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IMED

ESCOLA POLITÉCNICA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

FABRÍCIO DE SOUZA DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DE UM PAVILHÃO EM ESTRUTURA DE


AÇO CONSIDERANDO TERRENO PLANO E COM
TALUDE

PASSO FUNDO
2022
FABRÍCIO DE SOUZA DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DE UM PAVILHÃO EM ESTRUTURA DE AÇO CONSIDERANDO


TERRENO PLANO E COM TALUDE

Projeto de Pesquisa, apresentado como requisito


parcial para aprovação na disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso I no curso de Engenharia
Civil, Escola de Politécnica, da IMED.

Orientador(a): Prof. Dra. Marinês Silvani


Novello

PASSO FUNDO
2022
FABRÍCIO DE SOUZA DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DE UM PAVILHÃO EM ESTRUTURA DE AÇO CONSIDERANDO


TERRENO PLANO E COM TALUDE

Projeto de Pesquisa, apresentado como requisito


parcial para aprovação na disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso I no curso de Engenharia
Civil, Escola de Politécnica, da IMED.

Passo Fundo, 22 de Junho de 2022.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dra. Marinês Silvani Novello – Engenharia Civil - IMED

Prof. Dr. Rodrigo de Almeida Silva – Engenharia Civil - IMED

Prof. Me. Juliano Lima da Silva – Engenharia Civil - IMED


AGRADECIMENTOS

À minha mãe, Jocelene, por ser a mulher mais forte e incrível que eu
conheço, meu maior exemplo e minha maior incentivadora. Serei eternamente grato
por sempre ter acreditado em mim.
Ao meu irmão e melhor amigo, Leonardo, por todo o companheirismo e
cuidado que sempre teve comigo.
À minha namorada e companheira, Débora Zanchet, por toda compreensão
e paciência, pelo apoio e companheirismo nas horas mais difíceis.
Aos meus familiares e amigos, vocês com certeza fazem parte dessa
caminhada, sou grato por ter cada um de vocês em minha vida.
À minha orientadora Marinês Novello, por aceitar me orientar nesse
trabalho, por todos os conselhos e todo o aprendizado que me proporcionou.
Aos inesquecíveis colegas e amigos que fizeram parte desta jornada.
“Conhecimento não é aquilo que você sabe,
mas o que você faz com aquilo você sabe.”
Aldous Huxley
RESUMO

O esforço horizontal mais significativo em edificações é o impacto do vento,


apresentando uma maior interferência em edificações esbeltas, baixas e de grandes
vãos, sendo assim, uma das ações mais importantes a serem determinadas na análise
estrutural para projetos de construções. As ponderações para a determinação das
forças devidas ao vento são apresentadas e calculadas em conformidade com a NBR
6123:1988. Porém, diversos estudos e trabalhos mostram uma predisposição das
normas em superestimar os valores dos perfis de velocidade em terrenos complexos.
O presente projeto de pesquisa tem como objetivo apresentar uma análise da
influência de um talude nas ações exercidas pelo vento, com o auxílio de normas
internacionais e publicações. A pesquisa é aplicada em um pavilhão industrial em
estrutura de aço, de baixa altura, o estudo será em dois cenários: um em terreno
plano, sem a presença de rugosidade e o outro conta com a presença de um talude
de 45.

Palavras-chave: Estrutura de aço; ação do vento; talude; terrenos complexos.


ABSTRACT

The most significant horizontal effort in buildings is the impact of the wind, presenting
a greater interference in slender, low and large-span buildings, thus, one of the most
important actions to be determined in the structural analysis for construction projects.
The weights for determining the forces due to the wind are presented and calculated
in accordance with NBR 6123:1988. However, several studies and works show a
predisposition of the norms to overestimate the values of the velocity profiles in
complex terrains. This essay’s goal is to present an analysys of the influence of a
slope on the actions exerted by the wind, with the help of international standards and
publications. The research is applied in a low-height steel structure industrial pavilion,
this study will be portrayed in two scenarios: one on a flat ground, without the
presence of roughness and the other with the presence of a slope of 45.

Keywords: Steel structure; wind action; slope; complex terrain.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Linhas de fluxo do vento. ..................................................................................................... 16


Figura 2 - Fluxo esquemático do vento incidindo perpendicularmente na edificação ......................... 17
Figura 3 - Influência do ângulo de inclinação do telhado nas sucções ................................................. 17
Figura 4 - Representação esquemática do perfil de velocidades médias pela influência de um morro
............................................................................................................................................................... 18
Figura 5 - Modelagem da separação e recolamento do escoamento em dois modelos de taludes
íngremes ................................................................................................................................................ 19
Figura 6 - Isopletas da velocidade básica 𝑉0 (m/s) ............................................................................... 21
Figura 7 - Fator topográfico 𝑆1 (z) ........................................................................................................ 22
Figura 8 - Esquema para o cálculo da velocidade incremental de taludes (a) e morros (b). ................ 27
Figura 9 - Esquematização de um talude e os parâmetros utilizados para obtenção do incremento . 33
Figura 10 - Esquema do multiplicador topográfico de talude (1) e morro (2) ...................................... 42
Figura 11 - Esquema da zona de separação em cumes de morros/taludes.......................................... 42
Figura 12 – Fluxo de procedimentos para projetos de estruturas de aço. ........................................... 44
Figura 13 - Projeção 3D do modelo reduzido triangular 2D e ângulo de 45, 1 patamar intermediário
de 75mm ............................................................................................................................................... 47
Figura 14 - Projeção 3D do modelo reduzido triangular 2D e ângulo de 45, 2 patamares
intermediários de 150mm..................................................................................................................... 47
Figura 15 - Resultados experimentais para taludes com ângulo de 45, com 1 patamar intermediário
com comprimento de 75mm ................................................................................................................ 48
Figura 16 - Resultados experimentais para taludes com ângulo de 45, com 2 patamares
intermediários com comprimento de 150mm ...................................................................................... 49
Figura 17 - Resultados experimentais para taludes, incrementos máximos entre os modelos e o perfil
de referência ......................................................................................................................................... 50
Figura 18 - Resultados experimentais para taludes, comparativo entre os modelos com o mesmo
ângulo, 20 (a) e 45 (b) ........................................................................................................................ 51
Figura 19 - Representação esquemática dos parâmetros para proposição do fator topográfico ........ 52
Figura 20 - Aplicação dos modelos analíticos das normas NBR 6123 (1988), Eurocode-CEN:2002, AIJ
(2004), AS/NZS 1170.2:2002, ASCE 7-95-:2005 e NBCC:2005, em um terreno plano .......................... 53
Figura 21 - Aplicação dos modelos analíticos e medição experimental 3D em morro isolado simétrico,
modelo D, cume, p= 0,23 ...................................................................................................................... 54
Figura 22 - Locação dos pontos de medição do Experimento 2 ........................................................... 55
Figura 23 - Aplicação dos modelos analíticos e medição experimental 3D, ponto 1, p=0,23 .............. 55
Figura 24 - Fluxograma do delineamento de pesquisa ......................................................................... 59
Figura 25 - Vista superior da edificação em análise .............................................................................. 61
Figura 26 - Fachada lateral da edificação em análise............................................................................ 61
Figura 27 - Fachada frontal da edificação em análise ........................................................................... 62
Figura 28 - Corte transversal da edificação em análise......................................................................... 62
Figura 29 - Localização do município de Passo Fundo/RS..................................................................... 62
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Categorias do terreno........................................................................................................... 25


Tabela 2 - Parâmetros de acréscimo máximo e fator de redução da velocidade com a altura............ 32
Tabela 3 - Categorias de risco das edificações ...................................................................................... 34
Tabela 4 - Fator de direcionalidade do vento ....................................................................................... 34
Tabela 5 - Parâmetros 𝑎, 𝑍𝑔............................................................................................................. 36
Tabela 6 - Parâmetros 𝜇 e 𝛾. (ASCE 7-10) ............................................................................................. 37
Tabela 7 - Categorias do terreno........................................................................................................... 39
Tabela 8 - Multiplicador de terreno/altura – Para regiões A, B, W e C, D ............................................ 39
Tabela 9 - Multiplicador da forma do morro ou talude .................................................................. 43
Tabela 10 - Fórmulas para obtenção das solicitações de esforço e forças ........................................... 45
Tabela 11 - Coeficientes A, B, C e D para a proposição de nova formulação para a NBR 6123 ............ 51
Tabela 12 - Dimensões dos modelos bidimensionais ........................................................................... 53
Tabela 13 - Dimensões dos modelos tridimensionais ........................................................................... 53
Tabela 14 - Valores dos multiplicadores vigentes e valores testados para o multiplicador “x” do fator
topográfico segundo a NBR 6123 .......................................................................................................... 56
Tabela 15 - Valores dos multiplicadores vigentes e valores testados para o multiplicador “x” do fator
topográfico ............................................................................................................................................ 57
Tabela 16 - Dimensões da edificação em análise .................................................................................. 60
Tabela 17 - Dimensões das aberturas ................................................................................................... 61
Tabela 18 - Cronograma do avanço ao longo do tempo ....................................................................... 64
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1 PROBLEMA .................................................................................................................................. 12


1.2 HIPÓTESE ..................................................................................................................................... 13
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................. 13
1.4 OBJETIVOS ................................................................................................................................... 14
1.4.1 Objetivo Geral .............................................................................................................................. 14
1.4.2 Objetivos específicos .................................................................................................................... 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................... 15

2.1. AÇÕES GERAIS EM ESTRUTURAS ................................................................................................ 15


2.2. AÇÃO DO VENTO SOBRE EDIFICAÇÕES ...................................................................................... 15
2.2.1. A influência do terreno na ação do vento ................................................................................... 17
2.3. CRITÉRIOS NORMATIVOS PARA A DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS DE AÇÃO DO VENTO ........... 19
2.3.1. Norma Brasileira ABNT NBR 6123 (1988).................................................................................... 19
2.3.4. Critérios normativos segundo a National Building of Canada (2010): ........................................ 30
2.3.5. Critérios normativos segundo a ASCE/SEI 7-16 (2016): .............................................................. 33
2.3.6. Critérios normativos segundo a AS/NZS 1170.2 (2011) .............................................................. 37
2.3.6.1. Velocidade local do vento ( Vsit, β ) ......................................................................................... 38
2.4. CRITÉRIOS DE PROJETO PARA O DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS DE AÇO ..................... 43
2.5. PESQUISAS RECENTES ACERCA DO FATOR TOPOGRÁFICO ........................................................ 45
2.5.1. Determinação experimental em túnel de vento das velocidades incrementais sobre morros e
taludes – Josiane Scotton ...................................................................................................................... 46
2.5.2. Avaliação em túnel de vento do comportamento da camada limite atmosférica em terrenos
complexos – Jussara Matuella .............................................................................................................. 52
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 59

3.1. FLUXOGRAMA ............................................................................................................................ 59


3.3. Delineamento de pesquisa ............................................................................................................. 59
3.3. PLANO DE COLETA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ..................................................................... 60
3.3.1. População e amostra................................................................................................................... 60
3.3.1. Cenário de pesquisa .................................................................................................................... 62
3.3.2. Variáveis analisadas .................................................................................................................... 63
3.3.3. Instrumentos de coleta utilizados ............................................................................................... 63
3.3.4. Instrumentos de análise .............................................................................................................. 63
4. CRONOGRAMA ................................................................................................... 64
5. ORÇAMENTO ....................................................................................................... 66

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 67
12

1 INTRODUÇÃO

O vento é o movimento das correntes de ar em relação à superfície da Terra.


O impacto do vento é o esforço horizontal mais significativo em edificações. Na
engenharia estrutural, a ação do vento é uma das ações mais importantes a serem
determinadas.
A composição do perfil de velocidades do vento é diretamente relacionada com
a rugosidade e a topografia do terreno. Em terrenos complexos, ou seja, terrenos que
contam com a presença de taludes ou morros, o escoamento do vento possui um perfil
de velocidade em que para cotas mais próximas da superfície se observa um
incremento das velocidades. Este incremento de velocidade recebe o nome de speed-
up (SCOTTON, 2016). Ao defrontar-se com diferentes modelos de terreno, como por
exemplo, terrenos rugosos, taludes e morros, o vento apresenta uma tendência a
modificar sensivelmente o perfil de velocidades. Resultando assim, acréscimos ou
déficits em seu perfil de velocidades (MATUELLA, 2012).
Pesquisas recentes de Matuella (2012) e Scotton (2020) mostram que a grande
maioria das normas em vigência no mundo superestima o valor da velocidade
incremental. Essas avaliações retrógradas tem como consequência direta o aumento
no dimensionamento e consumo de materiais. Portanto, esse estudo busca analisar a
influência de um talude para um pavilhão em estrutura de aço, além dos parâmetros
apresentados nas normas em vigor.

1.1 PROBLEMA

Atualmente a NBR 6123:1988 traz informações e critérios bem genéricos para


o dimensionamento de edificações que contém a presença de um talude, além de
apresentar na maioria das vezes um superdimensionamento dos valores de perfis de
velocidade.
Terrenos complexos é uma temática que vem se tornando muito relevante na
engenharia do vento, no entanto, no âmbito de normas e modelos analíticos, ainda
existem muitas divergências (SCOTTON, 2016).
Quando se compara os resultados de experimentos de análise de morros e
taludes em relação às normas, identifica-se que há uma predisposição dos modelos
em superestimar os valores dos perfis de velocidade (SCOTTON, 2020).
13

Baseado no que se expôs acima, qual é a influência da presença de um talude


em relação à um terreno plano no dimensionamento de um pavilhão em estrutura de
aço?

1.2 HIPÓTESE

Segundo Pravia e Drehmer (2004), muitos eventos não são considerados pela
NBR 6123:1988, no entanto quando a edificação traz como consequência
perturbações consideráveis no escoamento do vento ou por obstáculos em sua
vizinhança, é preciso recorrer a ensaios em túnel de vento, onde seja possível a
simulação das características do vento natural. Com os avanços da Engenharia do
Vento, gradativamente estudos sobre a ação do vento em estruturas estão sendo
disseminados pelo mundo. Gerando assim, uma visão mais crítica, e ocasionando
uma elaboração de procedimentos e normas cada vez mais fidedignos.
Em geral, Holmes (2001) descreve o escoamento, em taludes e morros, dessa
forma: à proporção que o escoamento se avizinha de uma mudança topográfica,
apresenta-se primeiramente uma leve diminuição das velocidades até que a
topografia comece a mudar sua inclinação de forma crescente.
Sendo assim, sabendo que os impactos provocados pelo talude podem elevar
o consumo de aço em uma estrutura, busca-se encontrar um método com mais
precisão para o tipo de terreno estudado, podendo assim contribuir com informações
técnicas para o assunto e para uma possível reformulação da norma brasileira NBR-
6123.

1.3 JUSTIFICATIVA

De acordo com Pitta (2014) até meados do século XX, não haviam normas
específicas sobre a ação do vento em estruturas, com a determinação dessas forças
sendo feitas junto com as demais forças atuantes na edificação. Até o ano de 1988,
quando foi então criada a NBR 6123, suprindo as demandas para o dimensionamento
de estruturas devido as ações do vento.
Um dos pontos de interesse se refere ao impacto que este trabalho tem para
com a temática que se refere a edificações de aço levando em conta a presença de
talude, na qual é necessário se levar em conta na edificação o dimensionamento do
14

vento como carga, principalmente em terrenos complexos, como morros e taludes


(MATTUELLA, 2012).
Dessa maneira, justifica-se esse trabalho com o intuito de contribuir com
informações técnicas acerca do assunto, além das disponibilizadas nas normas
técnicas para o dimensionamento de esforços devido ao vento edificações em
terrenos com talude.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Avaliar a influência da presença de um talude em relação a um terreno plano


no dimensionamento de um pavilhão em estrutura de aço.

1.4.2 Objetivos específicos

● Identificar os critérios de projeto e cálculo relacionados a topografia do


terreno na determinação da ação do vento em normas internacionais e publicações,
além do especificado na NBR 6123:1988.
● Analisar as partes da estrutura onde a ação do vento tem maior impacto.
● Apresentar a diferença de consumo e custo de material entre os modelos
estudados.
15

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. AÇÕES GERAIS EM ESTRUTURAS

Segundo Pravia e Drehmer (2004) ação é tudo aquilo que provoca tensões e
deformações. De acordo com a NBR 8681:2003, as ações podem ser divididas em
três grupos, levando em consideração a presença de cargas ao longo de todo o ciclo
de vida da edificação, com a finalidade de determinar parâmetros das combinações
de ações, que são:
▪ Permanentes: Resultantes do peso de todos os elementos construtivos
fixos e instalações permanentes.
▪ Variáveis: Cargas acidentais das construções, como a ação do vento.
▪ Excepcionais: Ações de baixa viabilidade de ocorrência durante a vida
da construção.
Na análise estrutural deve-se levar em conta a influência de todas as ações que
sejam capazes de produzir efeitos relevantes para a estrutura, levando em conta o
estado limite último e o estado limite de serviço (NBR 14762:2010).

2.2. AÇÃO DO VENTO SOBRE EDIFICAÇÕES

O vento é uma ação variável que sempre atua na direção perpendicular à


superfície do obstáculo. Segundo Gonçalves et al. (2004), a ação do vento em
edificações depende obrigatoriamente de dois parâmetros: meteorológicos e
aerodinâmicos.
Segundo Ching et. Al (2010, p.188), “as cargas de vento resultam das forças
exercidas pela energia cinética de uma massa de ar em movimento [...]”. Impostas em
relação à estrutura como um todo e, sobretudo, aos componentes de vedação das
edificações, as cargas de vento são geradas da transformação de energia cinética em
solicitações laterais compostas pela associação de pressão direta (sobrepressão),
pressão negativa (sucção) e esforços de fricção, conforme ilustrado na Figura 1.
16

Figura 1 – Linhas de fluxo do vento.

Fonte: adaptado de Gonçalves et al. (2004)

A grandiosidade das pressões do vento em relação a uma estrutura depende


da sua velocidade, da rigidez e da forma da estrutura, da rugosidade e do perfil do
solo nas redondezas e da influência das estruturas vizinhas (LEET; UANG; GILBERT,
2010).
Conforme mostra a Figura 2, têm-se o fluxo esquemático do vento agindo
perpendicularmente sobre a edificação. A fachada onde o vento incide recebe o nome
de “barlavento” e fica sujeita a pressões positivas, nessa fachada ocorre uma
diminuição da velocidade do vento. Já o fluxo de vento se divide pelas laterais e sobre
a edificação, gerando vórtices ou turbilhões, que resultam, na fachada oposta
nomeada de “sotavento”, e nas coberturas com pouca inclinação esforços negativos
de sucção.
17

Figura 2 - Fluxo esquemático do vento incidindo perpendicularmente na edificação

Fonte: Marcelli (2007).

Além da direção do vento, a inclinação do telhado também influencia no


surgimento de altas sucções (BLESSMANN, 2009). A Figura 3 representa a forma de
escoamento do ar em telhados a 30º, 45º e 60º, demonstrando a influência da
inclinação do telhado para as forças de sucção.

Figura 3 - Influência do ângulo de inclinação do telhado nas sucções

Fonte: Blessmann (2009).

2.2.1. A influência do terreno na ação do vento

Alguns acidentes de empreendimentos em terrenos complexos foram causados


pelas peculiaridades da topografia. Alguns modelos numéricos aplicados na indústria
18

são limitados a terrenos de baixa complexidade. Sendo assim, surgiu uma


necessidade de compreender melhor as influências do relevo sobre a distribuição do
vento. Jackson e Hunt desenvolveram em 1975 uma teoria linear bidimensional para
perturbações do escoamento causadas pelas colinas com inclinações modestas. Esta
teoria foi estendida para o modelo tridimensional pelo trabalho de Mason e Sykes, em
1979. Posteriormente, foram realizados estudos em túneis de vento com modelos de
colinas, como por exemplo, Miller e Davenport (1989) que elucidaram que as
acelerações sobre colinas em terrenos complexos são diferentes das encontradas em
colinas isoladas.
Três fatores de suma importância para o cálculo do perfil de velocidades são o
tipo de terreno, a rugosidade e o atrito (STULL, 1988). Outro fator a que devemos nos
atentar por modificar substancialmente o perfil de velocidade é a topografia do terreno.
Conforme representado na Figura 4, relacionado a essa influência, o perfil de
velocidades, cálculo no topo de talude ou morro, apresenta um acréscimo de suas
velocidades em alturas próximas a superfície do terreno (SCOTTON, 2016).

Figura 4 - Representação esquemática do perfil de velocidades médias pela influência de um morro

Fonte: Scotton (2016).

Conforme mostrado na Figura 5, com o escoamento acima da fachada de um


talude raso que apresenta uma inclinação < 17º relacionado a superfície, a velocidade
do vento perto da superfície primeiramente apresenta uma desaceleração a partir de
um valor de aproximação – para um valor mínimo (na base do talude). Em seguida o
19

escoamento apresenta uma aceleração ao máximo (perto da crista) antes de


desacelerar novamente para um valor constante, a sotavento. O incremento máximo
de velocidade na crista é proporcional à inclinação do vento no talude, atingindo 1,6
para z = 10m para uma declividade de 30% da base rugosa. Mas quando o
escoamento de aproximação é inclinado ao talude, a componente paralela ao talude
é mantida, ao mesmo tempo em que o componente normal muda conforme o descrito,
ocasionando mudanças locais na direção do vento de aproximadamente 15%
(MATUELLA, 2012).

Figura 5 - Modelagem da separação e recolamento do escoamento em dois modelos de taludes


íngremes

Fonte: Derickson et al. (2004).

2.3. CRITÉRIOS NORMATIVOS PARA A DETERMINAÇÃO DAS FORÇAS DE


AÇÃO DO VENTO

De acordo com Holmes (2004) as normativas e códigos de carregamento das


forças do vento, obtiveram um grande aceitamento, sendo que é uma das únicas
formas de buscar conhecimentos e informações a respeito do cálculo da ação do
vento. Os parâmetros podem variar conforme os fenômenos de vento em cada região,
contudo, concedido o acréscimo do comércio a nível mundial, os modelos de ação do
vento devem ser mais resistentes (HOLMES, 2004).

2.3.1. Norma Brasileira ABNT NBR 6123 (1988)


20

2.3.1.1. Velocidade característica do vento

A velocidade característica do vento é a velocidade utilizada no cálculo da


pressão dinâmica nas estruturas. Sendo obtida através a partir da velocidade básica
do vento corrigida por fatores de ajustes, levando em consideração a topografia, a
rugosidade do terreno, e um fator estatístico que considera o grau de segurança e a
vida útil da edificação. Tal valor é definido pela Equação 1, apresentada pela NBR
6123 (1988):

𝑉𝑘 = 𝑆1 ∙ 𝑆2 ∙ 𝑆3 ∙ 𝑉0 Eq. 1

Sendo,
𝑆1 – fator topográfico;
𝑆2 – rugosidade do terreno, dimensões da edificação e altura sobre o terreno;
𝑆3 – fator estatístico;
𝑉0 – velocidade básica do vento.

2.3.1.2. Velocidade básica do vento

De acordo com a NBR 6123:1988, a velocidade básica do vento, 𝑉0, é definida


como a velocidade de uma rajada de três segundos, excedida em média uma vez em
50 anos, a 10 metros acima do terreno, em campo aberto e plano. A velocidade básica
do vento pode ser definida de acordo com o diagrama de isopletas de vento, como
mostra a Figura 6, apresentado pela NBR 6123:1988.
21

Figura 6 - Isopletas da velocidade básica 𝑉0 (m/s)

Fonte: ABNT NBR 6123:1988.

2.3.1.3. Fator topográfico 𝑆1

O fator topográfico 𝑆1, é determinado em função das variações do relevo do


terreno, sendo determinado conforme indicado a seguir:

a) Terreno plano ou francamente acidentado: 𝑆1 = 1,00;


b) Taludes e morros:
- taludes e morros nos quais pode ser admitido um fluxo de ar 2D soprando no sentido
indicado na Figura 7;
- no ponto A (morros) e nos pontos A e C (taludes): 𝑆1 = 1,00;
- no ponto B: [𝑆1 é uma função 𝑆1 (z)]:

𝜃 ≤ 3° → 𝑆1 (𝑧) = 1,00 Eq. 2


22

𝑧
6° ≤ 𝜃 ≤ 17 → 𝑆1 (𝑧) = 1,00 + (2,5 − ) ∙ 𝑡𝑔 (𝜃 − 3°) ≥ 1,00 Eq. 3
𝑑

𝑧 Eq. 4
𝜃 ≥ 45° → 𝑆1 (𝑧) = 1,00 + (2,5 − ) ∙ 0,31 ≥ 1,00
𝑑

3° < 𝜃 < 6° 𝑒 17° < 𝜃 < 45° → 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑝𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒

Entre A e B e também entre B e C, o valor do fator 𝑆1, é obtido por interpolação


linear.

Onde:
z = altura medida a partir da superfície do terreno no ponto considerado;
d = diferença de nível entre a base e o topo do morro ou talude;
𝜃 = inclinação média da encosta do morro ou talude.

Figura 7 - Fator topográfico 𝑆1 (z)

Fonte: ABNT NBR 6123:1988.


23

Vale ressaltar que caso seja necessária uma compreensão mais exata da
influência do relevo, ou se a aplicação dessas indicações for difícil devido à
complexidade do relevo, é recomendado o recurso a ensaios topográficos em túnel
de vento ou a testes de medidas anemométricas no próprio terreno.

2.3.1.4. Fator 𝑆2

Segundo a NBR 6123, o fator 𝑆2 leva em conta o efeito combinado da


rugosidade do terreno, da variação da velocidade do vento com a altura acima do
terreno e das dimensões da edificação ou de parte dela.
Ventos fortes em estabilidade neutra, a velocidade do vento aumenta a partir
da altura acima do terreno. Esse acréscimo depende da rugosidade do terreno e do
intervalo de tempo considerado na determinação da velocidade. Esse intervalo de
tempo tem relação com as dimensões da edificação, pois edificações de pequeno
porte e elementos de edificações são mais afetados por rajadas de curta duração do
que em grandes edificações. Para edificações de grande porte, o mais adequado é
considerar o vento médio calculado com um intervalo de tempo mais longo.

2.3.1.5. Rugosidade do terreno

A NBR 6123 classifica a rugosidade do terreno em cinco categorias, que


abrangem desde superfícies lisas de grandes dimensões à terrenos cobertos por
obstáculos numerosos e grandes.
Categoria I: superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5km de
extensão, medida na direção e sentido do vento incidente. Exemplos: mar calmo,
lagos e rios, pântano sem vegetação.
Categoria II: terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com
poucos obstáculos isolados. Exemplos: zonas costeiras planas, pântanos com
vegetação rala, pradarias e charnecas, fazendas sem sebes ou muros. A cota média
do topo dos obstáculos é inferior ou igual a 1,0m.
Categoria III: terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como sebes e
muros, poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e esparsas. Exemplos:
granjas e casas de campo, com exceção das partes com matos, fazendas com sebes
24

e/ou muros, subúrbios a considerável distância do centro, com casas baixas e


esparsas. A cota média do topo dos obstáculos é de 3,0m.
Categoria IV: terrenos cobertos por obstáculos numerosos e poucos
espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizada. Exemplos: zonas de parques
e bosques com muitas árvores, cidades pequenas e seus arredores, subúrbios
densamente construídos de grandes cidades, áreas industriais plena ou parcialmente
desenvolvidas. A cota média do topo dos obstáculos é de 10m.
Categoria V: terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes altos e
pouco espaçados. Exemplo: florestas com árvores altas, centros de grandes cidades,
complexos industriais bem desenvolvidos. A cota média do topo dos obstáculos é de
25m.

2.3.3. Critérios normativos segundo a Eurocode-1994-1-4 (2010):

A norma Europeia EN-1994-1-4 (2010), apresenta suas diretrizes para a


determinação das ações do vento para projetos estruturais em edificações. Os valores
obtidos dependem do tipo do terreno, da sua localização e de dados meteorológicos.
Ao que diz respeito a influência da topografia na carga de ação do vento, a Eurocode
1 considera o efeito da topografia no perfil de velocidades quando a inclinação média
da topografia for superior a 5%. Tal valor é aplicado em taludes, morros, penhascos e
vales.

2.3.3.1. Velocidade básica do vento (𝑉𝑏 )

A velocidade básica do vento considera a característica da velocidade média


de 10 minutos, em qualquer direção ou época do ano, com 10 metros acima do nível
do terreno, em áreas abertas com vegetação rasteira, como obstáculos afastados ou
grama, medido a uma distância mínima de 20 vezes a altura do obstáculo.
A velocidade básica do vento é calculada através da Equação 5:

𝑉𝑏 = 𝐶𝑑 ∙ 𝐶𝑠 ∙ 𝑉𝑏,𝑓 Eq. 5

Sendo,
25

𝑉𝑏 = velocidade básica do vento (categoria II), em metros/segundo;


𝐶𝑑 = fator direcional do vento, indica-se utilizar o valor de 1,0, adimensional;
𝐶𝑠 = fator de época do ano, estação, indica-se utilizar o valor de 1,0, adimensional;
𝑉𝑏,𝑓 = velocidade básica fundamental do vento, em metros/segundo.

2.3.3.2. Velocidade média do vento (𝑉𝑚 )

Para a norma Europeia, a velocidade média do vento (𝑉𝑚 ), é determinada em


função da velocidade básica do vento e de fatores de rugosidade e topografia do
terreno, conforme Equação 6. A velocidade e os fatores variam de acordo com a altura
do terreno.

𝑉𝑚 (𝑧) = 𝑉𝑏 ∙ 𝐶𝑟 (𝑧) ∙ 𝐶𝑡 (𝑧) Eq. 6

Sendo,
𝑉𝑚 (𝑧) = velocidade média do vento em função da altura, em m/s;
𝑉𝑏 = velocidade básica do vento, em m/s;
𝐶𝑟 (𝑧) = fator de rugosidade em função da altura, em m/s;
𝐶𝑡 (𝑧) = fator topográfico em função da altura, em m/s.

2.3.3.2. Fator de rugosidade do terreno 𝐶𝑟 (𝑧)

Esse fator depende do fator do terreno (𝐾𝑟 ), que fica em função do comprimento de
rugosidade e do comprimento de rugosidade de referência. A norma europeia
classifica cinco categorias para o tipo de terreno, possuindo comprimento de
rugosidade e altura mínima, essas que são descritas na Tabela 1.

Tabela 1 - Categorias do terreno


Parâmetro
Categoria Descrição
𝑍0 𝑍𝑚𝑖𝑛

0 Mar ou área de costas exposto a mar aberto 0,003 1


Lagos ou planícies e áreas horizontais com pouca vegetação e sem
I 0,010 1
obstáculos
26

Área com baixa vegetação com grama e obstáculos isolados


II (árvores, construções) com separação de obstáculos maiores que 0,050 2
20 vezes a altura do obstáculo
Área com cobertura com vegetação regular, construções ou com
III obstáculos isolados com separação de no máximo 20 vezes a altura 0,300 5
do obstáculo (vilas, terrenos suburbanos, florestas permanentes)
Área na qual no mínimo 15% da superfície é coberta com
IV 1,000 10
construções e sua altura média exceda 15 m
Fonte: Adaptado da Eurocode-1991-1-4 (2010).

Sendo assim, calcula-se o fator do terreno conforme a Equação 7:

0,07
𝑍0 Eq. 7
𝐾𝑟 = 0,19 ∙ ( )
𝑍0,𝐼𝐼

Sendo,
𝐾𝑟 = fator de terreno, adimensional;
𝑍0 = comprimento de rugosidade, em metros;
𝑍0,𝐼𝐼 = comprimento de rugosidade para terreno categoria II, em metros.

Após isso, o fator de rugosidade é obtido pelas Equações 8 e 9:


𝑍 Eq. 8
𝐶𝑟 (𝑍) = 𝐾𝑟 ∙𝑙𝑛 𝑙𝑛 ( ) ; 𝑍𝑚𝑖𝑛 ≤ 𝑍 ≤ 𝑍𝑚𝑎𝑥
𝑍0

𝐶𝑟 (𝑍) = 𝐶𝑟 (𝑍𝑚𝑖𝑛 ) ; 𝑍 ≤ 𝑍𝑚𝑖𝑛 Eq. 9

Sendo,
𝐶𝑟 (𝑍) = fator de rugosidade em função da altura;
𝐾𝑟 = fator de terreno, adimensional;
𝑍 = altura, em metros;
𝑍0 = comprimento de rugosidade, em metros;
𝑍𝑚𝑖𝑛 = altura mínima, em metros;
𝑍𝑚𝑎𝑥 = altura máxima, valor tomado como 200 metros.

2.3.3.2. Fator topográfico (𝐶𝑜 )


27

A utilização do fator topográfico na Norma Europeia se dá quando a orografia


(taludes, morros, montanhas) apresenta uma inclinação maior que 5%. Em situações
em que a orografia é menor que 5%, considera-se o fator topográfico igual a 1. Quando
há a presença de morros e taludes isolados, a velocidade do vento depende da sua
declividade, a qual é obtida através da razão entre altura “d” e o comprimento
horizontal do pé do talude até o cume, conforme é ilustrado pela Figura 8.

Figura 8 - Esquema para o cálculo da velocidade incremental de taludes (a) e morros (b).

Fonte: Adaptado da Eurocode-1991-1-4 (2010).

No cume é aonde se encontra o maior incremento de velocidade do vento, e


sua determinação se dá através do fator topográfico “𝐶𝑡 ”. Deve-se ainda seguir os
seguintes itens nas determinadas situações:

a) taludes e morros, a barlavento, quando a declividade estiver entre 0,05


𝐿𝑢
e 0,3 e o valor de |X| ≤ ;
2

b) morros, a sotavento:
𝐿𝑢
- quando a declividade ≤ 0,3 utiliza-se |X| < ;
2

- quando a declividade ≥ 0,3 utiliza-se |X| 1,6d;


c) taludes, a sotavento:
- quando a declividade ≤ 0,3 utiliza-se |X| < 1,5 𝐿𝑒 ;
- quando a declividade ≥ 0,3 utiliza-se |X| < 5d.
28

Além disso, deve-se conhecer o fator de localização topográfico “𝑆𝑡 ”. As


Equações 10, 11 e 12 descrevem o cálculo desse fator para cada uma das situações
apresentadas (CEN, 2010):

a) Barlavento para taludes e morros:


𝐵∙𝑋 𝑋 𝑍
( ) Eq. 10
𝑆𝑡 = 𝐴 ∙ 𝑒 𝐿𝑢 → −1,5 ≤ ≤ 0𝑒0 ≤ ≤2
𝐿𝑢 𝐿𝑒

𝑍 4 𝑍 3 𝑍 2 𝑍 Eq. 11
𝐴 = 0,1552 ( ) − 0,8575 ( ) + 1,8133 ( ) − 1,9115 ( ) + 1,0124
𝐿𝑒 𝐿𝑒 𝐿𝑒 𝐿𝑒

𝑍 2 𝑍 Eq. 12
𝐵 = 0,3542 ( ) − 1,0577 ( ) + 2,6456
𝐿𝑒 𝐿𝑒

Sendo,
𝑆𝑡 = fator de localização topográfica;
A, B = parâmetros adimensionais;
X = comprimento horizontal a partir do topo do cume, em metros;
𝐿𝑢 = comprimento horizontal a partir do cume até o pé do talude ou morro, em metros;
𝐿𝑒 = comprimento efetivo, em metros.

Quando a incógnita “X/𝐿𝑢 ” for menor que -1,5, ou a incógnita “Z/𝐿𝑒 ” for maior
que 2, é necessário utilizar o fator de localização topográfica igual a 0.

b) sotavento para taludes:

𝑋 𝑋 𝑋 𝑍
𝑆𝑡 = 𝐴 ∙ (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) + 𝐵 ∙ (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) + 𝐶 → 0,1 ≤ ≤ 3,5 𝑒 0,1 ≤ ≤2 Eq. 13
𝐿𝑒 𝐿𝑒 𝐿𝑒 𝐿𝑒

𝑍 3 𝑍 2 𝑍 Eq. 14
𝐴 = −1,3420 ∙ (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) − 0,8222 (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) + 0,4609 (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) − 0,0791
𝐿𝑒 𝐿𝑒 𝐿𝑒

𝑍 3 𝑍 2 𝑍 Eq. 15
𝐵 = −1,0196 ∙ (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) − 0,8910 (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) + 0,5343 (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) − 0,1156
𝐿𝑒 𝐿𝑒 𝐿𝑒

𝑍 3 𝑍 2 𝑍 Eq. 16
𝐶 = 0,8030 ∙ (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) + 0,4236 (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) − 0,5738 (𝑙𝑜𝑔 𝑙𝑜𝑔 [ ] ) + 0,1606
𝐿𝑒 𝐿𝑒 𝐿𝑒
29

Onde:

𝑆𝑡 = fator de localização topográfica;


A, B, C = parâmetros adimensionais;
X = comprimento horizontal a partir do topo do cume, em metros;
𝐿𝑒 = comprimento efetivo, em metros.

Quando a razão se encontrar entre 0 ≤ X/𝐿𝑒 ≤ 0,1, parte-se para a interpolação


dos valores. Em ocasiões em que Z/𝐿𝑒 < 0,1 utiliza-se Z/𝐿𝑒 = 0,1. Quando X/𝐿𝑒 > 3,5
ou Z/𝐿𝑒 > 2, utiliza-se o fator de localização topográfica S=0.

c) sotavento para morros:

𝐵∙𝑋 𝑋 𝑍
( ) Eq. 17
𝑆𝑡 = 𝐴 ∙ 𝑒 𝐿𝑑 → 0 ≤ ≤2 𝑒 0 ≤ ≤ 2
𝐿𝑢 𝐿𝑒

𝑍 4 𝑍 3 𝑍 2 𝑍 Eq. 18
𝐴 = 0,1552 ∙ ( ) − 0,8575 ( ) + 1,8133 ( ) − 1,9115 ( ) + 1,0124
𝐿𝑒 𝐿𝑒 𝐿𝑒 𝐿𝑒

𝑍 2 𝑍 Eq. 19
𝐵 = −0,3056 ∙ ( ) + 1,0212 ( ) − 1,7637
𝐿𝑒 𝐿𝑒

Sendo,
𝑆𝑡 = fator de localização topográfica;
A, B = parâmetros adimensionais;
X = comprimento horizontal a partir do topo do cume, em metros;
𝐿𝑑 = comprimento à sotavento, em metros;
𝐿𝑒 = comprimento efetivo, em metros.

Quando Z/𝐿𝑒 > 2 ou X/𝐿𝑑 > 2, considera-se o fator de localização topográfica


como S=0.
Sendo assim, define-se o valor do fator topográfico conforme as Equações 20
e 21. Se o ângulo for menor que 0,05, o valor de Ct = 1,0:

𝐶𝑡 = 1 + 2 ∙ 𝑆𝑡 ∙ 𝜃 → 0,05 < 𝜃 < 0,3 Eq. 20


30

𝐶𝑡 = 1 + 0,6 ∙ 𝑆𝑡 → 𝜃 > 0,3 Eq. 21

Sendo,
𝐶𝑡 = fator topográfico, adimensional;
𝜃 = declividade;
𝑆𝑡 = fator de localização topográfica, adimensional.

2.3.4. Critérios normativos segundo a National Building of Canada (2010):

A NBCC (2010), define que as estruturas devem ser dimensionadas garantindo


a segurança para que o sistema estrutural e todos os seus elementos sejam capazes
de resistir às pressões e sucções exercidas pela máxima ação do vento durante a vida
útil da edificação. A norma canadense é dividida em três modelos de perspectiva. No
primeiro modelo, a estrutura é considerada como rígida, considerando o cálculo das
ações devida ao vento de forma estática, sem considerar a sua forma dinâmica.
Na segunda perspectiva é um modelo mais detalhado. Considerando o efeito
dinâmico das estruturas, ou seja, levando em conta as ações induzidas pelo vento.
Sendo assim, deve-se utilizar alguns parâmetros:
1) propriedades da edificação (ex: altura, largura, frequência de vibração);
2) intensidade da turbulência do vento local, em função da rugosidade dos
arredores e altura da edificação.
Na terceira perspectiva é adotado o ensaio em túnel de vento, sendo o modelo
mais indicado para se ter uma amostra mais exata e detalhada do comportamento do
vento.

2.3.4.1. Velocidade média do vento

A NBCC (2010) considera a velocidade do vento sendo a média da velocidade


horária, coletada a 10 metros de altura acima do nível do terreno, em terreno plano e
aberto. Para a obtenção da velocidade nas cotas acima do terreno, deve-se utilizar a
Equação 22:

𝑉𝑍 = 𝛻 ∙ √𝐶𝑒𝑍 Eq. 22
31

Sendo,
𝑉𝑍 = velocidade na altura sendo analisada, em m/s;
𝛻 = velocidade média, em m/s;
𝐶𝑒𝑍 = coeficiente de exposição na altura sendo analisada, adimensional.

2.3.4.2. Fator de exposição

Para a norma canadense, o fator de exposição é baseado no perfil de


velocidades médias. Fator que varia conforme a rugosidade do terreno aonde o vento
age antes de atingir a estrutura. No cálculo do fator de exposição é preciso adequar o
tipo do terreno conforme a exposição A ou B. A exposição “A” abrange os terrenos
abertos com a presença de edificações, obstáculos dispersos, mares e lagos. Já a
exposição “B” abrange áreas suburbanas e urbanas, centro de grandes cidades, áreas
arborizadas e florestas. A seguir são apresentadas as Equações 23 e 24, usadas para
definir os fatores de exposição A e B:

𝑍 0,20 Eq. 23
𝐶𝑒 = ( ) ; 0,9 ≤ 𝐶𝑒 → 𝐸𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝐴
10

𝑍 0,30 Eq. 24
𝐶𝑒 = 0,7 ∙ ( ) ; 0,7 ≤ 𝐶𝑒 → 𝐸𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜 𝐵
12

Onde:
𝐶𝑒 = fator de exposição;
Z = altura acima do terreno, em metros.

A exposição B só deve ser aplicada em ocasiões que a rugosidade do terreno,


a barlavento, perdure por no mínimo 1 km ou 20 vezes a altura da edificação. O fator
de rugosidade deve variar de acordo com o terreno, quando a rugosidade for diferente
entre as regiões.

2.3.4.3. Velocidade incremental do vento convergente em taludes e morros

Edificações construídas a barlavento e no topo de taludes ou morros que


possuam uma inclinação maior que 10%, apresentam um incremento de velocidade,
32

esse valor apresenta um acréscimo quanto mais próximo do cume. A NBCC separa
em três tipos de topografia, sendo que para cada uma há um acréscimo máximo e um
fator de redução de velocidade com a altura, conforme descrito na Tabela 2.

Tabela 2 - Parâmetros de acréscimo máximo e fator de redução da velocidade com a altura


k
Forma do morro ∆𝑺𝒎á𝒙 p**
x<0 x >0
Cumes 2D 2,2 d/L 3 1,5 1,5
Taludes 2D 1,3 d/L 2,5 1,5 4
Morros 3D assimétricos 1,6 d/L 4 1,5 1,5
Fonte: adaptado da NBCC (2010).

Em seguida, é preciso calcular o fator topográfico, conforme apresentado pela


Equação 25 e a velocidade incremental conforme a Equação 26:

∆𝑆 Eq. 25
𝐶𝑡 = (1 + ) (1 + ∆𝑆)
𝐶𝑔

|𝑥| −𝑝∗∗𝑍
∆𝑆 = ∆𝑆𝑚á𝑥 ( 1 − 𝑒 𝐿 ) Eq. 26
𝑘 ∙𝐿

Sendo,
𝐶𝑡 = fator topográfico, adimensional;
𝐶𝑔 = fator do efeito de rajada, adimensional;
∆𝑆𝑚á𝑥 = velocidade incremental máxima do vento, adimensional;
∆𝑆 = velocidade incremental do vento, adimensional;
|𝑥| = módulo comprimento horizontal a partir do cume, em metros;
p** = coeficiente de redução da velocidade incremental com a altura, adimensional;
k = parâmetro da máxima velocidade incremental do vento, adimensional;
L = distância horizontal a partir do cume ao ponto a barlavento no qual a altura de
elevação é d/2, em metros;

Para inclinações inferiores a 10% a velocidade incremental é considerada


insignificante, sendo assim não é feita a sua verificação. A Figura 9 esquematiza um
talude e os parâmetros que são utilizados para o cálculo do seu incremento de
velocidade, conhecido também como speed-up.
33

Figura 9 - Esquematização de um talude e os parâmetros utilizados para obtenção do incremento

Fonte – adaptado da NBCC (2010).

2.3.5. Critérios normativos segundo a ASCE/SEI 7-16 (2016):

A Norma americana ASCE 7-16 – Minimum design loads for building and others
structures, considera quatro modelos referentes às cargas devidas ao vento. Para a
determinação da carga do vento, é necessário conhecer os seguintes parâmetros:

2.3.5.1. Velocidade básica do vento (V):

A norma americana considera que a velocidade básica do vento para a


determinação das cargas do vento em edificações, leva-se em consideração que o
vento vem de qualquer direção no sentido horizontal. Fica definido ainda como
velocidade básica do vento, a velocidade medida em uma rajada em um intervalo de
tempo de 3 segundos. Essa medida é alcançada a 10 metros do solo e na categoria
de exposição C. As categorias de exposição são definidas da seguinte maneira:

B: considera áreas urbanas e suburbanas, arborizadas, terrenos com grandes


obstruções; abrange edificações que possuam uma altura média ≤ 9,1 metros;

C: considera terrenos abertos com construções dispersas e edificações com altura


média inferior a 9,1 metros, inclui pastagens, é admitida a todos os casos em que não
se aplicam as categorias B e D;
34

D: considera locais planos sem obstrução e superfície de água, inclui salinas


banhados e geleiras. É admitida em casos em que a rugosidade do terreno prevalece
a barlavento uma distância superior a 1524 metros ou também 20 vezes a altura da
construção, qual dos dois for o maior.

A velocidade básica do vento ainda é classificada em quatro categorias de


risco, estas categorias definem o tipo de risco em que a edificação está aplicada,
conforme descrito na Tabela 3:

Tabela 3 - Categorias de risco das edificações

Uso ou ocupação da edificação ou estrutura Risco


Edifício e outras estruturas que representam um baixo risco para a vida
I
humana em caso de falha.
Todos os edifícios e outras estruturas, exceto aqueles listados nas
II
categorias de risco I, III e IV.

Edifícios e outras estruturas, cuja falha representaria um risco substancial


para a vida humana.
Edifícios e estruturas públicas, não incluídos na Categoria de Risco IV, III
com potencial para causar um impacto econômico substancial e / ou
ruptura em massa da vida civil do dia-a-dia em caso de falha.

Edifícios e outras estruturas designadas como instalações essenciais.


Edifícios e outras estruturas, cuja falha poderia representar um perigo IV
substancial para a região.

Fonte: Adaptado de ASCE/SEI 7-16 (2016).

2.3.5.2. Fator de direcionalidade do vento (Kd):

Este fator é responsável pelas características de direcionalidade do vento que


são influenciadas pela edificação. A Tabela 4 nos fornece os valores a serem
utilizados:

Tabela 4 - Fator de direcionalidade do vento

Fator de
Tipo de Estrutura
direcionalidade (Kd)
35

Sistema de resistência da força


0,85
Edifícios do vento principal
Componentes e Revestimentos 0,85
Telhados arqueados 0,85
Construções circulares 0,85
Quadrado 0,9
Chaminés, tanques e estruturas Hexagonal 0,95
similares Octogonal 1.0𝑎
Volta 1,0
Paredes Autônomas Sólidas, Parte
0,85
Superior do Telhado
Sinais Abertos e Quadros Abertos de
0,85
Plano Único
Triangular, quadrado ou retangular 0,85
Torres Treliçadas
Todas as outras seções transversais 0,95

O fator de direcionalidade Kd = 0,95 é permitido para circulares ou octogonais e estruturas com


sistemas estruturais não-axialimétricos.
Fonte: Adaptado de ASCE/SEI 7-16 (2016).

2.3.5.2. Fator de exposição:

Este fator considera o efeito da altura no perfil de escoamento, sendo assim,


para cada ponto acima do nível do solo, a velocidade é calculada referente a distância
relativa da superfície. O fator de exposição é baseado na categoria de exposição na
qual o terreno está aplicada, e é obtido conforme descrito nas Equações 27 e 28:

2
𝑍 𝑎 Eq. 27
𝐾𝑍 = 2,01 ∙ ( ) → 4,6𝑚 ≤ 𝑍 ≤ 𝑍𝑔
𝑍𝑔

2
4,6 𝑎 Eq. 28
𝐾𝑍 = 2,01 ∙ ( ) → 𝑍 < 4,6𝑚
𝑍𝑔

Sendo,
𝐾𝑍 = fator de exposição de pressão de velocidades, adimensional;
𝑍𝑔 = altura nominal da camada limite atmosférica (CLA), em metros (tabela X)
𝑍 = altura acima do solo, em metros;
36

𝑎 = expoente da lei logarítmica da velocidade de rajada, em um intervalo de 3s.

Tabela 5 - Parâmetros 𝑎, 𝑍𝑔
Exposição 𝑎 𝑍𝑔 (𝑚) 𝑍𝑚𝑖𝑛 (𝑚)

B 7,0 365,76 9,14

C 9,5 274,32 4,57

D 11,5 213,36 2,13

Fonte: Adaptado de ASCE/SEI 7-16 (2016).

O valor da altura mínima (𝑍𝑚𝑖𝑛) apresentada acima pela Tabela 5, deve ser maior
que 0,6 h, uma vez que “h” é a altura da edificação que está sendo analisada. Em
casos de edificações com altura menor ou igual a altura mínima, é usado o valor da
altura 𝑍𝑚𝑖𝑛.

2.3.5.2. Fator topográfico (Kzt):

Esse fator considera o efeito da aceleração do vento sobre escarpas, colinas e


cumes, que representam grandes mudanças na topografia do terreno, em qualquer
uma das categorias de exposição. A formulação para obtenção do valor topográfico
pela Norma americana é obtida através da Equação 29:

𝐾𝑧𝑡 = (1 + 𝐾1 + 𝐾2 + 𝐾3 )2 Eq. 29

Sendo,
𝐾𝑧𝑡 = fator topográfico, adimensional;
𝐾1 = fator que considera a forma característica da topografia e o máximo valor de
aumento de velocidade, adimensional;
𝐾2 = fator que considera a redução do acréscimo de velocidade com a distância, a
barlavento ou sotavento da crista, adimensional;
𝐾3 = fator que considera a redução do incremento de velocidade com a altura acima
do solo, adimensional.
37

O fator 𝐾1 apresenta valores que estão indicados na Tabela 6, assim como os


valores para os fatores de atenuação de altura (𝛾) e horizontal (𝜇). Os valores para os
fatores 𝐾2 e 𝐾3 são obtidos através das Equações 30 e 31.

|𝑥| Eq. 30
𝐾2 = 1 −
𝜇 ∙ 𝐿ℎ

𝛾𝑧

𝐿ℎ Eq. 31
𝐾3 = 𝑒

Sendo,
𝐾2 = avalia a redução do incremento de velocidade referente a distância, a barlavento
ou sotavento da crista, adimensional;
𝐾3 = avalia a redução do incremento de velocidade referente a altura acima do solo,
adimensional;
𝑥 = distância horizontal a partir do cume, em metros;
𝜇 = fator de atenuação horizontal, adimensional;
𝛾 = fator de atenuação da altura, em metros.
𝑧 = altura acima da superfície do solo, em metros;
𝐿ℎ = distância a barlavento, considerada a partir do cume até o ponto em que a
diferença de elevação do solo é metade da altura do talude, em metros;

Tabela 6 - Parâmetros 𝜇 e 𝛾. (ASCE 7-10)


𝑲𝟏 /(𝒅/𝑳𝒉 ) 𝝁
Morro Exposição 𝜸 Barlavento Sotavento
B C D da crista da crista
2D Morros 1,30 1,45 1,55 3,00 1,50 1,50
2D Taludes 0,75 0,85 0,95 2,50 1,50 4,00
3D Morros
0,95 1,05 1,15 4,00 1,50 1,50
Assimétricos
Fonte: Adaptado de ASCE/SEI 7-16 (2016).

2.3.6. Critérios normativos segundo a AS/NZS 1170.2 (2011)

A norma australiana/neozelandesa AS/NZS 1170.2: 2011 apresenta a


metodologia para obtenção de velocidade e carga do vento que considera a
38

velocidade básica do vento tomada regionalmente. Os valores apresentados


dependem de cada tipo de edificação, elementos estruturais, fator topográfico, do
terreno, direção do vento e vida útil.

2.3.6.1. Velocidade local do vento ( Vsit, β )

As velocidades do vento do local, devem ser adotadas como um fator máximo,


na velocidade do vento local e direção interpolada linearmente. É calculada utilizando
a velocidade regional do vento e fatores modificadores. Tais fatores correspondem a
topografia, ao terreno/altura, à direção do vento e a proteção, conforme apresentado
na Equação 32 (AS/NZS, 2011):

𝑉𝑠𝑖𝑡,𝛽 = 𝑀𝐷 ∙ 𝑀𝑧,𝑐𝑎𝑡 ∙ 𝑀𝑠 ∙ 𝑀𝑡 ∙ 𝑉𝑅 Eq. 32

Sendo,
𝑉𝑠𝑖𝑡,𝛽 = velocidade local do vento, em m/s;
𝑀𝐷 = multiplicador direcional do vento, adimensional;
𝑀𝑧,𝑐𝑎𝑡 = multiplicador do terreno/altura;
𝑀𝑠 = multiplicador de proteção, adimensional;
𝑀𝑡 = multiplicador topográfico, adimensional;
𝑉𝑅 = velocidade regional do vento, adimensional;

2.3.6.2. Velocidade regional do vento (𝑉𝑅 )

A velocidade regional do vento 𝑉𝑅 , é a velocidade da rajada de vento


mensurada em um intervalo de tempo de 3s. A velocidade regional é dividida em duas
regiões principais: ciclônica e não-ciclônica. Para as regiões ciclônicas, C e D, as
velocidades são multiplicadas pelos fatores “𝐹𝐶 ” e “𝐹𝐷 ”. A utilização desses fatores se
dá para incluir as incertezas acerca da previsão das velocidades de vento em regiões
ciclônicas. O valor destes fatores depende de “R”: é o inverso da probabilidade anual
de excedência da velocidade do vento para estados limites últimos, conforme descrito
abaixo:
● Se R ≥ 50 anos: Fc = 1,05 e Fd = 1,10
● Se R < 50 anos: Fc = Fd = 1,00.
39

A velocidade regional é tabelada, conforme apresentado no item 3.4 da norma,


variando de acordo com a região em que a estrutura está localizada.

2.3.6.3. Multiplicador de terreno/altura (𝑀𝑧,𝑐𝑎𝑡 )

Este multiplicador considera a mudança de rugosidade do terreno no decorrer


da incidência do vento. Devendo ser avaliado conforme as categorias da Tabela 7.

Tabela 7 - Categorias do terreno

Categoria 1 Terreno aberto, com poucas ou nenhuma obstrução e superfície de água.

Superfícies de água, terreno aberto, poucas e esparsas obstruções com altura de


Categoria 2
1,50m a 10m.
Terreno com inúmeras obstruções, espaçadas de 3m a 5m de altura, como áreas
Categoria 3
de habitação suburbana.
Terrenos apresentando muitas obstruções com alturas entre 10m e 30m,
Categoria 4
obstruções espaçosas, como grandes centros urbanos e complexos industriais.
Fonte: Adaptado de AS/NZS 1170.2 (2011).

Definida a categoria do terreno da edificação, as características da região ser


ciclônica (C e D), ou não ciclônica (A, B e W), e a altura Z (correspondente a altura
acima do terreno), o multiplicador de terreno/altura é determinado conforme Tabela 8.

Tabela 8 - Multiplicador de terreno/altura – Para regiões A, B, W e C, D


Multiplicador Terreno/Altura
Regiões A, B e W Regiões C e D
Altura (Z)
Categorias Categorias
(m) 1 2 3 4 1e2 3e4
≤3 0,99 0,91 0,83 0,75 0,90 0,80
5 1,05 0,91 0,83 0,75 0,95 0,80
10 1,12 1,00 0,83 0,75 1,00 0,89
15 1,16 1,05 0,89 0,75 1,07 0,95
20 1,19 1,08 0,94 0,75 1,13 1,05
30 1,22 1,12 1,00 0,80 1,20 1,15
40 1,24 1,16 1,04 0,85 1,25 1,25
50 1,25 1,18 1,07 0,90 1,29 1,29
40

75 1,27 1,22 1,12 0,98 1,35 1,25


100 1,29 1,24 1,16 1,03 1,40 1,40
150 1,31 1,27 1,21 1,11 1,40 1,40
200 1,32 1,29 1,24 1,16 1,40 1,40
Fonte: Adaptado de AS/NZS 1170.2 (2011).

Nota:
a) Para valores intermediários de altura e categoria, interpolar linearmente.

2.3.6.4. Multiplicador de proteção/blindagem (𝑀𝑠 )

O multiplicador de proteção é calculado e proporcionado por edificações a favor


do vento, com o intuito de atenuar os efeitos causados pela sua incidência na
edificação. De acordo com a norma AZ/NZS 1170.2, a presença de árvores não deve
ser considerada como proteção.
Quando a inclinação mediana do terreno for maior que 0,2, ou o efeito de
proteção não for utilizado para uma direção específica, deve-se tomar 𝑀𝑠 = 1,00.

2.3.6.5. Multiplicador direcional do vento (𝑀𝐷 )

O multiplicador direcional do vento para as regiões B, C e D é dividido em dois


grupos. No primeiro grupo é feita a aplicação para a determinação das forças
resultantes e momentos atuantes nas edificações, além da ação do vento, utiliza-se o
valor para 𝑀𝐷 = 0,95. Já no segundo grupo, incluindo demais casos, utiliza-se o valor
de 𝑀𝐷 = 1,00. Nas categorias A e W, o valor dos multiplicadores depende da direção
cardinal, variando de 0,85 até 1.

2.3.6.6. Multiplicador topográfico (𝑀𝑡 )

O multiplicador topográfico é dividido em duas classes. A primeira é para locais,


na Nova Zelândia e na Tasmânia, que possuam altura maior que 500 m acima do nível
do mar, sendo calculado pela Equação 33:

𝑀𝑡 = 𝑀ℎ ∙ 𝑀𝑙𝑒𝑒 (1 + 0.00015 ∙ 𝐸) Eq. 33


41

Sendo,
𝑀𝑡 = multiplicador topográfico;
𝑀ℎ = multiplicador de forma do talude ou morro, adimensional;
𝑀𝑙𝑒𝑒 = multiplicador do efeito de sotavento adotado na Nova Zelândia, em outros
locais o valor adotado é 1,00, adimensional;
𝐸 = elevação média do local, acima do nível do mar, em metros.

O efeito de sotavento 𝑀𝑙𝑒𝑒 não foi identificado na Austrália, sendo assim, utiliza-
se o valor igual a 1,00. O multiplicador de forma 𝑀ℎ pode ser considerado para cada
uma das direções cardinais a serem analisadas, sendo considerado os seguintes
itens:
a) d/(2/𝐿𝑢 ) ≤ 5%, 𝑀ℎ = 1,00;

b) 5% ≤ d/(2/𝐿𝑢 ) ≤ 45%, 𝑀ℎ é descrito pela Equação 33:

𝑑 |𝑥|
𝑀ℎ = 1 + ( ) 𝑥 (1 − ) Eq. 33
3,5 ∙ (𝑍 + 𝐿1 ) 𝐿2

c) d/(2/𝐿𝑢 ) > 45%, dentro da zona de separação, é descrito pela Equação 34:
|𝑥|
𝑀ℎ = 1 + 0,71 ∙ (1 − ) Eq. 34
𝐿2

d) d/(2/𝐿𝑢 ), em outro ponto dentro da zona topográfica, é fornecido pela Equação


33, da alínea b.

Sendo,
d = altura talude ou morro, em metros;
𝐿𝑢 = distância horizontal, barlavento, desde o cume do talude ou morro, até a
metade da altura, em metros;
x = distância horizontal, sotavento, desde a crista do talude ou morro, em metros;
𝐿1 = escala horizontal que determina a variação vertical do 𝑀ℎ , sendo maior que
0,36𝐿𝑢 ou 0,4H, em metros;
𝐿2 = escala horizontal que determina a variação horizontal do 𝑀ℎ , devendo ser
adotado como 4𝐿1 , a barlavento para todos os tipos, e a sotavento, para morros e
cumes, ou 10𝐿1 a sotavento para taludes, em metros;
Z = altura acima do cume do terreno, em metros.
42

As variáveis que são apresentadas nas Equações 33 e 34, são ilustradas nas
Figuras 10 e 11:

Figura 10 - Esquema do multiplicador topográfico de talude (1) e morro (2)

Fonte: Adaptado de AS/NZS 1170.2 (2011).

Figura 11 - Esquema da zona de separação em cumes de morros/taludes

Fonte: Adaptado de AS/NZS 1170.2 (2011).


43

Quando a altura equiparar com a crista do talude ou morro, os valores a serem


adotados para o 𝑀ℎ são obtidos na Tabela 9.

Tabela 9 - Multiplicador da forma do morro ou talude


Inclinação Barlavento Multiplicador de forma do morro
( 𝒅/𝟐𝑳𝒖 ) (𝑴𝒉 )
< 0,05 1,00
0,05 1,08
0,10 1,16
0,20 1,32
0,30 1,48
≥ 0,45 1,71
Fonte: Adaptado de AS/NZS 1170.2 (2011).

2.4. CRITÉRIOS DE PROJETO PARA O DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS


DE AÇO

Segundo Pfeil e Pfeil (2009), as etapas de um projeto estrutural podem ser


separadas em três etapas:
1) Anteprojeto ou projeto básico, quando são definidos o sistema estrutural,
os materiais a serem utilizados, o sistema construtivo.
2) Dimensionamento ou cálculo estrutural, fase na qual são definidas as
dimensões dos elementos da estrutura e suas ligações de maneira a garantir a
segurança e o bom desempenho da estrutura.
3) Detalhamento, quando são elaborados os desenhos executivos da
estrutura contendo as especificações de todos os seus componentes.

As estruturas de aço têm como base duas normas para o seu


dimensionamento: A NBR 8800 (2008) e a NBR 14762 (2010), ainda levando em conta
a NBR 8681 (2003), que define os procedimentos de ações e segurança nas
estruturas. Em seguida iremos ver alguns dos critérios de análise e dimensionamento
para tais estruturas.
De acordo com Pravia e Drehmer (2004) os critérios de um projeto precisam
atender todas as necessidades funcionais e econômicas de um projeto, direcionado a
um ou mais tipos de sistemas estruturais, tal como as características do material, a
44

configuração e grandeza das cargas. A Figura 12 mostra o fluxograma de


procedimentos que estão envolvidos no desenvolvimento de um projeto de estrutura
de aço.
Figura 12 – Fluxo de procedimentos para projetos de estruturas de aço.

Fonte: Adaptado de Pravia e Drehmer (2004).

Ambas as normas citadas especificam as combinações de carregamento que


serão utilizados no projeto da estrutura. Para quantificar as ações incidentes sobre a
45

estrutura, é feita uma montagem de combinações para estados limites últimos e de


serviço. As normas ainda estabelecem coeficientes de majoração e minoração, que
são combinadas com ações permanentes e variáveis buscando encontrar as máximas
solicitações de esforços normais, cortante, de momento fletor e deformações.
Dentro da norma são encontradas as fórmulas para a determinação dos
esforços supracitados, sendo assim, determinamos a carga resistente para esforços
normais, cortante e momento fletor, e ainda os esforços combinados. Na Tabela 10 é
apresentado as fórmulas para as solicitações de alguns principais esforços e forças.
Vale ainda citar o Anexo C da NBR 8800 (2008), o qual apresenta os valores dos
deslocamentos máximos requeridos para situações usuais nas construções.

Tabela 10 - Fórmulas para obtenção das solicitações de esforço e forças


Solicitações Fórmula Item Norma NBR 8800
Esforço cortante 𝑉𝑝𝑙 Item 5.4.3
𝑉𝑅𝑑 = 𝑎𝑙

Momento Fletor 𝑀𝑝𝑙 Item G.2 (Anexo G)


𝑀𝑅𝑑 =
𝑎𝑙
Força axial de tração 𝐴𝑔 𝑓𝑦 Item 5.2
𝑁𝑡.𝑅𝑑 =
𝑎𝑙
Força axial de compressão  𝑄 𝐴𝑔 𝑓𝑦 Item 5.3
𝑁𝑐.𝑅𝑑 =
𝑎𝑙
Análise de esforço combinado - Item 5.5.1

Deslocamento máximo - Anexo C

Fonte: NBR 8800 (2008).

Neste trabalho são considerados combinações de carregamentos: variáveis e


permanentes. Será avaliado apenas o dimensionamento dos elementos estruturais,
não está sendo considerado as conexões.

2.5. PESQUISAS RECENTES ACERCA DO FATOR TOPOGRÁFICO

O interesse pela influência do fator topográfico na ação do vento tem se tornado


recorrente no meio da Engenharia Civil. Algumas pesquisas recentes fazem um
aprofundamento na influência que fator topográfico tem para com a estrutura.
46

2.5.1. Determinação experimental em túnel de vento das velocidades


incrementais sobre morros e taludes – Josiane Scotton

Em seu trabalho, Scotton (2020), apresenta os resultados obtidos em túnel de


vento, posteriormente fazendo uma comparação com as normas abordadas e ao
mesmo tempo é feita uma análise dos resultados. Os modelos experimentais
reduzidos analisados em túnel de vento foram divididos em três grupos que
apresentam algumas características em comum, a altura é de h = 150mm e a escala
de 1:1000, o perfil de velocidades é constituído por 20 medições de velocidades, o
intervalo de obtenção é de 60 segundos. Essas obtenções se diferem pela posição
acima do solo, que são: 10, 15, 20, 25, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 125, 150, 200,
250, 300, 350, 400 e 450, todas em mm. Porém será feita a consideração apenas do
grupo que apresenta relevância para este trabalho: taludes com patamares
intermediários.
Nesta etapa, foram analisados os modelos reduzidos de taludes, possuindo
patamares intermediários a barlavento e com o patamar superior prolongado em 4H,
ou seja, 600mm. Os parâmetros utilizados para a variável de ângulo foram de 20 e
45. Os modelos reduzidos são triangulares 2D, visando reproduzir taludes reais,
porém em uma escala reduzida. Também é apresentada uma variável, que considera
que patamares intermediários a barlavento do talude em função da altura total da
topografia, além de considerar duas extensões, sendo 0,5H e 1H, 75mm e 150mm,
respectivamente. No estudo foram utilizados os seguintes modelos reduzidos: um
modelo triangular 2D, possuindo um ângulo de 20, com 1 patamar intermediário a
barlavento de 75mm, 2 patamares intermediários a barlavento a barlavento de 75mm,
1 patamar intermediário a barlavento de 150mm e por último com 2 patamares
intermediários a barlavento de 150mm. E também os modelos triangulares 2D, agora
com ângulo de 45, com 1 patamar intermediário a barlavento de 75mm conforme
apresentado pela Figura 13, 2 patamares intermediários a barlavento de 75mm, 1
patamar intermediário a barlavento de 150mm e por último com 2 patamares
intermediários a barlavento de 150mm representado pela Figura 14.
47

Figura 13 - Projeção 3D do modelo reduzido triangular 2D e ângulo de 45 , 1 patamar intermediário


de 75mm

Fonte: Scotton (2020).

Figura 14 - Projeção 3D do modelo reduzido triangular 2D e ângulo de 45 , 2 patamares


intermediários de 150mm

Fonte: Scotton (2020).


48

2.5.1.1. Resultados experimentais e análises

A pesquisa apresenta uma abordagem voltada para os taludes com patamares


intermediários a barlavento e com uma extensão do patamar superior do talude de
600mm. Nesta etapa foram utilizadas as seguintes variáveis:

1) seção transversal: triangular;


2) dimensionalidade: 2D;
3) ângulo: 20 e 45;
4) extensão do cume do talude igual a 4H (600mm), sendo H a altura do
talude que é igual a 150mm.
5) patamares intermediários a barlavento: 1 patamar de 75mm, 2
patamares de 75mm, 1 patamar de 150mm e 2 patamares de 150mm;

Os resultados obtidos são apresentados nas Figuras 15 e 16. Nos modelos com
ângulo de 20 foi medido apenas na posição P0, já nos modelos de ângulo 45 foram
medidas as posições a barlavento e em todo o patamar. O motivo para não se analisar
todos os valores para o ângulo de 20 deve-se por nos modelos estudados
anteriormente, não terem apresentado grandes diferenças em relação a referência,
essas sendo apresentadas pelo modelo de 45, sendo esse o ângulo que será
analisado nesse trabalho também.

Figura 15 - Resultados experimentais para taludes com ângulo de 45 , com 1 patamar intermediário
com comprimento de 75mm

Fonte: Scotton (2020).


49

Figura 16 - Resultados experimentais para taludes com ângulo de 45 , com 2 patamares


intermediários com comprimento de 150mm

Fonte: Scotton (2020).

Foram constatados dois tipos de situações no cume do talude. Nas posições


B1, B2 e B3, observa-se pequenos incrementos de velocidade. Já as medições nas
posições B2 ou B2 e B4, pode notar-se uma redução brusca nas velocidades próximas
a superfície.
Na posição B1, as medições apresentaram incrementos significativos em
relação a referência, para as alturas de 75mm (com 1 patamar) e 50mm (com 2
patamares), de modo geral, os incrementos foram superiores a 15%.
No caso dos modelos com 2 patamares intermediários, na borda do segundo
patamar (posição B3) nota-se um aumento de incremento em relação a B1. Em
direção ao cume do talude, os incrementos são ainda maiores na posição P0. A Figura
17 demonstra os maiores incrementos em relação ao perfil de referência.
50

Figura 17 - Resultados experimentais para taludes, incrementos máximos entre os modelos e o perfil
de referência

Fonte: Scotton (2020).

Quando a análise é voltada para os incrementos de velocidade para o ponto


P0, conforme mostrado pela Figura 18, que faz uma comparação entre os modelos o
mesmo ângulo, é possível concluir:

a) em comparação com os modelos com ângulo de 20, o ângulo de 45


apresenta os maiores incrementos de velocidade;
b) os modelos que possuem apenas 1 patamar intermediário apresentam
maiores valores para os incrementos de velocidade em relação aos modelos com 2
patamares intermediários, com igualdade nas demais variáveis;
c) o patamar intermediário de menor comprimento, 75m, apresenta os
maiores incrementos de velocidades.
51

Figura 18 - Resultados experimentais para taludes, comparativo entre os modelos com o mesmo
ângulo, 20 (a) e 45 (b)

Fonte: Scotton (2020).

Scotton (2020) ainda traz em seu trabalho uma proposta de nova formulação
para o fator topográfico da Norma brasileira NBR 6123. Essa formulação considera
basicamente três parâmetros: altura do talude, comprimento a barlavento e cota. A
Figura 19 representa a esquematização dos parâmetros considerados para o fator
topográfico. A proposição é descrita pela Equação 35.

𝑧 𝐵 ∙ 𝑑 0,5 (− 𝐶∙𝑧) (
𝐷 |𝑥|
) Eq. 35
𝑆1 = 1 + [𝐴 ∙ (1 − ) ∙( ) ∙𝑒 𝐿 ] ∙ 𝑒 𝐿
3∙𝐿 𝐿

Sendo,
𝑆1 = fator topográfico, adimensional;
A, B, C, D = coeficientes, adimensionais (Tabela 11);
𝑧 = cota medida a partir da superfície, em metros;
𝐿 = comprimento horizontal a barlavento, em metros;
𝑑 = altura do morro, em metros.

Tabela 11 - Coeficientes A, B, C e D para a proposição de nova formulação para a NBR 6123


A B C D
2D – Talude 1,2 0,6 1,5 2,5
Fonte: Scotton (2020).
52

Figura 19 - Representação esquemática dos parâmetros para proposição do fator topográfico

Fonte: Scotton (2020).

2.5.2. Avaliação em túnel de vento do comportamento da camada limite


atmosférica em terrenos complexos – Jussara Matuella

Assim como o trabalho feito por Scotton (2020), Matuella (2016) faz uma série
de avaliações com o auxílio de modelos reduzidos em túnel de vento. Primeiramente
os ensaios foram feitos com um terreno plano, sem rugosidade, utilizando algumas
normas que definem os efeitos da ação do vento. Os resultados são apresentados
pela Figura 20.
53

Figura 20 - Aplicação dos modelos analíticos das normas NBR 6123 (1988), Eurocode-CEN:2002, AIJ
(2004), AS/NZS 1170.2:2002, ASCE 7-95-:2005 e NBCC:2005, em um terreno plano

Fonte: Matuella (2016).

Na sequência do trabalho, é feita uma investigação em terrenos complexos,


principalmente em morros isolados simétricos (Experimento 1) e assimétricos
(Experimento 2). São 4 modelos de morros simétricos bidimensionais e
tridimensionais e 1 modelo de morro assimétrico que contém três pontos menores.
Em todos os modelos foram aplicados os valores obtidos através das normas e dois
valores experimentais para os valores de vento, identificados pelo fator “p”. Esses
modelos hipotéticos de morros são descritos pelas Tabelas 12 e 13.

Tabela 12 - Dimensões dos modelos bidimensionais


Modelo Largura (mm) Comprimento (mm) Altura (mm) Coordenadas dos
pontos de medição

Modelo A L = 784,98 C = 1290 h = 150 L= 392,49; C= 685; h=150;

Modelo B L = 561,74 C = 1290 h = 150 L= 280,87; C= 685; h=150;

Modelo C L = 280,86 C = 1290 h = 150 L= 140,43; C= 685; h=150;

Modelo D L = 140,44 C = 1290 h = 150 L = 70,22; C= 685; h=150;

Fonte: Matuella (2016).

Tabela 13 - Dimensões dos modelos tridimensionais


Modelo Largura (mm) Altura (mm) Coordenadas dos pontos de medição
Modelo A b = 800 h = 150 b = 400; h = 150
Modelo B b = 600 h = 150 b = 300; h = 150
Modelo C b = 300 h = 150 b = 150; h = 150
54

Modelo D b = 150 h = 150 b = 75; h = 150


Fonte: Matuella (2016).

Os modelos foram experimentados a partir de pontos de medição localizados


sob a diretriz principal do morro. Em cada um dos pontos de medição foram obtidas
velocidades do vento e turbulência em 20 alturas: 10, 15, 20, 25, 30, 40, 50, 70, 100,
130, 160, 200, 250, 300, 350, 400, 450, 500 e 600 (cm). Os resultados dos perfis
experimentais são comparados aos resultados das normas analíticas. A Figura 21
apresenta os resultados obtidos da aplicação de modelos analíticos e uma medição
experimental tridimensional, do modelo D, em um morro isolado simétrico.

Figura 21 - Aplicação dos modelos analíticos e medição experimental 3D em morro isolado simétrico,
modelo D, cume, p= 0,23

Fonte: Matuella (2016).

Já no segundo experimento a análise foi voltada para um modelo de morro


isolado e assimétrico, com três morros menores e três pontos em solo. A posição de
locação dos pontos medidos sobre o morro assimétrico e dos três pontos do entorno
da área é apresentado na Figura 22.
55

Figura 22 - Locação dos pontos de medição do Experimento 2

Fonte: Matuella (2016).

A medição experimental do escoamento do vento no Experimento 2, considerou


ventos com p=0,11 e p=0,23, em 3D. Tanto as medições quanto a aplicação dos
modelos analíticos das normas de carga de vento foram normalizados a altura de
275m. A Figura 23 mostra o resultado obtido no Ponto 1, cume do morro, local de
maior influência da ação do vento.

Figura 23 - Aplicação dos modelos analíticos e medição experimental 3D, ponto 1, p=0,23

Fonte: Matuella (2016).


56

Dentre os resultados obtidos no terreno plano, nota-se perfis coincidentes em


algumas das normas internacionais, porém a NBR 6123 (1988) não foi coincidente
com nenhuma das normas analisadas.
No Experimento 1 a norma brasileira foi uma das que se apresentou mais
conservadora em relações as medições experimentais coletadas em túnel de vento
para os dois tipos de ventos analisados. No Experimento 2, a única norma que
apresenta uma rotina de cálculo diferenciada para pontos a sotavento do morro é a
AIJ (2004), as demais apresentam rotinas de cálculo semelhantes a localizações a
barlavento.
No que se diz respeito a NBR 6123 (1988), foram pesquisados valores para o
multiplicador inserido no fator 𝑆1 utilizado para o cálculo da velocidade característica
do vento em morros e terrenos complexos. Nos valores testados para as inclinações
25 e 68, para ambas as categorias de terreno, Categoria I e III-IV, ficou evidente
como próximas de modo o perfil analítico se aproximasse ao máximo do experimental.
Os valores para “x” constantes na Tabela 14, e que atendem a Equação 36, conforme
construção dos perfis.

𝑧 Eq. 36
𝑆1 (𝑧) = 1,00 + (2,5 − ) ∗ 𝑥 ≥ 1
𝑑

Tabela 14 - Valores dos multiplicadores vigentes e valores testados para o multiplicador “x” do fator
topográfico segundo a NBR 6123
Inclinação morro/categoria do Categorias I, III-IV
terreno Valor original Valor testado

25 morro simétrico A 0,31 0,15

32 morro simétrico B 0,31 0,18

34 morro assimétrico 0,31 0,18

52 morro simétrico C 0,31 0,22

68 morro simétrico D 0,31 0,27

Fonte: Matuella (2016).

Ficou comprovado que a inclinação do morro tem muito significado na


formulação do modelo analítico. Isso é demonstrado nos valores que foram
57

encontrados para os resultados experimentais. Esses valores sugerem a possibilidade


de adoção de um escalonamento para o valor do multiplicador constantes do fator
topográfico 𝑆1, conforme varia a inclinação do terreno. Também se vê uma
possibilidade de escalonamento dos multiplicadores do fator topográfico para ângulos
que sejam menores ou iguais a 52, mantendo a interpolação vigente no limite
considerado. Os multiplicadores experimentados de acordo com a inclinação dos
referenciais para os modelos ensaiados são apresentados na Tabela 15.

Tabela 15 - Valores dos multiplicadores vigentes e valores testados para o multiplicador “x” do fator
topográfico
Inclinação morro/categoria Categorias I, III-IV
do terreno Valor original Valor testado
25 morro isolado 0,31 0,15
De 26 a 34 morro isolado 0,31 0,18
De 35 a 52 morro isolado 0,31 0,22
Acima de 53 morro isolado 0,31 0,31
Fonte: Matuella (2016).

Segundo o que foi exposto, explicitou-se como formulação matemática,


mantendo a interpolação para inclinações de 25, considerando-se investigações
experimentais para terrenos com menor e maior rugosidade, congruente às categorias
I e III-IV, a Equação 37.

𝑧
𝑆1 (𝑧) = 1,00 + (2,5 − ) ∗ 0,15 ≥ 1 Eq. 37
𝑑

Assim como, conforme o estudo, a Equação 38 atende ao cálculo do fator


topográfico para as categorias I e III-IV para inclinações de 26 a 34, mantendo-se a
interpolação.

𝑧 Eq. 38
𝑆1 (𝑧) = 1,00 + (2,5 − ) ∗ 0,18 ≥ 1
𝑑

A Equação 39 atende ao cálculo do fator topográfico para as categorias I e III-


IV para os terrenos com inclinações de 35 a 52, mantendo-se a interpolação para
58

os limites. Acima desse valor de 52, o valor do multiplicador topográfico vigente se


mantém.
𝑧 Eq. 39
𝑆1 (𝑧) = 1,00 + (2,5 − ) ∗ 0,22 ≥ 1
𝑑

O multiplicador experimentado reduz com o aumento da inclinação do modelo,


o que corrobora a tendência a utilização do escalonamento para o multiplicador
topográfico.
59

3. METODOLOGIA

Segundo Moresi (2003), a metodologia é a determinação das formas que serão


empregadas para a obtenção dos dados necessários para o êxito do trabalho. Nesta
etapa é de suma importância deixar explícito e justificar o tipo de pesquisa a ser
desenvolvido. A pesquisa deverá ser feita de maneira detalhada, de uma forma em
que o leitor seja capaz de compreender os procedimentos utilizados para atingir os
resultados.

3.1. FLUXOGRAMA

Para a execução desta pesquisa utiliza-se o fluxograma a seguir que indica os


métodos necessários para sua conclusão, conforme indicado na Figura 24.

Figura 24 - Fluxograma do delineamento de pesquisa

Fonte: Próprio autor (2022).

3.3. Delineamento de pesquisa


60

Essa pesquisa tem o intuito de verificar a influência de um talude nas ações


exercidas pelo vento, em uma edificação baixa, com duas águas, localizada na cidade
de Passo Fundo, no estado do Rio Grande do Sul. Será feito o dimensionamento da
estrutura em dois cenários: um com terreno plano, sem a presença de rugosidade e o
outro com a presença de um talude.
O talude considerado apresenta uma inclinação de 45 e 5 metros de altura. A
verificação da influência do talude tem o objetivo de determinar os consumos e custos
de materiais e os locais da edificação que sofrem o maior impacto causado pelas
ações do vento.

3.3. PLANO DE COLETA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

3.3.1. População e amostra

Relacionado à população, essa pesquisa será aplicada a um pavilhão industrial


de baixa altura, com a amostra sendo analisada em duas etapas:

1) Estudo teórico: baseado no cálculo das ações do vento atuantes na


edificação considerando as normas ABNT NBR 6123 (1988), Eurocode 1994-1-4
(2010), NBC do Canadá (2010), ASCE/SEI 7-16 (2016) e AS/NZS 1170.2 (2011), e os
trabalhos realizados por Scotton (2020) e Matuella (2016), os quais dispõem de
descrições e fatores considerando o fator topográfico para o dimensionamento da
edificação.
2) Dimensionamento da estrutura: com os resultados obtidos pelo estudo
teórico, será feito o dimensionamento da estrutura no software Cype3d.

A amostra trata-se de um modelo de pavilhão industrial possuindo dimensões


de 50 metros de vão livre, com 100 metros de comprimento. A edificação possui um
pé direito de 8 metros de altura, e até a cumeeira, uma altura de 10 metros. O tamanho
do modelo e suas aberturas estão descritas nas Tabelas 16 e 17. As figuras 25 a 28
detalham as dimensões e cobertura da edificação.

Tabela 16 - Dimensões da edificação em análise


Dimensões Medidas (m)
Comprimento 100
Largura 50
61

Pé direito livre (H1) 8


Altura total – com lanternim (ht) 13
Altura total – até a cumeeira 10
Fonte: Próprio autor (2022).

Tabela 17 - Dimensões das aberturas


Dimensões Medidas (m)
Portões de serviço
Comprimento 5,0
Largura 6,0
Janelas basculantes
Comprimento 100
Altura 1,0
Peitoril 1,5
Lanternim
Comprimento 98
Largura 1,5
Altura 0,8
Fonte: Próprio autor (2022).

Figura 25 - Vista superior da edificação em análise

Fonte: Próprio autor (2022).

Figura 26 - Fachada lateral da edificação em análise

Fonte: Próprio autor (2022).


62

Figura 27 - Fachada frontal da edificação em análise

Fonte: Próprio autor (2022).

Figura 28 - Corte transversal da edificação em análise

Fonte: Próprio autor (2022).

3.3.1. Cenário de pesquisa

O pavilhão localiza-se na Av. Antônio Marinho Albuquerque, Distrito Industrial,


na cidade de Passo Fundo, no norte do estado do Rio Grande do Sul, conforme
representado na Figura 29.

Figura 29 - Localização do município de Passo Fundo/RS

Fonte: Wikipedia (2022).


63

A edificação que possui uma área de 5.000 m², encontra-se em uma região
plana e aberta, com a presença de outros pavilhões industriais em seus arredores.

3.3.2. Variáveis analisadas

No estudo teórico, para a utilização da norma brasileira e das normas


internacionais, em cada uma delas sendo feito o cálculo do fator topográfico, utilização
dos fatores devido a rugosidade e principalmente as forças do vento. Os fatores serão
seguidos a rigor pelo descrito nas normativas, em casos que as normas em que
consideram valores regionais para a obtenção de fatores, serão utilizados os valores
neutros, indicados pelas mesmas.

3.3.3. Instrumentos de coleta utilizados

Dentre os instrumentos de coleta utilizados nesta pesquisa estão as normativas


ABNT NBR 6123 (1988), Eurocode 1994-1-4 (2010), NBC do Canadá (2010),
ASCE/SEI 7-16 (2016) e AS/NZS 1170.2 (2011), e as pesquisas realizadas por
Scotton (2020) e Matuella (2016). Outras publicações acerca do assunto também
serão utilizadas ao longo do desenvolvimento do trabalho. Os cálculos serão feitos
manualmente com a utilização de calculadora. Também serão utilizados o computador
e um software, o Cype3D, onde será feito o dimensionamento da estrutura estudada.

3.3.4. Instrumentos de análise

Nas análises serão utilizados os valores obtidos pelos cálculos realizados com
a utilização das normativas citadas acima, e também dos estudos dos autores
supracitados e outros que tratem desse assunto. Com a obtenção destes resultados,
será feito o dimensionamento da estrutura no software Cype3D.
64

4. CRONOGRAMA

Na Tabela 18 estão detalhadas as etapas a serem desenvolvidas ao longo dos próximos meses para realização desta
pesquisa.

Tabela 18 - Cronograma do avanço ao longo do tempo


Março/22 Abril/22 Maio/22 Julho/22 Agosto/22 Setembro/22 Outubro/22 Novembro/22
Etapas
1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª
Revisão bibliográfica X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Estudo das normas: ABNT NBR
6123, Eurocode 1994-1-4
X X X X X X X X X X X X
(2010), ASCE/SEI 7-16, AS/NZS
1170.2, e NBC do Canada
Estudo de pesquisas acerca do
X X X X X X X X X X X X
fator topográfico
Escolha do modelo da
X X
edificação
Cálculo das ações do vento
aplicadas a edificação cfe X X X X X X
normas e pesquisas citadas
Comparação dos resultados
encontrados entre normas e X X
publicações
Levantamento do consumo de X X
materiais
Definição dos custos de X X
materiais
Avaliação do comparativo de
X X
resultados
65

Avaliação da influência do
X X
talude na edificação
Elaboração da análise e X X
conclusões
Entrega final do TCC 2 X

Apresentação final do TCC 2 X


66

5. ORÇAMENTO

A presente pesquisa não apresentou custos para a sua confecção. Sendo feita
apenas com normas e trabalhos publicados, disponibilizados na internet.
67

REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988.

ABNT. NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas - Procedimento. Rio de


Janeiro, 2003.

ABNT. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e


concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008.

ABNT. NBR 14762: Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por


perfis formados a frio. Rio de Janeiro, 2010.

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AS/NZS. Australian/New Zealand 1170.2: Structural Design Actions – Part 2:


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319 p. Porto Alegre: Bookman, 2010.
68

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SCOTTON, J. A. Determinação experimental em túnel de vento das velocidades


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