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CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER DOS REIS

ĂNIMA EDUCAÇÃO
Luis Carlos Vortmann Bueno

ANÁLISE COMPARATIVA DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS CONVENCIONAL E


COM POLIESTIRENO EXPANDIDO EPS

CANOAS
2023
Luis Carlos Vortmann Bueno

ANÁLISE COMPARATIVA DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS CONVENCIONAL E


COM POLIESTIRENO EXPANDIDO EPS

Trabalho de conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Graduação em (Bacharel em
Engenharia Civil) do Centro Universitário
Uniritter, como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel.

Orientador: Me. Prof. Diego Marisco Perez

CANOAS
2023
Luis Carlos Vortmann Bueno

ANÁLISE COMPARATIVA DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS CONVENCIONAL E


COM POLIESTIRENO EXPANDIDO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil e aprovado em
sua forma final pelo Curso de Engenharia
Civil do Centro Universitário Ritter dos Reis.

CANOAS, RS, 07 de JULHO de 2023.

Orientador: Orientador: Me. Prof. Diego Marisco Perez


Este trabalho foi um sonho, se tornou
possível, em certo momento se iniciou, hoje
apesar da incredulidade esta concluído.
Mas isso tudo só conquistei graças a um ser
humano que me completa, me faz evoluir,
me tira da zona de conforto, que me faz
viver. Obrigado meu amor, você é a
essência do homem que sou hoje, você é o
âmago da minha envergadura, você é a
razão das minhas conquistas, Joice
Cristiane da silva, te amo e sem a tua
presença nada disso seria possível.
AGRADECIMENTOS

Para mim foi um longo percurso e muitas pessoa me auxiliaram nesta


jornada, não tenho ninguém em especial a agradecer, mas do fundo do coração vou
lembrar de cada colega que tive o prazer de compartilhar este período da minha viga.
Aos professores é claro que não posso esquecer, mas alguns agraço mais que os
outros, apesar da brincadeira obrigado a todos. Mas nesta reta final preciso falar para
o meu orientador Diego M. Perez, obrigado parceiro, pela disponibilidade, pelas
conversas e orientações.
Mas não posso deixar de ser agradecido ao cara que não desistiu, que aos
trancos e barrancos em alguns momentos perseverou, que buscou um sonho, que
trabalhou duro, perdeu finais de semana e conseguiu chegar ao final desta odisseia.
Ou seja, obriga ao eu do passado, sim obrigo, pois consegui, conquistei e preciso
fazer mais vezes este tipo de agradecimento, sendo assim, o meu muito, muito
obrigado Luis Bueno.
RESUMO

O objetivo deste estudo é comparar o sistema convencional de construção, com


estrutura de concreto e vedações de alvenaria, com o sistema monolítico em EPS.
Essa comparação visa atender à demanda crescente por tecnologias e materiais mais
eficientes na construção civil. Por meio de uma revisão bibliográfica, foram analisados
o processo construtivo e as propriedades de cada sistema, levando em consideração
critérios importantes para consumidores e profissionais do setor. Com base nos dados
levantados, conclui-se que o sistema monolítico em EPS é mais vantajoso em relação
ao convencional. Ele apresenta benefícios como menor custo, maior produtividade,
conforto térmico e redução de desperdício. Essas vantagens tornam o sistema uma
opção viável, faltando apenas a sua popularização entre consumidores e construtores.
Em termos de custo, o sistema monolítico em EPS se mostra economicamente mais
atrativo. Ele gera redução nos gastos totais, incluindo mão de obra e materiais, em
comparação ao sistema convencional. Além disso, sua utilização resulta em maior
produtividade e agilidade no processo de construção. Outra vantagem é o conforto
térmico proporcionado pelo sistema monolítico em EPS. Sua estrutura isolante regula
a temperatura interna dos ambientes, reduzindo a necessidade de sistemas de
climatização e proporcionando maior bem-estar aos ocupantes. O sistema monolítico
em EPS também se destaca pela redução de desperdício de materiais. Sua fabricação
pré-fabricada e encaixe preciso resultam em menor quantidade de resíduos,
contribuindo para uma construção mais sustentável. Essas vantagens evidenciam a
viabilidade do sistema monolítico em EPS. No entanto, é necessário promover sua
popularização junto aos consumidores e construtores. A conscientização sobre os
benefícios desse sistema é essencial para sua aceitação e adoção em larga escala,
impulsionando a inovação na construção civil.

Palavras-chave: EPS. Poliestireno expandido. Alvenaria convencional. Método


Construtivo.
ABSTRACT

The aim of this study is to compare the conventional construction system, with concrete
structure and masonry partitions, to the monolithic EPS system. This comparison aims
to meet the growing demand for more efficient technologies and materials in the
construction industry. Through a literature review, the construction process and
properties of each system were analyzed, considering important criteria for consumers
and industry professionals. Based on the gathered data, it can be concluded that the
monolithic EPS system is more advantageous compared to the conventional system.
It offers benefits such as lower cost, increased productivity, thermal comfort, and waste
reduction. These advantages make the system a viable option, with the only missing
element being its popularization among consumers and builders. In terms of cost, the
monolithic EPS system proves to be economically more attractive. It leads to a
reduction in overall expenses, including labor and materials, compared to the
conventional system. Additionally, its utilization results in greater productivity and
efficiency in the construction process. Another advantage is the thermal comfort
provided by the monolithic EPS system. Its insulating structure regulates the internal
temperature of the spaces, reducing the need for climate control systems and providing
enhanced comfort for occupants. The monolithic EPS system also stands out for its
waste reduction capabilities. Its prefabricated manufacturing and precise fitting result
in a lower amount of waste, contributing to a more sustainable construction approach.
These advantages demonstrate the feasibility of the monolithic EPS system. However,
it is necessary to promote its popularization among consumers and builders. Raising
awareness about the benefits of this system is crucial for its acceptance and
widespread adoption, driving innovation in the construction industry.

Keywords: EPS. Expanded Polystyrene. Conventional Masonry. Construction Method.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Sistema de alvenaria convencional. .................................................................. 18


Figura 2: Forma de concreto armado. ................................................................................ 19
Figura 3: Fundação direta. ................................................................................................... 20
Figura 4: Tipos de fundações diretas. ................................................................................ 21
Figura 5: Tipos de Vigas ....................................................................................................... 22
Figura 6: Pilar. ........................................................................................................................ 23
Figura 7: Montagem de alvenaria. ...................................................................................... 24
Figura 8: Cobertura de Madeira. ......................................................................................... 26
Figura 9: Comparativo de esferas EPS, antes e depois da expansão. ........................ 29
Figura 10: Pantógrafo. .......................................................................................................... 31
Figura 11: Estrutura bloco de EPS ..................................................................................... 32
Figura 12: Travamento das paredes. ................................................................................. 33
Figura 13: Malhas de aço e os conectores horizontais entre as 2 malhas. ................. 36
Figura 14: Tipos de reforços. ............................................................................................... 37
Figura 15: (a) Reforço em L e (b) Armadura de reforço em L. ....................................... 37
Figura 16: (a) Reforço em U e (b) Armadura de reforço em U. ..................................... 38
Figura 17: (a) Reforço tipo "liso" e (b) Armadura de reforço tipo "liso". ........................ 38
Figura 18: Marcação para passagem de tubulação em EPS. ........................................ 39
Figura 19: Instalações hidráulicas e elétricas aplicadas no painel EPS. ...................... 40
Figura 20: Aplicação de argamassa por equipamento pneumático de projeção. ....... 42
Figura 21: Painel Simples. ................................................................................................... 43
Figura 22: Painel Laje. .......................................................................................................... 44
Figura 23: Painel Escada. .................................................................................................... 45
Figura 24: Painel Simples. ................................................................................................... 46
Figura 25: Painel Simples. ................................................................................................... 47
Figura 26: Layout da residência. ......................................................................................... 53
Figura 27: Planta baixa da residência. ............................................................................... 57
Figura 30: Parede de alvenaria utilizada. .......................................................................... 75
Figura 31: Armazenamento dos painéis. ........................................................................... 77
Figura 32: Fácil manuseio dos painéis. .............................................................................. 79
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Modelos de EPS. ................................................................................................. 31


Tabela 2: Área dos ambientes da residência. ................................................................... 54
Tabela 3: Custos para construção em alvenaria convencional...................................... 54
Tabela 4: Custos para construção em painéis de EPS. .................................................. 55
Tabela 5: Valor final da obra ................................................................................................ 56
Tabela 6: Valores entre sistemas construtivos. ................................................................ 58
Tabela 7: Valores de investimento ...................................................................................... 59
Tabela 8: Orçamento em EPS. ............................................................................................ 61
Tabela 9: Orçamento em concreto armado. ...................................................................... 61
Tabela 10: Custo por etapa construtiva. ............................................................................ 62
Tabela 11: Custo da obra ..................................................................................................... 66
Tabela 12: Comparativo Sobrado 233 m².......................................................................... 68
Tabela 13: Comparativo Sobrado 252 m².......................................................................... 68
Tabela 14: Comparativo entre espessuras de paredes de blocos cerâmicos e painéis
de EPS para uma mesma transmitância térmica. ............................................................ 74
Tabela 15: Comparativo de Valor ....................................................................................... 81
Tabela 16: Comparativo entre sistemas. ........................................................................... 86
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Método convencional e monolítico. .................................................................. 58


Gráfico 2: Investimento em EPS. ........................................................................................ 63
Gráfico 3: Investimento em Alvenaria Convencional. ...................................................... 64
Gráfico 4: Comparativo entre valor global. ........................................................................ 80
Gráfico 5: Valor da mão de obra. ........................................................................................ 80
Gráfico 6: Custo dos insumos.............................................................................................. 81
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA............................................................................ 14

1.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ....................................................................... 14

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................... 15

1.3.1 Objetivo geral .......................................................................................... 15

1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................. 15

1.4 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 15

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................ 17

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 18

2.1 ALVENARIA CONVENCIONAL ....................................................................... 18

2.1.1 Fundações Diretas .................................................................................. 20

2.1.2 Vigas......................................................................................................... 21

2.1.3 Pilares ...................................................................................................... 22

2.1.4 Alvenaria de Vedações ........................................................................... 23

2.1.5 Cobertura ................................................................................................. 25

2.2 SISTEMA CONSTRUTIVO COM EPS............................................................. 26

2.2.1 História ..................................................................................................... 27

2.2.2 Definições dos Painéis ........................................................................... 28

2.2.3 Aspectos do Sistema .............................................................................. 32

2.2.4 Conceito Estrutural ................................................................................. 34

2.2.5 Malhas de Aço ......................................................................................... 35

2.2.6 Instalações ............................................................................................... 38

2.2.7 Argamassa e Revestimento ................................................................... 41

2.2.8 Tipos de painel ........................................................................................ 43

2.2.8.1 Painel Simples .................................................................................... 43

2.2.8.2 Painel Laje .......................................................................................... 44


2.2.8.3 Painel Escada ..................................................................................... 44

2.2.8.4 Painel Patamar ................................................................................... 45

2.2.8.5 Painel Curvo ....................................................................................... 46

2.3 CUSTOS .......................................................................................................... 47

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 49

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA............................................................... 49

3.2 COLETA DE DADOS ....................................................................................... 50

4. RESULTADO ........................................................................................................ 52

4.1 TRABALHOS ANALISADOS COM FOCO EM CUSTOS ................................ 52

4.1.1 Análise monografia 1 .............................................................................. 53

4.1.1.1 Aspectos relevantes da monografia 1 ................................................. 55

4.1.2 Análise monografia 2 .............................................................................. 56

4.1.2.1 Aspectos relevantes da monografia 2 ................................................. 59

4.1.3 Análise monografia 3 .............................................................................. 60

4.1.3.1 Aspectos relevantes da monografia 3 ................................................. 64

4.2 TRABALHOS COM ABORDAGEM EM TEMPO DE EXECUÇÃO DA OBRA . 66

4.2.1 Análise do trabalho 1 .............................................................................. 66

4.2.2 Análise do trabalho 2 .............................................................................. 68

4.2.3 Análise do trabalho 3 .............................................................................. 69

4.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS ENTRE OS MÉTODOS CONSTRUTIVOS


............................................................................................................................... 70

4.3.1 Resistência Mecânica ............................................................................. 72

4.3.2 Segurança ao fogo .................................................................................. 73

4.3.3 Isolamento Térmico ................................................................................ 74

4.3.4 Isolamento acústico ................................................................................ 76

4.3.5 Armazenamento e Transporte ................................................................ 76

4.3.6 Peso próprio ............................................................................................ 77


4.3.7 Produtividade e mão de obra ................................................................. 78

4.3.8 Preço ........................................................................................................ 80

4.3.9 Durabilidade ............................................................................................ 81

4.3.10 Estanqueidade ....................................................................................... 82

4.3.11 Execução das instalações complementares ...................................... 82

4.3.12 Mercado e aceitação ............................................................................. 83

4.3.13 Limitações ............................................................................................. 84

4.3.14 Desperdício e sustentabilidade............................................................ 84

4.3.15 Análise dos tópicos das propriedades ................................................ 85

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 87

5.1 RECOMENDAÇÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ...................................... 90

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 91
13

1 INTRODUÇÃO

Segundo Drumont (2021), o déficit habitacional do Brasil é de 5,8 milhões de


moradias. O que contribuiu para esta carência segundo Azevedo (2018), foi a forma
tradicional de construção de residências composto por blocos cerâmicos, concreto
armado e alvenaria. Com essa perspectiva percebesse ser importante mudar este
tradicionalismo, com novos processos que incentivem a qualidade de mão de obra.
Que tragam melhor qualidade no produto, que diversifiquem o sistema de construção
e alterem o processo do canteiro de obra.
Sendo assim, Azevedo (2018), salienta que essas mudanças são vantagens
proveniente do incentivo a novas tecnologias, que podem tornar a construção mais
barata, ecológica e rápida. O termo déficit habitacional, é empregado para apurar o
quantitativo de famílias vivem em moradias precárias. As pessoas de baixa renda,
com dificuldade de pagar aluguel e com domicílios improvisados se enquadram neste
critério. Portanto, é neste cenário de milhões de pessoas no Brasil sem moradia, que
novos processos de construção habitacionais como a que utiliza poliestireno
expandido (EPS), podem contribuir para diminuir este déficit.
Fuhr (2017), salienta que o EPS pode ser empregado com diversos materiais
da construção civil, tais como, gesso, cimento, água e cal. O painel monolítico
apresenta uma densidade baixa, que fica entre 9 e 40 kg/m³, já compressão alterna
entre 70 à 140 kPa. Fazendo com que o material tenha um baixo peso, tornando-o um
bom isolante térmico e fazendo com que fique com uma baixa absorção de umidade.
Novais et al. (2015), utilizou placas de EPS com 7 cm de espessura e densidade
14,0 kg/m³ em uma construção e obteve uma redução de 7 °C no verão, quando
comparado a uma construção tradicional, uma redução de temperatura significante
para uma residência popular.
Já Chen e Hao (2015), salienta que o painel de EPS é difundido como sendo
econômica, ambientalmente sustentável e de fácil manuseio na indústria de
construção civil. Sendo assim, faz com que este material seja uma alternativa ao
sistema convencional, pois deixa a obra com menos resíduos, reduz seu peso com
uma execução mais rápida.
Portanto, hoje a forma de construção habitacional de casas populares
praticadas não supre a necessidade de classes mais baixa da sociedade. Sendo
14

assim, o presente trabalho tem por objetivo abordar outro método construtivo, o EPS,
para auxiliar na demanda habitacional existem hoje no Brasil. Será demonstrado o
uso do sistema construtivo formado por vedações constituídas pela projeção de
argamassa sobre painéis de poliestireno reforçado com telas de aço eletro soldadas.
Para demonstrar as diferenças nas construções se realizará uma análise
comparativa de custos e processos, abordando para tal artigos, livros, revistas
científicas, internet, dissertações e teses. Logo, o presente trabalho planeja contribuir
para disseminação desta técnica que é mais fácil de se aplicar e tem um tempo de
execução menor se comparado ao método tradicional de construção que é o mais
empregado no país.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

No Brasil há um déficit habitacional de 5,8 milhões de moradia e uma causa


desse número é o método tradicional de construção civil, ao ser a forma de construção
mais empregada, estudada e difundida no país. Sendo assim, se faz necessário que
novas práticas e tecnologias com custos menores e com menos tempo de execução
sejam analisadas para corroborar na diminuição desta carência de habitações. Logo,
uma prática que atua neste sentido é a construção com EPS, que traz um modelo de
casa residencial alternativa ao processo convencional mais empegado no país.
O método tradicional de construção é basicamente composto por concreto
armado e alvenaria de blocos cerâmicos. Já o EPS é formado por vedações
constituídas pela projeção de argamassa sobre painéis de poliestireno reforçado com
telas de aço eletro soldadas. Sendo duas veias de construção o que deve ser
respondido é:
Como são desenvolvidos os dois modos de construtivos para construção de
casas familiares e qual é o mais vantajoso?

1.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

Esta pesquisa se delimitará a verificar as características do processo


construtivo com EPS e averiguar os custos de uma obra residencial unifamiliar no
15

método convencional (alvenaria e concreto armado) e a técnica de construção com


EPS.

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

Os objetivos do presente trabalho foram divididos em objetivo geral e objetivos


específicos, os quais são apresentados a seguir.

1.3.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho é fazer uma análise comparativa entre o sistema
construtivo convencional e com EPS.

1.3.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:


• Comparar o tempo de execução e o método entre os sistemas construtivo
convencional e com EPS;
• Comparar os custos de obras entre o método tradicional de construção e o
método utilizando EPS;
• Explorar as vantagens e limitações de cada um dos métodos construtivos;

1.4 JUSTIFICATIVA

Com o crescimento populacional e os avanços das tecnologias, a indústria e


mercado da construção civil tem buscado métodos mais eficientes de construção
visando aumentar a produtividade e diminuir o desperdício. É neste sentido que o
desenvolvimento do processo construtivo de painéis monolíticos agregará valor para
empresas do ramo de construção civil.
O método de construção com EPS é uma técnica de construção que traz
inúmeras vantagens ao processo construtivo. Essa metodologia auxilia na
16

sustentabilidade, tem uma boa resistência, seu manuseio é fácil, o processo tem
rápida absorção dos métodos construtivos pelos operários na construção civil, é mais
eficiente se tratando de economia, o tempo de construção é menor e reduz o
desperdício de material. Essas vantagens citadas, faz com que essa técnica de
trabalho seja uma alternativa para o processo de construção convencional mais
aplicado hoje no país (FÜHR, 2017).
Para o meio empresarial existe vantagens em trabalhar com o método que
utiliza EPS, ao existir redução o tempo construtivo, o processo é mais limpo com
menos resíduos e sua técnica de implementação é relativamente fácil. Pois, existindo
benefícios para a construção com EPS e tendo demanda habitacional existente hoje
no Brasil, o sistema construtivo com EPS se torna uma vantagem competitiva para
empresas do setor. Pois, é mais rápido, menos poluente e com qualidade igual ou
superior ao sistema em alvenaria e concreto armado que é amplamente difundido no
país. Segundo Brummer e Prudêncio (2020), em uma construção residencial de dois
pavimentos a economia no custo total de abra chegam 28% utilizando o EPS ao invés
da alvenaria convencional.
No meio acadêmico, o método construtivo mais difundido no Brasil é o
convencional, devido ao tradicionalismo do sistema, sendo composto de alvenaria,
concreto armado e bloco cerâmico. Logo, com a perpetuação deste modo de
construção o reflexo é percebido diretamente no setor de construção civil, que
apresenta historicamente uma evolução tecnológica lenta, quando comparado a
outros setores industriais, com ênfase na racionalização de processos e materiais
(Silva, 2003).
Para combater este cenário Araújo (2009), argumenta que a mão de obra
recebendo maior qualificação, gera mais qualidade e produtividade ao setor, muda os
processos de trabalho no canteiro de obra e altera o sistema de construção. Fazendo
com que estas vantagens sejam oriundas de novas tecnologias racionais de
construção. Dessa forma, para o meio acadêmico este trabalho ampliará o
conhecimento de uma nova técnica de construção e contribuir para disseminação do
sistema construtivo formado por vedações constituídas pela projeção de argamassa
sobre painéis de poliestireno reforçado com telas de aço eletro soldadas, que por
tratar-se de um método promissor, se introduzido em larga escala tende a agregar
valor ao setor da construção civil.
17

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está estruturado em cinco capítulos. O primeiro capítulo aborda


a introdução, apresentando o problema de pesquisa, a delimitação do estudo, os
objetivos e a justificativa. No segundo capítulo, é realizada uma revisão bibliográfica
sobre alvenaria convencional, sistema construtivo com EPS e custos. O terceiro
capítulo descreve os procedimentos metodológicos, incluindo a caracterização da
pesquisa e a coleta de dados.
O quarto capítulo analisa o investimento nos dois modelos construtivos, com o
primeiro tópico abordando os estudos comparativos de custos entre o sistema de
alvenaria tradicional e o sistema de painéis de EPS, e o segundo tópico apresentando
uma breve descrição de três trabalhos relacionados. Por fim, o quinto capítulo engloba
as considerações finais do trabalho.
18

2 REVISÃO DE LITERATURA

Conforme Vergara (2003), denomina-se referencial teórico o capítulo do projeto


cujo objetivo é apresentar os estudos sobre o tema, ou especificamente sobre o
problema, já realizados por outros autores. Neste capítulo serão contemplados tópicos
para embasamento teórico e servirão para melhor compreensão do estudo. Ademais,
busca-se atingir um dos objetivos específicos determinados, apresentando
informações sobre os sistemas construtivos EPS e alvenaria convencional.

2.1 ALVENARIA CONVENCIONAL

Para Pereira (2018), a alvenaria convencional compõe-se de lajes, vigas,


pilares e concreto armado. A união destes elementos cria a estrutura que sustenta a
construção e a função da alvenaria é de separar os ambientes e vedar a estrutura.
Por não exigir uma mão de obra qualifica e especializada este sistema é o mais
utilizado no Brasil, porém isso acaba gerando retrabalho e bastantes resíduos por
surgir muitas patologias no decorrer da obra, a figura 1 mostra o sistema de
construção convencional.

Figura 1: Sistema de alvenaria convencional.

Fonte: Prudêncio, (2013).

Já Vasquez (2014), salienta que o sistema convencional é formado por


concreto armado, vigas e lajes e pilares, sendo que a vedação dos vãos é composta
19

por tijolos cerâmicos. Neste tipo de construção o peso é distribuído nos pilares, vigas
e fundações e, sendo assim, o fechamento da estrutura são denominados como não
portantes. No processo construtivo das vigas e pilares são empregadas formas de
madeira para posicionar e dimensionar e aço estrutural. Subsequentemente são
erguidas as paredes, que precisam ser rasgadas de modo a embutir as instalações
elétricas e hidráulicas. A etapa de revestimento, caracterizada pela aplicação do
chapisco, massa grossa (emboço), massa fina (reboco) e pintura, deve ser iniciada
em seguida.
Na construção convencional a união de materiais como concreto e aço formam
as estruturas de concreto aramado, que mostram excelentes resultados devido à
propriedade de cada material. O concreto apresenta alta resistência à compressão e
durabilidade, já o aço tem boa resistência a tração e ductilidade em conjunto geram
elementos diversos, com alta durabilidade, resistência aos desgastes mecânicos, aos
elementos climáticos e ao fogo (BASTOS, 2019).
O concreto é normatizado pela NBR 6118 de 2014, a qual demonstra os
procedimentos para elaboração do projeto de estrutura de concreto, a figura 2 mostra
como é formado o concreto armado.

Figura 2: Forma de concreto armado.

Fonte: Klein e Maronezi, (2013).

Segundo Ramalho (2003), o método de construção no Brasil é o convencional


sendo método mais utilizado para a construção de casas e edifícios e acabou criado
20

raízes na cultura brasileira. São utilizados materiais simples, como cimento, blocos e
aço, mas é caro com os gastos na mão de obra, com produtividade muito baixa.

2.1.1 Fundações Diretas

Segundo Guimarães (2018), fundações diretas, ou referidas como fundações


rasas, são empregadas nas camadas do solo e conseguem suportar as cargas. As
cargas neste tipo de fundação são alocadas diretamente ao solo, pela base da
fundação, sendo Calculada para distribuir o peso da construção no solo, para que a
pressão sobre o solo seja compatível com a resistência do mesmo, conforme mostra
figura 3, que retrata um modelo de fundações diretas.

Figura 3: Fundação direta.

Fonte: Guimarães, (2018).

Já Andrade et al. (2021), fala que existem alguns tipos de fundações


superficiais, que são:
• Bloco: executado em concreto simples e projetado de maneira que as tensões
de tração que ocorrem possam ser resistidas sem necessidade de armadura;
• Sapata: executada em concreto armado (aço para suportar esforços de tração),
de altura menor que o “bloco”. Existem duas classificações de sapatas:
armadas e não armadas;
21

• Vigas de função: recebem somente pilares alinhados; com seção transversal


tipo bloco são frequentemente chamados de vigas baldrames;
• Grelha: conjunto de vigas que se cruzam nos pilares;
• Sapatas associadas: recebem parcialmente os pilares da obra, o que as difere
do radie, por exemplo, e não têm a necessidade de estarem alinhadas, o que
as difere da viga de fundação;
• Radie: elemento de fundação que recebe todos os pilares da obra.
As fundações são mostradas na figura 4, mostrando como seriam suas
representações em obra.

Figura 4: Tipos de fundações diretas.

Fonte: Pereira (2017).

2.1.2 Vigas

Segundo Adorna et al. (2021), as vigas são consideradas elementos estruturais


lineares, com seção transversal significativamente pequena, quando comparada ao
comprimento, podendo ser interpretadas como barras. As vigas estão submetidas a
carregamentos perpendiculares ao seu eixo (ou plano) principal e, desse modo,
sofrem deslocamentos transversais, denominados deflexões ou flechas. A
classificação de vigas é conforme a maneira como são suportadas, em detrimento dos
tipos de apoios e em função da quantidade de apoios.
22

Já Garrison (2018), aborda que as vigas tem apoios contínuos ou em balaço,


conforme mostra Figura 5. Quando exercidas cargas sobre as vigas as forças atuantes
são de flexão e cisalhamento e as deformações são mostradas por linhas tracejadas
e geralmente são estreitas em relação ao seu comprimento. As vigas são alocadas
em apoias, que para tendem a ficar nas extremidades.
Em uma viga coesa ininterrupta com dois ou mais vãos são denominadas como
contínuas. Ela pode repousar sobre seus apoios, mas o mais usual é que fique
engastada por pilares acima e abaixo. Já uma viga em balaço é engastada apenas
em uma extremidade e para não ocorrer sua ruina a viga deve ser contínua a esse
apoio. Vigas podem ser feitas de madeira, aço ou concreto armado, ou protendido
(GARRISON, 2018).

Figura 5: Tipos de Vigas

Fonte: Garrison, (2018).

2.1.3 Pilares

Para Grabaski et al. (2021), os pilares são estruturas dispostas na vertical, de


eixo reto e lineares, sendo exercidas sobre ele uma forma normal de compressão. A
fim de cálculos do dimensionamento dos pilares é necessário obter todos as forças
atuantes na estrutura. Essas forças são os momentos fletores, forças cortantes e
forças normais, tendo como objetivo repassar toda a carga oriunda das lajes e das
vigas para a fundação.
Garrison (2018), salienta que os pilares, colunas ou postes são elementos
estruturais verticais com a função de absorver as cargas axiais, estando sujeitos
23

principalmente à compressão. No entanto, em certas situações, como quando estão


localizados em áreas internas de proporções reduzidas ou quando sustentam um
arranjo estrutural desigual, os pilares também podem estar sujeitos à flexão. Os
pilares podem ser construídos com diferentes materiais, como concreto ou alvenaria,
e sua seção transversal pode assumir várias formas, como quadrada, circular,
cruciforme ou retangular. Essa escolha depende das exigências do projeto estrutural,
considerando fatores como resistência, estética e eficiência estrutural.
Ainda Garrison (2018) fala que Independentemente da forma ou material
utilizado, os pilares desempenham um papel fundamental na sustentação e
estabilidade das estruturas, transmitindo as cargas verticais para as fundações. Eles
devem ser projetados e dimensionados adequadamente, considerando as cargas
atuantes e as condições específicas do projeto, a fim de garantir a segurança e a
integridade da edificação, figura 6 mostra exemplos de vigas.

Figura 6: Pilar.

Fonte: Garrison, (2018).

2.1.4 Alvenaria de Vedações

Para Salgado (2018), as vedações são elementos que servem para separar os
ambientes internos e protegem de elementos externos como chuva, vento, animais,
ruido, poeira, entre outros, que ainda servem para dar condições de moradia a uma
habitação. A alvenaria é composta em obra pela união de entre blocos e tijolos e um
elemento ligante argamassa de assentamento, que formam uma estrutura monolíticas
24

estável. Essas vedações têm um elevado índice de desperdiço, quebras, retrabalho e


não tem uma padronização dos elementos de alvenaria.
Já Ching (2017), aborda que paredes a estrutura que fecham, protegem e
separam os espaços internos da edificação. Essas paredes são estruturas portantes
homogêneas que transmitem a carga imposta de pisos e coberturas um arcabouço
independente de pilares e vigas. Além de transferir as cargas verticais, as paredes
externas suportam as cargas horizontais dos ventos. As paredes externas que
servem de proteção contra intemperes, também controlar passagem de calor, sons,
infiltração de ar, umidade e vapor de água.
Cunha et al. (2017), também corrobora sobre elementos de vedação, sendo um
conjunto maciço, coeso e rígido de pedras, tijolos ou blocos que dispostos em fiadas
horizontais até fecharem determinado espaço, sendo unidos entre si de modo estável,
pela interposição de argamassa ou somente por juntas secas. A alvenaria constrói
elementos como paredes, abóbodas, sapatas, entre outas e pode ter função
estrutural, de vedação externa ou divisão de ambientes internos.
Cunha et al. (2017), salienta que quando a alvenaria é calculada para resistir
cargas, é autodenominada alvenaria resistente ou estrutural, ao suportar esforços
verticais como peso das lajes, pavimentos telhado e horizontais como empuxe de terra
e vento. Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir cargas verticais além
de seu peso próprio é denominada alvenaria de vedação, conforme figura 7 mostra a
montagem da alvenaria.

Figura 7: Montagem de alvenaria.

Fonte: Garrison, (2018).


25

2.1.5 Cobertura

Cunha et al. (2017), salienta as coberturas servem para não deixar que o calor,
a chuva, o vento, as poeiras e os gases do meio ambiente entrem no ambiente interno
das edificações, protegendo os humanos desse interoperes. As coberturas são
classificadas segundo os sistemas construtivos e materiais utilizados, e os materiais
mais empregados na composição da trama são a madeira, o aço e o concreto.
Salgado (2018), também argumente que cobertura serve principalmente para
proteger a obra contra ambiente externo de intempéries e ações da natureza, algo que
o humano sempre buscou em sua história. Hoje em dia existem diversos materiais
utilizados em técnicas construtivas, eventos estruturais e uma diversidade de
características e formas de cobertura. A cerâmica contínua, por exemplo, é muito
utilizada em pequenas obras, já em obras de médio e grande porte são empregados
materiais alternativos, como estruturas metálicas, devido tempo de execução e a
relação de custo-benefício.
Entende-se ainda que telhado de uma obra é formada basicamente de dois
elementos, sendo a estrutura, composta de vigas e peças, de materiais com madeira
ou ferro, sendo denominadas de tesouras, que servem para suportar os elementos de
cobertura. E a cobertura ou telha, que cobre a estrutura, serve para dar proteção à
obra. Pode-se ainda acrescentar à cobertura outros elementos destinados à captação
das águas pluviais, tais como calhas e condutores. A cobertura também desempenha
um papel crucial na segurança contra incêndios, resistindo à dispersão das chamas e
contribuindo para a contenção do fogo na estrutura. Além disso, a cobertura deve ser
projetada com resistência estrutural adequada para suportar as cargas aplicadas,
incluindo o próprio peso da cobertura, o peso dos materiais utilizados, a sobrecarga
de neve e as cargas de vento (CARVALHO, 2018).
Para Ching (2017), a cobertura de uma edificação desempenha um papel
fundamental ao proporcionar abrigo para os espaços internos. A sua forma e
inclinação dependem do material utilizado para escoar a água da chuva ou neve
derretida por meio de um sistema de calhas. Os materiais comumente empregados
são telhas chatas, telhas convencionais ou laje monolítica. Além de proteger contra
intempéries, a cobertura também desempenha outras funções importantes. Ela
controla a passagem de vapor de água, evita a infiltração de ar indesejada, regula os
26

ganhos e perdas térmicas e permite o ingresso adequado de radiação solar. Além


disso, em caso de incêndio, a cobertura deve resistir à dispersão das chamas.
Ching (21017), ainda salienta que a estrutura da cobertura deve ser projetada
para vencer vãos e suportar não apenas o seu próprio peso, mas também o peso de
qualquer equipamento adicional instalado, bem como a carga proveniente da chuva e
neve acumulada. Em resumo, a cobertura desempenha um papel essencial na
proteção e funcionalidade de uma edificação, garantindo não apenas abrigo contra as
intempéries, mas também controle térmico, controle de umidade, segurança contra
incêndios e resistência estrutural para suportar as cargas aplicadas, A figura 8 mostra
um exemplo de uma cobertura de madeira, demonstrando uma das possíveis
soluções construtivas utilizadas para esse elemento essencial na construção de
edificações.

Figura 8: Cobertura de Madeira.

Fonte: Garrison, (2018).

2.2 SISTEMA CONSTRUTIVO COM EPS

A Fundação João Pinheiro (2018), divulgou em 2015, que o Brasil tem uma
carência de habitação que, corresponde a 6,355 milhões de domicílios. Deste total,
5,572 milhões estão em áreas urbanas e 783 mil nas áreas rurais.
Sendo assim, existe a necessidade de ampliar o uso de outros métodos
construtivos que apresentem maior produtividade e eficiência na construção de
habitações comparado aos empregados atualmente, que propulsionem qualidade
igual ou superior a estes (AZEVEDO, 2018).
27

O sistema monolítico em EPS é uma em processo que apesar de existir desde


os anos 80 é uma metodologia em expansão no Brasil. Este processo é composto
por uma placa de EPS, conhecida no país como isopor, entre duas malhas metálicas
eletrosoldadas que recebe em ambos os lados uma camada de argamassa. Essas
placas podem ter uma espessura que pode variar de 55 a 140 mm, dependendo do
projeto arquitetônico e das características térmicas e mecânicas que se pretende
atingir. A argamassa é aplicada na obra em ambas as faces da parede
simultaneamente, através de um projetor pneumático ou manualmente, ganhando
agilidade no processo. O resultado é uma estrutura monolítica, ou seja, a estrutura
toda funciona como um elemento único o que acaba dando uma resistência ao sistema
inteiro (FUHR, 2017).

2.2.1 História

A história do EPS, tem origem oficialmente em 1949 na Alemanha através dos


químicos Fritz Stasny e Karl Buchholz, que por meio de diversos experimentos
conseguiram desenvolver um novo tipo de material, que era o resultado da expansão
do poliestireno. No Brasil o EPS é lançado apenas na década de 60, porém obtém
certo reconhecimento a partir do registro efetuado pelo grupo Knauf Isopor®, em 1998,
onde passa a ser conhecido como Isopor (SCHUH, 2017).
Com o decorrer dos anos, percebe-se a versatilidade do material, bem como
seu potencial para fins construtivos. O EPS, uma vez inchado, tinha suas
características modificadas, tornando-se extremamente leve, proporcionando a
dimensão, densidade e forma que se desejasse (ELIBIO, 2017).
Foi desenvolvido na Itália pela empresa EMMEDUE®, no início dos anos
oitenta, o sistema construtivo avançado Emmedue. Que é um sistema construtivo
composto por painéis constituídos, por poliestireno expandido, reforçados por telas de
aço, que em obra recebem em ambos os lados revestimento em argamassa, onde se
concluem as etapas do sistema construtivo. Este tipo de construção já foi aplicado em
diversos países como: Itália, Portugal, Espanha, Rússia, Turquia, Líbia, Egito,
Argentina, Chile, Venezuela, Guatemala, Costa Rica, México e França (BETORDI,
2007).
28

Bertoldi (2007), salienta que no Brasil, este método de construção foi inserido
na década de noventa, sendo este processo analisado pelo IPT (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas de São Paulo), onde foram feitos todos os testes e ensaios
normativos exigidos para comprovação de sua eficiência. Este processo construtivo
se adaptou de forma satisfatória com a utilização em formas arquitetônicas variadas.
Apesar de o IPT apresentar resultados favoráveis a está tecnologia, o sistema
construtivo é pouco utilizado no Brasil.

2.2.2 Definições dos Painéis

Conforme informações fornecidas pela empresa EPS Brasil, o EPS é descrito


como um plástico celular rígido que passa por um processo de expansão utilizando o
gás pentano. Inicialmente, o EPS é transformado em pequenas pérolas. Essas pérolas
são expandidas por vapor, fundindo-se e formando blocos de EPS. Esses blocos
podem ser moldados em diferentes formas conforme a necessidade.
Uma característica destacada é que o EPS é inodoro e não causa
contaminação no ambiente. Além disso, o produto possui a vantagem de ser
totalmente reciclável, podendo ser transformado novamente em matéria-prima. Essa
capacidade de reciclagem contribui para a redução do impacto ambiental e para a
sustentabilidade do material.
A polimerização é um processo químico que envolve a combinação de um
grande número de moléculas idênticas, como no caso do poliestireno, em que o
polímero de estireno é formado, resultando em uma macromolécula. No caso do
poliestireno expandido (EPS), esse processo resulta em pérolas com diâmetro de até
3 milímetros, que servem como matéria-prima para a produção do EPS. Após a
transformação química, o polímero de poliestireno passa por etapas de
transformações físicas nas empresas que fabricam o EPS. Essas etapas incluem a
pré-expansão, o armazenamento intermediário e a moldagem (ABRAPEX, 2023).
A pré-expansão é a primeira etapa, em que as pérolas de poliestireno são
expandidas por meio do aquecimento controlado. Durante esse processo, as pérolas
são expostas a vapor d'água, o que provoca a expansão e formação das partículas de
EPS. Após a pré-expansão, as partículas de EPS passam pelo armazenamento
intermediário, onde são mantidas em condições adequadas até o momento da
29

moldagem. Nessa etapa, as partículas são armazenadas em silos ou recipientes


apropriados, aguardando a utilização posterior. Por fim, na etapa de moldagem, as
partículas de EPS são submetidas a altas temperaturas novamente, para que ocorra
a fusão e conformação do material, a figura 9 mostra o formato das pérolas de esferas
EPS, antes e depois da expansão (BERTOLDI, 2007).

Figura 9: Comparativo de esferas EPS, antes e depois da expansão.

Fonte: Correa, (2020).

Durante esse processo, as partículas de EPS são moldadas em moldes


adequados, dando origem a peças e produtos de diferentes formas e tamanhos, de
conforme as necessidades específicas de cada aplicação. Essas etapas de
transformação física do poliestireno garantem que o EPS adquira suas características
únicas, como leveza, isolamento térmico e resistência, tornando-o um material versátil
e amplamente utilizado na indústria da construção civil e em diversos outros setores
(ABRAPEX, 2023).
A ABRAPEX (Associação Brasileira de Poliestireno Expandido) destaca em seu
relatório de 2023 que o EPS (poliestireno expandido) possui diversas aplicações,
abrangendo desde artigos de consumo e embalagens industriais até o uso na
agricultura. No entanto, é na construção civil que o EPS é mais amplamente utilizado.
Isso se deve, à capacidade de adaptação de suas propriedades às necessidades de
cada projeto. O EPS na construção civil é valorizado por suas características de
isolamento térmico, reduzido peso específico, alta resistência e facilidade de
manuseio. Essas propriedades permitem que o EPS seja utilizado em uma variedade
de aplicações na construção, atendendo às demandas específicas de cada obra. O
isolamento térmico oferecido pelo EPS contribui para o conforto ambiental das
edificações, reduzindo a transferência de calor e mantendo uma temperatura interna
30

adequada. Além disso, seu baixo peso específico facilita o manuseio e a instalação,
tornando o processo de construção mais eficiente e rápido.
Outra vantagem do EPS na construção civil é sua alta resistência, o que o torna
capaz de suportar cargas estruturais e resistir a impactos e deformações. Essa
resistência contribui para a durabilidade e segurança das construções. Portanto, o
EPS destaca-se na construção civil devido à sua capacidade de se adaptar às
exigências específicas de cada projeto, proporcionando isolamento térmico, leveza,
resistência e facilidade de manuseio, sendo amplamente utilizado em diferentes
etapas da construção, como isolamento de lajes, paredes, coberturas, fundações,
entre outros (ABRAPEX, 2023).
Para Bertoldi (2007), na construção civil, os produtos de EPS podem ser
fabricados utilizando dois processos principais: moldagem direta ou recorte dos blocos
produzidos. O recorte dos blocos é realizado por meio de equipamentos conhecidos
como pantógrafos, como ilustrado na Figura 10. Esses pantógrafos são compostos
por fios aquecidos que entram em contato com o poliestireno, realizando o corte
desejado com espessuras e formas variadas.
A moldagem direta é empregada na fabricação de produtos de EPS com formas
específicas, como molduras, ornamentos arquitetônicos, entre outros elementos
decorativos. Nesse processo, o EPS é moldado diretamente em moldes pré-
determinados, resultando em peças com geometrias definidas (BERTOLDI, 2007).
Por outro lado, o recorte dos blocos de EPS permite a obtenção de peças
personalizadas e adaptadas às necessidades de cada projeto. Os blocos de EPS são
cortados pelos pantógrafos, que são equipamentos controlados para realizar cortes
precisos e obter formas variadas, conforme requerido pelo projeto de cada obra
(BERTOLDI, 2007).
Esses processos de fabricação permitem a produção de uma ampla variedade
de produtos de EPS utilizados na construção civil, atendendo às demandas
específicas de cada aplicação. A flexibilidade proporcionada pelo recorte dos blocos
e a capacidade de moldagem direta permitem a obtenção de peças sob medida,
contribuindo para a versatilidade e adaptabilidade do EPS na construção de diversos
elementos estruturais e decorativos (BERTOLDI, 2007).
31

Figura 10: Pantógrafo.

Fonte: Bertoldi (2007).

Segundo Genol (2021), existem comercialmente sete tipos de EPS disponíveis


no mercado, classificados de acordo com sua densidade. Além disso, valores para as
propriedades desses tipos de EPS são fornecidos, seguindo as respectivas normas
aplicáveis. Essa classificação por densidade permite diferenciar os tipos de EPS e
suas características específicas. Cada tipo de EPS possui propriedades particulares
que são adequadas para diversas aplicações na indústria. Na tabela 1 abaixo, são
apresentadas essas classificações.

Tabela 1: Modelos de EPS.


Propriedade Norma Unidade Tipo de EPS
Método Tipo Tipo Tipo Tipo Tipo Tipo Tipo
de ensaio 1 2 3 4 5 6 7
Densidade NBR
Kg/m³ 10 12 14 18 22,5 27,5 32,5
aparente nominal 11949
Densidade NBR
Kg/m³ 9 11 13 16 20 25 30
aparente mínima 11949
Condutividade
NBR
térmica máximo W/m.k - - 0,042 0,039 0,037 0,035 0,035
12094
(23° C)
Tensão por
compreensão com NBR 8082 Kpa > 33 > 42 > 65 > 80 > 110 > 145 > 165
deformação a 10%
Resistência mínima ASTM C-
Kpa > 50 > 60 > 120 > 160 > 220 > 275 > 340
à flexão 203
Resistência mínima
EM-12090 Kpa > 25 > 30 > 60 > 80 > 110 > 135 > 170
ao cisalhamento
Flamabilidade (se NBR
material classe F) 11948
Material retardante à chama
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Abrapex (2006).
32

Para Brummer e Prudêncio (2020), o método construtivo com EPS, é um


sistema sanduíche. Este processo consiste de dois materiais diferentes formando uma
única estrutura. Que tem como aspecto importante o ganho de rigidez obtida pelo
afastamento das faces resistíveis e a inserção de materiais como o EPS para o
afastamento trazendo leveza a estrutura num todo.
O sistema construtivo de EPS, consiste em malha de aço em ambas as faces
de um bloco monolítico de poliestireno expandido e argamassa estrutural em ambas
as faces também, porém a argamassa é aplicada simultaneamente em cada lado da
parede e com auxílio de um projetor pneumático, conforme figura 9 mostra sua forma
final em obra. Este processo forma um sistema autoportante, fazendo das vigas e
pilares dispensáveis. O sistema conta com um miolo em EPS, recoberto por
argamassa estrutural, essa por sua vez tem em seu centro malhas de aço interligas,
de maneira a funcionar como um conjunto, a figura 11 mostra a estrutura do bloco em
EPS (BRUMER, 2020).

Figura 11: Estrutura bloco de EPS

Fonte: Rosa (2021).

2.2.3 Aspectos do Sistema

A empresa Emmedue (2022), foi quem inventou o processo de construção com


EPS, e denominou esta forma de construção como sistema avançado Emmedue. Ela
define o sistema como sendo: um sistema construtivo resistente a terremotos,
termoacústico, com conforto ambiental, de eficiência energética e é certificado
33

internacionalmente. Este modo de construção tem um aspecto vantajosos quando


aplicado em grandes projetos de habitação social, edifícios públicos e privados.
Segundo Fuhr (2017), o sistema em EPS é uma estrutura monolítica.
Conforme o projeto estipulado e as características térmicas e acústicas desejadas, as
placas de EPS variam de 55 a 140 mm, de espessura. Pela utilização de EPS neste
processo a estrutura fica com baixo peso próprio, os painéis são de fácil manuseio, o
que torna a utilização de gruas ou guinchos para o transporte dispensáveis. Esta
característica permite que o sistema seja utilizado em locais com difícil acesso.
Para Costa (2019), quando se trata de construções monolítica de EPS, a
estrutura é leve. Com isso, não existe necessidade de arranjos robustos de aço, o que
acarreta uma considerável economia em deste material, pois uma fundação simples
é a mais indicada neste caso. Nesta ótica, a fundação mais plausível é radies ou
sapata corrida.
Com a fundação pronta neste processo construtivo, o levantamento das
paredes é rápido e simples, deixando o ambiente limpo, sem produção de entulho e
necessidade de retrabalho. Pois, os painéis são amarrados em arranques já
instalados na fundação e as paredes são prumadas e travadas para aplicação da
argamassa estrutural conforme mostra a figura 12 abaixo. Este processo não requer
mão de obra especializada, podendo ser instalada por dois funcionários, assim como,
não é empregado nenhum tipo de ferramenta complexa ou pesada (MEDIEROS
2017).

Figura 12: Travamento das paredes.

Fonte: Rosa (2021).


Segundo Genol (2021), após fixação dos painéis, são feitas as esperas das
instalações elétricas e hidráulicas necessárias. Aspectos muito prático e simples, são
34

abertos sulcos nos painéis, com o uso de um soprador térmico, que derrete o EPS
criando a passagem das instalações que serão inseridas no neste espeço. Este
processo não gera entulho ou quebra de paredes como na alvenaria convencional.
Para Bertoldi (2007), outra vantagem que se vê no sistema, é não precisar
recorrer a nenhum outro elemento construtivo, deixado controle administrativo e o
processo de compra de materiais e remessas a obra mais simples. Sua execução,
não requer mão de obra especializada, basta que os operários sigam as orientações
e procedimentos do sistema construtivo. Logo, esse método possui grande
versatilidade, sendo aplicado em uma grande variedade de projetos arquitetônicos e
estrutural com alta qualidade.

2.2.4 Conceito Estrutural

Apesar de sua aparência frágil, o poliestireno expandido (EPS) é um material


altamente resistente à compressão, flexão e tração. Essas propriedades mecânicas
são diretamente influenciadas pela densidade do material, que varia de 10 kg/m³ a 46
kg/m³. É importante observar que, quando submetido à compressão, o EPS pode se
contrair até certo ponto, dependendo de sua densidade. No entanto, ao remover a
força aplicada, o material retorna ao seu estado original. No caso de uma força de
compressão incompatível com a densidade do material, pode ocorrer deformação
permanente em parte das células, que não se rompem. Por isso, é crucial especificar
corretamente o tipo de EPS a ser utilizado para cada aplicação (EPS BRASIL, 2020).
A resistência à flexão do EPS é consideravelmente alta. Conforme a American
Society for Testing and Materials (ASTM), em obras geotécnicas, uma peça de EPS
com densidade de 46 kg/m³ pode atingir uma resistência de 517 kPa, enquanto uma
peça com densidade de 12 kg/m³ terá uma resistência de 69 kPa (EPS BRASIL, 2020).
Essas características mecânicas do EPS, juntamente com sua leveza e
capacidade de isolamento térmico, tornam o material uma escolha vantajosa em
diversas aplicações na construção civil. Sua resistência e versatilidade permitem seu
uso em estruturas, isolamento, acabamentos, embalagens e outras aplicações
específicas, atendendo às necessidades de cada projeto. (EPS BRASIL, 2020).
O sistema construtivo trata-se de um painel de poliestireno expandido,
revestido de uma malha em suas duas faces de alta resistência e unidas por
35

conectores. Este painel é preenchido com argamassa em ambos os lados na sua


forma final, definindo-se então uma estrutura autoportante com capacidades
antissísmicas e termoacústica (EMMEDUE, 2022).
Já Brummer e Prudêncio (2020), argumenta que o poliestireno expandido
utilizado no painel, está posicionado na linha central neutra e seu formato o tornam
um desenho estrutural inteligente ao revestimento. Existe um aumento da sua seção
por onde corre o fio da malha de aço e da armadura de reforço. As malhas de aço em
suas faces unidas entre si, por conectores, que são posicionados na face da chapa
dão a função estrutural, essa estrutura também, proporciona qualidade térmica e
resistência ao fogo.
Os projetos que se utilizam deste conceito estrutural, podem executar
construções até 5 pavimentos sem a presença de vigas ou de colunas. Este método
é considerado monolítico, que para a estrutura como um todo é muito vantajosa, se
tratando de estabilidade da construção. Pois a função do projeto é distribuir as cargas
igualmente sobre a fundação (SCHUH, 2017).
Ainda Schuh (2017), compara que a alvenaria estrutural tem um peso que
podem chegar a 120 kg/m², enquanto às mesmas dimensões a estrutura de EPS em,
variando entre 2,5 kg/m² a 4 kg/m2² (antes da inserção da argamassa). Mostrando
que o método com poliestireno expandido é muito leva, o que justifica a não utilização
de vigas e coluna em construções de até 5 pavimentos.

2.2.5 Malhas de Aço

O sistema nacional de avaliações técnicas-SINAT N° 11 (2014), salienta que


armadura no concreto deve ter nota no projeto e atender NBR 7481 (ABNT, 1989) e a
NBR 7480 (ABNT, 2007). Conforme NBR 7480, a distância entre as barras da malha
metálica é múltipla de 2,5 cm, não ultrapassando 5 cm até 30 cm. As malhas devem
ser CA-50B ou CA60.
Neste método constritivo as malhas devem ter um aço de alta resistência,
superior ao CA-60, com limite de 20 escoamento, fyk > 600 N/mm² e limite de ruptura,
ftk > 680 N/mm². O aço poderá ser do tipo comum, com bitola entre 2 mm e 10mm,
assim como espaçamento entre 5 cm x 5 cm até 30 cm x 30 cm, dependerá da
necessidade do projeto. O aço utilizado sendo zincado, galvanizado a quente e
36

inoxidável, dependendo do projeto, garantem estabilidade e integridade ao longo do


tempo. Na unificação dessa estrutura em um todo, são utilizadas malhas em aço nas
formas de “’L”, “U” ou “liso” a figura 13 mostra as malhas de aço (BERTOLDI, 2007).

Figura 13: Malhas de aço e os conectores horizontais entre as 2 malhas.

Fonte: Correa, (2020).

Conforme mencionado por Camargo e Figueiredo (2019), os aços na forma de


"L", "U" ou "liso" são utilizados em pontos específicos nas construções com painéis de
EPS. Essas armaduras adicionais são aplicadas em áreas como encontros
perpendiculares de paredes nas faces internas e externas, aberturas de vãos de
janelas e portas, e perímetros internos dessas aberturas. Nos encontros
perpendiculares de paredes, são empregados aços em formato de "L" ou "U". Essas
armaduras têm a finalidade de neutralizar os esforços de esmagamento e corte,
proporcionando uma distribuição mais eficiente das cargas.
Já nas aberturas de vãos de janelas e portas, são utilizados aços "lisos" em
dimensões específicas, como 30x60 cm, e aplicados na diagonal, em um ângulo de
45º. Essa disposição dos aços contribui para o reforço estrutural nessas áreas,
garantindo uma distribuição adequada das tensões. Por fim, os aços em formato de
"U" são aplicados nos perímetros internos das aberturas de janelas e portas. Essas
armaduras adicionais desempenham um papel importante na distribuição das cargas
e no suporte ao revestimento, evitando que o mesmo seja aplicado diretamente sobre
o EPS e garantindo a estabilidade e durabilidade da construção. Essas estratégias de
utilização de armaduras adicionais contribuem para reforçar a resistência e a
estabilidade das estruturas construídas com painéis de EPS, assegurando uma
37

distribuição adequada das cargas e protegendo o revestimento aplicado sobre o


material EPS, a figura 14 mostra a forma de “L”, “U” ou “liso” CAMARGO e
FIGUEIREDO (2019).

Figura 14: Tipos de reforços.

Fonte: Costa, (2020).

A malha tipo L é utilizada no encontro de dois painéis perpendiculares (Figura


15a e 15b). Dessa forma, adequá-se como cantoneira tanto do lado externo quanto
interno.

Figura 15: (a) Reforço em L e (b) Armadura de reforço em L.

Fonte: Correa, (2020).


Já a malha tipo U é usada para reforçar vãos de portas de janelas, realizando
a função de verga e contra verga, conforme a figura 16a e 16b.
38

Figura 16: (a) Reforço em U e (b) Armadura de reforço em U.

Fonte: Correa, (2020).

O tipo liso tem função de reforçar cantos de portas e janelas quando há muitos
esforços naquela região Figura 17a e 17b.

Figura 17: (a) Reforço tipo "liso" e (b) Armadura de reforço tipo "liso".

Fonte: Correa, (2020).

2.2.6 Instalações

No caso dos painéis monolíticos, as instalações não sofrem muitas alterações


em relação ao método construtivo convencional. No sistema MDUE, o processo de
instalação se torna mais simples, pois não é necessário quebrar paredes. O percurso
das instalações é desenhado diretamente no painel de EPS utilizando um spray ou
pincel e derretido com soprador quente, conforme ilustrado na figura 18 (TREVEJO,
2018).
39

Essa abordagem permite uma maior flexibilidade no projeto das instalações,


uma vez que é possível planejar e executar o posicionamento de dutos elétricos,
hidráulicos e outros elementos diretamente no painel de EPS. Isso agiliza o processo
de instalação e reduz a necessidade de intervenções posteriores, como cortes e
ajustes em paredes. Dessa forma, o sistema com EPS oferece uma solução mais
eficiente e prática para a instalação de sistemas elétricos, hidráulicos e outras redes,
contribuindo para a agilidade e economia na construção de edificações e casas
residenciais (TREVEJO, 2018).

Figura 18: Marcação para passagem de tubulação em EPS.

Fonte: Rosa, (2021).

Após a demarcação do percurso das instalações no painel de EPS, é realizada


a abertura para a passagem da tubulação utilizando uma pistola de ar quente.
Conforme indicado por Trevejo (2018), a tubulação é passada por trás da malha de
aço que envolve o painel, e em seguida, essa etapa é finalizada para dar continuidade
ao processo de revestimento, conforme ilustrado na figura 19 que mostra instalações
hidráulicas e elétricas aplicadas no painel EPS. Essa abertura no painel é feita de
forma cuidadosa, utilizando a pistola de ar quente para derreter o EPS e criar um
espaço adequado para a passagem da tubulação.
É importante garantir que a tubulação fique devidamente posicionada e
protegida, passando por trás da malha de aço para evitar danos ou interferências no
revestimento posterior. Após a conclusão dessa etapa, o revestimento do painel de
EPS pode ser realizado normalmente, conforme o projeto e os materiais escolhidos.
40

É importante seguir as diretrizes e normas de construção aplicáveis para garantir a


qualidade e segurança das instalações. Dessa forma, o processo de abertura e
passagem da tubulação nos painéis de EPS é uma etapa fundamental para a correta
instalação das redes e sistemas, assegurando a integridade estrutural do painel e a
eficiência das instalações realizadas (TRAVEJO 2018).

Figura 19: Instalações hidráulicas e elétricas aplicadas no painel EPS.

Fonte: Travejo, (2018).

Correa (2020), salienta que é válido ressaltar que, em certos casos, é permitido
realizar cortes na tela de aço para a passagem de tubulações rígidas ou semirrígidas,
quando necessário. Esse procedimento é realizado utilizando um alicate para efetuar
o corte e, em seguida, a tela é fechada novamente. É importante destacar que essa
técnica de corte não causa interferência na estrutura do painel, uma vez que ocupa
apenas uma pequena área no interior do painel. Essa abordagem permite a instalação
adequada de tubulações específicas, sem comprometer a resistência e a integridade
do painel de EPS. No entanto, é essencial seguir as diretrizes e normas
recomendadas para garantir que os cortes sejam realizados corretamente,
preservando a estabilidade estrutural do painel.
Ao adotar essa técnica de corte na tela de aço, é necessário ter cuidado para
evitar danos excessivos ou impactos negativos na capacidade de resistência do
painel. A área cortada deve ser corretamente fechada e protegida para manter a
integridade do sistema. Em resumo, o corte na tela de aço é uma alternativa viável em
situações específicas que demandam a passagem de tubulações rígidas ou
semirrígidas nos painéis de EPS. Contudo, é importante que o procedimento seja
41

realizado adequadamente, seguindo as orientações técnicas e garantindo a


preservação da estrutura e desempenho do painel (CORREA, 2020).
Bertoldi (2007), argumenta que é fundamental ter cuidado ao posicionar as
caixas de passagem e saídas hidráulicas nos painéis de EPS, garantindo que estejam
niveladas e no mesmo plano, evitando áreas sem EPS. Isso é importante para evitar
problemas relacionados à espessura final do revestimento. Ao posicionar as caixas
de passagem e saídas hidráulicas, é necessário seguir as especificações do projeto e
considerar a localização adequada conforme as necessidades de instalação. É
recomendado realizar medições precisas e utilizar ferramentas de marcação
adequadas para garantir a correta posição das aberturas no painel.
Ao manter as caixas de passagem e saídas hidráulicas niveladas e no mesmo
plano, evita-se a criação de desníveis ou saliências indesejadas na superfície do
revestimento final. Isso contribui para um acabamento uniforme e esteticamente
agradável, além de evitar possíveis problemas de integridade do revestimento.
Portanto, ao planejar e executar a instalação das caixas de passagem e saídas
hidráulicas nos painéis de EPS, é essencial seguir as orientações do projeto, realizar
as marcações com precisão e garantir que todas as aberturas estejam alinhadas e
niveladas, de modo a evitar irregularidades na espessura do revestimento final
(BERTOLDI, 2007).

2.2.7 Argamassa e Revestimento

Para Elibio (2017), o revestimento em poliestireno expandido não é conforme


praticado no método convencional. O traço e composição da massa, são a principal
diferença entre os métodos construtivos, pois a EPS utiliza uma argamassa estrutural
ou microconcreto. Os componentes do microconcreto são: areia média e cimento com
a inclusão de fibras plásticas e aditivos, para dar maior consistência e impedir a
retração excessiva do concreto.
Segundo Costa (2020), a argamassa dos painéis pode ser feita da forma
tradicional ou com projetada. A produtividade aumenta muito, se for empregado
sistema de projeção pneumática de argamassa conforme mostra figura 20. Para
complementar a estrutura dos painéis, o revestimento é realizado com argamassa
projetada.
42

O traço é de 1:3 (cimento e arreia) utilizando 200ml de aditivo plastificante e


200g de microfibra de polipropileno por saco de 50 kg de cimento. Com a espessura
determinada em projeto, a aplicação da massa deve ocorrer em duas etapas. A
primeira etapa cobre o EPS até a malha, nos dois lados, dessa foram não ocorre
fissura diferencial, e a segunda etapa é realizada 48 horas após a cura (COSTA,
2020).

Figura 20: Aplicação de argamassa por equipamento pneumático de projeção.

Fonte: Elibio (2017).

Rosa (2021), salienta que para um revestimento uniforme das paredes é


necessário utilização de faixas de argamassa, conhecidas por mestras. Sendo essa
prumada e alinhada. Na parte final a espessura mínima em cada face de ser 3,5 cm.
Dessa forma, a parede fica uniforme e colabora para não apresentar retração
diferencial, sendo assim, o microconcreto deve ser projetado nos espaços definidos
pelas mestras.
O EPS que apresenta um aspecto frágil, em combinação com outros materiais
após aplicação da argamassa, adquire uma característica sólida. Esse fato ocorre por
causa união do poliestireno expandido, argamassa e a grelhas de aço. Logo após a
cura do microconcreto a estrutura apresenta uma resistência a compressão de
aproximadamente 30% acima que a dos tradicionais blocos utilizados na alvenaria
estrutural (BARRETO, 2017).
43

2.2.8 Tipos de painel

Os painéis autoportantes podem ser utilizados em diversos tipos de projetos na


construção civil. Eles abrangem toda a gama de elementos necessários para a
finalização de diferentes tipos de estruturas, são divididos em painel simples, painel
duplo, painel laje, painel de escada, painel patamar e painel curvo.

2.2.8.1 Painel Simples

Segundo Emmedue (2023), o painel simples é constituído por EPS modular,


revestido por duas telas em ambos os lados, ligada por conectores sendo a ela
galvanizada com acabamento em duas camadas de concreto.
Os painéis autoportantes são versáteis e podem ser utilizados de diversas
formas na construção civil. Eles servem como estrutura de suporte para edificações
de até 4 pavimentos, podendo receber argamassa estrutural em ambas as faces. São
ideais para a criação de divisórias e revestimentos em edifícios novos ou em reforma,
além de serem adequados para aplicação em edifícios comerciais de grande porte.
Também podem ser utilizados como estruturas de isolamento para telhados e para
vãos livres moderados. Além disso, são uma opção viável para a construção de
paredes divisórias, revestimentos de pisos e tetos, a figura 21 ilustra o formato do
painel de poliestireno com telas em ambas as faces eletrosoldadas e revestida com
concreto nas duas superfícies (EMMEDUE, 2023).

Figura 21: Painel Simples.

Fonte: Emmedue (2023).


44

2.2.8.2 Painel Laje

O painel laje é uma solução inovadora para a construção de pisos e coberturas,


oferecendo diversas vantagens em termos de leveza, isolamento e rapidez de
montagem. É composto por duas camadas moldadas em polietileno expandido, sendo
ideal para aplicações em pisos e coberturas de edifícios. Possui cotas especiais que
facilitam sua instalação e posterior preenchimento com uma mistura de cimento,
tornando-se uma opção ideal para pisos e tetos com vigas de concreto armado. Com
essa tecnologia, é possível obter uma estrutura resistente e eficiente, garantindo
benefícios significativos durante o processo construtivo, figura 22 mostra a forma do
painel laje (EMMEDUE, 2023).

Figura 22: Painel Laje.

Fonte: Emmedue (2023).

2.2.8.3 Painel Escada

O painel escada é uma solução composta por um bloco de poliestireno


expandido moldado conforme os requisitos do projeto, envolvido por duas malhas de
arame de aço. Uma vez que o painel esteja reforçado e corretamente instalado nos
espaços apropriados, é possível construir escadas que podem ser finalizadas com
argamassa tradicional, ladrilhos ou qualquer outro material de acabamento desejado.
Esse tipo de painel destaca-se pela sua instalação rápida e fácil, além de possuir uma
característica de leveza e resistência estrutural distintas, tornando-o ideal para a
construção de escadas leves, resistentes e de execução rápida. Com essa solução, é
45

possível obter escadas funcionais e esteticamente agradáveis de forma eficiente,


figura 23 mostra o formato do painel escada e suas camadas de revestimento
(EMMEDUE, 2023).

Figura 23: Painel Escada.

Fonte: Emmedue (2023).

2.2.8.4 Painel Patamar

O painel de patamar é uma opção versátil e eficiente utilizado na construção


de patamares, pisos e placas reforçadas bidirecionalmente. Esse tipo de painel possui
isolamento contínuo no intradorso, proporcionando um excelente desempenho
térmico e acústico. Além disso, o painel de patamar é especialmente indicado para a
construção de patamares adjacentes a escadas feitas com painel de escada,
garantindo uma integração perfeita entre os elementos. Ele também pode ser utilizado
em qualquer placa ou laje que exija reforço em duas direções, oferecendo a vantagem
de redução significativa de peso em comparação com uma laje maciça. A presença
do isolamento contínuo no painel não apenas contribui para a eficiência energética,
mas também atua como forma durante a concretagem, fazendo com que tenha uma
funcionalidade a mais na execução do empreendimento. Em resumo, o painel de
patamar é uma solução ideal para a construção de patamares, pisos e placas armadas
bidirecionalmente, proporcionando leveza, isolamento e facilidade de instalação,
proporcionando uma economia na obra ao utilizar este método de construção a figura
24 mostra a forma do painel laje, com suas armações e camadas de estrutura
(EMMEDUE, 2023).
46

Figura 24: Painel Simples.

Fonte: Emmedue (2023).

2.2.8.5 Painel Curvo

O painel curvo é uma solução especial de construção que consiste em painéis


de grandes dimensões e espessura, fabricados em forma plana e posteriormente
curvados no local de instalação. Esses painéis são projetados para serem facilmente
transportados e, em seguida, curvados manualmente ou por meio de processos
semiautomáticos, conforme o formato desejado. Uma das principais vantagens
desses painéis é a capacidade de cobrir grandes superfícies de maneira rápida e
conveniente.
Além disso, os painéis curvos oferecem maior liberdade criativa para os
arquitetos, permitindo a exploração de novas formas e designs inovadores. A
presença de superfícies curvas também melhora a circulação do ar, reduzindo o
potencial de estagnação e contribuindo para um melhor desempenho térmico das
construções residenciais.
Em resumo, os painéis curvos são uma opção interessante para projetos
arquitetônicos que buscam cobrir grandes áreas de forma eficiente e proporcionar
benefícios estéticos e funcionais, como maior criatividade no design, melhoria na
circulação do ar e desempenho térmico aprimorado, a figura 25 mostra a forma do
painel laje que é dobrado na obra conforme a necessidade especificada no projeto do
empreendimento (EMMEDUE, 2023).
47

Figura 25: Painel Simples.

Fonte: Emmedue (2023).

2.3 CUSTOS

Para Bragança (2014) o orçamento vai ditar o sucesso de todos os tipos de


obras, pois se trata de um elemento fundamental dos empreendimentos. Com ele se
pode mensurar o montante de investimento da obra. Dessa forma, o orçamento deve
analisar todos os insumos como, materiais, máquinas, ferramentas e equipamentos,
necessários para a realização da obra, seus custos e o tempo que será utilizado na
execução de cada serviço.
Bragança (2014), ainda salienta que os orçamentos podem ser definidos
conforme os itens abaixo:
• De estimativa: São executados no intuito de ver se o empreendimento é
economicamente viável. Sua margem de erro é de cerca de 20%;
• Preliminar: são desenvolvidos no início da obra. São dimensionados com
análise nos projetos preliminares de arquitetura, de estruturas, de
instalações elétricas e de instalações hidráulicas, utiliza os memoriais
descritivos, que também estão em fase preliminar. Tem margem de erro
de 10%.
• Executivo: Também são executados no início das obras. São
executados com informações retiradas de todos os projetos e memoriais
descritivos de acabamentos completos, tem margem de erro de 5%.
Para cunha (2017), o orçamento um empreendimento tem como intuito
de mesurar os custos prévios da obra, tendo como principais tipos:
48

• Orçamento sumário: é um levantamento rápido e simples dos custos da


construção. Que é expeço conforme a seguinte fórmula (1):
C= A x P
(1)
Onde:
A = área da obra (m²)
P= preço por (m²), baseado no custo unitário da construção (CUB).
• Orçamento detalhado: neste orçamento são considerados todos os
custos necessários, tais como: aquisição e administração dos materiais;
salários (mão de obra); impostos; taxas (água, luz, telefone); leis sociais
(94% sobre a mão de obra); desgaste das ferramentas; lucros. Neste
tipo de orçamento não pode faltar os seguintes tópicos:
a) Cálculo de detalhes métricos (este cálculo é baseado nos projetos). –
Cálculo dos preços unitários (custo dos elementos que entram na
composição de uma unidade de serviço como, por exemplo, material e
mão de obra);
b) Operações aritméticas finais (são cálculos de volume, área ou metro
linear, partindo da medida de cada elemento que figura no projeto).
49

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta etapa do trabalho apresenta a metodologia a ser utilizada durante o


desenvolvimento da pesquisa. Em uma primeira etapa será descrito a abordagem
metodológica a ser adotada, fazendo a classificação da pesquisa, segundo a
natureza, o objetivo, a abordagem e o método. Em seguida, será apresentada a
estratégia de condução e os instrumentos de coleta e de análise de dados.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

A proposta metodológica desta investigação baseia-se em uma pesquisa


descritiva, utilizando abordagens qualitativas e quantitativas, com um delineamento
centrado na análise bibliográfica. O objetivo é solucionar o problema de pesquisa por
meio do estudo da composição e processo de produção do material EPS, assim como
sua aplicação na construção. Será realizada uma pesquisa em normas e materiais de
referência, como livros, artigos, sites e trabalhos relacionados, a fim de obter
informações sobre o uso desse sistema construtivo.
O estudo também incluirá informações sobre o sistema de alvenaria
tradicionalmente adotado no Brasil, servindo como referência para comparação.
Serão analisados separadamente três estudos comparativos de custos entre o
sistema de painéis de EPS e o sistema de alvenaria, utilizando métodos distintos para
obtenção dos custos.
Essa abordagem metodológica visa a obtenção de dados relevantes para
compreender as vantagens e limitações do uso de painéis de EPS na construção,
especialmente em relação aos custos. A combinação de abordagens qualitativas e
quantitativas, juntamente com a análise bibliográfica, contribuirá para a obtenção de
resultados sólidos e embasados para responder às questões propostas nesta
pesquisa.
Segundo Wallimann (2015), de uma forma geral, a pesquisa é uma atividade
que envolve diversas descobertas de uma maneira ordenada. Uma análise cientifica,
aumentando dessa forma a fronteira do conhecimento, corroborando ou refutando
algo que possivelmente já existia.
50

Este trabalho possui como objetivo apresentar os principais diferenciais do


sistema construtivo que utiliza o poliestireno expandido em relação ao sistema
construtivo de alvenaria convencional.
No que se refere aos objetivos do trabalho, a pesquisa constitui-se como uma
pesquisa descritiva. Já que o objetivo principal é descrever e mapear as
características de uma determinada população ou situação, sem explicar ou interferir
em seus mecanismos, ou causas.
Já quanto á abordagem de pesquisa, o trabalho pode ser classificado como
qualitativo e quantitativo de delineamento fundado na análise bibliográfica. Esse
aspecto se dá porque busca uma análise subjetiva, por meio do levantamento de
informações e dados específicos das características de cada sistema. Assim como,
procura dados específicos e análise estatístico dos mesmos.
Para Sampieri (2013), a pesquisa quantitativa usa a coleta de dados para testar
hipóteses, tendo como referência a medição numérica e na apreciação estatística para
criar padrões e comprovar teorias. Já quando a abordagem é de cunho qualitativo a
busca e coleta de dados não usa medição numérica para descobrir ou aprimorar
perguntas de pesquisa no processo de interpretação (SAMPIERI, 2013).
Já no tocante ao método, procedimento para coleta de informações e dados
específicos, este que é o trabalho acadêmico irá utilizar coleta de dados secundários
por meio de artigos e trabalhos acadêmicos. Tendo em vista, que avalia os custos da
construção através dos dois métodos construtivos em uma residência unifamiliar.

3.2 COLETA DE DADOS

Para realizar a busca de informações, o presente trabalho utilizou um estudo


bibliográfico, que buscou diversa informações do sistema construtivo com EPS e
alvenaria convencional. Para tal, foi feito um levantamento de informações sobre os
sistemas, visando conhecer todas as etapas dos processos construtivos. Estas
informações foram obtidas em materiais publicados em livros, revistas, artigos,
dissertações, teses, internet e normas técnicas.
Nesta coleta de dados indireta, será abordado análise comparativa dos dois
métodos construtivos citados neste projeto acadêmico, para que se possa obter os
custos, prazos e métodos de cada sistema. As informações dos custos e prazos do
51

sistema convencional e com EPS serão coletadas através de três trabalhos


acadêmicos.
52

4. RESULTADO

Nesta etapa do trabalho, realizou-se uma pesquisa bibliográfica abrangendo


comparativos de custos e resultados de trabalhos acadêmicos para obter uma
estimativa dos custos de construção com painéis autoportantes. A escolha desses
estudos foi baseada em critérios como a diversidade de localidades, abordagens
distintas para a obtenção dos custos e a existência de resultados diferentes.
Ao considerar e analisar mais de um resultado, buscou-se obter uma visão mais
abrangente e ampla em relação aos custos do processo construtivo. Os estudos
selecionados oferecem uma variedade de perspectivas, permitindo uma compreensão
mais completa das estimativas de custos envolvidas no uso de painéis autoportantes.
Essa abordagem de pesquisa bibliográfica contribui para embasar e
fundamentar as conclusões sobre os custos associados ao uso desses painéis,
proporcionando uma visão mais abrangente e respaldada por estudos anteriores
realizados em diferentes contextos.

4.1 TRABALHOS ANALISADOS COM FOCO EM CUSTOS

Foi realizado uma averiguação de dados nos seguintes trabalhos:


• Monografia 1 - Sistema Construtivo em Painéis Monolíticos de EPS: Uma
Solução para a Construção de Habitações Populares no Brasil. Autor Balbino
(2020), da Universidade Federal da Paraíba Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.
• Monografia 2 - Estudo Comparativo Entre Sistemas Monolíticos em Painéis
EPS e Sistema Construtivo Convencional para Residências Unifamiliares.
Autor Correa (2020) da UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina.
• Monografia 3 - Comparativo de custo e produtividade dos métodos
construtivos em EPS e concreto armado. Autora Mendes e Pereira (2021) da
PUC Goiás - Pontifícia Universidade Católica De Goiás.
Para esta etapa será usado uma pesquisa de caráter bibliográfico e de
abordagem quantitativa. A análise dos resultados será feita pelo método de
observação.
53

Será abordado os principais aspectos de cada trabalho citado anteriormente,


extraindo as análises encontrados em cada monografia, para abordar os custos de
cada processo de construção, afim de identificar o modelo que traz o resultado mais
econômico no final das etapas realizadas.

4.1.1 Análise monografia 1

A seguir, serão apresentados dois modelos residenciais que possuem o mesmo


projeto arquitetônico, porém utilizam sistemas construtivos diferentes. Ambas as
edificações são habitações unifamiliares de padrão popular com pé direito de 3,00 m
e cobertura com telhas termoacústicas no modelo colonial de 1,00 metro de
comprimento, visando proporcionar conforto térmico. Cada residência é composta por
sala de estar e jantar, dois quartos, cozinha, circulação, banheiro social e área de
serviço, totalizando 46,80 m² de área construída. A planta baixa do projeto pode ser
visualizada na Figura 26 (BALBINO, 2020).

Figura 26: Layout da residência.

Fonte: Balbino (2020).

A Tabela 2 apresenta o detalhamento da área construída do modelo da


edificação utilizada, mostrando em cada ambiente do empreendimento a área
construída.
54

Tabela 2: Área dos ambientes da residência.


Ambiente Área
Sala / Jantar 10,96 m²
Quarto 1 8,06 m²
Quarto 2 8,565 m²
Banheiro 3,71 m²
Circulação 2,28 m²
Cozinha 4,83 m²
Área de Serviço 4,32 m²
Total - Área útil 42,72 m²
Total - Área Construída 46,80 m²
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Balbino (2020).

Balbino (2020), salienta que após analisar os projetos, foi realizado um


levantamento quantitativo e de custos para o sistema construtivo convencional de
blocos cerâmicos e para o sistema construtivo em painéis monolíticos de EPS. A
comparação entre os resultados destacou o método executivo mais viável em termos
financeiros e construtivos. Os quantitativos de materiais foram obtidos a partir dos
projetos complementares da unidade habitacional, enquanto os custos dos insumos e
serviços foram coletados da tabela SINAP (Sistema Nacional de Pesquisas de Custos
e Índices da construção Civil) referente ao mês de junho de 2020. As tabelas 3 e 4 a
seguir resumem as estimativas de custos para cada método construtivo utilizado neste
estudo.

Tabela 3: Custos para construção em alvenaria convencional.


Etapa Custo %
1.0 Infraestrutura R$ 11.039,82 22,34%
2.0 Superestrutura e paredes R$ 7.874,71 15,93%
3.0 Esquadrias R$ 6.007,30 12,16%
4.0 Cobertura R$ 9.943,47 20,12%
5.0 Impermeabilização R$ 520,66 1,05%
6.0 Revestimentos R$ 2.953,85 5,98%
7.0 Instalações R$ 11.081,95 22,42%
Total R$ 49.421,77 100%
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Balbino (2020).
55

Tabela 4: Custos para construção em painéis de EPS.


Etapa Custo %
1.0 Infraestrutura R$ 3.390,16 9,68%
2.0 Superestrutura e paredes R$ 5.016,04 14,32%
3.0 Esquadrias R$ 5.827,08 16,64%
4.0 Cobertura R$ 9.943,47 28,39%
5.0 Impermeabilização R$ 324,35 0,93%
6.0 Revestimentos R$ 1.413,64 4,04%
7.0 Instalações R$ 9.107,69 26,01%
Total R$ 35.022,43 100%
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Balbino (2020).

Os resultados das estimativas de custos indicaram que a construção utilizando


painéis monolíticos de EPS teve um custo 29,13% menor em comparação com o
sistema convencional de blocos cerâmicos para produzir a mesma residência. Isso
resultou em uma economia de R$ 14.399,34 para a construção de apenas uma
habitação, tornando-se um benefício atrativo para a execução de um conjunto
habitacional popular. Além da contenção de gastos, a utilização dos painéis
monolíticos ofereceu maior agilidade construtiva, resistência mecânica e conforto
físico superior em relação ao sistema convencional (BALBINO, 2020).

4.1.1.1 Aspectos relevantes da monografia 1

Foi observado que os custos com mão de obra não foram mencionados, e
também não foram descritos os itens que compõem o valor de como foi realizada a
pesquisa orçamentária para o sistema de EPS incluindo logística nos estados do Pará
e Paraíba, como também assistência técnica da empresa maranhense, R Borges
Engenharia. Já um item que pode interferir significativamente no orçamento é a
quantidade de horas por etapa em cada método construtivo, o que foi apenas
mencionado que a construção com EPS tem um tempo menor de trabalho. Todavia,
uma descrição maior no tempo de execução das atividades poderia fazer o orçamento
levantado ter uma assertividade ou uma riqueza de detalhes maior em cada fase da
construção executada.
Entre todas as etapas da construção consideradas, o autor salienta que os
custos de infraestrutura são os que mais colaboram para essa desigualdade de preço,
56

porém devesse salientar que nesta etapa os métodos concebidos para os orçamentos
não são os mesmos. Para a construção do método convencional foi orçado fundação
de viga baldrame, já para o método construtivo com EPS foi orçado a fundação tipo
radie, fato este que pode ter levado a uma certa disparidade dos valores encontrados
pelo autor. Todavia o autor salienta que o método com EPS apresenta uma redução
de custos de 29,13% em relação ao método convencional, a tabela 5 mostra o valor
total de cada método construtivo.

Tabela 5: Valor final da obra


Método Custo Diferença entre os métodos %
EPS R$ 35.022,43 - 29.13%
Convencional R$ 49.421,77 + 29.13%
Fonte: Elaborado pelo autor.

O texto aborda a falta de informações sobre os custos com mão de obra e a


ausência de detalhes sobre os itens que compõem o valor da pesquisa orçamentária
para o sistema de EPS. Também menciona a falta de descrição adequada da
quantidade de horas por etapa em cada método construtivo. No entanto, destaca-se
que o método construtivo com EPS apresenta uma redução de custos de 29,13% em
relação ao método convencional, conforme a tabela fornecida. Isso indica a viabilidade
econômica do uso do EPS na construção, mas é necessário obter mais informações
para uma análise completa, como os custos de mão de obra e o tempo de execução
das atividades em cada fase da construção.

4.1.2 Análise monografia 2

Outro estudo de custos foi elaborado por Correa (2020), comparando os


mesmos métodos construtivos deste trabalho. Foi analisado um imóvel residencial de
57 m² localizado na cidade de Armazém/SC, realizado pelo sistema construtivo
convencional, conforme figuras 27 da planta baixa da residência a seguir.
57

Figura 27: Planta baixa da residência.

Fonte: Correa (2020).

Além disso, é importante ressaltar que a construção em alvenaria convencional


foi realizada com projetos pré-aprovados por um engenheiro civil que acompanhou
todas as etapas da obra. Sendo assim, os custos foram definidos com a ajuda dos
proprietários da construção, que já possuem um orçamento detalhado. Esse
orçamento foi elaborado em 2019 pela empresa responsável pela construção, com
base nos valores da tabela SINAPI referente ao mesmo ano (CORREA, 2020).
Além disso, é importante ressaltar que a construção em alvenaria convencional
foi realizada com projetos pré-aprovados por um engenheiro civil que acompanhou
todas as etapas da obra. Sendo assim, os custos foram definidos com a ajuda dos
proprietários da construção, que já possuem um orçamento detalhado. Esse
orçamento foi elaborado em 2019 pela empresa responsável pela construção, com
base nos valores da tabela SINAPI referente ao mesmo ano (CORREA, 2020).
Para Correa (2020), com base no orçamento realizado para o sistema
convencional foi contatado uma empresa que proporcionou os orçamentos da mesma
edificação, porém, como se fosse realizada pelo método de painéis monolíticos,
assim, conseguiu-se chegar ao resultado esperado para a comparação entre os dois
métodos, conforme apresentado na tabela 6, que faz um levantamento comparativo
de valores por etapa de cada método construtivo, apesar do método com EPS não
fornecer detalhamento das etapas na totalidade, mostrando apenas o valor da
58

cobertura e o valor total do necessária para executar toda a obra com poliestireno
expandido.

Tabela 6: Valores entre sistemas construtivos.


Comparação
Sistemas
Convencional Valor EPS Valor
Estrutura R$ 23.027,92 Estrutura
Impermeabilização R$ 140,00 Impermeabilização
Instalação Elétrica R$ 3.746,00 Instalação Elétrica
Cobertura R$ 5.014,37 Cobertura R$ 50.291,10
Instalação Hidráulica R$ 2.830,00 Instalação hidráulica
ART R$ 233,94 ART
Mão de Obra R$ 35.000,00 Mão de Obra
Paredes R$ 10.512,10 Macropainel R$ 11.880,00
Total R$ 80.504,33 Total R$ 69.009,92
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Correa (2020).

No sistema convencional, a construção de uma casa de 57 m² custou R$


80.504,33, incluindo a obra bruta, alvenaria e ART do engenheiro. Já no EPS, a
mesma obra bruta, o custo total foi de R$ 69.009,92, sendo que R$ 11.880,00 foram
apenas para os macros painéis. Na Gráfico 1, é apresentada uma comparação dos
custos separados por obra bruta e vedação, mostrando uma diferença de cerca de R$
10.000,00 entre os dois métodos, principalmente na parte da obra bruta, devido ao
tempo de construção e mão de obra necessários (CORREA, 2020).

Gráfico 1: Método convencional e monolítico.


R$90.000,00
R$80.000,00
R$70.000,00
R$60.000,00
R$50.000,00
R$40.000,00
R$30.000,00
R$20.000,00
R$10.000,00
R$-
Obra Bruta Alvenaria Obra Bruta Macropainel
Sistemas Convencional Sistema de painéis monolíticos

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Correa (2020).


59

4.1.2.1 Aspectos relevantes da monografia 2

Com base nas informações fornecidas pelo autor do estudo, observa-se que
ambos os projetos foram orçados considerando a obra bruta, que engloba a estrutura,
impermeabilização, instalações elétricas e hidráulicas, cobertura, mão de obra e a
alvenaria, além da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) do engenheiro
responsável. No entanto, o autor não especificou qual empresa forneceu o orçamento
para o sistema de painéis monolíticos, nem a localidade da mesma. É importante
salientar que nem todas as regiões possuem mão de obra capacitada para executar
esse tipo de serviço, o que pode impactar significativamente no resultado final do
orçamento.
Ademais, foi constatado que a empresa responsável pelo orçamento do
sistema monolítico informou que a construção da casa de 57 m² seria concluída em
15 dias, com todas as instalações realizadas e a obra bruta finalizada. No entanto, o
tempo que foi necessário para executar a obra em alvenaria convencional não foi
informado, o que pode ter influenciado no resultado dos valores obtidos pelo autor.
Assim, é importante considerar esses aspectos para uma análise mais completa e
precisa.
Em relação aos resultados apresentados pelo autor, foi constatada uma
redução de 14,27% no valor total da obra com o uso de painéis monolíticos em relação
à alvenaria convencional, conforme a tabela 7 abaixo. Entretanto, como mencionado
anteriormente, a localidade da prestadora de serviços da construção com EPS e o
tempo de execução da obra em alvenaria tradicional podem influenciar nessa margem
encontrada pelo autor. Dessa forma, é fundamental que esses fatores sejam
considerados ao avaliar a viabilidade do uso de painéis monolíticos em uma
construção.

Tabela 7: Valores de investimento

Método Custo Diferença entre os métodos %


EPS R$ 69.009,92 - 14,27%
Convencional R$ 80.504,33 + 14,27%
Fonte: Elaborado pelo autor.
60

4.1.3 Análise monografia 3

Mendes e pereira (2021), descrevem que a construtora que auxiliou no trabalho


atua na construção civil há 19 anos, oferecendo serviços especializados em projetos
de arquitetura para construções residenciais, comerciais e industriais. Desde 2015, a
empresa tem experiência com o sistema construtivo de painel monolítico de EPS.
Durante a coleta de dados, a empresa disponibilizou um projeto em execução
de uma residência com 197,81 m² de área, permitindo a comparação de custos entre
o método construtivo em painel de EPS e em concreto armado com vedação em bloco
cerâmico. Os quantitativos para o orçamento com EPS foram baseados nos projetos
da construtora, enquanto para o concreto armado, referentes aos projetos estruturais,
foram obtidos através de parâmetros de projetos com arquitetura similar. A pesquisa
não inclui o dimensionamento de projetos estruturais ou de fundação para obra em
questão (MENDES E PEREIRA, 2021).
O estudo abrangeu de forma detalhada os diversos serviços de construção
necessários, desde a fundação até o acabamento das paredes. Foram considerados
os serviços preliminares, como movimentação de terra, instalação provisória de água
e energia, instalação de tapume e marcação de gabarito, além dos serviços principais,
como fundação, estrutura, alvenaria, laje e acabamento de paredes. Todos esses
serviços foram cuidadosamente analisados e seus custos foram levantados e
computados na tabela 8 dos orçamentos em EPS. O objetivo desse levantamento de
custos foi fornecer uma estimativa precisa dos gastos envolvidos na construção
utilizando o sistema construtivo em poliestireno expandido para e construção de uma
residência familiar (MENDES E PEREIRA, 2021).
Ao considerar todos os aspectos envolvidos na construção, desde o início dos
serviços preliminares até a conclusão do acabamento das paredes, é possível ter uma
visão abrangente dos custos totais do projeto. A Tabela 8 apresenta de forma
organizada e detalhada os valores relacionados a cada etapa da construção,
permitindo uma análise completa dos gastos envolvidos. Essa análise de custos é de
grande importância para o planejamento financeiro do projeto, possibilitando uma
melhor gestão dos recursos e uma tomada de decisão embasada em dados
concretos, que o autor disponibilizou no trabalho acadêmico estudado. (MENDES E
PEREIRA, 2021).
61

Tabela 8: Orçamento em EPS.


Descrição Custo da Obra
Serviços Preliminares R$ 5.671,88
Infraestrutura R$ 16.359,72
Superestrutura R$ 64.976,99
Paredes R$ 54.102,04
Impermeabilização R$ 1.467,62
Revestimento de Parede R$ 49.302,94
Contrapiso R$ 4.893,68
Total R$ 196.774,86
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Mendes e pereira (2021).

A Tabela 9 mostra a composição do método convencional de concreto armado,


que inclui estacas e blocos para a infraestrutura, além de pilares, vigas e lajes com
suas respectivas composições de aço, formas e concreto para a superestrutura. A
etapa de paredes inclui o quantitativo de alvenaria em bloco cerâmico, verga,
contraverga, telas de reforço, grauteamento e armações adicionais (MENDES E
PEREIRA, 2021).

Tabela 9: Orçamento em concreto armado.


Descrição Custo da Obra
Serviços Preliminares R$ 5.671,88
Infraestrutura R$ 24.339,71
Superestrutura R$ 91.011,94
Paredes R$ 38.603,76
Impermeabilização R$ 3.924,40
Revestimento de Parede R$ 47.645,12
Contrapiso R$ 14.172,28
Total R$ 225.172,10
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Mendes e pereira (2021).

Mendes e pereira (2021), apontam que a diferença mais significativa entre os


métodos construtivos é na etapa de superestrutura, com custo de R$ 91.011,94 para
o método convencional de concreto armado e alvenaria em bloco cerâmico.
Comparando com o método em EPS, é possível obter uma economia de cerca de
29%, equivalente a R$ 26.034,95, devido à redução de pilares, vigas, aço, concreto e
formas, substituídos pelos painéis em EPS que possuem função estrutural. A tabela
10 abaixo mostra um comparativo entre a tabelas anteriores.
62

Tabela 10: Custo por etapa construtiva.

Custo total em Custo total em EPS x Concreto


Descrição EPS concreto armado armado (%)
Serviços Preliminares R$ 5.671,88 R$ 5.671,88 0%
Infraestrutura R$ 16.359,72 R$ 24.339,71 33%
Superestrutura R$ 64.976,99 R$ 91.011,94 29%
Paredes R$ 54.102,04 R$ 38.603,76 -40%
Impermeabilização R$ 1.467,62 R$ 3.924,40 63%
Revestimento de
Parede R$ 49.302,94 R$ 47.645,12 -4%
Contrapiso R$ 4.893,68 R$ 14.172,28 65%
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Mendes e pereira (2021).

Mendes e pereira (2021), destacam que outra etapa construtiva que se


apresenta como uma alternativa mais econômica para a construção em EPS, é a
utilização do tipo radie de fundação, que já inclui a pavimentação da residência e
requer apenas uma regularização antes da aplicação do revestimento de piso.
Comparado ao método convencional, que necessita de piso de concreto, essa
redução de gastos equivale a R$ 9.261,60, ou 34,57% do custo do contrapiso. Além
disso, a utilização do sistema monolítico de infraestrutura, também com fundação do
tipo radie, oferece outras vantagens, como redução de mão de obra, execução mais
ágil, menor quantidade de aço e menor custo na obra, além de não exigir grandes
demandas de escavação.
No entanto, a etapa de parede e painéis apresentou alto custo em comparação
com o método construtivo em alvenaria de bloco cerâmico. O custo do serviço de
instalação e fornecimento dos painéis em EPS foi levantado por meio de uma
composição unitária baseada em informações fornecidas pelo engenheiro da obra.
Observa-se que foi utilizada malha de aço galvanizada de 4,2 mm com espaçamento
de 15x15 cm, que corresponde à malha revestida no EPS. A tela soldada galvanizada
de 3,4 mm é usada para reforço nas proximidades das portas e esquadrias. Essa
composição resultou em um custo de R$ 104,40 por metro quadrado, o que é 40%
mais caro do que o bloco cerâmico, ou seja, R$ 15.498,28. Por exemplo, não foi
possível encontrar fornecedor de tela soldada galvanizada para revestir o painel de
EPS (MENDES E PEREIRA, 2021).
63

O engenheiro da obra apontou que houve algumas dificuldades na execução


do método construtivo em EPS pelos serventes e mestre de obra, o que exigiu troca
de equipe. No entanto, o painel em EPS traz mais agilidade e praticidade na obra.
Quando se analisa a produtividade dos funcionários em obra, o método construtivo
em EPS ainda é mais vantajoso. Na obra acompanhada, a montagem dos painéis em
EPS levou duas semanas e teve uma produtividade de 0:15 horas por metro quadrado,
enquanto a aplicação do bloco cerâmico levaria 5 semanas e 1 dia, com uma
produtividade de 0:43 horas por metro quadrado, demonstrando a diferença de
produtividade entre os processos de construção analisadas neste trabalho acadêmico
(MENDES E PEREIRA, 2021).
O Gráfico 2 apresenta de modo mais detalhado cada etapa estudada do
sistema monolítico de painel de EPS como sistema estrutural e no gráfico 3, é
apresenta o custo total das etapas construtivas estudadas, utilizando sistema
convencional em alvenaria de bloco cerâmico. Nota-se que a superestrutura,
composta por vigas, pilares e lajes, exige uma maior demanda financeira da obra,
representando 33% do custo quando comparada com as outras etapas. Esse custo
se deve ao pergolado em concreto armado e uma laje em balanço na garagem,
solicitados pela proprietária da residência e contabilizados no empreendimento
(MENDES E PEREIRA, 2021).

Gráfico 2: Investimento em EPS.


2% 3%
Serviços Preliminares
8%
Infraestrutura
25%
Superestrutura

Paredes
1% 33%

Impermeabiização

28%
Revestimento de Parede

Contrapiso
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Mendes e pereira (2021).
64

Gráfico 3: Investimento em Alvenaria Convencional.


3%
Serviços Preliminares
6%
Infraestrutura
11%

21%
Superestrutura

Paredes
2% 40%
Impermeabiização
17%
Revestimento de Parede

Contrapiso

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Mendes e pereira (2021).

Para Mendes e pereira (2021), o estudo comparou dois métodos construtivos:


o convencional, com infraestrutura em estacas e blocos e superestrutura em concreto
armado e alvenaria de bloco cerâmico, e o monolítico, com fundação do tipo radie e
uso de painéis de EPS como elemento estrutural. Foi observada uma redução de
custo de 12,61% no método monolítico em relação ao convencional, além de maior
agilidade na execução. O uso de painéis de EPS reduziu a quantidade de pilares e
vigas, diminuindo a quantidade de materiais utilizados na obra. Além disso, o método
monolítico proporcionou um canteiro de obras mais limpo e organizado.

4.1.3.1 Aspectos relevantes da monografia 3

O autor do trabalho argumenta que os quantitativos para o orçamento com EPS


foram baseados nos projetos da construtora, enquanto para o concreto armado, os
quantitativos referentes aos projetos estruturais foram obtidos através de parâmetros
de projetos com arquitetura similares a obra em questão. A pesquisa não inclui o
dimensionamento de projetos estruturais ou de fundação da obra analisada. Esse fato
pode levar os valores salientados pelo autor a terem uma margem de erro, tendo em
vista que nesta etapa foi percebido a maior discrepância de valores entre os métodos
construtivos, pois o projeto estruturar do método construtivo de concreto armado não
era realmente o da obra analisada.
65

Ademais, o autor aborda que a escolha da fundação é feita conforme o cálculo


estrutural da edificação. Em se tratando de uma residência com o método construtivo
em EPS, utilizou-se fundação do tipo radie, executado com 10 cm de espessura e com
concreto fck = 25 Mpa, sempre obedecendo às recomendações de projeto.
Normalmente a armadura do radie é formado por tela de aço CA-60 soldada com
malha de 2,45 x 6 m, percebesse pela descrição feita da estrutura de piso do método
com EPS é bem detalhada e traz uma precisão para a geração do orçamento de
infraestrutura o que não se pode ter a mesma alusão que ao concreto armado, mesmo
tendo uma boa descrição da etapa, porém com um projeto similar conforme
mencionado anteriormente.
Durante a obra analisada, foram comparados os tempos de montagem dos
painéis em EPS e do levantamento de paredes em blocos cerâmicos convencionais.
Os resultados mostraram que a montagem dos painéis em EPS teve uma duração de
duas semanas, com uma produtividade média de 0:15 horas por metro quadrado. Já
a aplicação dos blocos cerâmicos levaria cerca de 5 semanas e 1 dia, com uma
produtividade média de 0:43 horas por metro quadrado.
Essa diferença significativa no tempo de execução se deve principalmente à
facilidade e praticidade do sistema construtivo em EPS, que permite a montagem
rápida e eficiente dos painéis, enquanto a alvenaria convencional exige uma série de
etapas mais demoradas e trabalhosas.
Além disso, é importante destacar que essa diferença de tempo se reflete
diretamente no custo da mão de obra. Com uma execução mais rápida e eficiente, o
método construtivo em EPS apresenta um custo de mão de obra menor do que o
método convencional de alvenaria. Isso porque, além do menor tempo de execução,
há uma menor necessidade de trabalhadores envolvidos na obra, o que reduz os
custos com salários e encargos trabalhistas.
Porém, neste trabalho o cálculo de mão de obra não foi comprado, apesar de
ser descrito o tempo de execução do método com EPS. Se o levantamento de horas
necessárias para execução da obra em concreto armado fosse levantado e abordado
neste trabalho acadêmico, a diferença de custos entre os métodos retratada pelo autor
que foi de 12,61%, conforme tabela 11 abaixo. Todavia, este valor poderia aumentar
entre os processos executivos estudados, já que um grande custo em uma construção
é a mão de obra e encargos trabalhistas conforme mencionado no parágrafo acima.
66

Tabela 11: Custo da obra


Método Custo Diferença entre os métodos %
EPS 196.774,86 -12,61%
Convencional 225.172,10 +12,61%
Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2 TRABALHOS COM ABORDAGEM EM TEMPO DE EXECUÇÃO DA OBRA

Nesta seção, serão mencionados estudos relacionados ao sistema construtivo


de painéis em EPS, que contemplam o tempo de construção entre os métodos
estudados. Será discutido o método utilizado em cada um desses trabalhos, bem
como os resultados obtidos a partir desses estudos.
• Trabalho 1 - Comparativo de Custos e Eficiência Entre os Sistemas EPS e
Convencional Na Construção Civil do Distrito Federal: Estudo de Caso da
Empresa “A Construtora”. Autor Santos, D. de S; Siqueira, R. dos S; Souza, M.
de S; et al. (2019), Congresso Internacional de administração 4.0 Ponta
Grossa-PR.
• Trabalho 2 - Análise comparativa do sistema construtivo de painéis monolíticos
de EPS em relação à alvenaria convencional: estudo de caso. Autor Gasparini,
b.; Pelissoni, f. M.; Souza, et al. (2021). Anais In: workshop de tecnologia de
processos e sistemas construtivos.
• Trabalho 3 - Estudo comparativo entre o sistema construtivo em painéis
monolíticos em EPS e o sistema convencional com estrutura de concreto e
vedações de alvenaria. Autor TIBURCIO, Igor Torres 2022. 54f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) - Centro de Tecnologia,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.

4.2.1 Análise do trabalho 1

Conforme Santos, Siqueira e Souza (2019), o artigo intitulado "Estudo de caso:


análise financeira comparativa de sistemas construtivos em EPS e alvenaria de bloco
cerâmico" tem como objetivo realizar uma análise comparativa de custos entre dois
sistemas construtivos: EPS (poliestireno expandido) e alvenaria de bloco cerâmico.
67

A metodologia utilizada no estudo envolveu a análise de custos em uma obra


real de duas residências unifamiliar de 233 m² e 252 m² construída com o sistema
construtivo em EPS. Foram comparados os custos dessa obra com os custos que
teriam sido gerados caso a obra tivesse sido construída com o sistema convencional
de alvenaria de bloco cerâmico. Os resultados apresentados no artigo mostram que,
apesar do custo da etapa de parede e painéis ter sido mais alto no sistema construtivo
em EPS, esse sistema apresentou uma redução de custos em outras etapas da
construção, como a economia de contrapiso devido à fundação ser do tipo radie e a
redução de mão-de-obra na fase de infraestrutura (SANTOS, SIQUEIRA E SOUZA,
2019).
Além disso, o artigo demonstra que o sistema construtivo em EPS apresentou
uma produtividade maior na montagem dos painéis em comparação com a aplicação
do bloco cerâmico, o que levou a uma redução no custo da mão-de-obra. No geral, o
artigo apresenta uma análise detalhada e bem estruturada dos custos e benefícios do
uso do sistema construtivo em EPS em relação ao sistema convencional de alvenaria
de bloco cerâmico. No entanto, é importante ressaltar que os resultados apresentados
se referem a um único estudo de caso e podem variar dependendo das características
específicas de cada projeto.
Todavia, Santos, Siqueira e Souza (2019), estudo comparativo entre os
sistemas EPS e convencional na construção civil do Distrito Federal foi realizado pela
empresa “A Construtora”. O estudo mostrou que o sistema de construção em EPS, ao
utilizar uma obra inteligente, rápida de menor custo para o cliente, alcança os
percentuais de 17% de economia de custos. Com o projeto mais complexo este
percentual mudou para um projeto mais simples onde chegou à média de 19%. Além
disso, os dados do presente trabalho indicam que o método construtivo com formas
de EPS possuem uma transmitância térmica 83,06% menor que o convencional. O
método construtivo com formas de EPS é 7,58% mais barato e apresenta uma
redução de 40,72% no tempo de execução, mostrando a vantagem que este método
construtivo pode exercer em uma construção.
A tabela 12 demonstra os principais indicadores observados durante o estudo
da construção de um sobrado com área de obra de 233 m² de área construída para
ambos os métodos constritivos, térreo e pavimento superior platibandas e torre área
reservatório (SANTOS, SIQUEIRA E SOUZA, 2019):
68

Tabela 12: Comparativo Sobrado 233 m².

Serviços e Preço da Obra


Construção Investimento Tempo Mob¹ Locações até o Reboco
7 R$
EPS R$ 95.100,00 meses R$ 83.560,00 35.700,00 R$ 214.360,00
9 R$
Convencional R$ 104.500,00 meses R$ 98.230,00 48.071,20 R$ 250.801,20

Economia 9,8% 28,5% 9,68% 34,65% 17%

Diferença do preço da obra até o reboco R$ 36.441,20


Fonte: Elaborado pelo autor a partir de A construtora (2021).

A Tabela 13 demonstra os principais indicadores observados durante o estudo


da construção de um sobrado com área de obra de 252 m² de área construída para
ambos os métodos constritivos térreo e pavimento superior platibandas e torre área
reservatório (SANTOS, SIQUEIRA E SOUZA, 2019):

Tabela 13: Comparativo Sobrado 252 m².

Serviços e Preço da Obra


Construção Investimento Tempo Mob¹ Locações até o Reboco

EPS R$ 99.300,00 9 meses R$ 91.700,00 R$ 39.580,00 R$ 230.580,00

Convencional R$ 102.590,00 12 meses R$ 103.250,00 R$ 65.550,00 R$ 274.390,00

Economia 3,3% 33% 12,5% 65% 19%

Diferença do preço da obra até o reboco R$ 43.810,00


Fonte: Elaborado pelo autor a partir de A construtora (2021).

4.2.2 Análise do trabalho 2

Para Gasparini, Pelissoni e Souza (2021), o estudo de caso, "Comparativo de


custos e eficiência entre os sistemas EPS e convencional” esclarece como a empresa
utiliza os painéis monolíticos de EPS e a partir desses dados desenvolve uma análise
comparativa entre o modelo de sistema de construção convencional (alvenaria) e o
modelo construtivo formado por painéis de EPS. O estudo conclui que o sistema de
painéis monolíticos apresenta melhores resultados nas questões de economia,
69

sustentabilidade, agilidade, logística e conforto dos clientes, se tornando, portanto, o


melhor sistema em comparação ao sistema convencional.
Ainda Gasparini, Pelissoni e Souza (2021), salientam que o sistema construtivo
convencional de alvenaria e o sistema de painéis monolíticos de EPS, tem os valores
calculados a partir dos custos reais de mercado no mês de novembro de 2020. Foi
constatado que não há variação de custos nas etapas de terraplenagem, fundação e
cobertura, pois foram utilizados o mesmo método construtivo. No entanto, há uma
diferença significativa nos custos para a vedação dos dois sistemas construtivos de
uma casa de 50 m², sendo que o sistema convencional em alvenaria tem um custo de
R$ 61.890,28, enquanto o sistema EPS tem um custo de R$ 38.615,30, considerando
revestimento e instalações, uma diferença de 37,60% a mesmo que a construção
convencional. Além disso, os valores de mão de obra também apresentam diferenças
devido aos prazos estipulados para cada sistema construtivo, sendo que o sistema
com EPS tem uma redução de tempo de 40% em relação ao método convencional.
Apesar do material do sistema de EPS ser cerca de 23% mais caro que o
sistema convencional, o artigo destaca que ele pode ser considerado mais vantajoso
devido à rapidez na execução, o que possibilita a construção em um prazo curto. Os
cronogramas apresentados mostram haver uma diferença de cerca de dois meses de
execução entre os dois sistemas construtivos. Portanto, a utilização do sistema EPS
pode ser uma opção interessante para projetos que necessitam de construção rápida
e com custo menor (GASPARINI, PELISSONI E SOUZA 2021).

4.2.3 Análise do trabalho 3

Para Tiburcio (2022), o trabalho compara os sistemas construtivos


convencional e em painéis monolíticos em EPS. Este trabalho foi desenvolvido
universidade federal do Rio Grande do Norte centro de tecnologia departamento de
engenharia civil, pelo autor Igor Torres Tiburcio em Natal- RN em 2022. Enquanto o
sistema convencional é datado de milhares de anos, o sistema em EPS é uma
tecnologia mais recente, que apresenta diversas vantagens, como aumento do
conforto acústico, facilidade de armazenamento e manuseio, ganho de produtividade,
redução no custo final da obra, melhor estanqueidade, maior facilidade na execução
das instalações complementares e menor desperdício.
70

Embora o sistema convencional apresente maior resistência ao impacto na


alvenaria e capacidade de suportar cargas, tornando-o quase ilimitado na questão de
pavimentos e vão livres, o sistema em EPS apresenta características que superam o
sistema convencional, como isolamento térmico, facilidade de armazenamento,
grande ganho de produtividade, preço, estanqueidade e facilidade na execução das
instalações complementares. O EPS é composto por até 98% ar e 2% poliestireno,
tornando-o 100% reciclável e reaproveitável, com menor consumo de água e energia
e redução na geração de resíduos na obra. Embora haja resistência dos
consumidores, a metodologia apresentada atende todas as exigências construtivas,
arquitetônicas e sustentáveis (TIBURCIO, 2022).
Já a montagem dos painéis em EPS pode ser realizada com equipamentos e
ferramentas adequadas, tornando o trabalho menos cansativo e exigindo menos
esforço físico dos trabalhadores. A montagem dos painéis em EPS apresentam uma
produtividade de 0:15 horas por metro quadrado, enquanto o assentamento do bloco
cerâmico tem uma produtividade de 0:43 horas por metro quadrado. Além disso, a
redução do tempo de execução também pode diminuir o desgaste físico da equipe, já
que o trabalho é concluído mais rapidamente (TIBURCIO, 2022).
Outra vantagem dos painéis em EPS é a redução do desperdício de materiais,
uma vez que são fabricados com medidas precisas e não necessitam de cortes ou
ajustes no canteiro de obras. Isso contribui para a redução de custos e para a
sustentabilidade do projeto. No entanto, é importante destacar que a escolha do
sistema construtivo deve levar em consideração diversos fatores, como o tipo de
projeto, o clima da região, a disponibilidade de materiais e mão de obra, entre outros.
Portanto, é fundamental realizar uma análise criteriosa antes de decidir pelo uso de
um sistema construtivo específico. Logo, dessa forma o autor informa que o sistema
monolítico pode reduzir em até 50% o tempo de execução em relação ao sistema
convencional (TIBURCIO, 2022).

4.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS ENTRE OS MÉTODOS CONSTRUTIVOS

Ao realizar um estudo comparativo entre dois sistemas construtivos, foram


utilizados como referência os preceitos da norma NBR 15575:2021 (Edificações
habitacionais - Desempenho), que estabelece requisitos e critérios para garantir a
71

satisfação dos usuários em relação à edificação. Os principais critérios considerados


foram os seguintes:
• Segurança Mecânica: avaliação da capacidade do sistema construtivo em
suportar as cargas aplicadas e garantir a estabilidade da estrutura.
• Segurança ao fogo: análise da resistência ao fogo, considerando sua
capacidade de evitar a propagação de chamas e proporcionar proteção.
• Conforto térmico: verificação do desempenho do sistema construtivo em
relação ao isolamento térmico, controle da transferência de calor e manutenção
de condições de temperatura adequadas no interior da edificação.
• Conforto acústico: avaliação da capacidade em reduzir a transmissão de ruídos
externos e internos, proporcionando um ambiente acusticamente confortável.
• Impacto ambiental: análise dos aspectos relacionados à sustentabilidade do
sistema construtivo, considerando a redução do consumo de recursos naturais,
emissão de gases de efeito estufa e geração de resíduos.
• Durabilidade: verificação da vida útil estimada, levando em conta fatores como
resistência à degradação, manutenção e durabilidade dos materiais utilizados.
• Estanqueidade: avaliação da capacidade do sistema construtivo em garantir a
estanqueidade, ou seja, impedir a entrada de água, umidade e outros agentes
externos indesejados.
Além dos critérios estabelecidos na norma, foram considerados outros pontos
relevantes para a qualidade do sistema construtivo de ambos os métodos
construtivos, tais como:
• Armazenamento: avaliação das condições e requisitos de armazenamento dos
materiais utilizados no sistema construtivo.
• Peso: comparação do peso em relação a outros sistemas disponíveis,
considerando o impacto na estrutura e no transporte dos materiais.
• Produtividade e mão de obra: análise da facilidade e rapidez de execução do
sistema construtivo, assim como a necessidade de mão de obra especializada
para o método utilizado.
• Preço: comparação dos custos envolvidos na utilização do sistema construtivo,
incluindo materiais, mão de obra e outros custos associados.
72

• Execução das instalações complementares: avaliação da facilidade e


viabilidade de execução das instalações elétricas, hidráulicas e outras
complementares no sistema construtivo.
• Mercado e aceitação: consideração do nível de aceitação e adoção do sistema
construtivo pelo mercado, bem como a disponibilidade de empresas
especializadas na sua execução.
• Limitações: identificação de limitações ou restrições associadas ao sistema
construtivo, como restrições de aplicação, normativas específicas, entre outros.
A partir da revisão bibliográfica realizada, todos esses pontos foram
comparados e detalhados para fornecer uma análise abrangente e embasada sobre
os dois sistemas construtivos em estudo.

4.3.1 Resistência Mecânica

O poliestireno expandido pode parecer frágil à primeira vista, mas, na verdade


é um material altamente resistente à compressão, flexão e tração. Essas propriedades
mecânicas são diretamente influenciadas pela densidade do EPS, que pode variar de
10 kg/m³ a 46 kg/m³. É importante observar que, ao ser submetido a uma compressão,
o EPS pode se retrair até certo ponto, e quando a força é removida, o material retorna
ao seu estado original. No entanto, se a força de compressão aplicada for muito alta
em relação à densidade do EPS, pode ocorrer uma deformação permanente em parte
das células, que não se rompem. Por isso, é crucial especificar corretamente o tipo de
EPS a ser utilizado para cada aplicação específica (EPS Brasil, 2023).
A resistência à flexão do EPS é bastante elevada. Conforme a American
Society for Testing and Materials (ASTM), em obras geotécnicas, uma peça de EPS
com densidade de 46 kg/m³ pode atingir uma resistência de até 517 kPa, enquanto
uma peça com densidade de 12 kg/m³ terá uma resistência de aproximadamente 69
kPa. Essas características mecânicas do EPS tornam-no um material versátil e
adequado para diversas aplicações na construção civil, fornecendo isolamento
térmico, leveza, resistência e facilidade de manuseio (EPS Brasil, 2023).
Almeida e Rodrigues (2021), ao fazer um estudo sobre sistema construtivo que
utiliza painéis monolíticos compostos por poliestireno expandido informam que a
resistência da parede de EPS é até 30% maior que paredes de tijolos.
73

A informação fornecida por Genol (2021), sobre a parede de EPS ter uma
elevada resistência e a característica monolítica das paredes após a conclusão da
obra é relevante para destacar uma vantagem específica dos painéis autoportantes
de EPS. Essa característica monolítica das paredes de EPS significa que a estrutura
é contínua e distribui as cargas de forma eficiente em toda a construção. Isso
proporciona uma maior resistência estrutural, tornando-a capaz de suportar as cargas
aplicadas durante o uso e garantindo a estabilidade do edifício. Essa resistência
também pode contribuir para a durabilidade e segurança da construção.
Travejo (2018) destaca que as paredes construídas com estrutura convencional
possuem uma resistência mecânica considerada excelente, porém inferior em
comparação ao sistema de painéis de EPS. Isso se deve ao fato de que o EPS possui
células fechadas, o que confere ao material uma capacidade extremamente alta de
absorção de impactos, quedas e vibrações, resultando em uma resistência mecânica
elevada.

4.3.2 Segurança ao fogo

No tocante a resistência ao fogo Correa (2020), informa que a parede de


alvenaria tem uma excelente resistência para uma vedação com 15 cm de espessura,
sendo 9 cm de bloco e 6 cm de argamassa, com essas medidas consegue-se um
tempo de 150 min de resistência ao fogo. Já a parede de EPS apresenta uma
resistência baixa para uma parede com painel de 9 cm de espessura e argamassa de
6 cm espessura tem-se um tempo 40 min de resistência a condições severas ao fogo,
Almeida e Rodrigues (2021), somente informam que a parede de EPS tem uma
ótima resistência ao fogo/incêndio, mas não especificam as propriedades que levaram
a esta conclusão (Propriedade antichamas). Genol (2021), salienta que a perde de
EPS tem boa resistência à chama, contribuindo para a segurança da edificação. Já a
parede de alvenaria apresenta uma excelente segurança contra o fogo, desde que a
armadura seja corretamente protegida pelo cobrimento.
Para Tiburcio (2021), fala que é interessante observar que o tempo de
resistência ao fogo de uma parede de painel monolítico pode variar dependendo de
diversos fatores, como a espessura da parede, o tipo de material utilizado e a
configuração da construção. No caso mencionado, segundo o engenheiro Denílson
74

do Grupo Isorecort, a parede de painel monolítico de 14 cm resistiu por 30 minutos às


condições extremas de calor. A norma técnica 08/2019 do Corpo de Bombeiros
estabelece requisitos e critérios para a proteção contra incêndio em edificações. Para
uma edificação residencial com altura inferior a 12 metros, essa norma específica um
tempo mínimo de resistência ao fogo de 30 minutos. Portanto, a parede de painel
monolítico mencionada está conforme os requisitos estabelecidos por essa norma,
atingindo os requisitos estipulados para garantir a segurança necessária ao usuário.
É importante ressaltar que a resistência ao fogo de uma estrutura ou elemento
construtivo é um aspecto fundamental para garantir a segurança dos ocupantes e a
proteção da edificação em caso de incêndio. Portanto, é essencial seguir as normas
e regulamentações específicas de cada país ou região para assegurar o cumprimento
dos requisitos de resistência ao fogo de cada processo construtivo (TIBURCIO, 2021).

4.3.3 Isolamento Térmico

Conforme a comparação feita por Bertoldi (2007), é evidente que os sistemas


de vedação executados com painéis de EPS oferecem um maior isolamento térmico
em comparação com a alvenaria convencional. A tabela 11, mencionada no texto,
demonstra que a espessura necessária para atingir a mesma transmitância térmica é
significativamente menor nos painéis de EPS em relação às paredes de alvenaria.

Tabela 14: Comparativo entre espessuras de paredes de blocos cerâmicos e painéis


de EPS para uma mesma transmitância térmica.
Espessura
Espessura Densidade painel Espessura Transmitância
Descrição EPS (mm) EPS (kg/m³ argamassado equivalente térmica
Painel parede
25 10 80 280 12,6633
Ondulação-25
Painel parede
50 10 110 550 0,72
Ondulação-50
Painel parede
90 10 150 980 0:43
Ondulação-90
Painel parede
140 10 200 1510 0,289
Ondulação-140
Painel Piso
100-40 15 150 - 0,47
Nervurado-100
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Bertoldi (2007).
75

Segundo a informação fornecida, a espessura de um painel de EPS pode ser


até 87% menor do que a espessura de uma parede em alvenaria para alcançar o
mesmo desempenho em termos de isolamento térmico. Isso indica uma vantagem
significativa dos painéis de EPS em termos de eficiência energética, redução de
perdas de calor e controle da temperatura interna dos ambientes. Essa diferença de
espessura se deve às propriedades isolantes do poliestireno expandido (EPS), que
possui baixa condutividade térmica. Portanto, os painéis de EPS permitem uma
redução considerável na espessura da parede, mantendo o mesmo desempenho
térmico em comparação com a alvenaria convencional (BERTOLDI, 2007).
Para Tiburcio (2021), a transmitância térmica é uma medida da capacidade de
um material ou componente de transmitir calor. Quanto menor for o valor da
transmitância térmica, melhor será o isolamento térmico oferecido pelo material ou
componente. Conforme a informação fornecida, a alvenaria em blocos cerâmicos
possui uma transmitância térmica global média de 2,46, conforme dados do INMETRO
(2013), para uma parede com características específicas mencionadas na figura 30.
Isso significa que a parede de alvenaria em questão tem uma capacidade de
isolamento térmico relativamente inferior em comparação com outros materiais, como
o EPS (poliestireno expandido).

Figura 28: Parede de alvenaria utilizada.

Fonte: Tiburcio (2021)

O EPS, conforme discutido anteriormente, oferece um isolamento térmico mais


eficiente, com espessuras consideravelmente menores em comparação com a
alvenaria convencional, para atingir a mesma transmitância térmica. Essa é uma das
76

vantagens do uso de painéis de EPS na construção, especialmente quando se busca


um melhor desempenho térmico na edificação.

4.3.4 Isolamento acústico

Correa (2020), salienta que uma para de alvenaria em uma espessura de 15


cm (9 cm tijolo + 6arg) resulta em um Rw = 38 db. Já no sistema monolítico também,
sendo uma parede de 14 cm (8 EPS + 6arg.) resulta em um Rw = 38db.
É interessante observar que tanto o sistema construtivo com painéis de EPS
quanto a alvenaria apresentam propriedades acústicas satisfatórias e atendem às
exigências mínimas estabelecidas pela NBR 15575 para o isolamento acústico em
paredes externas de habitações sujeitas a ruídos médios. Conforme as informações
fornecidas, a parede em EPS possui um valor de isolamento acústico de 45 dB
(CASSAFORMA, 2023). Já a alvenaria, conforme a Emmedue (2023), apresenta um
valor de 41 dB, considerando paredes de mesma espessura.
Ambos os valores estão acima do mínimo exigido pela norma, sendo de 30 dB.
Isso significa que tanto o sistema construtivo com painéis de EPS quanto a alvenaria
oferecem um bom desempenho no isolamento acústico, ajudando a reduzir a
transmissão de ruídos externos para o interior das habitações.

4.3.5 Armazenamento e Transporte

Almeida e Rodrigues (2021), salientam haver redução de gastos com


transporte, pois os painéis são leves e podem ser transportados manualmente dentro
da obra. Um painel 1,2x3m pesa aproximadamente 20 kg por conta das malhas.
Conforme a informação fornecida Travejo (2018), a alvenaria convencional
requer um espaço considerável para armazenamento de seus blocos, o que pode
reduzir a mobilidade na obra. Por outro lado, as paredes em EPS possuem um
armazenamento mais facilitado devido ao seu caráter industrial. Os painéis de EPS
podem ser empilhados na horizontal, com no máximo 20 painéis sobrepostos,
conforme figura 31. Isso permite otimizar o espaço de armazenamento, reduzindo a
ocupação e proporcionando maior mobilidade na obra. Com menos espaço ocupado
pelos materiais, é possível ter uma circulação mais eficiente e maior flexibilidade no
77

local de trabalho, facilitando a movimentação de equipamentos, trabalhadores e


materiais, além de propiciar uma diminuição da fadiga dos trabalhadores, pois é um
material leve e de fácil manuseio.
Para Travejo (2018), essa característica de armazenamento e mobilidade pode
trazer vantagens práticas durante a execução da obra, especialmente em locais com
restrição de espaço ou em canteiros de obras com necessidade de movimentação
constante. No entanto, é importante ressaltar que o armazenamento adequado dos
painéis de EPS deve ser feito conforme as recomendações do fabricante, garantindo
a proteção contra intempéries e evitando danos aos materiais ao cliente final.
Além disso, é fundamental que a movimentação e empilhamento dos painéis
sejam realizados de forma segura, utilizando os equipamentos adequados e seguindo
as orientações de segurança no trabalho, para que não tenha nenhum tipo de acidente
em obra (TRAVEJO, 2018).
Figura 29: Armazenamento dos painéis.

Fonte: Travejo (2018)

4.3.6 Peso próprio

Conforme as informações fornecidas pela Celere (2021), o peso próprio dos


painéis EPS é inferior ao peso de uma parede de alvenaria em blocos cerâmicos. Os
painéis monolíticos de EPS possuem um peso de 90 kg/m², enquanto uma parede de
blocos cerâmicos revestida com argamassa tem um peso de 160 kg/m², conforme as
referências citadas na NBR 6120:2019.
78

Essa diferença de peso pode trazer vantagens significativas na construção. O


sistema de paredes em EPS, por ser mais leve, facilita o transporte e manuseio dos
materiais, reduzindo a carga sobre a estrutura da construção e exigindo menos
esforço físico durante a instalação. Além disso, a redução no peso também pode
resultar em economia de custos, já que estruturas de suporte, como pilares e vigas,
podem ser dimensionadas de forma mais leve e econômica. Isso pode impactar
positivamente no projeto estrutural e no custo global da construção.

4.3.7 Produtividade e mão de obra

Correa (2020), salienta que é verdade que o processo de construção em


alvenaria convencional pode ser mais lento em comparação com a utilização de
painéis de EPS. A alvenaria exige um trabalho minucioso e detalhado, o que requer
mão de obra qualificada para a execução correta das etapas de assentamento dos
blocos, preparação da argamassa, nivelamento, entre outros. Por outro lado, os
painéis de EPS são pré-fabricados e possuem encaixes que facilitam a montagem e
a execução rápida da estrutura. Isso reduz a dependência de mão de obra altamente
qualificada e permite que a construção seja realizada de forma mais eficiente e ágil.
Essa rapidez na execução dos painéis de EPS pode trazer benefícios
significativos, como a redução dos prazos de construção e a possibilidade de
finalização mais rápida da obra. Além disso, a simplificação do processo de
construção pode contribuir para a economia de custos relacionados à mão de obra.
No entanto, é importante ressaltar que mesmo em sistemas construtivos mais rápidos,
é necessário garantir a qualidade e a correta instalação dos materiais. Ainda que os
painéis de EPS possam ser mais simples de montar, é fundamental seguir as
recomendações do fabricante e contar com profissionais capacitados para garantir a
segurança e a durabilidade da construção (CORREA, 2020).
Para Mendes e Pereira, a produtividade da montagem dos painéis em EPS, é
de 0:15 horas por metro quadrado, enquanto o assentamento de blocos cerâmicos
tem uma produtividade de 0:43 horas por metro quadrado. Essa diferença na
produtividade está relacionada à natureza pré-fabricada e de encaixe dos painéis de
EPS, que simplifica o processo de montagem e requer menos tempo e esforço.
79

Além disso, como você mencionou, o sistema monolítico de painéis de EPS pode
reduzir em até 50% o tempo de execução em comparação com o sistema
convencional de alvenaria. Isso ocorre devido à simplicidade e rapidez da montagem
dos painéis, que englobam a vedação, estrutura e revestimento, resultando em uma
construção mais ágil.
Outro aspecto a ser considerado é a necessidade de mão de obra
especializada. Enquanto a alvenaria convencional requer trabalhadores qualificados
para realizar o assentamento peça por peça, o sistema de painéis de EPS é mais
simples e exige menos habilidades especializadas. No entanto, é importante ressaltar
que mesmo em sistemas de construção mais simples, é necessário treinamento
adequado para garantir a correta instalação dos painéis e a qualidade da construção.
Em relação à ergonomia, a execução da alvenaria convencional pode de fato
demandar um desgaste físico considerável aos trabalhadores, devido à necessidade
de assentar cada peça individualmente. Por outro lado, o uso de painéis de EPS pode
reduzir a carga de trabalho físico, uma vez que a montagem é mais rápida e envolve
menos esforço físico repetitivo. Portanto, o sistema de painéis de EPS oferece
vantagens em termos de produtividade, redução de tempo de execução e exigência
de mão de obra especializada, além de proporcionar um ambiente de trabalho
potencialmente mais ergonômico para os operários, a figura 32 mostra o fácil
manuseio dos painéis de EPS (PEREIRA E MENDES, 2021).

Figura 30: Fácil manuseio dos painéis.

Fonte: Travejo (2018)


80

4.3.8 Preço

Brummer e Prudêncio (2020), realizaram uma análise financeira em 2


orçamentos de um mesmo projeto arquitetônico e estrutural de uma residência
unifamiliar com 256,2 metros quadrados. Findado o estudo financeiro de ambos os
modais construtivos, pode-se realizar comparativos entre as duas técnicas, o gráfico
4 nos traz os dados do valor global e custo por metro quadrado. Já os gráficos 4 e 5,
trazem o confronto referentes aos custos de mão de obra e de insumos,
respectivamente.

Gráfico 4: Comparativo entre valor global.

Valor Global
R$209.902,86

R$150.956,70

sistema convencional sistema parede EPS


Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Brummer e Prudêncio (2020).

Gráfico 5: Valor da mão de obra.

Mão de Obra
R$128.843,16

R$43.252,00

sistema convencional sistema parede EPS


Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Brummer e Prudêncio (2020).
81

Gráfico 6: Custo dos insumos.

Insimos
R$107.704,70

R$81.059,70

SISTEMA CONVENCIONAL SISTEMA PAREDE EPS


Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Brummer e Prudêncio (2020).

O resultado obtido foi que o método construtivo com EPS apesar de ter os
insumos mais caros, acaba tendo uma economia em relação ao método convencional
de 28,1 conforme mostra a tabela 15.

Tabela 15: Comparativo de Valor


Insumo Mão de Obra Total

Estrutura Convencional R$ 81.059,70 R$ 128.843,16 R$ 209.902,86

Estrutura em EPS R$ 107.704,70 R$ 43.252,00 R$ 150.956,70


Saldo -R$ 26.645,00 R$ 85.591,16 R$ 58.946,16
Maior Custo 32,29% - -

Maior Economia - 66,40% 28,10%


Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Brummer e Prudêncio (2020).

4.3.9 Durabilidade

A NBR 6118, nos leva a avaliar que a vida útil de uma edificação projetada se
adotando os parâmetros de resistência do concreto Mpa 20, cobrimento variável de
2,5 cm até 5,5 cm, é de 50 anos.
Conforme a informação da Revista Super Interessante (2018), o concreto
armado pode apresentar uma durabilidade entre 50 a 100 anos, dependendo de
82

diversos fatores, como a qualidade da execução, o uso e a manutenção adequada ao


longo do tempo. Já em relação ao EPS, a Cassaforte (2023), aponta uma durabilidade
maior que 50 anos. Essas estimativas indicam que ambos os sistemas podem atender
às exigências mínimas de vida útil estabelecidas pela NBR 15575, que requer uma
Vida Útil do Projeto (VUP) igual ou superior a 50 anos para estruturas de concreto.
É importante ressaltar que a durabilidade de qualquer sistema construtivo
depende de diversos fatores, incluindo o ambiente onde a estrutura está exposta, a
qualidade dos materiais utilizados, a execução correta do projeto, o uso adequado e
a manutenção regular ao longo dos anos. Portanto, tanto o concreto armado quanto o
EPS podem atender aos requisitos de durabilidade estabelecidos, desde que sejam
devidamente projetados, construídos, utilizados e mantidos.

4.3.10 Estanqueidade

Conforme mencionado por Travejo (2018), as construções em alvenaria


apresentam menor estanqueidade devido ao seu maior grau de porosidade, o que
resulta em um maior índice de absorção de água. Por outro lado, no processo de
construção com EPS, a estanqueidade é maior devido ao baixo nível de absorção de
água que o EPS apresenta. O EPS é um material não higroscópico, o que significa
que não absorve umidade do ar. Mesmo quando submerso, o EPS apresenta
baixíssimos níveis de absorção de água, fazendo deste material um excelente
componente de estanqueidade.
Essa característica do EPS contribui para a preservação da integridade do
sistema construtivo, pois a baixa absorção de água evita problemas como a
deterioração do material, o surgimento de fungos e a degradação do isolamento
térmico e acústico. Portanto, em termos de estanqueidade, o sistema construtivo com
parede monolítica em EPS oferece vantagens em relação à alvenaria convencional
(TRAVEJO, 2018).

4.3.11 Execução das instalações complementares

Conforme mencionado por Tiburcio (2021), no sistema construtivo


convencional, a etapa de instalações complementares, que envolve a passagem de
canos e eletrodutos, é considerada ineficiente e gera desperdícios. Isso ocorre devido
83

à necessidade de quebrar os blocos cerâmicos para a instalação desses elementos,


o que muitas vezes resulta em retrabalho e perdas de materiais. Por outro lado, no
sistema construtivo em EPS, essa etapa é extremamente facilitada. Os painéis de
EPS permitem a passagem das instalações por meio de aberturas realizadas durante
a montagem, utilizando uma pistola de ar quente, conforme mencionado
anteriormente. Isso significa não haver necessidade de quebrar o material, gerando
zero resíduos e evitando retrabalhos.
Além disso, devido à simplicidade do sistema construtivo em EPS, essa etapa
demanda menos mão de obra em comparação ao sistema convencional. O encaixe
das peças de EPS e a passagem das instalações são processos mais rápidos e
eficientes, resultando em maior produtividade e menor tempo de execução da obra.
Portanto, o sistema construtivo em EPS apresenta vantagens significativas em termos
de instalações complementares, reduzindo desperdícios, retrabalho e demanda por
mão de obra (TIBURCIO, 2021).

4.3.12 Mercado e aceitação

Conforme mencionado por Correa (2020), o mercado e a aceitação do método


tradicional de construção, ou seja, a alvenaria convencional, são altos por ser o tipo
de construção mais usual no Brasil. Os consumidores estão mais familiarizados e
confiantes nesse método construtivo, o que resulta em uma maior aceitação por parte
do mercado. Por outro lado, o mercado e a aceitação do cliente em relação ao método
de construção com EPS (poliestireno expandido) são mais restritos, porém estão em
ascensão. Isso ocorre porque o sistema construtivo com EPS ainda é pouco
conhecido e as pessoas estão mais acostumadas com o método convencional de
alvenaria.
No entanto, é importante ressaltar que o mercado e a aceitação do sistema
construtivo com EPS estão gradualmente crescendo. À medida que mais informações
sobre os benefícios desse método são divulgadas, como maior isolamento térmico,
rapidez na execução, redução de desperdícios e facilidade nas instalações, mais
pessoas estão considerando e optando por esse sistema. Portanto, embora o
mercado e a aceitação do sistema construtivo com EPS sejam inicialmente limitados
devido à familiaridade e preferência pelo método convencional, é possível observar
84

um aumento na demanda e interesse por esse sistema à medida que os benefícios


são reconhecidos e divulgados.

4.3.13 Limitações

De acordo com Elibio (2017), a construção com alvenaria convencional não


apresenta limitações significativas em relação à sua aplicação, podendo ser utilizada
em diferentes quantidades e alturas de edifícios. Nesse sentido, a alvenaria é um
sistema construtivo versátil e amplamente utilizado na construção civil. Por outro lado,
no caso da construção com EPS, há uma limitação de até 4 pavimentos sem a
necessidade de estruturas auxiliares, como vigas e pilares adicionais. Isso significa
que, para construir edifícios com mais de 4 pavimentos utilizando painéis de EPS, é
necessário adotar soluções complementares para garantir a estabilidade da estrutura.
Essa limitação está relacionada às propriedades do EPS, que tem uma
resistência mecânica menor em comparação com outros materiais, como concreto
armado. Portanto, para edifícios mais altos, é necessário adotar medidas estruturais
adicionais para garantir a segurança e estabilidade do sistema construtivo com EPS.
É importante ressaltar que, apesar dessa limitação em relação à altura dos edifícios,
o sistema construtivo com EPS ainda apresenta vantagens em termos de isolamento
térmico, rapidez de execução e redução de peso. Portanto, a escolha entre alvenaria
convencional e EPS dependerá das necessidades específicas do projeto e das
restrições técnicas e regulatórias aplicáveis (ELIBIO 2017).

4.3.14 Desperdício e sustentabilidade

De acordo com Travejo (2019), a construção de alvenaria convencional


apresenta um alto índice de desperdício de material. Isso ocorre devido ao seu caráter
artesanal e à falta de qualificação da mão de obra, o que resulta em um processo
executivo menos eficiente. O desperdício de materiais como blocos cerâmicos,
argamassa e outros insumos é comumente observado nesse sistema construtivo.
Por outro lado, a construção com EPS possui uma redução significativa no
desperdício de material. Isso se deve ao caráter modular do sistema, em que as peças
são fabricadas conforme as dimensões necessárias para a construção. Dessa forma,
85

é possível minimizar o desperdício, chegando a uma redução de praticamente 100%


em comparação à alvenaria convencional (TRAVEJO 2019).
Essa redução no desperdício de material é possível devido à fabricação dos
painéis de EPS em ambiente controlado, o que permite um maior controle das
dimensões e quantidades necessárias para a construção. Além disso, a montagem
dos painéis é realizada de forma mais precisa, evitando corte e ajustes
desnecessários no local da obra (TRAVEJO, 2019).
A redução no desperdício de material não apenas contribui para uma maior
eficiência na construção, mas também é beneficial em termos de sustentabilidade e
economia de recursos. Menos material desperdiçado significa uma redução no
consumo de recursos naturais e uma diminuição dos resíduos gerados pela obra
(TRAVEJO, 2019).
Segundo Correa (2020), o processo de construção convencional apresenta um
baixo índice de sustentabilidade devido à dificuldade de reutilização de materiais e ao
alto consumo de água. Por outro lado, a construção com EPS (poliestireno expandido)
apresenta uma alta sustentabilidade. O EPS é um material reciclável e reaproveitável,
o que contribui para a redução de resíduos e o uso eficiente dos recursos naturais.
Além disso, o processo construtivo com EPS gera pouco desperdício de materiais, o
que também contribui para a sustentabilidade do sistema.

4.3.15 Análise dos tópicos das propriedades

A fim de obter uma visão mais abrangente das vantagens e desvantagens de


cada sistema, foi elaborado a tabela 16. Nele estão listadas todas as propriedades
discutidas aqui, identificadas como vantagens ou desvantagens de cada sistema. O
quadro mostra qual sistema apresenta a característica mais favorável para cada item.
Para os critérios onde os sistemas empataram, ou seja, não há um sistema
claramente superior para o critério em análise, foi utilizado sinal " = " em verde.
Quando há uma predominância de algum método, foi utilizada a sinal " + " em azul
para indicar o método mais vantajoso foi utilizado o sinal " - " em vermelho para indicar
o método menos vantajoso.
86

Tabela 16: Comparativo entre sistemas.


Construção
Propriedades Parede de EPS
convencional
Segurança Mecânica das paredes + -
Segurança ao fogo - +
Conforto térmico + -
Conforto acústico = =
Impacto ambiental + -
Durabilidade - +
Estanqueidade + -
Armazenamento + -
Peso + -
Produtividade e mão de obra + -
Preço + -
Execução das instalações
complementares + -
Mercado e aceitação - +
Limitações - +
Fonte: Elaborado pelo autor.
87

5 CONCLUSÃO

O sistema construtivo convencional possui práticas que remontam a milhares


de anos. Por exemplo, a alvenaria com blocos de pedra foi utilizada pelos gregos em
440 a.C., enquanto o concreto armado foi desenvolvido em 1849. Ao longo do tempo,
o sistema convencional se tornou amplamente utilizado no Brasil devido à sua
disponibilidade no mercado e ao conhecimento do método executivo. No entanto,
mesmo com melhorias ao longo dos anos, esse sistema tornou-se ultrapassado diante
do surgimento de novas tecnologias mais eficientes.
A indústria da construção civil está em constante processo de desenvolvimento
e busca por maior eficiência. Isso tem impulsionado a necessidade de estudos para a
implantação de novos projetos e métodos construtivos. Nesse contexto, o presente
trabalho teve como objetivo analisar as vantagens do sistema monolítico em
comparação ao sistema convencional, especialmente no que diz respeito ao custo-
benefício.
Através dessa pesquisa, foi possível obter uma análise detalhada para a
construção de painéis monolíticos, abordando aspectos como custos, gerenciamento,
tempo de conclusão da obra e principais características em comparação à construção
convencional.
Como mencionado anteriormente, o objetivo principal deste estudo foi realizar
uma análise comparativa entre o sistema construtivo convencional e o sistema com
EPS. Pode-se afirmar que o objetivo proposto foi alcançado, assim como os objetivos
específicos de comparar o tempo de execução e o método entre os dois sistemas
construtivos. Essa comparação foi abordada no tópico de análise de investimento
entre os modelos construtivos, onde foi constatada uma redução de até 50% no tempo
de execução da obra utilizando o sistema com EPS. Além disso, outro objetivo foi
analisar os custos de obras no método tradicional em comparação ao método com
EPS, revelando uma redução de 28% no valor final da obra ao utilizar o sistema com
EPS. Por fim, o último objetivo foi compreender as vantagens e limitações entre os
dois métodos construtivos, resumido na tabela 16.
Conforme a revisão de literatura realizada neste estudo, o mercado da
construção civil enfrenta desafios e deficiências que exigem a busca por inovação.
Conforme mencionado por Trevejo (2018), na década de 80, uma empresa italiana
reconheceu a necessidade de um método construtivo capaz de suportar abalos
88

sísmicos, proporcionar bom isolamento acústico e térmico e enfrentar invernos


rigorosos. Foi assim que surgiram os painéis monolíticos. Essas informações
evidenciam que o mercado está atento às mudanças e se preparando para incorporar
métodos mais rápidos e sustentáveis na construção civil.
Dentre as opções disponíveis, destaca-se o sistema monolítico em painéis
EPS, que apresenta diversas vantagens em comparação ao sistema convencional.
Entre elas, destacam-se a maior produtividade, redução do tempo de execução, maior
eficiência estrutural, isolamento térmico, além de um peso de construção reduzido,
resultando em uma diminuição nos custos da fundação. Além disso, o EPS é um
material não higroscópico, ou seja, possui baixa absorção de água, minimizando
problemas de infiltração. Ele não apodrece, não propicia a formação de mofo e não
serve como substrato para o desenvolvimento de animais ou microrganismos. Essas
propriedades garantem a durabilidade dos painéis e reduzem o risco de patologias
construtivas.
Do ponto de vista ambiental, o sistema monolítico em painéis EPS também se
destaca. O EPS é um material 100% reciclável e reaproveitável, o que contribui para
a redução da geração de resíduos na natureza. Além disso, a utilização desse sistema
possibilita a redução ou até mesmo a eliminação do desperdício de materiais, algo
difícil de alcançar no sistema construtivo convencional.
Em relação à resistência estrutural, embora a alvenaria convencional apresente
menor resistência a impactos, a estrutura de concreto armado proporciona uma
capacidade significativa de suportar cargas, tornando-se praticamente ilimitada em
termos de pavimentos e vãos livres. Por outro lado, os painéis monolíticos apresentam
maior resistência a impactos, porém têm uma capacidade de carga limitada,
restringindo-se a até quatro pavimentos. No contexto de construções residenciais, o
sistema monolítico se mostra mais vantajoso.
No que diz respeito à resistência ao fogo, embora o sistema convencional
suporte por mais tempo as altas temperaturas, ambos os sistemas atendem às normas
e apresentam bom desempenho em situações extremas. Quanto ao isolamento
acústico, ambos os métodos possuem desempenho similar e atendem aos requisitos
das normas de desempenho. Em termos de durabilidade, tanto o sistema
convencional quanto o sistema monolítico apresentam excelentes características.
No entanto, o método monolítico se destaca em diversas áreas. O isolamento
térmico, por exemplo, demonstrou que uma parede de EPS com 15 cm de espessura
89

proporciona o mesmo conforto térmico que uma parede de tijolo cerâmico com 98 cm
de espessura. Além disso, os painéis monolíticos são mais fáceis de armazenar
devido ao seu baixo peso, o que também resulta em vantagens no peso total da
construção sobre a fundação. A maior produtividade desse sistema pode reduzir o
tempo de conclusão da obra em até 50%, além de contribuir para a redução de custos
com a estrutura e mão de obra. A estanqueidade dos painéis, devido à baixa absorção
de água, minimiza problemas com infiltrações. Para execução das instalações
complementares também se torna mais prática e rápida, gerando menos resíduos.
O EPS, composto por até 98% de ar e 2% de poliestireno, é um material que
contribui para a sustentabilidade. Seu uso reduz significativamente o consumo de
água e energia, desde a fabricação até a execução da obra, e diminui a liberação de
gases poluentes. Além disso, por ser um material reciclável, sua utilização contribui
para a redução do volume de resíduos gerados pela construção civil, promovendo a
sustentabilidade ambiental.
Outra vantagem do sistema monolítico em painéis EPS é a flexibilidade
arquitetônica que oferece. Os painéis podem ser moldados conforme o projeto,
permitindo a criação de formas e detalhes arquitetônicos complexos. Isso possibilita a
construção de edificações modernas e esteticamente atraentes.
No entanto, é importante ressaltar que o sistema monolítico em painéis EPS
também apresenta algumas limitações. A capacidade de carga limitada restringe sua
aplicação a edifícios de até quatro pavimentos, tornando-o menos adequado para
construções de grande porte. Outra delas é a limitação de alterações no projeto após
a execução da obra. Além disso, enfrenta resistência por parte de pessoas
conservadoras que têm receio de uma "casa de isopor" e desconhecem os benefícios
e economia que esse material pode proporcionar.
Apesar das limitações, o sistema monolítico em painéis EPS tem se mostrado
uma alternativa viável e vantajosa em muitos casos. Sua aplicação é especialmente
adequada para construções residenciais, comerciais de pequeno porte e obras que
exigem rapidez na execução. A redução no tempo de construção, os benefícios
econômicos, a eficiência energética, a sustentabilidade e a facilidade de manuseio
são fatores que têm impulsionado o interesse e a adoção desse sistema construtivo.
É importante que engenheiros se unam para padronizar a forma de execução
e criar parâmetros para cálculos estruturais desse sistema. As construções em painéis
monolíticos representam uma redução considerável nos custos da obra, mesmo que
90

esse estudo não tenha se aprofundado nesse aspecto. O tempo de execução, quando
planejado e executado corretamente, apresenta uma redução significativa. Essa
redução é positiva, mesmo considerando que os painéis têm preços mais elevados.
Um avanço na utilização desses sistemas poderia resultar em uma redução no custo
de aquisição dos painéis. Em resumo, essa técnica construtiva possui mais vantagens
do que limitações. Ela representa um produto de alta qualidade, atendendo a diversos
requisitos e podendo substituir, sem prejuízo algum, a alvenaria tradicional de blocos
de concreto.
Em suma, o sistema monolítico em painéis EPS representa uma evolução em
relação ao sistema construtivo convencional. Ele oferece vantagens significativas,
como redução de custos, maior produtividade, melhor isolamento térmico, menor
impacto ambiental e flexibilidade arquitetônica. Embora apresente algumas limitações,
seu uso tem se mostrado uma opção promissora para a construção civil,
impulsionando a inovação e a busca por métodos construtivos mais eficientes,
sustentáveis e econômicos. Esse método demonstrou que é possível construir de
forma mais econômica em comparação ao método convencional.

5.1 RECOMENDAÇÃO PARA TRABALHOS FUTUROS

Análise da longevidade de edifícios construídos com painéis de EPS.

Investigação dos softwares de cálculo estrutural empregados para painéis de EPS no


contexto nacional e internacional.

Avaliação das potenciais patologias encontradas em edifícios construídos com


painéis de EPS.

Estudo da receptividade dos painéis de EPS no mercado da construção.


91

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