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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT


DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL
TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL – EDIFÍCIOS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ANÁLISE DA FRENTE DE CARBONATAÇÃO EM CONCRETO


CONVENCIONAL: ESTUDO DE CASO EM EDIFICAÇÕES COM
IDADE DIFERENCIADA NA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE – CE

Tatiane Rodrigues de Oliveira

Juazeiro do Norte – CE
2017
Tatiane Rodrigues de Oliveira

ANÁLISE DA FRENTE DE CARBONATAÇÃO EM CONCRETO


CONVENCIONAL: ESTUDO DE CASO EM EDIFICAÇÕES COM
IDADE DIFERENCIADA NA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE – CE

Monografia apresentada ao Curso de


Tecnologia da Construção Civil com
habilitação em Edifícios, da Universidade
Regional do Cariri, como requisito para a
obtenção do Grau de Tecnólogo em
Construção Civil habilitação em Edifícios,
.

Orientador: Professor Esp. Dirceu Tavares


de Figueiredo

Juazeiro do Norte – CE
2017
Tatiane Rodrigues de Oliveira

ANÁLISE DA FRENTE DE CARBONATAÇÃO EM CONCRETO


CONVENCIONAL: ESTUDO DE CASO EM EDIFICAÇÕES COM
IDADE DIFERENCIADA NA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE – CE

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado


adequado à obtenção do título de Tecnólogo em
Construção Civil em Edifícios e aprovado em sua
forma final pelo Curso de Tecnologia da Construção
Civil, da Universidade Regional do Cariri.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________
PROF. ESP. DIRCEU TAVARES DE FIGUEIREDO, URCA.
(ORIENTADOR)

______________________________________________________________
PROF. ME. JEFFERSON LUIZ ALVES MARINHO, URCA.
(AVALIADOR)

______________________________________________________________
PROF. ESP. SAMUEL BEZERRA CORDEIRO, URCA.
(AVALIADOR)

DATA DE APROVAÇÃO: _____ DE _______________ DE 2017


Dedico este trabalho aos meus pais Wilson
Rodrigues de Oliveira e Maria Cícera Rodrigues de
Oliveira, por terem contribuído diretamente em minha
formação pessoal e profissional, sempre me apoiando em
minhas decisões e aos meus avôs e padrinhos João
Rodrigues Gonçalves e Maria Mazé Rodrigues, pela
importância que sempre tiveram em minha vida.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, divindade santíssima, por ajudar em todos os


momentos, principalmente nos de angústia e agonia, por conseguir organizar minhas
linhas de pensamentos.
Aos meus pais Wilson Rodrigues e Maria Cícera Rodrigues, no qual amo
muito, por me acompanharem constantemente em todos os momentos, por
acreditarem e nunca desistirem de mim, apoiando-me incondicional, alertando e
aconselhando dos perigos do mundo, por me ajudarem espiritualmente e
financeiramente.
Ao meu irmão Tiago Rodrigues, minha avó Maria Mazé, minha tia Maria
Gilvaneide e prima Yasmim Rodrigues, que além de me apoiarem, posso contar
sempre para qualquer tipo de dificuldades, entendendo que a vida de universitário
em final de curso fica um tanto corrida.
Aos amigos da faculdade que o destino nos uniu, Jackson Andrade, Josiane
Santos, Patrícia Carvalho, Rafael Santina, Ramonyele Martins, que me
acompanharam e que dependendo do destino, podem ou não futuramente continuar
presentes em minha vida, e que agradeço a Deus por tê-los conhecidos, que me
aturam dia após dia, de noites em claro de estudos, às comemorações e festas, que
contribuem a me tornar uma pessoa melhor, mais responsável, porém sem perder a
animação, por continuarem presentes ao meu lado, em momentos de tristeza,
doença, alegria, superação, alguns me ajudando na realização deste TCC, tanto na
parte teórica como na prática, quebrando tijolo comigo. Obrigada pelo apoio de
vocês me passando força para eu não desistir em nenhum momento.
Aos amigos que fiz no basquete, que ao longo destes mais de seis anos de
treinos, conversas, viagens, competições, vitórias, derrotas, dor, superação, novas
amizades, amizades passageiras, amizades sólidas construídas em diversos
estados, por estarem presentes em minha vida e em todos esses momentos, Deus
não poderia ter colocado pessoas melhores e esporte melhor na minha vida, uma
família que tenho orgulho de ser integrante. Em momentos de união, nos tornamos
tão fortes, que desconhecemos o poder que temos ao nosso redor, nos
surpreendendo com a nossa capacidade de superar os obstáculos. Pessoas que
aprendemos cada dia mais uma sobre a outra e sabemos que devemos acreditar
mais no potencial individual de cada uma, pois em grupo já nos provamos o que
conseguimos realizar, para nos tornar invencíveis não necessariamente em jogos,
mas na vida em um todo. Ninguém se torna “grande” sozinhos.
Ao Professor Dirceu Tavares, pela orientação, ensinamentos, tentando
manter presença, pois sua vida é bastante corrida, na influência que tivera na
escolha do meu tema, pois estava perdida em relação ao assunto que iria
apresentar no meu TCC, foi em uma de suas primeiras aulas ministradas na cadeira
de Patologias da Construção, abordando sobre a Carbonatação, de uma forma que
fiquei encantada sobre o tema e o modo que foi me passado. Desejo tudo do melhor
que Deus oferece para você e sua família, um exemplo de professor e tecnólogo.
Obrigada por ter me orientado, pela atenção oferecida e conselhos oferecidos.
E por fim, agradeço ao meu anjo da guarda que me guia e protege a todos os
momentos e a tudo, por estar sempre presente em minha vida.
"Escolha uma ideia. Faça dessa ideia a sua vida.
Pense nela, sonhe com ela, viva pensando nela. Deixe
cérebro, músculos, nervos, todas as partes do seu corpo
ser preenchida com essa ideia. Esse é o caminho para o
sucesso"

Swami Vivekananda, pensador hindu.


RESUMO

Este trabalho trata do estudo da frente de carbonatação no concreto convencional,


inicialmente apresentando as definições teóricas necessárias para entender o
assunto abordado, contendo os fatores influentes para ocorrer a carbonatação. O
propósito principal é comparar a profundidade da frente de carbonatação em duas
estruturas na cidade de Juazeiro do Norte, medindo e avaliando através de um
estudo de caso. Refere-se a estruturas localizadas com características ambientais
diferentes e com idades distintas. O método usado consiste em quebrar o
recobrimento do concreto dos pilares escolhidos, a fim de medir a profundidade
carbonatada, com a ajuda da solução de fenolftaleína, que é um indicador de pH. Os
resultados analisados mostraram que a estrutura mais recente, com uma idade
menor do concreto, não apresentou frente de carbonatação. Diversos fatores foram
considerados na análise, como o tipo de cimento utilizado, a relação água/cimento, o
traço do concreto, a forma de execução (manual ou mecânico) e se houve processo
de cura.

PALAVRAS-CHAVE: Carbonatação. Concreto. Ph. Estruturas.


ABSTRACT

This paper aims to study the front of carbonation in conventional concrete, initially by
presenting the theoretical definitions necessary to understand the addressed subject,
containing the influential factors to occur the carbonation. The main purpose is to
compare the depth of the front of carbonation in two structures in the city of Juazeiro
do Norte, measuring and evaluating through a case study. It refers to localized
structures with different environmental characteristics and different ages. The method
used consists of breaking the coverage of the concrete of the chosen pillars, to
measure the depth that was carbonated, with the help of the phenolphthalein
solution, that is a pH indicator. The analyzed results showed that the most recent
structure, with a lower age of the concrete, did not present carbonation front. Several
factors were considered in the analysis, such as the type of cement used, the
water/cement ratio, the trace of the concrete, the form of execution (manual or
mechanic) and if there was a healing process.

KEYWORDS: Carbonation. Concrete. Ph. Structures.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Fatores intervenientes na carbonatação do concreto. ............................ 20

Tabela 2 – Classificação da agressividade do ambiente. ......................................... 21

Tabela 3 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do


concreto..................................................................................................................... 27

Tabela 4 – Relação de porcentagem de vazios e a resistência do concreto. ........... 30

Tabela 5 – Dados da profundidade dos ensaios da frente de carbonatação. ........... 40


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema da difusão do CO2 nos poros concreto. ................................... 18


Figura 2 – Poros totalmente secos: não ocorre carbonatação. ................................ 22
Figura 3 – Poros completamente saturados: não ocorre carbonatação. .................. 22
Figura 4 – Poros parcialmente preenchidos com água: ocorre carbonatação. ......... 23
Figura 5 – Relação entre grau de carbonatação e umidade relativa ambiental. ....... 23
Figura 6 – Influência da relação a/c sobre a profundidade de carbonatação. .......... 26
Figura 7 – Localização da Estrutura Antiga. ............................................................. 32
Figura 8 – Estrutura Abandonada. ............................................................................ 33
Figura 9 – Estrutura nova, obra da Igreja Santa Margarida. ..................................... 34
Figura 10 – Trena aferida utilizada para comparação com as réguas. ..................... 35
Figura 11 – Régua simples comparada com a trena aferida. ................................... 35
Figura 12 – Régua metálica comparada com trena aferida. ..................................... 35
Figura 13 – Pilares escolhidos para o ensaio, estrutura antiga térreo. ..................... 36
Figura 14 – Pilares encolhidos para o ensaio, estrutura antiga andar superior. ....... 37
Figura 15 – Planta baixa com localização dos pilares, estrutura nova. .................... 37
Figura 16 – Faces escolhidas para ensaio, estrutura nova ...................................... 38
Figura 17 – Pontos ensaiados da estrutura antiga. Pilares de 1 a 6. ....................... 41
Figura 18 – Pontos ensaiados da estrutura antiga. Pilares de 7 a 10. ..................... 42
Figura 19 – Pontos ensaiados da estrutura nova. Pilares de 1 a 3. ......................... 43
Figura 20 – Pontos ensaiados da estrutura nova. Pilares de 4 a 6. ......................... 44
Figura 21 – Pontos ensaiados da estrutura nova. Pilares de 7 a 10. ....................... 44
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

a/c – Relação água/cimento ou Fator água/cimento

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnica

CE – Ceará

cm – Centímetro

EUA – Estados Unidos da América

g – Gramas

kg – Kilogramas

m – Metro

m2 – Metro Quadrado

m3 – Metro Cubico

mm – Milímetros

MPa – Mega Pascal

NBR – Norma Brasileira da ABNT

ºC – Graus Celsius

pH – Potencial hidrogeniônico

URCA – Universidade Regional do Cariri


LISTA DE SÍMBOLOS

Ca(OH)2...........................................................................................Hidróxido de Cálcio

CaCO3...........................................................................................Carbonato de Cálcio

CO2 ................................................................................................Dióxido de Carbono

C-S-H.................................................................................Silicato de Cálcio Hidratado

H2CO3..................................................................................................Ácido Carbonico

H2S.........................................................................................................Gás Sulfídrico

KOH.............................................................................................Hidróxido de Potássio

NaOH...............................................................................................Hidróxido de Sódio

SO2...................................................................................................Dióxido de Enxofre
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14

1.1. Justificativa ............................................................................................... 15

1.2. Objetivos ................................................................................................... 16

1.2.1. Geral ............................................................................................ 16

1.2.2. Específicos .................................................................................. 17

2. CARBONATAÇÃO ............................................................................................. 18

2.1. Fatores Influentes da Frente de Carbonatação ...................................... 20

2.1.1. Concentração de CO2 ................................................................. 21

2.1.2. Umidade Relativa ........................................................................ 21

2.1.3. Tipo de Cimento e Adições ........................................................ 24

2.1.4. Relação água/cimento ................................................................ 25

2.1.5. Cura ............................................................................................. 27

2.1.6. Granulometria do Agregado ...................................................... 28

2.1.7. Execução do Concreto ............................................................... 28

3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 32

3.1. Descrição das estruturas ......................................................................... 32

3.1.1. Estrutura Antiga .......................................................................... 32

3.1.2. Estrutura Nova ............................................................................ 33

3.2. Equipamentos utilizados ......................................................................... 34

3.3. Metodologia do ensaio ............................................................................. 36

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 40

4.1. Estrutura Antiga ....................................................................................... 40

4.2. Estrutura Nova .......................................................................................... 43

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ....................................................... 46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 47

ANEXOS ................................................................................................................... 51
14

1. INTRODUÇÃO

O Concreto Convencional é utilizado no dia a dia em obras da construção


civil, sendo um concreto simples sem nenhuma característica que o torne especial,
sem aditivos para acrescentar ou algum tipo de aperfeiçoamento. Para ter o controle
tecnológico, de execução e elaboração, o concreto apesar de ser simples, necessita
de um estudo prévio dos componentes que o compõe, seguindo as normas da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Um concreto dito bom, precisa ser trabalhável, pois a sua consistência está
ligada com a mobilidade da massa e a coesão entre seus componentes. Para
permitir uma maior ou menor deformação no concreto, pode-se modificar o grau de
umidade, pois é ele que determina a sua consistência, assim ocorre também a
alteração em suas características de plasticidade. O método mais utilizado
atualmente é o ensaio de abatimento do concreto, ou conhecido também como
Slump Test, ele determina a consistência em que o concreto se encontra e pode ser
aplicado na execução de quase todos os tipos de estruturas.
Desde quando começaram a utilizar o concreto armado em edifícios,
represas, usinas, pontes, viadutos, entre outras estruturas, esse vêm resistindo às
diversas sobrecargas e ações do meio externo, como clima, temperatura e ambiente
(POLITO, 2006). Em meados do século XX, engenheiros, técnicos e especialistas do
ramo da construção civil, observaram que as construções estavam apresentando
manifestações patológicas, de grande intensidade e incidência, na qual se
destacava a corrosão das armaduras, por consequência da frente de carbonatação.
O processo da carbonatação é iniciado primeiramente na superfície do
concreto, formando a “frente de carbonatação”, e vai adentrando para o interior até
chegar à armadura. O concreto normalmente possui meio alcalino entre 12,6 e 13,5;
este pH pode baixar para próximo de 8,5 quando o processo de carbonatação é
iniciado, o que acarreta a despassivação do aço, ocasionando a corrosão das barras
da armadura, podendo até mesmo haver um colapso de toda a estrutura de
concreto.
Quimicamente falando, o dióxido de carbono (CO2) penetra nos poros do
concreto, dissolvido na umidade que está contida na estrutura, formando o ácido
carbônico (H2CO3). Posteriormente esse ácido reage com alguns dos componentes
da pasta de cimento hidratada, resultando em água e carbonato de cálcio (CaCO 3).
15

O composto que reage rapidamente com (H2CO3) é o hidróxido de cálcio


(Ca(OH)2). O carbonato de cálcio não deteriora o concreto, porém durante a sua
formação consome os álcalis da pasta e reduz o pH, tornando o concreto frágil
(CALAZANS, 2013).
Devido a essa problemática, o enfoque deste trabalho tem como objetivo
geral a investigação do comportamento da difusão da frente de carbonatação no
concreto convencional, através da comparação entre duas estruturas, uma estrutura
antiga com uma estrutura mais atual.
Com esse tipo de estudo e conhecimento que serão adquiridos, aos dos
dados coletados, pode-se prevenir de futuros problemas patológicos evitando gastos
desnecessários e garantindo a segurança da estrutura.

1.1. Justificativa

Segundo Helene (1992) a manifestação patológica de maior incidência em


estruturas de concreto tem sido a corrosão de armaduras, isso devido à
carbonatação do concreto, as fissuras recorrentes e as flechas excessivas das
peças estruturais.
A maior parte das pesquisas que abordam sobre a durabilidade do concreto
está direcionada á sua carbonatação, no qual é desenvolvida em corpos-de-prova
em laboratórios, ensaios em campo, e as suas variáveis como: tipo de cimento, fator
água/cimento, cura, composição e adensamento, adições e a porosidade.
Entre os estudos que comprovam a afirmação anterior, podem-se citar alguns
exemplos:
Na região Amazônica, a corrosão foi registrada como 42,68% das
manifestações patológicas para obras convencionais e 52,63% para obras especiais.
(ARANHA, 1994).
Para o estado de Pernambuco, a corrosão de armaduras corresponde a 64%
das manifestações patológicas registradas, sendo que 41,3% destas foram
registradas em obras situadas em ambientes urbanos e 5,8% em ambientes
marinhos (ANDRADE, 1997).
Nos EUA, 253.000 pontes e viadutos mostram algum tipo de deterioração,
sendo que 35.000 novos casos apresentados a cada ano e que, em ordem de
16

importância, a corrosão de armaduras aparece como as causas de deterioração


mais frequentes e problemáticas (MEHTA, 1994).
Passivação é uma condição de proteção das armaduras do concreto armado,
estas só ficam protegidas da corrosão quando o pH alcalino do concreto está em
torno de 13, caso contrário, esse pH pode ser alterado por ações de agentes
agressivos como o CO2 ou também a presença de íons cloreto, que quando
atingirem a profundidade da armadura ocorre a corrosão do aço.

É de significativa importância que os profissionais do ramo da


construção civil conheçam as causas, os mecanismos e os sintomas da
degradação das estruturas, para uma melhor prevenção do tipo de patologia
ocorrida, com finalidade de que edificações possam ser concebidas,
projetadas e executadas de tal forma que se tornem mais duráveis, segura
e confiáveis, com um custo de manutenção aceitável e com uma vida útil
maior possível (SANTOS, 2012).

Com este trabalho, espera-se contribuir para um melhor entendimento sobre a


frente de carbonatação, que é um tipo de manifestação patológica que ocorre no
concreto, as diferenças de profundidade de carbonatação, em diferentes estruturas
com anos de vida distintos, pois quanto maior a vida do concreto, mais tempo ele
ficou exposto ao CO2, não necessariamente maior será o teor de carbonatação, isso
irá depender de vários fatores, como a maior ou menor exposição ao dióxido de
carbono, o adensamento do concreto, a cura, entre outros que serão tratados no
decorrer do trabalho.
Trata-se de um estudo realizado na região do Cariri, mais especificamente na
cidade de Juazeiro do Norte – CE, pois como se refere a uma área mais urbanizada,
essa região é mais exposta aos agentes agressores do ambiente, ajudando na
obtenção dos resultados que serão adquiridos através do estudo da profundidade de
carbonatação.
,
1.2. Objetivos

1.2.1. Geral

Analisar a frente de carbonatação do concreto em uma estrutura antiga,


sendo esta um prédio abandonado, localizado próximo a Praça Feijó de Sá, Bairro
Triângulo, na cidade de Juazeiro do Norte – CE, comparando com uma estrutura
17

nova, construção de uma igreja, localizada no Bairro Campo Alegre, na mesma


cidade.

1.2.2. Específicos

➢ Pesquisar bibliografias e ensaios de carbonatação já realizados por outros


autores;
➢ Realizar o ensaio de carbonatação in loco do concreto na estrutura de um
prédio antigo e abandonado e na estrutura de uma construção nova;
➢ Comparar os resultados dos ensaios de carbonatação realizados em campo.
18

2. CARBONATAÇÃO

O contato dos gases ácidos do ambiente, como o dióxido de carbono, com a


superfície da face exposta do concreto, é chamado de carbonatação, é um processo
que acontece naturalmente e que consiste na transformação de íons alcalinos do
concreto em carbonatos (KAZMIERCZAK, 1996; NEVILLE, 1997; ROY, 1999).
No ambiente encontra-se quantidades variadas de tipos de gases, dentre
eles, os gases ácidos são encontrados com maior relevância em centros urbanos,
túneis e viadutos.
Dentre os gases ácidos, o principal que pode ser encontrado na atmosfera
tanto em maior, como em menor escala, é o gás carbônico (CO2), também são
encontrados o gás sulfídrico (H2S) e o dióxido de enxofre (SO2), todos esses gases
citados anteriormente é o que ajuda a causar a carbonatação
Também pode ocorrer a carbonatação em ambientes rurais, no qual a
concentração de CO2 atinge níveis em torno de 0,03% em volume; porém se torna
mais significativa em ambientes urbanos, nos quais a concentração desse gás pode
chegar a 1% (NEVILLE 1997).
O processo físico-químico da carbonatação se divide em diversas etapas,
primeiramente o dióxido de carbono penetra nos poros ou fissuras do concreto e
começa a dilui-se na umidade presente na estrutura, formando o composto chamado
ácido carbônico (H2CO3) (TOKUDOME, 2009).
Como apresenta a Figura 1 abaixo:

Figura 1 – Esquema da difusão do CO2 nos poros concreto.

Fonte: Adaptado (TUUTTI, 1982)


19

Posteriormente o ácido carbônico reage rapidamente com alguns


componentes da pasta de cimento hidratada, como o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2),
resultando em água e carbonato de cálcio (CaCO3), conforme a Equação 1. O
hidróxido de cálcio é dissolvido pela água presente na solução dos poros, segundo a
Equação 2.

Equação 1 Ca(OH)2 + CO2  CaCO3 + H2O

Equação 2 Ca(OH)2  Ca2+ + 2OH

O concreto é penetrado pelo gás carbônico e transportado por meio da


difusão em fase gasosa do poro da matriz, assim se dissolvendo na solução aquosa
até entrar em total equilíbrio, conforme a Equação 3 e 4.

Equação 3 CO2 + H2O  H+ + HCO3-

Equação 4 HCO3-  H+ + CO3-

O gás carbônico que foi dissolvido, reage com o Ca(OH)2 também dissolvido,
da mesma maneira que os outros produtos carbonatáveis da pasta de cimento,
conforme a Equação 5.

Equação 5 Ca2+ + CO3-  CaCO

Todas essas equações foram provadas pela pesquisadora Dra. Marvola Piva
Kulakowski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na sua tese para
doutorado, de tema: “Contribuição ao estudo da carbonatação de concretos e
argamassas compostos com adição de sílica ativa”.
O pH do concreto acaba sendo reduzido, pois houve a alteração da estrutura
de poros da pasta de cimento, devido aos produtos resultantes da reação com o CO 2
e hidratação do concreto. Segundo Souza e Ripper (1998), o pH normal fica entre
12,5 a 14 e ao se carbonatar o valor se reduz para inferior a 9, fragilizando o
concreto.
20

A carbonatação se dá início na face exterior da estrutura de concreto armado,


formando a “frente de carbonatação”, que pode ser dividida em três áreas a partir da
superfície de exposição, sendo elas a região carbonatada, a região intermediária,
que consta em processo de carbonatação, e a região mais profunda do concreto,
que ainda não foi carbonatada.
A frente de carbonatação vai avançando ao interior do concreto e se caso
ocorrer dela chegar à armadura, causa a despassivação do aço, assim tornando a
armadura desprotegida e vulnerável ao processo de corrosão da mesma.
O aço é protegido por uma camada, que funciona como filme, de óxidos ricos
em cromo que aderem ao aço, o protegendo da corrosão, a desestabilização desse
filme passivante de óxidos, é chamado de despassivação do aço (NETO, 2013).

2.1. Fatores Influentes da Frente de Carbonatação

Os dois mais importantes fatores da frente de carbonatação são as


exposições no meio em que se encontram, por exemplo, urbano ou rural, e as
características finais do concreto, estes estão diretamente associados à velocidade
e profundidade de penetração da carbonatação no concreto.
Conforme detalhado na Tabela 1 abaixo:

Tabela 1 – Fatores intervenientes na carbonatação do concreto.

Condições de Exposição Características do Concreto

• Concentração de CO2 • Tipo de Cimento e Adições


• Umidade Relativa • Relação água/cimento
• Cura
• Tipo de Agregado
• Execução do Concreto

Fonte: Adaptado (CASCUDO; CARASEK, 2011)


21

2.1.1. Concentração de CO2

O que ocasionam as chances de ataque ao concreto com mais velocidade


são as elevadas concentrações de CO2, sendo em concreto com altos índices de
relação água/cimento a penetração se torna mais rápida ainda. Isto ocorre porque
em ambientes com altos índices de CO2 a agressividade naquele meio será maior,
portanto se torna superior o risco de deterioração da estrutura de concreto.
E em locais referidos “especiais” como túneis, viadutos, garagens, encontra-
se o gás carbônico com valores bem mais elevados que o normal, por serem
ambientes confinados. Então nesses tipos de locais, o gás carbônico tem facilidade
de se acumular, devido à ventilação insuficiente destas áreas.
Abaixo segue a Tabela 2 identificando a classe de agressividade no ambiente:

Tabela 2 – Classificação da agressividade do ambiente.

Fonte: NBR 6118 - 2014.

2.1.2. Umidade Relativa

O que determina o grau de saturação dos poros do concreto é a umidade


relativa do ar. A carbonatação não consegue ocorrer, quando os poros estiverem
totalmente secos ou saturados, pois o CO2 não consegue reagir e se difundir
respectivamente.
Nos locais onde o concreto apresenta poros que estão totalmente secos, a
umidade presente na atmosfera é baixíssima, então o CO 2 tem facilidade para
adentrar nas regiões mais internas do concreto, porém pela falta de umidade, não
22

encontra-se uma quantidade necessária de água para reagir com os componentes


do concreto, a fim de a carbonatação ocorrer. Conforme a Figura 2 abaixo:

Figura 2 – Poros totalmente secos: não ocorre carbonatação.

Fonte: Cascudo (1997) apud Polito (2006).

Nos locais onde o concreto apresenta poros completamente saturados,


devido ao alto teor de água presente, o CO2 tem dificuldade de penetrar no interior
do concreto, por causa da sua baixa velocidade de difusão não é possível ocorrer à
frente de carbonatação. Conforme a Figura 3 abaixo:

Figura 3 - Poros completamente saturados: não ocorre carbonatação.

Fonte: Cascudo (1997) apud Polito (2006).


23

Por fim, nos locais onde o concreto apresenta poros que encontram-se
relativamente preenchidos com água, o CO2 consegue avançar com facilidade,
reagir com a água e os outros componentes do concreto sem dificuldades,
ocorrendo a carbonatação do concreto, podendo despassivar a armadura,
ocasionando a corrosão do aço. Conforme a Figura 4 abaixo:

Figura 4 - Poros parcialmente preenchidos com água: ocorre carbonatação.

Fonte: Cascudo (1997) apud Polito (2006).

Segundo Figueiredo (2005), os maiores graus de carbonatação ocorrem


quando a umidade relativa no ambiente situa-se entre 50% e 60% e em umidades
inferiores a 20% ou superiores a 95%, a carbonatação ocorre de forma lenta ou
simplesmente não ocorre. De acordo com a Figura 5 abaixo:

Figura 5 – Relação entre grau de carbonatação e umidade relativa ambiental.

Fonte: Adaptado (VENUAT & ALEXANDRE, 1969).


24

2.1.3. Tipo de Cimento e Adições

O tipo e quantidade de cimento que são empregados na produção do


concreto estão ligados diretamente a velocidade em que ocorre a frente de
carbonatação, pois isso acaba implicando na quantidade de compostos alcalinos
presentes, que dependendo do cimento terá mais ou menos disponíveis para reagir
com o CO2 presente no ambiente.
Segundo Mehta e Monteiro (1994) e Neville (1997), os cimentos ditos puros,
como o cimento Portland apresentam maiores resistências à carbonatação em
relação aos cimentos com aditivos. Isto é, a velocidade e profundidade da frente de
carbonatação dos cimentos com aditivos são maiores, pois eles têm uma reserva
alcalina disponível menor, facilitando a penetração da frente de carbonatação. Dado
que, o CO2 reage diretamente com os compostos alcalinos do cimento, tais como o
Ca(OH)2, NaOH, KOH e o C-S-H. Exemplos, são os cimentos com adições de
pozolanas e escórias.
Venquiarutto, Isaía e Gastaldini (2002) encontram profundidades maiores de
carbonatação em concretos com adições de maior finura. Quanto mais fina a adição,
mais reativa, reagindo mais rapidamente com Ca(OH)2 e diminuindo a reserva
alcalina do meio, sujeito à carbonatação. Portanto, segundo Neville (1997) e Isaia
(1999), as adições minerais possibilitam refinamento dos poros capilares e dos
grãos, aumentando a sinuosidade dos capilares com a elevação da compacidade da
estrutura cimentícia.
Bauer, Nepomuceno e Pozzan (2001), observaram que quando corpos de
provas carbonatados, que continham sílica ativa, ocorrem uma variação na
distribuição dos poros, assim diminuindo o acesso de água aos poros do material.
De acordo com os estudo de Khunthongkeaw, J.; Tangtermsirikul,
S.;Leelawat, T (2006).

A carbonatação natural e acelerada de concretos com adições de


diferentes tipos de cinza volante conclui-se que, em elevados teores de
substituição, superiores a 25%, ocorreram um aumento da velocidade de
carbonatação. Já em teores inferiores a 10%, contudo, esse aumento foi
insignificante, quando comparado a um concreto convencional sem adição

E em estudos realizados por Parrott (1987), a profundidade de carbonatação


em cimentos com adições de filler calcário e escória de alto forno é mais sensível à
influência do tipo de cimento do que às condições de cura.
25

Portanto, o avanço da frente de carbonatação e a concentração de hidróxido


de cálcio nos poros do concreto, dependem do tipo de cimento utilizado, de
acréscimos de aditivos ou não, da relação água/cimento e do seu grau de
hidratação. Por exemplo, o silicato tricálcio que tem um alto calor de hidratação, faz
com que o concreto possa fissurar e abrir caminho para o CO 2 penetrar no seu
interior.

2.1.4. Relação água/cimento

O fator água/cimento está intimamente relacionado com a quantidade e


tamanho dos poros do concreto endurecido e com as propriedades mecânicas finais
do material. Quanto maior a relação a/c, maior será a porosidade e a permeabilidade
de um concreto, e consequentemente, mais facilmente o CO 2 poderá difundir-se
através do concreto (MONTEIRO, 2002)
A água que é utilizada na execução do concreto serve para reagir
quimicamente com as partículas do cimento, acarretando seu endurecimento,
facilitando o adensamento e expelindo as bolhas de ar contidas no interior do
concreto, assim permitindo um bom acabamento e controlando a trabalhabilidade do
concreto, ou seja, dar plasticidade ao mesmo no meio tempo em que estiver úmido.
Segundo Azañedo, Helard e Muñoz, (2007) apud Monteiro (2010), em uma
mistura, ainda fresca, com pouquíssima quantidade de água, acarreta uma massa
sem consistência, dura, não trabalhável e com baixa resistência. No concreto já
endurecido, como os poros estarão quase vazios, o CO2 penetrará com facilidade
para seu interior, porém não irá conseguir reagir com os componentes do concreto,
pois não terá uma quantidade mínima de água necessária para que a reação ocorra.
Já uma mistura com elevada quantidade de água acaba gerando uma pasta,
na qual sela os vazios e lava o cimento da superfície do agregado, porém com baixa
resistência também. Os poros do concreto estarão totalmente saturados, impedindo
a infiltração do CO2, deixando-o com uma velocidade de difusão insignificante, assim
não ocorrendo a carbonatação.
Quanto maior a relação a/c, maior será a porosidade e a permeabilidade de
um concreto, e consequentemente, mais facilmente o CO2 poderá difundir-se através
do concreto (MONTEIRO, 2002). Por conseguinte, terá uma menor resistência a
compressão.
26

Segundo pesquisas de Lian e Zhuge (2010) apud Monteiro (2010), foram


estudadas as relações de água/cimento entre 0,30 e 0,38 e concluíram que para
relação água/cimento maior que 0,34 a resistência a compressão diminui e a
permeabilidade aumenta. Os melhores resultados foram obtidos a 0,32 e não se
recomenda relação água-cimento menor que 0,30.
A Figura 6 abaixo mostra o gráfico da variação da profundidade de
carbonatação (mm) em função da variação da relação a/c para um concreto de 350
kg de cimento por m3 de concreto e de igual composição, após três anos de ensaios.

Figura 6 – Influência da relação a/c sobre a profundidade de carbonatação.

Fonte: Figueiredo (2005).

Sabe-se que, a carbonatação diminui com o aumento da resistência mecânica


do concreto. A profundidade de carbonatação em um concreto de 40 MPa será de 5
mm aos 4 anos, e 10 mm aos 16 anos. Entretanto, em um concreto de 20 MPa, será
de 5 mm aos 1,5 anos, e 10 mm aos 2 anos (NEVILLE, 1997 e POLITO, 2006).
27

Tabela 3 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto.

Fonte: NBR 6118 - 2014.

2.1.5. Cura

A cura é o conjunto de medidas necessárias que são tomadas para que se


evite ocorrer evaporação da água no concreto de forma rápida, o concreto fica sob
uma camada de água, por um determinado intervalo de tempo, durante esse
período, ocorrem às reações iniciais de hidratação e endurecimento do cimento.
Esse intervalo de tempo adotado varia de ambiente para ambiente, pois dependem
diretamente da temperatura, umidade, concentração da exposição e condições das
propriedades dos materiais utilizados.
Em cimentos com misturas e aditivos, como pozolanas e escórias de alto-
forno, se torna mais importante o processo de cura, pois como visto anteriormente,
neles a facilidade de ocorrer à frente de carbonatação são maiores. Para que o
aglomerante possa conseguir desenvolver resistência, antes de a estrutura
manifestar tensões de tração nas superfícies das peças, é necessário assegurar por
um tempo adequado, água suficiente para ocorrer às reações de hidratação.
Uma cura mal feita gera fissuras, de variadas dimensões, assim essas micro
aberturas facilita a entrada do CO2, tornando mais fácil o avanço com rapidez da
frente de carbonatação no concreto. Portanto, percebe-se que a cura tem grande
influência na velocidade da carbonatação.
Segundo Figueiredo (2005), Silva (1995) apud Polito (2006), com um tempo
de cura maior e uma excelente eficiência no método a ser aplicado nas estruturas,
28

as propriedades do concreto serão melhores, pois o cimento estará com um grau de


hidratação maior, consequentemente, a porosidade e a permeabilidade do concreto
menor será, reduzindo as refrações que costumam ocorrer durante a secagem da
estrutura, evitando o aparecimento de fissuras.

2.1.6. Granulometria do Agregado

O agregado miúdo quanto mais fino, maior será a sua superfície específica,
assim necessitando de mais água para deixar o concreto mais trabalhável. Por
conseguinte, o uso de agregados maiores necessitará de menos água para o
concreto chegar a ser trabalhável.

2.1.7. Execução do Concreto

Uma boa execução do concreto resulta em atender as suas características,


de resistência à compressão, pega, trabalhabilidade e impermeabilidade, o que faz a
edificação ser estável e mais durável. Serão abordados os fatores que influenciam
na boa execução, como a mistura dos componentes da pasta, trabalhabilidade,
transporte, lançamento e adensamento.

➢ Mistura dos componentes da pasta

Mistura dos agregados graúdos, miúdos, aglomerantes, aditivos (opcional) e


água, formando uma massa homogênea, de forma que garanta uma boa resistência
e trabalhabilidade. Um concreto bem trabalhável facilita a concretagem e depois de
endurecido se torna impermeável, portanto dificulta a passagem de CO 2 para seu
interior.
A mistura pode ser feita de modo manual e mecânica. A norma NBR
12655:2006 descreve as etapas de como preparar o concreto.
Deve-se evitar a mistura feita de forma manual, pois no decorrer da obra
necessitará de diversas massadas, tornando-as heterogêneas umas das outras.
Essa forma de mistura é apenas aceitável para obras de porte pequeno ou de pouca
importância.
29

Em concretos usinados deve-se coletar amostras de cada caminhão betoneira


para realização de ensaios em laboratórios, de resistência e o slump test.
Segundo Neville (1982), ressalva-se que não existem regras especifica para a
ordem certa de carregamento dos materiais na betoneira, pois as recomendações
variam de acordo com as propriedades da mistura e do misturador. Em canteiros de
obras, geralmente coloca-se primeiramente uma pequena quantidade de água,
seguida de todos os materiais sólidos, recomenda-se um carregamento uniforme e
simultâneo, quando possível, a maior parte da água deveria ser colocada também
ao mesmo tempo, o restante da água deve ser lançada depois dos sólidos.

Foi verificado que em algumas betoneiras do tipo contracorrente,


em laboratório, de misturas muito duras, coloca-se primeiramente areia,
uma parte do agregado graúdo e cimento, depois a água, por fim, o restante
do agregado graúdo, com a finalidade de desmanchar as pelotas de
argamassa que são formadas. (NEVILLE, 1982)

➢ Transporte

Segundo Azevedo (1977), a forma como o concreto será transportado até as


fôrmas deve ser de modo seguro e rápido, mantendo a homogeneidade do material,
evitando a sua segregação, ou seja, a separação destes, assim impedindo o
concreto de atingir a uniformidade. Esse transporte pode ser na direção horizontal,
vertical e oblíqua.
O tipo de transporte que será utilizado dependerá do tipo de construção,
volume, localização e altura. Para poucas distâncias pode-se utilizar do carrinho de
mão, para longas distâncias e alturas, o transporte é feito por caminhão betoneira,
com cuidados no tempo em que o caminhão percorre da usina até o local de
descarregamento, para o concreto chegar com uma boa trabalhabilidade e antes do
início da pega.

➢ Lançamento

O concreto deve ser lançado de forma cuidadosa para evitar também a


segregação, separando os agregados graúdos mais pesados dos demais, formando
às “bicheiras”. Uma vez iniciada o lançamento terá que ser finalizado, o prazo não
30

pode se estender por mais de uma hora, pois afeta na sua trabalhabilidade e
resistência final.
Segundo Marcelli (2007) e Ripper (1999), a altura mínima de lançamento não
pode ser superior a 2,0 m; não pode ocorrer após o início da pega do concreto,
deve-se ser lançado de uma forma uniforme dentro das fôrmas, evitando
concentrações indesejadas. Caso a peça concretada ultrapasse essa altura, deve-se
abrir janelas laterais nas formas, utilizando funis, trombas e calhas para facilitar o
processo de concretagem. Assim não ocorrendo à segregação deixando vazios na
peça porosa e a armadura exposta aos agentes agressivos.

➢ Adensamento

Existem duas formas de adensamento, por meio manual e mecânico. Seu


objetivo é retirar ou diminuir ao máximo os vazios presentes na massa do concreto,
o deixando mais denso e compactado possível, reduzindo a sua porosidade
(MARCELLI, 2007). Abaixo segue a tabela da influência da porcentagem de vazios e
a resistência do concreto.

Tabela 4 – Relação de porcentagem de vazios e a resistência do concreto.

Fonte: BAUER, 2000

Ainda segundo Marcelli (2007), o adensamento manual não é indicado, pois


apresenta maior falha na execução, é utilizado em obras de pequeno porte, com o
auxílio de um socador, podendo ser uma barra de ferro, que executa golpes no
concreto até apresentar uma camada lisa.
O adensamento com o vibrador de imersão é o mais utilizado e recomendado
devido a sua eficiência, ele retira todo o vazio do concreto, porém necessita de mão
de obra especializada. Deve-se atentar ao tempo de vibração, não pode vibrar o
concreto em excesso, pois ocorre a segregação dos materiais e exsudação da água,
31

ou seja, os agregados ficam submersos e é formada uma superfície de água de


adensamento.
A Norma NBR 14931 estabelece critérios para o adensamento mecânico ou
manual:

➢ Evitar a vibração da armadura para não prejudicar a aderência com o


concreto;
➢ No adensamento manual as camadas não podem ter alturas superiores a
20 cm;
➢ No adensamento mecânico com vibradores de imersão, a altura das
camadas não deve ultrapassar ¾ do comprimento da agulha;
➢ Tanto a falta como o excesso de vibração são prejudiciais ao concreto;
➢ O vibrador deve ser aplicado na posição vertical;
➢ Fazer a vibração em um maior número possível de pontos da peça
concretada;
➢ A retirada do vibrador deve ser lenta e mantendo-o sempre ligado;
➢ Não permitir que o vibrador entre em contato com as fôrmas para evitar o
aparecimento de bolhas de ar;
➢ Para um bom adensamento é necessário estabelecer um plano de
lançamento adequado às necessidades da peça concretada.

Atendendo todos esses requisitos da execução do concreto, a peça


apresentará uma maior durabilidade e resistência tanto físicas quanto a passagens
para invasão dos agentes agressivos para seu interior, podendo a vir causar a
carbonatação.
32

3. MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia experimental realizada nesta pesquisa tem como objetivo


apresentar os equipamentos utilizados em campo e a realização dos procedimentos,
com o intuito de contribuir para o conhecimento da variabilidade da profundidade de
carbonatação em duas estruturas com idades diferenciadas expostas ao CO2.
O procedimento compreendeu na realização de ensaio semi-destrutivo em
campo, como o da profundidade de carbonatação, já que é preciso quebrar uma
pequena parte da estrutura para realização do experimento.
Os ensaios foram realizados em pilares da estrutura de concreto armado,
perfurando-os de modo a chegar à armadura, para aplicação da solução de
fenolftaleína e visualizar a profundidade da frente de carbonatação.

3.1. Descrição das estruturas

3.1.1. Estrutura Antiga

Foi escolhido um prédio antigo abandonado, que ocupa um quarteirão,


próximo a Praça Feijó de Sá, Bairro Triângulo, na cidade de Juazeiro do Norte.
Como pontos de referência, o prédio encontra-se vizinho ao Hospital das Clínicas e
Fraturas do Cariri e ao Posto de gasolina BR Petrobrás. Observa-se que está
localizado em uma área urbana, com presença de grande movimentação de
veículos, por conta da principal entrada da cidade.

Figura 7 – Localização da Estrutura Antiga.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.


33

Figura 8 – Estrutura Abandonada.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Por se tratar de uma construção abandonada, não foi possível obter nenhum
registro técnico de materiais empregados, método de execução, controle de
qualidade, processo de cura do concreto, a idade do mesmo.
O prédio consiste em uma área total de 1.709,81 m2 e perímetro de 187,35 m
aproximadamente. Compreende uma edificação térrea, mais um pavimento em
estrutura de concreto armado, com blocos de vedação de tijolo cerâmico, laje
impermeabilizada. As dimensões dos pilares compreende 18x48 cm com
recobrimento de 1 à 1,5 cm, não sendo possível saber a especificação do traço.
A classe de agressividade onde essa estrutura está localizada é moderada,
de acordo com a Tabela 2.

3.1.2. Estrutura Nova

Construção de uma Igreja localizada no Loteamento Green Park, Quadra F,


Bairro Campo Alegre, em Juazeiro do Norte – CE, próxima a indústria de calçados
Newway e após o Parque de Eventos Padre Cícero.
Edificação recente, com 4 meses que foi iniciada, estrutura de concreto
armado, com blocos de vedação de tijolos cerâmicos, com informação que a coberta
será de telhas cerâmicas. Os materiais utilizados na construção são fornecidos
34

através de doações, portanto não sendo possível identificar a qualidade dos


mesmos.

Figura 9 – Estrutura nova, obra da Igreja Santa Margarida.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Dimensões dos pilares compreende 15x40 cm, houve o processo de cura dos
pilares, traço informado do concreto 1:2:3; adensamento manual, não utilizando o
vibrador de imersão, recobrimento de 3 cm e a classe de agressividade do ambiente
onde a construção está localizada, também é moderado, de acordo com a Tabela 2,
porém com concentrações de CO2 diferenciada da estrutura antiga.

3.2. Equipamentos utilizados

➢ Furadeira elétrica;
➢ Marreta;
➢ Talhadeira;
➢ Régua Graduada em milímetros;
➢ Aspesor;
➢ Solução alcoólica de fenolftaleína a 1% (composta de 1g de fenolftaleína +
50g de álcool + 50g de água).
35

As réguas graduadas utilizadas foram comparadas a uma trena aferida e


certificada pelo INMETRO (ver Anexo).
De acordo com as Figuras 10, 11 e 12 abaixo:

Figura 10 – Trena aferida utilizada para comparação com as réguas.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Figura 11 – Régua simples comparada com a trena aferida.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Figura 12 – Régua metálica comparada com trena aferida.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.


36

3.3. Metodologia do ensaio

O primeiro passo procedeu selecionar os pontos em pilares a serem


ensaiados, onde foram realizadas as medições e comparados os resultados, optou-
se escolher pilares de forma aleatória, por estarem localizados em áreas de melhor
acesso. Esses pontos marcados estão de acordo com a posição longitudinal em que
a armadura dos pilares de concreto se encontram, essas armaduras foram
localizadas com o auxílio da régua graduada, sendo escolhidas medições próximas
aos cantos dos pilares.
Posteriormente os pontos foram identificados e localizados em um croqui
esquemático, como forma de organização dos dados e amostras realizadas.
Na edificação abandonada foram escolhidos 10 pontos em pilares distintos, 6
pontos em pilares do térreo e 4 em pilares do pavimento superior, por serem áreas
com acessibilidade e com finalidade de observar se a profundidade de carbonatação
tem variação significativa, por estarem em pavimentos distintos.
As Figuras 13 e 14, a seguir ilustram os pilares escolhidos para o ensaio de
carbonatação.

Figura 13 – Pilares escolhidos para o ensaio, estrutura antiga térreo.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.


37

Figura 14 – Pilares encolhidos para o ensaio, estrutura antiga andar superior.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Na obra da igreja, também foram escolhidos 10 pontos aleatórios distintos.


Concreto em perfeito estado com apenas 4 meses, conforme apresentam as Figuras
15 e 16 a seguir.

Figura 15 – Planta baixa com localização dos pilares, estrutura nova.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.


38

Figura 16 - Faces escolhidas para ensaio, estrutura nova

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Após a localização dos pontos a serem ensaiados, deu-se o início da


execução das aberturas dos pilares nos locais escolhidos. Na estrutura antiga, foi
utilizado da talhadeira e marreta para o rompimento da superfície do concreto até
chegar às armaduras. Não foi possível aberturas com dimensões exatas, pois a
argamassa de revestimento soltava-se facilmente e o concreto foi rompido utilizando
a força braçal. Na estrutura nova utilizou-se apenas a furadeira, com aberturas de
profundidade de aproximadamente 8 cm. Esses locais das perfurações tiveram em
conta a posição das armaduras, que foram localizadas através da régua graduada.
Vale observar, em relação à estrutura nova, que por se tratar de uma
construção em andamento, as aberturas realizadas terão que ser reparadas,
portanto no momento da perfuração, recomenda-se furar mais 2 cm livre atrás das
armaduras, para na reparação com a argamassa de preenchimento, esta possa fixar
e ter aderência com a armadura.
A superfície rompida deve ser limpa corretamente, com um pincel para
garantir a credibilidade dos resultados do ensaio, para evitar ter resíduos de pó em
zonas indesejáveis. Na estrutura antiga, foram encontrados alguns pilares com
concreto desplacado, com isto, alguns ensaios foram feitos nestes locais, evitando a
realização de novas aberturas sem necessidade.
Por meio de um borrifador, com solução composta por 1g de fenolftaleína,
50g de álcool e 50g de água, aplicou nas aberturas dos pilares, nas áreas rompidas
39

da estrutura antiga e nos furos do interior da superfície da estrutura nova e verificou


a sua coloração.
Se uma determinada área do concreto não estiver carbonatado, sua
coloração será diferenciada, assim podendo ser medida a profundidade da frente de
carbonatação.
Não existem normas de como deve ser realizado o ensaio de carbonatação,
apenas de como deve ser efetuado o procedimento de execução do concreto.
40

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a aplicação da solução de fenolftaleína no concreto, ele poderá se


apresentar em duas cores distintas. A superfície incolor ocorreu a carbonatação,
pois houve o contato do dióxido de carbono com a superfície exposta do concreto,
diminuindo seu pH. Já a superfície com um tom rosado/roxo, não ocorreu o processo
de carbonatação, isso pelo fato de que o dióxido de carbono ainda não ter entrado
em contato naquela parte rosada do concreto, portanto não ocorrendo reação
naquela área e a resistência do concreto permanecendo a mesma.

4.1. Estrutura Antiga

Ensaio realizado no dia 03/06/2017. O prédio abandonado apresentou alguns


pilares com pequenas frentes de carbonatação, em outros a carbonatação chegava
até as armaduras com agentes agressivos penetrando para o interior do concreto.
Como se pode notar nas Figuras 17 e 18.
Na Tabela 5, estão apresentadas os resultados das medidas da profundidade
da frente de carbonatação, referentes aos 10 pilares ensaiados, não sendo possível
conseguir todas as medidas com exatidão, isso devido à irregularidade do
rompimento dos pilares.

Tabela 5 – Dados da profundidade dos ensaios da frente de carbonatação.

ESTRUTURA ANTIGA

0,5 cm com inicio de


Pilar 1 Pilar 6 1 cm
carbonatação na armadura

0,5 cm com inicio de 0,5 cm com início de agentes agressivos


Pilar 2 Pilar 7
carbonatação na armadura penetrando no interior do concreto

Início de agentes agressivos penetrando


Pilar 3 Todo carbonatado Pilar 8
no interior do concreto

Pilar 4 Todo carbonatado Pilar 9 1 cm

1,5 cm com início de agentes agressivos


Pilar 5 Todo carbonatado Pilar 10
penetrando no interior do concreto

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.


41

Figura 17 – Pontos ensaiados da estrutura antiga. Pilares de 1 a 6.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.


42

Figura 18 – Pontos ensaiados da estrutura antiga. Pilares de 7 a 10.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Os resultados estão detalhados na Tabela 5. Houve uma variação de


profundidade de carbonatação de 10 mm, os pilares 3, 4 e 5 foram os que tiveram
maior índices de carbonatação, pois eles estão completamente carbonatados.
43

Notou-se que alguns pilares do térreo estão mais carbonatados do que os


pilares do pavimento superior, isso ocorreu devido à umidade, pois os índices de
infiltrações e intempéries de chuvas no andar superior são maiores, portanto os
poros do concreto podem estar mais saturados, dificultando a passagem do CO2 e
não ocorrendo as reações necessárias para resultar na carbonatação do concreto.
Em uma estrutura carbonatada, o pH do concreto é alterado, sendo reduzido,
provocando uma menor resistência do concreto. Portanto, a estrutura pode vir
apresentar outras patologias, sendo capaz de desmoronar, causando sérios
acidentes.

4.2. Estrutura Nova

Ensaio realizado no dia 10/05/2017. De acordo com as Figuras 19, 20 e 21,


pode-se observar que os pilares da construção da igreja não apresentaram frente de
carbonatação, ou seja, o pH do concreto permanece o mesmo, não sendo alterado
em consequência das reações dos componentes do cimento e agentes agressivos.
Por ser tratar de estrutura recente, com apenas 4 meses de duração, não teve tanta
exposição aos agentes agressores do meio ambiente e sua localização distante do
centro urbano, todos esses citados contribuem para uma não formação da frente de
carbonatação nessa estrutura.

Figura 19 – Pontos ensaiados da estrutura nova. Pilares de 1 a 3.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.


44

Figura 20 – Pontos ensaiados da estrutura nova. Pilares de 4 a 6.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.

Figura 21 – Pontos ensaiados da estrutura nova. Pilares de 7 a 10.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2017.


45

CONCLUSÃO

Com base nos estudos realizados e resultados obtidos, a propagação da


frente de carbonatação possui variados fatores de influência, como a concentração
do CO2, umidade do ar, relação a/c, a forma em que o concreto foi executado, se
houve o processo de cura, temperatura do ambiente, a idade em que a estrutura se
encontra.
Verificou-se que existe carbonatação apenas nos pilares da estrutura antiga,
foram levados em conta apenas os fatores como a exposição ao CO 2 e idade da
estrutura. O prédio abandonado localiza-se em uma área totalmente urbanizada,
diferente da obra da igreja que fica próximo as zonas mais rurais, assim por lógica, a
presença de CO2 entre as duas áreas são distintas.
Alguns pilares da estrutura antiga apresentavam fissuras, essas facilitam a
difusão do dióxido de carbono, acelerando o processo de carbonatação do concreto.
Observou-se que nos ensaios realizados no pavimento superior da edificação
antiga, apresentou uma profundidade de carbonatação menor do que no pilares do
térreo, isso devido à umidade, pois o andar superior está sujeito a infiltrações e
intempéries de chuvas, dificultando a difusão da carbonatação. Porém existia a
presença da corrosão nas armaduras, de acordo com a bibliografia não é preciso ter
a despassivação da armadura, para que cause a corrosão da mesma.
A análise da frente de carbonatação oferece resultados teóricos e de ordem
prática, com estudos direcionados não á apenas a sua profundidade, mas ao
diferente comportamento em cada tipo de estrutura, resistência da mesma, o tipo de
concreto utilizado.
Vale ressaltar que a estrutura nova irá ou poderá se carbonatar, pois os
cuidados relatados durante este trabalho não foram atendidos, não se sabe a
qualidade dos materiais, a mistura do concreto que foi realizada em obra, sem
exatidão na medida do traço e relação a/c, não houve um adensamento mecânico,
portanto podendo haver vários vazios no seu interior. O fato dessa edificação não
estar carbonatada, pode ser devido a sua idade de 4 meses, não estando exposta
aos agente agressivos presentes no ambiente por uma faixa de duração para vir ao
aparecimento de patologias. Portanto, futuramente esta estrutura poderá a vir a ser
carbonatada.
46

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

➢ Aprofundar os estudos sobre a frente de carbonatação das estruturas de


concreto armado em relação à difusão do CO2 através do concreto;
➢ Agressividade ambiental com relação à carbonatação na região do Cariri
(Concentração de CO2 ambiente e umidade relativa do ar);
➢ Agressividade ambiental com relação à carbonatação em situações
particulares de exposição.
47

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ANEXOS

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