Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FOZ DO IGUAÇU – PR
2018
KAIO CESAR RAMOS MACIEL
FOZ DO IGUAÇU – PR
2018
TERMO DE APROVAÇÃO
Nota Final
Banca Examinadora:
Agradeço primeiramente a Deus pela vida, pela minha saúde e por estar
ao meu lado durante toda essa caminhada.
À minha família, por todo apoio prestado, pelo exemplo de vida e
determinação.
À minha namorada, Marcieli, pelo carinho desmedido, pelo apoio ao meu
curso de graduação, pois sempre esteve ao meu lado frente aos obstáculos e
acreditando no meu potencial.
Aos meus amigos Alysson, Bruno, Edervan, Fábio, Gabriel, Gustavo e
Robson, pela amizade sincera que construímos, por todo apoio, companheirismo e
afeto.
Ao meu orientador, um amigo e profissional ético que tenho apreço e
admiração, tal que obtive o melhor aprendizado frente à graduação, tendo meu
respeito pela sua fiel dedicação.
Aos meus colegas da Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de
Medianeira, por todo aprendizado e conhecimento adquirido durante todo o período
de estágio realizado.
Especial agradecimento à empresa parceira que viabilizou a realização do
estágio.
E a todos que de forma direta ou indiretamente contribuíram para a
concretização desse curso.
“A alegria está na luta, na tentativa, no
sofrimento envolvido e não na vitória
propriamente dita.”
(Mahatma Gandhi)
MACIEL, Kaio. C. R. Adição de metacaulim em blocos de concreto para
pavimentação. 2018. Foz do Iguaçu, 74f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Engenharia Civil). Centro Universitário Dinâmica das Cataratas,
UDC.
RESUMO
ABSTRACT
Additions to concrete have enabled numerous advances in civil construction, from the
ease of execution of a more fluid concrete or the need to achieve greater resistance
in order to meet large demands. The present study aimed to analyze the feasibility of
the addition of metakaolin in the manufacture of interlocked concrete blocks. A
concrete slurry containing 10 and 15% of metacaulin was substituted for Portland
cement CP V - ARI. Three traces of concrete with two substitution contents were
analyzed, with a curing time of twenty - eight days to evaluate the resistance to
simple and estimated compression and reduction of water absorption by immersion
and by capillarity. The blocks were manufactured in the cooperative industry located
in the city of Itaipulândia, State of Paraná, using as reference the company's
standard trait. The results showed lower compressive strength and lower estimated
resistance due to the addition of metacaulim when compared to the reference model
without addition, but no significant differences were observed regarding the water
absorption in the blocks manufactured with or without addition of this pozzolana.
Small differences were observed in the capillary water absorption averages in the
standard traces with and without metacaulim addition, the results of which are
indicative that the presence of this pozzolan in the concrete interferes in the capillary
absorption behavior of water from concrete blocks for paving interlocked.
Quadro 1 – Indicação do tipo de tráfego para cada espessura dos blocos ............... 21
Quadro 2 – Composição do cimento portland ........................................................... 24
Quadro 3 – Nomenclatura do cimento portland ......................................................... 25
Quadro 4 – Requisitos químicos e físicos do metacaulim ......................................... 29
Quadro 5 – Ensaios para agregados miúdos ............................................................ 41
Quadro 6 – Ensaios especiais para agregado graúdo .............................................. 42
Quadro 7 – Propriedades físico-químicas do metacaulim ......................................... 49
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1. PROBLEMA ....................................................................................................... 14
1.2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 14
1.3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 15
1.3.1. Objetivo Geral ................................................................................................ 15
1.3.2. Objetivos Específicos ................................................................................... 15
1.4. HIPÓTESE ......................................................................................................... 15
1.5 DELIMITAÇÃO .................................................................................................... 15
1.6. ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 17
2.1 HISTÓRICO DA PAVIMENTAÇÃO ..................................................................... 17
2.2 PAVIMENTAÇÃO COM BLOCOS DE CONCRETO ........................................... 19
2.3 MATERIAIS EM BLOCOS DE CONCRETO ....................................................... 22
2.3.1 Materiais Permitidos na Fabricação de Blocos Pré-Moldados ................... 23
2.3.2 Uso de Materiais Pozolânicos ....................................................................... 25
2.3.3 Metacaulim na Fabricação de Blocos de Cimento ...................................... 27
2.4 FABRICAÇÃO DE BLOCOS PRÉ-MOLDADOS DE CONCRETO ...................... 33
2.4.1 Materiais para Fabricação de Blocos para Pavimentação .......................... 34
2.4.2 Equipamentos na Fabricação de Blocos para Pavimentação .................... 35
2.4.3 Desempenho e Qualidade dos Blocos para Pavimentação ........................ 37
3 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 39
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................... 39
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO EXPERIMENTO .......................................................... 40
3.2.1 Materiais Empregados na Fabricação dos Blocos para Pavimentação .... 40
3.2.2 Ensaios de Caracterização ............................................................................ 41
3.2.3 Traço e Amostras ........................................................................................... 42
3.3 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO .................................................................... 45
3.3.1 Ensaios de caracterização do material agregado ao cimento.................... 45
3.3.2 Agregado Miúdo Natural ................................................................................ 45
3.3.3 Agregado Graúdo Natural.............................................................................. 48
3.3.4 Metacaulim ...................................................................................................... 49
3.4 ENSAIOS COM OS BLOCOS FABRICADOS NO ESTADO ENDURECIDO ...... 50
3.4.1 Ensaio de Resistência à Compressão Característica dos blocos ............. 50
3.4.2. Ensaio de Absorção de Água dos Blocos de Concreto Fabricados ......... 52
3.4.3 Ensaio de Absorção de Água por Capilaridade dos Blocos Fabricados .. 53
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 55
4.1 RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO CARACTERÍSTICA E ESTIMADA DOS
BLOCOS FABRICADOS ..................................................................................... 55
4.2 ABSORÇÃO DA ÁGUA POR IMERSÃO DOS BLOCOS FABRICADOS ............ 59
4.3 ABSORÇÃO DA ÁGUA POR CAPILARIDADE DOS BLOCOS FABRICADOS .. 62
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 68
13
1 INTRODUÇÃO
1.1. PROBLEMA
1.2. JUSTIFICATIVA
1.3. OBJETIVOS
1.4. HIPÓTESE
1.5 DELIMITAÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
revisão de NBR em 2014 também não acrescentou a previsão de uso dessas cinzas.
Os autores comentam que a incorporação de pozolana em matrizes cimentícias
beneficia pelo menos três aspectos associados à reação pozolânica: aumento da
resistência a fissuração térmica e da resistência final e maior durabilidade em
ambientes ácidos em função do aumento de impermeabilidade do sistema. Todavia,
HELENE, ANDRADE (2010) alertam que é necessário ocorrer a determinação das
características físicas e mineralógicas da pozolana, utilização e dosagem, condições
de cura, temperatura e relação adiçao+água+aglomerante a fim de que a adição
mineral no cimento Portland seja bem sucedida.
Na seção seguinte aborda-se a adição de metacaulim na pasta de
cimento com especial atenção à fabricação de blocos de concreto destinados à
pavimentação intertravada. As adições minerais com propriedades pozolânicas em
substituição ao cimento têm se revelado como alternativa para a redução de custos,
bem como porque promovem melhorias nas propriedades mecânicas do concreto.
com e sem adição de metacaulim (7,5% e 15%). O autor mencionou que, em função
da adição de material pozolânico, a RAA pode ser inibida, sendo que a substituição
de partículas de vidro (7,5%), em combinação com metacaulim (7,5%), permitiu
alcançar desempenho equivalente ao concreto-referencial usado na fabricação dos
corpos de prova cilíndricos.
WENG, LIN, CHENG (2013) investigaram propriedades mecânicas e
microscópicas básicas do concreto produzido com metacaulim (0%, 5%, 10%, 15%,
20% e 25% em peso de cimento) e quantificou a produção de eflorescência branca
residual na pasta de concreto exposta a várias condições e ambientes. Os autores
relataram que as pastas de concreto com metacaulim substituindo o cimento
Portland apresentaram maior resistência à compressão e maior resistência à
eflorescência. Concluíram que a substituição ótima do metacaulim se estabelece em
torno de 15% do peso do cimento. Abaixo ou acima desse percentual, a eficácia
dessa substituição se revela diminuída, especialmente, a adição acima de 20% de
metacaulim tem efeito prejudicial sobre a resistência e a eflorescência do concreto.
KAUR, SINGH, SINGH (2015) avaliaram as características de resistência
do concreto com substituição parcial do cimento Portland por metacaulim (0%, 7%,
8% e 9%) e fibras de polipropileno (0%, 0,2%, 0,5% e 0,8%), com adição de cinzas
volantes e superplastificantes (0,7-10%). Os autores observaram que a adição de
metacaulim (8%) e fibras de polipropileno (8%) revelou melhoria quanto à resistência
da pasta de concreto, e concluíram que a substituição parcial do cimento Portland
por metacaulim ajuda na melhoria da resistência e no desempenho do concreto.
Conforme os autores, os efeitos dessa pozolana sobre a resistência do concreto
começa em idades precoces de vida da mistura e aumentam em idades posteriores.
O estudo conduzido por MOTA, OLIVEIRA, CARNEIRO (2016) investigou
a contribuição de polozana na durabilidade de argamassas armadas com adição de
metacaulim (teores de 8% e 15%). Os resultados mostram que a absorção de água
por imersão não expressou diferença significativa entre as amostras de referência e
com adição pura. As amostras com adição parcial de metacaulim em substituição ao
cimento tiveram resultados menos favoráveis. Em geral, essa substituição se revelou
aquém dos ensaios com adição pura e próximo ao concreto-referência, sendo
observada nos dois teores estudados. Os autores concluíram que o metacaulim
pode mitigar substancialmente a ação de agentes deletérios como os observados
nas amostras com adição pura (15% de metacaulim) e traço forte (1:0,5:4,5:1,5).
33
3 MATERIAIS E MÉTODOS
como MCAR no estado sólido (pó seco), cujas especificações do produto como
componentes do MCAR são apresentadas pela Metacaulim do Brasil (2017) e
recomendadas na literatura, especialmente nos estudos de DO CARMO, PORTELLA
(2008), MOTA, OLIVEIRA, CARNEIRO (2016) e outros.
absorção de H2O
Ciclagem natural ABNT NBR 12695
Físicas
Poisson de rochas
des
3.3.4 Metacaulim
uma balança de resolução mínima (de 1 g), em 3h, 6h, 24h, 48h e 72h a partir da
hora que foram colocados em contato com a água.
No presente estudo, não se utilizou corpo de prova cilíndrico. Nos ensaios
para determinação da absorção da água por capilaridade foram realizados com uso
de unidades da peça padrão e das peças fabricadas com a mistura de metacaulim.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
resistência característica à compressão (fpk=18,93 MPa) foi maior que nos blocos
com adição de 15% de metacaulim (fpk =17,11 MPa).
A variação da resistência característica à compressão mostrada (Tabelas
7, 8 e 9) fica mais evidente na análise da Tabela 10 e Figura 15, a seguir exposta.
9781/2013 (ABNT, 2013): média de valores dos resultados dos corpos ensaiados
menores que 6% e nenhum valor individual de absorção de água superior a 7%.
Na leitura comparada dos resultados entre resistência à compressão (fpk
em MPa), resistência estimada (fpk,est em MPa ) e absorção de água por imersão (%)
nos ensaios com as amostras padrão sem adição de metacaulim, contatou-se que
quanto maior foi a absorção de água (9,02%), maior foi a resistência à compressão
(média fpk = 21,32 MPa) e a resistência à compressão estimada (média fpk,est = 18,71
MPa) evidenciadas nas amostras. Esse mesma relação proporcional também foi
observada nos blocos fabricado com adição da atividade pozolânica na adição de
10% de metacaulim (média fpk = 18,93 MPa, média fpk,est = 17,37 MPa e absorção
8,93%). Mas, a adição de 15% de metacaulim resultou em menores médias (média
fpk = 17,11 MPa, média fpk,est = 15,72 MPa e absorção 8,83%) na comparado com
com a adição de 10% de metacaulim na massa do concreto.
Na comparação entre as médias observadas nos ensaios com adição de
metacaulim no traço padrão, constata-se que a maior adição da pozolana
(10%<15%) resultou em menor média de resistência à compressão (média fpk 18,93
MPa>17,11MPa), de resistência estimada (fpk,est 17,37 MPa>fpk,est 17,11 MPa) e de
absorção de água (8,93%>8,83%).
Na literatura revista, LACERDA (2005) e SILVA (2011) observaram que a
adição de metacaulim (8%) em massa de cimento melhora o comportamento de
impermeabilidade do concreto fabricado. REZENDE et al. (2012) concluíram que a
adição de metacaulim (10% e 20%) na massa do cimento promove redução na
absorção de água por imersão dos blocos fabricados. PERIM (2013) observou que,
na medida em que era aumentado o percentual de metacaulim (níveis de 10%,
12,5%, 15%, 17,5% e 20%), havia ganhos de resistência à compressão que
atingiram níveis significativos (8%≤16%) acima do concreto de referência. MOTA,
OLIVEIRA, CARNEIRO (2016) relatam que a absorção de água por imersão não
teve diferença significativa nas amostras referência e com adição de metacaulim.
Os achados no presente estudo contrariam a afirmativa de FIORITI (2007,
p. 88) de que quanto menor for a quantidade de água absorvida por uma peça de
concreto, intertravada, menor é sua porosidade, e maior poderá ser as resistências
mecânicas e características técnicas. Porém, esses achados servem para confirmar
controvérsias encontradas na literatura e apontar no sentido de que a maior variação
do comportamento de absorção de água dos blocos fabricados deve-se à maior
62
adição (%) de metacaulim no traço padrão (9,02% traço padrão sem adição >8,93%
traço padrão + 10% de metacaulim >8,83% traço padrão + 15% de metacaulim).
201,1g em sua massa seca (2399,8g ≤ 2600,9g). Nessa análise, constata-se que o
maior acréscimo de água (219,1g) na massa seca dos blocos ensaiados ocorreu no
corpo de prova 3 com adição de 10% de metacaulim no traço padrão.
A Tabela 13 mostra as respectivas médias de absorção da água por
capilaridade (em g/cm2) nos corpos de prova em relação ao tempo de contato com
uma superfície de água (± 5mm).
Nota-se, na Figura 17, que o traço padrão sem adição e traço padrão com
adição de 10% de metacaulim apresentaram interseção de médias nas avaliações
realizadas em 3h (1,00 g/cm2), 24h (1,03 g/cm2) e 48h (1,05 g/cm2).
O traço padrão com adição de 15% de metacualim não apresentou
variação entre as médias de absorção da água por capilaridade nas avaliações de
3h e 6h (1,00 g/cm2 e 0,97 g/cm2, respectivamente). Em todo o período de tempo
observado (0h-72h), o traço padrão com adição de 15% de metacaulim apresentou
as menores médias de absorção da água por capilaridade quando comparadas com
as médias do traço padrão sem e com adição de 10% de metacaulim.
A média anotada em 72h de absorção da água por capilaridade do traço
padrão com adição de 15% (1,03 g/cm2) foi igual às medias em 24h de absorção de
água por capilaridade dos traços padrão sem e com adição de 10% de metacaulim.
Todavia, as variações de absorção de água para os respectivos traços
são em casas centesimais, sendo que a maior variação aconteceu a partir do tempo
de 48h, cerca de 0,01 g/cm2 maior na absorção de água do traço com 10% de
adição de metacaulim (1,07 g/cm2) em relação ao traço sem adição (1,06 g/cm2), e
0,04 g/cm2 maior que o traço padrão com adição de 15% de metacaulim, valores
esse anotados no tempo de 72h.
65
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
GÜNEYISI, E. et al. Strength, permeability and shrinkage cracking of silica fume and
metakaolin concretes. Construction and Building Materials, v. 34, p. 120-30, 2012.
REZENDE, Maria Luiza de Souza et al. Uso de metacaulim em concreto seco: uma
abordagem por superfície de resposta. Ambiente Construído. Porto Alegre, RS, v.
12, n. 3, p. 135-46, 2012.