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UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS

FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS


CURSO ENGENHARIA CIVIL

Missão: “Formar Profissionais capacitados, socialmente responsáveis e aptos a


promoverem as transformações futuras”

CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO NA REGIÃO OESTE


DO PARANÁ

ANDERSON SCHWENDLER

Foz do Iguaçu - PR
2010
ANDERSON SCHWENDLER

CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO NA REGIÃO OESTE


DO PARANÁ

Trabalho Final de Graduação


apresentado à banca examinadora da
Faculdade Dinâmica das Cataratas
(UDC), como requisito para obtenção
do grau de Bacharel em engenharia
civil .

Prof.(a). Orientador (a): Célcio José


Escobar

Foz do Iguaçu – PR
2010
TERMO DE APROVAÇÃO

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS

CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO NA REGIÃO OESTE DO PARANÁ

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE


BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL

Acadêmico (a): Anderson Schwendler

Orientador (a): Ms. Célcio José Escobar

Nota Final

Banca Examinadora:

Prof(ª). Ms. Iedo Lourenço Madalozzo

Prof(ª). Ms. César Winter de Mello

Foz do Iguaçu, 04 de Dezembro de 2010


SCHWENDLER, Anderson. Concreto de Alto Desempenho na Região Oeste do
Paraná. Foz do Iguaçu, 2010. Projeto de Trabalho Final de Graduação - Faculdade
Dinâmica de Cataratas.

RESUMO

A pesquisa vem em encontro à crescente demanda de concreto com melhores


desempenhos que os convencionais já produzidos na região oeste do Paraná, isso
contando com a evolução dos materiais utilizados e o aperfeiçoamento de métodos
que viabilizem a produção desse concreto com um fator água/cimento muito baixo
comparado com os concretos usuais.
Esta pesquisa traz a definição e a evolução tecnológica dos concretos que são
considerados de alto desempenho (CAD). São apresentados as características e os
tipos de materiais que devem ser utilizado na sua composição e exemplos de
utilização, em nossas obras.
A pesquisa trabalha em duas linhas de estudo, a primeira consiste na execução de
um traço, que possa atingir resistências superiores as encontradas na região, e que
possa ser comercializado, utilizando os agregados da região de medianeira sem a
adição de microssilica ativa. A outra linha de pesquisa tem como objetivo identificar
a resistência máxima que esse agregado pode atingir.

Palavras-Chave: CAD – Cimento Portland –Resistência


SCHWENDLER, Anderson. Concreto de Alto Desempenho na Região Oeste do
Paraná. Foz do Iguaçu, 2010. Projeto de Trabalho Final de Graduação - Faculdade
Dinâmica de Cataratas.

ABSTRACT

The research focuses on meeting the growing demand for concrete with better
performance than conventional ones ever produced in Western Paraná, which is
include with the evolution of materials used and processing methods that enable the
production of concrete with a water / cement ratio too low compared with the usual
tangible.
This research brings the definition of concrete and technological developments that
are considered high performance (CAD). Are presented the characteristics and types
of materials to be used in their composition and usage examples, in our work.
The research works in two lines of study, the first is the implementation of a stroke,
which can reach higher than the resistance found in the region, and that can be
marketed using the aggregate mediator of the region without the addition of
microsilica active. The other line of research aims to identify the maximum resistance
that the household can achieve.

Keywords: CAD - Portland Cement - Resistance


SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................. 7
LISTA DE TABELAS................................................................................................. 8
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 9
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 10
2.1 DEFINIÇÕES DE CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO CAD........................ 10
2.2 EVOLUÇÕES HISTÓRICAS................................................................................ 11
2.3 CAMPOS DE APLICAÇÃO.................................................................................. 13
2.4 PRINCIPAIS EXEMPLOS DE OBRAS COM CAD.............................................. 14
2.5 RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CAD.................................................................. 15
2.6 MATERIAIS EMPREGADOS NA ELABORAÇÃO DO CAD................................ 16
2.6.1 Considersões iniciais..................................................................................... 16
2.6.2 Cimento............................................................................................................ 17
2.6.3 Agregado......................................................................................................... 18
2.6.3.1 Agregado Miúdo............................................................................................. 19
2.6.3.2 Agregado Graúdo........................................................................................... 20
2.6.3.3 Resistência dos agregados............................................................................ 22
2.6.4 Água................................................................................................................. 23
2.6.5 Aditivo.............................................................................................................. 23

2.6.6 Adições minerais............................................................................................. 25

2.7 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO CAD............................................................ 26

2.8 EXEMPLOS DE DOSAGEM DO CAD................................................................. 28

3 MATERIAIS E METODOS...................................................................................... 29

3.1 CONSIDERSÇÕES INICIAIS............................................................................... 29

3.2 MATERIAIS UTILIZADOS.................................................................................... 29

3.2.1 Cimento............................................................................................................ 29

3.2.2 Agregado Miúdo.............................................................................................. 30

3.2.3 Agregado Graúdo............................................................................................ 32


3.2.4 Aditivo.............................................................................................................. 33

3.3 METODOLOGIA E FERRAMENTAS UTILIZADAS............................................. 33

3.3.1 Traços.............................................................................................................. 36

3.4 RESULTADOS E CONCLUSÕES....................................................................... 37

4 CONSIDERAÇÒES FINAIS.................................................................................... 42

BIBLIOGRAFIA......................................................................................................... 43
7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Edifício comercial e-Tower ..................................................................... 14


Figura 2 - Diferença entre concreto com e outro sem superfluidificante ................ 25
Figura 3 - Curva Granulométrica do agregado Miúdo ............................................ 31
Figura 4 - Curva Granulométrica do agregado Miúdo .................................................... 33
Figura 5 - Retirada da amostra de concreto para ensaios ..................................... 34
Figura 6 - Formas de corpos de prova e cone de slump test ................................. 34
Figura 7 – Prensa Hidráulica ................................................................................. 35
Figura 8 - Neoprene de capeamento ..................................................................... 35
Figura 9 - Tanque de cura dos corpos de prova .................................................... 35
Figura 10 – Slump Test .......................................................................................... 37
Figura 11 - Corpos de prova moldados .................................................................. 38
Figura 12 - Rompimento dos corpos de prova ....................................................... 39
Figura 13 - Rompimento na pasta de cimento ....................................................... 40
Figura 14 - Rompimento no agregado ................................................................... 40
Figura 15 – Tipo de ruptura .................................................................................... 41
8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Grupos de resistência ............................................................................ 10


Tabela 2 - Quantidades para produção de 1m³ de CAD ........................................ 16
Tabela 3 - A influência da forma do agregado no concreto ................................... 21
Tabela 4 - A influência da forma do agregado na trabalhabilidade concreto ......... 21
Tabela 5 - A influência da forma do agregado na resistência do concreto ............ 22
Tabela 6 - Traço de Concreto de Elevado Desempenho ....................................... 28
Tabela 7 - Traço de concreto de alto desempenho na Ponte Rio – Niterói ........... 28
Tabela 8 - Características do agregado graúdo ..................................................... 30
Tabela 9 - Composição granulométrica do agregado graúdo ................................ 31
Tabela 10 – Características do agregado miúdo ................................................... 32
Tabela 11- Composição granulométrica do agregado miúdo ................................ 32
Tabela 12 – Traço de CAD com 40MPa ................................................................ 36
Tabela 13 – Traço de CAD com 70MPa ................................................................ 36
Tabela 14 – Resultado dos ensaios de prova de carga ......................................... 40
9

1 INTRODUÇÃO

Os avanços na qualidade do concreto foram necessários quando houve a


percepção de alguns aspectos principais, que seriam a resistência mecânica para
superar alguns limites no concreto quando comparado ao aço, principalmente em
edifícios muito altos, mas também há a questão da durabilidade, pois a cada dia
mais se faz necessário superar o rápido envelhecimento das estruturas de concreto
armado.
Atualmente, estamos em uma fase do desenvolvimento da tecnologia do
concreto onde estudamos não só as proporções dos materiais, mas também as suas
propriedades, conferindo isso nas características do produto final que são totalmente
distintas das convencionais. Essa é a fase do aparecimento de novos produtos como
aditivos superplastificante, superfluidificante, redutores de água, entre os muitos que
estão hoje no mercado, todos com a função de melhorar algumas das propriedades
do concreto.
O concreto de alto desempenho CAD se vale dessa fase do
desenvolvimento da tecnologia do concreto, as altas resistências que só podem ser
desenvolvidas com teor de água muito baixo só são possíveis com a utilização de
aditivos que podem ou não estar associados à microssílica (FREITAS, 2005).
Na região oeste do Paraná o concreto de alto desempenho é um material
pouco difundido por falta de estudos mais detalhados. Este trabalho vem de
encontro a essa necessidade com o objetivo principal de elaborar dosagens
experimentais de concreto de alto desempenho, que possam ser utilizadas nas
obras da região. Isso com base na bibliografia encontrada, além de caracterizar os
agregados obtidos na região oeste do Paraná, junto aos fornecedores encontrados
no mercado. O trabalho busca encontrar traços do CAD que possam ser adotados
em estruturas usuais da região.
Foi realizado um estudo experimental com ensaio de granulométria nos
agregados e ensaios de resistência em corpos de prova cilíndricos de 10x20cm, de
acordo com a norma “NBR 5739/1994”.
10

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DEFINIÇÕES DE CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO (CAD)

Para definirmos concreto de alto desempenho, o (CAD) devemos fazer


uma definição de concreto de alta resistência. Pois o CAD é um concreto de alta
resistência que foi melhorado mecanicamente.
Segundo Dal Molin (1997), definem-se concretos de alta resistência –
CAR como aqueles que apresentam médias de resistência à compressão uniaxial
acima das usuais em um dado local ou época.
Mais simplificadamente, o concreto de ultra resistência consiste,
basicamente, na mistura de cimento de alta reatividade, sílica ativa, pó de quartzo,
agregado miúdo, microfibra de aço ou orgânica, aditivo superplastificante e água
(MOURA 2009).
Na norma NBR 8953 (1992) os concretos são divididos em dois grupos,
como mostra a tabela abaixo:

Tabela 1 - Grupos de Resistência


Grupo 1 de Resistência Grupo 2 de Resistência
Resistência característica a Resistência característica a
compressão (MPA) compressão (MPA)
C10 10 C55 55
C15 15 C60 60
C20 20 C70 70
C25 25 C80 80
C30 30
C35 35
C40 40
C45 45
C50 50
Fonte: NBR 8953, 1992
11

Serra (1997), diz que o concreto com aditivo superfluidificante e a adição


de sílica ativa apresenta, assim, grande compacidade, isto é, baixa porosidade e alta
resistência. Além da baixa porosidade, as microfissuras decorrente da retração do
concreto durante a cura também se reduzem com a redução da quantidade de água.
Esse é o concreto de alto desempenho, uma vez que além do aumento da
resistência, ocorre o aumento da durabilidade, face ao aumento da
impermeabilidade do concreto aos fluidos, decorrente da reduzida porosidade e
microfissuração (SERRA, 1997). Portanto, apresenta maior trabalhabilidade
enquanto fresco e, após o endurecimento, é mais compacto, mais impermeável,
mais durável e mais resistente do que o concreto comum.
Se a intenção do engenheiro ou projetista é construir uma parede que
resista à maresia, por exemplo, esse concreto poderá ser considerado de alto
desempenho. É o que afirma o professor da Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo, Paulo Roberto do Lago Helene, (ROCHA, 1997).
Mehta (2008) nos traz a definição e o comentário aprovado pelo ACI
Technical Activities Committee em 1998, definindo concreto de alto desempenho
como um concreto que atenda a uma combinação especial entre desempenho e
requisitos de uniformidade que não pode ser atingida sempre rotineiramente com o
uso de componentes convencionais e praticas de mistura, lançamento e cura.

2.2 EVOLUÇÕES HISTÓRICAS

HELENE (1997) relata que a partir do patenteamento do cimento Portland


por Joseph Aspdin em 1824 na Inglaterra e a conseqüente difusão da fabricação
mundial, o concreto tem sido o material de construção civil mais utilizado em todas
as regiões do mundo.
As estatísticas demonstram que o consumo de cimento médio mundial,
per capita, tem aumentado progressivamente neste século, estando atualmente em
torno de 210 Kg/hab/ano, quase quatro vezes o consumo dos anos 50 (HELENE,
1997).
A década de oitenta correspondeu a um período de estagnação da
produção e do consumo, que atingiram níveis médios de 26 milhões de toneladas.
12

Só a partir de 1995, esses patamares foram superados, atingindo recordes de


produção e venda em 1998 e 1999 – cerca de 40 milhões de toneladas, (CBIC,
2004).
Contudo, a partir de 2000, houve uma inflexão na curva de produção e
consumo do cimento. Registra-se queda acumulado nesses últimos 4 anos de
16,5% no consumo nacional do produto que, em 2003, atingiu apenas 33.563
toneladas. O consumo per capita de 190 kg/hab., aproximando-se das cifras
registradas no inicio dos anos 90 (CBIC, 2004).
Isso nos mostra uma enorme aceitação do concreto como um dos mais
nobres materiais de construção civil, justifica-se pelas suas características
excepcionais de versatilidade, durabilidade, economia e resistência (HELENE,
1997).
O concreto permaneceu por mais de um século como uma mistura de
cimento, areia, pedra e água. Contudo, nas ultimas décadas, a pesquisa tem
produzido avanços extraordinário no desenvolvimento de aditivos e adições que
aumentam a resistência e a compacidade do concreto endurecido, além de
melhorarem a trabalhabilidade do concreto no estado fresco AMARAL FILHO (1997).
Segundo Moura, (2009) nos fala que nos últimos 20 anos, com o
estabelecimento de novas metodologias de dosagem de componentes, domínio dos
aditivos, e a progressiva associação de minerais ultrafinos e microfibras metálicas e
orgânicas, chegou-se a uma geração de concreto de ultra-auto desempenho.
Helene (1997) afirma que essa evolução ocorrida nas características
mecânicas dos concretos vem também, e principalmente, acompanhada de uma
evolução positiva nas demais propriedades, especialmente aquelas relacionadas à
durabilidade.
Mehta (2008) diz que a partir de pesquisas em laboratório, muitos
pesquisadores relataram que misturas adequadamente proporcionadas e curadas de
concreto superplastificado, com relação a/c de 0,4 ou menos, demonstram pouca ou
nenhuma permeabilidade, que é a propriedade mais desejada para a longa
durabilidade de estruturas expostas a ambientes corrosivos.
A permeabilidade de concretos de alta resistência - CAR, chega a ser
10.000 vezes inferior à permeabilidade dos concretos convencionais, (HELENE
1997).
13

2.3 CAMPOS DE APLICAÇÃO

Segundo Mehta (2008) muitas estruturas sofisticadas de concreto agora


são planejadas para maior vida útil como, por exemplo, de 100 a 120 anos. Quando
expostas a fluidos agressivos e condições ambientais severas, é essencial que o
concreto permaneça livre de fissuras e impermeável por um longo período.
Concretos de alto desenpenho vêm sendo utilizados na construção de
componentes como plataformas marítimas de prospecção de petróleo, pontes de
vão longo e tabuleiros de viadutos (MEHTA 2008).
Amaral Filho (1997) nos diz que como decorrências das suas
propriedades, o CAD torna a sua aplicação altamente vantajosa em vários tipos de
obras tais como:
a) Edifícios de concreto onde as estruturas alem de ter suas dimensões
reduzidas, têm, ainda as vantagens de requerer baixa manutenção e
de propiciar substanciais ganhos de área útil;
b) Pontes e viadutos que, além de terem seus custos reduzidos, ganham
em estética e manutenção diminuída;
c) Soleira de vertedouros de usinas hidrelétricas que se beneficiam pelo
baixo desgaste a abrasão que o CAD apresenta;
d) Pisos industriais pela mesma razão da abrasão reduzida e resistência
aos ataques químicos;
e) Obras marítimas onde a baixa permeabilidade garante boa resistência
à corrosão e aonde o grande alongamento de ruptura conduz a maior
economia de aço da armadura;
f) Reparos de estruturas dada a excepcional aderência a outro concreto,
o que, como regra geral, tornou a colagem por epóxi uma técnica
inadequada;
g) Execução de peças pré-moldadas;
h) Execução de concreto projetado, pois o CAD tem-se dramática redução
da reflexão e grandes resistências em poucas horas, o que é
especialmente importante em revestimento de túneis.
14

2.4 PRINCIPAIS EXEMPLOS DE OBRAS COM CAD

Segundo Serra, (1997) essa resistência, atingindo valores superiores a


100 e até 200 MPa, tem feito com que o concreto de alto desempenho venha sendo
especificado nas colunas de edifícios muito altos, destacando-se em Kuala Lampur
um edifício com mais de 100 pavimentos.
Dentre as obras de arquitetura mais conhecidas que utilizaram o concreto
de alto desempenho, destaca-se o arco da Defense, em Paris (SERRA, 1997). No
Brasil destaca-se o supremo Tribunal de Justiça, em Brasília, a estação consolação
do metrô.
Segundo Nakamura 2006 o recorde brasileiro de resistência de concreto
foi obtido em cinco pilares do edifício comercial e-Tower, erguido em São Paulo pela
Tecnum. Na obra de 42 pavimentos, utilizou-se concreto colorido com resistência
média à compressão de 125 MPa em quatro subsolos e nos três pavimentos
inferiores. Uma das conseqüências da escolha foi à redução da seção dos pilares do
subsolo, o que proporcionou ganho de 16 vagas.

Figura 1 – Edifício comercial e-Tower


Fonte - http://www.caran.com.br/11301.html?*session*id*key*=*session*id*val*

Segundo Nakamura 2006 a primeira obra a adotar o concreto de alto


desempenho no Paraná foi à do Evolution Towers, complexo multifuncional de três
15

edifícios - de uso comercial, um hotel e um residencial com lofts - concluído em


2004, em Curitiba.
Foi empregado concreto de 60 MPa aditivado com superplastificantes e
estabilizantes nas zonas de maior concentração de cargas. Com isso, foi possível
concentrar as cargas em um número menor de pilares e reduzir o aço da estrutura
entre 20 e 30% (NAKAMURA 2006).
No artigo Cruzada norte da revista Téchne de novembro de 2010 fala que
o concreto adotado no tabuleiro da ponte Rio Negro-Iranduba tem uma resistência à
compressão que varia de 30 a 40 MPa, dependendo do trecho. Por conta da água
ácida do Rio Negro, foi adicionada pozolana ao concreto, para preservar as estacas
e o tabuleiro de uma possível corrosão.
A Matec Engenharia está erguendo, na zona Sul de São Paulo, um novo
campus para a UniFMU (Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU). O Fck utilizado
nos pilares vai ser de 45 MPa (TÉCHNE 2010).

2.5 RESISTÊNCIAS MECÂNICAS DO CAD

Segundo Amaral Filho (1997) pode-se atingir altos valores de resistência


a compressão, tendo como limite apenas o tipo de agregado empregado. Em
igualdade do valor de A/C, o concreto com microssilica tem maiores resistências.
Quando se usam britas de diabásio, basalto e certos tipos de calcário podem-se
facilmente ultrapassar o valor de 120 MPa.
Com isso Amaral Filho (1997) nos mostra que o valor do fcj atingível é
diferente para cada local. As resistências médias (fck entre 20 e 50 Mpa) poderiam
ser obtidas só com cimento e superplastificantes, sem microssílica. Mas mesmo
nessa faixa é indicado o uso da microssilica em substituição à parte do cimento
(cerca de 3 a 4 kg por 1 kg de microssilica).
Amaral Filho (1997) afirma que com isso o resultado é um concreto mais
barato, mais homogêneo nos resultados e de fabricação mais simples e segura
quando se usa microssílica em substituição a parte do cimento. Para resistências
mais altas acima de 50 Mpa, torna-se imprescindível o uso de microssilica
adicionada ao cimento.
16

2.6 MATERIAIS EMPREGADOS NA ELABORAÇÃO DO CAD

2.6.1 Considerações iniciais

Segundo Serra (1997) a composição do concreto de alto desempenho é


mais ou menos idêntica à dos concretos comuns, recebendo ainda os aditivos
superfluidificante e as adições de sílica ativa.
Para Amaral filho (1997) o CAD é composto de cimento portland;
microssílica não densificada, na proporção 5% a 15% da massa do cimento;
superplastificante, o teor de superplastificante deve ser o mínimo necessário e deve-
se manter abaixo de 2% a relação massa da parte sólida de superplastificante /
massa do cimento; agregado graúdo (brita ou cascalho) agregado miúdo (areia).
E Andriolo (1993) diz que as proporções dos materiais nas misturas de
concreto são controladas de tal forma que se obtenha as seguintes condições, no
estado fresco, a massa seja trabalhável e moldável, após o endurecimento, ela
possua resistência e durabilidade de forma a atender os objetivos a que se propõe e
o custo final seja mínimo em conformidade com a qualidade desejada.
As proporções usuais dos diversos materiais para produzir 1m³ de
concreto de alto desempenho estão, em média, dentro dos seguintes limites:

Tabela 2 - Quantidades para produção de 1m³ de CAD

400 kg < cimento < 500 kg


650 kg < agregado miúdo < 750 kg
1000 kg < agregado graúdo < 1100 kg
1% < superfluidificantes < 2% (do peso do cimento)
120 kg < água < 160 kg
7% < sílica ativa < 15% (do peso do cimento)
Fonte: Serra 1997
17

2.6.2 Cimento

Mehta (2008) diz que a ASTM C 150 define cimento Portland como um
cimento hidráulico produzido pela moagem de clínqueres constituídos
essencialmente por silicatos de cálcio hidráulicos e uma pequena quantidade de
uma ou mais formas de sulfatos de cálcio. Clínquers são nódulos de 5 a 25 mm de
diâmetros de material sintetizado que é produzido quando uma mistura de matérias-
primas de composição pré-determinada é aquecida em altas temperaturas.
Cimento, na acepção geral pode ser considerado todo material com
propriedades adesivas e coesivas capaz de unir fragmentos minerais entre si de
modo a formar um todo compacto, NEVILLE (1997). No campo da construção, o
significado do termo “cimento” se restringe aos materiais ligantes usados com
pedras, areias, tijolos, blocos, etc.
Andriolo (1993) fala do cimento como um material que após a sua reação
é capaz de desenvolver propriedades coesivas e adesivas, tornando possível unir
fragmentos minerais, compondo assim uma massa compacta.
O emprego de cimentos é bem antigo. Os antigos egípcios usavam gesso
impuro calcinado. Os gregos e romanos usavam calcário calcinado e aprenderam,
posteriormente, a misturar cal e água, areia e pedra fragmentada, tijolos ou telhas
em cacos. Foi o primeiro concreto da historia, NEVILLE (1997).
Segundo Petrucci (1998) o cimento é um material pulverulento,
constituídos de silicatos e aluminatos de cálcio, praticamente sem cal livre. Esses
silicatos e aluminatos complexos, ao serem misturados com água, hidratam-se e
produzem o endurecimento da massa, que pode então oferecer elevada resistência
mecânica.
Para Amaral filho (1997) o CAD é composto de qualquer cimento Portland
que atenda às normas da ABNT das Classes CP l, CP l S 32, CP l S 40, CP ll E 32,
CP ll F 32, CP lll 32, CP lV 32.
Para finalidades praticas de escolha de um cimento Portland ou em
cimento composto, é conveniente considerar uma classificação baseada nas
propriedades físicas e químicas mais importantes, como o endurecimento rápido,
18

pequena velocidade de desprendimento de calor ou resistência aos sulfatos


NEVILLE (1997).

2.6.3 Agregados

Mehta (2008) fala que em geral, os agregados para concreto


compreendem areia, pedregulho e pedra britada (ou brita) procedentes de jazidas
naturais. Estes se chamam agregados minerais naturais.
Segundo Mehta (2008) é importante conhecer certas características dos
agregados para a definição das dosagens de concreto. A porosidade ou massa
especifica composição granulométrica, forma e textura superficial determinam as
propriedades do concreto no estado fresco.
Além da porosidade, a composição mineralógica do agregado afeta sua
resistência, dureza, modulo de elasticidade e sanidade que, por sua vez influenciam
varias propriedades do concreto endurecido que contenham o agregado (MEHTA
2008).
Petrucci (1998) diz que se entende por agregado o material granular, sem
forma e volume definidos, geralmente inerte, de dimensões e propriedades
adequadas para o uso em obras de engenharia.
Como pelo menos três quartas partes do volume do concreto são
ocupadas pelos agregados, não surpreende que a sua qualidade seja de
considerável importância NEVILLE (1997). O agregado não só pode influenciar a
resistência do concreto, pois agregado com propriedades indesejáveis podem não
apenas produzir concreto pouco resistente, mas também podem comprometer a
durabilidade e o desempenho estrutural do concreto.
O agregado mineral é utilizado como um material de enchimento,
relativamente inerte, no concreto ANDRIOLO (1993). E confirma que como ele
ocupa um volume considerável na mistura do concreto, deve ser dedicada especial
atenção na sua seleção e preparo, para que seja obtido um concreto durável.
Os agregados desempenham um importante papel nas argamassas e
concretos, quer do ponto de vista econômico, quer do ponto de vista técnico e
exercem influencia benéfica sobre alguns característicos importantes, como:
19

retração, aumento da resistência ao desgaste, etc., prejudicar a resistência aos


esforços mecânicos, pois os agregados de boa qualidade têm resistência mecânica
superior à da pasta de cimento, PETRUCCI (1998).
Andriolo (1993) nos diz que para se obter um concreto durável é
importante que, o agregado seja resistente as variações ambientais, que não haja
nenhuma reação desfavorável entre o agregado mineral e os componentes do
cimento e que o agregado não contenha impurezas que venham afetar a resistência
e o comportamento da parta de cimento.
A NBR 7211/1983 Agregados para Concreto diz que agregados devem
ser compostos por grãos de minerais duros, compactos, duráveis e limpos e não
devem conter substâncias de natureza e em quantidade que possa afetar a
hidratação e o endurecimento do cimento, a proteção da armadura contra a
corrosão, a durabilidade ou, quando for requerido, o aspecto visual externo do
concreto.
Os agregados minerais naturais constituem a classe mais importante de
agregados para a produção de concreto de cimento Portland. Na sua maioria
derivam de rochas de vários tipos, e a maioria é composta por vários minerais
(MEHTA 2008)

2.6.3.1 Agregado Miúdo

Segundo Petrucci (1998) entende-se por agregado miúdo normal ou


corrente a areia natural quartzosa ou o pedrisco resultante do britamento de rochas
estáveis, com tamanhos de partículas tais que no Maximo 15% ficam retidos na
peneira 4,8mm.
A NBR 7211/1983 Agregados para Concreto define o agregado miúdo por
areia de origem natural ou resultante do britamento de rochas estáveis, ou mistura
de ambas, cujos grãos passam pela peneira ABNT 4,8 mm e ficam retidos na
peneira ABNT 0, 075 mm.
Para a produção do CAD os agregados miúdos devem demandar a menor
quantidade possível de água para obter de máxima plasticidade e fluidez do
20

concreto é importante que uma grande quantidade de grãos fique retidos nas
peneiras de malhas de abertura 2,4; 0,30 e 0,15 mm (SAYEGH, 2002).
Em contrapartida deve-se evitar a retração de elevados teores nas
peneiras 1,2 e 0,6 mm. São preferíveis areias de grãos arredondados, e devem-se
evitar agregados miúdos moídos ou artificiais (SAYEGH, 2002).
Segundo Mehta (2008) as areias de depósitos eólicos assim como areias
e pedregulhos oriundos de regiões marítimas ou de leito de rio, geralmente, tem
forma bem arredondada.

2.6.3.2 Agregado Graúdo

A (NBR 7211/1983 Agregados para concreto) define o agregado graúdo


como pedregulho ou a brita proveniente de rochas estáveis, ou mistura de ambos,
cujos grãos passam por uma peneira de malha quadrada com abertura nominal de
152 mm e ficam retidos na peneira ABNT 4,8 mm.
Segundo Mehta (2008) a forma e a textura superficial das partículas do
agregado influenciam mais as propriedades do concreto no estado fresco do que no
estado endurecido comparadas as partículas lisas e arredondadas, as partículas de
textura áspera e angulosa alongadas necessitam de mais pasta de cimento para
produzir misturas de concreto trabalháveis e, portanto o custo aumenta.
Rochas instrutivas britadas apresentam vértices e arestas bem definidos,
sendo denominadas angulosas e geralmente, produzem partículas equidimensionais
(MEHTA 2008).
Os agregados devem ser relativamente livres de partículas lamelares e
alongadas. As partículas lamelares devem ser evitadas ou limitadas a no máximo
15%, em massa, do total do agregado. Em requisito é importante não só para o
agregado graúdo, mas também para areias artificiais que contem grãos alongados e
produzem um concreto muito áspero (MEHTA 2008).
Segundo Arndt (2007) os agregados representam em torno de 80% do
peso do concreto e 30% do custo, exigindo adequado controle de qualidade a fim de
garantir a manutenção das suas propriedades tanto no estado fresco quanto no
endurecido. Anterior ao controle de qualidade requerido é necessária uma avaliação
21

criteriosa das características físicas dos agregados utilizados de maneira que se


obtenha a melhor eficiência possível no consumo de cimento, visando à redução do
custo do concreto produzido.
Segundo uma pesquisa realizada por o’reilly diaz (1998) a forma do
agregado é muito influente na trabalhabilidade do concreto, como podemos ver na
tabela seguinte, o consumo de água em traços que utilizam agregados mais chatos
e angulares é maior, se comparado aos que utilizam agregado graúdo mais
arredondados, isso para chegar a uma mesma trabalhabilidade.

Tabela 3 – A influência da forma do agregado no concreto


Tipo de Dragôn
Camoa I Jamaica H Cubano Moderno Somorrostro
agregado Camoa
Particulas
planas e
30 28 17 31 23 16
alargadas
(%)
Classificação
segundo o
II II I II I I
método
esperimental
Fonte: O’REILLY DIAZ (1998)

Tabela 4 – A influência da forma do agregado na trabalhabilidade concreto


Agregados do grupo I Quantidade de água em l/m³ de concreto
Dragón Camoa 214,0
Somorrostro 220,0
Moderno 225,0
Agregados do grupo II Quantidade de água em l/m³ de concreto
Camoa I 224,0
Cubano 240,0
Jamaica 234,0
Fonte: O’REILLY DIAZ (1998)
22

Como podemos observar na tabela abaixo, essa quantidade de água que


é colocada a mais nos traços que contenham uma maior porcentagem de agregados
chatos e angulares, influi diretamente na resistência do concreto.

Tabela 5 – A influência da forma do agregado na resistência do concreto


Resistência em MPa
Agregados do grupo I
3 Dias 7 Dias 28 Dias
Dragón Camoa 28,3 36,0 40,9
Somorrostro 25,7 32,9 39,3
Moderno 25,5 31,9 38,1
Resistência em MPa
Agregados do grupo Il
3 Dias 7 Dias 28 Dias
Camoa I 23,0 28,7 37,4
Cubano 24,3 30,8 34,7
Jamaica 22,5 28,9 34,7
Fonte: O’REILLY DIAZ (1998)

2.6.3.3 Resistência dos Agregados

Mehta (2008) fala que a resistência compressão, a resistência a abrasão


e o modulo de elasticidade do agregado são propriedades inter-relacionadas que
são muito influenciadas pela porosidade. Agregados de origem natural comumente
utilizados para a produção de concreto de densidade normal geralmente são densos
e resistentes; portanto, raramente são fatores limitantes de resistência e das
propriedades elásticas do concreto.
Evidentemente, a resistência à compressão do concreto não pode ser
significativamente maior do que a da maior parte do agregado, embora não seja fácil
estabelecer qual é a resistência das partículas isoladamente. Na verdade, é difícil
ensaiar a resistência à compressão das partículas de agregado isoladamente, e a
informação procurada deve ser obtida usualmente de determinação indireta
(NEVILLE, 1997).
23

Neville (1997) nos explica que um dos métodos de obtenção dessa


resistência é simplesmente a experiência prévia com um dado agregado ou o uso
experimental em um concreto que se sabe ter certa resistência com agregados já
utilizados. Se com o agregado em estudo se obtiver um concreto com resistência a
compressão menor e, em particular, se muitas partículas de agregados aparecerem
rompidas, depois da ruptura do corpo de prova podem concluir-se que esse
agregado tem resistência menor que a resistência nominal desse concreto.

2.6.4 Água

De acordo com ACI 363 apud Dal Molin (1997) os requisitos de qualidade
da água para concreto de ala resistência são os mesmos que para concretos
convencionais.

2.6.5 Aditivos

Mehta (2008) explica que os aditivos superplastificantes consistem de


surfactantes aniônicos de cadeia longa de alta massa molecular (20.000 a 30.000)
com um grande numero de grupos polares na cadeia de hidrocarbonetos. Quando
absorvidos nas partículas de cimento, o surfactante confere forte carga negativa.
Que ajuda a diminuir consideravelmente a tensão superficial da água circundante e
eleva acentuadamente a fluidez do sistema.
Segundo Andriolo (1993) aditivos são substancias introduzidas nas
misturas de concretos ou argamassas com a finalidade de melhorar certas
propriedades da mistura básica ou evitar algumas deficiências que não são
possíveis de contornar com materiais básicos. Geralmente são utilizados com o
objetivo de melhorar a trabalhabilidade, retardar a pega, acelerar a pega e
consequentemente o endurecimento, melhorar a durabilidade e reduzir a água da
mistura.
24

Mehta (1994) diz que apesar dos aditivos redutores de água normais
poderem ser usados para produzir concretos de alta resistência, concretos com
consistências muito altas e com mais que 70 MPa de resistência são mais facilmente
produzidos com teores de aditivos de alta eficiência superplastificantes.
Andriolo (1993) explica que os aditivos redutores de água são
normalmente orgânicos usados para melhorar a qualidade do concreto, obtendo-se
a resistência requerida com uma menor quantidade de cimento, ou aumentam a
trabalhabilidade sem aumentar o conteúdo de água.
Segundo Mehta (2008) os superplasticificantes são também chamados de
aditivos redutores de água de alta eficiência, porque são capazes de reduzir de três
a quatro vezes água de amassamento em uma determinada mistura de concreto
comparado aos aditivos redutores de água normais. Foram desenvolvidos na
década de 1970 e tem ampla aceitação na indústria da construção de concreto.
Serra (1997) fala que se a quantidade de água for reduzida, obtêm um
concreto mais resistente e menos poroso, se mais água for adicionada para tornar o
concreto mais trabalhável, a resistência cai, a porosidade e as micro fissuras
aumentam. E com adição de superfluidificante que se permitiu chegar a relações
água/cimento, inferiores a 0,3.
Desde o início, os pesquisadores estavam conscientes de que, dentro de
certos limites, a resistência era inversamente proporcional à relação água/cimento.
Porém, de outro lado, a trabalhabilidade do concreto fresco era diretamente
proporcional a quantidade de água. Dessa forma, se a quantidade de água era
reduzida, obtinha-se um concreto mais resistente e menos poroso, porém difícil de
ser colocado na forma SERRA (1997).
A solução encontrada foi a dos aditivos plastificantes, os quais permitiram
trabalhar com concretos com relação água cimento inferiores a 0,5. Mas foi o
desenvolvimento de superfluidificantes que permitiu progredir nessas técnicas e
chegar a relações água/cimento inferiores a 0,3, SERRA (1997).
Para se compreender melhor a importância da relação água/cimento,
considere que nos concretos comuns, para relação em torno de 0,6, podem ser
obtidas resistências à compressão entre 15 e 20 MPa, enquanto que para uma
relação em torno de 0,4, podem ser obtidas resistências entre 25 e 33 MPa SERRA
(1997).
25

Figura 2 - Diferença entre concreto com e outro sem superfluidificante


Fonte: SERRA (1997)

2.6.6 Adições Minerais

Segundo Metha (2008) as adições minerais são materiais silicosos


finamente divididos, normalmente adicionados ao concreto em quantidades
relativamente grande, que variam de 20 a 30% por massa do material cimentício
total. Embora as pozolanas naturais em estudo bruto ou após ativação térmica ainda
sejam usadas em algumas partes do mundo devido a aspectos econômicos e
ambientais, muitos subprodutos industriais tem se tornado fonte primaria de adições
minerais no concreto.
As cinzas da combustão de carvão e alguns resíduos agrícolas como
palha e casca de arroz, sílica ativa de certos processos metalúrgicos e escoria
granulada de metais industriais ferrosos e não-ferrosos fazem parte dos subprodutos
industriais que são adequados para o uso como adições minerais no concreto de
cimento Portland (MEHTA 2008).
A sílica ativa é um subproduto da indução de fornos a arco nas indústrias
de silícios metálicos e ligas ferros - silício. A redução do quartzo em silício a
temperaturas de até 2000 ºC produz vapores SiO, que se oxidam e condensam na
zona de baixa temperatura do forno em partículas esféricas minúsculas consistindo
em sílica não-cristalina (MEHTA 2008).
26

O material removido pela filtragem dos gases expelidos em filtros manga,


possui um diâmetro médio da ordem de 0,1 µm, comparada ao cimento Portland
comum mostram distribuições de tamanho de partícula que são duas ordens de
grandeza mais finas (MEHTA 2008).
Segundo Mehta (2008) as adições minerais melhoram a trabalhabilidade
do concreto fresco, aumenta a durabilidade à fissuração térmica, a durabilidade ao
ataque químico, pois diminui a permeabilidade do concreto

2.7 VANTAGEMS DA UTILIZAÇÃO DE CAD

Segundo Serra (1997) a primeira vantagem do concreto de alto


desempenho esta na redução da dimensão dos elementos estruturais,
principalmente das colunas. Isso permite ampliar a área útil dos andares, efeito que
é maior nos térreos e subsolos, tendo em vista ser o pavimento em que as colunas
apresentam as cargas mais elevadas. A segunda vantagem esta na sua maior
durabilidade.
Amaral Filho (1997) diz que o CAD destaca-se por apresentar
características peculiares e altamente atrativas para seu emprego, entre essas
temos altas resistências precoces, retrações menores, baixa deformação lenta,
ausência de exultação, excelente aderência a outra superfície de concreto,
baixíssima permeabilidade, alta resistência a corrosão química, mecânica e ao
ataque de correntes de fuga e alta capacidade de deformação.
Pode ser considerado um tipo de obra com alto desempenho ambiental,
pois segundo Ferreira (2001) edificações que utilizam o CAD pode economizar em
concreto até 12,37% (para um edifício de 30 pavimentos), em aço até 14,22% e em
forma 8,54%.
Segundo Brito (2008) para que um edifício seja considerado de bom
desempenho ambiental deve oferecer boas condições de conforto e salubridade
para o ser humano com o menor impacto ambiental tanto em termos de consumo de
recursos como de emissões.
Segundo Mehta (2008) o concreto de cimento Portland é reconhecido
como um material verde (compatível com o meio ambiente) com relação aos outros
27

materiais de construção. No entanto muito precisa ser feito par reduzir o impacto
ambiental da indústria do concreto. O cimento Portland, o principal ligante hidráulico
usado no concreto moderno, é produto de uma indústria não apenas de uso
intensivo de energia (4 GJ/t de cimento), mas também responsável por grandes
emissões de CO2.
Mehta (2008) fala que a fabricação de uma tonelada de clínquer de
cimento Portland lança perto de uma tonelada de CO2 na atmosfera. Assim,
atualmente, a produção anual mundial de cimento de 1,5 bilhões de toneladas,
principalmente de cimento Portland, é responsável por quase 7% das emissões
globais de CO2.
Para reduzir o impacto ambiental da indústria do concreto, similar ao que
se faz com a energia, a melhor abordagem de longo prazo é buscar a redução de
seu consumo (MEHTA 2008).
Diz Mehta (2008) com a taxa atual de consumo de concreto, espera-se
que a demanda por concreto cresça para cerca de 16 bilhões de toneladas no ano
de 2050. A partir de então, o consumo deve começar a cair, dependendo de quão
cedo e seriamente se cumpra a tarefa de introduzir na pratica diária de construção
os princípios da ecologia industrial e a melhoria da durabilidade das estruturas que
estão sendo projetadas e construídas neste momento.
28

2.8 EXEMPLOS DE DOSAGEM DE CAD

Na ponte do rio Maranhão foi utilizado concreto de alto desempenho com


resistências de 85 Mpa, o traço utilizado na execução foi o ilustrado na tabela
abaixo:

Tabela 6 - Traço de Concreto de Elevado Desempenho


Materiais Quantidades
Cimento CP ll – F 442
Silica ativa (Sílimix) 44
Água 154
Areia 688
Cascalho (19 mm) 1060
Aditivo plastificante/retardador 0,76
Aditivo superplastificante 11,59
Fonte: Techne (1997)

Na ponte Rio - Niterói foi utilizado concreto de alto desempenho com fck =
60MPa e abatimento de 160±20 mm os materiais constituintes são.

Tabela 7 - Traço de concreto de alto desempenho na Ponte Rio - Niterói


Materiais Quantidade em Kg/m³
Brita 01 1054
Areia natural de rio 685
Cimento CP V ARI Plus RS 428
Água 158
Superplastificante (MBT Glenium) 2,1
Superplastificante (MTB 4,3
Rheobuild)
Microssílica 34
Fibra de aço tipo RC 65/35 30
Fibra de Polipropileno 0,6
Fonte: Almeida (2005)
29

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Esta pesquisa trata do desenvolvimento de dosagens de concreto de alto


desempenho com agregados encontrados na região oeste do Paraná. O objetivo é
elaborar um traço que possa ser comercializado e um traço para ser utilizado como
referencia máxima de resistência testada na região.
O primeiro traço testado foi de 40 MPa, com o intuito de aumentar a
resistência do concreto normalmente utilizado em pilares de edifícios altos na região,
que é de 30 MPa. O outro traço, de 70 MPa , deve testar a máxima resistência
obtida com o agregado disponível na região, sem a adição da micro sílica. O
agregado graúdo disponível em pedreiras na região oeste do Paraná é originado em
derrames basálticos e é do tipo vesicular com baixa resistência.

3.2 MATERIAIS UTILIZADOS

3.2.1 Cimento

Em todas as dosagens foi utilizado o cimento de alta resistência inicial o


CP V ARI. O cimento CP V ARI tem por característica altas resistências em poucas
idades o que viabilizou a utilização pelo curto prazo de tempo para a entrega da
pesquisa.
Segundo o fabricante a massa especifica desse cimento é de 3120 Kg/m³,
determinado pela norma NBR 6474/84.
30

3.2.2 Agregado Graúdo

O agregado graúdo utilizado é de pedra-britada, fornecido por pedreiras


da região de Medianeira PR. Os ensaios de qualificação dos agregados foram feitos
pela GRACE Construction Products segundo a norma NBR 7211/1983.
A pedra britada utilizada se divide em pedra um, segundo a norma fica
retido na peneira de 12,5mm e pedra zero ou pedrisco retido na peneira 4,8mm.
Como visto no item 2.6.3.2 a forma do agregado é muito importante para
uma boa trabalhabilidade do concreto no seu estado fresco, e que há uma melhora
de resistência no seu estado endurecido, portando o agregado utilizado nessa
pesquisa foi o arredondado.
O agregado graúdo como podemos verificar no gráfico abaixo esta dentro
do limite de utilização para concreto descrito no item 2.6.3.2.

Tabela 8 - Características do agregado graúdo


CARACTERÍSTICAS DO UNIDADE OBTIDA METODOLOGIA DE ENSAIO
MATERIAL

Módulo de Finura - 6,77 NBR - 7217/87


Dimensão Máxima mm 19,0 NBR - 7217/87
3
Peso Espec. Absoluto Miúdo g / cm 2,88 NBR - 9776 / 87
Peso Espec. Graúdo Kg / dm - NBR 9937/87
Peso Espec. Aparente Kg / dm - NBR - 7251/82
Material Pulverulento (%) - NBR - 7219/87
Impureza Orgânica Coloração - NBR 7220/87
Argila em Torrões (%) - NBR - 7218/87
Coeficiente Volumétrico c.v. - NBR - 7809/ AFNOR
Fonte: GRACE Construction Products
31

Tabela 9 - Composição granulométrica do agregado graúdo


a a
ABERTURA ABNT 1 DETERMINAÇÃO 2 DETERMINAÇÃO MÉDIA
DA /
MASSA RETIDA MASSA RETIDA RETIDA RETIDA
PENEIRA ASTM
RETIDA INDIVIDUAL RETIDA INDIVIDUAL INDIVIDUAL ACUMULADA
(mm)
(g) (g)
75 3 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
50 2 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
37,5 11 / 2 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
25 1 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
19 3/4 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
12,5 1/2 2657,4 53,1% 2637,2 52,7% 52,9% 53%
9,5 3/8 1358,0 27,2% 1488,6 29,8% 28,5% 81%
6,3 1/4 890,2 17,8% 790,1 15,8% 16,8% 98%
4,75 4 50,8 1,0% 46,9 0,9% 1,0% 99%
2,36 8 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 99%
1,18 16 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 99%
0,6 30 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 99%
0,3 50 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 99%
0,15 100 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 99%
< 0,15 < 100 43,6 0,9% 37,2 0,7% 0,8% 100%
Total 5000,0 100,0% 5000,0 100,0% 100% 928%

Fonte: GRACE Construction Products

Figura 3 - Curva Granulométrica do agregado Miúdo


Fonte: GRACE Construction Products
32

3.2.3 Agregado miúdo

O agregado utilizado é de areia natural média encontrado na região de


Medianeira PR. Os ensaios de qualificação dos agregados foram feitos pela GRACE
Construction Products segundo a norma NBR 7211/1983. Através do ensaio de
granulométria visto no gráfico abaixo podemos verificar que o agregado miúdo esta
dentro de uma área considerada de utilização.

Tabela 10 - Características do agregado miúdo


CARACTERÍSTICAS DO UNIDADE OBTIDA METODOLOGIA DE ENSAIO
MATERIAL
Módulo de Finura - 3,00 NBR - 7217/87
Dimensão Máxima mm 4,75 NBR - 7217/87
3
Peso Espec. Miúdo g / cm 2,43 NBR - 9776 / 87
Peso Espec. Graúdo Kg / dm - NBR 9937/87
Peso Espec. Aparente Kg / dm - NBR - 7251/82
Material Pulverulento (%) - NBR - 7219/87
Impureza Orgânica Coloração - NBR 7220/87
Argila em Torrões (%) - NBR - 7218/87
Coeficiente Volumétrico c.v. - NBR - 7809/ AFNOR
Fonte: GRACE Construction Products

Tabela 11 - Composição granulométrica do agregado miúdo


a a
ABERTURA ABNT 1 DETERMINAÇÃO 2 DETERMINAÇÃO MÉDIA
DA / MASSA RETIDA MASSA RETIDA RETIDA RETIDA
PENEIRA ASTM RETIDA INDIVIDUAL RETIDA INDIVIDUAL INDIVIDUAL ACUMULADA
(mm) (g) (g)
75 3 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
50 2 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
37,5 11 / 2 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
25 1 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
19 3/4 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
12,5 1/2 0,0 0,0% 0,0 0,0% 0,0% 0%
9,5 3/8 0,0 0,0% 1,3 0,3% 0,1% 0%
6,3 1/4 0,6 0,1% 3,2 0,6% 0,4% 1%
4,75 4 4,7 0,9% 2,9 0,6% 0,8% 1%
2,36 8 103,7 20,7% 124,4 24,9% 22,8% 24%
1,18 16 136,6 27,3% 143,6 28,7% 28,0% 52%
0,6 30 76,8 15,4% 68,4 13,7% 14,5% 67%
0,3 50 47,0 9,4% 36,6 7,3% 8,4% 75%
0,15 100 34,0 6,8% 27,3 5,5% 6,1% 81%
< 0,15 < 100 96,6 19,3% 92,3 18,5% 18,9% 100%
Total 500,0 100,0% 500,0 100,0% 100% 401%
Fonte: GRACE Construction Products
33

Figura 4: Curva Granulométrica do agregado Miúdo


Fonte: GRACE Construction Products

3.2.4 Aditivo

Os aditivos utilizados foram fornecidos pela empresa GRACE


Construction Products.
O aditivo ADVA CAST 525, segundo o fabricante é um aditivo
superplastificante de última geração para a produção de concretos de baixíssima
relação água/cimento, nas quais são desejadas altas resistências à compressão ou
diminuição do calor necessário para concretos curados a vapor.

3.3 METODOLOGIA E FERRAMENTAS UTILIZADAS

Para a elaboração do CAD, foi utilizado o laboratório de concreto da


empresa Lajes Patagonia de Medianeira, rodados traços com um metro cúbico, em
um caminhão betoneira com capacidade de oito metros cúbicos.
34

Figura 5 - Retirada da amostra de concreto para ensaios


Fonte: Autor

De cada traço foi retirado uma amostra para fazer o teste de abatimento,
e moldar corpos de prova de 10x20cm, seguindo a norma NBR 5738/1994.

Figura 6 - Formas de corpos de prova e cone de slump test


Fonte: Autor
35

Primeiro com sete dias se deu o rompimento de três corpos de cada traço
os demais foram rompidos com quatorze dias, segundo a norma NBR 5739/1994,
para o rompimento dos corpos de prova foi utilizado uma prensa hidráulica manual
da marca Pavitest. O capeamento dos corpos de prova foi feito com borracha de
Neoprene.

Figura 7 – Prensa Hidráulica Figura 8 – Neoprene de capeamento


Fonte – Autor Fonte - Autor

A cura dos corpos de prova foi feito por imersão em água em um tanque
da empresa, segundo a norma NBR 5738/1994.

Figura 9 – Tanque de cura dos corpos de prova


Fonte - Autor
36

3.3.1 Traços

Os traços utilizados para essa pesquisa foram tirados da bibliografia,


como a pesquisa tem por objetivo elaborar um concreto que seja de alto
desempenho e que possa ser comercializado, foi trabalhado com dois traços, um
que com resistência de 40 MPa e o outro com uma resistência maior que é
justamente para verificar que resistência o agregado da região pode atingir sem a
utilização de sílica.

Tabela 12 – Traço de CAD com 40Mpa


Materiais Quantidade Traço unitário Traço por betoneira
(Kg/m³) (Kg)
Cimento CP V 400 1,0 100
Brita 01 580 1,45 145
Brita 00 475 1,19 119
Areia Artificial 302 0,75 75
Areia Média 590 1,48 148
Aditivo ADVA 525 2,45 0, 006 0,6
Água 100 0,25 25
Fonte – Lajes Patagonia

Tabela 13 – Traço de CAD com 70Mpa


Materiais Quantidade Traço unitário Traço por betoneira
(Kg/m³) (Kg)
Cimento CP V 660 1,0 100
Brita 01 600 0,91 91
Brita 00 510 0,77 77
Areia Artificial 70 0,11 11
Areia Média 550 0,83 83
Aditivo ADVA 525 3,96 0, 006 0,6
Água 165 0,25 25
Fonte – Lajes Patagonia
37

3.4 RESULTADOS E CONCLUSÕES

Com as amostras do concreto, foram realizados os ensaios de abatimento


de tronco de cone “slump test”. O abatimento da amostra de 40Mpa foi de 240mm,
mantendo boa trabalhabilidade por um período satisfatório. Já a amostra do concreto
de 70Mpa obteve um abatimento de 210mm, mas perdeu a trabalhabilidade em um
curto espaço de tempo.
O abatimento obtido está dentro do esperado para os traços de concreto
adotados, já que o previsto era 220 ± 20 mm. Com esse abatimento e por manter a
trabalhabilidade por um bom espaço de tempo, o traço de 40MPa é bombeável,
sendo possível comercializá-lo na região. O traço de 70MPa precisa ser melhorado.
Um plastificante mais eficiente, como por exemplo, um hiperplastificante de 3ª
geração deve ser experimentado, para que possa manter a trabalhabilidade inicial
por no mínimo uma hora, o que possibilitaria o tempo necessário para fazer o
lançamento do concreto.

Figura 10 - Slump Test


Fonte - Autor
38

Depois de feito o ensaio de abatimento, foram moldados os oito corpos de


prova de cada amostra que podemos ver na figura abaixo.

Figura 11 - Corpos de prova moldados


Fonte - Autor

Depois da moldagem, os corpos de prova descansaram durante um dia


na forma. Então, foram marcados e dispostos no tanque de cura. Passados seis
dias, três corpos de prova foram retirados e deixados por 24 horas fora do tanque, já
que o anexo da norma pede que o corpo de prova seja retirado do tanque com 24
horas de antecedência a seu rompimento. Após esse período foi executado o ensaio
compressão simples em três corpos de prova de cada traço. Os demais corpos de
prova, ou seja, cinco de cada traço foram ensaiados com quatorze dias, utilizando a
metodologia recomendada pela norma NBR 5739.
39

Figura 12 – Rompimento dos corpos de prova


Fonte – Autor

Na análise do tipo de ruptura dos corpos de prova com sete dias de idade,
foi constatado que todos romperam na pasta de cimento. Os corpos de prova com
quatorze dias de idade e traço de 40MPa, continuaram a romper na pasta de
cimento. Os corpos de prova com concreto de 70MPa romperam no agregado
graúdo. Com isso, podemos afirmar que o agregado graúdo da região estudada
resiste as tensões elevadas aplicadas no concreto com resistência característica de
70MPa.
Na região oeste do Paraná, uma resistência igual a 70MPa, já é uma
resistência recorde quando comparada ao concreto utilizado usualmente na região.
Este concreto de resistência muito elevada não poderá ser comercializada até que
se ajuste o tempo de trabalhabilidade. Esta é uma barreira que pode ser removida
adicionando aditivos hiperplastificantes ou superfluidificantes. Cada obra merece um
estudo minucioso para a correta determinação da resistência característica do
concreto a ser adotada. Pilares podem trabalhar com fck diferenciado em relação às
vigas e lajes. Porém as suas taxas mínimas das armaduras devem ser
cuidadosamente estudadas.
40

Figura 13 – Rompimento na pasta de cimento Figura 14 – Rompimento no Agregado


Fonte – Autor Fonte – Autor

Na tabela abaixo podemos verificar a resistência obtida em cada um dos


ensaios.

Tabela 14 – Resultado dos ensaios de prova de carga


Resistência Resistência Resistência
Traço
com 7 dias (MPa) com 14 dias (MPa) média final (MPa)
28,65
26,50
31,55
40 MPa 27,50 30,55 30,20
30,40
27,30 29,80

73,20
63,60
56,70
70 MPa 73,85 48,15 53,38
40,85
70,65
48,00

Como podemos observar nos resultados acima, a resistência do concreto


de 40MPa não atingiu a resistência esperada, e o concreto
41

Na figura abaixo podemos verificar o tipo de ruptura que se deu nos


corpos de prova.

Figura 15 - Tipo de ruptura


Fonte – Autor
42

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 O traço de 40MPa não chegou ao resultado esperado, ficando em aberto para


pesquisas futuras algumas correções no traço: adicionar a microssilica ou
ainda verificar o consumo de cimento.
 O traço para verificação da resistência do agregado teve seu resultado
prejudicado pela ausência de capeamento no rompimento aos quatorze dias,
mas se considerar apenas os resultados de sete dias que pela utilização de
cimento CP V ARI a resistência atingiu um valor de 90% da resistência final,
portanto conclui -se que o agregado da região pode atingir resistências de até
70MPa, com algumas adições minerais.
43

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