional ao produto de suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa.”
Por meio da proposição da Lei da Gravitação Universal, foi possível predizer o raio das órbitas planetárias,
o período de asteroides, eventos astronômicos como eclipses, determinação da massa e raio de planetas
e estrelas etc.
Fórmula da Gravitação Universal
A principal fórmula utilizada na gravitação universal estabelece que o módulo da força gravitacional entre
duas massas é proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da
distância entre elas. A expressão utilizada para o cálculo da força gravitacional é esta:

Legenda:
|F| – módulo da força de atração gravitacional (N – Newton)
G – constante de gravitação universal (6,67408.10-11N.kg²/m²)
M – massa gravitacional ativa (kg – quilogramas)
m – massa gravitacional passiva (kg – quilogramas)
d² – distância entre as massas ao quadrado (m²)

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Chamamos de peso a força de atração gravitacional que uma massa exerce sobre outra. Além disso, são
denominadas de massa gravitacional ativa e passiva a massa que produz um campo gravitacional ao seu
redor e a massa que é atraída por tal campo gravitacional, respectivamente.
A força peso, ou simplesmente o peso de um corpo sujeito a uma gravidade de módulo g, é dada por:

Legenda:
P – módulo da força peso (N – Newton)
m – massa gravitacional passiva (kg – quilogramas)
g – módulo da gravidade local (m/s² – metro por segundo ao quadrado)
Comparando as duas equações acima, podemos perceber que a gravidade de um corpo pode ser calculada
pela fórmula a seguir:

A fórmula acima mostra que a gravidade de um planeta, estrela ou qualquer que seja o corpo depende de
sua massa (M), da constante de gravitação universal (G) e do inverso do quadrado da distância em que
nos encontramos até o centro desse corpo (d), que, no caso de corpos esféricos, é o seu próprio raio.
A Terra, por exemplo, possui massa de 5,972.1024 kg e raio médio de 6371 km (6,371.106 m), logo, pode-
mos calcular o valor médio da gravidade na sua superfície:

Gravitação Universal e a Terceira Lei de Kepler


Um dos indicadores de sucesso da Lei da Gravitação Universal foi a sua capacidade de reproduzir a famosa
relação matemática descoberta empiricamente por Johannes Kepler, conhecida como Lei Harmônica:

Para tanto, basta recordar que a força de atração gravitacional aponta sempre na direção que liga os dois
corpos, tratando-se, portanto, de um tipo de força central, assim como a força centrípeta, que atua nos corpos
em movimento circular. Assim:

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Legenda:
v – velocidade de translação do corpo (m/s – metros por segundo)
ω – velocidade angular (rad/s – radianos por segundo)
T – período de translação (s – segundos)
A fórmula indica que a razão do quadrado do período de translação de um corpo em torno de sua massa
gravitacional ativa (por exemplo, a translação da Terra em torno do Sol) pelo cubo do raio médio da órbita (dis-
tância média entre a Terra e Sol, por exemplo) tem módulo constante, que depende da constante de gravitação
universal (G) e da massa gravitacional ativa M (a massa do Sol, por exemplo).
Constante de gravitação universal
A constante de gravitação universal é uma constante de proporcionalidade de módulo igual a 6,67408.10-
11N.kg²/m², presente na Lei da Gravitação Universal e usada para igualar a razão do produto da massa de dois
corpos pelo quadrado de sua distância com o módulo da força de atração entre eles. A constante de gravitação
universal é dada, em unidades do Sistema Internacional de Unidades, em N.m²/kg².
A constante da gravitação universal foi determinada entre 1797 e 1798 pelo experimento da balança de
torção, realizado pelo físico e químico britânico Henry Cavendish. O experimento tinha como objetivo inicial
a determinação da densidade da Terra, mas na época também pôde determinar a constante da gravitação
universal com menos de 1% de erro em relação ao valor conhecido atualmente.
Veja um exemplo:
A lua é um satélite natural que orbita o planeta Terra pela ação da grande força gravitacional exercida pela
gravidade terrestre. Sendo a massa da Terra igual a 5,972.1024 kg, a massa da lua 7,36.1022 kg e a distância
média entre a Terra e a Lua igual a 384.400 km (3,84.108 m), determine:
Dados: G = 6,67408.10-11 N.m²/kg²
a) a força gravitacional que a Terra exerce sobre a Lua
b) a força gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra
c) o módulo da aceleração adquirida pela Lua e pela Terra
Resolução
a) Para calcular a atração gravitacional que a Terra exerce sobre a Lua, usaremos a Lei da Gravitação Uni-
versal:

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b) De acordo com a Terceira Lei de Newton, a Lei da Ação e Reação, se a Terra exerce uma força de ação
sobre a Lua, esta deve exercer uma força atrativa sobre a Terra de mesmo módulo e direção, porém, no sentido
oposto, logo, a força que a Lua faz sobre a Terra também é de 20.1019 N.
c) Se nos lembrarmos da Segunda Lei de Newton, que nos diz que o módulo da força resultante sobre um
corpo é igual ao produto de sua massa pela sua aceleração, podemos calcular a aceleração adquirida pela Lua
e pela Terra facilmente. Observe:

Os valores de aceleração calculados acima mostram que, apesar de as forças de atração serem iguais para
a Terra e para a Lua, a aceleração adquirida por cada uma é diferente. Além disso, fazendo a razão entre os
dois valores, vemos que a aceleração que a Lua sofre é cerca de 81 vezes maior que a sofrida pela Terra.
Quando o ser humano iniciou a agricultura, ele necessitou de uma referência para identificar as épocas de
plantio e colheita.
Ao observar o céu, os nossos ancestrais perceberam que alguns astros descrevem um movimento regular,
o que propiciou a eles obter uma noção de tempo e de épocas do ano.
Primeiramente, foi concluído que o Sol e os demais planetas observados giravam em torno da Terra. Mas
este modelo, chamado de Modelo Geocêntrico, apresentava diversas falhas, que incentivaram o estudo deste
sistema por milhares de anos.
Por volta do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) apresentou um modelo Heliocêntrico, em que o Sol
estava no centro do universo, e os planetas descreviam órbitas circulares ao seu redor.
No século XVII, Johanes Kepler (1571-1630) enunciou as leis que regem o movimento planetário, utilizando
anotações do astrônomo Tycho Brahe (1546-1601).
Kepler formulou três leis que ficaram conhecidas como Leis de Kepler.
1ª Lei de Kepler - Lei das Órbitas
Os planetas descrevem órbitas elipticas em torno do Sol, que ocupa um dos focos da elipse.

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2ª Lei de Kepler - Lei das Áreas
O segmento que une o sol a um planeta descreve áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

3ª Lei de Kepler - Lei dos Períodos


O quociente dos quadrados dos períodos e o cubo de suas distâncias médias do sol é igual a uma constan-
te k, igual a todos os planetas.

Tendo em vista que o movimento de translação de um planeta é equivalente ao tempo que este demora para
percorrer uma volta em torno do Sol, é fácil concluirmos que, quanto mais longe o planeta estiver do Sol, mais
longo será seu período de translação e, em consequência disso, maior será o “seu ano”.
A terceira lei de Kepler e a velocidade orbital
Em uma de suas leis propostas, Johannes Kepler afirma que as órbitas descritas pelos planetas são elípti-
cas. Sempre em nossos estudos consideramos que essas órbitas são circulares, portanto, se considerarmos
que realmente as órbitas dos planetas são circulares, a Segunda Lei de Kepler nos diz que a velocidade do pla-
neta é constante. Isso se dá pelo fato de a velocidade ser proporcional às áreas varridas pelo raio vetor, sendo
que, na circunferência, essas áreas são iguais em intervalos de tempos iguais.

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Sendo assim, esta afirmação nos permite estudar o movimento dos planetas ao redor do Sol e nos permite
também estudar o movimento dos satélites ao redor dos planetas de maneira bastante aproximada. Para isso,
basta fazermos uso de expressões matemáticas do movimento circular uniforme e deduzir uma nova expressão
matemática para a terceira Lei de Kepler, obtendo:

Em que, na equação acima, T é o período de revolução do planeta ou o período de revolução do satélite, M é


a massa do Sol e R é o raio da órbita. É interessante ressaltar que a equação acima também nos permite de-
terminar o valor da constante k da Terceira Lei de Kepler (T2=k.R3):

Da mesma maneira, também é possível determinar a velocidade com que o planeta descreve sua órbita, isto
é, temos a possibilidade de determinar o valor da velocidade orbital de qualquer planeta ou satélite.
Para isso, basta comparar a equação que define a lei da gravitação universal com a equação da força cen-
trípeta exercida sobre o planeta, ou satélite, em movimento circular uniforme. Sendo assim, teremos:

A equação acima nos fornece o módulo da velocidade orbital de um planeta ao redor do Sol. Perceba que a
massa do planeta em órbita não influencia na velocidade orbital, ou seja, a velocidade orbital depende apenas
do raio e da massa do Sol.
Movimento Oscilatório
Um movimento oscilatório acontece quando o sentido do movimento se alterna periodicamente, porém a
trajetória é a mesma para ambos os sentidos. É o caso dos pêndulos e das cordas de guitarras e violões, por
exemplo.
A figura abaixo representa uma corda em vibração, observe que mesmo se deslocando para baixo e para
cima do ponto de origem ela sempre mantêm distâncias iguais de afastamento deste ponto.

Se considerarmos que o corpo começa a vibrar partindo da linha mais escura, cada vez que a corda pas-
sar por esta linha, após percorrer todas as outras linhas consideradas, dizemos que ela completou um ciclo,
uma oscilação ou uma vibração.
Da mesma forma que para o movimento periódico, o intervalo decorrido para que se complete um ciclo é
chamado período do movimento (T) e o número de ciclos completos em uma unidade de tempo é a frequência
de oscilação.

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Se você já esteve em um prédio alto, deve ter percebido que em dias de muito vento a sua estrutura balança.
Não é só impressão! Algumas construções de grandes estruturas como edifícios e pontes costumam balançar
em decorrência do vento. Estas vibrações, porém, acontecem com período de oscilação superior a 1 segundo,
o que não causa preocupação. Uma construção só poderia ser prejudicada caso tivesse uma vibração natural
com período igual à vibração do vento no local.
Movimento harmônico simples
Chamamos um movimento de harmônico quando este pode ser descrito por funções horárias harmônicas
(seno ou cosseno), que são assim chamadas devido à sua representação gráfica:
Função Seno

Função Cosseno

Quando isto acontece, o movimento é chamado Movimento Harmônico Simples (MHS).


Para que o estudo desse movimento seja simplificado, é possível analisá-lo como uma projeção de um mo-
vimento circular uniforme sobre um eixo. Assim:
Função horária da elongação
Imagine uma partícula se deslocando sobre um circunferência de raio A que chamaremos amplitude de os-
cilação.

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Colocando o eixo x no centro do círculo que descreve o Movimento Curvilíneo Uniforme e comparando o
deslocamento no Movimento Harmônico Simples:

Usando o que já conhecemos sobre MCU e projetando o deslocamento angular no eixo x podemos deduzir
a função horária do deslocamento no Movimento Harmônico Simples:

Usando a relação trigonométrica do cosseno do ângulo para obter o valor de x:

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Esta é a posição exata em que se encontra a partícula na figura mostrada, se considerarmos que, no MCU,
este ângulo varia com o tempo, podemos escrever φ em função do tempo, usando a função horária do deslo-
camento angular:

Então, podemos substituir esta função na equação do MCU projetado no eixo x e teremos a função horária
da elongação, que calcula a posição da partícula que descreve um MHS em um determinado instante t.

Força no movimento harmônico simples


Assim como visto anteriormente, o valor da aceleração para uma partícula em MHS é dada por:

Então, pela 2ª Lei de Newton, sabemos que a força resultante sobre o sistema é dada pelo produto de sua
massa e aceleração, logo:

Como a massa e a pulsação são valores constantes para um determinado MHS, podemos substituir o pro-
duto mω² pela constante k, denominada constante de força do MHS.
Obtendo:

Com isso concluímos que o valor algébrico da força resultante que atua sobre uma partícula que descreve
um MHS é proporcional à elongação, embora tenham sinais opostos.
Esta é a característica fundamental que determina se um corpo realiza um movimento harmônico simples.
Chama-se a força que atua sobre um corpo que descreve MHS de força restauradora, pois ela atua de modo
a garantir o prosseguimento das oscilações, restaurando o movimento anterior.
Sempre que a partícula passa pela posição central, a força tem o efeito de retardá-la para depois poder
trazê-la de volta.
Ponto de equilíbrio do MHS
No ponto médio da trajetória, a elongação é numericamente igual a zero (x=0), consequentemente a força
resultante que atua neste momento também é nula (F=0).
Este ponto onde a força é anulada é denominado ponto de equilíbrio do movimento.
Período do MHS
Grande parte das utilidades práticas do MHS está relacionado ao conhecimento de seu período (T), já que
experimentalmente é fácil de medi-lo e partindo dele é possível determinar outras grandezas.
Como definimos anteriormente:
k=mω²
A partir daí podemos obter uma equação para a pulsação do MHS:

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Mas, sabemos que:

Então, podemos chegar a expressão:

Como sabemos, a frequência é igual ao inverso do período, logo:

Exemplo:
(1) Um sistema é formado por uma mola pendurada verticalmente a um suporte em uma extremidade e a um
bloco de massa 10kg. Ao ser posto em movimento o sistema repete seus movimentos após cada 6 segundos.
Qual a constante da mola e a freqüencia de oscilação?
Para um sistema formado por uma massa e uma mola, a constante k é equivalente à constante elástica da
mola, assim:

Lei de Hooke 
A lei de Hooke consiste basicamente na consideração de que uma mola possui uma constante elástica k.
Esta constante é obedecida até um certo limite, onde a deformação da mola em questão se torna permanente.
Dentro do limite onde a lei de Hooke é válida, a mola pode ser comprimida ou elongada, retornando a uma
mesma posição de equilíbrio.
Analiticamente, a lei de Hooke é dada pela equação:
F = -k.x

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Neste caso, temos uma constante de proporcionalidade k e a variável independente x. A partir da equação
pode se concluir que a força é negativa, ou seja, oposta a força aplicada. Segue que, quanto maior a elongação,
maior é a intensidade desta força, oposta a força aplicada.
Veja o gráfico da lei de Hooke:

Note que as linhas em vermelho são as linhas que representam a força aplicada. Para a elongação da mola,
ela é positiva, enquanto que para a compressão da mola, ao longo do sentido negativo do eixo x, esta força as-
sume valores negativos. Já a força de reação oferecida pela mola assume valores negativos para a elongação
e valores positivos para a compressão. Isso é muito fácil de observar cotidianamente. É só colocar uma mola
presa a um suporte, de modo que possa ser elongada ou comprimida na horizontal, conforme a figura 02.

Note que quando é aplicada uma força no sentido positivo do eixo x, a mola reagirá aplicando uma força de
igual intensidade, porém sentido contrário. No caso da compressão, a força aplicada é negativa, e a força de
reação acaba por ser positiva, sempre contrária à força aplicada.
Centro de Massa
Por Francisco José Correia de Alencar
Faça os exercícios!

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Veja a figura a cima. Enquanto o cilindro, lançado para cima, gira, há um ponto seu que não gira, mas des-
creve uma trajetória parabólica. É o centro de massado cilindro.

Na figura anterior, o projétil descreve uma trajetória parabólica até explodir. Depois da explosão, cada frag-
mento tem trajetória diferente, mas o centro de massa do projétil de antes da explosão mantém a trajetória
parabólica.
O movimento de um corpo rígido, ou de um sistema de corpos rígidos, pode ser representado pelo movimen-
to do centro de massa desse corpo ou sistema. Pra isso, admite-se que toda a massa do corpo, ou do sistema,
esteja concentrada no centro de massa e que nele estejam aplicadas todas as forças externas.
Centro de massa
Considere um sistema de pontos materiais P1, P2,..., Pn e de massas m1, m2,..., mn, respectivamente. Va-
mos supor, por exemplo, que estes pontos pertençam a um plano α. Admitamos, ainda, conhecidas as coorde-
nadas de P1, P2,..., Pn em relação a um sistema cartesiano ortogonal pertencente ao plano α (Figura): P1(x1,
y1), P2 (x2, y2),...,     Pn (xn, yn).

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O ponto C de coordenadas (xCM, yCM) obtidas através das médias ponderadas:

 
Recebe o nome de centro de massa do sistema de pontos materiais.
Propriedades do centro de massa
Se o sistema de pontos materiais admite um eixo (ou um centro de simetria), de modo que as massas dos
pontos simétricos sejam iguais, então o centro de massa pertence ao eixo (ou ao centro) de simetria.

Considere uma chapa homogênea, como por exemplo, a chapa homogênea em forma de T da Figura. Seu
centro de massa C coincide com o centro de massa dos pontos C’ e C” que são os centros de massa das cha-
pas retangulares indicadas na figura. Pode-se generalizar a propriedade anterior, subdividindo-se o sistema em
mais de dois conjuntos parciais.
Estática dos Sólidos
Nem sempre é possível considerar um corpo como uma partícula pontual, em geral, quando estamos interes-
sados não só no deslocamento de um objeto, mas também em sua rotação, a seguinte definição é importante:

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Corpo rígido ou sólido
O modelo adotado para objetos extensos considera que o tamanho e a forma destes praticamente não se
alteram quando submetidos a forças externas, apesar das ligações moleculares reais não serem perfeitamente
rígidas. Pontes, aviões e muitos outros objetos podem ser considerados bons exemplos de corpos rígidos, es-
tes se deformam pouco, e, sobre a ação de forças muito intensas, se quebram.
Os dois possíveis tipos de movimento de um corpo rígido podem ser definidos como:
Translação
É o movimento onde se modifica a posição de um objeto, ou seja, todos os pontos do corpo são movidos de
uma distância fixa em uma mesma direção.
Rotação
No movimento de rotação todos os pontos do corpo se movem em arcos de circunferências, cujos centros
estão no mesmo eixo, chamado de eixo de rotação.
Lei de Stevin 
Simon Stevin, físico e matemático belga, pesquisou o comportamento hidrostático da pressão e formulou o
Princípio Fundamental da Hidrostática.
Simon concluiu, através de experimentos, que a pressão realizada por um fluído (gases ou líquidos) depen-
de da sua altura, ou seja, depois de encontrar seu equilíbrio, a altura dos líquidos será igual.
Essa lei é válida, na verdade, para líquidos em repouso.
Um exemplo clássico e cotidiano é apresentado em diversos livros e também nas aulas de física. São os
vasos comunicantes (a ligação de dois ou mais recipientes por um conduto).
As caixas de distribuição de água das cidades são construídas com base nos vasos comunicantes. É comum
observar que os reservatórios de distribuição de água sempre estão localizados nos pontos mais altos da cida-
de. Isso acontece porque os princípios dos vasos comunicantes afirmam que:
• A altura das colunas líquidas será sempre igual.
• Os pontos localizados em uma mesma profundidade possuem pressão também igual.
Obs.: Essas condições são aceitas quando analisado um único líquido.
Um outro exemplo comum é o uso de mangueira transparente com água em seu interior, utilizada por pe-
dreiros na construção civil.
Essa engenhoca usa os princípios da hidrostática, especificamente os vasos comunicantes, e serve para
nivelar ou identificar se a obra está num mesmo plano horizontal.
Vasos comunicantes
Vasos comunicantes são recipientes geralmente em formato de U que são utilizados para estudos relativos
à densidade e pressão exercidas por líquidos.

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Nos vasos comunicantes, a pressão para pontos de mesma altura é a mesma
Vasos comunicantes são recipientes geralmente em formato de U que são utilizados para analisar as re-
lações entre as densidades de líquidos imiscíveis e executar estudos sobre a pressão exercida por líquidos.
Lei de Stevin
A lei de Stevin propõe que a pressão exercida por um líquido depende apenas da densidade do líquido,
da aceleração da gravidade e da altura da coluna de líquido existente acima do ponto analisado.

A lei de Stevin pode ser usada para determinar a pressão exercida pela água sobre o ponto P na figura aci-
ma.

P = Pressão no ponto P (pa);


PATM = Pressão atmosférica (pa);
d = Densidade do líquido (kg/m3);
g = Gravidade (m/s2);
H = Altura da coluna de líquido acima do ponto analisado.
Por intermédio da lei de Stevin, pode-se observar que a pressão exercida por um líquido não depende
do formato ou do volume do recipiente no qual ele se encontra e que pontos de mesma altura possuem
mesma pressão. A imagem a seguir mostra um sistema de vasos comunicantes formados por recipientes de
formas e volumes diferentes.

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Repare que a altura da coluna de líquido e o tipo de líquido são exatamente iguais para os três recipientes.
Sendo assim, pode-se concluir, por meio da lei de Stevin, que as pressões exercidas nos pontos 1, 2 e 3 são
exatamente iguais (P1 = P2 = P3).
Mistura de líquidos
Quando dois líquidos imiscíveis são colocados em um recipiente em formato de U, pode-se aplicar a lei de
Stevin para estabelecer uma relação entre as densidades e as alturas das colunas de líquido. Na imagem a
seguir, dois líquidos com densidades D1 e D2 foram colocados em um recipiente. As alturas das colunas de
líquido são proporcionais às densidades dos fluidos.

Aplicando a lei de Stevin e sabendo que pontos de mesma altura possuem mesma pressão, teremos:

Conclui-se que o produto das densidades pela altura da coluna de líquido deve ser igual para cada
um dos fluidos dentro do recipiente. A igualdade será mantida se o líquido de menor densidade possuir a
maior altura e vice-versa.
Prensa hidráulica
Não é comum, mas sempre que paramos em um posto de combustível, nos deparamos com elevadores
enormes, como o da figura acima. Esse tipo de equipamento recebe o nome de elevador hidráulico ou prensa
hidráulica. Seu funcionamento se baseia no Princípio de Pascal e ajuda a levantar grandes massas.

As prensas hidráulicas constituem-se de um tubo preenchido por um líquido confinado entre dois êmbolos de
áreas diferentes. Quando aplicamos uma força   no êmbolo de área A1, surge uma pressão na região do
líquido em contato com esse êmbolo. Como o incremento de pressão é transmitido integralmente a qualquer
ponto do líquido, podemos dizer que ele também atua no êmbolo de A2 com uma força de intensidade   pro-
porcional à área do êmbolo 2. Vejamos a figura abaixo:

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Na figura podemos identificar:
F1 – força aplicada no êmbolo 1;
F2 – força que surge no êmbolo 2;
A1 – área da seção transversal do cilindro 1;
A2 – área da seção transversal do cilindro 2.
O acréscimo de pressão (Δp) é dado a partir do Princípio de Pascal. Portanto, temos:
∆p1= ∆p2
Onde:

De acordo com essa relação, vemos que força e área são grandezas diretamente proporcionais. Dessa for-
ma, dizemos que o êmbolo menor recebe uma força de menor intensidade, enquanto que o êmbolo de maior
área recebe maior força.
Em decorrência da equação enunciada acima (Princípio de Pascal), inúmeros equipamentos foram constru-
ídos de forma a facilitar o trabalho humano. Podemos encontrar a prensa hidráulica em freios hidráulicos, na
direção de um automóvel, em aviões, máquinas pesadas, etc.
Para o deslocamento do êmbolo podemos dizer que o decréscimo de volume no êmbolo 1 é igual ao acrés-
cimo do volume no êmbolo 2. Então, temos:
∆V1= ∆V2
Sabendo que a variação do volume é dada em função da área e do deslocamento do êmbolo, temos:
∆V = A.d
Como a variação do volume é igual, temos:
A1.d1= A2.A2
Corpos flutuantes
Os corpos ocos ou feitos de materiais menos densos que os líquidos, ficam numa situação chamada de flu-
tuação. Nessa condição o Peso e o Empuxo são iguais, pois o corpo fica apenas parcialmente imerso no líqui-
do. Dessa forma o volume de líquido deslocado é menor que o volume do corpo. O estudo das condições de
flutuação é fundamental para a construção de embarcações de qualquer espécie. Mesmo usando de materiais

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mais densos que a água, os cascos contém em seu interior um considerável volume de ar, situado abaixo da
linha de flutuação, o que faz a densidade relativa ser menor, permitindo ao mesmo transportar cargas úteis,
tanto de mercadorias quanto de passageiros.

Empuxo
O que é empuxo? Trata-se da força que surge em todo objeto mergulhado em um fluido. Ele corresponde ao
peso do volume de líquido deslocado pelo corpo.
Empuxo é o nome dado à força exercida por um fluidosobre um objeto mergulhado total ou parcialmente
nele. Também conhecido como Princípio de Arquimedes, o empuxo sempre apresenta direção vertical e sentido
para cima.
Assim que um objeto qualquer é mergulhado em um fluido, ele começa a deslocá-lo. O empuxo corresponde
ao peso do volume de líquido deslocado pelo objeto, sendo assim, podemos definir matematicamente o empu-
xo da seguinte forma:
E = PDES
E = mDES . g
Sabendo que a densidade é fruto da razão entre a massa e volume de uma substância, podemos escrever
que:
d = m/V → m = d.V
Reescrevendo a equação do empuxo, temos:
E = dL. VDES. g
Para essa equação, temos que:
dL= densidade do líquido;
VDES= volume de líquido deslocado;
g = aceleração da gravidade.
OBS.: O volume de líquido deslocado corresponde exatamente ao volume imerso do objeto no líqui-
do.
Como surge o Empuxo?
O empuxo surge por causa da diferença de pressão existente entre a parte inferior e superior de um objeto
mergulhado em um fluido. A pressão na parte inferior, em virtude da maior profundidade, é maior que a pressão
na parte superior, o que resulta no surgimento de uma força vertical para cima, o empuxo.

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Quem explicou o empuxo?
Essa força foi explicada por Arquimedes, matemático e engenheiro grego que foi incumbido por um rei de
mostrar se a sua coroa era de ouro maciço ou se havia impurezas misturadas a ela. Enquanto tomava banho
em uma banheira, ele reparou que a água saía da banheira quando ele entrava e que seu corpo estava sujeito
a uma espécie de força. A partir daí, ele pôde desenvolver a sua ideia sobre o empuxo e enunciar que:
“Todo corpo mergulhado em um fluido sofre ação de uma força vertical e para cima que corresponde
ao volume de líquido deslocado pelo corpo.”
Casos de flutuação
1) Corpo afunda:
Se um objeto mergulhado em um fluido afunda, podemos afirmar que a sua densidade é maior que a do
líquido e que o seu peso é superior ao empuxo.
2) Corpo em equilíbrio
Se as densidades do corpo e do fluido forem iguais, o corpo permanecerá em equilíbrio no líquido e podemos
afirmar que o empuxo é igual ao peso do corpo.
3) Corpo boiando:
Um objeto boia na superfície de um líquido sempre que sua densidade é menor que a densidade do líquido.
Nesse caso, o empuxo que atua sobre o corpo é maior que seu peso.
Exemplo de aplicação
Os submarinos utilizados pelas Forças Armadas são um exemplo clássico de aplicação do empuxo. Enquan-
to o submarino mantém-se flutuando na superfície da água, podemos afirmar que o empuxo é igual ao peso
e a embarcação mantém-se em equilíbrio. Para submergir, o submarino enche alguns reservatórios com água,
assim, seu peso torna-se superior ao empuxo e ele afunda.
Linha de corrente
É uma linha contínua traçada no líquido, o lugar geométrico dos pontos, que, num mesmo instante t consi-
derado, mantém-se tangente em todos os pontos à velocidade V. Pode também ser definido como a família de
curvas que, para cada instante de tempo, são as envolventes do campo de velocidades num fluido.
A linha de corrente é correspondente diretamente à trajetória da partícula no fluido.
Em particular, a linha de corrente que se encontra em contato com o ar, num canal, duto ou tubulação se
denomina linha d’água.
O conjunto de todas as linhas de corrente que passam por uma pequena curva fechada é definido como
um tubo de corrente.
Vazão
Vazão ou caudal (ou ainda, «débito») é o volume e/ou massa de determinado fluido que passa por uma
determinada seçãode um conduto livre ou forçado, por unidade de tempo. Ou seja, vazão é a rapidez com a
qual um volume e/ou massa escoa. Vazão corresponde à taxa de escoamento, ou seja, quantidade de material
transportado através de conduto livre ou forçado, por unidade de tempo.  Ainda outra definição é a de um fluxo
volumétrico.
Um conduto livre pode ser um canal, um rio ou uma tubulação. Um conduto forçado pode ser uma tubulação
com pressão positiva ou negativa. Assim, pode-se escrever a vazão.
Com a área a em m² e a velocidade de escoamento v em m/s, vazão é dada em m³/s.
Equação da Continuidade
Antes de entender o que é a Equação da Continuidade, é necessário entender o conceito de fluxo.  O termo
pode ser aplicado nos mais variados contextos. A abordagem feita aqui é aquela adotada do ponto de vista da
Hidrodinâmica (Dinâmica dos Fluidos).

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Se você pudesse ver cada partícula de ar atravessando a espira, poderia observar linhas que representariam
as trajetórias das partículas de ar. Em cada ponto, a tangente a cada linha daria a velocidade das gotas de água
naquele ponto. Veja a sequência das figuras abaixo:

Pelas figuras, pode-se compreender Fluxo como sendo um campo vetorial através de uma superfície, isto é, a
“quantidade” de algo que, efetivamente, atravessa aquela superfície. Matematicamente, pode ser expresso da

seguinte forma:  
A letra Φ representa o Fluxo,    é o vetor velocidade e A é o vetor área.

Um fato bastante corriqueiro mostra que é possível aumentar a velocidade da água que sai de uma man-
gueira de jardim fechando parcialmente o bico da mangueira com o dedo. Esta alteração na velocidade está
diretamente relacionada ao fato de alterarmos a secção da área de saída de água da mangueira.

Observando a figura ao lado, é fato simples de compreender (principalmente quando consideramos o fluido
incompressível) que a quantidade de água que entra na mangueira com velocidade  1 deve ser a mesma
que sai com velocidade  2, já que não há, no transcurso, nenhuma fonte nem sumidouro de fluido. Em ou-
tras palavras, o fluxo de líquido deve ser constante.
Sendo assim, pode-se escrever matematicamente:

Efetivamente, como o fluxo é constante:


Δt1 = Δt2
Logo, a equação fica reduzida à:
A1 . v1 = A2 . v2
Esta relação entre a velocidade do fluido e a área de secção por onde o fluido passa é chamada Equação
da Continuidade.
De uma outra forma, a equação anterior pode ser escrita como:
A . v = constante

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O produto anterior é chamado de Vazão (volume de fluido que passa por uma secção na unidade de tempo).
No Sistema Internacional de Unidades, é medido em m³/s (metro cúbico por segundo).
Para entender um pouco mais sobre as consequências desta equação, confira o vídeo:
Mas tem outra coisa: é comum alguns acreditarem que a água que sai da mangueira com maior velocidade
em virtude da redução da área tem sua pressão aumentada. No entanto acontece exatamente ao contrário.
A pressão, nesta condição é menor. Mas isto é outra história. É necessário analisarmos do ponto de vista da
Equação de Bernoulli.
DINÂMICA
A terceira área da mecânica que mais aparece no exame é a dinâmica, com as Leis de Newton. Ela vem em
exercícios que pedem elementos como atrito e componentes da resultante, com a força centrípeta e a acelera-
ção centrípeta.
A prova pode pedir, por exemplo, para o candidato associar a aceleração confortável para os passageiros
de um trem com dimensões curvas, que faz um caminho curvo. Isso está completamente ligado à aceleração
centrípeta.

Conservação de Energia Mecânica

Energia Cinética
A energia que um corpo adquire quando está em movimento chama-se energia cinética. A energia cinética
depende de dois fatores: da massa e da velocidade do corpo em movimento.
Potencial
É um tipo de energia que o corpo armazena, quando está a uma certa distância de um referencial de atração
gravitacional ou associado a uma mola.
Energia Cinética
Qualquer corpo que possuir velocidade terá energia cinética. A equação matemática que a expressa é:

Teorema daenergia cinética


O trabalho realizado pela resultante de todas as forças aplicadas a uma partícula durante certo intervalo de
tempo é igual à variação de sua energia cinética, nesse intervalo de tempo.
tR,AB = m.v2B/2 - m.v2A/2 = [DEcin.]A==>B
Conservação da Energia Mecânica
A energia mecânica (Emec) de um sistema é a soma da energia cinética e da energia potencial.
Quando um objeto está a uma altura h, como já foi visto, ele possui energia potencial; à medida que está
caindo, desprezando a resistência do ar, a energia potencial gravitacional do objeto que ele possui no topo da
trajetória vai se transformando em energia cinética e quando atinge o nível de referência a energia potencial é
totalmente transformada em energia cinética (fig.6). Este é um exemplo de conservação de energia mecânica.
Na ausência de forças disssipativas, a energia mecânica total do sistema se conserva, ocorrendo transfor-
mação de energia potencial em cinética e vice-versa.
Energia Mecânica
Chamamos de Energia Mecânica a todas as formas de energia relacionadas com o movimento de corpos ou
com a capacidade de colocá-los em movimento ou deformá-los.

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Armazenamento de Energia
Note-se que o princípio de conservação é facilmente confundido com a ideia de ‘armazenamento’ de energia
no interior de um sistema material.
No século dezessete formou-se a idéia de que o trabalho que um sistema podia realizar era ‘armazenado’
de alguma maneira no interior do próprio sistema e que o ‘trabalho armazenado’ era sempre igual ao ‘trabalho
realizado’.
Não sabemos o que a energia é. Todavia, se falamos que a energia pode ser armazenada, está-se assu-
mir que sabemos o que é – “como queijo armazenado no frigorífico, talvez”, na pitoresca imagem de Benyon.
Benyon pergunta, então, ‘como a energia é armazenada no objeto e onde?’. A ‘energia’ é uma quantidade abs-
trata, um conceito inventado por conveniência do estudo da Natureza. Como se pode então, armazenar uma
abstração? E, comparando energia com os números, outra abstração, como se pode armazenar um número?
Pode-se evidentemente armazenar objetos em forma de números ou quantidades de objetos correspondentes
a números, mas não os números em si. Benyon sugere, então, que a idéia do armazenamento de energia de-
corre da energia ser tratada não como um conceito físico abstrato mas como algo real, como um fluido ou um
combustível que possa ser armazenado ou transferido de um corpo a outro.
Frequentemente o conceito de armazenamento de energia refere-se a combustíveis, como se houvesse
energia, geralmente referida como energia química, armazenada no combustível. Um exemplo é ilustrativo: Um
pedaço de carvão, não possui energia química neste sentido, pois não pode, por si só, ser transformado em gás
carbônico e libertar energia. O que ocorre é que a mistura inicial do carvão e oxigênio está num estado energé-
tico mais alto que o produto da combustão, gás carbônico, tal como a pedra antes de cair estava numa posição
mais alta. Durante sua queima, os átomos de carbono reagem quimicamente com as moléculas de oxigênio do
ar num processo exotérmico, o que significa que a diferença positiva no valor da energia química do sistema
é transferida para o meio ambiente em forma de calor, neste caso, aquecendo o ar circundante, por exemplo.
Note-se, todavia, para que essa reação de combustão aconteça, é necessário que a mistura seja aquecida a
750 ºC, isto é, é necessária a transferência energia em forma de calor à mistura de carvão e oxigênio antes que
a reação aconteça, mais um motivo para não fazer sentido dizer-se que ‘o carvão tem energia’.
Outra analogia fornecida por McClelland é interessante: Se algo será armazenado em sentido metafórico,
deverá estar associado a algo material que possa ser armazenado fisicamente. Assim, podemos armazenar
combustíveis e podemos armazenar livros; mas há tanto sentido falar em armazenar energia quanto armazenar
informação.
Um livro não contém informação, mas apenas manchas de tinta sobre folhas de papel – cabe a um leitor,
que aprendeu a reconhecer aquelas manchas de tinta como letras e palavras e a associar palavras a conceitos,
‘extrair’ informação do livro.
A Conservação da Energia Mecânica
O sinal negativo na definição da função energia potencial (D U= U2-U1= -W= -ò s1 s2 F.ds), é introduzido
de modo que o trabalho efetuado por uma força conservativa sobre uma partícula, seja igual a diminuição de
energia potencial do sistema. Consideremos um sistema no qual o trabalho seja efetuado apenas sobre uma
das partículas, como o caso esquiador-terra. Se a única força que efetuar o trabalho sobre a partícula for uma
força conservativa, o trabalho feito pela força é igual a diminuição da energia potencial do sistema, e também
igual ao aumento da energia cinética da partícula (que no caso, é o aumento de energia cinética do sistema):
Wtotal= ò F.ds= -D U= +D K
Portanto,
D K+D U= D (K+U)=0
A soma da Energia cinética com a energia potencial do sistema é a energia mecânica total E:
E= K+U
Se apenas forças conservativas efetuam trabalho, a equação D K+D U= D (K+U)=0, afirma que a variação
da energia mecânica total é nula. Então a energia mecânica total permanece constante durante o movimento
da partícula.
E= K+U= constante

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Esta é a lei da conservação da energia mecânica e é a origem da denominação “força conservativa”.
Símbolos
W: Trabalho;
K: Energia cinética;
U: Energia Potencial ;
E: Energia Mecânica;
ò : Integral.
D : variação (D K: variação de energia cinética, D U: variação de energia potencial, ...)
ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA DE UMA MOLA IDEAL
Define-se ‘energia potencial elástica’ a energia potencial de uma corda ou mola que possui elasticidade.
Se considerarmos que uma mola apresenta comportamento ideal, ou seja, que toda energia que ela recebe
para se deformar ela realmente armazena, podemos escrever que a energia potencial acumulada nessa mola
vale:

Nessa equação, “x” representa a deformação (contração ou distensão) sofrida pela mola, e “K” chamada
de constante elástica, de certa forma, mede a dificuldade para se conseguir deformá-la. Molas frágeis, que se
esticam ou comprimem facilmente, possuem pequena constante elástica. Já molas bastante duras, como as
usadas na suspensão de um automóvel, possuem essa constante com valor elevado. Pela equação de ener-
gia potencial elástica, podemos notar algo que nossa experiência diária confirma: quanto maior a deformação
que se quer causar em umas mola e quanto maior a dificuldade para se deformá-la (K), maior a quantidade de
energia que deve ser fornecida a ela (e consequentemente maior a quantidade de energia potencial elástica
que essa mola armazenará).
Exemplos de Ocorrências
Quando alguém puxa a corda de um arco e flecha, quando estica ou comprime uma mola ou quando salta
em um Bungee jumping, em todos esses casos, energia está sendo utilizada para deformar um corpo. Para
poder acertar o alvo, um arqueiro tem que usar energia de seus músculos para puxar a flecha para trás e o arco
para frente. Dessa forma, a corda desse instrumento fica esticada e com certa quantidade de energia armaze-
nada. Quando o arqueiro solta a corda, a flecha recebe parte dessa energia e, com isso, adquire movimento.
Assim como nos exemplos citados, sempre que um corpo é deformado e mantém a capacidade de diminuir
essa deformação (voltando ao formato original ou não), dizemos que esse corpo armazenou uma modalidade
de energia chamada de energia potencial elástica. Agora, o nome potencial é originado do fato de o corpo es-
ticado ou comprimido pode adquirir movimento espontaneamente após ser liberado. A denominação elástica
vem do fato de a capacidade de deformar e voltar ao normal ser chamada de elasticidade.
Nosso organismo, por exemplo, possui uma proteína chamada elastina - responsável por dar elasticidade à
nossa pele. Quando pressionamos ou puxamos a pele de alguém, energia potencial elástica fica armazenada
permitindo que a pele retorne ao formato natural. Se não fosse assim, caso apertássemos o braço de alguém,
ele ficaria deformado para sempre.
A energia potencial gravitacional depende da aceleração da gravidade, então em que situações essa energia
é positiva, nula ou negativa?
A força elástica depende da massa da mola? Por quê?
Se uma mola é comprimida por um objeto de massa grande, quando solto a mola não consegue se mover,
o que acontece com a energia potencial elástica?

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Sistema Massa-Mola
Esse modelo é extremamente importante para a o estudo de fenômenos naturais, pois é usado como uma
boa aproximação para oscilações de pequenas amplitudes, de sistemas que originalmente se encontram em
equilíbrio estável.
Uma mola com uma extremidade presa a um suporte fixo e a outra extremidade presa a uma mola. Nesta
situação a mola se encontra numa posição horizontal, e a massa pode mover-se horizontalmente em um plano
com um coeficiente de atrito desprezível.

Uma massa presa a uma mola. Com uma boa aproximação podemos considerar que quando a massa é
deslocada de sua posição de equilíbrio, a mola exerce uma força proporcional a distância até a posição de
equilíbrio. Essa relação é conhecida como Lei de Hooke, e pode ser expressa como

F=-kx
ondexé a distância até a posição de equilíbrio eké a constante da mola. Essa força também é chamada de
força restauradora, pois tende a fazer com que a massa volte até a posição de equilíbrio. A energia potencial
elásticaU(x)associada a força restauradora tem a forma de uma parábola U(x) = k x2/2
Ponto de equilíbrio: O ponto de equilíbrio é aquele onde a força exercida pela mola sobre a massa é nula. E
esse ponto representa o menor valor da energia potencial elástica.
Condições iniciais: As condições iniciais determinam as especificidades do movimento do sistema massa-
-mola. Podemos ter uma situação inicial onde a mola está distendida e em repouso. Podemos também ter a
condição inicial onde a distensão é nula (a massa está no ponto de equilíbrio) mas a velocidade é não nula. Ou
podemos ter uma combinação das condições anteriores.

Amplitude de oscilação e constante de fase


x(t) = A sen(wt+j)
v(t) = -wA cos(wt+j)
onde
A = amplitude de oscilação
wt+ j = fase
w = frequência angular
j = constante de fase

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As condições iniciais são dadas através dos valores da amplitude de oscilação e constante de fase. Consi-
deremos um sistema massa-mola onde a freqüência angular valew = 5rad/s. Se a constante de fase forj = 0e a
amplitude de oscilação forA=3m , teremos
x(0) = 0
v(0) = -15m/s
Velocidade e posição: A solução x(t) da equação de movimento do sistema massa-mola que nos informa
como a posição da mola varia com o tempo é dada por:
x(t) = A sen(wt+j)
v(t) = -wA cos(wt+j)
onde
A = amplitude de oscilação
wt+j= fase
w = frequência angular
j = constante de fase
Podemos inverter as relações de dependência e encontrar que

Velocidade nula e posição diferente da posição de equilíbrio: Considerando a solução x(t) da equação de
movimento do sistema massa-mola que nos informa como a posição da mola varia com o tempo é dada por:
x(t) = A sen(wt+j)
v(t) = -wA cos(wt+j)
encontramos
v(0) = 0
x(0) = x0 ≠ 0
ou seja:
A = x0
j = p/2
Posição de equilíbrio e velocidade não nula: Considerando a solução x(t) da equação de movimento do sis-
tema massa-mola que nos informa como a posição da mola varia com o tempo é dada por:
x(t) = A sen(wt+j)
v(t) = -wA cos(wt+j)
encontramos
v(0) = v0 = - wA≠0
x(0) = 0
ou seja:
A = v0 /w
j=0
Posição diferente da posição de equilíbrio e velocidade não nula: Considerando a solução x(t) da equação
de movimento do sistema massa-mola que nos informa como a posição da mola varia com o tempo é dada por:

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x(t) = A sen(wt+j)
v(t) = -wA cos(wt+j)
encontramos

Características do sistema: O sistema massa mola é definido pelos valores da massame da constante elás-
tica da molak , e considerando esses parâmetros, encontramos que a freqüência angularwtem a forma:

e o período T

Sistema conservativo (Ausência de atrito): O sistema será considerado conservativo, quando forem con-
servativas as forças que nele atuam. Uma força é dita conservativa quando o trabalho que ela produz em um
percurso fechado é nulo. Chamamos de percurso fechado a trajetória que retorna até a sua posição original.
Consideremos um sistema composto pela Terra e uma bola que está localizada próximo a sua superfície. A
força gravitacional entre a Terra e a bola é uma força conservativa, pois o trabalho que a força da Terra exerce
sobre a bola em um percurso fechado é nulo.
Por exemplo, se a bola for lançada verticalmente para cima ela retornará até a posição original com a mesma
energia. Ou seja: o trabalho que a força gravitacional exerceu na subida da bola é exatamente igual e de sinal
contrário ao trabalho que ela exerceu na descida.
Conservação da Energia Mecânica: Quando em um sistema só existirem forças conservativas, esse sistema
será conservativo, e portanto a sua energia será uma constante.
Pequenas oscilações de sistemas reais em equilíbrio estável: A energia potencial de um sistema ideal tal
como o sistema massa-mola, é simétrica em torno da sua posição de mínimo. No entanto a energia potencial
de sistemas reais não têm uma forma tão idealizada, mas apresenta-se como o exemplo adiante:

A energia potencial do gráfico anterior é um exemplo de uma função não simétrica em torno do ponto de
mínimoxMIN.
Se considerarmos um sistema onde a massa está sob a ação de um potencial da forma acima, e inicialmente
se encontra na posição de equilíbrioxMIN, caso seja afastado de sua posição de equilíbrio ele tenderá a retor-
nar a essa posição.
Se o afastamento da posição de equilíbrio for muito pequeno, a massa se deslocará por uma região onde a
energia potencial é vizinha do ponto de mínimo, e essa região tem uma forma muito parecida com a parábola.
Daí dizermos que para qualquer forma que tenha a energia potencial, para oscilações de pequenas amplitudes
podemos aproximar o movimento por um oscilador harmônico.

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Energia potencial atrativa, mas não simétrica em torno do ponto de mínimo: A energia potencialU(x)do grá-
fico ao lado é um exemplo de uma função não simétrica em torno do ponto de mínimoxMIN. Se considerarmos
um sistema onde a massa está sob a ação de um potencial da forma acima, e inicialmente se encontra na po-
sição de equilíbrioxMIN, caso seja afastado de sua posição de equilíbrio ele tenderá a retornar a essa posição.
Se o afastamento da posição de equilíbrio for muito pequeno, a massa se deslocará por uma região onde a
energia potencial é vizinha do ponto de mínimo, e essa região tem uma forma muito parecida com a parábola.

Daí dizermos que para qualquer forma que tenha a energia potencial, para oscilações de pequenas amplitu-
des podemos aproximar o movimento por um oscilador harmônico.
Dissipação da energia mecânica: Quando as forças que atuam em um corpo são conservativas, a energia
mecânica se mantém constante enquanto esse corpo se movimenta. No entanto, quando pelo menos uma des-
sas forças for não-conservativa, a energia mecânica desse corpo não se manterá constante. Poderá aumentar
ou diminuir dependendo do tipo de força não conservativa que esteja atuando.
Sistema dissipativo (Presença de atrito): Uma categoria de força não conservativa são as forças dissipativas.
Quando for dissipativa pelo menos uma das forças que atuam em um corpo, a sua energia mecânica diminui
enquanto ele se movimenta. As forças de atrito são forças de contato entre duas superfícies, onde se dificulta
o movimento relativo e como consequência existe uma transformação de parte da energia mecânica em calor.
Diminuição da Energia Mecânica: A energia mecânica de um sistema é a soma dos seus vários possíveis
tipos de energia potencial e a sua energia cinética. Quando consideramos uma sistema conservativo, as forças
que atuam nele são todas conservativas, e a sua energia mecânica se conserva, apesar se existir uma transfor-
mação permanente entre as energias potenciais e cinética. No entanto, na presença de uma força dissipativa,
parte da energia mecânica do sistema vai se transformando de maneira irreversível em calor.
Força Centrípeta
Inicialmente deveremos definir que sempre que um corpo descreve uma curva, sua velocidade vetorial varia
em direção. Para que isso ocorra, pelo principio fundamental da dinâmica, as forças que atuam sobre o corpo
devem gerar uma aceleração centrípeta.

Sendo Fr a resultante das forças que atuam sobre o corpo, gerando uma aceleração centrípeta na mesma
direção da força.

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O trem da montanha russa não cai devido à força centrípeta. A resultante das forças que atuam sobre o
corpo, gerando uma aceleração. Resultante centrípeta num movimento curvilíneo podemos observar a atuação
de duas forças, uma de componente tangencial (responsável pela variação do módulo da velocidade) sempre
tangente à trajetória e outra de componente centrípeta (responsável pela variação da trajetória).
Num sistema onde co-atuam força centrípeta e força tangencial, a decomposição da força resultante é dada
como mostra abaixo.

Observe que Ft = Fr.cosθ, e que Fc = Fr.senθ


Quando o movimento é uniforme, Ft é zero.
Força em um referencial não-inercial

Um observador no interior do carro, sobre uma aceleração em relação à estrada, quando entra em uma cur-
va sente-se atirado para fora do carro, ou seja para fora da curva.
Esta poderia ser considerada a força centrífuga, que o atira para fora da trajetória circular, porém a força
centrifuga só é válida para o observador em movimento junto ao carro, ou seja um observador não-inercial. A
força centrífuga não é reação da força centrípeta.

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Impulso

Impulso é a grandeza física que mede a variação da quantidade de movimento de um objeto. É causado pela
ação de uma força atuando durante um intervalo de tempo . Uma pequena força aplicada durante muito
tempo pode provocar a mesma variação de quantidade de movimento que uma força grande aplicada durante
pouco tempo. Ambas as forças provocaram o mesmo impulso. A unidade no Sistema Internacional de Unida-
des para o impulso é o N•s (newton segundo ou newton vezes segundo). A velocidade de um corpo é transfe-
rida a outro idêntico.
A unidade do Impulso também pode ser escrita como o produto da unidade de massa, o quilograma, pela
unidade de velocidade, o metro por segundo, demonstrando-se facilmente que “quilograma metro por segundo”
(kg.m/s) é equivalente a “newton segundo” (N.s). Via de regra, ao falar-se de impulso, dá-se preferência pelo
“N.s”; ao falar-se de variação da quantidade e movimento, dá-se preferência ao “kg.m/s”.
Contudo não há problema algum em se intercambiar as duas.
Equações

O impulso( ) é igual à variação da quantidade de movimento ( ) de um corpo.

Em situações onde a força mostra-se constante ao longo do intervalo de atuação, o impulso pode também ser
calculado a partir do produto entre a força ( ) aplicada ao corpo e o intervalo de tempo ( ) durante o qual a
força atua.

Em situações mais complicadas - onde a força resultante atuanto no corpo é variável - a equação anterior
contudo não se aplica. Deve-se determinar o impulso nestes casos pela integração de no tempo:

Variação da Quantidade de Movimento

Na maioria dos casos a massa do corpo permanece constante, e nestes casos a variação da quantidade de
movimento pode ser calculada como o produto da massa ( ) pela variação de velocidade ( ).

Porém a fórmula mais geral, aplicável a qualquer situação, deve incluir os casos em que há variação não
apenas na velocidade como na massa. Neste caso o impulso é dado pela quantidade de movimento final ( )
subtraída da quantidade de movimento inicial ( ).

Ou ainda

O impulso sofrido por um objeto (massa constante) depende apenas das quantidades de movimento asso-
ciadas ao instante antes da colisão e após a colisão, e não de quão rápido se processam as colisões que levam
o mesmo estado incial ao mesmo estado final.
A exemplo considere um ovo abandonado em queda livre de uma determinada altura, primeiro sobre uma
almofada, posteriormente sobre o chão.

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A massa do ovo é a mesma em ambos os casos, e provido que as alturas de queda - entre o ponto de sol-
tura e o ponto de contato do ovo com o obstáculo seja mantida a mesma, as velocidades do ovo após cair a
distância em consideração também serão a mesma em ambos os casos. Visto que P = mV, tem-se pois que as
quantidades de movimento imediatamente antes da colisão são iguais em ambas as situações.
Em ambas as situações o estado final do ovo corresponde ao ovo parado - com velocidade zero, quer este
tenha quebrado, quer não - de forma que as quantidades de movimento finais do ovo são ambas nulas ao fim
do processo.
A conclusão pode surpreender alguns: se as quantidades de movimento inciais são iguais em ambos os ca-
sos, ocorrendo o mesmo com as quantidades de movimento finais, tem-se que os impulsos sofridos pelo ovo,
determinável pela diferença entre a quantidade de movimento final e inicial, são também iguais.

A pergunta iminente é: porque o ovo quebra em um caso, e não no outro? A resposta é: embora o impulso so-
frido seja o mesmo, as forças que atuam em cada caso não são iguais, sendo muito maiores na colisão com
o chão. Supondo uma força média contante atuando em ambos os casos, o produto determina o impul-
so sofrido, e deve fornecer o mesmo resultado em ambos os casos. Contudo o tempo de colisão no caso da
almofada - dada a deformação gradual desta - é consideravelmente maior, de forma que a força de interação
almofada-ovo é consideravelmente menor. Na interação ovo-piso os papeis se invertem: o choque deve ser
completado em um intervalo de tempo muito menor que no caso da almofada, e por tal, para que o produto
continue o mesmo, a força neste caso deve ser consideravelmente maior.
Em verdade, a força é definida como:

Dado o mesmo impulso, quanto menor o intervalo de tempo necessário à sua aplicação, maior a força neces-
sária à situação, e vice versa. No caso do ovo colidindo com o chão a intensa força aplicada no ponto de colisão
leva à tensões na estrutura do ovo além dos limites mecânicos desta, e por tal o ovo se quebra.
Assim as forças de interação em colisões dependem não apenas das condições iniciais e finais em questão
como também das propriedades físicas dos objetos que colidem: quanto mais elásticos são os objetos em co-
lisão maiores são os tempos de colisão e menores são as forças envolvidas na colisão, e vice-versa. Materiais
inelásticos são geralmente frágeis.
Se antes da leitura deste artigo não de forma consciente, intuitivamente parece que os seres humanos - e os
animais - conhecem tal princípio: ao pularem de locais altos, estes flexionam os joelhos de forma a promove-
rem o aumento do tempo de interação no processo de colisão com chão, e assim o fazendo reduzem as forças
que atuam sobre os seus corpos no processo que os leva ao estado estático. Se as pernas fossem mantidas
totalmente esticadas, estas certamente se quebrariam com maior facilidade.
Sistemas de Forças
Força, em física, é todo agente capaz de alterar o estado de movimento ou repouso de um corpo, im-
primindo-lhe uma aceleração a favor ou contrária ao movimento.
Forçaé um conceito da física newtoniana, utilizada desde a antiguidade clássica, que explica a pressão
exercida sobre tal objeto ou ainda, as alterações da quantidade de movimento de um determinado corpo.
A força (F) é umvetor(indicado por uma seta acima da letra), ou seja, possuimódulo(intensidade da força
exercida),direção(reta ao longo da qual ela atua) esentido(o lado da reta no qual a força foi exercida).
Portanto, quando várias forças atuam sobre determinado corpo, elas se somam vetorialmente, para assim,
dar lugar a umaforça resultante.
O estudo da força é apresentado na segundaLei de Newtondenominada “Princípio Fundamental da Di-
nâmica” ou “Força”, no qual a força resultante, ou seja, a soma vetorial de todas as forças aplicadas sobre o
corpo, é diretamente proporcional ao produto da aceleração de um corpo pela sua massa, apresentada pela
seguinte expressão:

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F=m.a
Donde,
F: força
m: massa do corpo
a: aceleração adquirida
Note que a fórmula apresentada acima está em módulo (F = m.a), enquanto que sua representação em for-
ma de vetor, é indicada com uma seta acima da letra:

De tal modo, é importante destacar que noSistema Internacionalde Unidades(SI) a unidade de medida
daforça(F) é oNewton(N), damassa(m) équilograma(kg) e daaceleraçãoadquirida (a) émetros por segundo
ao quadrado(m/s²).
Classificações da Força
Há duas classificações para a grandeza vetorial “força”:
Forças de contato: aquelas que agem sobre os corpos somente na medida que quem aplica a força está
necessariamente em contato com os corpos, por exemplo, a força normal, de atrito, dentre outras.
Forças de campo: aquelas que agem sobre os corpos sendo que o corpo que exerce a força não se encontra
em contato os outros, por exemplo, a força peso, força magnética, dentre outras.
Tipos de Força
Força peso (P): força que existe sobre todos os corpos, sendo exercida sobre eles por meio do campo gra-
vitacional da terra.
Força elástica (Fel): força exercida sobre uma mola, que a deforma, ou seja, ela se estica ou se comprime.
Força centrípeta (Fcp): força que um corpo com determinada aceleração, exerce num movimento circular.
Força magnética (Fm): força de atração e repulsão exercida pelos ímãs ou objetos magnéticos.
Força gravitacional (F): força de atração mútua entre os corpos físicos do universo.
Força de atrito (Fat): força exercida entre duas superfícies que estão em contato; quanto maior às rugosida-
des apresentadas por elas, maior será a força de atrito.
Força normal (N): Também chamada de “força de apoio”, esse tipo de força é exercida por um corpo sob
uma superfície.
COMPOSIÇÃO E DECOMPOSIÇÃO DO VETOR FORÇA
A composição e decomposição de forças é um procedimento aplicado à Física que transforma determinada
força num vetor. Seguindo o que determinam as regras da Álgebra, a decomposição de uma força em vetores
e subvetores permite melhorar e ampliar a análise do comportamento de certo objeto submetido à ação dela.
Podemos, contudo, submeter um corpo às mais diversas variáveis de forças, mas, se a soma dos vetores des-
tas forças for igual a zero, então o corpo se comportará como se não houvesse força alguma atuando sobre
sua área.
Estas são condições aplicáveis e observáveis em qualquer parte do mundo físico, promovendo a estabili-
dade dos corpos em interação. Isso a começar pela própria força da gravidade. Qualquer simples objeto inerte
sobre o chão, por exemplo, recebe ali a ação direta de duas forças, que ora se equilibram, ora se anulam, o que
dá a nós a impressão de que esse objeto está parado.
Esta concepção é de máxima relevância, uma vez que explica a movimentação e a reação dos corpos sob
a ação de uma força, podendo ser estudada a partir da soma dos vetores resultantes da decomposição, e não
analisando-se uma força de cada vez, isoladamente. O método de decomposição de forças é quem fornece
essa análise mais precisa.

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Mas para que possamos obter os resultados, empregamos outros princípios matemáticos como a lei dos
cossenos (em casos em que são utilizadostriângulosnão retângulos) e a regra do paralelogramo (quadrilátero
em que se verifica paralelismo entre os lados opostos).
Imaginemos agora um objeto sobre um plano inclinado. Iremos constatar que sobre esse objeto atuam as
seguintes forças: a força 1, que chamaremos de “Peso”; e a força 2, a que daremos o nome de “Regular” (ou
“Perpendicular”). A primeira, a força 1, é gerada pela ação da gravidade que, como atua em função do núcleo
da Terra, puxa o objeto em direção vertical, irremediavelmente.
Já a força número 2, a “Regular”, é uma energia reativa, ou seja, tem seu princípio na superfície do plano
sobre o qual se inclina o objeto (local onde o deslocamento acontece). Assim sendo, a força de número 2 terá
um ângulo semelhante ao do movimento gerado na superfície do plano inclinado.
Entretanto, as forças ficarão emequilíbriose a mesma superfície estiver plana, pois teremos agindo sobre o
mesmo ponto dois tipos de forças de mesmo módulo, direção e sentido. Assim sendo, o objeto não se desloca-
rá, uma vez que não haverá forças resultantes atuando sobre ele.
Fontes: https://www.todamateria.com.br/forca/
https://www.resumoescolar.com.br/fisica/decomposicao-de-forcas/
Gravitação Universal
A Lei da Gravitação Universal estabelece que, se dois corpos possuem massa, eles sofrem a ação de uma
força atrativa proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional a sua distância.
Resumo sobre a Lei da Gravitação Universal
Todos os corpos do universo atraem-se mutuamente com uma força proporcional ao produto de suas mas-
sas e inversamente proporcional ao quadrado de sua distância;
A Lei da Gravitação Universal é definida em termos da Constante de Gravitação Universal, cujo módulo é
igual a 6,67408.10-11 N.kg²/m²;
A Lei da Gravitação Universal foi descoberta e desenvolvida pelo físico inglês Isaac Newton e foi capaz de
prever os raios das órbitas de diversos astros, bem como explicar teoricamente a lei empírica descoberta por
Johannes Kepler que relaciona o período orbital ao raio da órbita de dois corpos que se atraem gravitacional-
mente.
Introdução à Gravitação Universal
A Lei da Gravitação Universal é uma lei física que foi descoberta pelo físico inglês Isaac Newton. Ela é uti-
lizada para calcular o módulo da atração gravitacional existente entre dois corpos dotados de massa. A força
gravitacional é sempre atrativa e age na direção de uma linha imaginária que liga dois corpos. Além disso, em
respeito à Terceira Lei de Newton, conhecida como Lei da Ação e Reação, a força de atração é igual para os
dois corpos interagentes, independente de suas massas. De acordo com Isaac Newton:
“Dois corpos atraem-se por uma força que é diretamente proporcional ao produto de suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa.”
Por meio da proposição da Lei da Gravitação Universal, foi possível predizer o raio das órbitas planetárias,
o período de asteroides, eventos astronômicos como eclipses, determinação da massa e raio de planetas
e estrelas etc.
Fórmula da Gravitação Universal
A principal fórmula utilizada na gravitação universal estabelece que o módulo da força gravitacional entre
duas massas é proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da
distância entre elas. A expressão utilizada para o cálculo da força gravitacional é esta:

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Legenda:
|F| – módulo da força de atração gravitacional (N – Newton)
G – constante de gravitação universal (6,67408.10-11N.kg²/m²)
M – massa gravitacional ativa (kg – quilogramas)
m – massa gravitacional passiva (kg – quilogramas)
d² – distância entre as massas ao quadrado (m²)
Chamamos de peso a força de atração gravitacional que uma massa exerce sobre outra. Além disso, são
denominadas de massa gravitacional ativa e passiva a massa que produz um campo gravitacional ao seu
redor e a massa que é atraída por tal campo gravitacional, respectivamente.
A força peso, ou simplesmente o peso de um corpo sujeito a uma gravidade de módulo g, é dada por:

Legenda:
P – módulo da força peso (N – Newton)
m – massa gravitacional passiva (kg – quilogramas)
g – módulo da gravidade local (m/s² – metro por segundo ao quadrado)
Comparando as duas equações acima, podemos perceber que a gravidade de um corpo pode ser calculada
pela fórmula a seguir:

A fórmula acima mostra que a gravidade de um planeta, estrela ou qualquer que seja o corpo depende de
sua massa (M), da constante de gravitação universal (G) e do inverso do quadrado da distância em que
nos encontramos até o centro desse corpo (d), que, no caso de corpos esféricos, é o seu próprio raio.
A Terra, por exemplo, possui massa de 5,972.1024 kg e raio médio de 6371 km (6,371.106 m), logo, pode-
mos calcular o valor médio da gravidade na sua superfície:

Gravitação Universal e a Terceira Lei de Kepler


Um dos indicadores de sucesso da Lei da Gravitação Universal foi a sua capacidade de reproduzir a famosa
relação matemática descoberta empiricamente por Johannes Kepler, conhecida como Lei Harmônica:

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Para tanto, basta recordar que a força de atração gravitacional aponta sempre na direção que liga os dois
corpos, tratando-se, portanto, de um tipo de força central, assim como a força centrípeta, que atua nos corpos
em movimento circular. Assim:

Legenda:
v – velocidade de translação do corpo (m/s – metros por segundo)
ω – velocidade angular (rad/s – radianos por segundo)
T – período de translação (s – segundos)
A fórmula indica que a razão do quadrado do período de translação de um corpo em torno de sua massa
gravitacional ativa (por exemplo, a translação da Terra em torno do Sol) pelo cubo do raio médio da órbita (dis-
tância média entre a Terra e Sol, por exemplo) tem módulo constante, que depende da constante de gravitação
universal (G) e da massa gravitacional ativa M (a massa do Sol, por exemplo).
Constante de gravitação universal
A constante de gravitação universal é uma constante de proporcionalidade de módulo igual a 6,67408.10-
11N.kg²/m², presente na Lei da Gravitação Universal e usada para igualar a razão do produto da massa de dois
corpos pelo quadrado de sua distância com o módulo da força de atração entre eles. A constante de gravitação
universal é dada, em unidades do Sistema Internacional de Unidades, em N.m²/kg².
A constante da gravitação universal foi determinada entre 1797 e 1798 pelo experimento da balança de
torção, realizado pelo físico e químico britânico Henry Cavendish. O experimento tinha como objetivo inicial
a determinação da densidade da Terra, mas na época também pôde determinar a constante da gravitação
universal com menos de 1% de erro em relação ao valor conhecido atualmente.
Veja um exemplo:
A lua é um satélite natural que orbita o planeta Terra pela ação da grande força gravitacional exercida pela
gravidade terrestre. Sendo a massa da Terra igual a 5,972.1024 kg, a massa da lua 7,36.1022 kg e a distância
média entre a Terra e a Lua igual a 384.400 km (3,84.108 m), determine:
Dados: G = 6,67408.10-11 N.m²/kg²
a) a força gravitacional que a Terra exerce sobre a Lua
b) a força gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra
c) o módulo da aceleração adquirida pela Lua e pela Terra
Resolução
a) Para calcular a atração gravitacional que a Terra exerce sobre a Lua, usaremos a Lei da Gravitação Uni-
versal:

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b) De acordo com a Terceira Lei de Newton, a Lei da Ação e Reação, se a Terra exerce uma força de ação
sobre a Lua, esta deve exercer uma força atrativa sobre a Terra de mesmo módulo e direção, porém, no sentido
oposto, logo, a força que a Lua faz sobre a Terra também é de 20.1019 N.
c) Se nos lembrarmos da Segunda Lei de Newton, que nos diz que o módulo da força resultante sobre um
corpo é igual ao produto de sua massa pela sua aceleração, podemos calcular a aceleração adquirida pela Lua
e pela Terra facilmente. Observe:

Os valores de aceleração calculados acima mostram que, apesar de as forças de atração serem iguais para
a Terra e para a Lua, a aceleração adquirida por cada uma é diferente. Além disso, fazendo a razão entre os
dois valores, vemos que a aceleração que a Lua sofre é cerca de 81 vezes maior que a sofrida pela Terra.

Propriedades e processos térmicos

As propriedades e processos térmicos são fundamentais para o entendimento do comportamento da matéria


em relação à temperatura. A termodinâmica é a área da física que estuda as propriedades e processos térmicos
dos sistemas, buscando entender como a energia térmica é transferida e transformada entre diferentes siste-
mas.
Uma das principais propriedades térmicas é a temperatura, que é uma medida da energia térmica de uma
substância. Outra propriedade importante é o calor específico, que é a quantidade de energia necessária para
elevar a temperatura de uma substância em um grau Celsius. O calor específico é uma propriedade intrínseca
de cada substância e pode ser utilizado para calcular a quantidade de energia necessária para aquecer ou
resfriar um material.
Já os processos térmicos são as mudanças de temperatura e pressão que ocorrem nos sistemas. O proces-
so de aquecimento é um exemplo de processo térmico, em que a energia térmica é transferida para um sistema
e sua temperatura aumenta. O resfriamento é outro exemplo de processo térmico, em que a energia térmica é
retirada do sistema e sua temperatura diminui.
A troca de calor é um processo térmico muito importante, que ocorre quando dois sistemas com tempera-
turas diferentes entram em contato e há uma transferência de energia térmica entre eles. Existem três modos
de transferência de calor: condução, convecção e radiação. Na condução, a transferência de calor ocorre por
contato direto entre as partículas de dois corpos. Na convecção, a transferência de calor ocorre por meio de um
fluido, como o ar ou a água, que é aquecido e se movimenta. Já na radiação, a transferência de calor ocorre por
meio de ondas eletromagnéticas, como a luz e o calor infravermelho.
Outro processo térmico importante é a mudança de fase, em que uma substância passa de um estado físico
para outro. Por exemplo, a água pode passar do estado sólido (gelo) para o estado líquido (água) ou do estado
líquido para o estado gasoso (vapor) através do processo de fusão e vaporização, respectivamente.

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Em resumo, as propriedades e processos térmicos são essenciais para entender como a energia térmica é
transferida e transformada nos sistemas. A compreensão dessas propriedades e processos pode ser aplicada
em diversos campos, como na engenharia, na química, na física e na meteorologia, contribuindo para o desen-
volvimento de tecnologias mais eficientes e sustentáveis.

Máquinas térmicas e processos naturais

Máquinas térmicas são dispositivos que convertem energia térmica em trabalho mecânico, e vice-versa. Elas
são encontradas em diversos sistemas e equipamentos, desde motores de combustão interna até turbinas de
geração de energia elétrica. Entretanto, essas máquinas não são exclusivas da tecnologia humana - processos
naturais que ocorrem na Terra e no universo também podem ser descritos como máquinas térmicas.
Um exemplo de máquina térmica natural é a atmosfera terrestre. A radiação solar aquece a superfície da
Terra, que por sua vez aquece o ar em contato com ela. Esse ar aquecido sobe, criando uma corrente de ar
ascendente que é responsável pela movimentação de massas de ar ao redor do planeta. Essa movimentação
do ar pode ser aproveitada para gerar energia elétrica através de turbinas eólicas. Esse processo é um exemplo
de máquina térmica natural, que utiliza a energia térmica do Sol para gerar trabalho mecânico.
Outro exemplo de máquina térmica natural é o ciclo da água. A energia térmica do Sol evapora a água dos
oceanos, rios e lagos, transformando-a em vapor de água. Esse vapor sobe na atmosfera e, ao esfriar, conden-
sa-se em nuvens. Essas nuvens movimentam-se ao redor do planeta até que as gotículas de água presentes
nelas atinjam um tamanho suficiente para cair como chuva. Essa chuva é responsável por encher reservatórios
de água que podem ser aproveitados para gerar energia hidrelétrica. Novamente, esse processo é um exemplo
de máquina térmica natural, que utiliza a energia térmica do Sol para gerar trabalho mecânico.
Em resumo, as máquinas térmicas não são exclusivas da tecnologia humana - processos naturais que ocor-
rem na Terra e no universo também podem ser descritos como máquinas térmicas. A atmosfera terrestre e o
ciclo da água são exemplos de máquinas térmicas naturais que convertem energia térmica em trabalho mecâ-
nico e vice-versa, e que podem ser utilizadas para gerar energia elétrica de forma sustentável. O estudo desses
processos naturais pode contribuir para o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e sustentáveis que
imitem os processos naturais para gerar energia.

Termoquímica

As transformações físicas e as reações químicas quase sempre estão envolvidas em perda ou ganho de
calor. O calor é uma das formas de energia mais comum que se conhece.
A termoquimica é uma parte da Química que faz o estudo das quantidades de calor liberadas ou absorvidas
durante as reações químicas.
A maioria das reações químicas envolve perda ou ganho de calor (energia).
Veja na tabela abaixo os tipos de reações com perda ou ganho de calor.

Reações que liberam energia Reações que absorvem energia


Queima do carvão Cozimento de alimentos
Queima da vela Fotossíntese das plantas, o sol fornece
energia
Reação química em uma pilha Pancada violenta que inicia a detonação
de um explosivo
Queima da gasolina no carro Cromagem em para-choque de carro,
com energia elétrica
As transformações físicas também são acompanhadas de calor, como ocorre nas mudanças de estados
físicos da matéria.

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absorção de calor

SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO

liberação de calor
Quando a substância passa do estado físico sólido para líquido e em seguida para gasoso, ocorre absorção
de calor.
Quando a substância passa do estado gasoso para líquido e em seguida para sólido, ocorre liberação de
calor.
Essa energia que vem das reações químicas é decorrente do rearranjo das ligações químicas dos reagen-
tes, transformando-se em produtos. Essa energia armazenada é a ENTALPIA (H). É a energia que vem de
dentro da molécula.
Nas reações químicas, não é necessário calcular a entalpia. Devemos calcular, geralmente, a variação de
entalpia (ΔH). A variação de entalpia é a diferença entre a entalpia dos produtos e a entalpia dos reagentes.

Unidade de calor

Tipos de reações
As reações químicas podem ser de dois tipos:
- ENDOTÉRMICA: absorvem calor (+)
- EXOTÉRMICA: liberam calor (-)
Estudaremos a seguir cada uma delas.
Reação endotérmica
É uma reação química cuja energia total (entalpia) dos seus produtos é maior que a de seus reagentes.
Isso significa que ela absorve energia, na forma de calor.
Observe o exemplo a seguir, onde calculamos a variação de entalpia de uma reação.

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Se o valor for positivo (+) a reação é endotérmica, ou seja, ela absorveu energia para acontecer.

Reação exotérmica
É uma reação química cuja energia total (entalpia) dos seus produtos é menor que a de seus reagentes.
Isso significa que ela libera energia, na forma de calor.
Observe o exemplo a seguir, onde calculamos a variação de entalpia de uma reação.

Se o valor for negativo (-), a reação é exotérmica, ou seja, ela perdeu energia para acontecer.

Entalpia
Conforme aprendemos, a entalpia (H) é a quantidade de energia que se encontra nas substâncias e que
pode ser alterada através das reações químicas. A partir de agora, estudaremos alguns tipos de entalpia.
Tipos de entalpias
Através de algumas reações, é possível calcular o valor da variação de entalpia.

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- Entalpia de formação
- Entalpia de combustão
- Entalpia de ligação
- Entalpia de neutralização
- Entalpia de dissolução
Entalpia de formação ou calor de reação
A entalpia de formação é a energia da reação quando forma 1 mol de substância, a partir das substâncias
químicas (elemento no seu estado padrão).
Estado padrão: é a forma mais estável de uma substância a 25°C e a 1atm de pressão. São as substâncias
simples.
As substâncias que participam da reação de formação devem ser simples e devem informar o estado físico.
Sua variação de entalpia de formação padrão é zero.

Exemplo de substância simples:


C(grafite), O2(g), N2(g), H2(g), Na(s), S(s).
Exemplo de reação de formação:

Isto quer dizer que, para formar 1 mol de NH3, a reação produz 11 kcal de energia.
Este cálculo pode ser feito utilizando a fórmula da variação de entalpia e alguns dados tabelados.
Observe a tabela com os valores de entalpia de formação padrão de algumas substâncias:

Substância H°f kJ/mol Substância H°f kJ/mol


C2H2(g) 226,8 Cdiamante +2,1
CH4(g) -74,8 NH3 (g) -45,9
CO(g) -110,3 NaCl (s) -412,1
CO2(g) -393,3 O3 (g) +143
H2O(v) -242 SO2 (g) -297
H2O(l) -286 SO3 (g) -396

Exemplo:
Escreva a reação de formação para cada substância abaixo, indicando o valor da entalpia de formação de
SO3(g):
1°) montar a reação de formação:

2°) Aplicar a fórmula:

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Entalpia de combustão
É sempre uma reação exotérmica.
É o calor liberado na reação de combustão de 1 mol de uma substância em presença de gás oxigênio O2(g).
Combustão completa: mais quantidade de oxigênio. Forma gás carbônico e água.

Combustão incompleta: menos quantidade de oxigênio. Produz menos quantidade de energia. Forma mais
resíduos como monóxido de carbono (CO) e água (H2O).

Exemplo:
Qual o valor da entalpia de combustão do benzeno (C6H6)? Dados:

Tabela de ΔH°comb de algumas substâncias

Substância Fórmula ΔH°comb


(kcal/mol)
Hidrogênio H2(g) -68,3
Carbono crafite C(grafite) -94,1
Monóxido de carbono CO(g) -67,6
Metano CH4(g) -212,8
Etano C2H6(g) -372,8
Propano C3H8(g) -530,6
Butano C4H10(g) -688,0
Benzeno C6H6(g) -781,0
Etanol H3C – CH2 – OH(l) -326,5
Ácido acético H3C – COOH(l) -208,5
Glicose C6H12O6(S) -673,0
Sacarose C12H22O11(S) -1348,9

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Entalpia de ligação
Durante as reações químicas, as ligações químicas dos reagentes e produtos são alteradas.
Podemos calcular a ΔH pela análise desses novos rearranjos.
A entalpia de ligação é a variação de entalpia verificada na quebra de 1mol de uma determinada ligação
química, considerando que todas as substâncias estejam no estado gasoso, a 25° C e 1atm.
Reagentes = sempre são quebradas as ligações = ENDOTÉRMICA (+)
Produtos = sempre são formadas as ligações = EXOTÉRMICA (-)
Exemplo:

A ΔH do processo é a soma desses calores. Calcula-se utilizando dados tabelados.


Entalpia de ligação (em kJ/MOL)

Ligação H°(kJ/MOL) Ligação H°(kJ/MOL) Ligação H°(kJ/MOL)


H–H 436 H – Br 366 N–C 305
H–O 463 H–I 299 C≡C 837
N–N 163 H–N 388 C=C 612
N=N 409 H–C 412 C–C 348
N≡N 944 O=O 496 C – Cl 338
H–F 565 O–C 360 Br – Br 193
H – Cl 431 O=C 743 Cl – Cl 242

A partir desta tabela com dados das ligações de alguns elementos, é possível calcular também outras ental-
pias, como por exemplo a de combustão e a de formação.
Entalpia de neutralização
É a entalpia de uma reação de neutralização (entre um ácido e uma base formando sal e água). A reação é
exotérmica.
É a variação de entalpia verificada na neutralização de 1mol de H+ do ácido por 1mol de OH- da base, sendo
todas as substâncias em diluição total ou infinita, a 25°C e 1atm.
Exemplos:

Entalpia de dissolução
É a variação de entalpia envolvida na dissolução de 1mol de determinada substância numa quantidade de
água suficiente para que a solução obtida seja diluída.

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Quando um sólido é colocado em um copo com água, acontece uma dissolução. Nesta ordem, acontece:

Lei de Hess
O químico e médico Germain Henry Hess (1802-1850) desenvolveu importantes trabalhos na área de ter-
moquímica.
A Lei de Hess é uma lei experimental e estabelece que a variação de entalpia de uma reação química de-
pende apenas dos estados inicial e final da reação.

A Lei de Hess também pode ser chamada de lei da soma dos calores de reação.
É uma forma de calcular a variação de entalpia através dos calores das reações intermediárias. Podem ser
infinitas variações de entalpia.

Exemplo:
Qual o valor da variação de entalpia da reação a seguir?

Dados (equações intermediárias):

Resolução:

______________________________________

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Observe que a ΔH1 e ΔH2 são somadas, obtendo-se o valor da variação de entalpia. As equações químicas
também são somadas, obtendo-se a reação global.
Para montar as equações e aplicar a Lei de Hess, podemos fazer algumas alterações matemáticas, seguin-
do as seguintes regras:
1°) as equações intermediárias devem estar de acordo com a reação global. Coloca-se as equações (dados)
na ordem que reagem ou são produzidas. Se não estiverem de acordo, troca-se o sinal da ΔH;
2°) acertar os coeficientes também de acordo com a reação global. Se a equação for multiplicada, a ΔH tam-
bém deve ser multiplicada pelo mesmo número.
3°) realizar o somatório para montar a reação global;
4°) somar os valores das ΔH das equações intermediárias para achar a ΔH da reação global.
Exemplo:
Calcule a variação de entalpia da seguinte reação pela Lei de Hess:

Dados:

Resolução:
Deve-se escrever todas as equações intermediárias (dados) de acordo com a reação global. Na primeira
equação, o que há em comum é o C(grafite). Então ele deve ser escrito da mesma forma (como reagente e
1mol).
A segunda equação tem em comum com a reação global o H2(g). Nos dados, esta espécie química não está
exatamente igual como na global. Deve-se multiplicar toda a equação por 2, inclusive a ΔH2.
A terceira equação tem em comum com a reação global o CH4(g). Deve-se inverter a posição desta equação
e portanto trocar o sinal da ΔH3.
Veja como deve ser feito:

Cálculo e Variação de entalpia


A variação da energia de um sistema (ΔH) pode ser calculado pela diferença entre as energias dos produtos
e reagentes.
ΔH = Hprod – Hreag
O cálculo da variação da entalpia (ΔH) é um procedimento matemático que utiliza as entalpias de cada um
dos participantes de uma reação química para determinar a quantidade de energia que foi absorvida ou liberada
por um processo químico qualquer.

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Considere a equação abaixo:
A+B→C+D
Para realizar o cálculo da variação da entalpia dessa reação, é necessário conhecer as entalpias de cada
um dos participantes (reagentes e produtos):
HA = Entalpia da substância A
HB = Entalpia da substância B
HC = Entalpia da substância C
HD = Entalpia da substância D
Tendo conhecimento sobre a entalpia de cada um dos participantes da reação, basta utilizar os valores na
expressão matemática de subtração que representa a variação da entalpia, que é:
ΔH = Hp – Hr
Para essa reação, temos que:
Hp = Soma da entalpia dos produtos.
No caso da reação representada no Hp, temos a soma das entalpias dos produtos C e D, sempre respeitan-
do as quantidades estequiométricas, logo:
Hp = c.HC + d.HD
Hr = Soma da entalpia dos reagentes.
No caso da reação representada no Hr, temos a soma das entalpias dos reagentes A e B, sempre respeitan-
do as quantidades estequiométricas, logo:
Hr = a.HA + b.HD
Representação Gráfica

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Radiação eletromagnética

Radiação
Radiação1 é um termo da física que significa a propagação de energia de um ponto a outro no espaço ou
em um meio material, com certa velocidade. Os elementos condutores de energia deter- minam as formas de
radiação, seja ela eletromagnética ou corpuscular.
a) Radiação eletromagnética: toda aquela que se caracteriza pela oscilação entre um campo elétrico e um
campo magnético. É classificada de acordo com a frequência de ondas, das quais as mais conhecidas são:
ondas hertzianas (de rádio ou TV), micro-ondas, radiação infravermelha, ultravioleta, raios-X e raios gama.
b) Radiação corpuscular: é constituída por partículas subatômicas, e os tipos mais conhecidos são: elétrons,
prótons, nêutrons, dêuterons e partículas alfa e beta. Existem quatro tipos de radiação: alfa, beta, gama e X.
c) Radiação ionizante: é a designação dada às radiações de tipo eletromagnético e corpuscular, que, ao
entrarem em contato com a matéria, causam direta ou indiretamente a criação de íons. Dependendo da quanti-
dade de energia, a radiação pode ser ionizante (alto nível de energia) ou não ionizante (baixa energia). A radia-
ção ionizante tem inúmeras aplicabilidades na vida humana, como: medicina nuclear, radioterapia, exames de
diagnósticos (raio-X), indústria bélica, conservação de alimentos, agricultura, entre outras.
d) Radiação nuclear: a radiação nuclear, ou radioatividade, é a radiação emitida pela desintegração de al-
guns elementos químicos. A exposição prolongada à radiação nuclear pode causar várias lesões e doenças,
por exemplo: queimaduras (radiação alfa), infertilidade, doenças sanguíneas, doenças cerebrais, doenças gas-
trointestinais, mutações genéticas, principalmente pela radiação gama etc.
e) Radiação alfa (α): tipo de radiação quase que inofensiva, pois não consegue ultrapassar as células mortas
da pele de uma pessoa. Entretanto, se penetrarem no organismo por meio de um ferimento ou por aspiração,
as partículas alfa podem causar lesões graves. Esse tipo de partícula pode ser detido por uma folha de papel
ou de alumínio.
f) Radiação beta (β): tipo de radiação mais penetrante e menos energética que a das partículas alfa e pode
penetrar nos tecidos, provocando danos à pele. Essas partículas só́ atingem os órgãos internos do corpo se
forem ingeridas ou aspiradas, seu poder de penetração na pele é de aproximadamente 4 cm.
g) Radiação gama (γ): é o tipo de radiação mais perigosa. Embora não seja tão energética, é altamente
penetrante, podendo atravessar o corpo humano e causar malformações nas células. A radiação gama só́ é
detida por uma parede de concreto ou por algum tipo de metal. Originam-se do núcleo do átomo ondas eletro-
magnéticas que não possuem massa e se propagam á velocidade de 300.000 km/s, o que lhe confere grande
poder de penetração.
Radioatividade
A radioatividade é regida por leis que estão ligadas às emissões radioativas com a decorrente conversão de
um radionuclídeo (núcleo radioativo) em outro elemento químico. Essa conversão tem por objetivo transformar
um átomo instável em outro mais estável. As leis da radioatividade são:
1a Lei da Radioatividade (lei de Soddy)
“Quando um núcleo emite uma partícula alfa (α), seu número atômico diminui de duas unidades e seu núme-
ro de massa diminui de quatro unidades.”

1 CAMARGO, R. Radioterapia e Medicina Nuclear. 1ª Ed. Érica.

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2a Lei da Radioatividade (lei de Soddy-Fajans-Russel):
Quando um núcleo emite uma partícula beta (β), seu número atômico aumenta de uma unidade e seu núme-
ro de massa permanece constante.”

Riscos2 Associados à Radiação e a Segurança do Paciente


Os dados disponíveis sobre o risco de exposição a baixas doses de radiação ionizante, utilizada em radio-
logia diagnóstica, são incompletos e controversos. As estimativas de risco para exposição a baixas doses de
radiação derivam principalmente de dados de sobreviventes expostos a altas doses de radiação nas explosões
atômicas de Hiroshima e Nagasaki em 1945. Dados adicionais são fornecidos por altos níveis de exposição
decorrentes de acidentes nucleares, como o de Chernobyl em 1986.
Ainda não há evidências diretas de que a exposição a baixos níveis de radiação cause câncer ou defeitos
congênitos. Todas as questões se baseiam em estimativas de risco. A estimativa de riscos mais conservadora
utiliza um modelo linear sem limiar de dose, com base em dados de exposição a altos níveis de radiação, que
indicam um risco pequeno, porém finito, de desenvolvimento de câncer, especialmente em crianças, como re-
sultado de TC e outros métodos de imagem que utilizam radiação ionizante. Essas estimativas consideram que
não existe um limiar abaixo do qual nenhum dano ocorre.
Muitos especialistas acreditam que uma dose limiar e não a extrapolação linear, sem limiar, seja o modelo
correto. Não obstante, empregando o método de extrapolação linear, o risco estimado durante a vida para uma
criança de 1 ano de idade, submetida a uma TC abdominal é de 0,18% e o da TC craniana é 0,07%.50 Contudo,
esse risco adicional é insignificante se comparado aos estimados 23% de risco individual de desenvolvimento
de câncer no período de vida de uma pessoa. Essa muito conservadora e altamente significativa superestima-
tiva de risco tem de ser contrabalançada com os benefícios de se conseguir um diagnóstico correto pelo uso
de TC.
Em muitos casos, o benefício imediato supera imensamente o risco reduzido. Atualmente, não existe um
marcador para diferenciar um câncer causado por exposição à radiação daquele que ocorre naturalmente. A
ocorrência de um câncer adicional, possivelmente relacionado com a exposição radioativa, tem período de la-
tência entre 30 e 40 anos. Pacientes com mais de 50 anos e aqueles que já têm câncer e, por isso, realizaram
muitas TC, provavelmente não apresentarão outro câncer induzido por radiação.
Dose de radiação
Em um estudo realizado com quase 1 milhão de adultos, a tomografia e os procedimentos de medicina nu-
clear foram responsabilizados por 75% da dose de radiação efetiva cumulativa. A TC representa 10% de todos
os procedimentos com base em raios X; contudo, contribui com dois terços da exposição à radiação clinica-
mente relacionada de pacientes. Uma TC do abdome pode apresentar uma dose de radiação entre 200 e 250
vezes maior do que uma radiografia do tórax. Uma angiotomografia computadorizada fornece 2 rads (20 mGy)
por mama, em comparação com 0,3 rads (3 mGy) por mama em uma mamografia.
Gravidez e radiação
Durante a gravidez, o risco de exposição do feto à radiação é aumentado devido às pequenas dimensões
desse ser humano em desenvolvimento, com crescimento rápido e processos de divisão celular extremamente
ativos.

2 BRANT, W. E.; HELMS, C. A. Fundamentos da Radiologia. 4ª Ed. Guanabara Koogan.

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Os potenciais efeitos danosos da radiação ionizante ao feto incluem morte pré-natal (especialmente nos
primeiros estágios de gestação), retardo do crescimento intrauterino, retardo mental, malformação de órgãos e
desenvolvimento de câncer durante a infância. O risco de cada um desses efeitos adversos depende da idade
gestacional no momento da exposição e também da dose total de exposição durante toda a gestação.
O risco associado à radiação é mais alto durante o primeiro trimestre de gravidez, diminui no segundo e é
ainda mais baixo durante o terceiro trimestre. Se o útero estiver fora do campo de visão do feixe de raios X, o
feto recebe apenas a radiação dispersa e a dose de radiação é mínima. Se o feto for diretamente exposto ao
feixe de raios X no campo de visão, as doses dependem da espessura da paciente, profundidade do concepto
em relação à pele, da técnica de raios X empregada e da direção do feixe.
Nas primeiras 2 semanas de gestação, a exposição à radiação apresenta um efeito de tudo ou nada. A ra-
diação pode interromper a gravidez ou o embrião pode recuperar-se totalmente. Da terceira à oitava semanas
após a concepção, a organogênese está em sua atividade máxima, e a exposição à radiação pode ocasionar
malformação de órgãos. Durante a oitava à décima quinta semana, o sistema nervoso apresenta maior sensi-
bilidade à radiação.
A exposição significativa durante esse período tende a causar microcefalia com retardo mental. No terceiro
trimestre, o feto apresenta sensibilidade muito menor à radiação, e é improvável a ocorrência de comprome-
timento orgânico e malformações. O National Council on Radiation Protection and Measurement estabeleceu
50 mGy (5 rads) como a dose fetal cumulativa máxima “aceitável” durante todo o período gestacional. Abaixo
desse limiar, é bastante improvável que seja detectado qualquer efeito colateral no feto. Nenhum exame ultra-
passa essa dosagem, contudo, a exposição repetida à radiação ionizante durante a gravidez pode, certamente,
exceder essa dose e causar lesões ao feto.
O risco se torna significativo a partir de 100 mGy. A International Commission on Radiological Protection
afirma que “doses fetais abaixo de 100 mGy não devem ser consideradas motivo para interrupção da gravidez.
Nas doses fetais acima desse nível, pode haver danos ao feto, sendo que a magnitude e o tipo de lesão depen-
dem da dose e do estágio gestacional.”

Hidrostática

Hidrostática
A Hidrostática é a parte da Física que estuda os fluídos (tanto líquidos como os gasosos) em repouso, ou
seja, que não estejam em escoamento (movimento).
Além do estudo dos fluídos propriamente ditos, serão estudadas as forças que esses fluídos exercem sobre
corpos neles imersos, seja em imersão parcial, como no caso de objetos flutuantes, como os totalmente sub-
mersos.
1. Massa Específica; Densidade
Ao se afirmar que a massa específica da água é de 1000 kg/m³ estamos informando que 1 m³ de água pos-
sui uma massa de 1000 kg. Isto nos permite deduzir a definição de massa específica, que é a relação entre a
massa e o volume ocupado por essa massa:

A massa específica é definida para corpos homogêneos. Já para os corpos não homogêneos essa relação
é denominada densidade:

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2. Pressão
A pressão é definida como a aplicação de uma força distribuída sobre uma área:

A unidade de medida da pressão é newton por metro quadrado (N/m²). A pressão pode também ser exercida
entre dois sólidos. No caso dos fluídos o newton por metro quadrado é também denominado pascal (Pa).
3. Princípio de Stevin
O princípio de Stevin nos permite calcular a pressão em um líquido em repouso, estando com sua superfície
livre em contato com a atmosfera:

Uma das consequências do princípio de Stevin é:


“Em um líquido em equilíbrio, a pressões são iguais em todos os pontos da mesma horizontal”.
4. Pressão atmosférica
No planeta Terra em qualquer parte de sua superfície os corpos estão envoltos em um fluído gasoso, o ar.
Como todo fluído ele causa uma pressão nos corpos nele imersos.
A pressão atmosférica deve ser expressa em Pa (N/m²). Mas outras unidades podem ser encontradas:
– atmosfera (atm)
– milímetros de mercúrio (mmHg) ou centímetros de mercúrio (cmHg)
– metros de coluna de água (mca).
Então, é possível relacionar as várias medidas comparando-se os valores da pressão atmosférica ao nível
do mar:
1 atm = 101325 Pa = 10,2 mca = 760 mmHg
5. Princípio de Pascal
O Princípio de Pascal afirma que: “Um acréscimo de pressão exercido em qualquer ponto de um fluído é
transmitido para todo o fluído”. Com esse princípio é possível construir e dimensionar macacos hidráulicos,
prensas hidráulicas, etc.

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Como a pressão é igual em todos os pontos do fluído e supondo a área do pistão da direita sendo 5 vezes
maior que o da esquerda tem-se:

Dessa maneira uma força F_1 será, no exemplo, amplificada (F_2 ) cinco vezes. Esse seria a versão hidráu-
lica da alavanca mecânica concebida por Arquimedes.
6. Princípio de Arquimedes
Deve-se também a Arquimedes a definição da força de Empuxo gerada por um corpo imerso em um fluído.
“A força de empuxo de um corpo imerso em um fluído é igual ao peso do fluído deslocado”.

Se o empuxo for maior que a força peso do corpo, a tendência do corpo é de subir com aceleração. No caso
de o peso ser menor que o empuxo, a tendência é de o corpo descer com aceleração. No caso do empuxo ser
igual à força peso o corpo terá a tendência de permanecer parado.
Nota: ao contrário do que se vê em muitos filmes e da crença geral, um submarino ao tentar emergir não
solta subitamente toda a água armazenada em seus tanques de lastro. Isso provocaria uma subida acelerada
difícil de ser controlada. A liberação do lastro de seus tanques é feita de forma controlada, de modo a manter
a força de empuxo igual à força peso, e com isto conseguir uma subida gradual, com velocidade constante. O
controle é feito pela hélice de propulsão em conjunto com as aletas controladoras de movimento vertical.
Um corpo é considerado rígido quando as posições das partículas que constituem o corpo não mudam de
posição durante o tempo em que ele é estudado. Vamos então considerar que um corpo rígido esteja sujeito à
ação de forças sobre um mesmo plano. Assim, dizemos que esse corpo encontra-se em equilíbrio quando se
encontra ao mesmo tempo em equilíbrio de rotação e translação.
A fim de garantir o equilíbrio do corpo extenso rígido sujeito a um sistema de forças, devemos impor algumas
condições simultâneas. Vejamos abaixo quais são essas condições:
A primeira condição é que a resultante dos sistemas de forças deve ser nula, ou seja, a força resultante que
atua no sistema do corpo rígido deve ser igual a zero, assim temos:

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Equilíbrio de translação
A segunda condição é que a soma algébrica dos momentos das forças do sistema, em relação a um polo
arbitrário deve ser nula. Isto é:

Equilíbrio de rotação
MOMENTO DA FORÇA
Chama-setorqueoumomento de uma forçaF aplicada num ponto P, em relação a um ponto O, o produto da
intensidade F da força pela distância d do ponto O à linha de ação da força.

Por convenção o momento pode ser positivo ou negativo. Adota-se o sinal(+) se a força F tende a girar o
segmento OP em torno de O no sentido anti-horário e (-) no sentido horário.
O ponto O é denominado pólo e a distancia d, o braço.
A unidade de momento no sistema internacional (SI) é newton x metro(N.m).
Binário
Binário é um sistema constituído de duas forças de mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos,
cujas linhas de ação estão a uma certa distância d. a distância d chama-se braço do binário.

Momento do binário
O momento do binário é a soma algébrica dos momentos das forças que o constituem. Assim, considerando
um pólo O arbitrário e levando em conta a convenção de sinais, temos:

O binário da figura tem sentido anti-horário e seu momento resultou positivo; se tivesse sentido horário, seu
momento seria negativo.

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Da expressão obtida podemos concluir que o momento de um binário independe do pólo escolhido.
A resultante do binário é nula, pois as forças que o constituem têm mesma intensidade, mesma direção e
sentidos opostos. Desse modo, se aplicarmos um binário a um sólido, inicialmente em repouso, este não adqui-
re movimento de translação (pois a resultante é nula), mas adquire movimento de rotação não uniforme (pois
o momento não é nulo)

Escalas de temperatura

Temperatura é a grandeza que caracteriza o estado térmico de um corpo ou sistema.


Fisicamente o conceito dado a quente e frio é um pouco diferente do que costumamos usar no nosso coti-
diano. Podemos definir como quente um corpo que tem suas moléculas agitando-se muito, ou seja, com alta
energia cinética. Analogamente, um corpo frio, é aquele que tem baixa agitação das suas moléculas.
Escalas Termométricas
Para que seja possível medir a temperatura de um corpo, foi desenvolvido um aparelho chamado termôme-
tro.
O termômetro mais comum é o de mercúrio, que consiste em um vidro graduado com um bulbo de paredes
finas que é ligado a um tubo muito fino, chamado tubo capilar. Quando a temperatura do termômetro aumenta,
as moléculas de mercúrio aumentam sua agitação fazendo com que este se dilate, preenchendo o tubo capilar.
Para cada altura atingida pelo mercúrio está associada uma temperatura.

A escala de cada termômetro corresponde a este valor de altura atingida. Existem três escalas termométri-
cas utilizadas em todo mundo:
- Escala Celsius
É a escala usada no Brasil e na maior parte dos países, oficializada em 1742 pelo astrônomo e físico sueco
Anders Celsius (1701-1744). Esta escala tem como pontos de referência a temperatura de congelamento da
água sob pressão normal (0 °C) e a temperatura de ebulição da água sob pressão normal (100 °C).
- Escala Fahrenheit
Outra escala bastante utilizada, principalmente nos países de língua inglesa, tem como referência a tempe-
ratura de uma mistura de gelo e cloreto de amônia (0 °F) e a temperatura do corpo humano (100 °F).
Em comparação com a escala Celsius:
0 °C = 32 °F
100 °C = 212 °F
- Escala Kelvin
Também conhecida como escala absoluta. Esta escala tem como referência a temperatura do menor estado
de agitação de qualquer molécula (0 K) e é calculada a partir da escala Celsius. Por convenção, não se usa
“grau” para esta escala, ou seja 0 K, lê-se zero kelvin e não zero grau kelvin. Em comparação com a escala
Celsius:

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-273 °C = 0 K
0 °C = 273 K
100 °C = 373 K

Estudo dos Gases

Leis Físicas dos Gases


Uma dada massa de gás sofre uma transformação quando ocorrem variações nas suas variáveis de estado.
Começamos o estudo modificando-se apenas duas das grandezas e a outra se mantém constante.

Lei de Boyle-Mariotte
“À temperatura constante, uma determinada massa de gás ocupa um volume inversamente proporcional à
pressão exercida sobre ele”.
Esta transformação gasosa, onde a temperatura é mantida constante, é chamada de transformação isotér-
mica.
Experiência da Lei de Boyle-Mariotte

A lei de Boyle-Mariotte pode ser representada por um gráfico pressão-volume. Neste gráfico, as abscissas
representam a pressão de um gás, e as ordenadas, o volume ocupado.
A curva obtida é uma hipérbole, cuja equação representativa é PV = constante. Portanto, podemos repre-
sentar:

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Lei de Charles/Gay-Lussac
“À pressão constante, o volume ocupado por uma massa fixa de gás é diretamente proporcional à tempera-
tura absoluta.”
Esta transformação gasosa, onde a pressão é mantida constante, é chamada de transformação isobárica.
As relações entre volume e temperatura podem ser representadas pelo esquema:

Graficamente, encontramos:
A reta obtida é representada pela equação: V = (constante) · T ou V/T = constante

Lei de Charles/Gay-Lussac
“A volume constante, a pressão exercida por uma determinada massa fixa de gás é diretamente proporcional
à temperatura absoluta.”
Esta transformação gasosa, onde o volume é mantido constante, é denominada de transformação isocórica,
isométrica ou isovolumétrica. As relações entre pressão e temperatura são representadas a seguir:

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Graficamente, encontramos:
A reta obtida é representada pela equação: P = (constante) · T ou P/T = constante

Gás Real
Não segue o comportamento do gás ideal,
Gás Perfeito ou Ideal
principalmente em pressões muito altas e/ou em
Obedece rigorosamente temperaturas baixas, porque ocorre alta redução
às Leis Físicas dos Gases de volume e as partículas, muito próximas, pas-
em quaisquer condições de sam a interferir umas no movimento das outras.
temperatura e pressão. Um gás real aproxima-se do comportamento de
um gás ideal à medida que diminui a pressão e
aumenta a temperatura.

Equação Geral dos Gases


Esta equação é utilizada quando ocorre transformação gasosa em que as três variáveis de estado (P, V e T)
se modificam simultaneamente. Ela é obtida por meio da relação matemática entre as transformações gasosas
estudadas anteriormente.

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Equação de Clapeyron

Esta equação também é denominada de equação de Clapeyron, em homenagem ao físico francês que a
determinou. A constante R pode assumir vários valores dentre os quais destacamos:

MISTURAS GASOSAS
As misturas gasosas são muito comuns no cotidiano. É possível descobrir sua pressão e volume total atra-
vés das pressões e volumes parciais dos gases componentes da mistura.
1.Pressão parcial dos gases: A pressão parcial de um gás é a pressão que ele exerceria se estivesse sozi-
nho, nas mesmas condições de temperatura e volume da mistura.
Segundo Dalton, a soma das pressões parciais dos gases que formam a mistura resulta na pressão total
(p) da mistura. Por exemplo, se a pressão do ar for de 1,0 atm, a pressão parcial do N2 será de 0,8 (80% da
pressão total) e a pressão parcial de O2 será igual a 0,2 % (20% da pressão total da mistura).
Essa Lei de Dalton é mostrada também pela fração em quantidade de matéria (X). Essa fração no caso do
nitrogênio é dada por 0,8 mol.
1,0 mol
PN2= p . XN2
PN2= 1,0 atm . 0,8 = 0,8 atm.
Pode-se também calcular cada pressão parcial por meio da equação de estado dos gases:
Equação de estado dos gases: PV = nRT
2. Volume parcial dos gases:
Similarmente à pressão parcial, o volume parcial corresponde ao volume que um gás ocupa nas condições
de temperatura e pressão da mistura.
A Lei de Amagat diz que a soma dos volumes parciais é igual ao volume total, assim como o caso da pressão
visto anteriormente. Por isso, usamos a equação de estado dos gases, com a única diferença que agora se
coloca o volume parcial do gás e não a pressão:

Também é possível calcular o volume parcial de cada gás componente da mistura por meio da fração em
quantidade de matéria.

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Exercícios

1-Uma partícula parte do repouso, do ponto A, uniformemente acelerada. No instante em que atinge a velo-
cidade escalar de 60 km/h, passa a ser uniformemente retardada até parar, no ponto B.
A velocidade escalar média da partícula nesse deslocamento da A até B foi de
(A) 48 km/h.
(B) 45 km/h.
(C) 40 km/h.
(D) 30 km/h
(E) 15 km/h.
2-Ao disparar para cima com uma pistola, o projétil sobe numa trajetória vertical com uma velocidade inicial
de 200 m/s. Desprezando-se o efeito da resistência do ar, a altura máxima atingida pelo projétil, em relação à
pistola, é:
Dado: aceleração da gravidade = 10 m/s2
(A) 4000 m
(B) 1000 m
(C) 500 m
(D) 3000 m
(E) 2000 m
3-Uma partícula em movimento retilíneo possui velocidade dada por v(t) = 5 + 3t2, com unidades no Sistema
Internacional de Unidades. No instante t = 0, a partícula encontrava-se a 15 m da origem, no sentido positivo. A
aceleração e a posição da partícula no instante t = 4 segundos são, respectivamente, em m/s2 e m:
(A) 48 e 68.
(B) 24 e 99.
(C) 29 e 49.
(D) 24 e 68.
(E) 48 e 99.
4-Uma pedra é lançada do solo verticalmente para cima com uma velocidade de 12m/s. Simultaneamente,
outra pedra é abandonada a uma altura H do solo. Considere a resistência do ar desprezível e g = 10 m/s2.
Para que as pedras se cruzem no instante em que suas velocidades tenham módulos iguais, a altura H deve
ser de
(A) 1,8m.
(B) 2,4m.
(C) 3,6m.
(D) 5,4m.
(E) 7,2m.
5-Com o objetivo de avaliar o sistema de segurança de seus produtos, uma indústria automobilística na-
cional submeteu um automóvel de 900 kg de massa a um procedimento conhecido como teste de impacto,
constituído de duas fases: na primeira, denominada arrancada, o automóvel é acelerado, por 10 s, partindo do
repouso até atingir a velocidade de 36 km/h; na segunda fase, identificada como colisão, o veículo, ainda com
a velocidade da fase anterior, colide com um bloco de concreto não deformável e para após 0,1 s, tendo sua
estrutura sido danificada após o choque.

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A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, considerando que o módulo da aceleração da gra-
vidade seja de 10 m/s².
Na fase da colisão, os danos causados na estrutura do automóvel se explicam por que as forças trocadas
entre o automóvel e o bloco de concreto têm intensidades diferentes, uma vez que o automóvel estava em mo-
vimento e o bloco de concreto estava em repouso.
( ) Certo
( ) Errado
6-Em um local onde a aceleração da gravidade é constante, uma escada rolante foi projetada para se
movimentar com velocidade escalar constante e transportar passageiros entre dois pisos separados por uma
distância vertical de altura H.
Considerando que não haja força dissipativa no sistema e que 100% do trabalho do motor que movimenta a
escada seja transferido para os passageiros, julgue o item subsequente.
A força aplicada pela escada rolante a cada passageiro é proporcional à velocidade escalar com que a es-
cada se movimenta.
( ) Certo
( ) Errado
7-Considere um automóvel com tração dianteira movendo-se aceleradamente para a frente. As rodas dian-
teiras e traseiras sofrem forças de atrito respectivamente para:
(A) frente e frente.
(B) frente e trás.
(C) trás e frente.
(D) trás e trás.
(E) frente e não sofrem atrito.
8-Uma força FA age sobre um objeto A, enquanto uma força FB age sobre um objeto B. A massa do objeto
B é duas vezes maior que a massa do objeto A, e a aceleração do objeto B é duas vezes aquela do objeto A.
Qual das alternativas a seguir expressa a relação entre as forças envolvidas?
(A) FB = FA/4
(B) FB = FA/2
(C) FB = FA
(D) FB = 2FA
(E) FB = 4FA
9-Isaac Newton, em seu famoso livro Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, enuncia a segunda lei
da mecânica afirmando que a variação da quantidade de movimento de um objeto é proporcional à força motora
imprimida a ele. Hoje, no Ensino Médio, enuncia-se essa lei afirmando que a resultante das forças aplicadas a
um objeto puntiforme é igual ao produto de sua massa pela aceleração por ele adquirida.
Essas duas afirmações só são equivalentes quando a
(A) resultante das forças aplicadas ao objeto é constante.
(B) aceleração adquirida pelo objeto é constante.
(C) Bmassa do objeto não varia.
(D) velocidade do objeto aumenta.
(E) resultante das forças aplicadas e a aceleração do objeto têm mesma direção.

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10-Assinale a opção correta a respeito da estática dos corpos rígidos.
(A) Um corpo extenso está em equilíbrio de rotação quando seu centro de massa está em repouso ou em
movimento retilíneo e uniforme em relação a um determinado referencial.
(B) Um corpo extenso está em equilíbrio de translação quando está em repouso ou em movimento de rota-
ção uniforme em relação a um referencial determinado.
(C) O momento escalar de uma força F em relação a um ponto O é dado pelo produto da intensidade dessa
força pela distância perpendicular entre a força e o ponto O — braço de alavanca — precedido de um sinal
algébrico arbitrário.
(D) Em um campo gravitacional uniforme, o centro de gravidade diverge do centro de massa.
(E) A condição para que um ponto material esteja em equilíbrio em relação a um ponto referencial é que a
resultante das forças que nele atuam seja diferente de zero.
11-Conrad Dietrich Magirus foi um bombeiro alemão criador das famosas escadas Magirus. Nascido em se-
tembro de 1824, na Alemanha, Magirus desde muito jovem demonstrou vocação para o trabalho na luta contra
incêndios e no resgate de pessoas em dificuldade. Quando jovem, Conrad Magirus se arriscava em resgates
sem nenhum tipo de equipamento de proteção junto com um grupo de amigos na pequena cidade alemã de
Ulm. Em 1847, Conrad fundou a primeira brigada voluntária de incêndios na Alemanha e, em 1872, revolucio-
nou a história dessa profissão, ao apresentar o protótipo da primeira escada Magirus, na exposição mundial de
Viena. A maior escada Magirus do mundo, em operação, é a M68L, composta de 7 peças móveis.
Numa determinada operação, uma dessas escadas está completamente esticada, tem 70,0 m de compri-
mento e faz um ângulo de 60° com a horizontal, suportando um cesto de300kg, ligado por um cabo à sua ex-
tremidade. O módulo da aceleração da gravidade local é 10,0 m/ s².
O módulo do torque (ou momento de força) produzido pelo cesto, em relação à base da escada, vale
(A) 210xl03N.m.
(B) 182x103N.m.
(C) 105xl03N.m.
(D) 91xl03N.m.
(E) 46x103N.m.
12-Dois líquidos que não se misturam com densidades d 1 e d 2, respectivamente, são dispostos em um
balde cilíndrico. Os volumes dos líquidos são V 1=V e V 2 =2V 1 e as densidades são d 1=2d e d 2=d 1/2. Sen-
do g a aceleração da gravidade e desprezando a força devido à atmosfera, a força resultante sobre o fundo do
balde é de:
(A) dVg
(B) 5dVg
(C) 2dVg
(D) 4dVg
(E) 3dVg
13-Um cilindro de aço contém 3,0 g de etanol, C2H5OH. Qual é a pressão aproximada de vapor de etanol,
em atmosferas, se o cilindro tiver um volume de 750 cm3 e a temperatura for de 125°C? (Admita que todo o
etanol esteja na fase de vapor nessa temperatura).
Dados: H=1, C=12, O=16; R= 0,082 L.atm/mol.K
T(K)= T(°C) + 273
(A) 2,8
(B) 0,13
(C) 0,88

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(D) 8,8
(E) 0,26
14-O carbonato de cálcio, CaCO3(s), é decomposto quando aquecido, em CaO(s) e CO2(g). Uma amostra
de CaCO3 é decomposta e o dióxido de carbono formado é recolhido em um balão de 300 mL. Após o término
da decomposição, a pressão do gás é igual a 1,5 atm a uma temperatura de 30°C. Qual a quantidade aproxi-
mada de CO2, em mols, produzida na decomposição?
Massas Molares em g/mol: C=12,011; O=16,000; Ca=40,01;
Dados: R = 0,082 L.atm/mol.K; T(k) = t(°C) + 273
(A) 0,054
(B) 1,811
(C) 0,183
(D) 0,002
(E) 0,018
15-Com relação ao comportamento de gases ideais, julgue o item seguinte, assumindo o valor da constante
universal dos gases perfeitos como R = 0,082 atm ∙ L ∙ mol−1 ∙ K−1.
Se a temperatura de certa quantidade de um gás ideal, inicialmente a 300 K, for elevada a 1.200 K, tanto a
pressão como o volume triplicarão.
( ) Certo
( ) Errado
16-Com relação ao comportamento de gases ideais, julgue o item seguinte, assumindo o valor da constante
universal dos gases perfeitos como R = 0,082 atm ∙ L ∙ mol−1 ∙ K−1.
A pressão de 3 mols de um gás, à temperatura de 330 K, que ocupa um volume de 85,4 L, é superior a 0,94
atm.
( ) Certo
( ) Errado
17-A goethita (FeOOH) é um dos principais compostos responsáveis pela cor terrosa característica dos
solos. A cor dos solos argilosos deve-se, principalmente, à proporção entre a quantidade de goethita e de ou-
tros minerais presentes nesses tipos de solo, como a limonita (FeOOH·nH2O), de cor amarela, e a hematita
(Fe2O3), que é avermelhada.
A formação da goethita pode ser representada por várias reações, como as mostradas nas equações quí-
micas I e II, a seguir. A equação III representa a formação do aquocomplexo [Fe(H2O)6]3+ em meio aquoso.
Todas essas reações são pH dependentes e estão sujeitas ao equilíbrio mostrado na equação IV.
I Fe3+ + 3 OH− ‘ FeOOH + H2O_Δ
HI
II [Fe(H2O)6]3+ ‘ FeOOH + 3 H+ + 4 H2O_Δ
HII
III Fe3+ + 6 H2O ‘ [Fe(H2O)6]3+_Δ
HIII
IV H+ + OH- ‘ H2O_Δ
HIV
A goethita pode ser obtida em laboratório, por meio da alcalinização de uma solução de cloreto de ferro (III)
(FeCl3) com bases como o NH4OH, o NaOH e o KOH.
Com base nas informações precedentes, julgue o item subsequente.

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Dadas as variações de entalpia de reação (Δ
H) listadas no texto, conclui-se que a variação de entalpia da reação III pode ser corretamente calculada por
meio da expressão Δ
HIII = Δ
HI - Δ
HII - 3 Δ
HIV.
( ) Certo
( ) Errado
18-Os elementos essenciais à reação de combustão são
(A) combustível, pirólise e reação em cadeia.
(B) combustível, comburente, calor e pirólise.
(C) combustível, comburente, calor e reação em cadeia.
(D) combustível, comburente, calor e reação contínua.
(E) combustível, comburente, calor e reação sequenciada.
19-O oxigênio representa aproximadamente 20% (em volume) do ar atmosférico em relação aos outros ga-
ses presentes na mistura. Quando o oxigênio e o monóxido de carbono se encontram, ocorre a seguinte reação
química.
CO (g) + ½ O2 (g) → CO2 (g)
Nessa situação, considerando que todos os gases estejam submetidos à mesma pressão e temperatura, o
volume de ar necessário para a combustão completa de 20 L de monóxido de carbono é
(A) 5 L.
(B) 0,0002 L.
(C) 50 L.
(D) 20 L.
(E) 0,0005 L.
20-Suponha que em um cilindro provido de um pistão móvel sem atrito seja realizada a combustão completa
de determinada quantidade de etanol líquido, conforme equação química a seguir, em um processo isotérmico
e isobárico em que os gases presentes se comportam idealmente e o volume da fase líquida é constante.
C2H5OH (l) + 3 O2 (g) →
2 CO2 (g) + 3 H2O (l)
Do ponto de vista termodinâmico, nesse processo, o(a)
(A) valor absoluto da variação de energia interna é inferior ao da variação de entalpia.
(B) quantidade calor trocado entre o sistema e o ambiente é nula.
(C) sistema realiza trabalho sobre o ambiente.
(D) entropia do sistema aumenta.
(E) variação de energia livre é positiva.

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Gabarito

1 D
2 E
3 B
4 E
5 ERRADO
6 ERRADO
7 B
8 E
9 C
10 C
11 C
12 D
13 A
14 E
15 ERRADO
16 CERTO
17 CERTO
18 C
19 C
20 A

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