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UNIFANOR – WYDEN

CAMPUS DUNAS

LUIGI GUSTAVO TADEU OLIVEIRA DA SILVA

PROJETO E OTIMIZAÇÃO DE CEMITÉRIOS VERTICAIS UTILIZANDO


ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS: EFICIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE EM
ESPAÇOS URBANOS

FORTALEZA
2023
LUIGI GUSTAVO TADEU OLIVEIRA DA SILVA

PROJETO E OTIMIZAÇÃO DE CEMITÉRIOS VERTICAIS UTILIZANDO


ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS: EFICIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE EM
ESPAÇOS URBANOS

Trabalho de conclusão de curso de


Graduação apresentado ao curso de
Engenharia Civil, da Unifanor - Wyden
como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientador: Orientador: Dr. Eduardo


Galdino de Souza.

FORTALEZA
2023
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Centro Universitário Fanor Wyden
Gerado automaticamente mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

S586p SILVA, LUIGI .


PROJETO E OTIMIZAÇÃO DE CEMITÉRIOS VERTICAIS UTILIZANDO ESTRUTURAS PRÉ-
MOLDADAS: EFICIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE EM ESPAÇOS URBANOS / LUIGI SILVA. -
2023.
36 f.: il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Centro Universitário Fanor Wyden, Graduação


em Engenharia Civil, Campus Dunas, Fortaleza, 2023
Orientador: Prof. Dr(a). Eduardo Souza.

1. Cemitérios Verticais. 2. Estruturas Pré-moldadas. 3. Sustentabilidade. 4. Otimização


Urbana.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus guias e protetores da luz, que sempre me deram
forças para seguir em frente.
Agradeço ao meu irmão Diego que sempre incentivou meus estudos e me ensinou a
ser grande parte do que sou hoje.
Agradeço a minha esposa Carol pelo apoio.
Agradeço a minha irmã Eveline por tornar esse sonho possível.
Agradeço aos mestres que tive na faculdade que me orientaram me capacitaram e me
agregaram o conhecimento que tenho hoje.
Em fim agradeço a todos que fizeram parte dessa etapa da minha vida que estou
próximo de concluir.
RESUMO

Com a crescente densidade populacional e a limitação de espaços urbanos


disponíveis tornaram crítica a questão da alocação de áreas destinadas a
sepultamentos. Em resposta, os cemitérios verticais emergem como uma alternativa
inovadora que promete não apenas atender à demanda crescente, mas também
promover a otimização do uso do espaço urbano. Neste estudo, o foco central recai
sobre a implementação de estruturas pré-moldadas no desenvolvimento de cemitérios
verticais. Uma das principais vantagens associadas a este tipo de estrutura é a
significativa redução no tempo de construção e otimização de espaço. Além disso, a
precisão e a consistência proporcionadas pelo pré-moldado garantem estruturas mais
uniformes e com menos desperdício de material, traduzindo-se em benefícios
econômicos e ambientais. Sua modularidade permite que os cemitérios verticais se
ajustem a diversas condições de terreno e necessidades urbanas, tornando-se uma
solução versátil para cidades de diferentes tamanhos e características. Outro ponto
crucial abordado é a sustentabilidade. Cemitérios verticais utilizando estruturas pré-
moldadas têm o potencial de minimizar impactos ambientais, principalmente quando
consideramos a redução no transporte de materiais e na emissão de CO2 relacionada
às construções tradicionais. Concluindo, o trabalho reitera a relevância dos cemitérios
verticais com estruturas pré-moldadas como uma estratégia proeminente para o futuro
do planejamento urbano de espaços limitados, mas também se alinham com
princípios de sustentabilidade e eficiência, tornando-se essenciais para cidades em
busca de soluções inovadoras e responsáveis.

Palavras-chave: Cemitérios Verticais, Estruturas Pré-moldadas, Sustentabilidade,


Otimização Urbana.
ABSTRACT

With the rising population density and the limitation of available urban spaces, the issue
of allocating areas for burials has become critical. In response, vertical cemeteries
emerge as an innovative alternative that promises not only to meet the growing
demand but also to optimize the use of urban space. In this study, the primary focus is
on the implementation of precast structures in the development of vertical cemeteries.
One of the main advantages associated with this type of structure is the significant
reduction in construction time and space optimization. Additionally, the precision and
consistency provided by the precast ensure more uniform structures with less material
waste, translating into economic and environmental benefits. Their modularity allows
vertical cemeteries to adapt to various land conditions and urban needs, becoming a
versatile solution for cities of different sizes and characteristics. Another crucial point
addressed is sustainability. Vertical cemeteries using precast structures have the
potential to minimize environmental impacts, especially when considering the
reduction in the transportation of materials and the CO2 emissions related to traditional
constructions. In conclusion, the work reiterates the relevance of vertical cemeteries
with precast structures as a prominent strategy for the future of urban planning in
limited spaces, but also align with principles of sustainability and efficiency, becoming
essential for cities seeking innovative and responsible solutions..

Key words: Vertical Cemeteries, Precast Structures, Sustainability, Urban


Optimization.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Cemitério Convencional .................................................................................................. 11


Figura 2 - Cemitério Vertical ............................................................................................................. 12
Figura 3 - Planta de Corte Cemitério Vertical ................................................................................ 13
Figura 4 - Detalhamento Termotelhas ISOPLAST com EPS ...................................................... 17
Figura 5- Encaixes placas de EPS .................................................................................................. 18
Figura 6 - Distância entre fornecedor e obra ................................................................................. 19
Figura 7 - Especificação do material ............................................................................................... 20
Figura 8 - Detalhamento de montagem transversal ...................................................................... 24
Figura 9- Detalhamento de montagem Longitudinal ..................................................................... 25
Figura 10 - Chapas de Aço com EPS ............................................................................................. 27
Figura 11 - Local de preparação das placas. ................................................................................. 28
Figura 12 - Fixação Lateral Placas de Aço com EPS ................................................................... 29
Figura 13 - Placas encaixadas com pré-tratamento interno. ....................................................... 30
Figura 14- Acabamento Urnas ......................................................................................................... 31

Gráfico 1 - Especificação do material.............................................................................................. 21

Tabela 1 - Tabela de distribuição de cargas .................................................................................. 21


Tabela 2- Tabela de Materiais de Fixação ..................................................................................... 22
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8

1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 9


1.1.1 Objetivos específicos.......................................................................................... 9

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 10

2.1 CEMITÉRIO ........................................................................................................ 10

2.2 ESTRUTURAS PRE MOLDADAS ....................................................................... 15

3. METODOLOGIA ................................................................................................... 19

3.1 ESCOLHA DO FORNECEDOR .......................................................................... 19

3.2 ESCOLHA DO TIPO DE MATERIAL PRÉ-MOLDADO ....................................... 20

3.3 NORMATIVA PADRÃO ....................................................................................... 22

3.4 montagem das placas ......................................................................................... 23

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 26

4.1 CHEGADA DO MATERIAL ................................................................................. 26

4.2 INSTALAÇÃO E MONTAGEM. ........................................................................... 27


4.2.1 Montagem Passo a Passo das Placas de Aço com EPS ................................. 28
4.2.1.1 Preparação do Local ............................................................................... 28
4.2.1.2 Seleção das Placas de Aço com EPS .................................................... 29
4.2.1.3 Fixação das Placas de Aço com EPS ..................................................... 29
4.2.1.4 Encaixe Preciso ...................................................................................... 30
4.2.1.5 Proteção Externa .................................................................................... 30
4.2.1.6 Finalização e Inspeção ........................................................................... 31

5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 32

6.REFERÊNCIAS...................................................................................................... 33
8

1. INTRODUÇÃO

A relação da sociedade com os cemitérios é, historicamente, permeada por


tabus e resistências. Este cenário, pautado em grande parte pelo preconceito social,
impede uma discussão ampla e necessária sobre a adequada gestão destes espaços.
A prática de sepultamento não é recente; sua origem remonta à Grécia Antiga, período
em que, mesmo diante da ausência de técnicas avançadas, os rituais fúnebres já se
faziam presentes (Fontenrose, 1971). A evolução temporal trouxe, contudo, a
construção de necrópoles por diversas civilizações, visando um sepultamento mais
apropriado.
No entanto, a deficiência de conhecimentos técnicos sobre a construção e
manutenção destes locais levou à formação de cemitérios em condições inadequadas,
ou até clandestinas. Estas circunstâncias resultaram em consequências ambientais
significativas, como a contaminação do solo e das águas subterrâneas pelo
necrochorume, bem como a emissão de gases, como o metano, e a proliferação de
doenças (Harper, 2015). Diante destes desafios, o século XIX presenciou discursos
higienistas que reivindicavam a relocalização dos cemitérios, afastando-os das igrejas
e centros urbanos.
O reconhecimento dessas problemáticas impulsionou estudos mais
aprofundados sobre o assunto, culminando na proposição de novos modelos de
sepultamento, como os cemitérios verticais e práticas de cremação. No entanto,
embora essas inovações busquem minimizar os impactos ambientais, elas também
trazem desafios simbólicos e culturais, especialmente no que tange à memória e à
significância religiosa da morte (Kearl, 1989).
Em consonância com as demandas contemporâneas de sustentabilidade e a
busca incessante por métodos construtivos mais eficientes, a readequação de
cemitérios verticais para estruturas pré-moldadas surge como uma proposta
promissora. Estas estruturas oferecem diversos benefícios, não apenas em termos de
rapidez e precisão construtiva, mas também em relação ao impacto ambiental e à
economia de recursos.
Utilizar estruturas pré-moldadas em cemitérios verticais implica em uma
significativa redução no consumo de materiais, minimizando o desperdício e
garantindo uma maior consistência e qualidade nos acabamentos (Smith & Collins,
9

2018). Além disso, a natureza modular destas estruturas permite flexibilidade no


design, possibilitando futuras expansões ou modificações com mínimo transtorno.
Do ponto de vista da sustentabilidade, a adoção de estruturas pré-moldadas
contribui para a diminuição das emissões de carbono, uma vez que o processo de
fabricação destes componentes é mais controlado e otimizado em comparação à
construção tradicional (Johnson, 2020). Esta abordagem, portanto, não só atende às
necessidades imediatas de sepultamento e memória, mas também reflete um
compromisso com práticas construtivas mais sustentáveis e com o futuro do
planejamento urbano.
A longo prazo, a manutenção de cemitérios que adotam estruturas pré-
moldadas é simplificada. Os materiais utilizados são projetados para resistir a
degradações, garantindo maior durabilidade e reduzindo custos a longo prazo com
reparos e manutenções (Fernandez, 2017). Assim, esta readequação não apenas
eleva o padrão dos cemitérios verticais em termos estéticos e funcionais, mas também
ressoa com os ideais de desenvolvimento sustentável tão necessários na atualidade.

1.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver, avaliar e otimizar a implementação de cemitérios verticais,


empregando o uso de estruturas pré-moldadas, com o propósito de ampliar a
eficiência no processo construtivo e promover práticas sustentáveis e ecoeficientes,
assegurando uma integração harmônica e responsável com os desafios e limitações
dos espaços urbanos.

1.1.1 Objetivos específicos

- Mapear e analisar as principais as tipologias de arquitetura dos cemitérios.


- Investigar as vantagens técnicas e ambientais das estruturas pré-moldadas
em comparação com métodos construtivos tradicionais para cemitérios.
- Projetar modelos de cemitérios verticais que integrem as melhores práticas e
inovações em estruturas pré-moldadas.
- Desenvolver diretrizes para a manutenção econômicas e sustentáveis de
cemitérios verticais com estruturas pré-moldadas.
10

- Propor métodos de integração desses cemitérios verticais ao planejamento


urbano, considerando acessibilidade, estética e impacto comunitário.
- Analisar a viabilidade econômica da implementação de cemitérios verticais
com estruturas pré-moldadas, considerando custos iniciais e de manutenção a longo
prazo.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CEMITÉRIO

O termo "cemitério," derivado do grego "Koimetérion," que se traduz


literalmente como "dormitório," carrega consigo uma carga histórica profunda,
referindo-se ao local destinado ao descanso eterno dos falecidos, conforme
documentado por Campos (2007). No decorrer da história, a tradição de sepultar os
entes queridos em proximidade familiar era prevalente. Entretanto, com o aumento de
doenças relacionadas à decomposição dos corpos, essa prática foi modificada,
conduzindo os rituais fúnebres a migrarem para as dependências das igrejas.
O desdobramento dessa mudança cultural trouxe consigo novas
complexidades. As igrejas, em um estágio posterior, passaram a restringir
sepultamentos em seus terrenos, propondo a localização de cemitérios em áreas mais
afastadas dos centros urbanos. Tal decisão foi motivada pela crescente
insuportabilidade dos odores provenientes do processo de decomposição, exigindo
uma separação mais significativa desses locais de descanso eterno, conforme
detalhado por Carneiro (2009).
Esse processo histórico não apenas delineia as transformações nas práticas
funerárias, mas também evidencia a influência de considerações sanitárias na
configuração e administração dos espaços dedicados à memória e ao repouso dos
falecidos. A evolução da tradição funerária, de sepultamentos familiares a cemitérios
distantes dos centros urbanos, reflete a interação complexa entre fatores culturais,
religiosos e sanitários ao longo do tempo. Assim, a história dos cemitérios não é
apenas um testemunho da evolução cultural, mas também um reflexo das
preocupações práticas e éticas relacionadas ao tratamento digno dos mortos.
11

Figura 1 - Cemitério Convencional

Fonte: Memorial Cemitério Parque da Paz (2020)

Segundo as considerações de Freyre (2003, p. 38), a prática de enterrar os


falecidos em partes da própria residência, especialmente na capela anexa, espelha
uma arraigada mentalidade patriarcal voltada para a preservação da união familiar.
Mesmo após o falecimento, os entes queridos eram mantidos sob o mesmo teto que
os vivos, simbolizando uma continuidade afetiva. No entanto, cemitérios tradicionais
podem representar potenciais focos de contaminação e disseminação de doenças,
seja através da interação com seres humanos ou pelo contato com recursos
aquáticos. Isso justifica a necessidade imperativa de obter um licenciamento
ambiental apropriado para tais instalações.
Embora hoje em dia haja um reconhecimento mais amplo dessas questões
ambientais relacionadas aos cemitérios, historicamente, a preocupação com os riscos
de contaminação ambiental não recebeu a devida atenção, como observado por
Matos (2001). É fundamental compreender que existem, basicamente, dois modelos
distintos de cemitérios: os horizontais, nos quais os corpos são enterrados
diretamente no solo, acelerando o processo de decomposição, mas também
aumentando o risco de contaminação do solo e das águas subterrâneas, conforme
elucidado por Palma e Silveira (2011); e os verticais, nos quais os corpos são
acomodados em compartimentos designados como lóculos, dotados de sistemas
12

específicos que filtram os gases provenientes da decomposição, conforme destacado


por Anjos (2013). Essa distinção ressalta a importância de adotar práticas mais
sustentáveis e conscientes no tratamento dos restos mortais, reconhecendo os
desafios ambientais associados aos métodos tradicionais de sepultamento e
incentivando soluções inovadoras como os cemitérios verticais.

Figura 2 - Cemitério Vertical

Fonte: Cemitério - Rede Memorial Fortaleza (2022)

De acordo com a explanação detalhada fornecida por Palma e Silveira (2011),


os cemitérios verticais são estruturas meticulosamente concebidas acima do nível do
solo, constituídas por gavetas organizadas em múltiplos níveis, representando uma
configuração distinta em relação aos cemitérios tradicionais. A eficácia intrínseca a
esse modelo é ampliada, uma vez que os corpos são alojados em gavetas, evitando
contato direto com o solo.
A elaboração da infraestrutura de um cemitério vertical é cuidadosamente
planejada com o intuito específico de prevenir a emissão não tratada de gases
originados da decomposição. Esses gases passam por sistemas especializados de
13

inativação para mitigar impactos ambientais. Adicionalmente, é digno de nota que o


necrochorume, um subproduto desse processo, é submetido a tratamento antes de
ser liberado na atmosfera, conforme ressaltado por Hino (2015). Esse protocolo
integral de tratamento destaca a preocupação não apenas com a eficiência do espaço,
mas também com a gestão ambientalmente responsável dos resíduos associados ao
processo de decomposição, evidenciando uma abordagem holística na concepção
dos cemitérios verticais.

Figura 3 - Planta de Corte Cemitério Vertical

Fonte: Prefeitura de Joaçaba/SC (2021)

A construção de cemitérios verticais de alvenaria é uma resposta inovadora


comparado ao modelo de cemitérios tradicionais, devido crescente falta de espaço em
áreas urbanas densamente povoadas, onde a expansão de cemitérios tradicionais se
torna impraticável. Conforme observado por Johnson e Smith (2021), essas estruturas
são projetadas com a finalidade de otimizar o uso do espaço disponível, abordando
simultaneamente os desafios decorrentes do aumento da população, limitações
geográficas e preocupações ambientais.
No início do processo de construção, é crucial realizar um planejamento
minucioso, conforme destacado por Green et al. (2019), que deve levar em
consideração fatores como acessibilidade, regulamentações locais, estabilidade do
solo e requisitos de infraestrutura. Além disso, elementos arquitetônicos e
paisagísticos devem ser cuidadosamente planejados para criar um ambiente
respeitoso e acolhedor para as famílias enlutadas.
A engenharia civil desempenha um papel crítico, conforme evidenciado por
White e Brown (2020), na garantia da segurança e estabilidade dessas construções.
Deve-se calcular a capacidade de carga da estrutura, levando em consideração o
peso das sepulturas, as condições climáticas, incluindo vento e a possibilidade de
14

eventos sísmicos. A seleção de materiais de alvenaria de alta qualidade e a


implementação de técnicas construtivas apropriadas são imperativas para a
durabilidade da estrutura.
A organização das sepulturas em múltiplos níveis exige um projeto cuidadoso,
conforme apontado por Turner e Harris (2018), para assegurar que os nichos ou locais
de sepultamento acomodem caixões ou urnas funerárias de maneira segura e
respeitosa. A implementação de sistemas eficazes de identificação das sepulturas é
essencial para facilitar a localização dos entes queridos, como destacado por
Anderson (2019).
Além disso, é crucial destacar, conforme mencionado por Green et al. (2019),
que a consideração de questões ambientais e de sustentabilidade não deve ser
subestimada. A gestão apropriada de resíduos, a adoção de materiais de construção
sustentáveis e a minimização do impacto ambiental são aspectos fundamentais que
devem ser cuidadosamente ponderados. A integração de áreas verdes e espaços de
contemplação não só aprimora a estética, mas também contribui para a harmonia da
estrutura com o ambiente circundante, resultando em benefícios tanto estéticos
quanto ambientais.
A necessidade de garantir a conformidade com regulamentações e normas
locais, estaduais e federais. Essa abordagem abrange uma variedade de aspectos,
desde questões de zonamento até licenciamento, segurança estrutural e
regulamentações funerárias. A observância estrita desses parâmetros é essencial
para assegurar a legalidade e o adequado funcionamento dos cemitérios verticais de
alvenaria.
Os cemitérios verticais de alvenaria, como discutido de maneira abrangente na
literatura especializada, emergem como uma solução criativa e técnica. No entanto, é
crucial ressaltar que a implementação bem-sucedida desse conceito exige uma
cuidadosa consideração de diversos aspectos. Desde a seleção de materiais até a
integração de sistemas de drenagem, iluminação e ventilação, cada detalhe
desempenha um papel crítico na criação de um ambiente seguro, esteticamente
agradável e funcional para a operação desses espaços inovadores.
15

2.2 ESTRUTURAS PRE MOLDADAS

As estruturas pré-moldadas, definidas como "elementos estruturais fabricados


em ambientes controlados, afastados do local de construção" (Smith, 2018),
representam uma inovação crucial na engenharia civil. Em contrapartida aos "métodos
tradicionais, onde os componentes são moldados in situ", essas estruturas são "pré-
fabricadas e, posteriormente, transportadas e montadas no local de destino" (Jones
et al., 2019).
Diversos tipos de estruturas pré-moldadas contribuem para a versatilidade
dessa abordagem construtiva. Conforme indicado por um "estudo acadêmico em
engenharia" (Brown et al., 2020), "painéis de parede, comumente utilizados em
edifícios residenciais e comerciais, oferecem não apenas suporte estrutural, mas
também incorporam características como isolamento térmico e acústico". Além disso,
"vigas e lajes pré-moldadas simplificam a construção de pavimentos, garantindo
uniformidade e resistência" (Miller, 2021).
A aplicação de elementos pré-moldados para fundação, como estacas e blocos,
agiliza o processo de estabelecimento da base de uma construção, conforme
destacado por um "engenheiro especializado em fundações" (Garcia, 2019). Em
projetos de pontes, "a utilização de peças pré-moldadas, como vigas e segmentos de
tabuleiros, reduz significativamente o tempo necessário para a conclusão,
minimizando impactos ambientais" (Wang & Chen, 2022).
As vantagens dessa técnica construtiva são notáveis. Segundo um
"especialista em construção sustentável" (Green, 2020), a "redução do tempo de
construção, o controle mais eficaz da qualidade, a durabilidade aprimorada e a
minimização do desperdício de materiais" são "aspectos cruciais que contribuem para
a crescente adoção das estruturas pré-moldadas".
No entanto, não se pode ignorar os desafios inerentes a essa abordagem.
Conforme observado por "um especialista em logística de construção" (Logistics
Journal, 2018), "o planejamento preciso torna-se imperativo, e a logística eficiente
para o transporte desses elementos é crucial". Apesar do "investimento inicial
potencialmente mais elevado", os "benefícios a longo prazo sugerem que os desafios
podem ser superados com um planejamento cuidadoso e execução diligente"
(Economic Review, 2021).
16

As estruturas pré-moldadas representam "uma inovação fundamental na


engenharia civil, oferecendo uma resposta eficiente e sustentável aos desafios
contemporâneos da construção" (International Journal of Civil Engineering). A
"diversidade de elementos disponíveis e as vantagens oferecidas indicam que essa
abordagem continuará a desempenhar um papel significativo na construção do futuro"
(Construction Futures Research Institute). A utilização de materiais pré-moldados em
estruturas pequenas é uma prática construtiva que tem ganhado destaque devido às
suas vantagens em termos de eficiência, rapidez e sustentabilidade. Estruturas
pequenas, como casas, edifícios de pequeno porte, galpões e estruturas similares,
podem se beneficiar significativamente desse método construtivo.
Os materiais pré-moldados consistem em elementos de construção que são
fabricados em condições controladas, muitas vezes em instalações especializadas,
antes de serem transportados para o local de construção. Isso reduz o tempo de
construção e minimiza os atrasos devido a condições climáticas desfavoráveis,
tornando-se uma opção eficiente para estruturas pequenas, onde a agilidade na
construção é uma vantagem significativa.
Além disso, a utilização de materiais pré-moldados pode resultar em economia
de recursos e redução do desperdício de material, contribuindo para a
sustentabilidade ambiental. Isso ocorre porque o processo de fabricação pré-moldada
permite um controle mais preciso sobre a quantidade de material necessário,
reduzindo o desperdício no canteiro de obras. Também pode envolver o uso de
materiais sustentáveis, como concreto reciclado, contribuindo para a redução do
impacto ambiental.
Outra vantagem é a qualidade consistente dos elementos pré-moldados. Como
esses componentes são fabricados em ambientes controlados, eles tendem a ser
mais uniformes em termos de resistência e qualidade do que elementos moldados no
local. Isso resulta em uma estrutura mais confiável e durável, o que é particularmente
importante em estruturas pequenas, onde cada componente desempenha um papel
crucial na integridade da construção.
Além disso, a utilização de materiais pré-moldados em estruturas pequenas
pode proporcionar flexibilidade de design. Diversos elementos, como painéis de
parede, lajes e vigas pré-moldadas, podem ser personalizados para atender às
necessidades específicas do projeto, permitindo uma maior variedade de designs
arquitetônicos
17

Placas de aço com núcleo de EPS são eficientes na construção, combinando a


resistência do aço com o isolamento térmico do EPS, sendo leves, facilitando
transporte e instalação, reduzindo custos de mão de obra. Podem ser usadas em
diversas aplicações, proporcionando alta capacidade de carga. No entanto, requerem
consideração das necessidades específicas do projeto, como resistência ao fogo e
climáticas sendo ideais para a construção eficiente e econômica de estruturas
resistentes e bem isoladas termicamente.
O EPS é um material leve, isolante termicamente e acústico, amplamente
empregado em sistemas de construção com isolamento térmico, sendo
frequentemente usado em fachadas e telhados. A fixação adequada das chapas de
aço nessas estruturas é essencial para garantir a segurança, a estabilidade e a
eficácia do isolamento.

Figura 4 - Detalhamento Termotelhas ISOPLAST com EPS

Fonte: Catálogo Isoplast (2020).

As placas de aço, reconhecidas por sua robustez estrutural, durabilidade e


capacidade de suportar cargas substanciais devido ao uso do aço como componente
principal, desempenham um papel fundamental na estabilidade e segurança de
diversas estruturas. Esta característica torna-se especialmente relevante em
aplicações que demandam resistência a intempéries, como fachadas de edifícios ou
18

sistemas de coberturas, onde a placa de aço em conjunto com o EPS assume uma
posição crucial na salvaguarda da construção contra forças externas, como vento e
impactos.
A versatilidade das placas de aço com EPS manifesta-se na facilidade de
instalação e em sua adaptabilidade a uma variedade de projetos. Estas podem ser
personalizadas conforme as necessidades específicas, sendo cortadas e moldadas
para se ajustarem perfeitamente às dimensões desejadas, resultando em uma
economia significativa de tempo e recursos. Além disso, a leveza destas placas facilita
o manuseio e transporte, reduzindo o esforço necessário durante a execução da obra.
Outro atributo notável é a resistência a agentes ambientais adversos
proporcionada pelo EPS. Este material não é suscetível à umidade, não se deteriora
e é resistente a pragas, tornando-o uma escolha adequada para áreas onde a
exposição à água é uma preocupação, como fachadas próximas ao mar. Essa
característica não apenas contribui para a durabilidade do material, mas também para
a preservação da integridade estrutural ao longo do tempo.
Adicionalmente, as placas de aço com EPS oferecem benefícios tanto em
termos de eficiência construtiva quanto ambiental. Sua adaptabilidade a diferentes
contextos construtivos proporciona flexibilidade aos profissionais, permitindo soluções
personalizadas e eficazes. Ao mesmo tempo, a resistência a condições adversas e a
capacidade de personalização contribuem para a sustentabilidade, otimizando o
desempenho da construção e prolongando sua vida útil.
Em suma, as placas de aço com EPS não apenas representam uma solução
estrutural robusta e versátil, mas também incorporam benefícios práticos e
ambientais, destacando-se como uma escolha eficiente em diversas aplicações
construtivas. Sua combinação única de resistência, versatilidade e resistência a
fatores ambientais adversos assegura que essas placas desempenhem um papel
integral na construção contemporânea.

Figura 5- Encaixes placas de EPS

Fonte: Catálogo Isoplast (2020).


19

3. METODOLOGIA

Essa abordagem metodológica tem como objetivo a concepção de cemitérios


verticais que sejam não apenas eficientes e seguros, mas também esteticamente
agradáveis, tudo isso de maneira adaptada às demandas específicas de ambientes
urbanos. A consideração de um baixo custo torna-se um elemento crucial para a
viabilidade e sucesso da elaboração desse projeto inovador. A execução deste
empreendimento envolveu uma série de levantamentos, sendo esse processo
subdividido em quatro etapas distintas, detalhadas a seguir.

3.1 ESCOLHA DO FORNECEDOR

O material empregado nesse projeto foi adquirido da empresa ISOPLAST, cuja


escolha se deve à proximidade geográfica com o cemitério Memorial Fortaleza. Esse
cemitério é a instituição que sediará a implementação da produção de novas urnas,
as quais serão confeccionadas a partir de materiais pré-moldados, constituindo a base
fundamental para a concretização bem-sucedida desse empreendimento inovador.
Essa seleção estratégica da fornecedora, além de ser influenciada pela proximidade
logística, também leva em consideração a expertise e a qualidade dos materiais
disponibilizados pela ISOPLAST, fatores cruciais para o êxito e a durabilidade das
urnas no contexto desse projeto específico.

Figura 6 - Distância entre fornecedor e obra

Fonte: GoogleMaps (2023)


20

3.2 ESCOLHA DO TIPO DE MATERIAL PRÉ-MOLDADO

A Escolha dos materiais de construção pré-fabricados é de extrema


importância, pois nesses projetos buscamos a otimização redução de custo materiais
que gerem menor impacto ambiental e que tenha uma alta durabilidade e menor
manutenção.
Conforme o observado por Weimer (2018) estruturas de concreto, embora se
caracterizem por sua notável ductilidade e longevidade, podem, ao longo do tempo,
desenvolver fissuras de dimensões reduzidas, exigindo uma consideração mais
aprofundada em relação aos gases decorrentes da decomposição de urnas que
estejam hermeticamente seladas.
O material escolhido foram as Termotelhas ISOPLAST com EPS, fabricada
através de um processo de laminação contínua sob alta pressão, onde o núcleo de
EPS (isopor) é laminado junto com as chapas de aço (pré-pintado ou galvalume)
através da injeção de um composto especial bi-componente de poliuretano.
Tal processo de laminação garante a perfeita aderência do EPS ao metal,
evitando totalmente a possibilidade de futuros escoamentos ou bolsões de ar.
Tal material foi escolhido devido a sua possibilidade de solicitar uma placa lisa
de ambos os lados, trazendo maior facilidade e praticidade na sua montagem.

Figura 7 - Especificação do material

Fonte: Catálogo Isoplast (2020).


21

Gráfico 1 - Especificação do material

Fonte: Catálogo Isoplast (2020)

O Galvalume, uma inovação na indústria do aço, é um revestimento que


combina o alumínio (Al) e o zinco (Zn) para proteger o aço contra a corrosão. As
chapas de Galvalume, feitas com esse revestimento, se destacam como um material
de construção versátil e durável.

Tabela 1 - Tabela de distribuição de cargas

Fonte: Catálogo Isoplast (2020).


22

Tabela 2- Tabela de Materiais de Fixação

Fonte: Catálogo Isoplast (2020).

Materiais de fixação de chapas de aço com EPS (Poliestireno Expandido) são


componentes utilizados na construção e na indústria para unir chapas de aço a
estruturas que contêm painéis de EPS.
Os materiais de fixação incluem parafusos, porcas, arruelas, rebites e outros
dispositivos que prendem as chapas de aço ao EPS ou à estrutura subjacente. Eles
devem ser escolhidos com cuidado, considerando fatores como a resistência à
corrosão, a capacidade de suportar cargas de vento e outros esforços, bem como a
compatibilidade com o material isolante. A seleção adequada de materiais de fixação
garante que as chapas de aço permaneçam seguras, evitando possíveis danos ao
sistema e a perda de eficiência do isolamento térmico.
A utilização de materiais de fixação de qualidade é fundamental para assegurar
a integridade das estruturas e manter o desempenho da placa. Portanto, é importante
considerar as especificações técnicas e recomendações do fabricante, bem como o
ambiente de exposição das estruturas, ao escolher os materiais de fixação adequados
para garantir uma construção segura e eficiente.

3.3 NORMATIVA PADRÃO

As normativas vigentes de zoneamento para a instalação de cemitérios


desempenham um papel fundamental na regulamentação do uso do solo, visando a
23

gestão adequada das áreas destinadas a sepultamentos. Essas normativas variam de


acordo com a legislação de cada região do país, mas compartilham princípios
semelhantes para controlar a localização e operação dessas instalações das
atividades potencialmente poluidoras.
O zoneamento de uso de solo é um aspecto central das normativas de
zoneamento designam zonas específicas nas quais os cemitérios são permitidos.
Geralmente, essas áreas são destinadas a uso institucional, religioso ou funerário.
Isso é feito para garantir que os cemitérios estejam localizados em áreas apropriadas,
alinhadas com o planejamento urbano e longe de zonas sensíveis, como áreas
residenciais.
Devido à escassa presença de cemitérios verticais no país, as normativas,
exemplificadas pela RESOLUÇÃO CONAMA nº 335 de 2003, orientam os cemitérios
de maneira generalizada, sem distinções específicas entre verticais e tradicionais. Em
decorrência dessa lacuna normativa, a distância mínima entre cemitérios e áreas
residenciais assume uma relevância considerável. As regulamentações, em sua
maioria, estabelecem limites para a proximidade entre esses locais e habitações,
visando prevenir possíveis conflitos com a qualidade de vida dos residentes.
Essa medida é concebida para atenuar potenciais impactos negativos,
abrangendo aspectos como desconforto visual, sonoro e ambiental. A consideração
específica da proximidade entre cemitérios e áreas residenciais revela-se uma
abordagem proativa para mitigar potenciais incômodos percebidos pelos moradores
locais. Em consonância com o princípio de harmonização entre espaços urbanos
diversos, essas normativas buscam assegurar um convívio equilibrado, no qual a
presença de cemitérios não deteriore a qualidade de vida da população circundante.

3.4 MONTAGEM DAS PLACAS

A instalação de painéis de aço em conjunto com o uso do Poliestireno


Expandido (EPS) nos cemitérios é um procedimento técnico meticuloso que requer
atenção minuciosa para estabelecer uma infraestrutura robusta e resistente, destinada
a abrigar cada urna funerária. Esse método adota uma abordagem conduzida por
rigorosos critérios de engenharia, alinhados às regulamentações locais, com o intuito
de assegurar não apenas eficiência operacional, mas também sustentabilidade e
segurança a longo prazo.
24

A cuidadosa montagem dessas chapas de aço associadas ao Poliestireno


Expandido não é apenas um processo construtivo, mas uma prática que reflete a
sensibilidade para com o significado e a dignidade do local, reconhecendo a
importância desse espaço como um local de descanso final para entes queridos. Cada
urna, ao ser acomodada nesse sistema estruturado, beneficia-se da solidez resultante
da combinação entre os materiais escolhidos e a precisão técnica aplicada durante a
instalação.
Para melhor execução da montagem de acordo com Alves (2015), a precisão
no corte das chapas de EPS é fundamental para garantir que se ajustem perfeitamente
às dimensões específicas das urnas de cemitério. A uniformidade e a exatidão das
medidas desempenham um papel crucial em assegurar que as urnas encaixem de
maneira adequada, otimizando o espaço disponível e garantindo a eficácia do sistema
construído.

Figura 8 - Detalhamento de montagem transversal

Fonte: Catálogo Isoplast (2020).


25

Figura 9- Detalhamento de montagem Longitudinal

Fonte: Catálogo Isoplast (2020).

O corte preciso das chapas de EPS é realizado com o uso de equipamentos


especializados, como máquinas de corte a laser ou máquinas CNC (Controle
Numérico Computadorizado). Essas tecnologias permitem um alto grau de precisão,
garantindo que as dimensões das placas sejam exatamente as especificadas no
projeto, evitando assim qualquer desalinhamento ou lacunas indesejadas.
Além da precisão no corte, é importante considerar a qualidade do material EPS
em si, que deve ser homogêneo e consistente para garantir que as propriedades
isolantes do material sejam mantidas. As tolerâncias dimensionais devem ser
rigorosamente controladas durante todo o processo de produção, do fabricante ao
local de instalação, para garantir que as dimensões das placas de EPS sejam
mantidas dentro dos padrões especificados.
A importância da precisão no corte das chapas de EPS não se limita apenas à
estética do sistema, mas também afeta o desempenho do isolamento geral do
material. A inadequação nas dimensões das placas pode resultar em lacunas que
comprometem a eficácia do isolamento, tornando essencial a garantia de tamanhos
perfeitos para se obter o melhor desempenho do sistema. Portanto, o corte preciso
das chapas de EPS é um fator técnico crítico na construção de urnas de cemitério,
com implicações não apenas na estética, mas também na funcionalidade e eficiência
do projeto como um todo.
26

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesta seção, procederemos à exposição e análise dos resultados obtidos


durante o período de 40 dias em cada fase do experimento. Como referência, a
pesquisa de Vilatec (2015) forneceu um sólido embasamento para este estudo. O
autor destacou que elementos pré-moldados, além de conferirem maior praticidade e
reduzirem as possibilidades de ocorrência de patologias estruturais, também
contribuem para a redução do peso total da edificação. Além disso, demonstram
melhor eficiência na isolação de odores e vetores, sendo particularmente relevantes
para ambientes de interesse público, como cemitérios.
Adicionalmente, a montagem pré-fabricada de tais elementos possibilita uma
maior flexibilidade no manuseio do local, sem que isso acarrete em perda de materiais,
o que é vantajoso tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.

4.1 CHEGADA DO MATERIAL

A construção de um cemitério vertical é um desafio técnico que demanda


cuidados minuciosos em todas as etapas do processo. A escolha e aquisição de
materiais desempenham um papel crucial nesse contexto como as chapas de aço com
EPS feitas sob medida se destacam como uma solução inovadora e estratégica para
esse tipo de projeto.
Na fase inicial da aquisição das chapas de aço com EPS, confrontou-se o
desafio de executar cortes precisos para atender às necessidades do projeto.
Segundo Alves (2015), a opção por cortes manuais seria inadequada, uma vez
que apresentaria o risco de comprometer a integridade do material. Nesse contexto,
foi estabelecido contato direto com o fabricante, solicitando que as placas fossem
fornecidas com medidas específicas, alinhadas às exigências do projeto. Vale
ressaltar que cemitérios verticais, devido à sua natureza vertical e alta densidade,
demandam soluções personalizadas e a aquisição de chapas sob medida não apenas
atendem a esses requisitos, mas também elimina a necessidade de ajustes
complexos no local de instalação, resultando em economia de tempo e recursos
significativos.
27

Além disso, a aquisição de chapas sob medida proporciona eficiência no uso


de material. Isso é particularmente importante em um cemitério vertical, onde o espaço
é valioso e cada centímetro conta. O corte preciso das chapas de aço minimiza o
desperdício de material, garantindo que cada peça se encaixe perfeitamente no
projeto. Isso não apenas economiza recursos, mas também contribui para a
sustentabilidade do empreendimento, reduzindo resíduos de construção.
Ao adquirir chapas de aço com EPS feitas sob medida, é fundamental colaborar
com fabricantes e fornecedores especializados que compreendam as necessidades
técnicas específicas do projeto. A parceria com profissionais experientes é essencial
para garantir que o material entregue esteja em conformidade com as normas de
qualidade e as especificações do projeto.

Figura 10 - Chapas de Aço com EPS

Fonte: O AUTOR

4.2 INSTALAÇÃO E MONTAGEM.

A montagem dos painéis de aço com EPS revelou-se uma tarefa


surpreendentemente simples, graças à estrita aderência aos passos recomendados
pelo fabricante. A precisão das instruções fornecidas simplificou significativamente o
processo de instalação, garantindo que as peças se encaixassem perfeitamente e que
28

o isolamento térmico e acústico fosse eficaz. Esse exemplo destaca como, mesmo
em projetos técnicos, a orientação adequada pode tornar a execução de tarefas
complexas mais acessível e eficiente.

4.2.1 Montagem Passo a Passo das Placas de Aço com EPS

A montagem de placas de aço com EPS (Poliestireno Expandido) é um de fácil


entendimento respeitando sempre os procedimentos técnico legais e as
recomendações do fabricante assim, que foi seguido passo a passo desse processo
técnico, destacando sua importância na construção das urnas do cemitério vertical.

4.2.1.1 Preparação do Local

O primeiro passo na montagem das placas de aço com EPS é a preparação do


local. Isso envolve a limpeza da área onde as placas serão instaladas e a verificação
da superfície para garantir que esteja plana, limpa e livre de detritos. A superfície
preparada oferece a base sólida necessária para a instalação das placas.

Figura 11 - Local de preparação das placas.

Fonte: O AUTOR
29

4.2.1.2 Seleção das Placas de Aço com EPS

A seleção das placas de aço com EPS é uma etapa crítica. As placas devem
ser escolhidas com base nas especificações do projeto, levando em consideração as
dimensões, espessura e densidade do EPS. A escolha correta garante que o sistema
de isolamento seja eficiente e atenda às necessidades do edifício.

4.2.1.3 Fixação das Placas de Aço com EPS

Uma vez que as placas são selecionadas, elas são fixadas na superfície
preparada. Isso pode ser feito usando adesivos apropriados ou fixações mecânicas,
dependendo das especificações do projeto e das condições locais. A fixação
adequada garante que as placas permaneçam seguras e estáveis.

Figura 12 - Fixação Lateral Placas de Aço com EPS

Fonte: O AUTOR
30

4.2.1.4 Encaixe Preciso

Durante a montagem, é essencial garantir o encaixe preciso das placas de aço


com EPS. Isso significa que as placas devem ser instaladas de forma a cobrir toda a
superfície, evitando lacunas ou sobreposições desnecessárias. Um encaixe perfeito é
fundamental para manter a eficácia do isolamento.

Figura 13 - Placas encaixadas com pré-tratamento interno.

Fonte: O AUTOR

4.2.1.5 Proteção Externa

Após a instalação das placas de aço com EPS, é comum aplicar uma camada
de revestimento protetor. Isso serve para proteger o sistema contra os elementos,
como chuva e vento, e também para melhorar a estética do edifício. O tipo de
revestimento pode variar de acordo com as preferências do projeto.
31

4.2.1.6 Finalização e Inspeção

Uma vez que o sistema de placas de aço com EPS está instalado, é realizada
uma inspeção minuciosa para verificar a qualidade da montagem. Qualquer ajuste
necessário é feito nesse estágio, e quaisquer lacunas ou defeitos são corrigidos. A
finalização do processo garante que o sistema de isolamento esteja funcionando
conforme o planejado.
A montagem passo a passo das placas de aço com EPS é um procedimento
técnico essencial na construção e sua precisão e a atenção aos detalhes em cada
etapa são fundamentais para garantir a eficácia do sistema e a qualidade da
construção.

Figura 14- Acabamento Urnas

Fonte: O AUTOR
32

5. CONCLUSÃO

De forma abrangente, a implementação de placas de aço com isolamento de


EPS na construção de cemitérios verticais se configura como uma solução
manifestamente benéfica e inovadora. Essa estratégia técnica oferece uma
diversidade de vantagens substanciais, que vão desde a eficiente otimização do
espaço e a significativa redução de desperdícios de materiais até a aprimoração dos
possíveis manejos dentro da estrutura, culminando na criação de ambientes serenos
e respeitosos. Além disso, é crucial destacar que a durabilidade intrínseca dessas
estruturas e a economia de custos associada à manutenção a longo prazo solidificam
a viabilidade financeira e a sustentabilidade ambiental dessa prática inovadora.
De maneira concisa, o emprego de placas de aço com EPS na construção de
cemitérios verticais representa, portanto, um avanço notável e abrangente. Essa
abordagem harmoniza respeito pela memória dos entes queridos, eficiência na
utilização do espaço, sustentabilidade ambiental e qualidade na infraestrutura,
atendendo de maneira integral e proativa às necessidades específicas das
comunidades. Em última análise, essa integração de tecnologias e práticas
inovadoras promete transformar a concepção tradicional de cemitérios,
proporcionando soluções mais eficazes, respeitosas e ambientalmente conscientes
para as futuras demandas das sociedades contemporâneas.
33

6.REFERÊNCIAS

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Universidade Católica de Brasília.

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