Você está na página 1de 48

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

DIEGO LEITE BASTO BELTRÃO VIEIRA


MATHEUS ARRUDA COSTA

ANÁLISE TÉCNICA E COMPARATIVA DOS SISTEMAS


CONSTRUTIVOS CONCRETO PVC E DE ALVENARIA
CONVENCIONAL

MACEIÓ-AL
2021.2
DIEGO LEITE BASTO BELTRÃO VIEIRA
MATHEUS ARRUDA COSTA

ANÁLISE TÉCNICA E COMPARATIVA DOS SISTEMAS


CONSTRUTIVOS CONCRETO PVC E DE ALVENARIA
CONVENCIONAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado como


requisito f inal, para conclusão do curso de Engenharia
civil, do Centro Universitário CESMAC, sob a
orientação do prof essor Me. Ricardo Sampaio Romão
Filho.

MACEIÓ-AL
2021.2
REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC
SETOR DE TRATAMENTO TÉCNICO

V658a Vieira, Diego Leite Basto Beltrão


Análise técnica e comparativa dos sistemas construtivos concreto PVC e de
alvenaria convencional / Diego Leite Basto Beltrão Vieira .– Maceió: 2021.
47 f . : il.

TCC (Graduação em Engenharia Civil) – Centro Universitário CESMAC,


Maceió - AL, 2021.

Orientador: Ricardo Sampaio Romão Filho

1. Construção civil. 2. Sistema construtivo. 3. Concreto PVC. 4. Alvenaria convencional.


I. Romão Filho, Ricardo Sampaio. II. Título.

CDU:624.012.1/.2

Bibliotecário: Evandro Santos Cavalcante CRB-4 1700


DIEGO LEITE BASTO BELTRÃO VIEIRA
MATHEUS ARRUDA COSTA

ANÁLISE TÉCNICA E COMPARATIVA DOS SISTEMAS


CONSTRUTIVOS CONCRETO PVC E DE ALVENARIA
CONVENCIONAL

Trabalho de conclusão de curso apresentado como


requisito f inal, para conclusão do curso de Engenharia
civil, do Centro Universitário CESMAC, sob a
orientação do prof essor Me. Ricardo Sampaio Romão
Filho.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus pela oportunidade e por essa grande


conquista, ele que está presente em todos os momentos, cuidando e guiando para que
tudo percorra o melhor caminho possível.
A nossa família, em especial aos nossos pais por sempre estarem ao nosso lado,
por nunca medirem esforços para que tivéssemos a melh or educação, que mesmo nas
horas difíceis, sempre nos apoiaram com palavras de motivação, incentivo,
compreensão e por proporcionarem as condições necessárias para alcançar mais essa
conquista.
Ao professor Me. Ricardo Sampaio Romão Filho por ter nos orientado com muita
dedicação, paciência, interesse, incentivo e sugestões.
A todos os nossos professores pelo conhecimento transmitido e dedicação ao
trabalho.
Agradeço aos componentes da banca examinadora, pela sua disponibilidade e boa
vontade de julgar este trabalho.
Enfim, a todos os que contribuíram direta, ou indiretamente em toda a nossa
graduação.
ANÁLISE TÉCNICA E COMPARATIVA DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS
CONCRETO PVC E DE ALVENARIA CONVENCIONAL
TECHNICAL AND COMPARATIVE ANALYSIS OF PVC CONCRETE
CONSTRUCTION SYSTEM AND CONVENTIONAL MASONRY SYSTEM

Diego Leite Basto Beltrão Vieira


Graduando do Curso de Engenharia Civil
dibeltrão@hotmail.com
Matheus Arruda Costa
Graduando do Curso de Engenharia Civil
costamatheus.a@gmail.com
Ricardo Sampaio Romão Filho
Mestre em Engenharia Civil
rsampaiof ilho@cesmac.edu.br
RESUMO

Os altos investimentos em habitação, a entrada de empresas estrangeiras no setor e a grande


concorrência, impulsionam as empresas da construção civil a buscarem novas tecnologias
fazendo assim a industrialização ganhar mais espaço na Construção Civil. No Brasil a
construção civil ainda é apoiada no método convencional, com deficiências de produtividade,
qualidade e durabilidade, sendo o sistema construtivo mais comum, utilizando concreto
armado e alvenaria de vedação com blocos cerâmicos. Contudo, a partir da evolução do setor
o surgimento de novas técnicas construtivas está sendo bastante estimulado. Dentro deste
cenário, temos o sistema construtivo concreto PVC, sistema este que utiliza perfis modulares
em Policloreto de Vinila (PVC), que são preenchidos com concreto e aço, resultando em um
produto final resistente e com diversas qualidades construtivas. Possibilitando o maior
controle da obra, a diminuição de resíduos gerados, além do aumento na produtividade. Dado
o contexto, esse trabalho tem por finalidade evidenciar as características desse novo sistema
construtivo, com o intuito de realizar um comparativo entre ele e o sistema convencional em
alvenaria comumente utilizado no Brasil, baseando-se em material bibliográfico de diversos
órgãos técnicos e publicações, apresentando as principais etapas construtivas de ambos os
sistemas avaliando a produtividade, custo e sustentabilidade e estabelecendo suas
vantagens e desvantagens.
PALAVRAS-CHAVE: Construção civil. Sistema construtivo. Concreto PVC. Alvenaria
convencional.

ABSTRACT

The high investments in housing, the entry of foreign companies in the sector and the great
competition, drive civil construction companies to look for new technologies, thus making
industrialization gain more space in Civil Construction. In Brazil, civil construction is still
supported by the conventional method, with deficiencies in productivity, quality and durability,
being the most common construction system, using reinforced concrete and sealing masonry
with ceramic blocks. However, from the evolution of the sector, the emergence of new
construction techniques is being greatly stimulated. Within this scenario, we have the PVC
concrete constructive system, a system that uses modular profiles in Polyvinyl Chloride (PVC),
which are filled with concrete and steel, resulting in a resistant final product with different
constructive qualities. Enabling greater control of the work, the reduction of waste generated,
in addition to increased productivity. Given the context, this work aims to highlight the
characteristics of this new construction system, in order to make a comparison between it and
the conventional masonry system commonly used in Brazil, based on bibliographic material
from various technical bodies and publications, presenting the main constructive stages of
both systems, evaluating productivity, cost and sustainability and establishing their
advantages and disadvantages.
KEYWORDS: Civil construction. Constructive system. Concrete PVC. Conventional
masonry.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 8
1.1 Considerações Iniciais ................................................................................................... 8
2 OBJETIVO.............................................................................................................................. 9
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................... 9
2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 9
3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................ 10
3.1 Sistemas Construtivos ................................................................................................. 10
3.1.1 Etapas do Processo Construtivo ................................................................................ 12
3.1.2 Armazenamento............................................................................................................ 14
3.1.3 Fundação ....................................................................................................................... 15
3.1.4 Superestrutura............................................................................................................... 16
3.1.5 Lajes................................................................................................................................ 19
3.1.5.1 Lajes maciças ............................................................................................................ 19
3.1.5.2 Lajes nervuradas ....................................................................................................... 20
3.1.6 Painéis PVC e Montagem ........................................................................................... 24
3.1.7 Instalações Hidro sanitárias e elétricas..................................................................... 25
3.1.8 Cobertura ....................................................................................................................... 29
3.1.9 Acabamento................................................................................................................... 31
4 NORMAS TÉCNICAS......................................................................................................... 35
5 METODOLOGIA .................................................................................................................. 36
6 RESULTADO E DISCUSSÕES ........................................................................................ 37
6.1 Produtividade .................................................................................................................. 37
6.2 Área Útil ............................................................................................................................ 38
6.3 Sustentabilidade............................................................................................................. 40
6.4 Custos ............................................................................................................................... 40
7 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 45
8

1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

O homem se esforça para se desenvolver em todas as suas atividades, na


construção civil não é diferente, as pessoas buscam cada vez mais métodos
construtivos que sejam eficazes, que tenham uma maior sustentabilidade e um custo
menor.
Com a expansão dos empreendimentos voltados ao segmento econômico,
como a margem de lucro sobre cada unidade é pequena, o negócio só se viabiliza
economicamente com a produção de unidades habitacionais em grandes volumes. A
produção em larga escala implica industrialização, desde os macrossistemas
construtivos (estrutura e vedação) até os elementos construtivos menores (instalações
elétricas e hidráulicas) (FARIA, 2008).
De acordo com Mateus (2004), novos sistemas construtivos têm surgido para
estimular a competitividade da construção civil, tendo como intuito melhorar o nível de
qualidade dos projetos para otimizar a produtividade e encurtar o período de
construção. Portanto, o retorno do investimento pode ser obtido mais rapidamente sem
alterar o custo da construção.
O sistema construtivo industrializado Concreto PVC, utiliza perfis modulares em
PVC, que são preenchidos com concreto e aço, onde as formas de PVC ficam
incorporadas as paredes cumprindo as funções de acabamento, revestimento e
proteção dos elementos estruturais, resultando em um produto resistente e com
diversas qualidades construtivas.
O método é caracterizado pela alta velocidade de execução, menos danos ao
meio ambiente e mais controle sobre o trabalho. Para Gomes e Lacerda (2014), a
versatilidade do sistema permite sua utilização em estruturas mais simples, como
casas populares e em projetos mais complexos, como Módulo Sanitário Unifamiliar.
Considerando todos esses potenciais do sistema, o atual trabalho é necessário para
que as características e particularidades desse sistema sejam apresentados, em
comparação com o sistema construtivo convencional.
9

2 OBJETIVO

2.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é apresentar e analisar o sistema construtivo Concreto


PVC comparando com o sistema de alvenaria convencional, apontando suas
potencialidades.

2.2 Objetivos Específicos

• Descrição do sistema construtivo concreto PVC e de alvenaria


convencional;
• Apresentação das vantagens e desvantagens dos processos construtivos;
10

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Sistemas Construtivos

O sistema construtivo concreto PVC procura trazer uma alternativa para uma
mudança nos antigos métodos convencionais de paredes estruturais. O modelo
Convencional baseia-se na utilização de tijolos ou blocos, podendo ser de concreto,
cerâmicos ou qualquer outro material. Diferentemente do método citado, o sistema
concreto PVC, utiliza em sua execução painéis ocos em PVC, que são preenchidos
por concreto e fixados ao chão com barras de aço.
Segundo Domarascki e Fagiani (2009), o material possui vida útil superior a 50
anos e resistente a maioria das ações do tempo, como por exemplo sol, chuva, vento
e maresia. De acordo com eles o PVC é resistente a ação de agentes biológicos como
fungos, bactérias, roedores e vários outros, como também a agentes químicos. Os
painéis são formados por diversas placas vazadas em PVC, que são todos produzidos
separadamente, e no momento da execução são acoplados uns aos outros por meio
de encaixe “macho e fêmea” e unidos por perfis, em uma espécie de chave.
O interior dos painéis possui reforços longitudinais, com as faces vazadas,
fazendo desta forma que a concretagem ocorra de forma conjunta. No interior dos
perfis barras de aço são utilizadas como reforço da estrutura, onde fazem ligação na
fundação, dando assim maior reforço para as placas. As faces laterais vazadas
facilitam a instalação dos sistemas hidráulico, elétrico ou gás (SCHMIDT, 2013). Os
demais elementos que compõem o sistema construtivo não diferem muito dos
utilizados no sistema convencional de alvenaria, apenas sendo necessário algumas
adaptações. A fundação deste tipo de construção pode ser do tipo radier, viga
baldrame ou sapata corrigida, onde cumprem requisitos de uma superfície lisa e
nivelada para o correto apoio dos perfis e suportar toda estrutura. A cobertura desse
tipo de obra, pode ser variada, indo estrutura cobertas convencionais até estruturas
em metais, com telhas tipo sanduíche.
Conforme Gomes e Lacerda (2014): “O sistema construtivo Concreto PVC tem
uma produtividade quase oito vezes maior que o sistema convencional em alvenaria.
Na etapa de fechamento, o PVC tem vantagens por não precisar de revestimento
cerâmico e pintura.” Sendo assim uma construção limpa e mais rápida comparada a
convencional.
11

Para exemplificar o sistema, a seguir nas Figuras 1 e 2 são demonstradas uma


habitação construída em concreto PVC.

Figura 1 - Habitação em concreto PVC.


Fonte: Bazze, 2021.

Figura 2 – Conjunto habitacional em concreto PVC.


Fonte: Bazze, 2021.

Já o sistema de alvenaria convencional é um dos sistemas construtivos mais


predominantes no Brasil. Constituído por pilares, vigas e lajes de concreto, este
sistema utiliza a alvenaria apenas como fechamento, não exercendo função estrutural,
como mostra a figura 3. Seus esforços são distribuídos entre lajes, pilares, vigas e
repassados para a fundação, onde, ocorre a sua dissipação no solo (SOUZA, 2012).
Este sistema apresenta como principal característica o seu fechamento
(alvenaria), como o mesmo não apresenta função estrutural às reformas e
modificações são facilitadas, contudo podem apresentar diversas patologias
construtivas, com relação a nível, prumo e esquadro (NASCIMENTO, 2004).
12

Outro fator presente no sistema é a geração de resíduos, devido ao processo


construtivo as paredes são erguidas primeiramente para depois serem inseridos
elementos elétricos e hidráulicos. Isso acarreta um aumento na geração de resíduos,
retrabalho e desperdício de energia para o sistema (RIBEIRO, 2013).

Figura 3 – Sistema de alvenaria convencional.


Fonte: Autor, 2021.

3.1.1 Etapas do Processo Construtivo

O processo construtivo do concreto PVC difere bastante dos outros mais


conhecidos, como mostra a figura 4, particularmente por conta dos perfis em PVC, o
concreto fluido, dentre outros fatores que ele necessita. Porém, os demais sistemas
como hidro sanitário, elétrico e cobertu ra são praticamente iguais ao convencional,
sendo apenas necessário algumas alterações (SCHIMIDT, 2013).
Para atingir o resultado esperado, todo o processo deve seguir corretamente
todas as etapas, para que não haja algum erro e acabe ocasionando em atrasos e
consequentemente em perda de dinheiro.
13

Figura 4 – Conjunto habitacional em concreto PVC.


Fonte: Schmidt, 2013.

As etapas do sistema de alvenaria convencional constituem-se basicamente em


fundação, superestrutura (pilares, vigas, alvenaria de vedação), cobertura (telhado
e/ou laje), sistemas elétrico, hidráulico e acabamento, como mostra a figura 5
(DOMARASCKI; FAGIANI, 2009).

Figura 5 – Etapas do sistema de alvenaria convencional.


Fonte: Construindo casas, 2021.
14

3.1.2 Armazenamento

Como qualquer outra obra, na construção com o PVC o armazenamento é um


ponto importante, por isso deve ser levado em conta sempre o dimensionamento do
canteiro de obra, a separação e a organização dos materiais. Apesar dos perfis de
PVC possam ser armazenados em qualquer ambiente, mesmo expostos as
intempéries, é preciso ter bastante cuidado onde armazená-las para não as danificar.
Apesar de todo cuidado com os perfis, vale lembrar normalmente que as obras
com PVC concreto, ao receberem seus perfis, também são fabricadas juntamente com
a remessa principal algumas peças reservas justamente para caso de ocorrer algum
imprevisto que venha a danificar qualquer peça (SCHIMIDT, 2013).
A estocagem do material em PVC em superfície plana, pode-se utilizar apenas
com uma cobertura (lona) entre o material e o solo para evitar o contato direto com o
mesmo, como mostra a Figura 6.

Figura 6 - Estocagem de painéis PVC em obra.


Fonte: Autor, 2021.

Enquanto segundo Thomaz e Helene (2009), os tijolos são materiais frágeis e


necessitam em ser armazenados em um espaço com solo firme e sem umidade, para
que não venha a danificar suas características.
15

3.1.3 Fundação

No quesito de fundação, ela deverá ser escolhida dentre a que for de maior
viabilidade técnica e financeira, atendendo aos requisitos dos terrenos e da estrutura,
onde deverá suportá-la gerando estabilidade e segurança ao mesmo (SOUZA, 2005).
Dentre todas os tipos de fundações, a mais usual é a tipo radier, que segundo
a NBR 6122 (2010), que é um elemento de fundação superficial. O termo radier
abrange vários tipos de radiers, que podem ser lisos, com pedestais, nervurados, em
caixão e em concreto armado. O mais clássico de todos, o radier em concreto armado,
assemelham-se com uma laje concretada, é constituído por telas ou malhas de aço,
onde a armadura é devidamente posicionada para que ambos resistam aos esforços
atuantes (CARVALHO; FIGUEIREDO, 2013).
Para o sistema concreto PVC, é necessária uma base plana para que sirva
como ancoragem das placas juntamente ao concreto, como mostra a figura 7, a
principal fundação utilizada neste tipo de construção é o radier, onde é visto bastante
em unidades habitacionais, as quais não apresentam muitos esforços e proporcionam
uma ótima estabilidade (SCHIMIDT, 2013).
É importante destacar que o projeto de fundações não diverge do que seria
executado em uma obra do mesmo porte do tipo convencional, onde as tubulações
deverão ser executadas antes da concretagem, sendo assim, concretadas juntamente
com a fundação.
O sistema Radier é descrito por Santana 2011, como: “Placas de concreto
armado, que devem resistir a esforços de compressão, momentos provenientes de
pilares com cargas diferentes e ocasionalmente a pressões do lençol freático”.
Este sistema possui como característica um consumo elevado de concreto em
obras de grande porte, todavia em obras de pequeno porte que não exercem cargas
elevadas, mostra-se como uma solução rápida e prática (SANTANA, 2011).
16

Figura 7 – Instalação de perfis na fundação para receber os módulos de PVC.


Fonte: Rath, Khinast, 2016.

3.1.4 Superestrutura

A superestrutura no Concreto PVC é formada pelas paredes compostas por


perfis em PVC e que serão preenchidos por concreto auto adensável, onde esses
perfis receberam as ligações elétricas e hidro sanitárias antes da concretagem, como
mostra a figura 8. É importante ressaltar que toda parte elétrica ou hidro sanitária que
passe na parede é acompanhada por um perfil em PVC que vai dentro da própria
parede, o qual serve para isolar tais tubulações, sejam elas de qualquer tipo, fazendo
assim um isolamento delas ao concreto, no ato da concretagem (GOMES; LACERDA,
2014).
Segundo Gomes Lacerda (2014), as paredes formadas pelos módulos fazem o
papel de estrutural e de vedação, em que um sistema de alvenaria convencional faria
com os pilares, alvenaria e vigas.

Figura 8 – Parede composta por perfis em PVC.


Fonte: Royal do Brasil technologies, 2021.
17

A superestrutura no sistema convencional é composta pelos elementos


estruturais pilares, vigas e lajes, e de paredes de alvenaria para vedação (KATO,
2002). Estes elementos, tanto estruturais como de vedação, tem a sua dimensão e
geometria definidos de acordo com as características da obra a ser executada.
Os elementos estruturais possuem como característica o concreto armado,
proporcionando assim resistência a esforços de compressão e tração. O concreto
aplicável nestes elementos varia de acordo com as cargas solicitantes (BORGES,
2009).
Os pilares e vigas são elementos fabricados em concreto armado,
dimensionados a partir da solicitação de carga da estrutura. O fechamento é realizado
com alvenaria de vedação. No Brasil os materiais mais utilizados são os blocos
(cerâmicos e de concreto), unidos por meio de argamassa de assentamento
(SALGADO, 2011).
O dimensionamento de pilares deve ser rigorosamente verificado. Neste sentido
um dos primeiros aspectos a ser observado é em relação às dimensões mínimas.
Segundo a NBR 6118, os pilares e pilares-parede maciços, não podem apresentar
dimensão menor que 19 cm. Nos casos especiais é possível adotar dimensões entre
14 cm e 19 cm, contudo é indicada a multiplicação dos esforços solicitantes de cálculo
por um coeficiente adicional (ABNT, 6118 2014).
A armação dos pilares é composta por armadura principal no sentido
longitudinal e armadura transversal (estribos). As armações longitudinais são
contínuas e fixadas à armadura transversal, sua dimensão é definida de acordo com
os esforços a que serão submetidas, seu diâmetro não deve ser inferior a 10 mm e
nem superior a 1/8 da menor dimensão transversal (CAMACHO, 2004).
No processo de execução dos pilares é necessária a utilização de formas, pois
sua aplicação é em estado plástico fazendo necessário um elemento que o contenha
no formato desejado ao final da fase de cura (SALGADO, 2011). As formas podem ser
feitas de diversos materiais: metal, madeira ou mistas (madeira e metal), sendo
geralmente a predominância de formas totalmente de madeira, como mostra a Figura
9.
18

Figura 9 - Pilar de concreto armado pronto para concretagem.


Fonte: Autor, 2021.

As vigas são elementos estruturais normalmente retas e horizontais, destinadas


a vencer vãos e transmitir as ações atuantes nelas para os apoios que geralmen te são
pilares. As ações são, em geral, perpendiculares ao seu eixo longitudinal, recebendo
forças normais de compressão e/ou tração, sendo concentradas ou distribuídas
(BASTOS, 2011).
As vigas são compostas por concreto estrutural e armadura de aço, com i sso
conseguem suportar os esforços de compressão e tração. Assim como os pilares a
viga é composta por armadura principal longitudinal (Positiva e Negativa) e armadura
transversal (estribos), (BASTOS, 2011), mostrados a Figura 10.

Figura 10 - Armadura das vigas de concreto armado.


Fonte: Autor, 2021.
19

3.2.4.3 Lajes

Laje é um elemento bidimensional plano, destinado a piso ou cobertura nas


construções, esse elemento recebe as cargas aplicadas ao seu uso, como de móveis,
equipamentos, pessoas dentre outros. Essas cargas são geralmente transmitidas para
as vigas de apoio no entorno da laje, podendo às vezes ser transmitidas diretamente
para os pilares (BASTOS, 2011).
As lajes podem ser de diversos tipos, maciças e n ervuradas (pré-moldadas).
Sendo as lajes pré-moldadas as mais utilizadas em obras de pequeno porte
(SALGADO, 2011).

3.2.4.4 Lajes maciças

As lajes maciças possuem sua espessura totalmente preenchida com concreto,


contendo armaduras no seu interior, que lhe conferem resistência à tração.
Geralmente este tipo de laje é aplicado em obras de grande porte, com a espessura
do concreto mínimo de 7 cm, e armadura podendo ser nas duas ou em apenas uma
direção (CAMACHO, 2004).
A laje maciça apresentada na Figura 11, é altamente resistente e fornece
excelente isolamento acústico e térmico. Possui o processo de execução todo na obra,
com o escoramento por formas planas, essas geralmente em madeirite, que
posteriormente recebem a armadura da laje (BASTOS, 2011).

Figura 11 - Armadura e forma para concretagem da laje.


Fonte: Bastos (2011).

Após a montagem da laje é realizado a concretagem e adensamento (Figura


12) na espessura dimensionada.
20

Figura 12 - Concretagem e adensamento de uma laje maciça.


Fonte: Bastos (2011).

3.2.4.5 Lajes nervuradas

As lajes nervuradas são lajes que possuem vigas que se cruzam, solidarizadas
pela mesa. De acordo com a NBR 6118-2014 (ABNT, 2014), “Lajes nervuradas são
as lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração para
momentos positivos está localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado
material inerte”.
As lajes moldadas em obra podem apresentar preenchimento inerte, um
exemplo é o bloco de concreto celular autoclavado, material leve que não contribui
com a resistência da laje, apenas preenchendo o espaço tornando a estrutura mais
leve (CAMACHO, 2004).
Na Figura 13 é demonstrada uma laje nervurada com preenchimento em bloco
celular autoclavado.

Figura 13 - Laje nervurada em bloco de concreto celular autoclavado.


Fonte: Blog Atex, 2017.

As lajes nervuradas também podem ser construídas sem o material inerente,


essas lajes necessitam de formas próprias para sua execução, uma vez que devem
21

conformar o elemento com os espaços vazios. Estas fôrmas já podem ser encontradas
em material polipropileno e em metal (BASTOS, 2011). Na Figura 14 temos uma laje
nervurada com uma fôrma específica.

Figura 14 - Laje nervurada com fôrma específica.


Fonte: Bastos (2011).

Na Figura 15 temos uma imagem da parte inferior de uma laje nervurada


finalizada.

Figura 15 - Laje nervurada finalizada.


Fonte: Bastos (2011).

Outro tipo de laje nervurada é a pré-moldada ou pré-fabricada. Constituída por


pequenas vigas, denominadas vigotas em formato de “T”, ou “T” invertido, sendo pré-
moldadas em concreto armado. O elemento de preenchimento dessa laje são as
denominadas lajotas, são feitas de cerâmica ou concreto e padronizadas para se
encaixar entre as vigotas, podendo essas lajotas ser encontradas também em isopor
(EPS) (SALGADO, 2011). O processo de montagem da laje é realizado posicionando
as vigas em paralelo, com distância regular igual ao tamanho dos elementos de
preenchimento (lajotas). O conjunto cobrirá todo o vão ao ser vencido, apoiando-se
22

nas vigas das extremidades, essa laje é escorada para a concretagem e


posteriormente são colocados vergalhões transversais ao sentido das vigotas. O
concreto é lançado em cima da estrutura formando uma capa de concreto que varia
de acordo com as dimensões da vigota, dimensão do vão e carregamento que ela será
submetida (BORGES, 2009).
A seguir na Figura 16 é demonstrado um exemplo de laje pré-fabricada com
vigota de cerâmica.

Figura 16 - Laje pré-fabricada vigotas cerâmicas.


Fonte: Autor, 2021.

A alvenaria de vedação é o elemento que caracteriza este sistema. Alvenaria


pode ser caracterizada como “Um conjunto de peças justapostas coladas em sua
interface, por uma argamassa apropriada, formando um elemento vertical coeso”
(TAUIL; NESE, 2010).
Essas vedações verticais são um subsistema da estrutura, formando elementos
que dividem o ambiente interno, controlam as intempéries, controlam as ações de
agentes indesejáveis, e propiciam condições de habitualidade as construções
residenciais (BORGES, 2009).
Alguns tipos mais comuns de alvenaria são a alvenaria de vedação, alvenaria
ciclópica e alvenaria estrutural. A alvenaria de vedação possui elementos
padronizados (blocos, tijolos cerâmicos e maciços) unidos por argamassa de
assentamento, sem a função estrutural, apenas vedação. A alvenaria ciclópica é
constituída de blocos ou unidades qu e não possuem padrão de dimensão,
normalmente são utilizadas pedras de grandes dimensões, assentadas com
argamassa de cimento, cal e areia, podendo ainda ser assentadas com barro. A
alvenaria estrutural é o tipo de alvenaria que possui a função de suportar os esforços
estruturais de uma edificação. Neste sistema é necessária uma padronização dos
23

blocos ou unidades, funcionando em conjunto com os outros elementos estruturais,


sendo assim uma vez definida as paredes em projeto, não se pode realizar nenhuma
mudança em sua concepção, isso resultará em comprometimento estrutural da
mesma (SALGADO, 2011).
Para o determinado trabalho será abordado a alvenaria de vedação com blocos
cerâmicos, onde de acordo com Marinho e Penteado (2011), “A alvenaria
confeccionada com blocos cerâmicos maciços ou furados, são as mais utilizadas nas
construções de um modo geral”.
Os blocos cerâmicos são oferecidos em uma vasta oferta de dimensões. De
acordo com as necessidades de projeto podem ser encontrados blocos com 4, 6, 8 e
9 furos (Figura 17) e ainda, com menor frequência os de 2 furos e maciços, estes furos
podem ser redondos ou quadrados (SALGADO, 2011).

Figura 17 - Blocos cerâmicos.


Fonte: Neves, 2019.

A argamassa de assentamento é o elemento ligante dos blocos cerâmicos.


Segundo a NBR 13281 (ABNT, 2005), “É uma mistura constituída de agregado(s)
miúdo(s), aglomerante(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos, com
propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em
instalação própria (argamassa industrializada)”.
As argamassas são constituídas por cimento, areia e cal, este último podendo
ser substituído por aditivos plastificantes. As juntas de assentamento podem variar de
1 a 2 cm de espessura, devendo ser em amarração para distribuir adequadamente as
tensões e movimentações térmicas (SALGADO, 2011).
O primeiro passo para a execução da alvenaria de vedação é a marcação das
paredes “locação”, para isso é riscado o centro da parede, quando a mesma for
construída sob uma laje e/ou piso acabado. Quando a parede for levantada
diretamente sobre a viga baldrame acompanha o alinhamento do mesmo. Após a
locação das paredes inicia-se o processo de assentamento da primeira fiada, para que
24

se garanta o alinhamento correto das paredes e o nivelamento da parede. O processo


se repete na etapa chamada de elevação, onde a argamassa de assentamento é
estendida sobre a superfície da fiada anterior e na face lateral do bloco, recebendo o
bloco superior até a altura de parede estipulada (NASCIMENTO, 2004).

3.1.4.1 Painéis PVC e Montagem

O processo de industrialização do sistema composto por módulos em


policloreto de vinila (PVC), facilita a execução no canteiro de obras, por chegarem
prontos a obra, necessitando apenas da montagem através de encaixe macho e
fêmea, como mostra a figura 18 (RIBEIRO, 2014).
Segundo a Diretriz Sinat (2017), os painéis são acoplados entre si, através dos
encaixes laterais, e nas paredes é preciso colocar armadura verticalmente nos
encontros de paredes, como também nas laterais de janelas e portas. Assim como
deve-se utilizar armadura nas vergas e contravergas, e no nível superior da parede a
utilização de cinta de amarração.

Figura 18 – Tipos de perfis.


Fonte: Cichinelli (2013)

No decorrer da montagem a estrutura deverá ser escorada para que se consiga


uma estabilidade dos módulos principalmente na hora de concretar, como mostra a
figura 19. O sistema de escoramento apresenta uma simples montagem e execução,
quando o mesmo pode ser montado com escoras simples de madeira, quando sua
principal função é manter a estrutura estável (SOUZA, 2005).
25

Figura 19 – Escoramento dos painéis.


Fonte: Kawano e Silva (2009).

Nas Janelas e portas, são utilizadas barras de aço como reforço horizontal,
sendo assim feitas como vergas para elas, e isso é possível pois os módulos por serem
vazados e ocos, possuem aberturas para a passagem das barras horizontalmente.

3.1.4.2 Instalações Hidro sanitárias e elétricas

Ambos os tipos de instalações, sua execução não difere do modelo


convencional, podem ser executadas de forma aparente ou não, contudo por se tratar
de um sistema diferente, ele requer pequenas adaptações.
Quando se tratar de instalações embutidas no concreto, é preciso usar um tipo
de tubo de proteção, que deverá ter diâmetro maior que o que irá passar por ele,
mantendo assim a estanqueidade total (SCHIMIDT, 2013).
No caso das elétricas, onde nascerá uma tomada ou interruptor, a tubulação
com a fiação passará pelo concreto, e após a concretagem, nos locais já demarcados,
são executados furos com serra copo, fazendo assim, a abertura e possibilitando a
instalação do que se fizer necessário naquele determinado ponto, como mostra a
figura 20 (DOMARASCKI; FAGIANI, 2009).
26

Figura 20 - Instalação elétrica no sistema concreto PVC.


Fonte: Ferrari, 2012.

Enquanto no sistema convencional as instalações são executadas após a


realização das etapas de fechamento de alvenaria (exceto aquelas que nascem da
fundação), onde deverão ser quebradas as passagens para passagem da rede elétrica
como mostra a figura 21 (FARRIELO; HONOLD, 2012).

Figura 21 - Instalação elétrica no sistema de alvenaria convencional.


Fonte: Autor, 2021.

Os sistemas hidrossanitários e elétrico contemplam o abastecimento de água


da edificação, eliminação de dejetos (esgoto), e fornecimento de energia elétrica
(BORGES, 2009).
O sistema hidrossanitário é dividido em sistema hidráulico (Figura 22), que é
responsável pelo abastecimento de água da edificação, e pelo sistema sanitário que
transporta os dejetos produzidos pelos habitantes e pela manutenção da residência.
Estes sistemas são constituídos por peças geralmente em PVC, que conferem
resistência e facilidade na execução dos mesmos. São exemplos dos materiais que
compõem o sistema, tubos, conexões, reservatório de água, registros de
gaveta/pressão etc. (SOUZA, 2012).
27

Figura 22 - Sistema hidráulico residencial.


Fonte: Palancio (2015).

A seguir na Figura 23 o esquema de um sistema sanitário residencial básico.

Figura 23 - Sistema sanitário residencial.


Fonte: Carvalho Júnior (2016).

Os componentes do sistema ficam embutidos na alvenaria e no solo quando


em edificações térreas. Como a alvenaria é executada na sua totalidade, faz-se
necessário executar aberturas onde esses elementos serão inseridos. Isso resulta em
um retrabalho grande e gera diversos resíduos desnecessários, sendo este um dos
aspectos mais relevantes quanto ao sistema hidrossanitário (MARINHO; PENTEADO,
2011).
O sistema elétrico em uma edificação é composto por cabos, condutores,
disjuntores, lâmpadas, caixas de passagem, tomadas, eletrodutos etc. Este sistema
também é embutido na alvenaria com os cabos e fios sendo protegidos por mangueira
sanfonada de plástico também chamado de eletroduto corrugado (SALGADO, 2011).
Assim com o sistema hidrossanitário, o sistema elétrico também requer um
retrabalho, gerando resíduos, devido ao embutimento do mesmo na alvenaria.
28

3.1.4.3 Concretagem

A concretagem é um dos principais pontos nesse processo construtivo do


concreto PVC, nela é onde deve ter a maior atenção para que não haja falhas.
Primeiramente deve-se usar o concreto autoadensável, que seja bombeado, para uma
melhor uniformidade ao concretar os painéis. Outro ponto importante, é a concretagem
por lances, onde deverá ser realizada em etapas, normalmente em 3 ou mais etapas,
a depender da estrutura, como mostra as figura 24 e 25 (DOMARASCKI; FAGIANI,
2009).

Figura 24 – Procedimento para concretagem.


Fonte: Albd5 construções (2013).

Figura 25 – Execução de concretagem dos módulos PVC.


Fonte: Rath, Khinast, 2016.

Em relação ao sistema convencional, ao falar em concreto, ele pode ser dosado


em obra ou em central, nos dois casos é necessário um controle de qualidade rigoroso
acerca dos materiais utilizados e suas proporções. Após a correta dosagem e
homogeneização do concreto, ele apresenta consistência fluida. A partir desse período
29

o concreto começa a sofrer reações de hidratação do cimento (início de pega), neste


momento que o concreto deve ser lançado que é a colocação do concreto nos locais
previstos (formas, pisos etc.). Quando o concreto é colocado nos locais previstos
inicia-se a fase de adensamento do mesmo, que consiste em eliminar os vazios da
massa, aumentando sua resistência, durabilidade e impermeabilidade do concreto
endurecido. Este adensamento é feito com a utilização de vibradores de imersão em
massa, devendo ser feito na medida certa (RIBEIRO, 2011).
Com o concreto lançado e adensado começa o processo de cura, destinada a
evitar a evaporação da água utilizada na mistura do concreto, que reage com o
cimento. Após o processo de cura o concreto consegue a sua resistência final com 28
dias, podendo ainda apresentar resistência de 90% com quatorze dias e 65% com sete
dias (BAUER, 2011).

3.1.4.4 Cobertura

A cobertura deste modelo de obra, é como em qualquer outra obra. Os painéis


exercem a mesma função das paredes, e suportam a mesma estrutura que seria
executada em uma construção de alvenaria convencional. A telha escolhida não vai
interferir na execução da obra ou na estabilidade da estrutura (DOMARASCKI;
FAGIANI, 2009).
A figura a seguir, mostra uma residência construída através do sistema concreto
PVC, utilizando em sua cobertura uma estrutura metaliza.

Figura 26 – Cobertura em estrutura metálica com telha cerâmica


Fonte: Dif f er 2013.
30

Segundo Salgado (2011), “A cobertura é o elemento da construção que tem


como primeira finalidade proteger a obra e o seu conteúdo contra as intempéries e
ações da natureza”. Entende-se ainda que a cobertura é composta de dois elementos
principais que são a estrutura e cobertura que cobre esta estrutura. Contendo ainda
alguns elementos complementares de capitação de água pluvial (BORGES, 2009).
A cobertura no sistema de alvenaria convencional geralmente e composta por
telhados de madeira, estes apresentados com estrutura em madeira, metálica, e com
cobrimento com telhas de diversos materiais cerâmica, metálica, fibrocimento, dentre
outros. Estes telhados podem ser de diversos formatos, alguns tipos de telhados são
denominados de acordo com o número de planos para escoamento de água,
classificados como “águas do telhado” (BORGES, 2009).
A estrutura de um telhado em madeira é composta basicamente pelos seguintes
elementos (SALGADO, 2011):
• Tesoura: estrutura autoportante constituída de diversas peças formando
uma estrutura treliçada com a finalidade de suportar toda a carga de um
telhado.
• Cumeeira: linha mais alta de um telhado.

• Linha: peça de alinhamento da tesoura que recebe.

• Empena: suporta as terças e dá inclinação à estrutura conforme o tipo de


telha utilizado.

• Pendural: elemento vertical de distribuição das cargas de um telhado.

• Diagonal: elemento oblíquo de distribuição das cargas de um telhado.

• Terça: peça localizada entre o frechal e a cumeeira que tem finalidade de


travar as tesouras e suportar a estrutura de caibros.

• Beiral: parte da estrutura do telhado que se projeta além da alvenaria


externa.

• Ripa: peças de apoio das telhas, pregadas sobre os caibros.

• Caibro: peças de apoio para as ripas, pregadas sobre as terças.

• Frechal: nome dado à primeira terça da tesoura.

Na Figura 27 temos o esquema das peças constituintes de um telhado.


31

Figura 27 - Estrutura telhado de madeira.


Fonte: Watanabe (2005).

As telhas que serão utilizadas na composição do telhado podem ser dos mais
variados materiais, as mais comumente utilizadas são as telhas em cerâmica e
fibrocimento. A escolha da telha influencia diretamente na estrutura do seu telhado em
inclinação e disposição das peças de suporte (LONGSDON, 2002).
As telhas cerâmicas podem apresentar diversos modelos (plana, portuguesa,
romana, capa/canal etc.). As telhas de fibrocimento podem ser encontradas em
grandes dimensões, com isso fornece facilidade e rapidez na execução de um telhado,
contudo é necessário atentar-se para sua fragilidade a grandes ventos e inspeção
periódica da fixação das mesmas devido ao seu tipo de fixação (parafusos ou
ganchos) (SALGADO, 2011).

3.2.4.9 Acabamento

Neste modo de construção em concreto PVC não se faz necessário o


acabamento com quaisquer tipos de pintu ra ou algo do tipo, simplesmente o perfil em
PVC já tem um acabamento de fábrica, e quando montado, não requer nenhum outro
tipo de acabamento, como mostra a figura 28. O que se faz necessário é a limpeza
dos módulos após a concretagem para que eles manten ham a boa aparência que eles
devem ter, evitando possíveis danos a eles (SOUZA, 2005).
O material que compõe os módulos, é totalmente atóxico e inerte, a resina
apresenta com comportamento antichamas, resistência ao intemperismo, ações
químicas, possui isolamento acústico e térmico, baixa necessidade de manutenção e
acabamento de fábrica. (RODOLFO, 2006).
32

Figura 28 – Acabamento interno.


Fonte: Rath, Khinast, 2016.

O acabamento no sistema de alvenaria convencional pode ser definido como o


revestimento das estruturas e aplicação de sistema de pintura. O revestimento
proporciona proteção contra intempéries que a estrutura está submetida, já o sistema
de pintura confere um acabamento para esse sistema, proporcionando cor e
regularização, proporcionando uma mais qualidade e beleza à obra (ZULIAN, 2002).
O revestimento serve para proteger todas as partes da construção sejam
estruturais, ou de vedação, contra as intempéries como chuva, vento, sol entre outros.
Estes revestimentos são encontrados de diversos tipos, os mais comuns são os de
argamassa, cerâmicos e os de pedra (SALGADO, 2011).
O revestimento argamassado é o mais comum e tradicional, de acordo com
Borges (2009), “O revestimento mais utilizado é o de argamassa de cimento, cal e
areia, por ser o mais econômico e de simples execução. Normalmente, é aplicado em
três camadas: chapisco, emboço e reboco”.
O chapisco é a primeira camada de revestimento, é aplicado diretamente sobre
a alvenaria e sua principal função é melhorar a aderência para a próxima camada.
Possui espessura variando entre 5 e 7 mm. O traço da argamassa é de 1:3 (volume)
de cimento e areia média, com adição de água, sua aplicação é feita com colher de
pedreiro ou com algum outro equipamento de projeção (SALGADO, 2011).
A segunda camada de revestimento é o emboço, possui a finalidade de
regularizar a superfície da alvenaria e corrigir imperfeições com relação a alinhamento
e prumo. Possui espessura variando de 2 a 2,5 cm, o traço é variável, basicamente
1:2:6 (volume) de cimento, cal e areia, e adição de água, com a cal fornecendo
trabalhabilidade para a argamassa. Para a aplicação desta camada é necessário
colocar taliscas como base para o alinhamento do pano de revestimento, dando assim
33

condições para o acabamento, sarrafeando normalmente com uma régua de alumínio


(BORGES, 2009).
O reboco é a última camada do revestimento, serve para regularizar o emboço
e deve ser aplicado somente 21 dias após a aplicação do emboço. A argamassa de
reboco é composta por cimento, cal e areia fina peneirada, com adição de água, a
espessura do reboco não deve ser maior que 5 mm, tendo a função de acabamento
final. Após a aplicação é utilizado uma desempenadeira para a correção do reboco,
sendo o acabamento final com desempenadeira provida de espuma (SALGADO,
2011).
O sistema das camadas de um revestimento argamassado é demonstrado na
Figura 29.

Figura 29 - Camadas de revestimento argamassado.


Fonte: Ferrari, 2011.

Os revestimentos cerâmicos são largamente utilizados em áreas sujeitas a


presença de água, não impedindo seu uso em outros ambientes. São placas de
diversas dimensões, fabricados industrialmente a partir de argilas, filitos, talcos,
feldspatos (grês) e areias (quartzo). A espessura média é de 5,4 mm, possuindo na
face posterior (tardoz), saliências para aumentar a aderência da argamassa de
assentamento (ZULIAN, 2002).
Os revestimentos cerâmicos são aplicados a partir da camada de emboço, com
a utilização de argamassa de assentamento, que pode ser produzida em obra ou
industrialmente, bastando apenas adicionar água. Para o assentamento do
revestimento cerâmico é necessário executar juntas entre as peças, conforme a NBR
8214 (ABNT, 1983). Nela são estabelecidas as dimensões mínimas de acordo com as
34

dimensões das peças cerâmicas utilizadas. As juntas impedem a propagação das


tensões entre as peças e favorecem os ajustes de alinhamento e diferenças entre as
mesmas (ZULIAN, 2002).
Após o assentamento das placas cerâmicas é utilizado argamassa para o
rejuntamento. Estas fornecem solidez e acabamento ao sistema e o protegem contra
infiltrações. Elas devem acompanhar as mesmas características da cerâmica, para
proporcionar além de proteção um bom aspecto arquitetônico (SALGADO, 2011).
O assentamento de pedras, sejam elas trabalhadas ou não, também é feito a
partir de argamassa para assentamento. É necessário às vezes adaptar a espessura
da camada de argamassa de assentamento conforme a espessura da pedra. O
processo de assentamento segue os mesmos princípios das placas cerâmicas
(BORGES, 2009).
Outro tipo de acabamento é o sistema de pintura, que é aplicado sob o
revestimento com a finalidade de impedir a ação das intempéries na estrutura. Uma
das funções da pintura é impedir a ação da umidade seja ela proveniente de chuva,
condensações ou limpeza, de se infiltrar nos elementos construtivos. Outra função da
pintura é a regularização da superfície do revestimento argamassado, uma vez que, o
mesmo deixa uma camada áspera com grânulos de areia pouco aderidos à superfície
(SALGADO, 2011).
As tintas são compostas de veículos, pigmentos, solventes e aditivos,
elementos que proporcionam a cor, textura, trabalhabilidade da mesma. A diferente
combinação destes elementos resulta em tintas para diversos fins, como tinta para
exteriores, interiores, metais, madeiras, dentre outros (RIBEIRO, 2011).
O processo de execução da pintura deve ser realizado sobre a parede com
rebocos seco e curado, preferencialmente após 30 dias de aplicação do mesmo. A
superfície deve estar lixada com lixa de granulação apropriada, para eliminar as partes
soltas. Caso haja alguma irregularidade no revestimento, esta pode ser sanada com o
uso de massa corrida, tanto para interior quanto para exteriores. Após a regularização
da superfície é necessário seguir as prescrições de aplicação da tinta como, tipo de
diluente, quantidade de demão aplicáveis, rendimento etc. O cumprimento das
particularidades de rendimento de cada tinta deve ser seguido corretamente para que
não se comprometa o sistema de pintura aplicado (BORGES, 2009).
35

4 NORMAS TÉCNICAS

A avaliação de soluções construtivas com base em uma abordagem de


desempenho mostra-se favorável se comparada à metodologia prescritiva,
tradicionalmente abordada pelas normas, em que são detalhadas materiais, métodos
e dimensões específicas a serem obedecidas. Ou seja, a abordagem de desempenho
se presta a definir os requisitos que devem ser atendidos e não de fato como a solução
de ser construída. Desta forma, torna-se mais flexíveis as especificações de projeto,
o que se traduz por incentivo ao desenvolvimento tecnológico e ao progresso da
indústria (BORGES, 2008).
Assim como o sistema convencional, o sistema construtivo concreto PVC foi
concebido e desenvolvido para atender a todas as Normas Técnicas brasileiras e
internacionais, dentro dos mais altos padrões e requisitos de desempenho, como
esses listadas abaixo:
• Segurança estrutural.
• Segurança contra incêndio.
• Segurança no uso e operação.
• Estanqueidade.
• Desempenho térmico.
• Desempenho acústico.
• Desempenho lumínico.
• Durabilidade e manutenção
• Saúde, higiene e qualidade do ar.
• Funcionalidade.
• Conforto antropodinâmico.
• Adequação ambiental.
36

5 METODOLOGIA

O estudo do presente trabalho consiste na coleta de informações retiradas de


artigos, sites e revistas. Os métodos propostos para o desenvolvimento desta pesquisa
foram:
• Levantamento do processo construtivo de dois sistemas distintos, o Concreto PVC
e o sistema de alvenaria convencional.
• Comparação entre os sistemas construtivos, pegando como base uma residências
de 115m² e uma de 43m².
• Análise de qual sistema se torna mais viável dentro dos parâmetros estabelecidos
pelo trabalho.
37

6 RESULTADO E DISCUSSÕES

A partir de dados colhidos em artigos científicos, pesquisas, revistas e sites, foi


possível fazer levantamentos comparativos, entre os ambos os sistemas apresentados
neste trabalho.

6.1 Produtividade

Quadro 1: Produtividade Sistema em alvenaria convencional.


SISTEMA CONVENCIONAL
Descrição Homem Hora/m²
Alvenaria Tijolo Cerâmico 2,04
Chapisco 0,56
Emboço 1,65
Pintura/Acabamento 0,94
5,19
Fonte: OrçaFacil ORSE/2021.

Quadro 2: Produtividade sistema concreto PVC.


SISTEMA CONCRETO PVC
Descrição Homem Hora/m²
Execução de montagem modulo PVC 0,19
Execução escoramento 0,14
Execução de ferragens 0,13
Concretagem 0,27
0,73
Fonte: Miranda (2014).

Levando em conta os dados apresentados, em uma casa de 115m², tanto no


sistema convencional como no PVC, as equipes possuíssem 4 funcionários,
responsáveis pela execução dos serviços, temos:

1) Sistema em Alvenaria Convencional


ℎℎ
115𝑚2 ∗ 5,19( ) = 596,85ℎℎ
𝑚2
Considerando que são 4 funcionários, trabalhando 8 horas por dia, temos:
ℎℎ
8 (ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑎) ∗ 4(𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠) = 32( )
𝑑𝑖𝑎

Logo para a execução dos serviços serão necessários 18,65 dias.


38

ℎℎ
596,85 ℎℎ / 32 ( ) = 18,65 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑑𝑖𝑎
2) Sistema Concreto PVC
ℎℎ
115𝑚2 ∗ 0,73( ) = 83,95ℎℎ
𝑚2
Considerando que são 4 funcionários, trabalhando 8 horas por dia, temos:
ℎℎ
8 (ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑎) ∗ 4(𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛á𝑟𝑖𝑜𝑠) = 32( )
𝑑𝑖𝑎
Logo para a execução dos serviços serão necessários 2,62 dias.
ℎℎ
83,95ℎℎ / 32 ( ) = 2,62 𝑑𝑖𝑎𝑠
𝑑𝑖𝑎

Sendo assim, necessários um total de 2,62 dias para vedação de uma


edificação de 115m² em Concreto PVC, enquanto se lavariam 18,65 dias para
realização do mesmo serviço de vedação com alvenaria, u ma diferença de quase 8
vezes mais rápida a execução.
Outro exemplo a ser apontado, é no caso de execução de uma residência
popular de 43m², onde no estudo é apontado a produtividade na execução do metro
quadrado de obra pronta.

Quadro 3: Produtividade por metro quadrado de obra pronta.


Casa Modelo - 43m²

hh/m² Prazo de Construção


Sistema Concreto PVC 2,41 12,9 dias
Sistema Convencional 12,31 66,16 dias
Redução 11,9 53,26 dias
Fonte: CBIC (2014).

Os painéis de uma casa modelo são montados em apenas 1 dia de trabalho,


utilizando apenas 4 pessoas, possibilitando a concretagem no dia seguinte, gerando
um grau elevado de produtividade.

6.2 Área Útil

Por terem características diferentes, ambos apresentam relações de área


destintas como mostra a figura 28, onde é possível afirmar uma diferença no
aproveitamento da área útil de projetos em Concreto PVC e de Alvenaria
Convencional.
39

Segundo Brandão e Melo (2014), uma residência em alvenaria de 40m² como


mostra a figura 30, composta por paredes de 15 cm, comparada com uma outra no
sistema industrializado, com parede de 7,5 cm, temos os seguintes dados abaixo:

Quadro 4: Comparação de Área Útil.


Convencional - Área Concreto PVC - Área
(m²) (m²)
Quarto maior 9,09 9,32
Quarto menor 7,13 7,54
Banheiro 2,26 2,58
Estar/Jantar 11,06 10,93
Cozinha 4,81 4,86
Total 35,47 36,40
Fonte: Brandão; Mello (2014).

Figura 30 – Planta Baixa.


Fonte: Royal do Brasil technologies, 2011.

Com a redução da parede em 50%, obteve-se um ganho de cerca de 10% na


área útil em cada residência.
Em um programa habitacional de 1.000 casas nesse padrão apresentado
acima, a diferença de área construída é de 930m², o equivalente a 23 casas
construídas a mais, no sistema Concreto PVC.
40

6.3 Sustentabilidade

Quadro 5: Consumo de água.

Casa popular - Área total de 43m²

Descrição Construção em Construção em Concreto


Alvenaria PVC
Convencional
Umedecer Tijolos 2400 0
Argamassa para 800 0
assentamento
Argamassa para rebocos 900 0
Consumo Humano 480 75
Perdas Variadas 1600 200
Concreto das Paredes 130 936
Concreto da Fundação 672 672
TOTAL 6982 1883
Fonte: PVC mais concreto (2020).

Cerca de 73% de água é economizada ao optar uma construção Concreto PVC


ao invés da convencional. Seguindo a mesma linha de pensamento de que fossem
construídas 1.000 casas em um programa habitacional, haveria uma economia de
cerca de 5 milhões de litros de água, o suficiente para um dia de consumo de uma
população de aproximadamente 39.000 habitantes (PVC MAIS CONCRETO, 2020).

6.4 Custos

Para auxiliar comparação de custo, foi utilizada na composição da planilha


orçamentaria em que se refere as paredes de vedação de uma residência, o banco de
dados SINAPI como principal base de valores. É importante ressaltar que o projeto em
questão que foi analisado, tem por sua vez aproximadamente 90m² quadrados, tanto
convencional, como o no sistema industrializado.
41

Quadro 6: Planilha Orçamentaria Sistema Convencional.


PLANILHA ORÇAMENTARIA

Obra: ALVENARIA CONVENCIONAL

Tipo de Obra: Residência

Cód Descrição Un. Qtd Custo Custo Total FONTE


Unit

1 PAREDES, ELEMENTOS DE R$
VEDAÇÃO 6.799,48

1.1 Bloco cerâmico Paredes m² 89,44 R$ 62,06 R$ SINAPI


(14x19x39) argamassa de 5.550,65 08/2021
assentamento preparo em
betoneira e mão de obra

1.2 Verga para janelas até 1,5m m 5,2 R$ 77,12 R$ SINAPI


moldado in loco 401,02 08/2021

1.3 Verga para Portas até 1,5m m 3,8 R$ 75,05 R$ SINAPI


moldado in loco 285,19 08/2021

1.4 Contraverga para janelas até m 5,2 R$ 77,12 R$ SINAPI


1,5m moldado in loco 401,02 08/2021

1.5 Encunhamento de M 37,32 R$ 4,33 R$ SINAPI


argamassa aplicado com colher 161,60 08/2021

2 REVESTIMENTOS PAREDES R$
7.521,10

2.1 Chapisco argamassa traço 1:5 m³ 5,17 R$ 6,32 R$ SINAPI


(cimento e areia grossa) 32,67 08/2021

2.2 Massa única para recebimento m² 86,31 R$ 26,67 R$ SINAPI


de pintura 1:2:8 preparo 2.301,89 08/2021
betoneira paredes internas

2.3 Massa única para recebimento m² 61,04 R$ 26,67 R$ SINAPI


de pintura 1:2:8 preparo 1.627,94 08/2021
betoneira paredes externas

2.4 Emboço para recebimento de m² 25,07 R$ 25,85 R$ SINAPI


cerâmica 1:2:8 betoneira 648,06 08/2021

2.5 Revestimento cerâmico interno m² 25,07 R$ 49,21 R$ SINAPI


20x20 1.233,69 08/2021

2.6 Pintura com tinta látex acrílica m² 147,35 R$ 11,38 R$ SINAPI


1.676,84 08/2021

3 IMPERMEABILIZAÇAO DE R$
PAREDES 381,47

3.1 Impermeabilizaçao de paredes m² 12,54 R$ 30,42 R$ SINAPI


áreas molhadas 381,47 08/2021
42

4 VIGAS E PILARES R$
14.014,64

4.1 Formas para vigas m² 27,99 R$ 92,60 R$ SINAPI


2.591,87 08/2021

4.2 Forma para pilares m² 28,08 R$ R$ SINAPI


167,21 4.695,26 08/2021

4.3 Aço CA50-8mm para vigas Kg 60,458 R$ 19,21 R$ SINAPI


1.161,40 08/2021

4.4 Aço CA50-10mm para pilares Kg 47,385 R$ 17,09 R$ SINAPI


809,81 08/2021

4.5 Aço CA50 6,3mm estribos Kg 26,961 R$ 19,03 R$ SINAPI


513,07 08/2021

4.6 Armação das vigas Kg 60,46 R$ 19,21 R$ SINAPI


Montagem/Corte e Dobra 1.161,44 08/2021
CA50-8mm

4.7 Armação dos pilares Kg 47,385 R$ 17,09 R$ SINAPI


Montagem/Corte e Dobra 809,81 08/2021
CA50-10mm

4.8 Corte e dobra Aço CA50 6,3mm Kg 26,961 R$ 14,38 R$ SINAPI


para estribo 387,70 08/2021

4.9 Concretagem de vigas com m³ 1,68 R$ R$ SINAPI


baldes 725,27 1.218,45 08/2021

4.10 Concretagem de pilares com m³ 1,32 R$ R$ SINAPI


baldes 504,42 665,83 08/2021

VALOR TOTAL R$
28.716,68

Fonte: Autor (2021).

Quadro 7: Planilha Orçamentaria Concreto PVC.


PLANILHA ORÇAMENTARIA

Obra: CONCRETO PVC

Tipo de Obra: Residência

Cód Descrição Un. Qtd Custo Unit Custo Total FONTE

1 PAREDES, ELEMENTOS R$ 31.897,15


DE VEDAÇÃO

1.1 Modulos de PVC m² 88,25 221,95 R$ EMPRESA


19.587,09 A

1.2 Mão de obra montagem das m² 88,25 R$ 54,00 R$ EMPRESA


paredes (montagem, 4.765,50 A
escoramento, concretagem
e limpeza)
43

1.3 Concreto Usinado m² 7,06 R$ 432,26 R$ SINAPI AL


Bombeado f ck 20 Mpa 3.051,76 08/2021

1.4 Armadura Aço CA-50 kg 264,75 R$ 16,97 R$ SINAPI AL


(10mm) 4.492,81 08/2021

2 ESCORAS R$
2.960,64

2.1 Escora de eucalipto 3m m 75 R$ 15,88 R$ SINAPI AL


1.191,00 08/2021

2.2 Madeira eucalipto m 136 R$ 8,49 R$ SINAPI AL


2,50x10cm 1.154,64 08/2021

2.3 Sarraf o 2,5 x 5cm m 60 R$ 10,25 R$ SINAPI AL


615,00 08/2021

VALOR TOTAL R$
34.857,79

Fonte: Autor (2021).


44

7 CONCLUSÃO

Analisando os sistemas, é possível perceber que há algumas diferenças nas


práticas de cada um. O sistema industrializado concreto PVC apresenta dados que se
mostram mais vantajoso ao sistema convencional, quando se fala em diminuição do
desperdício de material, redução de mão de obra e rapidez de execução.

Apesar dos avanços tecnológicos do sistema concreto PVC, o sistema


convencional, ainda apresenta uma certa diferença, e que se mostrou o mais barato,
em comparação ao concreto pvc.
Levando em consideração as desvantagens, o pouco fornecimento desse
material (placas de PVC) pelas empresas que trabalham na produção destes, por se
tratar de um sistema não muito popularizado no Brasil, não existem muitas empresas
que forneçam o material. Em relação a mão de obra, existe pouca mão de obra por se
tratar de uma sistema pouco conhecido, apesar de que não necessitar mão de obra
especializada, existe uma desconfiança por não ser um sistema muito difundido,
acredita-se que com o passar do tempo, o sistema será mais difundido, fazendo
crescer o leque de mão de obra e fornecedores, forçando assim a queda nos preços.
O ponto importante é em relação ao acabamento, que acaba se tornando um
ponto positivo, tanto quanto negativo, pois levando em conta consideração a não
necessidade da realização do acabamento, isso acaba tornando um ponto positivo em
relação a diminuição de custos e manutenção (nesta etapa). Porém neste tipo de obra
apesar de possível a execução de acabamentos diversos, acaba ficando inviável a
realização de algum outro tipo de acabamento no modulo PVC, pois elevaria os custos
ainda mais, tornando assim o acabamento dos módulos predominante nesse tipo de
construção, o que pode ser as vezes não tão bonito esteticamente em certos aspectos.
O sistema Concreto PVC de acordo com os dados apresentados mostra-se uma
alternativa viável para construções em escala (conjuntos habitacionais) e uma saída
para suprir o déficit habitacional brasileiro, isso para obras que necessitem de um curto
período de tempo e de grande escala. Levando em consideração a realidade em que
o Brasil se encontra, com cerca de 220 mil pessoas desabrigadas (IBGE, 2021), o
sistema concreto pvc apresenta fortes indícios de viabilidade para uma possível
redução desse número em um período pequeno de tempo, porém com custos mais
elevados que o sistema convencional.
45

REFERÊNCIAS

ALBD5 CONSTRUÇÕES. Concreto e PVC para habitação popular. 2013.


Disponível em: AlbD5 Construções: Concreto e PVC para habitação popular

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8214:1983.


Assentamento de azulejos - Procedimento. Rio de janeiro 1983.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14931:2004.


Execução de estruturas de concreto - procedimento. Rio de janeiro 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:2004 Projeto e


execução de obras e concreto armado. Rio de janeiro 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13281:2005


Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e teto. Rio de janeiro
2005.

BASTOS, P. S. S. Fundamentos do concreto armado. Notas de aula. Universidade


Estadual Paulista-UNESP - Campus de Bauru/SP. BAURU-SP, 2011. 93 p.
disponível em: wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto1/FUNDAMENTOS.pdf.

BAUER, L. A. F. Materiais de construção. Volume 02, 5° edição. Editora LTC. Rio


de Janeiro-RJ, 538 p. 2011.

BAZZE PVC. Sistema Construtivo Concreto-PVC. Solidez agilidade e qualidade.


Disponível em: http://www.bazze.com.br/obras-concreto-pvc-bazze/

BRANDÃO, L; MELO, K. Análise de diferentes tipologias de construção em


concreto e pvc. XV Encontro nacional de tecnologia do ambiente construído.
Maceió AL, 2014. Disponível em:
http://www.infohab.org.br/entac2014/artigos/paper_631.pdf.

BLOG ATEX. Cuidados na concretagem da laje nervurada. Disponível em:


https://www.atex.com.br/blog/laje/cuidados-concretagem-laje-nervurada/.

BORGES, A. C. Prática das pequenas construções. Vol. 2. 9° ed. Editor Edgard


Blücher, 2009.

CAMACHO, R. S. Estudo das lajes. Notas de aula. UNESP. Ilha Solteira SP. 2004.
59 p.

CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Concreto PVC. 2°


Caderno de inovações na construção civil. Salvador- BA. Abril, 2014. Disponível
em:
http://cbic.org.br/caderno_inovacao/caderno%20inovacoes%20_abril_2014%20web.
pdf.
46

CARVALHO JÚNIOR, R. Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura. 10.


Ed. São Paulo: Blucher, 2016. 373 p.

CARVALHO, R; FIGUEIREDO, J. Cálculo e detalhamento de estruturas usuais de


concreto armado. Segundo a NBR 6118:2003. 3.ed. São Carlos: EDUFSCar, 2013.

CICHINELLI, G. Sistema construtivo para casas e sobrados usa painéis de PVC


preenchidos com concreto. Revista TÉCHNE, n. 199, out. 2013.

CONSTRUINDO CASAS. Paredes: Alvenaria de vedação. Disponível em:


https://maringapost.com.br/engenharia/2021/09/22/a-alvenaria-estrutural-e-uma-boa-
escolha/

DIFFER. PVC a tecnologia na obra. Disponível em


http://www.differ.com.br/wpcontent/uploads/2013/03/PVC.pdf.

DIRETRIZ SINAT Nº 004: Paredes estruturais para avaliação técnica de


produtos n°004 – Revisão 01. Ministério das cidades. Brasília, 2017.

DOMARASCKI, C. S.; FAGIANI, L. S. Estudo Comparativo dos Sistemas


Construtivos: Steel Frame, Concreto PVC e Sistema Convencional. 76 p.
Monografia (Graduação em Engenharia Civil). – Curso de Engenharia Civil, Centro
Universitário da Fundação Educacional de Barretos, Barretos, 2009.

FARIA, R. Industrialização econômica. Revista TÉCHNE edição 136, julho de


2008.

FARRIELO, P; HONOLD, A. Sistemas construtivos alternativos para habitações


populares. São Paulo, 2012.

FERRARI, T.S. A Utilização do Sistema Royal para construção de casas


populares. 2011.

GAREMO, N; MISCHKE, J; RAM, S; SANKHE, S; WOETZEL, J. A blueprint for


addressing the global affordable housing challenge. Executive summary. 2014.

GOMES, J, O.; LACERDA, J, F, S B. Uma visão mais sustentável dos sistemas


construtivos no Brasil. Tecnologias para Competitividade Industrial. Editora:
ETech v. 7, n. 2. Florianópolis, 2014.

KATO, R. B. Comparação entre o sistema construtivo convencional e o


sistema construtivo em alvenaria estrutural segundo a teoria da construção
enxuta. Dissertação submetida à Universidade Federal de Santa Catarina. 114 p.
2002.

KAWANO, F. A ; SILVA, F. B. Paredes estruturais de painéis de PVC


preenchidos com concreto armado. Revista TÉCHNE, ED. 152, 2009. Disponível
47

em: http://techne.pini.com .br/engenharia-civil/152/paredes-estruturais-de-paineis-de-


pvc-preenchidos-com-concretoarmado-286652-1.aspx

LOGSDON, N. B. – Estruturas de madeira para coberturas, sob a ótica da


NBR 7190/1997. Faculdade de Engenharia Florestal, Universidade Federal de
Mato Grosso. Cuiabá, MT. 2002.

MARINHO, R. C; PENTEADO, P. T. Análise comparativa de custo e


produtividade dos sistemas construtivos: alvenaria de solo-cimento,
alvenaria com blocos cerâmicos e alvenaria estrutural com blocos de
concreto na construção de uma residência popular. Trabalho de Conclusão de
Curso da Universidade Federal do Paraná. 61 p. Curitiba PR, 2011.

MATEUS, R. Novas tecnologias construtivas com vista à sustentabilidade da


construção. 2004. 271 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Engenharia Civil,
Universidade do Minho, Braga, 2004.

MELHADO et. Al. Fundações. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,


departamento de engenharia de construção civil. Notas de aula. 2002.

MIRANDA, L. C. Método executivo e as vantagens da aplicação do sistema


modular de parede de concreto com forma de pvc. Trabalho de conclusão de
curso da Universidade Católica de Brasília. Brasília, DF. 2013. 37p. Disponível em:
http://repositorio.ucb.br
/jspui/bitstream/10869/4633/1/Leonardo%20Corr%C3%AAa%20Miranda.pdf.

NASCIMENTO, O. L. Alvenarias. Manual de construções. 2° edição, centro


brasileiro da construção em aço. Rio de janeiro – rj, 2004.

NEVES, A. Tijolos cerâmicos x Blocos de concreto. 2019. Disponível em


https://www.blok.com.br/blog/tijolos-ceramicos.

ORÇAFASCIO. Bancos de Dados Orse/2021. Disponível em: OrçaFascio


(orcafascio.com).

PALANCIO. Planta Hidráulica de Casa: Modelos e Como Montar. 2015.


Disponível em https://www.vaicomtudo.com/planta-hidraulica-de-casa-modelos-e-
como-montar.html.

PVC MAIS CONCRETO. Tecnologia de construção pvc + concreto. 2020,


Disponivel em: www.pvcmaisconcreto.com.br.

RATH, H; KHINAST, A. Nós damos um lar às pessoas. Rápido, Seguro, Fácil.


Global housing solution. 2016.

RIBEIRO, C.C; PINTO, J.D.S; STARLING, T. Materiais de construção civil. 3°


edição. Editora UFMG. Belo horizonte- MG, 112 p. 2011.
48

RIBEIRO, G. F. Estudo comparativo do uso da alvenaria convencional e


Alvenaria com coordenação modular: caso de uma obra em Angicos/RN.
Trabalho de conclusão de curso da faculdade federal do semiárido-UFRSA.
ANGICOS, RN. 2013. 59 p.

RIBEIRO, M. Vantagens da Padronização aplicada aos processos executivos de


obras e edificações. 2014. 85 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) –
Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de 64 janeiro, Rio de
Janeiro, 2014.

RODOLFO, A. Tecnologia do PVC. 2° edição, pro editores, 2006.

ROYAL DO BRASIL TECHNOLOGIES. Manual de montagem RBS-64. 2012.


Disponível em: http://www.royalbrasil.com.br/downloads_building.htm.

SALGADO, J. Técnicas e práticas construtivas para edificação. Editora Érica. 3°


EDIÇÃO, 320 p. 2011.

SANTANA, O. S. Fundações rasas para residências populares. Trabalho de


conclusão de curso, Universidade Anhembi Morumbi. 59 p. 2011.

SCHMIDT, L. V. Paredes estruturais constituídas de painéis de PVC


preenchidos com concreto: análise das potencialidades do sistema.90 p.
Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Civil) - Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2013.

SOUZA, L. G. Análise comparativa do custo de uma casa unifamiliar nos


sistemas construtivos de alvenaria, madeira de lei e Wood Frame. Revista
Especialize, ed. 4, Florianópolis: Instituto de Pós Graduação IPOG, 2012.

SOUZA, S.R. Elementos de análise para gestão de processos e desempenho


de produtos em sistemas construtivos: estudo de caso com sistemas que
adota perfis auto encaixáveis de PVC e concreto. Trabalho de conclusão do
curso de mestrado profissionalizante da Escola de engenharia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. 174 p. Porto Alegre RS, 2005.

TAUIL, C. A.; NESE, F. J. M.; Alvenaria Estrutural: Metodologia do projeto,


detalhes, mão de obra, norma e ensaios. São Paulo, PINI, 2010.

THOMAZ, E.; HELENE, P. R. L. Requisitos técnicos e operacionais visando à


qualidade na construção de edifícios. São Paulo, 1999.

WATANABE, R. Telhados. São Paulo. 2005. Disponível em:


https://robertowatanabe.tripod.com/telhado/

ZULIAN, C. S. Alvenaria. Notas de aula. Universidade Estadual de Ponta Grossa.


Ponta Grossa RS, 2002. 16 p.

Você também pode gostar