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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

KARINE SAMARA BOZ CHRISCHUM

ESTUDO DAS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DE


FISSURAS EM EDIFICAÇÕES COM SISTEMA ESTRUTURAL
PRÉ-MOLDADO

Santa Rosa
2016
KARINE SAMARA BOZ CHRISCHUM

ESTUDO DAS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DE


FISSURAS EM EDIFICAÇÕES COM SISTEMA ESTRUTURAL
PRÉ-MOLDADO

Trabalho de Conclusão de Curso de


Engenharia Civil apresentado como requisito
parcial para obtenção do título de Engenheiro
Civil.

Orientadora: Me Ana Paula Maran

Santa Rosa
2016
KARINE SAMARA BOZ CHRISCHUM

ESTUDO DAS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DE


FISSURAS EM EDIFICAÇÕES COM SISTEMA ESTRUTURAL
PRÉ-MOLDADO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo
membro da banca examinadora.

Santa Rosa, 05 de Julho de 2016

Prof. Ana Paula Maran

Mestre em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Orientadora

Prof. Eder Claro Pedroso

Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dioges Carlos Lopes

Mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Santa Maria


“Agradeço a Deus pela oportunidade de chegar
até aqui e poder transformar um grande sonho em uma linda realidade.”
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por que além de me dar a oportunidade de chegar até
esse momento tão especial da minha vida, me deu também pessoas maravilhosas para estarem
ao meu lado compartilhando comigo todos os momentos dessa trajetória.

Agradeço aos meus familiares, por todo o apoio, por toda a dedicação e a preocupação
com a minha vida profissional, desde o instante decisivo da escolha do curso a ser feito,
sempre estiveram presentes dando todo o suporte necessário para que tudo isso acontecesse.

Ao meu namorado Jeferson, que esteve ao meu lado em todos os momentos, me


incentivando, me apoiando, me dando todo o amor e carinho necessário para que eu pudesse
enfrentar todos os desafios que encontrei ao longo dessa caminhada.

A minha orientadora Ana Paula, que com toda a sabedoria, calma e dedicação,
transformou todos os meus medos e anseios, em força e determinação para realizar um bom
trabalho.

Aos meus colegas, que estiveram ao meu lado compartilhando comigo todas as
conquistas e frustrações que a vida acadêmica nos proporciona.

Ao departamento de engenharia desta instituição de ensino, através de profissionais


extremamente qualificados, nos proporcionaram o aprendizado, para que possamos entrar no
mercado de trabalho com o melhor preparo possível.

Aos meus colegas de trabalho, Andressa e José, pelos momentos de aprendizagem e


companheirismo.

A secretária acadêmica Maidi, que sempre muito disposta, ajudou a solucionar todos
os obstáculos que surgiram no decorrer do curso, sempre prestativa, esteve presente em todos
os momentos de aflição e felicidade.

Por fim, gostaria de agradecer a todas as pessoas que de uma forma ou de outra
estiveram presentes no decorrer da minha caminhada acadêmica, pois com certeza todas elas
tiveram um papel fundamental e sem elas nada disso seria possível, pois sozinhos não somos
nada, e não chegamos a lugar nenhum, portanto MUITO OBRIGADA.
Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades,
lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram
conquistadas do que parecia impossível.
Charles Chaplin
RESUMO

CHRISCHUM, K. S. B.Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em


edificações com sistema estrutural pré-moldado. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso.
Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2016.

A durabilidade das edificações é um fator fundamental a ser considerado durante a etapa de


concepção, com isso garante-se o desempenho da estrutura, tornando a construção mais
sustentável, pois a vida útil é prolongada. Entretanto, mesmo as edificações com projetos bem
elaborados e obras bem executadas, com o decorrer do tempo podem apresentar
manifestações patológicas, com causas de aparecimento diversificadas, afetando tanto a
estética das edificações quanto a estabilidade das estruturas, e assim, comprometendo o
conforto e a segurança do usuário. Com a alta incidência de manifestações patológicas
ocorridas precocemente, este trabalho de pesquisa busca analisar a presença de um tipo de
manifestação recorrente em construções, as fissuras nas edificações. As fissuras podem surgir
com várias formas e tipologias, e podem ser apenas problemas visuais ou então podem ser
responsáveis pela instabilidade estrutural. Através deste estudo, foram identificados os
principais fatores que ocasionam as fissuras nas edificações,e por meio de um estudo de caso
em um imóvel edificado com o sistema construtivo pré-moldado na Universidade regional do
Noroeste do estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), no campus Santa Rosa, foi possível
realizar um diagnóstico desta manifestação, verificando suas principais causas de incidência,
além de recomendar métodos de recuperação da estrutura, baseando-se em estudos já
realizados de outras manifestações com as mesmas tipologias e características. Ao se fazer o
levantamento, pode-se observar que neste sistema pré-moldado a maior ocorrência de fissuras
é ocasionada pela movimentação estrutural e capacidade de absorção/deformação dos
diferentes componentes da edificação.

Palavras-chave: Manifestações patológicas. Fissuras. Estudo de caso.


ABSTRACT

CHRISCHUM, K. S. B.Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em


edificações com sistema estrutural pré-moldado. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso.
Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2016.

The durability of buildings is a key factor to be considered during the design phase, it ensures
the performance of the structure, making it the most sustainable construction because life is
prolonged. However, even the buildings with well-designed projects and works well executed,
with the passage of time may have pathological manifestations, with causes of diverse
appearance, affecting both the aesthetics of the buildings as the stability of the structures, and
comfort thus compromising and user safety. With the high incidence of pathological
manifestations occurred earlier, this research aims to analyze the presence of a type of
recurring signs on buildings, cracks in buildings. Cracks could arise from various forms and
types, and can be only visual problems or may be responsible for structural instability.
Through this study, the main factors that cause cracks in buildings have been identified, and
through a case study in a building constructed with precast construction system in the
Regional University of Rio Grande do Sul Northwest (UNIJUÍ) on the campus of Santa Rosa ,
it was possible to make a diagnosis of this event by checking the main causes of impact and
Share structure recovery methods, based on previous studies of other manifestations of the
same type and characteristics. In making the assessment, it can be seen that this increased
occurrence of cracks precast structural system is caused by the handling and absorbency /
deformation of the different building components.

Keywords: Pathological manifestations. Fissures. Case study.


LISTA DE FIGURAS

Figura1 - Sistema de estrutura aporticada pré-moldada ............................................... 19


Figura 2 – Estrutura pré-moldada em esqueleto ........................................................... 19
Figura3 – Lajes com seção duplo T .............................................................................. 20
Figura4 – Esquema de ligação isostática viga/pilar...................................................... 23
Figura 5 - Esquema de ligação rotulada viga/pilar ....................................................... 24
Figura 6 – Esquema de ligação semi-rígida viga/pilar ................................................. 25
Figura 7 – Origem dos problemas patológicos ............................................................. 27
Figura 8 – Tipos de fissuras causadas por movimentação térmica dos materiais ........ 35
Figura 9 - Trincas horizontais em alvenarias................................................................ 36
Figura 10 –Fissuração típica de retração superficial .................................................... 37
Figura 11 – Fissuras por esforços de compressão ........................................................ 38
Figura 12 – Fissuras causadas por esforços de tração .................................................. 38
Figura 13 – Fissuras causadas por recalque de fundações............................................ 39
Figura 14 – Fissuras em alvenarias............................................................................... 42
Figura 15 – Fissuras em alvenarias a 45º ..................................................................... 43
Figura 16 – Fissuras destacando a estrutura e alvenaria ............................................... 44
Figura 17 – Fissuras oriundas de movimentação térmica dos elementos ..................... 45
Figura 18 – Técnica de recuperação de reforço entre pilar e alvenaria ........................ 45
Figura 19 – Fissuras horizontais em alvenarias ............................................................ 46
Figura 20 – Fissuras horizontais ................................................................................... 47
Figura 21–Fissuras Verticais ........................................................................................ 48
Figura 22 - Fissuras no encontro dos elementos .......................................................... 49
Figura 23 - Fissura no encontro do elementos .............................................................. 49
Figura 24 – Fissuras nos encontros dos elementos ....................................................... 50
Figura 25 – Fissuras de revestimentos em vigas .......................................................... 50
Figura 26 – Incidência de fissuras ................................................................................ 51
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Causas de Fissuração .................................................................................. 32


Tabela 2 – Delineamento do projeto............................................................................. 41
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13

1.1 CONTEXTO ................................................................................................... 13

1.2 PROBLEMA................................................................................................... 14

1.2.1 Questões de Pesquisa ................................................................................... 15

1.2.2 Objetivos de Pesquisa .................................................................................. 15

1.2.3 Delimitação .................................................................................................. 16

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 17

2.1 ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS .............................................................. 17

2.2 CARACTERÍSTICA DO SISTEMA CONSTRUTIVO PRÉ-MOLDADO NA


UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL. ................................................................................................ 17

2.2.1 Sistemas Estruturais em Esqueleto e Sistemas Aporticados. ....................... 18

2.2.2 Sistemas pré-moldados para pisos. .............................................................. 20

2.3 CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS .................. 21

2.3.1 Ligações entre os elementos pré-fabricados ................................................ 21

2.3.1.1 Ligações Isostáticas .................................................................................. 22

2.3.1.2 Ligações Rotuladas ................................................................................... 23

2.3.1.3 Ligações semi-rígidas ............................................................................... 24

2.3.1.4 Ligações engastadas ................................................................................. 25

2.4 PATOLOGIAS ............................................................................................... 26

2.4.1 Origem das patologias ................................................................................. 26

2.4.1.1 Falhas na concepção de projetos ............................................................. 27

2.4.1.2 Falhas na execução .................................................................................. 28

2.4.1.3 Falhas na utilização ................................................................................. 29

2.4.2 Diagnóstico .................................................................................................. 30

2.5 fissuras ............................................................................................................ 31


2.5.1 Principais causas de patologia de fissuras ................................................... 32

2.5.1.1 Movimentações térmicas .......................................................................... 34

2.5.1.2 Movimentações higroscópicas .................................................................. 36

2.5.1.3 Retração .................................................................................................... 36

2.5.1.4 Compressão .............................................................................................. 38

2.5.1.5 Tração ....................................................................................................... 38

2.5.1.6 Recalques de Fundações ........................................................................... 39

3 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................. 40

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ..................................................................... 40

3.2 DELINEAMENTO ......................................................................................... 40

4 RESULTADOS ................................................................................................ 42

4.1 principais manifeStações de fissuras encontradas .......................................... 42

4.1.1 Fissuras em alvenarias a 45º ........................................................................ 42

4.1.2 Destacamento entre Estrutura e Alvenaria................................................... 44

4.1.3 Fissuras horizontais em alvenarias .............................................................. 46

4.1.4 Fissuras verticais em alvenarias ................................................................... 47

4.1.5 Fissuras no encontro dos elementos (laje – alvenaria) ................................ 48

4.1.6 Fissuras em vigas ......................................................................................... 50

4.2 Incidências de fissuras .................................................................................... 51

5 CONCLUSÃO.................................................................................................. 52

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 54
13

1 INTRODUÇÃO

A preocupação com a elaboração de projetos e execução de empreendimentos, já estava


presente desde as primeiras obras de engenharia civil. Com o passar do tempo esta preocupação
vem se tornando cada vez mais presente em função da grande demanda de atividades, e o
crescimento da exigência dos usuários. Contudo estas inovações e desenvolvimentos trouxeram
consigo alguns problemas, tanto relacionados ao tipo de material utilizado quando a forma de
execução das edificações, escolhidos de forma inadequada.
Com isso, a NBR 15575 (2013), atribui responsabilidades para todos os envolvidos na
construção e manutenção das edificações habitacionais, incorporadores, construtores, projetistas,
usuários, entre outros, com intuito de manter o desempenho pretendido durante o prazo de vida
útil de projeto. A mesma norma define desempenho como sendo o comportamento em uso de
uma edificação e de seus sistemas, o que está diretamente relacionado com o conceito de
durabilidade, que trata da capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas
funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas.
Durabilidade é comumente utilizado como termo qualitativo para expressar a condição em
que a edificação ou seus sistemas mantém seu desempenho requerido durante a vida útil, e para
que isso ocorra é necessário que todos os possíveis problemas sejam conhecidos para que as
intervenções ocorram da melhor forma possível.
Segundo VERÇOZA (1991), quando se conhece os problemas ou defeitos que uma
construção pode vir a apresentar e suas causas, a chance de se cometer erros reduz muito. O autor
citado menciona que esse conhecimento é tão importante quanto a responsabilidade profissional
na construção de uma obra.

1.1 CONTEXTO

A patologia é o nome cientifico utilizado para definir diversos tipos de doenças ou


alterações que estas causam aos organismos. Na construção civil este termo é utilizado para
definir distintas anomalias encontradas nas edificações. (OLIVEIRA ,2013)

O mesmo autor complementa que as patologias podem ser detectadas tanto na fase de
construção como posteriormente na fase de manutenção dos imóveis. Dentre os diversos tipos de

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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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manifestações patológicas que podem ser encontradas, pode-se destacar o surgimento das
fissuras.
Por se tornarem aparentes, as fissuras incomodam, causam desconforto, geram prejuízos
financeiros e podem significar problemas mais sérios, contudo podem ser identificadas e
corrigidas.
O estudo dos diferentes tipos de patologias revela inúmeras causas de ocorrência,
Ioshimoto (1988) apresentou um levantamento de incidência de manifestações patológicas em
36 conjuntos habitacionais do Estado de São Paulo, obtendo percentuais de incidência que
variavam de 37% a 86% para umidade, 12% a 35% para fissuras e 0% a 29% para
descolamentos de revestimentos. Estas variações foram verificadas em função dos tipos de
edificação (casas térreas ou edifícios residenciais) e de sua idade.
Gomes (1997) realizou um levantamento de manifestações patológicas em fachadas de
edifícios na orla de Maceió, estado de Alagoas, verificando que, em 34% das edificações, o
principal sintoma observado eram as fissuras, tendo ainda a incidência de 28% de manchas, 17%
de descolamentos, 4% de outras manifestações e 17% de prédios que não apresentavam
manifestações patológicas.
Um fator de extrema importância é que todas as edificações, tanto residenciais,
comerciais, públicas, entre outras utilizações, devem garantir a segurança de seus usuários, e uma
vez que manifestações patológicas mal tratadas ou até mesmo ignoradas podem levar a ruína das
estruturas, colocando assim, em risco a vida dos ocupantes.
Assim, o presente trabalho buscou desenvolver um estudo das fissuras em imóveis com
sistema construtivo pré-moldado, pois com a racionalização do canteiro de obras, este sistema
vem sendo difundido em obras com repetitividade e que necessitam de curto prazo de execução.
Com isso, através de revisão bibliográfica e levantamento em campo, as principais causas de
fissuras foram identificadas e analisadas para verificar o melhor método de recuperação. Este
trabalho visa disponibilizar dados que possam servir como embasamento em manutenção de
fissuras em estruturas desta tipologia.

1.2 PROBLEMA

Quais são os principais fatores que ocasionaram o surgimento da manifestação patológica


de fissura na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, campus Santa

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Karine S. Boz C. (karinesamb@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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Rosa, e quais as possíveis intervenções que podem ser realizadas para a correta manutenção deste
imóvel a fim de garantir o desempenho desejado aos seus ocupantes?

1.2.1 Questões de Pesquisa

O estudo levou em conta os seguintes problemas:

Quais são as características do sistema construtivo pré-moldado existente na Universidade


Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, campus Santa Rosa?

Quais as principais causas de fissuras em edificações com este sistema construtivo?

Qual a incidência de fissuras nesta edificação?

Quais as causas e formas de recuperação das fissuras encontradas no estudo de caso?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

 Objetivo Geral

Analisar as fissuras incidentes na Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio


Grande do Sul, campus Santa Rosa, diagnosticando as possíveis causas destas manifestações
patológicas e fazer a recomendação do método mais adequado para recuperação da estrutura.

 Objetivos específicos

a) Revisar a Bibliografia referente a estudos realizados sobre sistema construtivo pré-


moldado, suas características e aplicação na Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio
Grande do Sul;
b) Revisar a bibliografia referente a causas das manifestações patológicas que
ocasionam fissuras, nas edificações pré-moldadas.
c) Identificar as fissuras existentes na Universidade Regional do Noroeste do Estado
do Rio Grande do Sul, campus Santa Rosa.
d) Pesquisar a Bibliografia referente às manifestações patológicas detectadas no
estudo de caso, identificando suas causas e formas de recuperação.

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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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1.2.3 Delimitação

Realizou-se uma pesquisa bibliográfica, bem como um levantamento das fissuras


existentes nos blocos A e B da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul – UNIJUI, campus Santa Rosa, visando identificar os principais tipos de manifestação
existente, suas causas, características e as possíveis formas de recuperação.

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Karine S. Boz C. (karinesamb@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS

Segundo Doniak (2009), a pré-fabricação é um método industrial de construção em que os


elementos fabricados em grandes séries, geralmente através de métodos de produção em massa
realizados em instalações industriais, são montados na obra, mediante equipamentos e
dispositivos de elevação.

A NBR 9062 (2006) define pré-moldado como sendo elementos executados fora do local
definitivo de utilização, produzidos em condições menos rigorosas de controle de qualidade, sem
a necessidade de pessoa, laboratório e instalações congêneres próprias.

As estruturas pré-moldadas possuem muitas vantagens, dentre elas está a rapidez da


montagem da estrutura, o acabamento estético, a credibilidade da estrutura, e a condição de
elementos mais esbeltos.

2.2 CARACTERÍSTICA DO SISTEMA CONSTRUTIVO PRÉ-MOLDADO NA


UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL.

Na construção civil, cada tipo de material ou o sistema construtivo a ser empregado tem
suas características próprias. Estas características influenciam com maior ou menor intensidade a
tipologia da edificação e suas características particulares.

Os sistemas construtivos em concreto pré-moldado, não apenas em comparação com as


estruturas de aço, madeira e alvenaria, mas também em relação ao concreto moldado no local,
tem suas características específicas que definem os formatos e as exigências a serem seguidas.

“Não é possível falar em projeto executivo ou mesmo em anteprojeto sem conhecer o


sistema construtivo a ser utilizado. A obra deve ser o local em que o sistema construtivo
é colocado em prática e não desenvolvida de forma aleatória.” Vannucchi (p.28, 1998)

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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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A frase do Arquiteto Gianfranco Vannucchi à revista TÉCHNE (1998), reflete o conceito


da necessidade da avaliação dos sistemas construtivos disponíveis, buscando conhecer suas
características, para então optar pelo método mais apropriado.

De acordo com Ferreira (2003) considerando a indústria de pré-moldados, existem


diversos sistemas construtivos e soluções técnicas disponíveis, sendo que muitos destes sistemas
podem ser combinados numa mesma edificação e até mesmo, realizados em conjunto com outros
métodos construtivos, como estruturas de madeira, concreto e etc.

Para um bom desempenho, a edificação deve ser realizada utilizando o sistema mais
adequado a sua ocupação final.

A edificação analisada no presente estudo trata-se de uma Universidade executada com


sistema estrutural pré-moldado em Esqueleto combinado com alvenaria de vedação executada em
tijolos cerâmicos furados e sistema de lajes em duplo T, conforme características apresentadas a
seguir.

2.2.1 Sistemas Estruturais em Esqueleto e Sistemas Aporticados.

Conforme Ferreira (2003), sistemas aporticados e em esqueleto consistem de elementos


lineares, como vigas e pilares, de diferentes formatos e tamanhos combinados para formar o
esqueleto da estrutura. Estes sistemas são apropriados para construções que precisam de alta
flexibilidade na arquitetura, conforme demonstrado nas figuras 1 e 2. Isto ocorre pela
possibilidade do uso de grandes vãos e para alcançar espaços abertos sem a interferência de
paredes.

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Karine S. Boz C. (karinesamb@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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Figura1 - Sistema de estrutura aporticada pré-moldada

Fonte: Silva, (2008, p.21)

O conceito da estrutura em esqueleto oferece maior liberdade no planejamento e


disposição das áreas do piso, sem obstrução de paredes portantes internas ou por um grande
número de pilares internos.

Figura 2 – Estrutura pré-moldada em esqueleto

Fonte: Silva, (2008, p.22)

Ferreira (2003) ainda conclui que pelo fato de que nas estruturas em esqueleto o sistema
portante ser normalmente independente dos subsistemas complementares da edificação, pode-se
então realizar a combinação dos elementos pré-moldados com outros sistemas complementares,
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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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utilizando alvenarias de vedação, por exemplo, de diversos materiais, como tijolos cerâmicos,
blocos de concreto, painéis pré-moldados, entre outros. Outra característica positiva é que as
edificações com este sistema podem ser facilmente adaptadas para mudanças em seu uso, com
novas funções e inovações técnicas.

2.2.2 Sistemas pré-moldados para pisos.

Os elementos pré-moldados para pisos são um dos produtos pré-moldados mais antigos.
As vantagens principais dos sistemas pré-moldados para pavimentos são a rapidez da construção,
a ausência de escoramento, a diversidade de tipos, a alta capacidade de vencer vãos e a sua
economia (FERREIRA, 2003).

O mesmo autor afirma que o mercado de estruturas pré-fabricadas oferece uma variedade
de sistemas para piso e cobertura, dos quais se podem citar os sistemas de painéis com nervuras
protendidas (seções T ou duplo T, figura 3) que consiste num sistema bastante apropriado para
vencer grandes vãos e cargas, sendo utilizado em diversos tipos de construções como industriais,
armazéns, centros de distribuição, etc.;

Figura3 – Lajes com seção duplo T

Fonte: Silva, (2008, p.22)

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Karine S. Boz C. (karinesamb@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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2.3 CARACTERÍSTICAS DOS ELEMENTOS PRÉ-MOLDADOS

Do ponto de vista estrutural, a presença das ligações é o que diferencia basicamente uma
estrutura de concreto pré-moldado de uma estrutura convencional moldada no local (NÓBREGA,
2004). Desta forma pode-se entender que o desempenho de uma estrutura pré-moldada, está
diretamente ligado ao desempenho de suas ligações.

2.3.1 Ligações entre os elementos pré-fabricados

As ligações podem ser consideradas como regiões de descontinuidade na estrutura pré-


moldada onde ocorrem concentrações de tensões, as quais podem, ou não, provocar
deslocamentos, imobilizar e redistribuir esforços entre os elementos por elas conectados, com
influência no comportamento de toda a estrutura (NOBREGA, 2004).

De acordo com a norma NBR 9062 – Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré-
Moldado (2006), o projeto das ligações de elementos pré-moldados entre si ou entre estes e
concreto moldados no local, são levadas em consideração, além da estabilidade geral da estrutura
montada, também a estabilidade durante a fase da montagem.

As ligações devem ser previstas no projeto, para não haver nenhum tipo de problema,
tanto no funcionamento quanto na capacidade estrutural. Segundo o Manual MUNTE (2004,
p.37) as ligações são diretamente proporcionais no que se refere à complexidade, ao custo e à
eficiência estrutural.

Quanto mais eficiente é a ligação, melhor partido estrutural é atingido, entretanto, seu
custo e possíveis cuidados na execução também serão maiores. É muito importante a definição
correta do tipo de ligação a ser usada para a determinação do custo do empreendimento.

“As ligações entre as peças em estruturas pré-fabricadas precisam levar em conta os


mínimos detalhes a serem executados durante sua “montagem”. E é a existência delas
que diferencia o pré-fabricado das estruturas moldadas in loco, pois o restante do
conceito e o funcionamento estrutural das peças são os mesmos para os dois sistemas”.
(MELO, 2004, p. 37).

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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
22

Existem vários tipos de ligações a serem executadas no concreto pré-moldado, dentre elas
convenhamos destacar: ligações isostáticas, ligações rotuladas, ligações semi-rígidas, e as
ligações rígidas ou engastadas.

2.3.1.1 Ligações Isostáticas

Nas ligações isostáticas, as peças como pilares e vigas, funcionam de forma isolada, pois
no concreto pré-moldado este tipo de ligação não transmite esforços (momentos fletores)
horizontais, eliminando o efeito de pórtico da estrutura.

De acordo com o Manual MUNTE (2004, p.38), Neste tipo de modelo estrutural, as
ligações não consideram a introdução de outros esforços na estrutura como retração, hiperestático
de protensão e variação térmica.

Segundo Bertoli (2007), utiliza-se aparelhos como o Neoprene de 1 cm de espessura para


o apoio das peças e deslocamento das mesmas. Para evitar o tombamento das vigas, são
utilizados pinos de aço, geralmente CA-25 com φ 12,5 mm para auxiliar na deformação adequada
ao funcionamento da ligação, como mostra a figura 4.

De acordo a ficha técnica do produto Neoprene disponibilizado pela empresa BRP


Plásticos, o produto é um elastômero composto de borracha de policloropeno. Tem excelente
capacidade isotérmica e apresenta boas características mecânicas, ótima elasticidade a
temperaturas baixas da ordem dos -40°C, para além de serem muito pouco inflamáveis e
apresentarem uma boa resistência a temperaturas da ordem dos 100°C, ou por breves períodos, de
20°C, seu uso é recomendado no revestimento de peças cujo trabalho exija alta resistência à
ruptura e abrasão, boa performance no trabalho com ácidos diluídos.

Bertoli (2007) ainda afirma que para fixar as vigas, preenchem-se os furos dos pinos com
argamassa comum, que permite ao se retrair, o pino fixado a se deformar através dos espaços
deixados pela argamassa aplicada.

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Karine S. Boz C. (karinesamb@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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Figura4 – Esquema de ligação isostática viga/pilar

Fonte: Manual Munte de Pré-Fabricados de Concreto, (2004).

2.3.1.2 Ligações Rotuladas

As ligações rotuladas de acordo com Melo (2004) têm a característica de transmitir (além
de cargas verticais) os esforços horizontais entre as peças. Para a transmissão desses esforços, as
ligações são projetadas considerando que eles se encaminham pela resistência do neoprene ao
cisalhamento. Existe a possibilidade de substituir o neoprene simples por um sistema de neoprene
combinado com o graute, que é mais eficiente e onde se pode contar com o efeito pino, como
pode ser identificado na figura 5.

A ligação pelo pino se caracteriza pela consideração de transmissão de esforços pelo


cisalhamento puro do pino. A característica principal desta ligação é o preenchimento dos furos
das vigas, sendo a operação realizada de forma diferente da ligação isostática, ou seja:

a) o preenchimento do furo é feito com graute;

b) é obrigatória a retirada do tubo de PVC (molde do furo) da peça para que haja a
perfeita aderência do graute com a superfície de concreto da peça.

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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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Figura 5 - Esquema de ligação rotulada viga/pilar

Fonte: Manual Munte de Pré-Fabricados de Concreto, (2004).

2.3.1.3 Ligações semi-rígidas

Para Melo (2004), as ligações definidas como semi-rígida são as que apresentam um
aprimoramento técnico em relação ás ligações do tipo rotuladas. Pode-se utilizar a ligação o
semi-rígida como condição mais favorável e eficiente da ligação rotulada, em que não se
despreza a capacidade resistente ao momento e, portanto, pode-se valer da propriedade de semi-
engastamento.

Para a consideração de forças horizontais, o estudo é o mesmo que o realizado para as


ligações rotuladas. A única diferença é que na ligação semi-rígida é obrigatório o uso de
neoprene preenchido com graute.

A ligação semi-rígida apresenta a propriedade de resistir a uma parte do momento fletor


de engaste das peças. Para que se tenha esse efeito, é necessária a colocação dos dois pinos de
ligação de maneira a criarem o binário de forças resistentes (BERTOLI,2007).

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Figura 6 – Esquema de ligação semi-rígida viga/pilar

Fonte: Manual Munte de Pré-Fabricados de Concreto, (2004).

2.3.1.4 Ligações engastadas

Melo (2004), classifica que as ligações engastadas podem ser de dois tipos: as que não
apresentam ligações à tração na região inferior da viga e as que apresentam ligações completas
(inversão do momento no apoio).

As ligações engastadas simples se caracterizam pela não-inversão do momento negativo


na viga. Ou seja, elas não apresentam ligações resistentes a esforços de tração na região inferior
da viga junto ao pilar (normalmente comprimida pelo momento negativo).

Em relação a transmissão dos esforços horizontais, a ligação se comporta como as


ligações rotuladas e semi-rígida, valendo todos os detalhes já apresentados. Entretanto, deve-se
considerar o preenchimento completo da ligação com graute, que resistirá aos esforços de
compressão da viga.

De acordo com Melo (2004), as ligações de engastamento total são as mais sofisticadas e
realmente possibilitam condições muito próximas do engaste perfeito. A ligação difere muito
pouco da ligação engastada simples, pois todos os detalhes são iguais, apenas acrescidos de
chapas de aço posicionadas na parte inferior das vigas, soldadas sobre outra chapa posicionada no
apoio.

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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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2.4 PATOLOGIAS

Patologia é o estudo das manifestações estruturais, bioquímicas e funcionais nas células,


tecidos, órgãos e elementos, que visa explicar os mecanismos pelos quais surgem os sinais e os
sintomas das doenças (CARMO, 2000).

Segundo Oliveira (2013), patologia nas edificações é a ciência que estuda as origens,
causas, mecanismos de ocorrência, manifestações e conseqüências das situações em que os
edifícios ou suas partes deixam de apresentar o desempenho mínimo pré-estabelecido e passam a
apresentar anomalias indesejadas.

A patologia na construção pode ser entendida, analogamente à Ciência Médica, como o


ramo da engenharia que estuda os sintomas, formas de manifestação, origens e causas
das doenças ou defeitos que ocorrem nas edificações (CARMO, 2000).

As manifestações patológicas estão presentes na maioria das edificações, sejam elas com
maior ou menor intensidade. Segundo Liechtenstein (1985), estes problemas podem apresentar-se
de forma simples, sendo assim, de diagnóstico e reparo evidentes ou então, de maneira complexa,
exigindo uma análise individualizada.

Liechtenstein (1985) ainda afirma que as manifestações patológicas encontradas com


maior frequência são infiltrações, fissuras, corrosão da armadura, movimentações térmicas,
descolamentos, recalques, entre outros. É de extrema importância a detecção precoce, visto que, o
quanto antes for tratado, tende a minimizar o comprometimento e o custo do tratamento.

Para o sucesso no tratamento de uma manifestação patológica, é necessário um


diagnóstico adequado e completo, onde se observa todos os aspectos do problema, sendo eles:
sintomas, mecanismos, origens, causas e formas de tratamento.

2.4.1 Origem das patologias

Para Oliveira (2013) de um modo geral, as manifestações patológicas não têm sua origem
concentrada em fatores isolados, mas sofrem influência de um conjunto de variáveis, que podem
ser classificadas de acordo com o tipo de manifestação, com os sintomas, com a causa que gerou
o problema ou ainda a etapa do processo produtivo em que ocorrem, além de apontar para falhas
também no sistema de controle de qualidade próprio a uma ou mais atividades.
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As manifestações patológicas são também responsáveis por uma parcela importante da


manutenção, de modo que grande parte das intervenções de manutenção nas edificações poderia
ser evitada se houvesse um melhor detalhamento do projeto e escolha apropriada dos materiais e
componentes da construção (OLIVEIRA, 2013).

Dentre os diversos fatores responsáveis pelo surgimento de manifestações patológicas nas


edificações pode-se destacar algumas origens decorrentes de falhas na concepção dos projetos,
através da falta de planejamento e projetos mal elaborados; falhas da execução das edificações,
muitas vezes relacionado a mão de obra não qualificada ou a falta de acompanhamento dos
profissionais responsáveis; e também as falhas decorrentes da utilização dos imóveis.

O estudo realizado por Helene e Figueiredo (2003) demonstra que as manifestações


patológicas possuem origem na maior parte das vezes nas fases de projeto e de execução,
conforme apresentado na figura 7.

Figura 7 – Origem dos problemas patológicos

Fonte: Helene e Figueiredo (2003)

2.4.1.1 Falhas na concepção de projetos

Segundo Helene (1992), várias são as falhas que podem ocorrer durante o projeto,
podendo ser mesmo na fase de concepção da estrutura, no estudo preliminar, na execução do
anteprojeto ou durante a elaboração do projeto de execução, podendo destacar as seguintes
causas:

- Elementos de projetos inadequados;

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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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- Falta de compatibilização entre a estrutura e a arquitetura e demais projetos;

- Especificação inadequada de materiais;

- Detalhamento insuficiente ou errado;

- Detalhes construtivos inexeqüíveis;

- Falta de padrão de representações;

- Erros de dimensionamento;

Em acordo com causas relacionadas, Oliveira (2013) afirma que um dos fatores mais
importantes e presentes nas edificações, são as falhas de compatibilização de projetos. É de
fundamental importância que todos os projetos sejam analisados de forma conjunta antes do
inicio das atividades no canteiro de obras, não sendo estes deixados para serem resolvidos
durante a construção, o que acaba exigindo a adoção de soluções paliativas ou meramente
reativas.

O mesmo autor complementa que além da compatibilização de projetos, os próprios


detalhes executivos adquirirem importância, pois, através destes, a leitura e interpretação do
projeto podem ser realizadas com clareza, sendo fundamental que cada projeto seja acompanhado
de detalhes suficientes para um bom entendimento dos profissionais responsáveis pela execução.
A especificação de materiais, o conhecimento de normalização, o projeto para a produção e a
coordenação entre vários projetos também são considerados fatores importantes dentro deste
contexto.Sem a devida atenção a esses fatores, vários problemas podem vir a ser gerados, com,
por exemplo, a baixa qualidade dos materiais específicos, a especificação de materiais
incompatíveis, o detalhamento insuficiente ou equivocado, o detalhamento construtivo
inexeqüível, a falta de padronização e o erro de dimensionamento, comprometendo do
desempenho e a qualidade global do ambiente construído.

2.4.1.2 Falhas na execução

Souza (1988) afirma, que a sequência lógica ideal seria o início da execução somente após
o término da etapa de concepção, conclusão de todos os estudos e projetos. Mas o que se verifica
é que isso raramente ocorre. E, mesmo quando o processo de planejamento e projeto é concluído
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antes do início da execução, durante esta ocorrem “mudanças” sob alegação de serem necessárias
simplificações construtivas, que acabam gerando erros.

A ocorrência de problemas patológicos nesta etapa basicamente deve-se ao processo de


produção, pois reflete de maneira imediata às dificuldades socioeconômicas, provocando baixa na
qualidade técnica de trabalhadores menos qualificados e até mesmo os que não possuem
nenhuma qualificação profissional (SOUZA, 1988).

De acordo com Oliveira (2013), em relação a qualificação, é essencial que o profissional


que exerce a função do controle de execução apresente uma formação teórica aliada à experiência
prática, sendo importante também o treinamento de quem executa o serviço.

Muitas ações podem ser tomadas para evitar problemas futuros nas edificações, havendo
necessidade de uma visão completa e profunda de todo o processo construtivo. A gestão
da produção de mão-de-obra deve ser observada também de uma forma global, inserida
em um conjunto organizado, gerido por meio de procedimentos padronizados,
racionalizados e eficientes e eficazes. (OLIVEIRA, 2013, p. 31)

Oliveira (2013) ainda afirma que na fase de execução, a manutenção preventiva é muito
dependente do controle de qualidade da mão-de-obra, assim como o cumprimento das
especificações de projeto. Para garantir o cumprimento de todas as prescrições referentes à
execução, o controle da qualidade da execução deve ser realizado de forma rigorosa e abranger
todos os estágios da edificação. O profissional responsável deve além de realizar projetos bem
elaborados para todos os subsistemas da edificação, também realizar a devida fiscalização para
garantir que todos os processos sejam bem executados a fim de que o produto final seja de
excelente qualidade.

2.4.1.3 Falhas na utilização

Acabadas as fases de concepção e de execução da obra, mesmo quando tais fases tenham
sido executadas com a qualidade adequada, as estruturas ainda assim podem vir a apresentar
problemas patológicos originados da utilização errônea ou da falta de um programa de
manutenção adequado.

Conforme Souza (1988), por este aspecto a edificação deve ser vista como um
equipamento mecânico, ou seja, para se ter bom desempenho deve ter manutenção eficiente.
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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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Em muitos casos, o proprietário, maior interessado em que a estrutura tenha bom


desempenho passa a ser, por desleixo ou ignorância, o agente de desgaste, agravando a
deterioração dos imóveis. Portanto os problemas gerados nesta etapa são basicamente causados
por utilização errônea ou por falta de manutenção adequada.

Segundo Oliveira (2013), os problemas patológicos ocasionados por uso inadequado


podem ser evitados informando-se aos usuários sobre as possibilidades e as limitações da obra.
Os problemas patológicos ocasionados por manutenção inadequada, ou mesmo pela ausência
total de manutenção, tem sua principal origem relacionada ao desconhecimento técnico dos
usuários e a falta de informações da parte dos profissionais responsáveis pelo empreendimento.

Exemplos típicos, casos em que a manutenção periódica pode evitar problemas


patológicos sérios e, em alguns casos, a própria ruína da obra, são a limpeza e a
impermeabilização das lajes de cobertura, marquises, piscinas elevadas e que, se não
forem executadas, possibilitarão a infiltração prolongada de águas de chuva e o
entupimento de ralos, fatores que, além de implicarem a deterioração da estrutura,
podem levá-la à ruína por excesso de carga (acumulação de água)(OLIVEIRA, 2013, p.
32).

2.4.2 Diagnóstico

Frente a uma manifestação patológica, necessita-se analisar o problema em questão, visto


que este processo, muitas vezes, envolve um conjunto complexo de procedimentos, no qual
ocorrem variações para cada caso. O problema está na falta de uma metodologia cientificamente
reconhecida e aprovada para tal procedimento (CARMO, 2000).

Lichtenstein (1985) propôs uma estrutura para a análise de problemas patológicos que
consiste em uma sequência de três etapas. A primeira fase consiste no levantamento de subsídios,
fazendo parte desta, a vistoria do local, ensaios complementares e pesquisa. Entendido o caso,
parte-se então para a segunda etapa, que é a elaboração do diagnóstico, precedido de um
prognóstico que indicará a viabilidade de se fazer intervenções. O último passo será o estudo das
alternativas de intervenção, para posterior decisão da conduta a ser seguida. É importante que os
casos, depois de analisados e solucionados, sejam registrados para que, futuramente, possa-se
tomar medidas preventivas para tais falhas e assim, não se torne necessário ter gastos e
incômodos com terapias corretivas.

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2.5 FISSURAS

Segundo Corsini (2016), as fissuras são um tipo comum de manifestação patológica nas
edificações e podem interferir na estética, na durabilidade e nas características estruturais da obra.
Tanto em alvenarias quanto nas estruturas de concreto, a fissura é originada por conta da atuação
de tensões nos materiais. Quando a solicitação é maior do que a capacidade de resistência do
material, a fissura tem a tendência de aliviar suas tensões. Quanto maior for a restrição imposta
ao movimento dos materiais, e quanto mais frágil ele for, maiores serão a magnitude e a
intensidade da fissuração.

O termo fissuras, de forma geral se trata de um termo técnico generalizado. Algumas


normas e alguns peritos classificam as fissuras com diferentes nomes, conforme a sua espessura.
Segundo a norma de impermeabilização (NBR 9575, 2010), as microfissuras têm abertura
inferior a 0,05 mm. As aberturas com até 0,5 mm são chamadas de fissuras e, por fim, as maiores
de 0,5 mm e menores de 1,0 mm são chamadas de trincas.

"Essa nomenclatura pode ser aplicada às trincas passivas, que não variam ao longo do
tempo, em função da variação da temperatura tópica. Já para as trincas ativas, que
variam conforme a respectiva variação higrotérmica, essa nomenclatura é inaplicável,
pois a classificação mudaria conforme o instante da medição "Engenheiro Paulo
Grandiski, do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de
São Paulo)

Para Camaduro e Zatt (2000) fissuras são aberturas transversais ou longitudinais,


geralmente superficiais e atingem pinturas ou azulejos. Pode-se denominar como trincas
geralmente as fissuras que apresentam mais profundidade e que atinjam a estrutura das
alvenarias. Já as rachaduras são manifestações patológicas de maior grau, onde ocorrem aberturas
com capacidade de passagem de vendo e chuva, por exemplo.

Os mesmos autores afirmam que os principais tipos de fissuras são causadas por retração,
variação de temperatura, esforços de tração e compressão, torção, ou então causadas por corrosão
nas armaduras, recalque das fundações ou movimentações higroscópicas.

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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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2.5.1 Principais causas de patologia de fissuras

De acordo com Menegatti (2008), atualmente é raro encontrar edifícios que não
apresentem algum tipo de fissuras, o que compromete, além da estética, conforto, segurança do
usuário e uma desvalorização no seu valor.

Os problemas patológicos, salvo raras exceções, apresentam manifestação externa


característica, a partir da qual se pode deduzir qual a natureza, a origem e os mecanismos
dos fenômenos envolvidos, assim como pode-se estimar suas prováveis consequências.
Esses sintomas, também denominados de lesões, danos, defeitos ou manifestações
patológicas, podem ser descritos e classificados, orientando um primeiro diagnóstico, a
partir de minuciosas e experientes observações visuais. (HELENE, 1992, p. 19).

As fissuras podem ocorrer em diferentes elementos de uma edificação, tanto nos


elementos estruturais, como vigas, pilares, lajes e etc., como também nos elementos responsáveis
pela vedação da edificação, como alvenarias e painéis.

As principais causas de fissuração estão relacionadas no quadro a seguir:

Tabela 1 – Causas de Fissuração

PRINCIPAIS CAUSAS DE FISSURAÇÃO

Causas de Fissuração Aspectos Particulares

Assentamentos diferenciais de fundações diretas

Recalques de Fundação Variação do teor de umidade dos solos argilosos

Heterogeneidade e deficiente compactação de aterros e etc.

Atuação de Sobrecargas Concentração de cargas e tensões

Pavimento inferior mais deformável que o superior

Pavimento inferior menos deformável que o superior


Deformações
Pavimento inferior e superior com deformações idênticas

Fissuração devido à deformações de regiões em balanço

Fissuração devido à rotação do pavimento nos apoios


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Fissuras de "bigodes" nos vértices de aberturas

Deformação instantânea ou lenta do concreto

Fissuração devida aos movimentos das coberturas


Variação de
Fissuração devida aos movimentos das estruturas reticuladas
Temperatura
Fissuração devido aos movimentos das próprias paredes

Movimentos reversíveis e irreversíveis

Fissuração devido à variação do teor de umidade por causas


externas

Variações de Umidade Fissuração devido à variação natural do teor de umidade dos


materiais

Fissuração devido à retração das argamassas

Fissuração devida à expansão irreversível dos produtos cerâmicos

Hidratação retardada da cal

Ataques Químicos Expansão das argamassas e concretos por ação dos sulfatos

Retração das argamassas por carbonatação

Ações acidentais (sismos, incêndios e impactos fortuitos)

Retração da argamassa e expansão irreversível de produtos


Outros casos de cerâmicos
fissuração Choque térmico

Envelhecimento e degradação natural dos materiais e das


estruturas
Fonte: Sahade, 2010.

Segundo Sahade (2010), as fissuras são divididas de acordo com sua forma de
manifestação e seu desenho, que pode ser geométrico ou mapeado. Essas duas classes são
subdivididas, cada uma, entre fissuras ativas e passivas.

O autor ainda afirma que as fissuras geométricas (ou isoladas) podem ocorrer tanto nos
elementos da alvenaria, quanto em suas juntas de assentamento. As fissuras mapeadas (também
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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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chamadas de disseminadas) podem ser ocasionadas por retração das argamassas, sendo por falhas
na produção como o excesso de finos no traço. No geral as fissuras mapeadas têm forma de
“mapas”, e possuem aberturas somente superficiais.

As fissuras ativas são aquelas que têm variações sensíveis de abertura e fechamento. "Se
essas variações oscilam em torno de um valor médio - oscilantes - e podem ser
correlacionadas com a variação de temperatura e umidade - sazonais -, então as fissuras,
embora ativas, não indicam ocorrência de problemas estruturais" (SAHADE, 2010).

Porem caso as fissuras ativas se manifestem de forma a apresentarem aberturas com


crescimento contínuo, neste caso podem sim representar problemas estruturais, que devem ser
corrigidos antes do tratamento das fissuras. As causas desses problemas devem ser determinadas
por meio de observações e análise da estrutura. Por fim, as passivas (também chamadas de
mortas) são causadas por solicitações que não apresentam variações sensíveis ao longo do tempo.
E, por isso, podem ser consideradas estabilizadas. (Sahade, 2010)

As causas de fissuras já citadas, podem apresentar diversos tipos de problemas, a seguir


será apresentado as principais manifestações de fissuras a fim de vincular as suas características,
com o levantamento realizando das fissuras existentes na Universidade regional do Noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, campus Santa Rosa.

2.5.1.1 Movimentações térmicas

Para Thomaz (1989, p.19), as movimentações térmicas de um material estão relacionadas


comas propriedades físicas do mesmo e com a intensidade da variação da temperatura, a
magnitude das tensões desenvolvidas é função da intensidade da movimentação, do grau de
restrição imposto pelos vínculos a esta movimentação e das propriedades elásticas do material.

“Todos os materiais, componentes e elementos de uma construção estão sujeitos a


variações de temperatura. Estas variações, diárias ou sazonais, permitem variações
dimensionais dos mesmos, proporcionando movimentos de dilatação e contração”
(LORDSLEEM JUNIOR, 1997).

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De acordo com Campagnolo (2012), as fissuras de origem térmicas podem surgir por
movimentações diferenciadas entre, componentes de um elemento, entre elementos de um
sistema, ou entre regiões distintas de um mesmo material.

Thomaz (1989) afirma que as principais movimentações diferenciadas ocorrem em função


de:

- Junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sujeitos ás mesmas


variações de temperatura (por exemplo, movimentações diferenciadas entre argamassa de
assentamento e componentes de alvenaria);

- Exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais (por exemplo, cobertura em


relação ás paredes de uma edificação);

- Gradiente de temperatura ao longo de um mesmo componente (por exemplo, gradiente entre a


face exposta e a face protegida de uma laje de cobertura).

Para Camaduro e Zatt (2000), as fissuras causadas por movimentação térmica, são de
abertura constante, perpendiculares ao eixo do elemento e tendem a seccionar o elemento, sendo
muito parecidos com as fissuras por retração, esses efeitos podem ser contidos com a construção
de juntas de dilatação bem executadas.

Figura 8 – Tipos de fissuras causadas por movimentação térmica dos materiais

Fonte: Portal metálica, construção civil, 2016.

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Estudo das principais manifestações patológicas de fissuras em edificações com sistema estrutural pré-moldado
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2.5.1.2 Movimentações higroscópicas

Para Ianssen e Torrescasana (2003), quando o material poroso é exposto a umidade e


temperatura por tempo e condições constantes, por meio de fenômeno da difusão atingira uma
umidade estabilizada, que então atinge a umidade higroscópica de equilíbrio do material.

A variação do teor de umidade provoca dois tipos de movimentações, as irreversíveis e as


reversíveis. As movimentações irreversíveis ocorrem logo após a fabricação do material e
origina-se pela perda ou ganho de água ate que atinja o ponto de umidade higroscópica de
equilíbrio do material. As movimentações reversíveis ocorrem pela variação da umidade do
material, ficando delimitada mesmo no caso de saturar-se ou secar-se por completo o material.

Camaduro e Zatt (2000) destacam que a umidade do ambiente pode gerar variação no
volume do concreto, aumentando a umidade, o elemento de concreto expande-se, quando
diminui, o corpo segue com movimento, dessa vez diminuindo, podendo causar fissuras, que têm
formato semelhante ás de retração, conforme figura 9.

Figura 9 - Trincas horizontais em alvenarias

Fonte: THOMAZ, 1989

2.5.1.3 Retração

Segundo Thomaz (1989), em função da trabalhabilidade necessária, os concretos e


argamassas normalmente são preparados com água em excesso, o que vem acentuar a retração.
Na realidade, é importante distinguir as três formas de retração que ocorrem num produto

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preparado com cimento. De acordo com Torrescasana (1999), os três tipos de retração que
ocorrem num produto preparado com cimento são:

• Retração química: a reação química do cimento e água se da com redução de


volume; a força de coesão interna reduz o volume da água em 25%.

• Retração de secagem: a água em excesso evapora e isto gera forças capilares


equivalentes a uma compressão, produzindo, redução de volume.

• Retração por carbonatação: a cal hidratada reage com o gás carbônico e forma o
carbonato de cálcio. Esta reação é acompanhada de redução de volume e gera retração.

As fissuras desenvolvidas por retração das argamassas de revestimento apresentam


distribuição uniforme, com linhas mapeadas que se cruzam formando ângulos bastante próximos
de 90°. A figura 10 ilustra um fissuramento típico de retração superficial.

Thomaz (1989) explica que a retração de alvenarias além de destacamentos nas regiões de
ligação com componentes estruturais, induzirá a formação de fissuras no próprio corpo da parede;
estas poderão ocorrer nos encontros entre paredes, no terço médio de paredes muito extensas, em
regiões onde ocorra uma abrupta mudança na altura ou na largura da parede ou mesmo em seções
enfraquecidas pela presença de tubulações.

Figura 10 –Fissuração típica de retração superficial

Fonte: Canovas, 1994

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2.5.1.4 Compressão

Para Camaduro e Zatt (2000), as fissuras causadas por compressão são muito vistas em
pilares, elas são paralelas, conforme figura 11, e quando o concreto da peça submetida ao esforço
não for muito heterogêneo, elas podem cortar-se segundo ângulos, são fissuras que podem ser
visíveis mesmo antes de se obter tensões de ruptura.

Thomaz (1989) explica que elas podem ser geradas por má colocação ou insuficiência de
estribos ou ainda por carga superior á prevista.

Figura 11 – Fissuras por esforços de compressão

Fonte: Souza, 2009

2.5.1.5 Tração

De acordo com Thomaz (1989), as fissuras causadas por esforços de tração, são,
geralmente ortogonais à direção do esforço e atravessam toda a seção, conforme mostrado na
figura 12. São geralmente verticais no terço médio do vão e apresentam aberturas maiores em
direção ás faces inferiores dos elementos onde encontram-se as fibras mais tracionadas.

Souza (2009) complementa que o concreto é muito susceptível a esse tipo de fissura, pois
a resistência à tração deste material é muito pequena. Para impedir esse tipo de fissuração, as
peças de concreto devem ser adequadamente armadas, já que o aço resiste bem à tração,
substituindo o concreto aonde este esforço venha a ocorrer.

Figura 12 – Fissuras causadas por esforços de tração

Fonte: Souza, 2009

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2.5.1.6 Recalques de Fundações

Para Camaduro e Zatt (2000) as fissuras ocasionadas por recalques em fundações ocorrem
mais quando as armaduras presentes nos elementos forem deficientes ou estiverem mal
posicionadas, são fissuras que ocorrem geralmente em vigas e tem aberturas variáveis.

“Os solos são constituídos basicamente por partículas solidas, entremeadas por água,ar e
não raras vezes material orgânico. Sob efeito de cargas externas todos os solos,em maior
ou menor proporção, se deformam. No caso em que estas deformações sejam
diferenciadas ao longo do plano das fundações de uma obra, tensões de grande
intensidade serão introduzidas na estrutura da mesma, podendo gerar o aparecimento de
trincas”. (THOMAZ, 1989, p.83).

Figura 13 – Fissuras causadas por recalque de fundações

Fonte: Souza, 2009

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3 MÉTODO DE PESQUISA

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Para o desenvolvimento do presente projeto de pesquisa, utilizou-se o método qualitativo,


realizando observações das manifestações patológicas existente na Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. A Referida observação ocorreu em todas as salas
destinadas às atividades acadêmicas de aulas, junto aos blocos A e B do campus Santa Rosa,
onde através de documentação fotográfica, constatou-se as principais incidências de fissuras
existentes. Através desta analise, identificaram-se as tipologias mais presentes nesta área de
pesquisa, para então comparar os dados coletados com estudos já realizados, a fim de indicar
métodos de recuperação já utilizados em casos semelhantes.

3.2 DELINEAMENTO

O presente projeto realizou-se a partir da analise do sistema estrutural existente na


Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, campus Santa Rosa, da
observação das fissuras existentes neste local, e da revisão bibliográfica dos itens encontrados na
análise e no estudo de caso.

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Tabela 2 – Delineamento do projeto

Escolha do local de realização do estudo de caso

Analise do sistema construtivo existente no local

Levantamento das fissuras existentes

Pesquisa Bibliográfica

Identificação das causas e características das fissuras

Identificação dos métodos de recuperação recomendados

Fonte: Autoria própria

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4 RESULTADOS

Após o levantamento dos dados necessário para a análise da manifestação patológica de


fissura, obteve-se os seguintes resultados.

4.1 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES DE FISSURAS ENCONTRADAS

Realizou-se através de documentação fotográfica, o registro das principais tipologias de


fissuras encontradas, a fim de determinar em função de suas características, as suas causas e
métodos de recuperação.

4.1.1 Fissuras em alvenarias a 45º

Figura 14 – Fissuras em alvenarias

Fonte: Autoria própria

Segundo Thomaz,(1989) as fissuras a 45º em alvenarias de vedação ocasionadas em


edifícios com estrutura reticulada, são causadas por recalques diferenciados da fundação que
induzem à fissuração por tração diagonal das paredes, fazendo com que as trincas inclinem-se na
direção do pilar que sofreu maior recalque.

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Para Lordsleem Junior (1997) as fissuras com características semelhantes, ocorrem em


função da junção de materiais com diferentes coeficientes de dilatação térmica, sujeitos às
mesmas variações de temperatura; exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas
naturais e gradiente de temperatura ao longo de uma mesma parte da edificação, ou seja, fissuras
causadas por movimentação térmica dos elementos.

Outro fator que ainda pode ser considerado para esta tipologia de fissura é a acomodação
da estrutura, a qual pode gerar índices de deformação excessiva, podendo causar esmagamentos
localizados ou ate mesmo fissuras inclinadas geradas a partir dos apoios da estrutura (SAMPAIO,
2010). As características dessa fissura pode ser verificada nas figuras 14 e 15.

Figura 15 – Fissuras em alvenarias a 45º

Fonte: Autoria própria

Para a recuperação, inicialmente deve-se verificar se a estrutura já encontra-se


estabilizada para então realizar o processo de reparo da fissuração, para isso pode-se utilizar um
método simples que consiste em preencher a abertura com selo de gesso,se fissurar o gesso,
indica que ainda há movimentação (ativa), caso contrário, a fissura já encontra-se estabilizada.

O método de Tomé (2010) pode ser empregado neste caso, realizando a aplicação de
material selante flexível, a fim de que, caso a estrutura ainda realizar algum tipo de
movimentação, este produto irá realizar a movimentação juntamente com a estrutura, evitando
maiores danos. No caso de paredes com revestimento em argamassa, pode-se ainda realizar a
colocação de uma tela sobre a trinca e por ultimo a execução da pintura sobre esta tela.

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4.1.2 Destacamento entre Estrutura e Alvenaria

Manifestação patológica de que gera o destacamento entre os elementos da estrutura pré-


moldada e a alvenaria de vedação, conforme figuras 16 e 17.

Figura 16 – Fissuras destacando a estrutura e alvenaria

Fonte: Autoria Própria

Para Thomaz (1989), a movimentação térmica da estrutura pode causar destacamentos


entre as alvenarias e o reticulado estrutural. O arcabouço estrutural da edificação estará sujeito a
movimentações térmicas, principalmente em estruturas de concreto aparente. Deve-se salientar a
insolação direta, sendo que as temperaturas nas faces expostas das peças podem atingir até 80°C.

Ainda segundo Thomaz (1989), o destacamento nas regiões de ligação com componentes
estruturais, poderá ser provocado pela retração das alvenarias.

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Figura 17 – Fissuras oriundas de movimentação térmica dos elementos

Fonte: autoria própria

A parede de alvenaria e os elementos de concreto são dois conjuntos distintos, com


composições e características diferentes e com isso, irão se deformar de maneira diferente de
acordo com os esforços solicitantes (de força e de temperatura). Dessa forma, é necessário
utilizar-se de um artifício que promova rigidez no encontro da parede com o pilar. Para isso,
pode-se empregar o uso de telas (em aço ou poliéster), inserida na nova argamassa a ser aplicada,
transpassando os elementos aproximadamente 20 cm para cada lado, de acordo com a figura 18
(THOMAZ, 1989).

Figura 18 – Técnica de recuperação de reforço entre pilar e alvenaria

Fonte: Thomas (1989)

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Neste caso como a estrutura ainda pode sofrer movimentações, recomenda-se a utilização
de materiais flexíveis para o preenchimento das fissuras. Estes materiais acompanharão as
movimentações entre os elementos evitando o surgimento de novos problemas.

4.1.3 Fissuras horizontais em alvenarias

Para Tomé (2010), as causas deste tipo de fissuração estão identificadas como a
incompatibilidade entre a deformabilidade da parede e a deformação a longo prazo das lajes de
apoio. Este fenômeno (e causa da patologia) é geralmente referido como “deformabilidade
excessiva do suporte”. As figuras 19 e 20, indicam a incidência deste fenômeno.

Figura 19 – Fissuras horizontais em alvenarias

Fonte: Autoria própria

No caso da estrutura analisada, as lajes, como sendo elementos estruturais pré-fabricados,


são apenas apoiadas sobre as vigas que devem ser dimensionadas para suportar a sua carga. Com
isso a analise desta manifestação patológica nos remete a outros fatores, como movimentações
térmicas, conforme características já citadas, e movimentações higroscópicas.

Segundo Lordsleem Junior (1997), as fissuras causadas por movimentações higroscópicas


apresentam-se bastante semelhantes àquelas devidas à movimentações térmicas. Ambas são
consequência de deformações provocadas por variações volumétricas (expansão e contração). O
aumento do teor de umidade produz uma expansão do material enquanto que a diminuição
provoca uma contração deste material, podendo causar o surgimento de fissuração nas alvenarias.

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Figura 20 – Fissuras horizontais

Fonte: Autoria própria

Segundo Thomaz (1989), as fissuras provocadas por enfraquecimento localizado da


parede, poderão ser recuperadas superficialmente através da introdução de bandagem no
revestimento ou tela de náilon na pintura. O comportamento monolítico da parede poderá ser
restabelecido mediante a introdução de armaduras no trecho fissurado da parede, ou até mesmo
por meio de telas metálicas inseridas no revestimento; nessa segunda alternativa, o comprimento
de transpasse da tela, para cada um dos lados da trinca, deve ser de aproximadamente 15 cm.

Tomé (2010) indica um método de recuperação semelhante, o qual foi utilizado como
forma de recuperação de fissuras com as mesmas características, onde realizou-se a abertura da
fissura, aplicação de mastique flexível na abertura, colocação de tela sobre a trinca e por ultimo
efetuou-se o revestimento sobre esta tela.

O mastique flexível corresponde a um selante elástico, monocomponente, de baixo


módulo, que realiza a cura com a umidade do ar, à base de poliuretano. Sendo adequado para
juntas de movimentação e de conexão em aplicações internas ou externas.

4.1.4 Fissuras verticais em alvenarias

De acordo com Thomas (1989), as manifestações de fissuras com características


semelhantes ocorrem devido a movimentação térmica das alvenarias, que são provocadas pela
dilatação e contração térmicas das paredes, gerando fissuras verticais regularmente espaçadas,
conforme características apresentadas na figura 21.

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Figura 21–Fissuras Verticais

Fonte: Autoria própria

Helene (1992) cita que a correção dessa manifestação patológica deve ser feita a partir da
injeção de resina epóxi ou através da aplicação de selante.

Contudo, semelhante às fissuras horizontais, pode-se utilizar o método sugerido por Tomé
(2010) onde realizou-se a abertura da fissura, aplicação de mastique flexível, colocação de tela
sobre a trinca e por ultimo execução da pintura sobre esta tela.

4.1.5 Fissuras no encontro dos elementos (laje – alvenaria)

Segundo Thomas (1989), este tipo de manifestação patológica origina-se devido a falhas
no dimensionamento das juntas de dilatação que realiza a união das peças pré-moldadas de
concreto, conforme verifica-se nas figuras 22, 23 e 24, apresentadas a seguir.

As juntas de dilatação devem ser dimensionadas e previstas de acordo com o tipo de


ligação a ser empregado na estrutura.

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Figura 22 - Fissuras no encontro dos elementos

Fonte: Autoria própria

Quando as juntas não são previstas ou são mal dimensionadas, com a utilização de
produtos não apropriados, podem ocorrer falhas no sistema de vedação, ocasionando trincas e
danos nos elementos construtivos. Segundo Oliveira (1995).

Figura 23 - Fissura no encontro do elementos

Fonte: Autoria própria

Uma das soluções previstas para esta manifestação patológica é a vedação das juntas já
existentes, e para isso pode-se utilizar produtos selantes de alto desempenho, tornando os
elementos mais resistentes e diminuindo a probabilidade de ocorrência desta manifestação.

De acordo com Oliveira (2005), os selantes atuam como uma barreira eficaz contra a
passagem de calor, luz, som, água, vapor, e de poeira, devendo resistir e absorver dilatações,
deformações e vibrações. O mesmo autor ainda afirma que os selantes de alto desempenho

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apresentam comportamento elástico, ou seja, ocorre as deformações proporcionais às tensões


aplicadas e retornam ao seu estado original após o término destas tensões.

Figura 24 – Fissuras nos encontros dos elementos

Fonte: Autoria própria

4.1.6 Fissuras em vigas

Verificou-se que em alguns locais existe a incidência de manifestações patológicas


originadas por esmagamento dos elementos estruturais, conforme demonstrado na figura 25. Os
pontos verificados apresentam características de fissuração que segundo Helene (1992), são
causadas por sobrecarga em pontos localizados da estrutura.

Figura 25 – Fissuras de revestimentos em vigas

Fonte: Autoria própria

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Tal manifestação patológica deve ser acompanhada com maior regularidade, pois pode ser
um indício de problemas estruturais na edificação.

Helene (1992) afirma que a correção dessa manifestação patológica deve ser feita a partir
da aplicação de nova argamassa no local danificado, e posterior realização de nova pintura.

4.2 INCIDÊNCIAS DE FISSURAS

O gráfico apresentado a seguir mostra a incidência de fissuras encontradas de acordo com


as características apresentadas anteriormente, onde pode-se verificar que o maior índice de
fissuras existentes corresponde aquelas que possuem aberturas com inclinação de
aproximadamente 45º, seguidas das fissuras existentes entre os elementos estruturais e as
alvenarias.

Figura 26 – Incidência de fissuras

Lajes

4% 10% 45 graus
13%

Elementos pré moldados

10%
Encontro: Alvenarias e
Elementos
37%
Vigas
14%
Horizontais

12%
Verticais

Fonte: Autoria Própria

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5 CONCLUSÃO

O presente projeto de pesquisa relaciona informações e dados obtidos, que não devem ser
utilizados como embasamento geral, em função de que as manifestações de fissuras, ocorrem por
diversos fatores, sendo que cada caso deve ser analisado de forma específica a fim de realizar as
devidas intervenções nas edificações danificadas.

Ao concluir esta pesquisa, pode-se perceber que a edificação analisada, não apresenta
indícios de problemas estruturais, sendo as manifestações patológicas encontradas, apenas
caracterizadas por problemas visuais que afetam a estética da edificação. Com isso a recuperação
desta manifestação ocorre como um sistema de manutenção da estrutura.

As principais incidências das manifestações identificadas, são geradas em função de


diversos fatores externos, podendo citar os fatores climáticos e de vibrações constantes na
edificação, causando a movimentação da estrutura.

No sistema construtivo pré-moldado, uma de suas principais características, se refere à


estabilidade das edificações, onde sistemas bem dimensionados proporcionam grande segurança
estrutural da edificação.

As divergências encontradas neste sistema são as necessidades de materiais e


componentes específicos para a ligação dos os elementos pré-fabricados entre si, e entre os
demais subsistemas da edificação, como por exemplo, o sistema de vedação. A falta destes
componentes auxilia o surgimento de fissuras, em função de que tantos os fatores climáticos
como as movimentações ocorridas, causam a dilatação e contração da estrutura, causando o
desligamento entre alguns elementos.

As soluções encontradas são de fácil aquisição e execução, necessitando apenas de um


projeto de manutenção do imóvel, realizado por um profissional especializado, a fim de garantir a
durabilidade dos materiais, seguindo as devidas recomendações de cada fabricante.

Por fim, pode-se concluir que independente do sistema estrutural a ser utilizado, a
preocupação com todos os fatores que podem vir a gerar quaisquer tipo de problema na
edificação, deve ser um fator de extrema relevância, tanto na execução do projeto, quanto na
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elaboração do plano de manutenção deste imóvel, pois independente do tipo de manifestação


patológica, estas sempre trarão prejuízos e danos tanto para vida útil da estrutura, quanto para os
ocupantes da mesma.

Através desta linha de pesquisa, vale ressaltar a importância da continuidade deste


projeto, enfatizando a manutenção dos imóveis através da NBR 15575 (2013), a qual refere-se ao
desempenho das edificações habitacionais, bem como as responsabilidades de todos os
envolvidos.

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REFERÊNCIAS

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