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CABO FRIO
2017
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA - UVA
CURSO: ENGENHARIA CIVIL
CABO FRIO
2017
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA - UVA
CURSO: ENGENHARIA CIVIL
APROVADA EM:
CONCEITO: ________________________
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________
PROF. JOSÉ AUGUSTO BARBOSA
ORIENTADOR
_________________________________________________________
PROF. NATASHA DE PAULA AMADOR DA COSTA
_________________________________________________________
PROF. FÁBIO PAIVA TEIXEIRA
Cabo Frio
DEDICATÓRIA
In view of the country's current political and economic scenario, where the
survey presented by the IBGE recorded a fall of 3.6% in national GDP and 5.1% in
construction activity in 2016 (CBIC, 2017) , It is becoming increasingly necessary to
use economic structural solutions in terms of material consumption, time of execution,
labor costs and other inputs. In reinforced concrete structures the slabs are responsible
for much of the consumption of concrete, steel and forms. Given the current trend of
buildings with large number of floors and large spans, a rational choice in designing
these elements is essential. In this context, the advent of technology in recent years has
provided conditions for structural analysis of high complexity, through commercial
structural calculation software, resulting in constructive systems that combine cost
reduction to efficiency and effectiveness. This paper presents a comparative technical
study between conventional solid slabs and smooth ribbed slabs with massive regions
around the pillars, edge beams and polypropylene buckets between the ribs. The design
was carried out in EBERICK V10 structural calculation software based on NBR 6118 of
2014 of the Brazilian Association of Technical Standards. The detailing and sizing were
obtained through the said program, which, after verifying the results and done to the
necessary analyzes, allowed the obtaining of the quantitative ones with respect to the
own weights, total arrows, form consumption, concrete consumption, armature rate and
Composition of the total cost of the structure, including manpower for both structural
systems analyzed.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 16
4 CONCLUSÕES ........................................................................................................................................... 86
5 REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 88
16
1 INTRODUÇÃO
Seu surgimento se deu após uma análise crítica sobre o funcionamento de uma
laje maciça de grandes vãos. Para vencer grandes distâncias, a laje maciça precisa de
uma espessura considerável e, analisando-se a posição da Linha Neutra (LN), verifica-
se que existe uma pequena região de concreto comprimido e uma grande região abaixo
desta, de concreto tracionado. A laje nervurada tem a capacidade de aliar o
comportamento congênere ao das placas com a efetividade das vigas na flexão,
resultando em grande inércia e peso próprio reduzido.
Sabe-se ainda, que o concreto apresenta uma resistência à tração muito baixa, e
que na verificação às solicitações normais esta é desprezada. Por não colaborar na
resistência à flexão, nas lajes nervuradas o concreto abaixo da Linha Neutra é
eliminado, sendo substituído por fôrmas de diversos materiais.
Ao trabalhar com vãos maiores o número de pilares diminui, reduzindo também
o número de estruturas de fundação, o que normalmente acarretaria em maiores cargas
nos pilares e consequentemente estruturas de fundação mais robustas e mais caras,
entretanto, o peso próprio reduzido minora esse problema. Ademais, a redução no
número de pilares e ausência de vigas internas permite maior flexibilidade arquitetônica
no interior dos pavimentos.
Outro fator relacionado à ausência de vigas internas é a economia de tempo de
serviço em confecção e colocação de suas fôrmas, já que estas consomem mais tempo e
dão mais trabalho que as fôrmas de laje. Resultando em um melhor aproveitamento da
mão-de-obra e consequente menor custo com esta têm-se uma importante diminuição do
custo total da construção.
Tendo em vista estes aspectos, cabe ao engenheiro juntamente com o arquiteto a
escolha do tipo de estrutura a ser utilizada. Isto posto, neste trabalho tencionou-se
elaborar uma comparação, considerando os critérios econômicos, de consumo de
materiais, eficiência e eficácia, entre os sistemas estruturais de laje nervurada e laje
maciça convencional aplicados a um edifício-exemplo. Entretanto, torna-se difícil a
utilização de um modelo padrão, pois cada obra possui características arquitetônicas
particulares, assim sendo, o intuito é apresentar resultados para um determinado
edifício, de maneira a servir como parâmetro para outros projetos.
Além de utilizar laje nervurada bidirecional, o sistema estrutural a ser analisado
conta com regiões maciças no entorno dos pilares, chamadas de capitéis embutidos, de
18
1.1 OBJETIVOS
Os objetivos estão subdivididos em objetivos gerais e objetivos específicos e
serão apresentados nas próximas subseções.
19
1.2 JUSTIFICATIVA
A crise econômica enfrentada pelo Brasil nos últimos anos é a pior em 20 anos.
O setor da construção civil, que se encontrava em um momento histórico de
desenvolvimento no país, foi um dos mais afetados. Além disso, o déficit habitacional
nacional é bastante significativo, sendo de 6.068.061 no ano de 2014, onde a região
Sudeste apresenta o maior índice entre as regiões de 2.425.679 FJP e CEI (2014 apud
CBIC, 2016). Neste cenário, a racionalização, a economia e a eficiência são conceitos
fundamentais na busca pela recuperação da indústria da construção. Não obstante, a
verticalização das cidades é uma das soluções para o déficit habitacional devido ao
reduzido espaço físico das aglomerações urbanas, proporcionando a otimização e a
industrialização da construção civil.
Como consequência da verticalização das cidades surge edifícios com um
número maior de apartamentos bem como um maior número de pavimentos. Em
20
estruturas de concreto armado as lajes são responsáveis por grande parte do consumo de
concreto, aço e fôrmas. No caso de lajes maciças, a parcela de consumo de concreto
chega usualmente a quase dois terços do volume total da estrutura. Devido à sua
repetição ao longo dos andares, uma solução estrutural bem elaborada, de maior
eficiência e maior economia resulta em uma redução de custos bastante significativa.
Para isto é crucial o estudo pormenorizado dos diversos tipos de laje que podem ser
empregadas nos edifícios de vários pisos, tendo em vista a obtenção de soluções
técnicas e economicamente otimizadas.
1.3 METODOLOGIA
Neste trabalho é apresentada uma análise comparativa entre sistemas estruturais
de concreto armado. Inicialmente, foram definidos os sistemas estruturais a serem
analisados, em seguida, realizada revisão bibliográfica abordando os critérios de
projeto, as características e as particularidades dos sistemas que serão adotados.
Posteriormente, foi escolhido um edifício modelo para ser utilizado como base para as
concepções estruturais de ambos os sistemas em análise. Numa segunda etapa, fez-se o
lançamento e análise da estrutura no software AltoQI/EberickV10 para os sistemas
estruturais estudados, obtendo-se os quantitativos de materiais, que permitiram calcular
os índices definidos para comparação. Foram comparados parâmetros estruturais em
relação aos esforços nas lajes do pavimento tipo, assim como, os custos totais da obra
obtidos por meio de composições de preços, chegando-se a um valor global para cada
tipologia adotada considerando-se apenas as lajes.
1.3.1 Problema
O engenheiro civil tem a sua disposição diversos sistemas construtivos e
ferramentas baseadas em métodos numéricos para auxiliá-lo a projetar sua edificação da
maneira mais eficiente possível. Para um edifício residencial de dez andares que contêm
cobertura, apartamentos e área de convívio social localizado na cidade de Cabo Frio –
RJ e apresenta vãos de 17,80x25m qual será a solução estrutural mais viável
economicamente, em relação à segurança e execução – Lajes maciças convencionais
apoiada sobre vigas e pilares ou lajes lisas nervuradas que apresentam regiões maciças
em seu entorno, vigas de bordo e cubetas de polipropileno entre as nervuras?
21
1.3.2 Limitações
Como fator limitante do trabalho proposto está o fato de que, no
dimensionamento estrutural das duas alternativas de laje, utilizar-se somente a
ferramenta de análise AltoQI/EberickV10. As composições unitárias de armaduras serão
realizadas para aços CA-50 e CA-60.
As composições adotadas foram obtidas da coletânea publicada periodicamente
pela PINI. Essas composições são apresentadas nas “Tabelas para Composições de
Preços para Orçamentos” – TCPO (PINI, 2010).
Os valores em reais dos insumos para as composições de custos foram obtidos
na tabela SINAPI de preços de insumos, disponível no site da Caixa Econômica
Federal, para o estado do Rio de Janeiro referente ao mês de maio de 2017.
As demais limitações relacionam-se às variáveis utilizadas na comparação das
alternativas de laje e são listadas a seguir:
Custo da estrutura (fôrmas, concreto, aço, mão de obra, materiais utilizados, etc.) e
quantitativos de materiais das lajes do pavimento tipo analisado;
Os pontos verificados na saída do programa serão: peso próprio e flechas das lajes;
Vantagens e interferências significativas, a serem definidas, das alternativas do
estudo de caso.
1.3.3 Delimitações
O estudo fica delimitado a um edifício residencial de dez pavimentos, na
cidade de Cabo Frio, considerando-se a resistência característica do concreto de 30Mpa,
aços CA 50 e CA 60 nas lajes.
22
atuam perpendicularmente ao seu plano principal e aos esforços tangenciais que atuam
paralelamente a este plano.
Figura 1 mostra uma laje atuando como diafragma.
os mais variados tipos de carga que podem existir em função da finalidade arquitetônica
do espaço que a laje faz parte. As cargas são usualmente perpendiculares ao plano da
laje, podendo ser distribuídas na área, distribuídas linearmente ou concentradas.
possuem armaduras nas duas direções. A armadura principal, na direção do menor vão é
calculada para resistir o momento fletor atuante nessa direção, desconsiderando a
existência da outra direção. Assim, a laje é calculada como se fosse um conjunto de
vigas-faixa na direção do menor vão. Na direção do maior vão, projeta-se a armadura de
distribuição, com seção transversal mínima dada por norma e tem por finalidade
solidarizar as faixas de laje da direção principal, no caso, por exemplo, de uma eventual
concentração de esforços.
Por outro lado, nas lajes armadas em duas direções os esforços solicitantes
são importantes nas duas direções principais da laje, portanto, as armaduras nas duas
direções são calculadas para resistir os momentos fletores nessas direções.
Spohr (2008) destaca que “A laje maciça não é adequada para vencer grandes
vãos. É pratica usual adotar-se como vão médio econômico um valor entre 3,5 m e 5
m”.
A existência de muitas vigas, forma muitos pórticos, que garantem uma boa rigidez
à estrutura de contraventamento (ibidem, 1999);
Existe grande contribuição das mesas na deformação das vigas (ibidem, 1999);
Por anos foi o sistema estrutural mais aplicado às construções de concreto, por isso a
mão de obra é bastante treinada (ibidem, 1999);
Geralmente tem-se facilidade no lançamento e adensamento do concreto (FARIA,
2010);
Não depende de área para depósito de material inerte (ibidem, 2010);
Viabilidade de descontinuidade em sua superfície (ibidem, 2010).
2.2.3.1 Montagem das fôrmas e armaduras dos pilares e liberação dos pilares
De acordo com Barros e Melhado (1998), de forma resumida, o método a
ser seguido para montagem das fôrmas e armaduras dos pilares é o que se segue:
A locação dos pilares do primeiro pavimento deverá ser efetuada começando dos
eixos definidos na tabeira, conferindo-se a disposição dos arranques; a distribuição
dos pilares dos demais pavimentos deve ter como parâmetro os eixos de referência
definidos anteriormente;
28
Para liberação dos pilares é necessário que sejam feitas as seguintes verificações
(BARROS & MELHADO, 1998, p.34):
Posicionamento do gastalho de pé-de-pilar;
Prumo e nível;
Verificação da firmeza dos gastalhos ou gravatas, dos tensores e aprumadores.
Seguidas estas etapas pode-se concretar os pilares, sem que se haja executado as
fôrmas de vigas e lajes, ou, preparar as fôrmas de vigas e lajes e concretar o pilar apenas
depois que estiverem devidamente montadas.
seguida, lançar o concreto para dentro dele, nas primeiras camadas por meio
de um funil, e depois diretamente com pás e enxadas. O lançamento do
concreto no pilar deve ser feito por camadas não superiores a 50 cm,
devendo-se vibrar cada camada expulsando os vazios. A vibração
usualmente‚ realizada com vibrador de agulha.
Esta norma também prevê que escoramentos e fôrmas não devem ser
retirados, em nenhuma hipótese, até que o concreto tenha alcançado resistência
suficiente para suportar a carga imposta ao elemento estrutural nesse estágio, evitar
deformações acima dos limites especificados e resistir a danos em sua superfície durante
a remoção, considerando-se o baixo valor do módulo de elasticidade do concreto (Eci) e
34
Por não serem empregadas vigas essas lajes recebem as ações e transmitem-
nas diretamente aos pilares. A ligação laje – pilar precisa ser suficientemente resistente
para que a transmissão das ações ocorra de forma segura e correta. É importante
ressaltar que nesta ligação existe um cisalhamento de alta magnitude, que deve ser
verificado para que não ocorra a ruína da laje pelo fenômeno de punção. Schwetz et. al
(2009) também destacam momentos fletores negativos geralmente elevados nesta
região. Com base nisso, surgiu a ideia do capitel, um engrossamento da laje na região de
ligação com o pilar, de modo a reduzir as tensões cisalhantes e contribuir na resistência
a tais momentos fletores negativos.
Albuquerque (1999) explica que nas primeiras lajes sem vigas comumente
se usava capitéis, buscando enrijecer a ligação laje-pilar, porém isto acarretava um
número significativo de recortes na fôrma do pavimento, minorando as vantagens desse
tipo de laje. Com a evolução do sistema, abandonou-se o uso de capitéis na maioria dos
casos passando-se a fazer uma criteriosa verificação da punção. Não obstante, quando se
aplicam lajes lisas nervuradas – objeto desta análise – a região em torno dos pilares será
maciça, formando capitéis embutidos.
A Figura 8 apresenta uma laje lisa nervurada com capitéis embutidos.
35
2.4.1 Punção
Melges (1995) define genericamente o fenômeno da punção de uma placa
como sendo a sua perfuração devida às altas tensões de cisalhamento, causadas por
forças concentradas ou agindo em pequenas áreas. Nas edificações com lajes-cogumelo,
esta forma de ruína pode se dar na ligação da laje com os pilares, onde a reação do pilar
é capaz de provocar a perfuração da laje. Concordemente, Schwetz et. al (2009)
explicitam que a punção “se caracteriza por ser um fenômeno combinado de tensões
normais e tangenciais e por apresentar uma ruptura do tipo frágil” e Leonhardt e
Mönnig (1978) afirmam que “quando estas tensões são elevadas, as fissuras propagam-
se como fissuras de cisalhamento, com uma inclinação de 30° a 35°, o que pode levar a
estrutura a romper bruscamente”.
Logo, entende-se a importância da verificação da punção em lajes que se
apoiam diretamente sobre os pilares.
Em cada pórtico deve ser considerada a carga total. A distribuição dos momentos, obtida em cada
direção, segundo as faixas indicadas na
Figura 9, deve ser feita da forma que se segue (NBR 6118, 2014 14.7.8):
45 % dos momentos positivos para as duas faixas internas;
27,5 % dos momentos positivos para cada uma das faixas externas;
25 % dos momentos negativos para as duas faixas internas;
37,5 % dos momentos negativos para cada uma das faixas externas
Figura 9 - Faixas de laje para distribuição dos esforços nos pórticos múltiplos
Como disposto na Norma, para ambos os pórticos deve ser considerada a carga
total. As cargas nas duas direções são dadas por:
Sendo:
q a carga total atuante na laje;
qx a carga na direção x;
qy a carga na direção y.
Onde, As,ccp é o somatório de todas as áreas das barras inferiores que cruzam
cada uma das faces do pilar;
FSd pode ser calculado com γf igual a 1,2;
A Figura 14 ilustra a disposição da armadura de combate ao colapso progressivo.
Armadura positiva:
Onde
42
Em relação aos pilares de borda, quando não atuar momento no plano paralelo à
borda livre tem-se:
Sendo
Onde:
FSd é a reação de apoio;
u* é o perímetro crítico reduzido;
MSd é o momento de cálculo no plano perpendicular à borda livre;
MSd* é o momento de cálculo resultante da excentricidade do perímetro crítico
reduzido u* em relação ao centro do pilar;
Wp1 é o módulo de resistência plástica perpendicular à borda livre, calculado
para o perímetro u.
O coeficiente k recebe os valores estabelecidos na Tabela 1 com C1 e C2 de
acordo com a Figura 16.
Nos casos em que agir momento no plano paralelo à borda livre aplica-se:
Onde:
MSd2 é o momento de cálculo no plano paralelo à borda livre;
Wp2 é o módulo de resistência plástica na direção paralela à borda livre,
calculado pelo perímetro u.
O coeficiente K2 assume os valores estabelecidos para K na Tabela 1,
substituindo-se C1/C2 por C2/2C1, sendo C1 e C2 estabelecidos na Figura 16.
( √ )
Sendo .
Onde:
Sr é o espaçamento radial entre linhas de armadura de punção;
Asw é a área da armadura de punção num contorno paralelo a C’;
α é o ângulo de inclinação entre o eixo da armadura de punção e o plano da laje;
u é o perímetro crítico ou perímetro crítico reduzido no caso de pilares de borda
ou de canto;
fywd é a resistência de cálculo da armadura de punção, não maior do que 300
MPa para conectores ou 250 MPa para estribos em lajes com espessura até 15 cm ou
435 MPa para estribos em lajes com espessura maior que 35 cm. Estes valores devem
ser interpolados linearmente no caso da utilização de estribos em lajes com espessura
entre 15 cm e 35 cm.
O deslocamento de lajes sem vigas, para uma mesma rigidez e um mesmo vão, é
maior do que aqueles nas lajes sobre vigas (HENNRICHS, 2003 apud FARIA 2010,
p.29);
Menor rigidez da estrutura às ações laterais em relação aos outros sistemas
estruturais, devido ao número reduzido de pórticos (ALBUQUERQUE, 1999, p.53).
47
Desta forma, combatem com muita eficiência os esforços de tração, que são
absorvidos pela nervura com a devida armadura, e os esforços de compressão
que são suportados, em sua maior parte, pela mesa de concreto. Com a linha
neutra situada próxima a região da mesa, a parte inferior pouco contribui para
a resistência de compressão, servindo apenas para garantir a aderência entre o
aço e o concreto. Tal região é considerada inerte e poderá ser preenchida com
material mais leve, sem função estrutural, como placas de isopor, elementos
cerâmicos, entre outros (ARAÚJO, 2008 apud LOPES, 2012).
48
2.5.1 Tipologia
A Norma divide as lajes nervuradas em dois grandes grupos: lajes
nervuradas pré-moldadas e moldadas “in-loco”. Estas também podem ser bidirecionais
ou unidirecionais. Neste trabalho trataremos apenas dos elementos moldados no local.
condições acima forem obedecidas a NBR 6118 (2014) permite fazer o cálculo da laje
nervurada como uma laje maciça, quando essas hipóteses não se aplicarem, deve-se
analisar a laje nervurada considerando a capa como laje maciça apoiada em uma grelha
de vigas.
O cálculo simplificado determina os esforços solicitantes, como momentos
fletores, reações de apoio e deslocamentos através de tabelas desenvolvidas para lajes
maciças através da Teoria da Elasticidade – tabelas de Czerny, de Bares, de Marcus, etc
– para lajes bidirecionais, já as lajes unidirecionais devem ser calculadas segundo a
direção das nervuras, desconsiderando a rigidez transversal e a rigidez à torção.
Os esforços encontrados, no entanto, são fornecidos para faixas de largura
unitária. Ao se dimensionar lajes nervuradas é necessário determinar o momento fletor
atuante em cada nervura, ou seja, trabalha-se com um esforço por nervura. Para tal,
basta multiplicar o valor encontrado para a faixa de um metro pela distância entre eixos
das nervuras.
Para que a linha neutra passe pela mesa é necessário satisfazer . Onde,
para obter o valor de x Primeiro, calcula-se o valor de kmd pela equação:
Onde:
.
A situação em que a LN passa pela nervura é representada na Figura 24.
55
Sendo:
MMd – momento resistido pela mesa;
MNd – momento resistido pela nervura.
O momento MMd é:
( ) ( )
E MNd é:
( )
( √ )
E então, a armadura é calculada por (PEDROSA, 2013, p. 18):
maciças podem prescindir de uma armadura transversal para resistir aos esforços de
tração causados pelo cortante. A dispensa dessa armadura para o cortante se faz quando
é obedecida a relação:
[ ]
Onde:
k = |1| para elementos onde 50% da armadura inferior não chega até o apoio;
k = | 1,6 − d |, não menor que |1|, com d em metros, para os outros casos;
;
bw é a largura mínima da seção ao longo da altura útil d;
NSd é a força longitudinal na seção devida à protensão ou carregamento (a
compressão é considerada com sinal positivo);
AS1 é a área da armadura de tração que se estende até não menos que (d + lb,nec)
além da seção considerada; com lb,nec definido no item 9.4.2.5 da NBR 6118 (2014) e
na Figura 26.
Em seu item 19.4.2, a NBR 6118 (2014) recomenda que, no cálculo de lajes
com armadura resistente à força cortante, a resistência dos estribos tenha os seguintes
valores máximos:
250 MPa, para lajes com espessura até 15 cm;
435 MPa, para lajes com espessura maior que 35 cm;
Para lajes com espessuras entre 15 cm e 35 cm, a resistência dos estribos pode ser
interpolada linearmente.
Não obstante, para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65
cm e 110 cm o esforço cortante nas nervuras deve ser verificado como nas vigas e
sempre haverá sempre uma armadura transversal nas nervuras, ainda que mínima
(PEDROSA, 2003, p.20).
A NBR 6118 (2014) assinala que a “resistência do elemento estrutural, em
uma determinada seção transversal, deve ser considerada satisfatória, quando
verificadas simultaneamente as seguintes condições:
Onde:
( )
;
;
Onde:
bw é a menor largura da seção, compreendida ao longo da altura útil d;
d é a altura útil da seção, igual à distância da borda comprimida ao centro de
gravidade da armadura de tração;
s é o espaçamento entre elementos da armadura transversal Asw, medido segundo
o eixo longitudinal do elemento estrutural;
fywd é a tensão na armadura transversal passiva, limitada ao valor fyd no caso de
estribos e a 70 % desse valor no caso de barras dobradas, não se tomando, para ambos
os casos, valores superiores a 435 MPa;
a é o ângulo de inclinação da armadura transversal em relação ao eixo
longitudinal do elemento estrutural, podendo-se tomar 45° ≤ α ≤ 90°;
M0 é o valor do momento fletor que anula a tensão normal de compressão na
borda da seção (tracionada por Md,máx), provocada pelas forças normais de diversas
origens concomitantes com VSd, sendo essa tensão calculada com valores de γf e γp
iguais a 1,0 e 0,9, respectivamente; os momentos correspondentes a essas forças
normais não podem ser considerados no cálculo dessa tensão, pois são considerados em
MSd; devem ser considerados apenas os momentos isostáticos de protensão;
provocados pela fissuração oblíqua podem ser substituídos no cálculo pela decalagem
do diagrama de força no banzo tracionado, dada pela equação:
* +
( )
Onde
[ | ]
Onde:
MSd,máx é o momento fletor de cálculo máximo no trecho analisado.
empresas que alugam e/ou vendem essas fôrmas além de sistemas de escoramento
apropriado para as mesmas. Pinheiro e Razente (2003) destacam que o número de
reutilizações dessas fôrmas pode ultrapassar cem vezes.
3 ESTUDO DE CASO
A Tabela 3 foi construída com base nas flechas totais nas lajes calculadas pelo
programa Eberick e verificadas com base nas flechas admissíveis previstas pela NBR
6118 (2014) em seu item 13.3 que prescreve o deslocamento limite como sendo: ℓ/250.
As lajes do referido pavimento apresentam vãos efetivos de 620x830m, sendo assim a
flecha admissível é de 2,48cm.
Tabela 5, por sua vez, quantifica o consumo total de aço CA-60, também
acrescido da reserva de 10%.
Tabela 9: Composição de custos de mão-de-obra e serviços para o pavimento tipo em lajes maciças
A Tabela 12 da mesma maneira que para as lajes maciças foi construída com
base na flecha total calculada pelo programa Eberick e verificada com base na flecha
admissível prescrita pela Norma. Aplicando ℓ/250cm obtêm-se a flecha admissível de
7,12cm.
74
Tabela 12: Flecha total e flecha admissível no pavimento em laje lisa nervurada
LAJES FLECHA TOTAL (cm) FLECHA ADMISSÍVEL (cm)
L1 0,78 7,12
Fonte: AUTOR.
Tabela 13: Consumo de aço CA-50 para o pavimento tipo em lajes lisas nervuradas
Aço Diâmetro (mm) Comprimento Total (m) Peso + 10% (kg)
CA50 10 2953,2 2002,80
CA50 12.5 2727,6 2890,30
CA50 8 2263,6 982,50
CA50 6.3 204,3 55,00
CA50 16 1636,3 2840,80
CA50 20 72 195,10
PESO TOTAL DE AÇO
CA 50 (KG) 8966,50
Fonte: AUTOR.
Tabela 15: Quantitativo de materiais para o pavimento tipo em laje lisa nervurada
Lajes
CA50 8966,5
Peso Total de Aço (kg)
CA60 904,70
Volume de Concreto (m3) C 30 94,8
Área de Fôrma (m2) 6,54
Cubeta de polipropileno (Un) 600
Meia cubeta (Un) 60
Fonte: AUTOR.
De posse das informações obtidas pelo Eberick e com os custos unitários para
cada material e serviço foi possível construir a Tabela 16, Tabela 17 e Tabela 18 onde
constam os custos para um pavimento. Multiplicando-se esses dados por 10, devido ao
número de pavimentos do edifício, obteve-se o custo global aproximado da estrutura.
Tabela 16: Custos de aço para cada bitola utilizada na laje lisa nervurada
Custo
Aço Diâmetro Quant. Unid. Total R$
unitário R$
Tabela 17: Consumo de materiais para o pavimento tipo em laje lisa nervurada
Quantidade por
CONSUMO DE MATERIAIS E CUSTOS POR PAV. Unidade Preço unitário R$ Custo total R$
pav.
Concreto 30MPa Usinado Bombeável s/ bombeamento 94,8 m³ R$ 380,48 R$ 36.069,50
Fôrma de madeira compensada resinada e=12mm 6,54 m² R$ 44,07 R$ 288,22
Aço CA-50 8966,4 kg Ver Bitola R$ 37.202,19
Aço CA-60 904,70 kg Ver Bitola R$ 3.537,38
Cubeta de polipropileno 600 Un/dia 0,39x28 dias R$ 6.552,00
Meia cubeta 60 Un/dia 0,39x28 dias R$655,20
CUSTO TOTAL DE MATERIAIS DO
R$ 84.304,49
PAVIMENTO EM LAJES LISAS NERVURADAS
Fonte: AUTOR.
Tabela 18: Composição de custos de mão-de-obra e serviços para o pavimento tipo em laje lisa nervurada
R$
0,031 8966,4 277,96 R$ 25,17
6.996,21
Armador h
R$
0,05 904,70 45,24 R$ 25,17
1.138,56
Ajudante de carpinteiro h 0,182 6,54 1,19 R$ 20,52 R$ 24,42
Ajudante de armador h 0,05 904,70 45,24 R$ 20,48 R$ 926,41
Carpinteiro h 0,726 6,54 4,75 R$ 25,17 R$ 119,51
R$
Pedreiro h 1,65 94,8 156,42 R$ 25,22
3.944,91
0,03 403,2 12,10 R$ 20,08 R$ 242,89
Servente h R$
4,5 94,8 426,60 R$ 20,08
8.566,13
A Tabela 19 exibe o custo global para o pavimento e para a estrutura em laje lisa
nervurada. Estes e os demais resultados encontrados serão comparados com aqueles do
pavimento convencional na seção 3.5.
CONCRETO (m3)
140
120
100
80 LMC
60 LLNCP
40
20
0
Fonte: AUTOR.
80
800
700
600
500
LMC
400
300 LLNCP
200
100
0
Fonte: AUTOR.
O consumo de aço, por sua vez, é 47,98% maior na LLNCP em relação à LMC.
Isto é justificável devido à ausência das vigas internas e apoio da laje diretamente sobre
os pilares, sendo necessárias armaduras de punção e cisalhamento. O comparativo é
apresentado graficamente na Figura 38.
10000
8000 LMC
6000 LLNCP
4000
2000
Fonte: AUTOR.
81
450
400
350
300 LMC
250
LLNCP
200
150
100
50
0
Fonte: AUTOR.
A Figura 41 mostra que nas lajes convencionais a parcela mais significativa dos
custos ficou por conta do concreto. Isso pode ser explicado pela grande espessura
necessária para vencer os grandes vãos e consequente elevado volume de concreto. Já
na comparação dos custos para a laje lisa nervurada abordada na Figura 41 observa-se
que para esta concepção o maior custo foi o do aço, pelo fato, já abordado
anteriormente, da laje ser diretamente apoiada nos pilares, havendo apenas vigas de
bordo.
82
60000
50000
40000 Concreto
30000 Aço
20000 Fôrmas
10000
0
Fonte: AUTOR.
50000
40000 Concreto
30000 Aço
20000 Fôrmas
10000 Cubetas
Fonte: Autor.
A Figura 42 compara o custo total dos materiais das duas alternativas analisadas.
O pavimento em lajes maciças apresenta um custo 4,50% inferior de materiais em
relação ao pavimento em laje lisa nervurada. Esta diferença ocorre devido ao alto
consumo de aço dessa alternativa e a utilização dos moldes de polipropileno. A Figura
43 representa graficamente a diferença de preço entre os dois sistemas para o concreto,
aço e fôrmas.
83
100000
80000
60000 LMC
40000 LLNCP
20000
0
Fonte: AUTOR.
60000
50000
40000
30000 LMC
LLNCP
20000
10000
0
Concreto Aço Fôrmas
Fonte: AUTOR.
50000
40000
30000 LMC
20000 LLNCP
10000
Fonte: AUTOR.
A Figura 45 compara o custo global dos pavimentos tipo para LMC no valor de
R$ 121.453,64, sendo R$1.214.536,40 o custo da estrutura e do LLNCP no valor de R$
106.776,68, sendo R$1.067.767,78 a estrutura, considerando os insumos já abordados.
O pavimento em lajes lisas nervuradas apresentou um custo 12,08% menor em relação à
alternativa convencional em lajes maciças.
150000
100000
LMC
LLNCP
50000
Fonte: AUTOR.
A Tabela 20 mostra as flechas totais e admissíveis nas lajes estudadas. Fica claro
que ambas as estruturas estão de acordo com a Norma NBR 6118 (2014) neste quesito.
85
4 CONCLUSÕES
5 REFERÊNCIAS
______. NBR 14859-2 Laje Pré-Fabricada – Requisitos Parte 2 : Lajes Bidirecionais.
1.ed. Brasil: ABNT, 2002. 2p.
ATEX DO BRASIL. Fôrmas para lajes bidirecionais. São Paulo. 2015, p.1465.
Disponível em: <www.atex.com.br.>. Acessado em 16 de março de 2016.
PINI. TCPO - Tabelas de Composição de Preços para Orçamentos. 13.ed. São Paulo:
PINI, 2010. 630p.