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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Engenharia Civil
Trabalho de Conclusão de Curso

ANÁLISE COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO


AFERIDA POR MÉTODOS NÃO DESTRUTIVOS

Autor: Caio Henrique Santos Santana


Rodrigo Manzan Miranda
Orientador: Msc. Nielsen José Dias Alves

Brasília - DF
2016
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CAIO HENRIQUE SANTOS SANTANA & RODRIGO MANZAN MIRANDA

ANÁLISE COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AFERIDA POR


MÉTODOS NÃO DESTRUTIVOS

Artigo apresentado ao curso de graduação em


Engenharia Civil da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para a
obtenção de Título de Bacharel em Engenharia
Civil.

Orientador: MSc. Nielsen José Dias Alves

Brasília
2016
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Artigo de autoria de Caio Henrique Santos Santana e Rodrigo Manzan Miranda, intitulado
“ANÁLISE COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AFERIDA POR
MÉTODOS NÃO DESTRUTIVOS”, apresentado como requisito parcial para obtenção do
grau de Bacharel em Engenharia Civil da Universidade Católica de Brasília, em (17/06/2016),
defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

__________________________________________________

Prof.MSc. Nielsen José Dias Alves


Orientador
Curso de Engenharia Civil – UCB

__________________________________________________

Prof. DSc. Jorge Antonio da Cunha Oliveira


Examinador
Curso de Engenharia Civil – UCB

Brasília
2016
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DEDICATÓRIA

Dedicamos esse artigo aos nossos familiares,


amigos e a todos os professores que nos
ajudaram em nossa trajetória. Àqueles que nos
ensinam, muito mais que teorias, que nos
preparam também para a vida, todo o nosso
carinho e gratidão.
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AGRADECIMENTOS – Caio Henrique

Primeiramente agradeço a Deus, pela vida. Por renovar a cada momento a minha força e
disposição e pelo discernimento concedido ao longo dessa jornada.

É difícil agradecer todas as pessoas que de algum modo, nos momentos serenos e ou
apreensivos, fizeram ou fazem parte da minha vida, por isso primeiramente agradeço à todos
de coração.
Aos meu pais Emilio e Solange, pelo amor e carinho incondicional que sempre
demonstraram por mim, por todo exemplo de vida que foi base da formação do meu caráter,
por sempre incentivarem meus estudos e tornarem o sonho de toda essa jornada acadêmica
realidade. À minha irmã Isabela pelo amor, companheirismo e todas noites de sono perdidas
para me escutar.
Aos meus primos, demais familiares e todas as pessoas que participam da minha vida
de forma constante e intensa, pelo apoio e incentivo.
Aos amigos que compreenderam a minha ausência, me deram força, ajuda no
desenvolvimento do trabalho e palavras de carinho.
Agradeço aos professores que desempenharam com dedicação as aulas ministradas.
Ao Professor Nielsen que mesmo muito atarefado se fez disposto para orientação deste
artigo e todo conhecimento transmitido ao longo do curso.
A diretora e professora Glauceny, pelo carinho, ajuda e receptividade que sempre teve
ao me receber, saiba que todos os sentimento são recíprocos.

Assim como meu amigo Manzan agradeço aos amigos da Iconstruction, que tive o
prazer de conhecer na faculdade e tenho certeza que levarei para o resto da vida. Sucesso para
todos nós.

E não poderia faltar, um muito obrigado ao meu parceiro de projeto final, por toda
ajuda e cumplicidade em todas as vastas horas destinadas a esse trabalho.

Obrigada a todos que acreditaram em mim e me ajudaram na realização deste sonho.


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AGRADECIMENTOS – Rodrigo Manzan

Agradeço primeiramente a Deus, razão principal do até então sucesso em minha caminhada.

À minha mãe, pelo apoio, carinho e confiança incondicionais.

À minha irmã, por toda sua ajuda, dicas e apoio sempre constantes.

Ao meu pai, pelo suporte e confiança inabaláveis.

Aos meus tios e prima, futuros colegas de profissão, pelas orientações e conselhos.

À toda minha família, por formar à fundação de todas minhas presentes e futuras conquistas.

À todos que me ajudaram, direta ou indiretamente na realização deste trabalho e na


caminhada até esse momento.

Aos professores e à toda instituição de ensino superior, pelo apoio, ensinamentos e exemplos
transmitidos.

À todos os profissionais envolvidos na coleta de dados dentro do estágio, base para este
trabalho, vocês foram de fundamental importância e toda a colaboração foi essencial para a
realização deste.

Aos amigos da Iconstruction, feitos durante essa etapa da minha vida, obrigado pelas
essenciais ajudas, desejo o mais brilhante futuro para todos vocês.

E finalmente ao meu parceiro de projeto final, pela paciência, ajuda e pelas horas necessárias
para a realização deste trabalho.
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ANÁLISE COMPARATIVA DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AFERIDA POR


MÉTODOS NÃO DESTRUTIVOS.

CAIO HENRIQUE SANTOS SANTANA & RODRIGO MANZAN MIRANDA

RESUMO

O ensaio de rompimento à compressão do testemunho diretamente extraído é, hoje em


dia, o método de análise mais eficaz para obtenção de sua resistência, porém, por ser um
método destrutivo, envolve a retirada de amostras de uma estrutura já construída. Como
alternativa, existem os diversos métodos não destrutivos, que evitam ou diminuem os
transtornos das extrações diretas. Desta forma, objetiva-se a comparação das estimativas feitas
pelos métodos não destrutivos com a determinação da resistência através do rompimento à
compressão do testemunho. Fazendo uso de normas brasileiras, trabalhos internacionais e
tabelas de fabricantes, buscou-se também a comparação de maneiras distintas de cálculo da
resistência compressiva aproximada, de modo a obter resultados que demonstrem a possível
viabilização da utilização dos meios não destrutivos.

Palavras-chave:Esclerometria. Ultrassom. SonReb. Ensaios não destrutivos.


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1. INTRODUÇÃO

O concreto hoje é o segundo recurso mais utilizado no mundo, perdendo somente para
água, no Brasil, pela abundância dos seus materiais constituintes e pela facilidade de sua
utilização, sua aceitação não é diferente. Na área estrutural sua principal utilização é como
concreto armado, estrutura que possui em seu interior armações em aço, enquanto a mistura
de cimento e agregados resiste bem às forças compressivas, as barras de aço compensam sua
menor resistência às forças tracionantes.
Quando corretamente executadas, estruturas de concreto armado como vigas, pilares e
lajes, trabalham combatendo diversos esforços impostos nos mais variados tipos de
edificações, mas infelizmente, mesmo sendo um material de relativa facilidade de utilização,
os requisitos mínimos como dosagem correta dos constituintes, respeito ao fator
água/cimento, cura, conferência da posição da ferragem e vibração do concreto nem sempre
são executados de acordo com as normas técnicas.
Por diversas vezes, em visitas à canteiros de obras, encontramos divergências
construtivas quando comparado ao projeto executivo. Sejam essas diferenças problemas
executivos, interpretativos ou erros de compatibilização, alterações em peças estruturais
necessitam de um maior cuidado e atenção pois podem levar a grandes riscos na estabilidade
da estrutura.
A engenharia civil, uma das mais importantes integrantes das ciências exatas, é
também uma das áreas profissionais que visa a segurança e qualidade de seus serviços, neste
quesito, questões como projetos bem elaborados, qualidade da execução e materiais de boa
qualidade são fundamentais. Recursos financeiros e de materiais devem ser bem aproveitados,
de maneira que, para diminuirmos o desperdício de materiais e a geração de RCC (resíduos da
construção civil), devemos nos esmerar na qualidade técnica da elaboração de projetos e nas
suas execuções.
Devidoa possíveis erros ou divergências na execução de elementos estruturais, como
já citado, algumas vezes se faz necessário uma análise ou conferência do concreto de tais
elementos. O método mais confiável e seguro para análise da resistência à compressão do
concreto estrutural já executado é a realização da extração direta de corpos de prova.Porém,
para realização desse ensaio, problemas podem ser detectados, como barras de aço muito
juntas ou muito próximas da superfície de início da extração, a retirada de amostrasde peças
de sustentação, possível geração de um grande volume de entulho, decorrentes da quebra de:
alvenaria, instalações e revestimentos para exposição da estrutura.Seja qual for o transtorno,
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são contratempos desagradáveis e evitáveis, que gerarão retrabalhos e custos adicionais a


obra.
É nesse âmbito de investigação de grandes ou pequenos problemas estruturais que
surge a importância do tema deste trabalho. Como alternativa para os ensaios diretos, existem
os indiretos, opções de pré-análise, não destrutivos, que prometem, entre outras coisas,
estimar a resistência compressiva do concreto sem a excessiva necessidade de extrações ou
quebras de materiais.
Dessa forma, a partir da pesquisa e compreensão dos métodos, análise e cálculo das
resistências e execução de tabelas comparativas, objetivamos a comparação de três métodos
de avaliação da resistência compressiva do concreto – Pulso ultrassônico, Esclerometria e
ométodo “SonReb”, com o resultado aferido pela extração direta e o Fck de
projetoestabelecido.Os resultados obtidos para execução desse trabalho foram retirados de
uma edificação localizada em Águas Claras - Distrito Federal.

2. JUSTIFICATIVA

A extração de testemunhos, para ensaios em geral, em peças estruturais já executadas,


muitas vezes demandam a retirada de revestimento para exposição da estrutura, quebra de
alvenaria e produção de grande volume de entulho. Como alternativa, os métodos não
destrutivos ganham em tempo e facilidade de execução, mas podem deixar a desejar na
precisão de seus resultados. Diante deste cenário, será exposto uma comparação de resultados,
obtidos por meio de ensaios realizados em pilares de um prédio no Distrito Federal.
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3. CONTEXTUALIZAÇÃO

Nos próximos itens serão descritos os assuntos pertinentes ao conhecimento detalhado


neste trabalho.

3.1 Extração de testemunhos

Método destrutivo de análise da resistência à compressão do concreto, a extração do


testemunho na maioria das vezes é vinculada a problemas no concreto utilizado.
Para fins de avaliação da resistência à compressão, o método mais preciso e confiável
é a extração dos testemunhos de concreto. Essa extração deve ser feita na direção ortogonal à
de lançamento, a uma distância mínima de um diâmetro do exemplar das juntas de
concretagem, afim de preservar a segurança da estrutura. Também com objetivo de
preservação, vale salientar que não podem ser cortadas armaduras, deve-se consultar o projeto
estrutural e se necessário fazer a utilização do pacômetro.
Sendo um dos principais problemas desse ensaio, a superfície da estrutura precisa ser
preparada, retirando qualquer eventual revestimento. É preciso utilizar broca rotativa ou
oscilante, sempre refrigerada com água. O diâmetro do exemplar deve ter 15 cm, quando não
possível nunca deverá ser menor que três vezes a dimensão máxima característica do
agregado graúdo.
É importante ressaltar que testemunho é diferente de corpo de prova moldado, onde
um é extraído de uma estrutura existente e o segundo é moldado antes da concretagem da
estrutura ainda com concreto fresco. Por isso, diferente do corpo moldado, no testemunho são
necessárias as correções utilizando os coeficientes k1, k2, k3 e k4.

3.2 Pulso ultrassônico (Ultrassom)

O ensaio de ultrassom é baseado no tempo necessário para o pulso ser emitido por um
sensor em uma face do material e ser captado por outro sensor em uma face oposta (leitura
direta), dessa forma, devido apropagação do som ocorrer mais rapidamente em meios sólidos,
concretos com maiores quantidades de bolhas de ar internas terão um tempo de propagação
superior a peças mais densas.
O ensaio por ultrassomé um método não destrutivo, que consegue atender várias
possibilidades de medições, a medição tradicional do tempo de percurso e velocidade do
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pulso, a medição de extensão de percurso da onda, medição de profundidade de fissura


perpendicular e medição da velocidade de superfície. Porém para análise deste trabalhoserão
utilizadosapenas os dados tradicionais de velocidade do pulso.
A velocidade com que um pulso ultrassônico propagaem um material depende da sua
densidade e de suas propriedades elásticas, que podem ser relacionadas com a qualidade e a
resistência à compressão do concreto. Portanto, o teste ultrassônico, assim como a maioria dos
ensaios não destrutivos, tem por objetivo diminuir o grau de incerteza em peças de
sustentação.

3.3 Martelo para teste em concreto (Esclerômetro)

De acordo com a ABECE (2011), o ensaio com esclerômetro analógico ou digital se


baseia no princípio do ricochete (a massa elástica depende da superfície com a qual ela
colide), ou seja, é mensurado o retorno de uma força após seu impacto com uma superfície de
concreto, o equipamento permite efetuar uma análise relativa à qualidade do concreto, e sua
investigação baseia-se na medição da “dureza” superficial do concreto.
O âmbito de aplicação da esclerometria destina-se principalmente na avaliação da
uniformidade do concreto em diferentes partes da estrutura, das características mecânicas do
concreto através da utilização de curvas de correlação e as mudanças nas propriedades do
concreto ao longo do tempo. Através da realização do ensaio torna-se possível estimar a
relação dos testes com a resistência à compressão do concreto em estruturas já construídas.
O teste de concreto com o martelo Schmidt modelo N é o método de teste não
destrutivo de concreto mais utilizado mundialmente. O mercado oferece diferentes tipos de
martelo para ensaios em concreto, com modelos que variam em energias de impacto e para
diferentes tamanhos de materiais, tendo uma vasta opção para escolha do mais apropriado.

3.4 Método SonReb

Através da leitura e pesquisa de diversos artigos, majoritariamente internacionais, o


método não destrutivo, pouco conhecido no mercado nacional, que combina o resultado da
velocidade de pulso ultrassônico com o índice esclerométrico, e que, segundo Ambrisi,
Cristofaro e De Stefano (2008),apresenta resultados mais precisos do que a utilização dos dois
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ensaios separados, principalmente pela constância dos resultados,mostrou ser interessante


objeto de estudo.
Foi feita a comparação do método utilizando coeficientes calculados fora do Brasil e
coeficientes elaborados a partir da tabela disponibilizada no site da fabricante suíça de
equipamentos de teste não destrutivos – Proceq.Os resultados obtidos pelas duas formas de
cálculo também foram comparadas aos resultadosdos testes de rompimento à compressão de
testemunhos.

4. MATERIAL E MÉTODOS

Para obter os dados necessários para a aferiçãoda resistência à compressão foram


utilizados três ensaios, um destrutivo e dois não destrutivos,sendo eles:
 Avaliação da dureza superficial pelo esclerômetro de reflexão - NBR
7584:2012 - Concreto endurecido - Avaliação da dureza superficial pelo
esclerômetro de reflexão;
 Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica - NBR
8802:2013 - Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica;
 Extração de testemunhos para análise da resistência à compressão - NBR
7680:2015 Concreto – Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de
estruturas de concreto e NBR 5739:2007 - Concreto – Ensaio de compressão
de corpos de prova cilíndricos.

O estudo comparativo possibilita demonstrar a significância dos experimentos


testados, ou seja, a confiança naaproximaçãoda resistência à compressãoavaliada por ensaios
não destrutivos, em campo, quando comparados à ensaios de determinação de resistência à
compressão com o rompimento de testemunhos.
Os ensaios não destrutivos foram executados em um empreendimento localizado em
Águas Claras, Distrito Federal, enquanto que os rompimentos dos testemunhos, extraídos no
mesmo empreendimento, foram executados por uma empresa especializada.
Os equipamentos utilizados para os testes de ultrassom e esclerometria
foram,PunditLab da empresaProceq e o Schmidt modelo N da empresa Fortest. Abaixo serão
descritos os materiais e métodos utilizados para elaboração dos ensaios.
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4.1 Extrações e rompimentos de testemunhos

Para realização das extrações e rompimentos dos corpos de prova foi contratada uma
empresa especializada no assunto, e o critério seletivo utilizado para indicação de qual pilar
necessitaria passar pela extração, foram os resultados dos pulsos ultrassônicos e índices
esclerométricos,de maneira que os vinte piores resultados determinaram os pilares que seriam
avaliados.
Foram aplicados os coeficientes de correção, K1 – Relação h/d, K2 – Broqueamento
em função do diâmetro, K3 – Direção da extração em relação ao lançamento do concreto e K4
– Efeito da umidade, de modo a corrigir os resultados das extrações. A figura 1 a seguir
exemplifica a correção, extração, preparo e análise dos testemunhos.

Figura 1 - Relatório de ensaio de extração de testemunho

Fonte: Autores
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4.2 Pulso Ultrassônico

O aparelho utilizado foi o PunditLab, da empresa Proceq, o aparelho possui um


emissor e um receptor de ondas ultrassônicas ligados por cabos e um display para
visualização do formato da onda e dos resultados das medições.
Figura 2 - Ultrassom PunditLab

Fonte: Proceq

Através do aparelho utilizado foi possível determinar o tempo e a velocidade de


propagação do pulso nos pilares de concreto armado. Os testes foram feitos desenhando linhas
de referência no topo, meio e base dos pilares, e à cada 30 cm de comprimentodessas linhas,
um ponto para emissão do pulso era marcado, conforme exemplifica a figura3.
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Figura 3 - Marcação de pontos de execução do ultrassom.

Fonte: Autores

Os cálculos das avaliações da resistência à compressão, foram feitos por dois métodos,
que tiveram seus resultados comparados, no primeiro, conforme Gonçalves &Bartholomeu
(2000), foi calculado o módulo de elasticidade estático de cada peça ensaiada através da
fórmula 1, de modo que, após esse processo, foram obtidas as resistências à compressão,
calculadas através da fórmula a seguir, conforme Jesus Souza et al. (2015). Foram seguidas as
recomendações da NBR 6118/2014 para determinação do coeficiente de Poisson, e
densidade do material à serem utilizados nas fórmulas 1 e 2.

.
= . . (1)

= . 5600 . (2)

No segundo método, foi utilizado a própria tabela da fabricante do aparelho emissor de


pulso ultrassônico, para determinação de coeficientes e resistência compressiva, conforme
demonstra a figura 4.
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Figura 4 - Tabela da Proceq com valores de Fck em função da velocidade de pulso.

Fonte: Proceq
4.3 Esclerometria

O martelo de teste de concreto utilizado foi o Schmidt modelo N, da empresa Fortest,


o equipamento, por ser analógico, possui uma escala para cálculo subsequente da média, os
valores de resistência à compressão são lidos a partir de uma diagrama de conversão. Na parte
oposta à escala para aferição do índice esclerométrico, o aparelho possui uma tabela própria
para correlação do índice esclerométrico e da resistência compressiva do concreto.

Figura 5 - Esclerômetro.

Fonte: Autores
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Seguindo a NBR 7584:2012 foram feitas marcações para delimitar as regiões de


impacto, foram feitos em todos os pilares 16 golpes com o esclerômetro e todos seus
resultados foram anotados. A média dos resultados dos golpes foi tratada, de maneira que
resultados que diferiram em qualquer valor maior que 10% da média original foram retirados,
calculou-se então uma nova média, conforme exemplifica a tabela 1.

Tabela 1 - Correção de média esclerométrica.


Pilar 10 - A
3º Pavimento
Média inicial Desvio Máx.
29,75 2,975
Índices esclerométricos corrigidos
30 32 31
32 28 30
30 28 30
30 x x
x x x
x x x
Média Final 30,10

Fonte: Autores

Os cálculos das aferições da resistência à compressão também foram feitos por dois
métodos, que também tiveram seus resultados comparados, no primeiro foram
utilizadasquatro curvas de relação “Ie x Mpa”, duas encontradas na internet, uma proposta
pela Proceq e a última sendo a curva inscrita no próprio esclerômetro, utilizando interpolação
linear foram calculados os resultados para as quatro curvas, e a curva que apresentou menor
diferença comparada aos resultados dos testes de rompimento à compressão foi utilizada para
as comparações finais.
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Tabela 2 - Comparação entre quatro curvas esclerométricas


Diferença entre Curvas e Extração direta
Pilar Pavimento Curva 1 Curva 2 Curva 3 Curva 4
Pilar 10 - A 3º 1,64 10,49 8,47 8,57
Pilar 11 - A 3º 4,94 14,08 12,19 12,32
Pilar 12 - A 3º 2,19 11,16 9,19 9,31
Pilar 31 - A 3º 5,04 3,91 1,94 2,05
Pilar 44 - A 3º 1,88 7,13 5,19 5,31
Pilar 45 - A 3º 4,30 5,01 3,21 3,35
Pilar 42 - A 6º 0,62 8,28 6,29 6,40
Pilar 44 - A 6º 5,10 14,01 12,03 12,14
Pilar 31 - A 12º 7,05 15,91 13,90 14,01
Pilar 23 - A 21º 9,70 18,44 16,38 16,48
Pilar 04 - A 24º 3,07 11,97 9,98 10,09
Pilar 21 - A 24º 6,86 1,90 0,16 0,06
Pilar 23 - B 12º 0,90 9,64 7,58 7,68
Pilar 29 - B 15º 1,03 8,07 6,17 6,30
Pilar 37 - B 15º 0,19 9,01 6,97 7,08
Pilar 42 - B 15º 0,34 9,30 7,33 7,45
Pilar 37 - B 18º 1,82 10,59 8,53 8,63
Pilar 03 - B 21º 4,47 4,43 2,43 2,54
Pilar 23 - B 21º 8,21 0,61 1,43 1,32
Pilar 42 - B 21º 7,80 16,60 14,56 14,66

Fonte: Autores

Tabela 3 - Soma das diferenças entre as curvas.


Soma das diferenças entre Curvas e Extrações
Curva 1 Curva 2 Curva 3 Curva 4
77,14 190,54 153,92 155,73

Fonte: Autores.

No segundo método, foram utilizados os própriosresultados dos golpes do


esclerômetrocombinados com os resultados dos ensaios de rompimento à compressão,de
modo a desenhar o diagrama de conversão do concreto utilizado na obra (curva obra).A tabela
4 abaixo exibe a relação para a criação do diagrama.
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Tabela 4 - Relação entre os índices esclerométricos e o Fck da extração


IE x Fck extração
Pilar IE Fck
Pilar 10 - A 30,10 36,80
Pilar 11 - A 27,54 36,00
Pilar 12 - A 29,07 35,70
Pilar 44 - A 28,62 30,90
Pilar 45 - A 26,00 24,30
Pilar 42 - A 29,64 33,80
Pilar 44 - A 29,50 39,30
Pilar 31 - A 29,91 41,90
Pilar 04 - A 29,58 37,40
Pilar 29 - B 27,83 30,50
Pilar 42 - B 29,10 33,90
Pilar 03 - B 29,67 30,00
Médias IE Médio Fck Médio
28,88 34,21

Fonte: Autores.

4.4 SonicRebound–SonReb

A relação da velocidade do pulso ultrassônico e índice esclerométrico com a


resistência à compressão foi feita também utilizando dois métodos que serão comparados
entre si, no primeiro método foi utilizada a fórmula 3 a seguir, proposta por Pucinotti (2009).

= 1,2 . 10 . ,
. ,
(3)

No segundo método foi utiliza a tabela disponibilizada pela Proceq para obtenção da
resistência compressiva, conforme revela a figura 6 abaixo. Vale a pena citar que todas as
médias dos índices esclerométricos utilizados foram as previamente tratadas e nenhuma
norma regulamentadora brasileira para padronização do método SonReb foi encontrada.
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Figura 6 - Tabela para determinação de Fck pelo método SonReb

Fonte: Proceq

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção serão expostos os resultados das comparações e ensaios realizados,


organizados em subitens, com uma breve explicação dos resultados encontrados. O item 5.5,
razão principal desse trabalho, compara todos os métodos e estima seu erro médio quando
comparado às compressões dos testemunhos extraídos.
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5.1 Resultado rompimentos à compressão

A tabela 5 exibe os valores de todos os rompimentos à compressão executados, esses


valores expressos são os que foram utilizados ao decorrer de todo o trabalho para a
comparação e cálculo de resultados.

Tabela 5 - Fck obtido através da compressão dos testemunhos


Resultado rompimentos à compressão
Pilar Pavimento Fck (Mpa)
Pilar 10 - A 3º 36,80
Pilar 11 - A 3º 36,00
Pilar 12 - A 3º 35,70
Pilar 31 - A 3º 28,70
Pilar 44 - A 3º 30,90
Pilar 45 - A 3º 24,30
Pilar 42 - A 6º 33,80
Pilar 44 - A 6º 39,30
Pilar 31 - A 12º 41,90
Pilar 23 - A 21º 46,30
Pilar 04 - A 24º 37,40
Pilar 21 - A 24º 29,50
Pilar 23 - B 12º 37,50
Pilar 29 - B 15º 30,50
Pilar 37 - B 15º 35,80
Pilar 42 - B 15º 33,90
Pilar 37 - B 18º 38,10
Pilar 03 - B 21º 30,00
Pilar 23 - B 21º 27,40
Pilar 42 - B 21º 43,60
Fonte: Autores.

5.2 ResultadoUltrassom

A seguir são apresentadasas tabelas 6 e 7, com estimativa do Fck do concreto


utilizando os dados da velocidade do pulso ultrassônico médio dos pontos coletados por pilar,
seguindo como base de cálculo a NBR 6118/2014 e a tabela do fabricante do aparelho.
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Tabela 6 – Cálculo do Fck utilizando fórmula da NBR 6118/2014 para ultrassom.


Ultrassom – NBR 6118/2014
Pilar Pavimento Vel. Pulso (km/s) Ec (Mpa) Fck (Mpa)
Pilar 10 - A 3º 4,056675155 30562,28187 29,78
Pilar 11 - A 3º 4,159253062 32127,4312 32,91
Pilar 12 - A 3º 4,236396776 33330,2499 35,42
Pilar 31 - A 3º 3,797163984 26777,12946 22,86
Pilar 44 - A 3º 3,833000573 27284,94488 23,74
Pilar 45 - A 3º 4,036246517 30255,24534 29,19
Pilar 42 - A 6º 4,058716061 30593,04126 29,84
Pilar 44 - A 6º 4,386859897 35739,85955 40,73
Pilar 31 - A 12º 4,090029925 31066,92604 30,78
Pilar 23 - A 21º 4,24733958 33502,65937 35,79
Pilar 04 - A 24º 4,278495876 33995,97864 36,85
Pilar 21 - A 24º 4,051166985 30479,34303 29,62
Pilar 23 - B 12º 4,028231899 30135,21129 28,96
Pilar 29 - B 15º 4,070340242 30768,52942 30,19
Pilar 37 - B 15º 4,133242115 31726,85356 32,10
Pilar 42 - B 15º 4,187361292 32563,13281 33,81
Pilar 37 - B 18º 4,55943907 38607,18575 47,53
Pilar 03 - B 21º 3,635506934 24545,69123 19,21
Pilar 23 - B 21º 3,99853727 29692,55769 28,11
Pilar 42 - B 21º 4,008778185 29844,84757 28,40
Fonte: Autores.
Tabela 7 - Cálculo do Fck utilizando tabela da Proceq para ultrassom
Ultrassom – Tabela Proceq
Pilar Pavimento Vel. Pulso (m/s) Fck (Mpa)
Pilar 10 – A 3º 4056,68 34,10
Pilar 11 – A 3º 4159,25 35,80
Pilar 12 – A 3º 4236,40 37,20
Pilar 31 – A 3º 3797,16 30,00
Pilar 44 – A 3º 3833,00 30,50
Pilar 45 – A 3º 4036,25 33,70
Pilar 42 – A 6º 4058,72 34,10
Pilar 44 – A 6º 4386,86 40,00
Pilar 31 – A 12º 4090,03 34,60
Pilar 23 – A 21º 4247,34 37,40
Pilar 04 – A 24º 4278,50 38,00
Pilar 21 – A 24º 4051,17 34,00
Pilar 23 – B 12º 4028,23 33,60
Pilar 29 – B 15º 4070,34 34,30
Pilar 37 – B 15º 4133,24 35,40
Pilar 42 – B 15º 4187,36 36,30
Pilar 37 – B 18º 4559,44 43,50
Pilar 03 – B 21º 3635,51 27,70
Pilar 23 – B 21º 3998,54 33,10
Pilar 42 – B 21º 4008,78 33,30
Fonte: Autores
17

A grande diferença de resultados entre as duas tabelas podem ser explicadospelos


valores adotados para o coeficiente de Poisson e densidade do material, ambos sugeridos pela
norma brasileira. A tabela da Proceq, por calcular suas próprias constantes para determinação
da curva exponencial, retorna um valor bem mais próximo do encontrado pelos rompimentos
à compressão, conforme mostra a tabela 8.

Tabela 8 – Diferença entre métodos de cálculo da resistência pelo ultrassom


Comparação de métodos Ultrassom
Soma das diferenças em módulo
Tabela Proceq 72,00
Tabela NBR 104,72
Fonte: Autores.
5.3 Resultado Esclerometria

As tabelas 9 e 10 descrevem a aferição da resistência compressiva pela esclerometria


quando utilizada, respectivamente, a curva vencedora da comparação entre curvas e a curva
feita a partir da correlação dos resultados das extrações diretascom os índices esclerométricos
apontados pelo aparelho (curva obra).
Tabela 9 - Fck obtido a partir da Curva 1 vencedora
Aproximação resistência à compressão - Esclerometria
Pilar Pavimento Ind.Escl. Curva utilizada (1) Unidade
Pilar 10 - A 3º 30,10 35,16 Mpa
Pilar 11 - A 3º 27,54 31,06 Mpa
Pilar 12 - A 3º 29,07 33,51 Mpa
Pilar 31 - A 3º 29,21 33,74 Mpa
Pilar 44 - A 3º 28,62 32,78 Mpa
Pilar 45 - A 3º 26,00 28,60 Mpa
Pilar 42 - A 6º 29,64 34,42 Mpa
Pilar 44 - A 6º 29,50 34,20 Mpa
Pilar 31 - A 12º 29,91 34,85 Mpa
Pilar 23 - A 21º 31,00 36,60 Mpa
Pilar 04 - A 24º 29,58 34,33 Mpa
Pilar 21 - A 24º 30,85 36,36 Mpa
Pilar 23 - B 12º 31,00 36,60 Mpa
Pilar 29 - B 15º 27,83 31,53 Mpa
Pilar 37 - B 15º 30,38 35,61 Mpa
Pilar 42 - B 15º 29,10 33,56 Mpa
Pilar 37 - B 18º 30,80 36,28 Mpa
Pilar 03 - B 21º 29,67 34,47 Mpa
Pilar 23 - B 21º 30,38 35,61 Mpa
Pilar 42 - B 21º 30,50 35,80 Mpa

Fonte: Autores
18

Tabela 10 –Fck obtido a partir da curva feita com resultados da obra


Aproximação resistência à compressão - Esclerometria
Pilar Pavimento Ind.Escl. Curva Obra Unidade
Pilar 10 - A 3º 30,10 35,65 Mpa
Pilar 11 - A 3º 27,54 32,62 Mpa
Pilar 12 - A 3º 29,07 34,43 Mpa
Pilar 31 - A 3º 29,21 34,60 Mpa
Pilar 44 - A 3º 28,62 33,90 Mpa
Pilar 45 - A 3º 26,00 30,80 Mpa
Pilar 42 - A 6º 29,64 35,11 Mpa
Pilar 44 - A 6º 29,50 34,94 Mpa
Pilar 31 - A 12º 29,91 35,43 Mpa
Pilar 23 - A 21º 31,00 36,72 Mpa
Pilar 04 - A 24º 29,58 35,04 Mpa
Pilar 21 - A 24º 30,85 36,54 Mpa
Pilar 23 - B 12º 31,00 36,72 Mpa
Pilar 29 - B 15º 27,83 32,97 Mpa
Pilar 37 - B 15º 30,38 35,99 Mpa
Pilar 42 - B 15º 29,10 34,47 Mpa
Pilar 37 - B 18º 30,80 36,48 Mpa
Pilar 03 - B 21º 29,67 35,14 Mpa
Pilar 23 - B 21º 30,38 35,99 Mpa
Pilar 42 - B 21º 30,50 36,13 Mpa

Fonte: Autores
As desigualdades entres as curvas podem ser explicadas pela forma com que as curvas
foram feitas, enquanto a primeira, advinda da internet, foi feita a partir do rompimento de
corpos de prova, moldados com concreto ainda fresco, a segunda foirealizada através da
comparação das extrações de testemunho de pilares reais, muitos desses com falhas
executivas, aumentando assim a imprecisão da curva.

Tabela 11 - Diferença entre métodos de cálculo da resistência pela esclerometria

Comparação de métodos Esclerometria


Soma das diferenças em módulo
Curva (1 ) 77,14
Curva Obra 127,39
Fonte: Autores
5.4 Resultado SonReb

As tabelas 12 e 13 comparam os resultados da aproximação da resistência à


compressão utilizando a fórmula proposta por Pucinotti (2009) e a tabela para determinação do
Fck, fornecida pela empresa Proceq.
19

Tabela 12 – Cálculo do Fck através da fórmula de Pucinotti para SonReb


Método SonReb - Pucinotti
Pilar Pavimento Ind.Escle. Vel.Pulso FCK (Mpa)
Pilar 10 - A 3º 30,10 4056,68 29,45
Pilar 11 - A 3º 27,54 4159,25 28,49
Pilar 12 - A 3º 29,07 4236,40 31,56
Pilar 31 - A 3º 29,21 3797,16 24,27
Pilar 44 - A 3º 28,62 3833,00 24,30
Pilar 45 - A 3º 26,00 4036,25 24,91
Pilar 42 - A 6º 29,64 4058,72 29,01
Pilar 44 - A 6º 29,50 4386,86 34,91
Pilar 31 - A 12º 29,91 4090,03 29,84
Pilar 23 - A 21º 31,00 4247,34 34,00
Pilar 04 - A 24º 29,58 4278,50 32,94
Pilar 21 - A 24º 30,85 4051,17 30,13
Pilar 23 - B 12º 31,00 4028,23 29,86
Pilar 29 - B 15º 27,83 4070,34 27,33
Pilar 37 - B 15º 30,38 4133,24 31,13
Pilar 42 - B 15º 29,10 4187,36 30,71
Pilar 37 - B 18º 30,80 4559,44 40,16
Pilar 03 - B 21º 29,67 3635,51 22,18
Pilar 23 - B 21º 30,38 3998,54 28,71
Pilar 42 - B 21º 30,50 4008,78 29,01

Fonte: Autores

Tabela 13 - Cálculo do Fck através da tabela Proceq para SonReb

Método SonReb - Tabela Proceq


Pilar Pavimento Ind.Escle. Vel.Pulso (m/s) FCK (Mpa)
Pilar 10 - A 3º 30,10 4056,68 35,26
Pilar 11 - A 3º 27,54 4159,25 31,31
Pilar 12 - A 3º 29,07 4236,40 35,32
Pilar 31 - A 3º 29,21 3797,16 30,42
Pilar 44 - A 3º 28,62 3833,00 29,75
Pilar 45 - A 3º 26,00 4036,25 27,12
Pilar 42 - A 6º 29,64 4058,72 34,34
Pilar 44 - A 6º 29,50 4386,86 38,11
Pilar 31 - A 12º 29,91 4090,03 35,29
Pilar 23 - A 21º 31,00 4247,34 39,66
Pilar 04 - A 24º 29,58 4278,50 36,94
Pilar 21 - A 24º 30,85 4051,17 36,73
Pilar 23 - B 12º 31,00 4028,23 36,74
Pilar 29 - B 15º 27,83 4070,34 30,91
Pilar 37 - B 15º 30,38 4133,24 36,81
Pilar 42 - B 15º 29,10 4187,36 34,80

Fonte: Autores
20

A notável dissemelhança entre as duas formas de correlação pode ser justificada pela
internacionalidade da fórmula de Pucinotti, agregados e aglomerantes distintos resultam em
coeficientes distintos, e como a tabela da empresa suíça calcula os coeficientes a partir dos
resultados para depois traçar a curva de referência, resultados mais precisos para a realidade
da obra estudada, pela tabela da Proceq, já eram esperados.

Tabela 14 - Diferença entre métodos de cálculo da resistência pelo SonReb

Comparação de métodos SonReb


Soma das diferenças em módulo
Pucinotti 113,72
Proceq 59,88
Fonte: Autores
21

5.5 Comparação entre os métodos

As quatro tabelas a seguir apresentam a comparação dos três métodos de análise


utilizados, o Fck de projeto e a extração direta, todos os valores em Mpa, e a análise final dos
resultados, quantificando e classificando os melhores ensaios quando comparados com as
extrações dostestemunhos. Nasduas primeiras foi utilizada a NBR 6118 para o ultrassom, a
fórmula de Pucinotti para SonReb e o valor da melhor curva encontrada para o esclerômetro.
Nas duas últimas foram utilizadas as tabelas de cálculo do Fck fornecida pela Proceq para o
ultrassom e para o SonReb, já a esclerometria foi feita com base na curva feita relacionando
as extrações e índices esclerométricos da própria obra.

Tabela 15 - Tabela comparativa final


Comparação de resultados
Pilares Pavimento Fck projeto Extração direta SonReb Ultrassom Esclerometria
Pilar 10 - A 3º 35 36,80 29,45 29,78 35,16
Pilar 11 - A 3º 35 36,00 28,49 32,91 31,06
Pilar 12 - A 3º 35 35,70 31,56 35,42 33,51
Pilar 31 - A 3º 35 28,70 24,27 22,86 33,74
Pilar 44 - A 3º 35 30,90 24,30 23,74 32,78
Pilar 45 - A 3º 35 24,30 24,91 29,19 28,60
Pilar 42 - A 6º 35 33,80 29,01 29,84 34,42
Pilar 44 - A 6º 35 39,30 34,91 40,73 34,20
Pilar 31 - A 12º 35 41,90 29,84 30,78 34,85
Pilar 23 - A 21º 35 46,30 34,00 35,79 36,60
Pilar 04 - A 24º 35 37,40 32,94 36,85 34,33
Pilar 21 - A 24º 35 29,50 30,13 29,62 36,36
Pilar 23 - B 12º 35 37,50 29,86 28,96 36,60
Pilar 29 - B 15º 35 30,50 27,33 30,19 31,53
Pilar 37 - B 15º 35 35,80 31,13 32,10 35,61
Pilar 42 - B 15º 35 33,90 30,71 33,81 33,56
Pilar 37 - B 18º 35 38,10 40,16 47,53 36,28
Pilar 03 - B 21º 35 30,00 22,18 19,21 34,47
Pilar 23 - B 21º 35 27,40 28,71 28,11 35,61
Pilar 42 - B 21º 35 43,60 29,01 28,40 35,80

Fonte: Autores
Tabela 16 - Tabela comparativa da precisão entre os três ensaios
Comparação final entre ensaios
Ensaio Maior precisão Menor precisão Diferença média
SonReb 2 10 15,47%
Ultrassom 8 7 14,55%
Esclerometria 10 3 11,23%

Fonte: Autores
22

Tabela 17 - Tabela comparativa final


Comparação de resultados
Pilares Pavimento Fck projeto Extração direta SonReb Ultrassom Esclerometria
Pilar 10 - A 3º 35 36,80 35,26 34,10 35,65
Pilar 11 - A 3º 35 36,00 31,31 35,80 32,62
Pilar 12 - A 3º 35 35,70 35,32 37,20 34,43
Pilar 31 - A 3º 35 28,70 30,42 30,00 34,60
Pilar 44 - A 3º 35 30,90 29,75 30,50 33,90
Pilar 45 - A 3º 35 24,30 27,12 33,70 30,80
Pilar 42 - A 6º 35 33,80 34,34 34,10 35,11
Pilar 44 - A 6º 35 39,30 38,11 40,00 34,94
Pilar 31 - A 12º 35 41,90 35,29 34,60 35,43
Pilar 23 - A 21º 35 46,30 39,66 37,40 36,72
Pilar 04 - A 24º 35 37,40 36,94 38,00 35,04
Pilar 21 - A 24º 35 29,50 36,73 34,00 36,54
Pilar 23 - B 12º 35 37,50 36,74 33,60 36,72
Pilar 29 - B 15º 35 30,50 30,91 34,30 32,97
Pilar 37 - B 15º 35 35,80 36,81 35,40 35,99
Pilar 42 - B 15º 35 33,90 34,80 36,30 34,47
Pilar 37 - B 18º 35 38,10 43,43 43,50 36,48
Pilar 03 - B 21º 35 30,00 29,36 27,70 35,14
Pilar 23 - B 21º 35 27,40 35,10 33,10 35,99
Pilar 42 - B 21º 35 43,60 35,47 33,30 36,13
Fonte: Autores
Tabela 18 - Tabela comparativa da precisão entre os três ensaios
Comparação final entre ensaios
Ensaio Maior precisão Menor precisão Diferença média
SonReb 7 3 8,59%
Ultrassom 7 9 10,50%
Esclerometria 6 8 11,83%
Fonte: Autores

Nas primeiras duas tabelas é notável a vantagem da esclerometria em relação aos


outros métodos, porém vale a pena ressaltar as aproximações de valores feitas pela NBR que
foram utilizadas no cálculo da resistência aproximada pelo ultrassom, já o SonReb, o
resultado menos preciso em metades dos ensaios, não tem sua real demonstração de precisão
aferida, pois ao utilizarmos coeficientes de uma fórmula estrangeira para tentar descrever o
concreto de uma obra nacional, perde-se muita precisão.
Já nas duas últimas tabelas, observa-se o empate em números de resultados mais
precisos entre o método SonReb e o de pulso ultrassônico, ambas ficando pouco à frente da
esclerometria, porém, ao analisar os resultados menos precisos e a diferença média, o método
SonReb se torna sensivelmente mais preciso que seus concorrentes.
23

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

De acordo com a análise dos resultados encontrados através das tabelas comparativas,
observou-se que o método que apresentou menor diferença média quando comparado à
extração direta, foi o método SonReb calculado a partir da tabela da Proceq.
O ultrassom, mesmo tendo um desempenho próximo ao esclerômetro, apresentou a
segunda menor diferença média entre os métodos, deixando a esclerometria com o resultado
menos preciso.
Percebe-se que, visualizando os resultados e objetivando a estimativa da resistência
compressiva em peças estruturais, os ensaios não destrutivos retornam valores que viabilizam
sua utilização.
De modo a dar continuidade e aprofundar o assunto abordado no trabalho, recomenda-
se o estudo das interferências da armadura, tamanho dos agregados e técnicas executivas nos
resultados apontados pelos ensaios não destrutivos.
24

COMPARATIVE ANALYSIS OF THE COMPRESSIVE STRENGTH MEASURED


BY NON-DESTRUCTIVE METHODS

Abstract: The rupture test of the directly drilled concrete core is, nowadays, the most
effective analysis method for obtaining it resistance, however, by being a destructive method,
it involves the removal of pieces of a structure that have already being built. Alternatively,
there are several non- destructive methods, which prevent or reduce the direct extraction
difficulties. Thus, the aim is the comparing of the estimates made by non-destructive methods
to determine the resistance of rupture through the compression of the concrete core. Making
use of Brazilian rules, international articles and the manufacturers Excel’s tables, we also
aspired to compare different manners for calculating the approximate compressive strength in
order to obtain results that demonstrates the possible viability in the use of non-
destructivemethods.

Keywords:Rebound Hammer. Ultrasound. SonReb.Non-destructive methods.


25

REFERÊNCIAS

D’AMBRISI, A; CRISTOFARO, M; DE STEFANO, M. PREDICTIVE MODELS FOR


EVALUATING CONCRETE COMPRESSIVE STRENGTH IN EXISTING
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(ABECE). Avaliação de desempenho do ensaio da esclerometria na determinação da
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5739: Concreto –


Ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7680: Concreto –


Extração, preparo, ensaio e análise de testemunhos de estruturas de concreto – Parte 1:
Resistência à compressão. Rio de Janeiro, 2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 8802:


Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica. Rio de Janeiro, 2013.

BARTHOLOMEU, André; GONÇALVES, Raquel. Predição do Módulo de Elasticidade à


Flexão em vigas de Eucalipto saturadas e secas ao ar utilizando a velocidade
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https://www.researchgate.net/profile/Raquel_Goncalves4/publication/242151055_Predio_do_
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mecânicas de madeiras através de ultra-som – fundamentos físicos e resultados
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CHIES, J. A. Ensaios não Destrutivos em Concreto:Detecção de Falhas no Interior de


Estruturas de Concreto com o Uso de Ultrassom. 2014. Dissertação (Mestre em Engenharia) –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre.
26

JESUS SOUZA, Diego et al. OBTENÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DO


CONCRETODEVIADUTOS LOCALIZADOS NA REGIÃO DE CURITIBA POR
MÉTODOSDE ENSAIOS NÃO DESTRUTÍVEIS: ESCLEROMETRIA E
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<http://www.sinicesp.com.br/44rapv/trabalhos/TrabalhoFinal_189.pdf>. Acesso em
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PUCINOTTI, R.THE USE OF MULTIPLE COMBINED NON DESTRUCTIVE


TESTING IN THE CONCRETE STRENGHT ASSESSENT: APPLICATIONS ON
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27

Anexo A – Curvas de conversão Ie x Mpa

Curva 1

Curva 2
28

Curva 3

Curva 4
29

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