Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
THAMIRES GIACOMELLI
CAXIAS DO SUL
2018
0
THAMIRES GIACOMELLI
CAXIAS DO SUL
2018
1
THAMIRES GIACOMELLI
Orientador:
__________________________________
Prof. Me. Vinício Cecconello
Banca Examinadora:
__________________________________
Prof. Me. Maurício Schäfer
__________________________________
Prof. Me. Roberto Christ
RESUMO
O anseio por uma construção civil mais sustentável tem sido refletido em pesquisas
alternativas visando minimizar o consumo de recursos naturais. Um material
alternativo muito estudado a fim de ser utilizado como agregado miúdo em
argamassas e concretos é a areia de britagem. No processo de britagem de rocha
para a produção de agregado graúdo, este material é acumulado e classificado como
resíduo. A literatura atualizada induz que devido à pouca oferta da areia natural, cuja
tendência é desaparecer do mercado, e, consequentemente, a elevação do custo
deste insumo, há necessidade de viabilizar a utilização da areia de britagem de rocha
na confecção de argamassas e concretos para suprir a demanda, de modo a continuar
confeccionando materiais de boa qualidade e durabilidade. O Concreto de Pós
Reativos (CPR), por sua vez, é um concreto composto por partículas reativas
superfinas com diferentes granulometrias, formando uma matriz altamente densificada
por eliminar o agregado graúdo de sua composição. Com base nisso, o presente
trabalho estudou a viabilidade da utilização da areia de britagem em substituição
parcial ou total da areia natural para confecção de CPR. Para isso, a fração de
agregado miúdo foi dividida entre areia natural e areia de britagem em teores de 0%,
25%, 50%, 75% e, por fim, 100%. Após, foram realizados ensaios nos corpos de prova
para a verificação da resistência à compressão e tração na flexão, absorção de água
total por imersão e por sucção capilar, resistência frente ao ataque químico e, por fim,
ensaio de microscopia eletrônica de varredura (MEV) para posterior verificação da
microestrutura das amostras. Como resultados, a composição de agregado miúdo de
25% de areia natural e 75% de areia de britagem foi a que proporcionou ao material
as maiores resistências à compressão e tração na flexão. Acredita-se que isso
ocorreu, pois foi a composição onde houve um melhor empacotamento das partículas.
Além das resistências à compressão e tração na flexão, essa mesma composição
obteve os melhores resultados se tratando da resistência frente ao ataque químico,
bem como absorção de água total e por sucção capilar. Portanto, com base nos
resultados do presente trabalho, corrobora-se que é possível dosar CPR com menores
consumos de areia natural, visando a redução da utilização desse recurso.
The want for a more sustainable construction industry has been reflected in researches
aiming to find alternatives to minimize natural resources consumption. A widely studied
alternative material, used as fine aggregate in mortar and concrete, is quarry dust. In
the rock crushing process for coarse aggregate production, this material is generated
and classified as waste. Updated literature informs that there is a trend of depletion of
natural sand from the market, due to its reduced supply and, consequently, increased
prices. That generates the need to make feasible the use of quarry dust as fine
aggregate in the production of mortar and concrete, in order to supply the demand and
maintain the production o material with adequate quality and durability. Thus, the fine
fraction of quarry dust has been studied in order to verify the technical feasibility of
partial or total substitution of natural sand. Reactive Powder Concrete (RPC) is
composed of superfine reactive particles with different granulometries that a highly
densified matrix without coarse aggregate. Based on that, the present work studied the
feasibility of using quarry dust in partial or complete substitution of natural sand for
production of RPC. For this, the small aggregate fraction was divided between natural
sand and quarry dust in contents of 0%, 25%, 50%, 75% and, finally, 100%. After that,
tests were carried out on the test specimens to verify the compressive strength and
flexural tensile strength, total water absorption by immersion and by capillary suction,
chemical etch resistance and scanning electron microscopy for to evaluate the
microstructure of samples. As results, 75 wt.% of quarry dust fine aggregate and 25
wt.% of natural sand provided higher compressive and flexural strengths. That
occurred due to the improved packaging of the particles. Besides compressive and
flexural strengths, that composition presented improved chemical resistance, lower
water absorption and capillary suction. Thus, the results of the present work confirm
the possibility of producing RPC with lower natural sand contents, aiming to reduce
consumption of such material.
Thomas Jefferson
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 16
1.1 OBJETIVO GERAL................................................................................... 17
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 18
2.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO CONCRETOS DE PÓS REATIVOS ............ 19
2.1.1 Homogeneidade da Mistura ..................................................................... 21
2.1.2 Melhoramento da Densidade pelo Método do Empacotamento ............... 24
2.1.3 Melhoramento da Microestrutura por cura térmica ................................... 29
2.1.4 Durabilidade ............................................................................................. 30
2.2 MATERIAIS CONSTITUINTES DO CPR ................................................. 33
2.2.1 Cimento .................................................................................................... 33
2.2.2 Areia ......................................................................................................... 33
2.2.3 Pó de Quartzo .......................................................................................... 34
2.2.4 Sílica Ativa ................................................................................................ 34
2.2.5 Aditivos Superplastificantes ...................................................................... 35
2.3 DESEMPENHO MECÂNICO DO CPR ..................................................... 36
2.3.1 Resistência à compressão ....................................................................... 36
2.3.2 Resistência à tração ................................................................................. 37
3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................... 39
3.1 PLANEJAMENTO DOS ENSAIOS ........................................................... 39
3.1.1 Variáveis de resposta ............................................................................... 42
3.1.2 Variáveis de controle ................................................................................ 42
3.2 MATERIAIS .............................................................................................. 42
3.2.1 Cimento .................................................................................................... 43
3.2.2 AREIAS .................................................................................................... 43
3.2.3 Sílica ativa ................................................................................................ 54
3.2.4 Pó de quartzo ........................................................................................... 55
3.2.5 Aditivos ..................................................................................................... 55
3.2.6 Água ......................................................................................................... 56
3.3 MÉTODOS ............................................................................................... 56
3.3.1 Traços de referência................................................................................. 56
3.3.2 Procedimento de mistura dos materiais ................................................... 58
3.4 MÉTODOS ............................................................................................... 60
3.4.1 ESTUDO DAS PROPRIEDADES NO ESTADO FRESCO ....................... 60
3.4.2 ESTUDO DAS PROPRIEDADES NO ESTADO ENDURECIDO .............. 61
3.4.3 Ataque químico......................................................................................... 65
3.4.4 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ............................................ 66
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...... 68
4.1 SIGLAS E TRAÇO UTILIZADO ................................................................ 68
4.2 PROPRIEDADE NO ESTADO FRESCO ................................................. 69
4.2.1 Trabalhabilidade ....................................................................................... 69
4.2.2 Resistência à compressão ....................................................................... 70
4.2.3 Resistência à tração ................................................................................. 73
4.2.4 Absorção de água .................................................................................... 76
4.2.5 Ataque químico......................................................................................... 81
4.2.6 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ............................................ 87
5 CONCLUSÃO .......................................................................................... 93
5.1 TRABALHOS FUTUROS ......................................................................... 94
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 95
16
1 INTRODUÇÃO
Diversos estudos têm sido realizados sobre o uso da areia de britagem nos
últimos anos, como os de Pandolfo e Masuero (2005), Gonçalves et. al (2007), Klein,
Carbonari e Guizilini (2008).
Ademais, dentre as características que mais diferenciam as areias naturais das
provenientes do processo de britagem, destacam-se a diferença morfológica entre os
grãos de areia e os do pedrisco, assim como a maior quantidade de fíler inerente aos
grãos de pedrisco (ARNOLD e KAZMIERCZAK, 2009).
Com base nessa problemática, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar
quanto ao comportamento mecânico, químico e morfológico, concretos à base de pós
reativos obtidos pela incorporação de areia de britagem.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
C20 20 C55 55
C25 25 C60 60
C30 30 C70 70
C35 35 C80 80
C40 40 C90 90
C45 45
C100 100
C50 50
Fonte: ABNT NBR 8953 – Concretos para fins estruturais: classificação pela massa específica,
por grupos de resistência e consistência, (2015).
19
Com base nos princípios básicos do Concreto de Pós Reativos, a seguir estão
listadas algumas de suas principais características, como, por exemplo, importância
da homogeneidade da mistura, melhoramento da densidade do CPR pelo método do
empacotamento das partículas, durabilidade, entre outros.
Figura 3 - Microestrutura de um CPR: C: grãos de cimento separados por faixa de pasta de cimento
(P).
Fonte: Aïtcin, (2003).
Observa-se na Figura 5 que o CPR 200/90ºC sem fibras possuindo uma maior
densidade relativa possui, consequentemente, uma maior resistência à compressão
(MPa). O mesmo não ocorre com o CPR 200/20ºC, uma vez que pelo fato de sua
densidade relativa ser menor, não atinge resistências à compressão tão elevadas
quanto o CPR 200/90ºC.
Desta forma, os métodos de empacotamento são na verdade ferramentas que
auxiliam na determinação do melhor arranjo das partículas, sendo necessário que as
quantidades sejam previamente conhecidas ou determinadas iterativamente por
tentativa e erro (CHRIST, 2014).
Ainda segundo Christ (2014), o estudo de dosagem de CPR ainda não está bem
consolidado. Métodos utilizados para determinação de traços de concretos, tanto
convencionais como de alto desempenho, não apresentam um bom resultado quando
utilizado para determinar um traço de CPR.
No entanto, estudos realizados há mais de vinte anos mostram alguns métodos
matemáticos de empacotamento das partículas desenvolvidos visando melhorar a
distribuição granulométrica dos materiais constituintes, como o de FURNAS (1931) e
27
𝐷𝑝 𝑙𝑜𝑔.𝑟 − 𝐷𝑠 𝑙𝑜𝑔.𝑟
𝐶𝑃𝐹𝑇 = ( 𝑙𝑜𝑔.𝑟 ) Equação 1
𝐷𝐿 − 𝐷𝑠 𝑙𝑜𝑔.𝑟
Onde:
• CPFT – porcentagem acumulada de partículas de diâmetro inferior a D
(Cumulative Percent Finer Than)
• D – tamanho da partícula
• DL – tamanho da maior partícula na distribuição
• DS – tamanho da menor partícula na distribuição
• r – razão entre os volumes de partículas em classes de tamanhos
adjacentes
𝑑 𝑞
𝐶𝑃𝐹𝑇 = ( ) . 100 Equação 2
𝐷
𝑞
(𝑑𝑞 − 𝑑𝑚 )
𝐶𝑃𝐹𝑇 = [ 𝑞 𝑞 ] . 100 Equação 3
(𝐷 − 𝑑𝑚 )
Onde:
• CPFT – porcentagem acumulada de partículas de diâmetro inferior a D;
• d – tamanho da partícula;
• dm – menor tamanho de partícula da distribuição;
• D – maior tamanho de partícula da distribuição;
• q – coeficiente de distribuição.
2.1.4 Durabilidade
Embora uma baixa relação água/cimento seja essencial para o concreto ter uma
baixa permeabilidade, isso, por si só, não é suficiente. O concreto deve ser denso e,
para tanto, deve ser utilizado um agregado bem graduado. Esse argumento pode ser
ilustrado pelo concreto sem finos, que pode possuir uma baixa relação água/cimento,
mas elevada permeabilidade devido aos caminhos fora da pasta de cimento, como no
32
2.2.1 Cimento
2.2.2 Areia
As areias comercialmente utilizadas são extraídas dos leitos dos rios. Com base
nisso, deve-se haver o cuidado com a quantidade de material orgânico presente nesta
areia, pois, para a confecção do CPR é necessária uma areia limpa e livre de materiais
orgânicos.
Segundo Richard e Cheyrezy (1995), os principais parâmetros que norteiam a
escolha da areia para a produção do CPR são a composição mineral, forma do grão
e distribuição granulométrica.
34
2.2.3 Pó de Quartzo
alto consumo de cimento. Por isso, Hartmann (2002) afirma ser praticamente
obrigatória a utilização de aditivos plastificantes e/ou superplastificantes nos CAD
(TUTIKIAN; ISAIA; HELENE, 2011).
Atualmente existem tipos de superplastificantes identificados como de última
geração. Os superplastificantes convencionais nacionais são selecionados pela
compatibilidade com o cimento. Para o CPR, as dosagens experimentais feitas com
os superplastificantes de última geração utilizaram taxa de 1,5% a 2,5% do consumo
de cimento, sendo mais utilizada 2% (VANDERLEI, 2014).
Segundo Vanderlei (2004), a resistência à tração pode ser determinada por três
maneiras:
tração aumenta linearmente, e abaixo desses valores a adição de fibras na matriz não
tem efeito na resistência à tração.”.
Além disso, na tração o comportamento da matriz é elástico linear até o pico
onde a fratura é frágil. O CPR é um material muito similar as cerâmicas, em virtude
das dimensões dos grãos e a natureza da matriz. Como um material frágil, a ruptura
é a consequência da propagação das fissuras, logo a ruptura é uma função da
distribuição crítica de fissuras (VANDERLEI, 2004).
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Programa
Experimental
Avaliação
Caracterização dos corpos
dos materiais de prova
Fonte: a autora.
Como ilustrado na figura acima, para que o objetivo fosse alcançado o programa
experimental foi dividido em duas etapas.
1ª Etapa
2ª Etapa
3.2 MATERIAIS
3.2.1 Cimento
3.2.2 AREIAS
Para a realização deste trabalho foram utilizados dois tipos de areia, a areia
natural, bem como a areia de britagem, ambas encontradas na região de Caxias do
Sul/RS.
Foram realizados os ensaios de granulometria, massa específica e massa
unitária dos dois tipos de areias, bem como em suas composições (item 3.2.2.3),
utilizando os métodos prescritos pelas normas NBR 7217 (ABNT, 1987), NBR 7211
(ABNT, 2005), NBR NM 52 (ABNT, 2003), NBR 7251 (ABNT, 1982) respectivamente.
Ademais, os ensaios foram realizados no Laboratórios de Engenharia Civil (LENC) da
Universidade de Caxias do Sul – UCS.
100
RETIDO ACUMULADO (%)
80
60
40
20
0
4,75 2,36 1,18 0,6 0,3 0,15 FUNDO
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
A massa unitária segundo NBR 7251 (ABNT, 1982), bem como a massa
específica segundo NBR NM 52 (ABNT, 2003) da areia natural utilizada no estudo
estão mostradas na Tabela 6 e na Tabela 7, respectivamente.
45
120
100
RETIDO ACUMULADO (%)
80
60
40
20
0
4,75 2,36 1,18 0,6 0,3 0,15
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
A massa unitária segundo NBR 7251 (ABNT, 1982), bem como a massa
específica segundo NBR NM 52 (ABNT, 2003) da areia de britagem utilizada no estudo
estão mostradas na Tabela 9 e na Tabela 10, respectivamente.
47
120
100
RETIDO ACUMULADO (%)
80
60
40
20
0
4,75 2,36 1,18 0,6 0,3 0,15 FUNDO
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
A massa unitária segundo NBR 7251 (ABNT, 1982), bem como a massa
específica segundo NBR NM 52 (ABNT, 2003) da composição de 75% areia natural e
25% areia de britagem utilizada no estudo estão mostradas na Tabela 12 e na Tabela
13, respectivamente.
49
Tabela 12 - Determinação da Massa Unitária 75% Areia Natural e 25% Areia de Britagem.
DETERMINAÇÃO 1ª 2ª 3ª
Massa Recip. + Amostra (kg) 24,760 24,765 24,767
Massa Recipiente (kg) 2,034 2,034 2,034
Massa da Amostra "M" (kg) 22,726 22,731 22,733
Volume do Recipiente "V" (dm³) 15,078 15,078 15,078
Massa Unitária 1,507 1,508 1,508
Massa Unitária Média (kg/dm³) 1,507
Fonte: a autora.
Tabela 13 - Determinação da Massa Específica 75% Areia Natural e 25% Areia de Britagem.
MASSA ESPECÍFICA
Ms) Massa de agregado seco para o ensaio (g) 500,0 500,0
Va) Volume corrigido da água no frasco (cm 3) 200,0 200,0
Lf) Leitura final no frasco c/ água + agregado (cm 3) 393,0 392,5
Massa específica real dos grãos = Ms/(Lf-Va) 2,591 2,597
Média da Massa específica real dos grãos (g/cm3) 2,594
Fonte: a autora.
120
100
RETIDO ACUMULADO (%)
80
60
40
20
0
4,75 2,36 1,18 0,6 0,3 0,15 FUNDO
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
A massa unitária segundo NBR 7251 (ABNT, 1982), bem como a massa
específica segundo NBR NM 52 (ABNT, 2003) da composição de 50% areia natural e
50% areia de britagem utilizada no estudo estão mostradas na Tabela 15 e na Tabela
16, respectivamente.
51
Tabela 15 - Determinação da Massa Unitária 50% Areia Natural e 50% Areia de Britagem.
DETERMINAÇÃO 1ª 2ª 3ª
Massa Recip. + Amostra (kg) 24,730 24,715 24,720
Massa Recipiente (kg) 2,034 2,034 2,034
Massa da Amostra "M" (kg) 22,696 22,681 22,686
Volume do Recipiente "V" (dm³) 15,078 15,078 15,078
Massa Unitária 1,505 1,504 1,505
Massa Unitária Média (kg/dm³) 1,505
Fonte: a autora.
Tabela 16 - Determinação da Massa Específica 50% Areia Natural e 50% Areia de Britagem.
MASSA ESPECÍFICA
Ms) Massa de agregado seco para o ensaio (g) 500,0 500,0
Va) Volume corrigido da água no frasco (cm 3) 200,0 200,0
Lf) Leitura final no frasco c/ água + agregado (cm 3) 394,0 394,5
Massa específica real dos grãos = Ms/(Lf-Va) 2,577 2,571
Média da Massa específica real dos grãos (g/cm3) 2,574
Fonte: a autora.
120
100
RETIDO ACUMULADO (%)
80
60
40
20
0
4,75 2,36 1,18 0,6 0,3 0,15
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
A massa unitária segundo NBR 7251 (ABNT, 1982), bem como a massa
específica segundo NBR NM 52 (ABNT, 2003) da composição de 25% areia natural e
75% areia de britagem utilizada no estudo estão mostradas na Tabela 18 e na Tabela
19, respectivamente.
53
Tabela 18 - Determinação da Massa Unitária 25% Areia Natural e 75% Areia de Britagem.
DETERMINAÇÃO 1ª 2ª 3ª
Massa Recip. + Amostra (kg) 22,710 22,690 22,705
Massa Recipiente (kg) 2,034 2,034 2,034
Massa da Amostra "M" (kg) 20,676 20,656 20,671
Volume do Recipiente "V" (dm³) 15,078 15,078 15,078
Massa Unitária 1,371 1,370 1,371
Massa Unitária Média (kg/dm³) 1,371
Fonte: a autora.
Tabela 19 - Determinação da Massa Específica 25% Areia Natural e 75% Areia de Britagem.
MASSA ESPECÍFICA
Ms) Massa de agregado seco para o ensaio (g) 500,0 500,0
Va) Volume corrigido da água no frasco (cm 3) 200,0 200,0
Lf) Leitura final no frasco c/ água + agregado (cm 3) 395,0 394,5
Massa específica real dos grãos = Ms/(Lf-Va) 2,564 2,571
Média da Massa específica real dos grãos (g/cm3) 2,567
Fonte: a autora.
100
80
60
40
20
0
4,75 2,36 1,18 0,6 0,3 0,15 FUNDO
ABERTURA DAS PENEIRAS (mm)
A sílica ativa utilizada no presente trabalho foi uma sílica com massa específica
2,35 g/cm³. O ensaio de massa específica foi realizado no Laboratórios de Engenharia
55
3.2.4 Pó de quartzo
3.2.5 Aditivos
3.2.6 Água
3.3 MÉTODOS
Após análise dos traços de referência, o traço escolhido foi o traço da Tabela 22
de Nicolle Talyta Arriagada Soto (2014) por se tratar de um traço que contém os
mesmos materiais utilizados no presente trabalho, como cimento, areia, pó de quartzo,
sílica ativa e aditivo superplastificante. No entanto, devido às características dos
materiais utilizados e testes pilotos realizados no Laboratórios de Engenharia Civil
(LENC) da Universidade de Caxias do Sul, a relação água/aglomerante precisou ser
aumentada de 0,22 para 0,26.
A Tabela 25 a seguir demonstra o traço referência utilizado com as devidas
modificações.
58
3.3.2.1 Moldagem
3.3.2.2 Cura
Após a moldagem dos corpos de prova, os mesmos foram cobertos com sacos
plásticos para que a umidade fosse mantida. Os corpos de prova foram mantidos
cobertos pelo período de 24 horas e, após, foram desmoldados.
Já desmoldados, os corpos de prova foram submetidos à cura submersa em
temperatura aproximada de 20°C.
Por fim, os corpos de prova permaneceram em cura até a data do rompimento.
3.3.2.3 Ruptura
3.4 MÉTODOS
3.4.1.1 Trabalhabilidade
Por fim, o abatimento foi medido com o auxílio de uma régua em milímetros,
medindo o diâmetro da base de tronco em duas diagonais ortogonais. O índice de
consistência do concreto foi a média aritmética das medidas.
O abatimento do CPR está apresentado na Figura 13 a seguir.
𝐹𝑐
𝑅𝑐 = Equação 4
𝜋 × 25²
Onde:
Rc – resistência a compressão, em Megapascal.
Fc – carga máxima aplicada, em Newtons.
1,5 𝐹𝑡 𝐿
𝑅𝑡 = Equação 5
403
Onde:
Rt – Resistência à tração na flexão, em Megapascal.
Ft – carga aplicada verticalmente no centro do prisma, em Newtons.
L – distância entre os suportes, em milímetros.
Foram realizados dois tipos de ensaios para avaliar a absorção de água no CPR.
O primeiro ensaio foi o de absorção de água total por imersão, segundo a NBR 9778
(ABNT, 1987), bem como o segundo ensaio foi o de absorção por sucção capilar, de
acordo com a RILEM TC 116 PCB.
𝑀𝑠𝑎𝑡 − 𝑀𝑠
× 100 Equação 6
𝑀𝑠
Onde:
𝑀𝑠𝑎𝑡 – massa do corpo de prova saturado.
𝑀𝑠 – massa do corpo de prova seco em estufa.
Ainda, segundo RILEM TC 116 PCB, a absorção de água por sucção capilar é
medida através do peso dos elementos submersos em função do tempo m(t) nos
intervalos de 10 minutos, 1 hora, 4 horas e 24 horas de contato com a água.
Por fim, os resultados dos testes consistiram na massa de absorção de água por
unidade de área da superfície de ensaio [g/m²] para os respectivos períodos de
sucção.
Os corpos de provas permaneceram 28 dias na câmara úmida antes de serem
submetidos ao ensaio.
Tabela 26 - Números de corpos de prova por reagente para o ensaio de ataque químico.
N° CP's
Composição\Reagente Ácido Clorídrico Ácido Nítrico Ácido Sulfúrico
100% areia natural 2 2 2
75% areia natural e 25% pó de brita 2 2 2
50% areia natural e 50% pó de brita 2 2 2
25% areia natural e 75% pó de brita 2 2 2
100% pó de brita 2 2 2
Fonte: a autora.
4.2.1 Trabalhabilidade
o que já era esperado, uma vez que as partículas de areia natural possuem formato
mais arredondado se comparado com as partículas de areia de britagem.
Tabela 30 - Resultado da análise de variância desenvolvida com os resultados ao longo das idades.
ANOVA
Idade dos CP'S Fonte da variação SQ gl MQ F F crítico valor-P
Entre grupos 143,3333 4 35,83333 1,768092 5,994339 0,211764
Dentro dos grupos 202,6667 10 20,26667
7 dias
Total 346 14
Entre grupos 695,3333 4 173,8333 5,668478 5,994339 0,012003
Dentro dos grupos 306,6667 10 30,66667
28 dias
Total 1002 14
Entre grupos 258,9333 4 64,73333 0,410571 5,994339 0,797283
Dentro dos grupos 1576,667 10 157,6667
63 dias
Total 1835,6 14
Fonte: a autora.
R E S I S T Ê N C I A À C O M P R E S S ÃO AO S 7 , 2 8 E 6 3 D I AS
100,0 103,1
103,6 100,4
90,2 87,5
80,0
81,5
78,7 77,5 74,3 73,2
60,0
40,0
20,0
0,0
0% AB 25% AB 50% AB 75% AB 100% AB
Composições das Areias (%)
R E S I S T Ê N C I A À C O M P R E S S ÃO AO S 7 , 2 8 E 6 3 D I AS
115,0
110,0
105,0
100,0
95,0
90,0
85,0
80,0
75,0
70,0
7 DIAS 28 DIAS 63 DIAS
Idades
Com a Tabela 29 e a Figura 18, bem como a Figura 19 é possível observar que
ao longo do tempo há um aumento na resistência à compressão dos corpos de prova
de todas as composições de areias. Ademais, observar-se que aos 7 dias houve uma
maior resistência à compressão na composição de 100% areia de britagem, seguido
pelo 0% areia de britagem e 25% areia de britagem. Aos 28 dias, por sua vez, a maior
resistência à compressão se deu na composição de 25% areia de britagem, seguido
pela composição de 100% areia de britagem e 75% areia de britagem. Por fim, aos 63
dias, as composições com maiores resistências foram as de 75% areia de britagem,
25% areia de britagem e 0% areia de britagem, respectivamente.
Com base nos resultados da análise de variância da Tabela 30 é possível
concluir que como os valores de “p” são maiores que 0,01 para todas as idades e
composições, isto indica que as relações entre as variáveis não são estatisticamente
significativas a um intervalo de confiança de 99%.
Portanto, acredita-se que a composição de 75% de areia de britagem e 25% de
areia natural houve um melhor empacotamento das partículas, uma vez que os vazios
deixados pelas partículas de diâmetro imediatamente inferior ao da areia de britagem
foram preenchidos pelas partículas de areia as quais são mais finas.
73
Média Desvio
Idades de Resistência à Coeficiente de
Composições Aritmética Padrão
Ensaio compressão (MPa) Variação (%)
(MPa) (MPa)
0% AB 15,9 15,0 13,0 14,7 1,5 10,3
25% AB 11,8 15,2 16,8 14,6 2,5 17,4
7 dias 50% AB 13,6 16,7 15,3 15,2 1,6 10,2
75% AB 15,1 15,5 16,5 15,7 0,7 4,7
100% AB 9,1 14,1 9,3 10,9 2,8 26,2
0% AB 19,3 19,8 10,1 16,4 5,44 33,19
25% AB 14,7 16,4 13,4 14,8 1,48 9,97
28 dias 50% AB 15,7 17,8 14,9 16,1 1,49 9,24
75% AB 15,9 14,2 14,4 14,9 0,95 6,36
100% AB 12,2 16,2 16,7 15,0 2,44 16,22
0% AB 14,28 13,99 18,79 15,7 2,69 17,16
25% AB 14,26 18,12 19,73 17,4 2,81 16,18
63 dias 50% AB 15,4 17,1 15,7 16,1 0,91 5,65
75% AB 18,93 16,74 17,89 17,9 1,10 6,14
100% AB 15,66 16,97 15,46 16,0 0,82 5,12
Fonte: a autora.
Tabela 32 - Resultado da análise de variância desenvolvida com os resultados ao longo das idades.
ANOVA
Fonte da variação SQ gl MQ F F crítico valor-P
Entre grupos 44,23687 4 11,05922 2,80573 5,994339 0,084637
Dentro dos grupos 39,41653 10 3,941653
Total 83,6534 14
Entre grupos 6,668173 4 1,667043 0,204383 5,994339 0,930183
Dentro dos grupos 81,5648 10 8,15648
Total 88,23297 14
Entre grupos 22,86604 4 5,71651 1,512128 5,994339 0,27095
Dentro dos grupos 37,8044 10 3,78044
Total 60,67044 14
Fonte: a autora.
R E S I S T Ê N C I A À T R AÇ ÃO N A F L E X ÃO AO S
7 , 2 8 E 6 3 D I AS
18,0
16,4 16,1
16,0 16,1 15,7 16,0
15,7 14,8
15,0
14,0 14,7 14,6 15,2 14,9
12,0
10,9
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
0% AB 25% AB 50% AB 75% AB 100% AB
Composições das Areias (%)
Figura 20 - Resistência média à tração na flexão dos corpos de prova ao longo do tempo.
Fonte: a autora.
75
R E S I S T Ê N C I A À T R AÇ ÃO N A F L E X ÃO AO S
7 , 2 8 E 6 3 D I AS
19,0
18,0
17,0
16,0
15,0
14,0
13,0
12,0
11,0
10,0
7 DIAS 28 DIAS 63 DIAS
Idades
Figura 21 - Resistência média à tração na flexão das composições do CPR ao longo do tempo.
Fonte: a autora.
Com a Tabela 31 e a Figura 20, bem como a Figura 21 é possível observar que
ao longo do tempo há um aumento na resistência à tração na flexão dos corpos de
prova para todas as composições de areias, exceto aos 28 dias para a composição
de 75% de areia de britagem, onde obteve um decréscimo de 1 MPa. Ademais,
observar-se que aos 7 dias houve uma maior resistência à tração na flexão na
composição de 75% areia de britagem, seguido pelo 50% areia de britagem, 25%
areia de britagem e 0% areia de britagem. Aos 28 dias, por sua vez, a maior resistência
à tração na flexão se deu na composição de 0% areia de britagem, seguido pela
composição de 50% areia de britagem e 100% areia de britagem. Por fim, aos 63 dias,
as composições com maiores resistências foram as de 75% areia de britagem, 25%
areia de britagem e 100% areia de britagem, respectivamente.
Novamente, assim como no ensaio de resistência à compressão, analisando os
resultados da análise de variância (Tabela 32) para os corpos de provas submetidos
ao ensaio de resistência à tração na flexão é possível concluir que como os valores
de “p” são maiores que 0,01 para todas as idades e composições, isto indica que as
relações entre as variáveis não são estatisticamente significativas a um intervalo de
confiança de 99%.
Portanto, acredita-se que a composição de 75% de areia de britagem e 25% de
areia natural houve um melhor empacotamento das partículas, uma vez que os vazios
76
O ensaio de absorção de água total por imersão foi realizado nas cinco
composições do CPR aos 63 dias e foram seguidas as recomendações da NBR 9778
(ABNT, 1987), conforme descrito no item 3.4.2.3.1.
A Figura 22 a seguir demonstra o ensaio de absorção de água total por imersão
realizado.
Figura 22 - Ensaio de absorção de água total por imersão em CPR aos 63 dias de idade.
Fonte: a autora.
A Tabela 33, por sua vez, apresenta os valores de absorção de água total para
todas as composições do CPR aos 63 dias.
Tabela 33 - Resultados absorção de água total por imersão das composições do CPR ao longo do
tempo.
Absorção de água total por
Estufa Imersão imersão (%)
Composições 24h 48h 72h 24h 48h 72h 24h 48h 72h
0% AB 539,93 539,61 539,42 579,12 580,27 581,2 7,26 7,54 7,75
25% AB 539,94 539,63 539,45 556,65 557,94 559,66 3,09 3,39 3,75
50% AB 547,78 546,45 546,09 566,88 567,6 568,9 3,49 3,87 4,18
75% AB 532,6 531,89 531,32 548,89 549,02 549,67 3,06 3,22 3,45
100% AB 540,74 540,11 539,78 557,21 560,2 559,05 3,05 3,72 3,57
Fonte: a autora.
77
Total 1666,141 14
Fonte: a autora.
8,00
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
0% AB 25% AB 50% AB 75% AB 100% AB
Composições do CPR
É possível perceber que a absorção de água total por imersão das composições
do CPR aumenta ao longo do tempo. Nota-se também que a composição com menor
porcentagem de absorção de água nas 72h de imersão é a composição de 75% areia
de britagem e 25% de areia natural.
Além disso, novamente, assim como anteriormente aplicado nos demais
ensaios, a partir da Tabela 34 é possível concluir que como os valores de “p” são
maiores que 0,01 para todas as composições, isto indica que as relações entre as
variáveis não são estatisticamente significativas a um intervalo de confiança de 99%.
Por fim, o ensaio de absorção de água total por imersão corrobora outra vez que,
neste presente trabalho, a composição do CPR com as melhores características é a
de 75% areia de britagem e 25% areia natural.
O ensaio de absorção de água por sucção capilar foi realizado nas cinco
composições do CPR aos 28 dias e foram seguidas as recomendações de RILEM TC
116 PCB.
As amostras foram preparadas e colocadas em estufa a uma temperatura de
80ºC até atingir a constância de massa. Após esse procedimento, as amostras foram
imersas em água até uma profundidade máxima de 3 milímetros. O nível da água foi
mantido constante durante a duração do ensaio.
Por fim, a absorção de água por sucção capilar foi medida através do peso dos
corpos de prova m(t) em intervalos de tempo de 10 minutos, 1 h, 4 h e 24 horas de
contato com água. Antes da pesagem, a superfície em contato com a água foi
levemente seca a fim de remover o excesso de água.
A Figura 24 demonstra o ensaio realizado de absorção de água por sucção
capilar.
79
Total 257741,9 14
Fonte: a autora.
80
1000,00
800,00
600,00
400,00
200,00
0,00
0% AB 25% AB 50% AB 75% AB 100% AB
Composições do CPR
Total 0,001333 14
Entre grupos 1531,154 4 382,7886 3,528055 0,048173 5,994339
Dentro dos grupos 1084,985 10 108,4985
Total 2616,139 14
Entre grupos 5,597333 4 1,399333 1,163042 0,383157 5,994339
Dentro dos grupos 12,03167 10 1,203167
Total 17,629 14
Fonte: a autora.
V AR I AÇ Ã O V O L U M É T R I C A 0 % AB V AR I AÇ Ã O V O L U M É T R I C A 2 5 % AB
AC AN AS AC AN AS
0,275 0,280
0,270
0,265 0,270
VOLUME (m³)
VOLUME (m³)
0,260
0,255 0,260
0,250
0,250
0,245
0,240 0,240
0,235
0,230 0,230
CICLO 1 CICLO 2 CICLO 3 CICLO 1 CICLO 2 CICLO 3
V AR I AÇ Ã O V O L U M É T R I C A 5 0 % AB V AR I AÇ Ã O V O L U M É T R I C A 7 5 % AB
AC AN AS AC AN AS
0,275 0,280
0,270 0,270
VOLUME (m³)
VOLUME (m³)
0,265
0,260
0,260
0,250
0,255
0,240
0,250
0,245 0,230
0,240 0,220
CICLO 1 CICLO 2 CICLO 3 CICLO 1 CICLO 2 CICLO 3
V AR I AÇ Ã O V O L U M É T R I C A 1 0 0 % AB
AC AN AS
0,270
0,265
VOLUME (m³)
0,260
0,255
0,250
0,245
0,240
0,235
CICLO 1 CICLO 2 CICLO 3
V AR I AÇ Ã O D E M AS S A 0 % AB V AR I AÇ Ã O D E M AS S A 2 5 % AB
AC AN AS AC AN AS
580 590
570
580
MASSA (g)
MASSA (g)
560
570
550
560
540
530 550
CICLO 1 CICLO 2 CICLO 3 CICLO 1 CICLO 2 CICLO 3
AC AN AS AC AN AS
585 580
580 570
575 560
MASSA (g)
MASSA (g)
570 550
565 540
560 530
555 520
550 510
CICLO 1 CICLO 2 CICLO 3 CICLO 1 CICLO 2 CICLO 3
V AR I AÇ Ã O D E M AS S A 1 0 0 % AB
AC AN AS
565
560
555
MASSA (g)
550
545
540
535
530
525
520
CICLO 1 CICLO 2 CICLO 3
Por fim, quando os corpos de prova completaram os três ciclos de imersão nos
84
ácidos, eles foram submetidos ao ensaio de resistência à tração na flexão. Para uma
melhor visualização, abaixo (Figura 36 a Figura 40) encontram-se os resultados de
resistência à tração na flexão dos corpos de prova aos 63 dias de idade submetidos
aos ácidos, bem como a resistência à tração na flexão dos corpos de prova aos 63
dias de idade do item 4.2.3 (sem contato com os ácidos).
85
(MPa)
10 7,45
8
6
4 5
2
0 0
AC AN AS S/ ÁCIDO AC AN AS S/ ÁCIDO
Figura 36 - Resistência à tração na flexão da Figura 37 - Resistência à tração na flexão da
composição 0% AB com e sem exposição aos composição 25% AB com e sem exposição aos
ácidos. ácidos.
Resistência à tração na flexão - 50% AB Resistência à tração na flexão - 75% AB
20 20 17,85
Resistência à tração na flexão
(MPa)
10 10
6,85
5 5
0 0
AC AN AS S/ ÁCIDO AC AN AS S/ ÁCIDO
Figura 38 - Resistência à tração na flexão da Figura 39 - Resistência à tração na flexão da
composição 50% AB com e sem exposição aos composição 75% AB com e sem exposição aos
ácidos. ácidos.
Resistência à tração na flexão - 100% AB
20
Resistência à tração na flexão
16,03
15
9,5 10,15
(MPa)
10
7
0
AC AN AS S/ ÁCIDO
Figura 40 - Resistência à tração na flexão da
composição 100% AB com e sem exposição aos
ácidos.
Fonte: a autora.
possível observar que os ácidos clorídrico e nítrico não afetam o CPR de forma tão
prejudicial quando comparado com o ácido sulfúrico. Embora todas as composições
do CPR terem apresentado perda de massa, o ácido sulfúrico contribuiu para a maior
perda. Ademais da perda de massa, nota-se que há um aumento considerável no
volume dos corpos de prova submetidos ao ácido sulfúrico.
Por conseguinte, analisando a resistência à tração na flexão, é notório o
decréscimo na resistência de todas as composições do CPR submetidas aos ácidos
se comparadas com as composições que não foram submetidas aos ácidos. Na
composição de 75% areia de britagem houve a maior perda de resistência com um
decréscimo de 8,35 MPa.
Segundo Christ (2014), a principal causa da degradação dos cristais hidratados
de cimento é o pH da solução onde o material está exposto e os íons envolvidos. O
material cimentício, quando em contato com uma solução de ácido sulfúrico, tem seus
cristais dissolvidos e assim ocorre maior degradação.
Além disso, através da Tabela 37 é possível concluir que como os valores de “p”
são maiores que 0,01 para todas as composições expostas aos ácidos, isto indica que
as relações entre as variáveis não são estatisticamente significativas a um intervalo
de confiança de 99%.
Por fim, a Figura 41, a Figura 42 e a Figura 43 a seguir demonstram a
comparação entre a deterioração dos corpos de provas submetidos ao ácido sulfúrico,
clorídrico e nítrico, respectivamente.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
_______. NBR 8953: Concreto para fins estruturais – classificação pela massa
específica, por grupos de resistência e consistência. Rio de Janeiro, 2015.
ISAIA, G.C., HELENE, P., TUTIKIAN, B.F. Concreto de alto e ultra alto
desempenho. Concreto: ciência e tecnologia. 1 ed. São Paulo. Ibracon, 2011, p.
1283-1325. v.2.
KLEIN, N.S., CARBONARI, B.T. e GUIZILINI, R.P. Estudo do agregado miúdo para
produção de concreto auto-adensável: substituição da areia natural por areia de
britagem. In: XII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 2008,
Fortaleza. Anais... Fortaleza, 2008.