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FACULDADE SANTO AGOSTINHO-FSA

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Cícero Andrade Neiva

REFORÇOS ESTRUTURAIS: MÉTODOS MAIS USADOS PARA


ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Teresina-PI
2016
CÍCERO ANDRADE NEIVA

REFORÇOS ESTRUTURAIS: MÉTODOS MAIS USADOS PARA


ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à coordenação do Curso de


Engenharia Civil, como requisito parcial à obtenção de título de
Bacharel em Engenharia Civil

Orientador: Prof. Msc. Robson Vieira da Cunha

Teresina-PI
2016
CÍCERO ANDRADE NEIVA

REFORÇOS ESTRUTURAIS: MÉTODOS MAIS USADOS PARA


ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Santo


Agostinho, como parte das exigências do curso de Engenharia Civil,
para obtenção de título de Bacharel em Engenharia Civil

Data de aprovação: 17 de junho de 2016

__________________________________________

Prof. Msc. Robson Vieira da Cunha

__________________________________________

Prof. Esp. Tarcysio Helvys Dias Ferreira


FICHA CATALOGRÁFICA

N417r Neiva, Cícero Andrade.


Reforços estruturais: métodos mais usados para
estruturas de concreto armado / Cícero Andrade Neiva. –
2016.
57 f.

Monografia (Bacharel em Engenharia Civil) -


Faculdade Santo Agostinho, Teresina, 2016.

Orientação: Prof.º Me. Robson Vieira da Cunha.

1. Reforço Estrutural. 2. Concreto Armado. 3. Fibras de


Carbono. I. Titulo.
AGRADECIMENTOS

- A Deus, pelo dom da vida, fonte de fé e luz sempre me mostrando os bons caminhos a seguir
- Ao meu orientador Robson Vieira da Cunha, pela paciência e dedicação em me passar informações
e grandes conhecimentos da engenharia para desenvolver este projeto
- Aos meus amigos, que acreditaram e me ajudaram de todas as formas no desenvolver desse projeto
- À Faculdade Santo Agostinho, pela oportunidade de apresentar este trabalho de grande importância
para minha formação
RESUMO

NEIVA, Cícero Andrade. Reforços estruturais: métodos mais usados para estruturas de concreto
armado. 2016, 57 p. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Faculdade Santo Agostinho.
Teresina: FSA, 2016.

No Brasil as estruturas de concreto armado são o método construtivo mais utilizado. Tendo
isso em mente, observa-se um vasto número de construções que apresentam manifestações
patológicas. Estas patologias ocorrem em variadas etapas construtivas de uma obra, fazendo-se
necessário uma análise detalhada das causas mais recorrentes, evitando que os problemas ocorram no
futuro. Os transtornos decorrentes das patologias acometem tanto os construtores quanto o cliente,
devido aos custos elevados de uma eventual intervenção, alterando de forma significativa o preço
final da obra, se comparada ao custo de uma construção de boa execução. Este trabalho teve como
objetivo elaborar um estudo sobre os métodos de reforço nas estruturas mais utilizados em lajes, vigas
e pilares de concreto armado, identificando as vantagens e desvantagens de cada um. Através dos
levantamento bibliográfico dos tipos patológicos, origem do problema, técnicas mais utilizadas para
intervenção e os materiais mais recomendados para o reforço estrutural, foram obtidos resultados
onde puderam ser feitas comparações entre a eficácia, viabilidade, estética, custo e produtividade de
alguns desses elementos estruturais básicos e que, além da carga solicitada, o local de aplicação, as
condições da peça a se reforçar e o comportamento da estrutura global a que pertence são cruciais
para escolha de um processo de uma determinada intervenção de reforço.

Palavras-chave: Reforço estrutural; Encamisamento; Fibras de Carbono; Concreto armado; Chapas


metálicas; Fibras compósitas.
ABSTRACT

NEIVA, Cicero Andrade. Structural reinforcements: most used methods for reinforced concrete
structures. 2016, 57 p. Monograph (Civil Engineering Undergraduate) – Faculdade Santo Agostinho.
Teresina: FSA, 2016

The most used constructive methods in Brazil are reinforced concrete structures. With that in
mind, many buildings are detected with pathologic manifestation. Those pathologies happen in many
steps during construction, hence a detailed analysis of the causes is necessary to prevent problems
in the future. The disturbances caused by the pathologies reach both the constructors and the clients
due to the high costs of an eventual intervention, what changes the final price of the building when
compared to a well built one. This work aimed the elaboration of a study about the reinforcement
methods on the most used structures in slabs, beams and pillars made of reinforced concrete, pointing
the pros and cons of each one. Through the bibliographical survey about the kinds of pathologies,
problem source, most used techniques for intervention and the most recommended materials for
structural enhancement, some results were found making possible to compare the efficiency, viability,
esthetic, cost and productivity of some of the basic structural elements. Also, to notice that besides
the demanded load, the place of application, the condition of the piece to be strengthened and the
behavior of the global structure where it belongs are crucial for the choice of the method of a
reinforcement intervention.

Keywords: Structural reinforcement; Carbon fibers; Covering; Reinforced concrete; Metal sheets;
Composite fibers.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................................. 09
1.1 Tema ............................................................................................................................................ 09
1.2 Problema da pesquisa ................................................................................................................ 09
1.3 Hipóteses .................................................................................................................................... 11
1.4 Objetivos .................................................................................................................................... 11
1.4.1 Objetivo geral ......................................................................................................................... 11
1.4.2 Objetivos específicos .............................................................................................................. 11
1.5 Justificativa ............................................................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................................ 14
2.1 Patologias .................................................................................................................................. 14
2.1.1 manifestações patológicas .................................................................................................... 15
2.1.2 Principais causas das patologias encontradas nas edificações .......................................... 16
2.2 Reforços das estruturas ............................................................................................................ 23
2.2.1
. Reforço pelo aumento da seção transversal ........................................................................ 24
2.2.2
.. Método do encamisamento ................................................................................................... 29
2.2.3 Confinamento ......................................................................................................................... 34
2.2.4 Concreto de alto desempenho – CAD ................................................................................... 36
2.2.5 Reforço de vigas com chapas de aço coladas com epóxi .................................................... 38
2.2.6 Reforço com a utilização de fibras ....................................................................................... 38
2.2.7 Reforço mediante fibras de carbono .................................................................................... 40
2.2.8 Manutenção das estruturas .................................................................................................. 42
3 METODOLOGIA ........................................................................................................................ 47
3.1 Levantamentos de estudo bibliográfico .................................................................................. 48
4 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................... 52
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA........................................................................................ 53
1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema

De acordo com a NBR 6118 (2014), a capacidade da estrutura resistir às influências


ambientais previstas no projeto estrutural, pode ser entendida como a durabilidade da estrutura. As
estruturas de concreto armado, no que se refere a sua durabilidade, podem ser classificadas em dois
grupos: as que atingiram ou estão próximas de atingir a sua vida útil de projeto e as que se apresentam
em processo de degradação. O aumento das estruturas em processo de degradação tem ampliado as
discussões sobre a necessidade de reabilitá-las.

As estruturas de concreto não são eternas, pois se deterioram com o passar do tempo e não
alcançam a vida útil se não são bem projetadas, executadas com critério, finalmente, submetidas a
uma manutenção preventiva. Como as estruturas de concreto existentes estão envelhecendo, muitas
já estão com dezenas de anos, os problemas de deterioração estão cada vez mais acentuados, exigindo
com frequência trabalhos de recuperação e de reforço estrutural e mesmo, em casos mais graves, sua
demolição (SOUZA & RIPPER, 1998).

Sendo assim, o campo da Engenharia das Construções responsável pelo estudo das origens,
formas de manifestação, consequências e mecanismos de ocorrência das falhas e dos sistemas de
degradação das estruturas, é conhecido por Patologia das Estruturas

Sendo reflexo do crescimento acelerado da construção civil, as patologias são resultantes da


qualidade dos processos construtivos: concepção, planejamento, execução e utilização da edificação.
Encontrar edifícios apresentando algum tipo de fissuras não é uma tarefa difícil. Além de
comprometer a estética, também comprometem o conforto e a segurança do usuário, tendo como
consequência a desvalorização do imóvel (SOUZA & RIPPER, 1998).

Toda estrutura deve receber manutenção adequada para preservar suas características, já que
é dotada de uma vida útil. No caso de adaptações de projetos deve-se fazer um estudo aprofundado
da estrutura existente, como também uma análise detalhada referente às futuras alterações estruturais.

A reabilitação das estruturas se deve a fatores relacionados às mudanças no uso, desempenho


incompatível com as prescrições normativas de segurança e estética em geral, por necessidade de
ampliação da estrutura ou ainda por modificação do sistema estrutural inicialmente definido. O mérito

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maior do estudo de patologia das estruturas está em propor um método de avaliação da situação das
estruturas acerca de durabilidade e desempenho, além de fornecer recursos para a intervenção técnica,
de forma a se buscar reabilitá-las para o desempenho das funções para as quais foram projetadas
(SOUZA; RIPPER, 1998).

Dentre as causas possíveis de redução e durabilidade das estruturas, encontram-se as falhas


construtivas, oriundas dentre outras, do menor controle da produção por parte dos responsáveis
técnicos de engenharia, mas significativamente em obras de menor vulto, onde muitas vezes esse
controle é delegado aos encarregados da obra, que pouco se atentam para os motivos de um controle
adequado.

Quaisquer erros ou imperfeições no projeto e na execução das diversas etapas da construção


exigem, como consequência, adaptações não previstas no orçamento, consertos com custos
complementares e até necessidade de reconstruções completas, muito dispendiosas, e mesmo, ás
vezes, prejuízos que aparecem bem mais tarde, resultando até mesmo numa perícia judicial.

Este trabalho tem o intuito de realizar um estudo no amparo das bases literárias da construção
civil a fim de elucidar a escolha do método mais adequado para cada situação da estrutura de concreto
seja ela viga, pilar ou laje tendo como foco os custos, a trabalhabilidade, manutenção, prevenção e
execução do projeto.

1.2 Problema

Os crescentes problemas estruturais em obras de engenharia expõem ao risco a vida humana


e o patrimônio individual e coletivo de uma sociedade. Dependendo do vulto das edificações e nível
de circulação de pessoas nestas, aos prejuízos podem ser ainda maiores. A larga escala de utilização
de estruturas de concreto armado no Brasil e no mundo, em estruturas de edifícios, pontes,
pavimentação, obras de saneamento e obras marítimas, associadas ao fim de sua vida útil de projeto
leva a supor que elevadas importâncias financeiras devem ser dispendidas na reabilitação dessas
estruturas e, portanto, o impacto econômico em uma nação pode ser significativo a partir do suporte
dado pelas pesquisas na área de recuperação e reforço (ANDRADE; SILVA, 2005). A percepção de
que as estruturas de concreto se deterioram por diversas causas supõe a necessidade de saber quais
são as patologias envolvidas e quais técnicas e como são utilizadas para reabilitar estruturas
reforçadas. Nesse caso, quais os métodos mais adequados de reforço estrutural para recuperar vigas,
pilares e lajes respectivamente?

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1.3 Hipóteses

H0: O reforço estrutural é uma forma eficaz para recuperar a vida útil do concreto armado
H1: O reforço estrutural não é uma forma eficaz para recuperar a vida útil do concreto armado

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo geral

Fazer um estudo sobre as diferentes técnicas atualmente utilizadas para reforço e recuperação
dos elementos estruturais.

1.4.2 Objetivos específicos

Como forma de garantir o atendimento ao objetivo geral aqui proposto, adota-se como
objetivo específico:

• Identificar e analisar as patologias mais frequentes em estruturas de


concreto armado;
• Apresentar diferentes formas de intervenções, a saber: Reforço com
concreto armado; reforço com concreto projetado; reforço com chapas
metálicas; reforço por injeção de resinas epóxi; reforço com fibras de alta
resistência;
• Estudar a eficiência das técnicas de reparo e reforço propostas para
estruturas de concreto armado, apresentando os materiais utilizados e os
procedimentos para a adequada execução do reparo ou reforço.

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1.5 Justificativa

A NBR 6118 (2014) entende vida útil de projeto como o período de tempo durante o qual se
mantém as características das estruturas de concreto, desde que atendidos os requisitos de uso e
manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como de execução dos reparos
necessários decorrentes de danos acidentais.

Nenhum material é indefinidamente durável, pois suas propriedades variam em decorrência


da interação da sua estrutura, mais especificamente, da sua microestrutura com o meio ambiente. As
variações ocorrem ao longo do tempo e a vida útil de um determinado material se esgota quando suas
propriedades tornam seu uso inseguro ou antieconômico (ROQUE, J.A, 2005).

O valor mais comumente adotado para a vida útil é de 50 anos para obras convencionais, de
100 anos para pontes e de até 200 anos para o caso de barragens. No período de vida útil de projeto,
os agentes agressivos ainda estão penetrando através da rede de poros do cobrimento, sem causar
danos efetivos à estrutura.

A larga escala de utilização de estruturas de concreto armado no Brasil e no mundo, em


estruturas de edifícios, pontes, pavimentação, obras de saneamento e obras marítimas, associadas ao
fim sua de vida útil de projeto leva a supor que elevadas importâncias financeiras devem ser
dispendidas na reabilitação dessas estruturas e, portanto, o impacto econômico em uma nação pode
ser significativo a partir do suporte dado pelas pesquisas na área de recuperação e reforço. A
percepção de que as estruturas de concreto se deterioram por diversas causas supõe a necessidade de
saber quais técnicas são utilizadas e como são utilizadas para reabilitar essas estruturas (ANDRADE;
SILVA, 2005).

Nas últimas décadas vem se observando um número cada vez mais crescente de danos
estruturais, levando-se ao aumento nas pesquisas no campo das Patologias das Estruturas. A partir
disto fica evidente que por mais que o ritmo acelerado da construção civil seja positivo à sociedade
moderna, fica claro que os efeitos colaterais patológicos se manifestem com mais trivialidade.

As patologias sempre foram fonte de preocupação para todas as pessoas que participam de
uma edificação, iniciando-se pelo projetista, passando pelo construtor e terminando no usuário, pois
elas são indício ou sintoma de que algum problema está acontecendo com a edificação.

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Nas edificações, geralmente são encontrados vários tipos de patologias que estão relacionadas
com algum erro cometido em algumas das fases do processo construtivo, que podem ser: no projeto,
na fabricação de materiais, na execução e no uso.

Atualmente muitas estruturas novas não vêm apresentando desempenho satisfatório, o que
leva à necessidade de serem estabelecidos projetos específicos para suas recuperações. Para os
diagnósticos adequados do problema, deve-se indicar em que etapa do processo construtivo teve
origem o fenômeno (HELENE, 1992). Sendo assim, pode-se entender que o desempenho
insatisfatório de estruturas novas podem ser consequência da deficiência dos projetos ou do processo
de execução, sendo necessário projetos específicos para cada situação.

A razão de se estudar sobre as Patologias de peças de estrutura de concreto armado com


destaque nos tipos de reforços existentes, é que com o conhecimento adequado que envolve os
processos, visa sua contribuição para que o profissional possa examiná-las, possibilitando a escolha
de uma solução coerente e um melhor desempenho.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Patologias

O emprego do termo patologia é válido para designar a ocorrência de perda total ou parcial
do desempenho da estrutura ou parte desta. As patologias ocorrem em todo tipo de construção, e elas
podem ser oriundas nos processos de construção, no projeto, nas estruturas de concreto armado, no
uso, nos revestimentos de pintura, cerâmicos, argamassa (HELENE,1992).
O campo da Engenharia das Construções designado por Patologia das Estruturas visa estuda
os fatores envolvidos no processo patológico através dos estudos dos sintomas, origens, causas e
formas de manifestação das enfermidades nas estruturas.
Para ser considerado patológico numa estrutura um sintoma deve comprometer algumas das
exigências de construção, seja de capacidade mecânica, funcional ou estética. Como a patologia pode
ser influenciada pelo comportamento da estrutura em uso, pelo tempo e pelas condições de exposição,
percebe-se, portanto, que há uma forte relação entre patologia, desempenho, vida útil e durabilidade
da edificação (HELENE, 1992).
De acordo com Helene, P. R. L. (1992), para cada origem do problema há uma terapia mais
adequada, embora os sintomas possam ser os mesmos, como exemplo a autora cita:

“Uma fissura de momento fletor em vigas tanto pode ter origem por um projeto
inadequado, quanto na qualidade inferior do aço, tanto na má execução como
concreto de resistência inadequada, quanto na má utilização, como a colocação
sobre a viga de cargas superiores às previstas inicialmente.”

Para que uma enfermidade seja perfeita e completamente diagnosticada, é necessário que se
conheçam suas formas de manifestação, os processos de surgimento, os agentes desencadeadores
desses processos e em que etapa de vida da estrutura foi criada a predisposição a esses agentes
(PIANCASTELLI, 1997).

Seguem algumas definições elucidadas por Piancastelli (1997) que visam facilitar o
entendimento de patologias e sua representatividade:

• Sintomas: Manifestações das enfermidades, a partir das quais se inicia um processo de


averiguação das causas e origens do problema patológico;
• Mecanismo: Processo de surgimento do problema patológico;

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• Causa: Agente desencadeador do processo de surgimento, podendo ser de natureza
mecânica, físico-química, eletroquímica e biológica;
• Origem: Está acerca da etapa da vida da estrutura em que foi criada a predisposição
para o surgimento do processo patológico;
• Reparo: Intervenção que visa corrigir pequenos danos, onde não está comprometido o
desempenho estrutural, mas que pode vir a se agravar caso as providências iniciais não
sejam tomadas imediatamente;
• Recuperação: Intervenção que visa devolver à estrutura o desempenho perdido;
• Reforço: Aumento da capacidade de carga da estrutura.

2.1.1 Manifestações patológicas

Vários termos são utilizados para expressar as patologias encontradas, torna-se importante
uniformizá-los para melhor compreensão dos casos (ISAIA, 2005). Entre os termos mais empregados
em patologia das estruturas de concreto, segundo Cânovas (1988), destacam-se Helene (1992, p. 19)
caracteriza os sintomas como:

"Os problemas patológicos, salvo raras exceções, apresentam manifestação externa


característica, a partir da qual se pode deduzir qual a natureza, a origem e os
mecanismos dos fenômenos envolvidos, assim como pode-se estimar danos, defeitos
ou manifestações patológicas, podem ser descritos e classificados, orientando um
primeiro diagnóstico, a partir de minuciosas e experientes observações visuais."

Os sintomas de maior incidência nas estruturas de concreto, tanto em pilares como vigas e
lajes, são as fissuras, as eflorescências, as flechas excessivas, as manchas no concreto, a corrosão das
armaduras e os ninhos de concretagem, que é a segregação dos materiais constituintes do concreto.
As manifestação de incidência mais elevada são as manchas superficiais, embora, uma fissura de
flexão ou a corrosão das armaduras sejam mais significativas e graves (figura 01).

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Figura 01 – Distribuição relativa da incidência de manifestações
patológicas em estruturas de concreto aparente

Fonte: Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de concreto. (HELENE, 1992).

a) Fissuras

São aberturas que afetam a superfície do elemento estrutural tornando-se um caminho rápido
para a entrada de agentes agressivos à estrutura (figura 02). As fissuras são manifestações patológicas
frequentes nas estruturas de concreto.
Figura 02 – Fissuração vertical em pilar

Fonte: Google imagens

Quando estas aparecem servem para chamar a atenção dos usuários para o fato de que algo de
anormal está a acontecer. É necessário observar corretamente o quadro de fissuração, já que ele pode
ser provocado pelos mais diversos fatores, como por exemplo: reações expansivas ocasionadas por
agentes externos que penetram na estrutura, como cloretos, dióxidos de carbono e outros compostos,
recalques diferenciais, a cura imprópria do concreto e a não previsão adequada do comportamento da
estrutura.

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Os principais tipos de fissuras, para Camaduro & Zatt (2007), são causados por retração,
variação de temperatura, esforços de tração compressão, flexão cortante, torção, ou então causadas
por corrosão nas armaduras, recalque das fundações ou movimentações higroscópicas.

Portanto um processo de fissuração tem diversas causas, e para que se consiga identificar com
precisão a causa e a origem, é necessário desenvolver análises consistentes, que englobem a mais
correta determinação da configuração das fissuras, tais como a sua abertura e a sua variação ao longo
do tempo, podendo, assim, logo após a correta identificação estabelecer as metodologias e
procedimentos adequados para os trabalhos de recuperação.

b) Corrosão de armaduras

Cascudo (1995) define corrosão de elementos metálicos como sendo a alteração de um metal
em íon metálico pela sua alteração química ou eletroquímica com o meio ambiente. Partindo do
exposto acima, pode-se definir a corrosão das armaduras nas estruturas de concreto armado, como
sendo um processo de deterioração da fase metálica existente, que consequentemente provoca a perda
de seção das barras de aço e concomitante a esta perda de seção formam-se produtos de corrosão de
caráter expansivo, geralmente no entorno das armaduras, que vão se acumulando e gerando tensões
internas não previstas em projeto as quais acabam fissurando o concreto e sequencialmente lascando-
o e destacando-o, deixando, assim, a armadura totalmente exposta aos seus agentes agressores, o que
acelera ainda mais o processo corrosivo (figura 03).

Figura 03 – Corrosão de armaduras

Fonte: Google imagens

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É importante frisar que a corrosão é um processo evolutivo, o qual, com o passar do tempo
vai se agravando. Logo, situações as quais medidas de segurança são tomadas tardiamente podem
comprometer a segurança estrutural.

c) Desagregação do Concreto e Eflorescência

A desagregação é a perda de massa de concreto devido a um ataque químico expansivo de


produtos inerentes ao concreto e/ou devido à baixa resistência do mesmo, caracterizando-se por
agregados soltos ou de fácil remoção. Já a eflorescência é a formação de depósitos salinos na
superfície do concreto, resultante da água de infiltrações ou intempéries. Esses sais constituintes
podem ser agressivos e causar desagregação profunda, além da modificação do aspecto visual na
estrutura, pois há um contraste de cor entre os sais e o substrato sobre os quais se depositam (figura
04)

Figura 04 – Corrosão de armaduras

Fonte: Google imagens

2.1.2 Principais causas das patologias encontradas nas edificações - Origem dos problemas

De acordo com Menegatti (2008), atualmente não é raro encontrar edifícios apresentando
algum tipo de fissuras, o que compromete, além da estética, conforto, segurança do usuário e causa
desvalorização no seu valor.

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Os problemas patológicos, proporcionam características marcantes onde a partir delas pode
se deduzir a natureza, a origem e os fenômenos envolvidos podendo medir suas prováveis
consequências. Esses problemas, também chamados de lesões ou danos, podem ser descritos,
classificados e diagnosticados (HELENE,1992).

a) Projeto

Muitas falhas são possíveis de ocorrer durante a fase de concepção da estrutura, podendo se
originar durante o estudo preliminar, na elaboração do anteprojeto, ou no projeto executivo. Essas
falhas podem levar ao encarecimento do processo de construção, a transtornos relacionados com a
utilização da obra e a sérios problemas patológicos na estrutura. Lista-se a seguir exemplos de
problemas originados na etapa de elaboração do projeto:

• Má definição das ações atuantes ou combinação mais desfavorável para a estrutura;


• Deficiência na avaliação de resistências do solo, podendo levar, por exemplo, a
recalques inesperados ao longo da construção e nos primeiros anos de vida da
edificação;
• Adoção de peças com espessura de cobrimento e relação água/cimento incompatíveis
com tempo e as condições de exposição da estrutura;
• Especificação inadequada de materiais;
• Dimensionamento que leva a grandes deformações na estrutura, levando ao
surgimento de fissuras (peças esbeltas e utilização de grandes vãos);
• Utilização de juntas estruturais sujeitas à infiltração de água, próximas aos elementos
estruturais;
• Falta de compatibilização entre os projetos (arquitetônico, estrutural, hidrossanitário,
elétrico, entre outros);
• Detalhes construtivos impossíveis de serem executados;

b) Materiais

Definidas as especificações dos materiais na fase de projeto, deve-se controlar bem a aquisição
dos insumos para fabricação do concreto, objetivando a garantia das especificações e que o concreto
não seja rejeitado. É importante que a caracterização dos materiais componentes do concreto esteja

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em conformidade com o que recomenda a NBR 12654 (ABNT, 1992). No cimento devem ser
monitorados seus aspectos físicos, como finura, início e fim de pega, resistência à compressão,
expansibilidade, calor de hidratação, assim como, também, seus aspectos químicos, como perda ao
fogo e resíduo insolúvel, teores de aluminato tricálcio e de álcalis.

Para os agregados é necessário a análise mineralógica e química do material, para detectar a


presença de contaminantes reativos no agregado, cujas reações químicas expansivas com os álcalis
do cimento podem ser bastante deletérias ao concreto. Também importante atentar para as
características físicas dos agregados, como a sua distribuição granulométrica e seu formato dos grãos,
pois diferenças nessas propriedades podem levar a uma maior variabilidade nas propriedades do
concreto curado.

A água é um elemento do concreto de fundamental importância, logo se faz necessária a sua


análise antes de sua utilização, pois aspectos como contaminação com cloretos, sulfatos, álcalis, teor
do pH, entre outros fatores, podem prejudicar o desempenho do concreto ao longo do tempo.

Ressalta-se que quando necessário o uso de aditivos no concreto é de fundamental importância


analisá-los quanto à possível contaminação com cloretos. Por último, como se trata de concreto
armado, é imprescindível controlar a armadura, assegurando o patamar de escoamento, o limite de
resistência, o alongamento mínimo, as tolerâncias de desbitolamento e dobramento.

c) Execução

A NBR 14931 (ABNT, 2004) define como executar a estrutura de concreto como o conjunto
de todas as atividades desenvolvidas na sua execução, ou seja, sistema fôrmas, armaduras,
concretagem, cura e outras, bem como as relativas à inspeção e documentação de como construído,
incluindo a análise do controle de resistência do concreto. Falhas construtivas durante a etapa de
execução da obra podem causar repercussões danosas ao desempenho da estrutura de concreto.

Para Souza e Ripper (1998), a etapa de execução da estrutura é responsável por boa parte dos
problemas patológicos. A ocorrência dos erros é, basicamente, devido ao processo de produção, que
é bastante prejudicado, por muitas vezes refletir os problemas socioeconômicos, que provocam a
baixa qualidade técnica dos trabalhadores menos qualificados. Assim como, também, a falta de uma
fiscalização eficiente e um fraco comando de equipes, podem, com facilidade, levar a falhas graves

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em determinadas atividades como, escoramentos, fôrmas, posicionamento e qualidade das armaduras,
qualidade do concreto, entre outras.

A NBR 12655 (ABNT, 2006) descreve como etapas de execução do concreto a seguinte
sequência:

• Caracterização dos materiais componentes do concreto, de acordo com a NBR 12654


(ABNT, 1992);
• Estudo de dosagem do concreto;
• Ajuste e comprovação do traço do concreto;
• Preparo do concreto;

Segundo a NBR 12655 (2006) no tocante à execução do concreto em si, as principais fases
relacionadas e aspectos importantes a serem avaliados estão descritos a seguir:
• Mistura: Os componentes do concreto devem ser misturados até formar uma massa
homogênea. Essa operação pode ser realizada em betoneiras ou em centrais
dosadoras/misturadoras. É importante observar aspectos como a sequência de
colocação dos materiais, o tempo de mistura, a correção da água arrastada pelos
agregados e possíveis erros nas quantidades adicionadas dos materiais.
• Transporte: após preparada a massa de concreto, ela deve ser transferida do local da
mistura até o local de lançamento. Esse transporte pode ser feito de forma simples, por
meio de carros de mão, jericas, entre outros, sendo os principais problemas, a
segregação do concreto no transporte, à perda do material e o tempo necessário para
fornecê-lo as frentes de trabalho, comprometendo, assim, a qualidade e a
produtividade do serviço. O transporte também pode ser realizado por caminhões
betoneira, onde deve-se tomar cuidado com o tempo decorrido desde a saída do
caminhão da usina até o descarregamento do concreto na obra, tempo este que deve
ser ajustado de acordo com as características do concreto e as condições de
temperatura, evitando a perda acentuada de abatimento.
• Lançamento: consiste na colocação do concreto para moldagem da peça, pode ser
realizado com pás, carros de mão, ou bombas para alcançar grandes distâncias. No
caso do uso de bombas é muito importante verificar o estado de conservação do
equipamento utilizado, prevenindo, assim, possíveis problemas durante a
concretagem. Outro aspecto importante a ser observado é a altura de lançamento do
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concreto, a concretagem de peças com altura superior a 2 metros deve ser realizada de
forma cuidadosa, a fim de evitar a segregação dos agregados graúdos nas regiões
inferiores da peça, originando bicheiras ou vazios.
• Adensamento: Trata-se da atividade de vibrar o concreto, em seu estado fresco, com o
objetivo de retirar o ar aprisionado durante as etapas anteriores, proporcionando-lhe a
máxima compactação. Falhas ocorridas durante essa etapa, como excesso ou
deficiência de vibração, podem gerar problemas de exsudação, segregação ou
bicheiras. Logo, a frequência e amplitude dos vibradores, assim como o tempo de
utilização e a disposição desses equipamentos são algumas das escolhas essenciais
para o sucesso da atividade.
• Cura: É a atividade mediante a qual se mantêm o teor de umidade satisfatório,
impedindo a evaporação de água da mistura, garantindo também, uma temperatura
favorável ao concreto durante o processo de hidratação dos materiais aglomerantes, de
modo que seja possível desenvolver as propriedades desejadas. A atividade de cura se
resume no cobrimento da peça concretada com água por um tempo mínimo, que será
função da relação a/c e do tipo de cimento utilizado. As características superficiais são
as mais afetadas por uma cura mal executada como a presença de fissuração, a
permeabilidade e a carbonatação.
É importante frisar novamente que falhas de concretagem ignoradas, ou não reparadas
devidamente, podem acarretar sérias consequências à estrutura, principalmente em regiões agressivas
e ou de difícil acesso à inspeção.

No tocante à armação dos elementos estruturais, cuidados importantes estão relacionados com
a correta disposição da ferragem, a conformidade da quantidade e diâmetro nominal das barras com
o pedido no projeto estrutural, a correta execução do cobrimento da armadura, que servirá de proteção
contra agentes de despassivação (cloretos e CO2), pois quanto maior o cobrimento e melhor a
qualidade do concreto maior será o intervalo de tempo, caso agentes agressores incidam, para que
esses cheguem à armadura acarretando o processo corrosivo na mesma. Assim, o não atendimento a
esses parâmetros conduz à perda da capacidade resistente e, em casos de elementos vitais, como os
pilares em uma edificação pode levar a estrutura ao colapso.

22
d) Uso e manutenção

Depois de concluída a execução da estrutura, cabe ao seu usuário cuidar de utilizá-la da


maneira mais eficiente, com o objetivo de manter as características originais ao longo de toda a sua
vida útil. A eficiência relaciona-se tanto com as atividades de uso, como, por exemplo, garantir que
não sejam ultrapassados os carregamentos previstos em projeto, quanto com as atividades de
manutenção, já que o desempenho da estrutura tende a diminuir ao longo da sua vida útil (ANDRADE
& SILVA, 2005).

A NBR 5674 (ANBT, 1999) define manutenção como o conjunto de atividades a serem
desempenhadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional de uma edificação e de suas
partes constituintes de forma a atender as necessidades e segurança dos usuários. Segundo Souza e
Ripper (1998), os problemas patológicos ocasionados por ausência de manutenção ou mesmo por
manutenção inadequada, têm sua origem no desconhecimento técnico, na incompetência, no desleixo
e em problemas econômicos.

A falta de destinação de verbas para manutenção pode vir a tornar-se fator responsável pelo
aparecimento de problemas estruturais de maior gravidade, implicando em grandes gastos e,
dependendo da situação, pode levar até mesmo a demolição da estrutura.

Causas de deterioração do concreto armado, diversos agentes naturais atuam sob o concreto
armado provocando o seu envelhecimento, ou seja, a perda gradual de seu desempenho estético,
funcional e estrutural. As causas de deterioração originam-se de diversas ações: mecânicas, físicas,
químicas e biológicas, podendo estas ocorrer isoladamente ou simultaneamente, a velocidade de
propagação depende principalmente, do meio que a estrutura está inserida (ANDRADE; ISAIA,
2005).

2.2 Reforços das estruturas

Os reforços podem ser classificados basicamente em quatro tipos, que são:


• Reforço pelo aumento da seção transversal, ou encamisamento (graut) com concreto;
• Reforços realizados com concreto de alto desempenho (CAD);
• Reforços executados com fibras de alta resistência, como as de vidro, carbono,
aramida ou boro.
• Reforço com chapas metálicas

23
No decorrer do trabalho será descrito os métodos mais adequados e de melhor custo-benefício
para cada tipo de elemento estrutural: lajes, vigas e pilares

2.2.1 Reforço pelo aumento da seção transversal

Uma situação típica de reforço é a caracterizada pelo aumento da altura da seção transversal
de vigas, por meio do acréscimo de concreto na face superior, aumentando, assim, o braço de alavanca
do momento resistente e, consequentemente, a capacidade portante das vigas. A figura 06 mostra este
tipo de reforço.

Figura 05 - Reforço de vigas por aumento de altura

Fonte: Souza & Ripper, 1998

Esta situação, a mais simples para a interação entre o concreto existente e o de reforço, posto
que há apenas justaposição entre os dois, desperta considerações quanto à união entre os dois
concretos, pois este pode ser o grande fator de encarecimento desta técnica de reforço, ou seja, há que
se poder garantir a aderência entre os dois concretos de forma que a seção de ligação tenha a
capacidade de resistir às tensões de deslizamento existentes. Segundo Souza & Ripper (1998)
usualmente, são três as soluções adotadas:

• Apicoamento, limpeza a seco, aplicação de resina epóxi e concretagem;


• Apicoamento, furação da peça para encaixe de novos estribos em forma de U invertido,
limpeza e concretagem;
• Combinação das duas soluções anteriores.

24
O custo de qualquer destas soluções é elevado, seja pelo alto preço da resina epóxi, seja pelo
gasto com mão-de-obra, especificamente para o segundo dos casos citados, que, no entanto, oferece
a vantagem de combater a fissuração ocasionada por cisalhamento. Evidentemente, a última das três
soluções é a mais onerosa (SOUZA & RIPPER, 1998).

Uma série de experimentos realizados por pesquisadores em diversos centros de pesquisa e


universidades, tem demonstrado a homogeneidade de uma viga ou laje reforçada. Na verdade, a
aderência, e consequentemente a resistência da seção de ligação às tensões de deslizamento, depende
de muitos fatores (SOUZA & RIPPER, 1998):

• Propriedades físicas e químicas dos dois concretos e da resina porventura utilizada; da


rugosidade da superfície de concreto existente;
• Molhagem da superfície existente; da cura do novo concreto; das diferentes
características elásticas dos dois concretos;
• Características mecânicas e elásticas da resina porventura utilizada.

Figura 06 - Recuperação de torre na base aérea de Salvador – CINDACTA III, utilizando o graut

Fonte: Google Imagens

Os ensaios realizados por Clímaco (1989), procurou fazer a interface dos dois concretos nos
corpos-de-prova de acordo com a textura que se procura obter, na obra, nos trabalhos de recuperação
e reforço de estruturas (por apicoamento), e chegou mesmo a realizar ensaios considerando três
diferentes tipos de superfície de ligação, áspera, média e lisa, condenando totalmente, como era de se
esperar, as superfícies lisas.

25
Aos ensaios de Clímaco pode-se adicionar os realizados por Souza (1990) e Salles (1992), o
primeiro no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, Portugal, e o segundo na Universidade Federal
Fluminense, em Niterói, Brasil, que chegaram a resultados bastante satisfatórios quanto à tensão de
aderência entre os dois concretos para superfícies preparadas por apicoamento. Em todos os estudos
os ensaios consistiam em romper, à compressão, corpos-de-prova mistos, moldados de forma tal que
a seção de ligação era inclinada em relação ao eixo da peça.

Embora os resultados tenham sido satisfatórios quanto aos valores das tensões de aderência
encontrados, Salles (1992) chama a atenção para o falo de que eles não podem ser considerados
conclusivos, já que existia um componente de compressão atuando na seção de ligação que
influenciava em muito a força de atrito e, consequentemente, a tensão de aderência.

Em 1992, Sá (1993) iniciou um novo programa experimental na Universidade Federal


Fluminense, cujo objetivo era o de verificar o comportamento de vigas de concreto armado reforçadas
através do aumento da altura, especialmente na seção de ligação entre os dois concretos. Para isto,
foram moldadas três séries, de cinco vigas cada, em que as vigas tipos A, B e C eram testemunhas, e
as vigas tipos D e E eram vigas reforçadas, a primeira sendo executada apenas com o apicoamento,
limpeza e molhagem da seção de ligação, e a segunda com estribos de espera. Com isto ele pretendeu
reproduzir, além do reforço propriamente dito, o caso de estruturas parcialmente pré-fabricadas (viga
tipo E), em que a laje é moldada no local da obra. A figura 07 mostra as seções transversais destas
vigas.

Figura 07 – Tipos de vigas ensaiadas à flexão simples

Fonte: Souza & Ripper, 1998

Nas vigas tipos D e E, a diferença de idade entre os dois concretos foi de 82 dias, para as 3
séries. Quatro dias antes da segunda concretagem, a face superior das vigas tipos D e E foram

26
apicoadas com ponteiro e marreta, sendo escovadas e lavadas algumas horas antes do lançamento do
novo concreto. Até a concretagem, as superfícies de ligação foram mantidas encharcadas, de forma a
reduzir ao mínimo a perda de água do novo concreto.

As vigas das séries 1 e 2 foram levadas ao laboratório e ensaiadas à flexão simples 30 dias
após a execução do reforço, e as da série 3, 28 dias após o reforço. O carregamento foi aplicado
gradualmente, sendo observadas as flechas (com a utilização de defletômetros) e anotada a fissuração.

Das observações realizadas durante os ensaios, pôde-se constatar que:

• Todas as vigas ensaiadas tiveram um comportamento típico de peça fletida subarmada, ou


seja, a ruptura ocorreu a partir do escoamento das armaduras de tração;
• Não houve ruptura por deslizamento na superfície de ligação, ou seja, a tensão de aderência
foi, em todas as vigas, superior à tensão de deslizamento. Em 3 das vigas ensaiadas ocorreu
fissuras de flexão simples que se propagaram até atingir a superfície de ligação, provocando,
nesta superfície, uma pequena fissura com menos de 0,01 mm de abertura, mas esta fissura
não progrediu com o aumento do carregamento e o consequente aumento das fissuras de
flexão.

As vigas foram dimensionadas de forma a que na ocasião da ruptura, o eixo neutro caísse acima
da superfície de ligação. Isto, infelizmente, não se verificou na prática em todas as vigas, em virtude
de diferenças que existiram nas características mecânicas dos concretos utilizados, relativamente aos
valores adotados em projeto. Tal fato, entretanto, pouca ou nenhuma influência teve no
comportamento previsto para as vigas, já que as variações nas posições dos eixos neutros foram muito
pequenas.

A figura 08 mostra os resultados obtidos para as cargas Py que provocaram o escoamento das
armaduras de tração e para as cargas Pu de ruptura das vigas.

27
Figura 08 – Tipos de vigas ensaiadas à flexão simples

Fonte: Souza & Ripper, 1998

Nesta figura vê-se claramente que, até ocorrer o escoamento das barras da armadura de tração
(que, desafortunadamente, não pôde ser observado nas vigas 1B e IC), as vigas B. C. D e E se
comportaram de forma bastante semelhante, e as cargas que levaram ao escoamento das armaduras
nestas vigas são muito superiores às das vigas tipo A, caracterizando, assim, o funcionamento do
reforço (vigas tipos D e E).

Quando, entretanto, se prosseguiu aumentando as cargas, até que acontecesse a ruptura, as


diferenças entre as vigas B, C, D e E se tornaram mais significativas. No entanto, isto tem pouco
significado prático, pois, em virtude do comportamento típico das vigas fletidas subarmadas, a ruína
das peças é considerada quando do escoamento das barras da armadura de tração.

Os resultados obtidos por Sá são extremamente importantes e encorajadores, embora não


possam ser considerados como definitivos, já que:

• O número de vigas ensaiadas foi pequeno, não permitindo uma análise estatística dos
resultados dos ensaios;
• Foi abrangido apenas o caso das peças subarmadas, devendo novos ensaios ser feitos de
forma que os estudos sejam estendidos para as peças superarmadas, as peças com
armaduras de compressão e as peças de seção T.

28
De qualquer forma, e mesmo com resultados ainda parciais, já é possível especular, com
alguma segurança, sobre a possibilidade de haver muito desperdício de material e de mão-de-obra em
serviços de reforço desta natureza.

Em lajes, por exemplo, já se pode garantir, com toda a certeza, que um simples apicoamento
da superfície, seguido de limpeza e encharcamento, e a aplicação direta de um concreto bem dosado,
originará um reforço estrutural eficiente, obtido de forma rápida e com baixo custo (SOUZA &
RIPPER, 1998).

2.2.2 Método do Encamisamento

Com relação ao reforço de pilares, sua importância tem um destaque especial, haja vista a
função desses elementos se transportar as ações dos pavimentos até as obras de fundações,
considerando que falhas em seu funcionamento podem levar à ruína da edificação como um todo. A
adoção de uma solução de reforço é peculiar a cada caso e devem ser estudados, principalmente,
fatores como a viabilidade de execução, disponibilidade de materiais, aderência do material do
reforço com o substrato, velocidade de entrada em serviço do elemento reforçado, bem como seu
desempenho a curto e longo prazo (SOUZA & RIPPER, 1998).

O reforço de pilares, do ponto de vista do projeto estrutural, é sempre mais problemático do


que o reforço de vigas e lajes. Isto acontece porque, sendo o pilar o último elemento de sustentação
da estrutura antes das fundações, tem que absorver cargas oriundas de diversos pavimentos,
diferentemente das vigas (com exceção das vigas de transição), que absorvem apenas os
carregamentos do teto em que se situam (SOUZA & RIPPER, 1998).

Assim sendo, o descarregamento é relativamente simples de ser executado, total ou


parcialmente, sendo portanto fácil forçar a entrada em carga do reforço, para os pilares, e
especialmente para os que estão localizados nos pavimentos inferiores de edifícios altos, descarregar
é inviável economicamente, pois para se aliviar o pilar das cargas oriundas de vários pavimentos seria
necessário que se construísse uma estrutura auxiliar provisória capaz de absorver estas cargas e
transmiti-las adequadamente para o elemento estrutural permanente de sustentação que se encontra
imediatamente abaixo do pilarem que se está realizando o trabalho (SOUZA & RIPPER, 1998). Isto

29
equivale a dizer que o dimensionamento do reforço nos pilares deve ser feito sem que se considere a
descarga.

O reforço por encamisamento com concreto, pode ser aplicado em concreto simples ou
armado, apresenta as vantagens principais de ser competitivamente econômico, pois o concreto e o
aço podem ser facilmente encontrados no mercado, e de possuir facilidade e rapidez de execução, já
que o lide com esses materiais ainda é o mais comum no mercado da construção civil. As principais
desvantagens estão acerca da velocidade de entrada em serviço do reforço e do aumento significativo
das dimensões iniciais do elemento, influenciando negativamente na arquitetura do ponto de vista
estético, como por exemplo, em ambientes internos de salas e escritórios, e do ponto de vista
funcional, como no caso de pavimentos de garagens.

Figura 09 - Configurações de reforço por encamisamento

Fonte: Takeuti,1999

Para o bom funcionamento do reforço, é imprescindível que o elemento reforçado se aproxime


o tanto quanto possível do desempenho de uma peça monolítica. Tal característica está relacionada
com a aderência existente entre o material do reforço e o núcleo original da peça (substrato). Segundo
Pádua et al. (2012), o mal funcionamento desta propriedade pode comprometer o desempenho global
do sistema e sua análise deve ser feita por meio do estudo da transferência de esforços tangenciais
em interfaces formadas por concretos moldados em idades distintas.

Os esforços tangenciais que surgem na interface do concreto novo com o concreto do substrato
tendem a provocar um deslizamento entre as faces e, consequentemente, o rompimento prematuro da
peça reforçada por conta do desplacamento total ou parcial do elemento do reforço (REIS, 2003).

30
Segundo Reis (2003), o comportamento monolítico da peça reforçada, é indicado pela não
ocorrência de deslizamento na interface reforço-substrato. Isso mostra que está havendo uma
transferência total de esforços por meio da junta, o que configura o comportamento ideal a ser
alcançado no que diz respeito a aderência.

Ainda de acordo com Reis (2003), é importante conhecer os mecanismos de resistências


mobilizados durante as transferências de esforços para verificar se as tensões tangenciais solicitantes
na região da junta são compatíveis com a resistência ao cisalhamento deste local, ou seja,𝜏𝑠𝑑 ≤ 𝜏𝑅𝑑 .

𝜏𝑠𝑑 : Tensão de cisalhamento solicitante na junta;

𝜏𝑅𝑑 : Tensão de cisalhamento resistente na junta.

Esses mecanismos estão indicados a seguir no quadro.

Quadro 01- Mecanismo de transferências das tensões

MECANÍSMO DE TRANSFERÊNCIAS DAS TENSÕES

Contato entre as superfícies Armaduras que cruzam a interface

Adesão Efeito de pino

Atrito Efeito de costura ou confinamento

Engrenamento dos agregados

Fonte: Adaptado de Reis, 2003

Conforme expõe o quadro 01, são três os mecanismos de transferências das tensões por
contato entre as superfícies: adesão, atrito e engrenamento mecânico entre os agregados.

Pádua et al. (2012) explicam que a adesão ocorre por um processo de absorção capilar, que é
configurada pelo enlace físico das partículas do concreto novo com as irregularidades do concreto
velho durante o processo de hidratação. A adesão é o primeiro mecanismo a ser solicitado e é
facilmente destruída para pequenos deslocamentos.

31
Ainda segundo Pádua et al, (2012), com relação ao atrito, sua contribuição se dá pela
rugosidade da superfície, tamanho dos agregados e resistência do concreto, sendo que sua solicitação
ocorre logo após o rompimento da adesão. O engrenamento mecânico transfere, diretamente, as
tensões normais e cisalhantes entre os agregados.

Deve-se precaver contra o excesso ou perda de água da interface com o substrato, pois as
camadas de argamassa mais próximas ao substrato podem se tornar muito porosas e tenderem a gerar
falhas de aderência do reforço.

Pádua et al. (2012) mencionam a influência da retração da argamassa, cujo índice é


influenciado pela relação água/cimento, finura do agregado miúdo e das adições usadas e está
relacionado às condições ambientais de exposição do reforço.

Em se tratando das transferências de tensões por meio da armadura que cruza a interface, seus
mecanismos são o efeito de pino e o efeito da costura. Pádua et al. (2012) caracterizam o efeito pino
pela mobilização de uma armadura de pinos que, juntamente com a contribuição dada pela superfície
de contato, resistirá ao esforço de cisalhamento imposto pela tendência de deslizamento entre as faces
do reforço e do substrato.

Para estes autores, o efeito de costura pode ser descrito como o aumento da parcela de atrito
dado por uma armadura que cruza a interface dos dois concretos (reforço e substrato). Isso ocorre
porque, quando há tendência de deslizamento, a armadura de costura é tracionada e,
consequentemente, reage com compressão na superfície, aumentando a parcela de atrito.

Portanto, para a garantia de uma boa aderência, deve-se atentar para os principais fatores que
afetam a resistência ao cisalhamento, como: a resistência do concreto, a rugosidade da superfície de
contato, a taxa de armadura que cruza a interface e a tensão normal à interface.

O projeto de reforço consiste, neste caso em se calcular um novo pilar cintado, que seja capaz
de absorver a carga que se quer introduzir o elemento estrutural somada ao carregamento existente,
ou seja, transformando-se o pilar existente em um pilar cintado. As armaduras longitudinais existentes
serão consideradas como contribuindo para a resistência total do pilar cintado. Admite-se como
necessária a consideração de um coeficiente de majoração das cargas superior ao usual.

32
E importante notar-se que o pilar original é normalmente um pilar de seção quadrada ou
retangular, que deve ser transformado em um pilar de seção circular para, com isto, o cintamento ser
o mais eficiente possível.

Na Figura 10 se observa os resultados de um exemplo comparativo para encamisamento com


e sem cintamento, e pode-se notar a grande economia de material que se obtém ao se cintar o pilar.

Figura 10 - Configurações de reforço por encamisamento

Fonte: Souza & Ripper, 1998

Sobre o assunto existem algumas considerações que precisam ser feitas, especialmente porque
não há estrutura que na prática trabalhe todo o tempo solicitada pela carga para a qual foi projetada,
ou seja, há sempre uma parcela do carregamento que só irá atuar em determinadas ocasiões. Um
exemplo disto é o das pontes e viadutos, nos quais o carregamento variável máximo em geral só atua
durante uma pequena parcela de tempo de sua vida útil (SOUZA & RIPPER, 1998).

O reforço é realizado mediante o aumento de suas faces com concreto de adequada resistência
com correspondente aumento da armadura transversal e estribos. Recomenda-se não utilizar camadas
de concreto inferiores a 10 mm, no entanto, esta espessura está condicionada pela facilidade de
execução e pelo tamanho máximo do agregado empregado (CÂNOVAS 1988).

O concreto de cimento Portland é o material tradicionalmente usado neste tipo de reforço. Na


maioria das vezes requer um traço especialmente formulado que altere para melhor, algumas das suas
características naturais. Pode ser necessário obter altas resistências iniciais, ausência de retração de

33
secagem, leves e controladas expansões, elevada aderência ao substrato, baixa permeabilidade e
outras propriedades normalmente obtidas à custa do emprego de aditivos e adições tais como:
plastificantes, redutores de água, impermeabilizantes, escória de alto forno, cinza volante, sílica ativa
e, via de regra, baixa relação água/cimento (HELENE, 1992).

Existem várias ocasiões na qual não é necessário utilizar o reforço em todas as faces do pilar.
Isso costuma ocorrer quando há erro na locação dos pilares de um pavimento com relação a outro,
onde, ficando desalinhados, criam esforços indesejáveis nas lajes ou nas vigas, que chegam a danificá-
las. Assim, para solucionar o problema, recorre-se ao aumento de apenas uma ou duas das faces do
pilar. Neste caso, é necessário soldar os estribos do reforço aos do pilar original, para evitarem falhas
na união dos pilares de diferentes idades, uma vez que não há o envolvimento de toda seção.

É preciso se respeitar a compatibilidade entre reforço e substrato. Recomenda-se o uso de um


concreto de reforço com resistência 5 MPa a mais que a resistência do concreto do substrato
(CÂNOVAS, 1988).

2.2.3 Confinamento

A necessidade de projetar elementos estruturais dúcteis em regiões com grandes atividades


sísmicas induziu as várias normas vigentes nesses locais à recomendação de uso de taxas elevadas da
armadura transversal para aumentar a eficácia desses elementos na resistência a esses tipos
particulares de esforços.

Segundo Takeuti (1999), no decorrer dos anos se intensificaram as pesquisas sobre o aumento
da taxa de armadura transversal nos elementos de concreto armado e, se verificou que o aumento
dessa taxa de armadura implica no fenômeno do confinamento do concreto.

Esse fenômeno consiste em um aumento da resistência à compressão do concreto por conta


da relação entre a deformação transversal e a deformação longitudinal (coeficiente de Poisson).
Quando o concreto é submetido a forças compressão, sofre um encurtamento longitudinal e,
consequentemente, uma expansão lateral, que é contida pela armadura transversal, que por sua vez é
tracionada e produz uma pressão de confinamento do concreto, aumentando sua resistência
(TAKEUTI, 1999).

Segundo Baccin (1998), existem vários fatores que influenciam no comportamento do


concreto confinado, tais como: quantidade, resistência, espaçamento e detalhamento da armadura de

34
confinamento, dimensão e geometria do elemento, quantidade e distribuição da armadura
longitudinal, espessura do recobrimento e resistência do concreto.

Figura 11 – Comportamento de concreto confinado

Fonte: Takeuti,1999

Taxa de armadura de confinamento: O aumento da taxa volumétrica de armadura transversal


provoca o aumento direto da pressão de confinamento ocasionando um aumento na resistência e na
ductilidade

Resistência da armadura de confinamento: Baccin (1998) explica que a resistência da armadura


de confinamento desempenha um papel importante no confinamento do concreto, porém a utilização
de sua capacidade máxima dependerá da solicitação do concreto, que precisará se expandir
lateralmente para que essa armadura se deforme. Razvi & Saatcioglu (1998) indicam que o aumento
na resistência da armadura de confinamento proporciona uma melhora na resistência e na tenacidade
apenas para pilares bem confinados;

35
2.2.4 Concreto de alto desempenho – CAD

Para que não haja confusão entre os termos CAD (Concreto de Alto Desempenho) e CAR
(Concreto de Alta Resistência) é importante salientar as suas diferenças. De acordo com Mehta e
Monteiro (2008), um concreto é definido como CAR apenas com base na resistência à compressão a
certa idade. Esses autores comentam que produtos com maior durabilidade são chamados de produtos
de alto desempenho. Mehta e Monteiro (2008) sugeriram a aplicação do termo concreto de alto
desempenho para designar misturas de concreto que atendessem as propriedades de alta
trabalhabilidade, alta resistência e alta durabilidade.

Desta forma, Metha e Monteiro (2008) entendem que o ACI considera o CAD como um
concreto que tem características desenvolvidas para atingir fins específicos, tomando a alta
durabilidade como um requisito opcional. Entende-se que é mais válida e abrangente a definição
sugerida por Metha e Monteiro (2008), considerando a durabilidade essencialmente importante para
a definição de um CAD, assim como também são a trabalhabilidade e a alta resistência.

O CAD acerca das seguintes propriedades:


• Resistência à compressão maior ou igual a 17,5 Mpa às 4 horas de idade;
• Resistência à compressão maior ou igual a 35 Mpa depois de 24 horas de idade;
• Resistência à compressão maior ou igual a 70 Mpa depois de 28 dias de idade;
• Fator de durabilidade maior do que 80% depois de 300 ciclos de congelamento e
descongelamento;
• Relação água/cimento < 0,35.

Os valores de resistência à compressão propostos por diversos autores são distintos com
relação à faixa de variação. Entretanto, esses apresentam em comum, valores de resistência superiores
a 40 Mpa para esse tipo de concreto.

Mehta e Monteiro (2008) afirmam que, na década de 1970, aos concretos com resistência à
compressão superior a 40 MPa, eram designados os atributos de alta resistência. Mais tarde, com o
advento de novas tecnologias e, consequentemente, com o surgimento de concretos de maior
resistência (da ordem de 60 a 120 MPa), surgiram outras definições com relação a essa característica.

36
Trata-se de um concreto especial com a finalidade de alcançar padrões de qualidade bastante
elevados em relação aos concretos comuns. Esses concretos apresentam durabilidade potencial e
resistência mecânica muito acima dos concretos comuns, chegando a atingir resistências de até 150
Mpa e consequentemente reduzindo a seção das peças concretadas e aumentando a área útil.

Portanto as principais características que podem ser exploradas com o uso do concreto de alto
desempenho em recuperações são (METHA E MONTEIRO, 2008):
• Excelente aderência ao substrato e ao aço;
• Baixa permeabilidade;
• Exsudação praticamente nula;
• Grande coesão proporcionando menor problemas de segregação;
• Alta resistividade elétrica;
• Alta resistência mecânica à baixa idade;
• Alta resistência ao ataque de cloretos e sulfatos;
• Alta resistência à abrasão.

O uso de concreto de alto desempenho está tornando obsoleto o uso de reparos feitos à base
de resina epóxi, pois sobre a superfície do substrato limpa, rugosa e úmida, consegue-se uma
aderência de até 100%. Pelo fato de apresentar um ótimo desempenho em condições adversas de
exposição, o CAD está sendo cada vez mais recomendado para serviços de recuperação e reforços
estruturais.

Figura 12- Concreto de alto desempenho

Fonte: Google Imagens

37
2.2.5 Reforço com chapas metálicas coladas com epóxi

O reforço estrutural feito mediante a colagem com resina epóxi de chapas de aço deve ser
corretamente dimensionado e as chapas adequadamente posicionadas. No caso de vigas, se houver
problema de resistência ao cisalhamento as chapas deverão ser coladas nas laterais, nas seções mais
solicitadas pelas forças cortantes; se o problema advir de momentos fletores, as chapas ou cantoneiras
de aço serão coladas na base da viga.
De acordo com Almeida (2001), o reforço de componentes estruturais de concreto armado
com chapas metálicas deve ser efetuado com as seguintes precauções:

• A superfície do concreto deve ser apicoada e a poeira resultante totalmente removida, a


superfície da chapa de aço deve ser jateada com areia ou granalha de aço, adquirindo assim
certa rugosidade, e limpa com solventes com alto poder de evaporação.
• A resina epóxi é aplicada em excesso, tanto no concreto, quanto na chapa metálica.
• A chapa ou cantoneira é fortemente pressionada contra a superfície da peça de concreto,
ocorrendo assim refluxo da resina em excesso, a pressão, obtida com pontaletes ou outros
acessórios, é mantida por no mínimo 24 horas.

2.2.6 Reforço com utilização de fibras

Atualmente sabe-se que muitos materiais apresentam sua mais alta resistência quando se
encontram na forma de fibras. Este fato pode ter entre outras causas um melhor alinhamento das
cadeias moleculares. Isto acontece com alguns polímeros e com o grafite. No entanto a utilização
direta das fibras nas estruturas é inviável, já que elas não podem resistir isoladamente à compressão
longitudinal e nem mesmo a esforços transversais. Desta maneira seu emprego torna-se possível
apenas com a utilização de matrizes (GIBSON, 1994).
GIBSON (1994) classifica as fibras como básicas e avançadas. As básicas possuem alta
resistência à tração, baixo módulo de elasticidade e em geral um menor custo. Dentre estas a fibra de
vidro é a mais importante, a mais antiga em aplicações estruturais e há muito tempo a mais utilizada
comercialmente. É obtida com a mistura de óxidos, dentre os quais a sílica é a mais utilizada, além
de óxidos de cálcio, alumínio, boro e ferro em menor quantidade (EDWARDS, 1998). Apesar de
atingir resistências à tração maiores que muitas fibras avançadas (próxima a 3500 MPa), seu módulo
de elasticidade é considerado baixo, da ordem de 70 GPa. Saadatmanesh & Ehsani (1994) cita como

38
suas principais vantagens o baixo custo, as altas resistências químicas e à tração, e como
desvantagens, um baixo módulo de elasticidade e baixa resistência à fadiga.

Figura 13 - Cobertura de betão reforçados com fibras de vidro

Fonte: Google Imagens

As fibras avançadas possuem maior módulo de elasticidade, no entanto apresentam um custo


mais elevado. Sua aplicação é mais restrita a casos onde o elevado desempenho justifica o custo,
como ocorre na indústria aeroespacial. São fibras avançadas de carbono, aramida, boro e “silicone
carbide”.

As fibras de aramida, produzidas pela DuPont com o nome comercial deKevlar foram
inicialmente desenvolvidas para utilização em pneus radiais (Kevlar29). Depois foram desenvolvidas
fibras de maior módulo, como a Kevlar 49, utilizada para fins estruturais. A densidade é de metade
da que possui a fibra de vidro e a resistência específica está entre as mais altas. Possuem excelente
tenacidade, ductilidade e resistência ao impacto, diferentemente do vidro ou carbono (GIBSON,
1994). No entanto, por sua natureza anisotrópica, apresentam pobres propriedades na compressão
(EDWARDS, 1998).

Figura 14 - Obra reforçada utilizando tecidos feitos com fibras de aramida

Fonte: Google Imagens

39
As fibras de boro são compósitos produzidos pelo cobrimento com boro deum substrato de
carbono ou tungstênio. O diâmetro é o maior entre as fibras avançadas, (0,05-0,2 mm). Possuem
resistência e módulo de elasticidade maiores que as fibras de carbono, mas sua densidade e custo
também são maiores (GIBSON, 1994).

2.2.7 Reforço mediante fibras de carbono

A utilização de CFRP (Carbon Fiber Reinforced Polymer – Polímero reforçado com fibras de
carbono) como reforço em estruturas de concreto armado vem crescendo no mesmo ritmo em que a
demanda por tal solicitação aumenta. Essa evolução se deve ao fato do material possuir ótimas
características e propriedades mecânicas, tais como: alta resistência à tração, baixo peso específico,
procedimento executivo simples e boa resistência a intempéries, conforme mostra Fortes et. al (2003).
O custo deste material vem caindo concomitantemente com a difusão do seu conhecimento por parte
dos técnicos, motivando um aumento significativo de sua utilização. Alguns autores comprovam este
fato, como, por exemplo, Juvandes (1999) e Fortes (2004), que indicam que a utilização do material
nas duas décadas passadas fez com que a sua produção aumentasse em torno de dez vezes, e, de modo
inversamente proporcional, o custo do produto reduziu.
As fibras de carbono são as mais utilizadas entre as avançadas. São produzidas por tratamento
térmico de fibras precursoras orgânicas como poliacrilonitrila (PAN), piche e “rayon” que se
transformam em carbono por pirólise controlada. O grafite é obtido em temperatura mais elevada e
possui aproximadamente 99% de carbono em sua composição. As chamadas fibras de carbono
possuem cerca de 95% de carbono.
Pode-se variar significativamente o módulo de elasticidade e a resistência das fibras de
carbono controlando a temperatura no processo de obtenção. Em geral aumentando-se o módulo de
elasticidade ocorre uma redução na resistência e na deformação de ruptura.
Saadatmanesh & Ehsani (1994) classificam as fibras de carbono em quatro tipos: módulo de
elasticidade normal, módulo intermediário, alto módulo e fibras de piche. Apesar das fibras de
carbono serem caras, o preço caiu muito e a utilização cresceu nos últimos anos. O desenvolvimento
de fibras de grafite e carbono tem crescido rapidamente. Por exemplo, com um precursor de piche
pode se obter fibras com módulo de elasticidade de 690GPa, três vezes maior que o do aço (GIBSON,
1994).

40
Figura 15- Reforço com fibra de carbono – Shopping Barueri

Fonte: Google imagens

A seguir, uma tabela relacionada às propriedades mecânicas das fibras, de acordo com
GIBSON (1994):

Tabela 01 - Propriedades mecânicas médias das fibras (GIBSON, 1994).


Densidade
Resistência à Módulo de
Compósito Tipo
tração (Mpa) elasticidade (Mpa) (g/cm³)

E 3448 72 2,54
Vidro
S 4482 86 2,49

AS – 4 4000 228 1,80

IM – 7 5413 276 1,77


Carbono
(pecursor PAN)
T – 300 3654 231 1,77

T – 650/42 5033 290 1,77

P – 55 1724 379 1,99


Carbono
P – 75 2068 517 1,99
(pecursor piche)
P – 100 2241 690 2,16

Kevlar 29 3792 62 1,44


Fibras de
aramida Kevlar 49 3792 131 1,47

0,10 mm 3516 400 2,57


Boro
0,14 mm 3516 400 2,49

41
2.2.8 Manutenção das estruturas

As estruturas devem ser projetadas, calculadas, detalhadas e construídas sob a consideração


do ambiente que as envolve, considerando-se sempre que devam tornar possível o desenvolvimento
da mais apropriada manutenção durante a sua vida útil, o que implica poderem ser comodamente
inspecionáveis.

Os pontos mais vulneráveis de cada estrutura devem sempre estar perfeitamente identificados,
tanto na fase de projeto quanto na de construção, para que seja possível estabelecer, para estes pontos,
um programa mais intensivo de inspeções e um sistema de manutenção particular.

Torna-se clara, então, a necessidade de definir as estratégias de manutenção de cada obra em


função da maior ou menor confiança, por um lado, e dos cuidados, por outro que quando da própria
concepção, a construção - e a estrutura e suas principais peças, em particular - venha a requerer, em
termos de utilização (SOUZA & RIPPER,1998).

A manutenção estrutural é a combinação de todas as ações de caráter seja técnico, seja


administrativo, que tenham por fim garantir ou restabelecer, para uma determinada estrutura, as
condições necessárias para que esta desempenhe as funções para as quais foi concebida (SOUZA &
RIPPER,1998). Assim, a manutenção pode ser classificada segundo o indicado na figura 16.

Figura 16 – Critérios para manutenção das estruturas

Fonte: Souza & Ripper (1998)

Por manutenção preventiva, indicada na figura 17, entende-se aquela que é executada a partir
das informações fornecidas por inspeções levadas a efeito em intervalos regulares de tempo, de

42
acordo com critérios pré-estabelecidos de redução das probabilidades de ruína ou de degradação da
estrutura, visando uma extensão programada de sua vida útil. (SOUZA & RIPPER,1998).

Poderão ocorrer casos em que as inspeções periódicas sejam complementadas por outras
adicionais e específicas a determinadas peças estruturais que, numa dada inspeção rotineira, tenham
demonstrado estar com desempenho prejudicado e passam a condicionar, daí em diante, o ritmo das
inspeções e até, em alguns casos, das recuperações. Já a manutenção esporádica nasce da necessidade
de uma determinada atividade de correção ou de reforço, e não está centrada em nenhum plano de
ações predeterminado (SOUZA & RIPPER,1998).

Neste trabalho serão citados três tipos de manutenção estratégica:

• Inspeções periódicas;
• Inspeções condicionadas;
• Serviços de limpeza

a) Inspeção periódica

A inspeção periódica é elemento indispensável na metodologia da manutenção preventiva.


Quando bem executada, é instrumento essencial para a garantia de durabilidade da construção, sendo
sua finalidade a de registrar danos e anomalias e de avaliar a importância que os mesmos possam ter
do ponto de vista do comportamento e da segurança estrutural (SOUZA & RIPPER,1998). A inspeção
periódica deve ser adequada ao tipo de estrutura, podendo mesmo variar de peça para peça dentro de
uma mesma estrutura.

As estruturas de grande porte necessitam de supervisão mais cuidadosa. Além das inspeções
periódicas até aqui descritas, tais estruturas exigem ações complementares não tradicionais, mais
intensas, a intervalos de tempo mais curtos, requerendo ensaios complementares, como por exemplo
análise a partir de corpos de prova, em termos de resistência, permeabilidade, porosidade c petrografia
(SOUZA & RIPPER,1998).

Estas inspeções devem ser particularizadas para cada obra, devendo ser preestabelecidos, em
fase de projeto e construção, os ensaios e controles a realizar nas inspeções mantenedoras. A
necessidade de um maior número de análises e ensaios, nestes casos mais importantes, incluindo a
extração de amostras representativas do material e de sua degradação, visa justamente evitar que

43
algum dano venha a se implantar na estrutura, sem que as inspeções tradicionais (que necessariamente
abordam os registros superficiais das peças estruturais) o possam detectar, o que mais tarde
implicaria, pelo menos, trabalho mais custoso de recuperação.

b) Inspeção condicionadas

As inspeções condicionadas devem ser realizadas todas as vezes que as inspeções periódicas
indicarem a existência de situações anômalas em determinadas peças estruturais, ou em casos de
danos emergenciais ou de alarme, diferenciando-se das inspeções periódicas por obrigatoriamente
serem realizadas por pessoal técnico especializado, com a utilização de sofisticada aparelhagem para
medições, realização de ensaios especiais, análise de toda a documentação cadastral e emissão de
laudo técnico, complementado, se for o caso, pelo correspondente projeto de recuperação ou de
reforço (desenhos de execução, memorial de cálculo e especificações) (SOUZA & RIPPER,1998).

Durante a realização da inspeção especial deverá ser feito um cuidadoso mapeamento das
anomalias existentes, ou seja, a representação gráfica do quadro patológico da estrutura, o qual servirá
de base para a definição das causas das manifestações patológicas c para o projeto, especificação e
quantificação dos serviços de recuperação ou de reforço da estrutura (SOUZA & RIPPER,1998).

O mapeamento deverá se iniciar pela escolha da simbologia gráfica que será utilizada para
identificação e locação das anomalias (figura 17). Isto feito, o serviço deverá prosseguir com o
chamado macro mapeamento, que consiste na identificação das anomalias sobre os diversos planos
estruturais existentes (andares, tabuleiros, reservatórios, etc.), o que c normalmente feito sobre uma
cópia do desenho de fôrmas (planta), sem cotas, complementada pela utilização de cortes, elevações
e desenhos de arquitetura (representação de trincas em paredes, por exemplo).

44
Figura 17 – Sugestões para a representação gráfica de anomalias, nos processos de mapeamento

Fonte: Souza & Ripper (1998)

O rigor na localização das anomalias é dispensável nesta etapa, mas é importantíssimo que
sejam bem caracterizados seus tipos, frequências e extensões, complementando, no que necessário
for, o que já constar dos mapas das inspeções periódicas.

c) Serviço de limpeza

Todas as construções devem estar sujeitas a uma rotina bem estabelecido de limpeza, de forma
a estender as suas vidas úteis. No caso de estruturas expostas à ação do tempo, ou localizadas em
zonas rurais, este serviço se reveste de uma importância ainda maior pelo fato de que resíduos em
geral, bem como sementes de plantas, carregadas por pássaros, pelo vento, ou pelas enxurradas,
podem ser os agentes causadores de sérios danos à estrutura (SOUZA & RIPPER,1998).

As sementes, juntamente com a terra carregada em suspensão pelo vento, ao se depositarem


em juntas de dilatação, articulações ou reentrâncias da estrutura, encontram um ambiente bastante
propício para se desenvolverem, havendo a tendência para que suas raízes penetrem no concreto,
danificando-o. É bastante comum, por exemplo, se encontrar capim e até mesmo arbustos crescendo
junto aos guarda-rodas, nas juntas de dilatação e até mesmo no vigamento principal de pontes e
viadutos.

Além da ação dos agentes naturais, há também que considerar a ação danosa e descuidada dos
próprios usuários das estruturas. As marquises dos edifícios e as pontes, por exemplo, estão sujeitas
a terem seus drenos entupidos por papéis c por todo o tipo de lixo lançado pelos usuários (além de

45
folhas de árvores carregadas pelo vento), o que provoca o empoçamento das águas das chuvas, que
podem causar vários problemas ao concreto, além de sobrecarregar a estrutura.

Desta forma, todas as superfícies da estrutura devem ser mantidas limpas c isentas de poeiras
e óleos. Devem também ser removidos limos e vegetações em geral, e os drenos devem estar sempre
desentupidos. Todo o pessoal envolvido nos serviços de limpeza deve estar conscientizado dos danos
que a água pode causar às estruturas de concreto (SOUZA & RIPPER,1998).

46
3 METODOLOGIA

O trabalho apresenta uma metodologia de caráter exploratório, onde envolve pesquisas


bibliográficas baseada em apostilas, trabalhos de conclusão de curso de graduação, wide world web,
livros, dissertações de mestrado e artigos eletrônicos de revistas.

A grande limitação da pesquisa é o banco de dados que compõe o estudo. Com a falta disto e
maior demanda de tempo, não foi possível abranger todo o universo estrutural na qual se apresenta
alguma manifestação patológica na região de Teresina, estado do Piauí. Serão apresentadas alguns
estudos sobre os reforços estruturais mais adequados para lajes, vigas e pilares de concreto armado e
concreto simples.

Este trabalho tem como comparativo as diferentes formas de reforço estrutural tendo em vista
a viabilidade técnico-econômica dos reforços mais triviais existentes no mercado. A metodologia
deste estudo segue as seguintes etapas consecutivas: levantamento de dados bibliográficos, análise de
cada caso (aplicações, vantagens e desvantagens) e discussões (explanação dos resultados obtidos
durante o curso da pesquisa do tema proposto).

A etapa de levantamento de dados bibliográficos fornecerá os subsídios necessários para que


a análise possa ser realizada de forma correta. Na segunda etapa, a análise dos dados, é debatido um
perfeito entendimento da mesma e de como se originaram e se desenvolveram os sintomas
patológicos. A última etapa é efetuada após a conclusão das etapas de levantamento bibliográfico e
análise. Com a investigação das causas da patologia, realiza-se um diagnóstico preciso para que a
recuperação seja efetiva. É importante investigar com cuidado a patologia e sua origem, pois a
qualquer falha a solução poderá ser ineficiente. Uma patologia pode ter mais de uma causa. Portanto,
para que a correção seja eficiente, deve-se sanar todas as causas.

É importante frisar que o tratamento de qualquer problema patológico requer um cuidado


muito mais minucioso do que o adotado no processo de execução da estrutura. Sendo assim a melhor
opção é a prevenção, pois trata-se de uma ação menos onerosa, conduzindo à boa prática da
engenharia.

47
3.1 Levantamento e estudo bibliográfico

O levantamento bibliográfico consistiu no estudo de bases teóricas para facilitar o


entendimento sobre o tema estudado como teses, dissertações, monografias, artigos, livros, manuais,
revistas, meios eletrônicos, entre outras fontes que forneceram embasamento para o trabalho.
Coletado esse material, foi realizada a leitura das bibliografias obtidas, objetivando captar definições
e terminologias necessárias para a elaboração deste trabalho.

48
4 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÕES

Os resultados experimentais expostos neste trabalho têm a função de oferecer os recursos


necessários para a posterior análise de resultados, quando é avaliada a eficiência dos métodos de
cálculo da capacidade resistente da estrutura.

A seguir, são apresentados algumas tabelas como síntese dos trabalhos de caráter experimental
encontrados na literatura especializada. Foram avaliados alguns trabalhos apresentadas neste
trabalho e organização dos dados foi efetivada com a consideração de que cada trabalho
experimental, ou seja, cada referência bibliográfica corresponde a uma série de dados. É importante
destacar que estes métodos são os mais comuns em todo o território nacional.

Cada tabela demonstra alguns critérios que definem o produto final da estrutura. São eles:
• Viabilidade;
• Produtividade;
• Estética;
• Custo;
• Mão-de-obra especializada.

A primeira análise se refere ao método de aumento da seção transversal com concreto. A


análise engloba os elementos estruturais laje e viga

Tabela 02 - Vigas e Lajes - Aumento de seção transversal

ÓTIMO BOM RUIM


PRODUTIVIDADE X
VIABILIDADE X
ESTÉTICA X
CUSTO X
MÃO-DE-OBRA X
Fonte: Elaborado pelo autor

49
Esta técnica, combinada com o descarregamento parcial ou total da viga para execução do
reforço, é bastante eficiente, de rápida execução e de baixo custo, tendo como inconveniente maior o
fato de que o piso do pavimento estrutural onde o reforço está sendo executado ficará com saliências.
Portanto no quesito estético, o aumento da seção transversal é ineficiente, mas não determinante para
comprometer o produto final, haja vista as técnicas empregadas pela arquitetura para sanar tal
problema.

Tabela 03 – Pilar – Aumento de seção transversal

ÓTIMO BOM RUIM


PRODUTIVIDADE X
VIABILIDADE X
ESTÉTICA X
CUSTO X
MÃO-DE-OBRA X
Fonte: Elaborado pelo autor

Na tabela 03 demonstra que esse tipo de reforço, possui algumas desvantagens devido formar
elementos finais com dimensões bem maiores que as do projeto e o tempo de espera necessário para
que o reforço atinja a idade e a resistência esperadas, o que pode retardar a liberação de ações na parte
estrutural reforçada.

Tabela 04 – Chapas metálicas coladas com epóxi

ÓTIMO BOM RUIM


PRODUTIVIDADE X
VIABILIDADE X
ESTÉTICA X
CUSTO X
MÃO-DE-OBRA X
Fonte: Elaborado pelo autor

50
A vantagem dessa técnica, demonstrada na tabela 04, deriva do fato que em termos de
concepção é simples, mas exige cuidado quanto ao procedimento de cálculo. Segundo Reis (1998),
essa técnica tem a vantagem da rapidez na execução e a não utilização de materiais úmidos, a ausência
de vibração, o baixo nível de ruídos e a pouca interferência no uso da estrutura durante a execução
dos serviços de reabilitação.
Entretanto como desvantagens destaca-se que as chapas e as resinas possuem baixa resistência
a altas temperaturas, o que pode comprometer a segurança da estrutura em alguns casos específicos,
assim como as chapas coladas nas vigas inibem a visualização de fissuras, não chamando a atenção
para futuros sinais quanto a estados limites, caso ocorram. É importante destacar que as resinas não
podem ser utilizadas na presença de umidade (REIS, 1998).

Tabela 05 – Fibras de carbono

ÓTIMO BOM RUIM


PRODUTIVIDADE X
VIABILIDADE X
ESTÉTICA X
CUSTO X
MÃO-DE-OBRA X
Fonte: Elaborado pelo autor

Em contraponto ao reforço tradicional, que utiliza principalmente chapas de aço, as vantagens


da técnica de reforço com fibras de carbono são a alta resistência e a alta rigidez do composto,
possibilitando a utilização de material com baixa espessura e baixo peso, gerando pequeno acréscimo
de carga permanente. Além disso, destaca-se a flexibilidade das mantas de fibra de carbono, que se
adaptam a qualquer forma, sendo de execução simples, precisa e rápida, com mão de obra reduzida.
O material exige pouca manutenção e, além disso, é altamente resistente à corrosão.

51
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho apresenta um estudo sobre os principais métodos de reforços estruturais obtidos


através um levantamento bibliográfico de dados sobre casos de deterioração em estruturas de
concreto. Os resultados referem-se a uma visão geral sobre as diferentes formas de problemas
patológicos e as soluções mais viáveis para cada tipo estrutural.

O resultado do estudo não pode ser tido como absoluto, em razão do caráter, às vezes
subjetivo, que envolve a interpretação dos dados. E também devido ao reduzido número de dados
coletados. Entretanto, informações valiosas foram obtidas e é bastante oportuno que houver um
desenvolvimento formal do setor da construção civil no sentido de se adequar e padronizar trabalhos
desta natureza, objetivando melhorar os níveis atuais de durabilidade e vida útil das estruturas.

Observa-se dos resultados apresentados que a manifestação patológica mais ocorrente (figura
01) foram as manchas e fissuras (21% e 22% dos casos respectivamente). As fissuras estão ligadas
principalmente a procedimentos inadequados estabelecidos tanto na etapa de projeto, como por meio
da falta de especificação de um cobrimento adequado das armaduras e da dosagem do concreto
deficiente, quanto na etapa de execução, por falta de cuidado durante a produção da estrutura de
concreto. Essas também têm consequências graves na durabilidade das estruturas, pois são veículos
de entrada de água e agentes agressivos para o interior da massa de concreto, fazendo com que os
fenômenos de degradação, como, por exemplo, a corrosão de armaduras aumente significativamente.

Por meio das análises realizadas pode-se afirmar que a maioria dos danos que ocorreram nas
estruturas poderiam ser minimizados caso houvesse um efetivo controle da qualidade durante o
processo construtivo, aliado a um programa de manutenção preventiva das estruturas de concreto
armado.

Assim, espera-se que esse trabalho sirva de alerta para os profissionais da construção civil e
usuários, a fim de que se passe a ter mais cuidado com as especificações de procedimentos, com a
execução da estrutura, assim como também com sua utilização.

52
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