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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

BETINA LOPES DOGONSKI

ESTUDO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO MÉTODO


CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAME EM HABITAÇÕES SOCIAIS

Santa Rosa
2016
BETINA LOPES DOGONSKI

ESTUDO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO MÉTODO


CONTRUTIVO LIGHT STEEL FRAME EM HABITAÇÕES SOCIAIS

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso de


Engenharia Civil apresentado como requisito
parcial para obtenção do título de Engenheira
Civil.

Orientadora: Ana Paula Maran

Santa Rosa
2016
BETINA LOPES DOGONSKI

ESTUDO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO MÉTODO


CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAME EM HABITAÇÕES SOCIAIS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de
ENGENHEIRA CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro
da banca examinadora.

Santa Rosa, 24 de Janeiro de 2017.

Ana Paula Maran

Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Orientadora

Diorges Carlos Lopes

Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ana Paula Maran (UNIJUÍ)

Mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Prof. Éder Claro Pedrozo (UNIJUÍ)

Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria


Dedico este trabalho a minha família por todo apoio
e incentivo recebido para que este fosse possível.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, digno de toda honra, por ter me dado sabedoria,
paciência, saúde e disposição ao longo de minha vida, que foram essenciais para o meu
aprendizado e para a concretização deste sonho.

Sou grata a toda minha família, especialmente aos meus pais, José e Márcia, por todo
amor, apoio, incentivo, compreensão e dedicação em todos esses anos. Por terem me incentivado
e me ensinado a ser persistente, a vocês muito obrigada, tenho certeza que sem esta base nada
teria sido possível. Ao meu irmão Bruno, pela amizade e carinho que tens para comigo. À minha
avó, tios e primos, os quais se encontram sempre presentes, reforçando o valor de família.

Ao meu namorado, Giovane Leria, por ter sido um grande companheiro e amigo durante
todos esses anos de graduação, além de todo apoio, paciência e amor.

Agradeço ainda aos amigos e colegas por todo apoio, companheirismo, e por me
proporcionarem momentos de distração e ajuda nos estudos nesses cinco anos que se passaram.

Sou grata a todos os professores do curso de Engenharia Civil da Universidade Regional


do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, pela excelência no ensino, desempenhando assim
um papel fundamental na minha formação acadêmica. Gostaria de agradecer em especial a
orientadora deste trabalho, Ana Paula Maran, que me auxiliou com sabedoria nesta empreitada,
tornando possível o desenvolvimento deste trabalho.

Por fim, agradeço a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
– UNIJUI, por todo suporte e apoio nestes últimos cinco anos, buscando desenvolver o ensino da
melhor forma possível.
A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o
que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê.

Arthur Schopenhauer
RESUMO

DOGONSKI, Betina Lopes. Estudo da viabilidade técnica do método construtivo light steel
frame na construção civil. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ,Santa Rosa,
2016.

O setor da construção civil brasileira ainda baseia-se em construções altamente artesanais,


caracterizadas pelos inúmeros índices de desperdício de insumos e mão de obra, grande geração
de resíduos sólidos e baixa produtividade. Porém, diante da crescente demanda e da
disponibilidade de técnicas alternativas as predominantes no setor atual, várias correntes de
soluções industrializadas estão ganhando espaço conforme o crescimento da aceitação da
tecnologia por parte dos setores produtivos e principalmente dos consumidores. Estas alternativas
buscam basicamente uma maior racionalização de materiais e um melhor aproveitamento da mão
de obra. Neste cenário, o Light Steel Frame encontra-se dentro dos anseios do mercado como
uma solução que mude o setor da construção civil, isto porque o método se apresenta como uma
solução industrializada e racionalizada, e vem ganhando espaço no Brasil em construções dos
mais diversos usos. A utilização deste sistema representa uma maior agilidade de execução, com
perdas mínimas, diminuição quantitativa da mão de obra e redução considerável no peso próprio
comparado a materiais convencionais. Neste contexto, o presente estudo objetivou estudar o
sistema alternativo Light Steel Frame, abordando suas práticas construtivas, métodos de
utilização, vantagens e desvantagens, custos e aceitabilidade no mercado, através de uma
pesquisa exploratória e bibliográfica.

Palavras-chave: Construção industrializada. Habitação social. Sustentabilidade.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Execução da primeira obra em LSF no Brasil ................................................. 17


Figura 2 - Primeiro protótipo de uma residência em LSF ................................................. 18
Figura 3 - Comparativo de desempenho térmico .............................................................. 19
.Figura 4- Montagem de painel em LSF no canteiro de obras .......................................... 23
Figura 5 - Painéis de LSF produzidos em fábrica e transportados para obra .................... 23
Figura 6 - Montagem de módulo de banheiro ................................................................... 24
Figura 7 - Radier ................................................................................................................ 25
Figura 8 - Sapata corrida ................................................................................................... 25
Figura 9 - Painéis estruturais ............................................................................................. 26
Figura 10 - Transmissão da carga vertical a fundação ...................................................... 27
Figura 11 - Estrutura de piso em LSF................................................................................ 28
Figura 12 - Laje tipo úmida ............................................................................................... 28
Figura 13 - Laje tipo seca .................................................................................................. 29
Figura 14 - Esquema cobertura plana em LSF .................................................................. 29
Figura 15 - Esquema cobertura inclinada em LSF ............................................................ 30
Figura 16 - Fechamento vertical em OSB ......................................................................... 31
Figura 17 - Fechamento vertical em placas cimentícias .................................................... 33
Figura 18- Fechamento vertical em gesso acartonado....................................................... 34
Figura 19 - Parafusos auto-atarraxantes ............................................................................ 35
Figura 20 - Disposição dos perfis em planta ..................................................................... 38
Figura 21: Delineamento ................................................................................................... 39
 Figura 22- Loteamento Auxiliadora II .............................................................................. 44
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparativo técnico entre o sistema LSF e o sistema convencional............... 20


Tabela 2 - Revestimento mínimo dos perfis estruturais e não estruturais ......................... 21
Tabela 3 - Designações dos perfis de aço formados a frio para o uso em LSF e suas
respectivas aplicações .................................................................................................................... 22
Tabela 4 - Relação entre espessura da placa cimentícia e sua aplicação ........................... 32
Tabela 5- Orçamentos........................................................................................................ 45
Tabela 6 - Comparativo de custos de ambos sistemas ...................................................... 46
Tabela 7 - Comparação de custos por etapas dos sistemas construtivos ........................... 47
Tabela 8 - Cronograma de execução de uma habitação social em LSF ............................ 48
Tabela 9 - Cronograma de execução de uma habitação social no sistema convencional .. 48
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBCA Centro Brasileiro da Construção em Aço

IBDA Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura

LSF Light Steel Frame

NBR Norma Brasileira

OSB Orinted strand board

SBI Swedish Institute of Steel Construction


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13

1.1 CONTEXTO ..................................................................................................... 14

1.2 PROBLEMA ..................................................................................................... 14

1.2.1 Questões de Pesquisa ........................................................................................ 14

1.2.2 Objetivos de Pesquisa ....................................................................................... 15

1.2.3 Delimitação ....................................................................................................... 15

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................... 16

2.1 O SISTEMA LIGHT STEEL FRAME E SUAS CARACTERÍSTICAS........... 16

2.1.1 Histórico do sistema Light Steel Frame ............................................................ 17

2.1.2 Características do Light Steel Frame ................................................................ 18

2.2 SISTEMA ESTRUTURAL ............................................................................... 21

2.3 MÉTODOS CONTRUTIVOS .......................................................................... 22

2.4 ETAPAS CONSTRUTIVAS ............................................................................ 24

2.4.1 Fundações .......................................................................................................... 24

2.4.2 Painéis estruturais.............................................................................................. 26

2.4.3 Lajes .................................................................................................................. 27

2.4.4 Coberturas ......................................................................................................... 29

2.4.5 Fechamento vertical e acabamento ................................................................... 30

2.4.6 Ligações ............................................................................................................ 34

2.4.7 Montagem ......................................................................................................... 35

3 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................. 37

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ........................................................................ 37

3.2 DELINEAMENTO ........................................................................................... 37


4 RESULTADOS................................................................................................ 40

4.1 PESQUISA DE ACEITAÇÃO ......................................................................... 40

4.2 ESTUDO DE CASO ......................................................................................... 43

4.2.1 Comparativo Econômico ................................................................................... 44

4.2.2 Comparativo de Cronogramas........................................................................... 47

5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 49

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 51
13

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil no Brasil permanece caracterizada pela utilização de


sistemas construtivos predominantemente artesanais, tendo como características principais os
inúmeros índices de desperdício de insumos e a baixa produtividade. Porém, o mercado vem
dando sinais de que esta situação deve ser alterada e o uso de novas tecnologias é a melhor
maneira de permitir a industrialização da construção civil e a racionalização dos processos
(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Segundo Moura (2013), a racionalização e a industrialização da construção são apontadas


como a chave para reformulação dos métodos construtivos. Ambas são implantadas na
construção civil objetivando fazer uma análise dos processos de transformação, fluxo e valor,
visando o aperfeiçoamento de determinada atividade, além de uma maior produtividade e
eliminação de desperdícios.

Esta preocupação com as questões ambientais e a necessidade de buscar alternativas


sustentáveis para a indústria da construção civil nos demonstram que, por se tratar de um sistema
construtivo altamente artesanal, a estrutura de concreto armado aliada a alvenaria de blocos
cerâmicos é caracterizada pela baixa produtividade e pelo grande desperdício de materiais,
devido a todas as etapas da construção ser executadas in loco (HASS; MARTINS, 2011).

Tendo em vista a mudança deste contexto, uma das alternativas a serem adotadas é a
utilização de um método construtivo bastante consolidado em países de primeiro mundo, porém
no Brasil não muito empregado, o Light Steel Frame (LSF). Segundo Faria (2008), após o fim da
Segunda Guerra Mundial, os países desenvolvidos da América do Norte, Europa e Ásia passaram
a se valer com maior intensidade de sistemas construtivos prontos, pré-fabricados, que
proporcionassem maior produtividade e economia de mão de obra, cujo custo era muito alto
nessas regiões.

De acordo com Crasto (2005), o LSF é um sistema de concepção racional altamente


industrializado, que tem como principal característica uma estrutura constituída por perfis de aço
galvanizado de pequena espessura formados a frio, promovendo um processo de construção de
alta eficiência e grande rapidez de execução.
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Estudo da viabilidade técnica e econômica do método construtivo Light Steel Frame em habitações sociais.
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1.1 CONTEXTO

Segundo Pomaro (2011), o LSF é uma alternativa construtiva eficiente, rápida e


ambientalmente sustentável, que até então é pouco frequente no Brasil, mas é utilizado em grande
escala em países como Estados Unidos e Japão, e na Europa. Comenta ainda, que dentre os países
da América do Sul, o Chile vem realizando grandes difusões do método, onde o mesmo já é
empregado em cerca de 35% das construções.

Rodrigues (2006), afirma que o LSF vem se consolidando nos últimos anos no mercado
da construção civil brasileira podendo ser encontrados em obras diversas nas várias regiões do
país. Podem ser empregados em construções de habitações unifamiliares, hospitais, edifícios
residências e comercias de até quatro pavimentos e, de retrofit de edificações existentes
(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

1.2 PROBLEMA

Atualmente, com o vasto crescimento da construção civil, tem-se a necessidade de


construir com maior rapidez e eficiência, e ainda levando em conta a sustentabilidade. Porém, os
métodos construtivos tradicionais apresentam limitações quanto a estas questões, trazendo assim
a necessidade da introdução de um método construtivo que permita a racionalização dos seus
processos e possua um alto nível de industrialização (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Portanto, segundo os autores, o estudo da viabilidade técnica do LSF é de extrema


importância, uma vez que é necessário buscar inovações e soluções para suprir essa necessidade,
alinhando não somente conhecimentos técnicos de engenharia, mas também na abrangência que
este método pode ter no mercado, quando aplicado de forma correta e tecnológica, além da
aceitabilidade do mesmo ao LSF.

1.2.1 Questões de Pesquisa

Questão principal:

Existe viabilidade técnica e econômica da utilização do método construtivo light steel


frame em habitações sociais para a classe baixa de renda na cidade de Santa Rosa?

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Betina Lopes Dogonski (betinalopes.eng@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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Questão secundária:

Como o método construtivo light steel frame se comporta tecnicamente quando


comparado aos sistemas construtivos convencionais?

Qual o conhecimento e a aceitação do sistema pelas construtoras e população da cidade de


Santa Rosa?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa

Objetivo Geral:

Analisar a viabilidade técnica e econômica da aplicação do sistema light steel frame em


habitações sociais para a classe de baixa renda da cidade de Santa Rosa, tendo como base a
bibliografia disponível, pesquisas realizadas com a população e responsáveis técnicos da cidade,
além de estudo comparativos entre o sistema Light Steel Frame e o sistema convencional em
concreto armado em conjunto com a alvenaria de blocos cerâmicos.

Objetivos específicos:

• Apresentar os fundamentos teóricos do sistema construtivo Light Steel Frame,


abordando suas características, etapas construtivas e materiais empregados;
• Avaliar se as tecnologias empregadas na construção do Light Steel Frame apresentam
vantagens sobre o método construtivo convencional;
• Estudar o sistema construtivo Light Steel Frame aplicado a uma residência de habitação
social e demonstrar por meio de planilhas orçamentárias detalhadas, a comparação de custos em
relação ao sistema construtivo convencional;
• Comparar o cronogramas do Light Steel Frame e do sistema convencional;
• Obter conhecimentos da aceitação deste método construtivo na cidade de Santa Rosa
tanto para a população, quanto para os responsáveis técnicos da área.

1.2.3 Delimitação

A pesquisa delimita-se ao estudo do sistema construtivo LSF e seu contexto na cidade de


Santa Rosa, localizada na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul.

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Estudo da viabilidade técnica e econômica do método construtivo Light Steel Frame em habitações sociais.
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2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo será abordado o sistema construtivo Light Steel Frame, apontando suas
principais características, um breve histórico, vantagens e desvantagens, métodos construtivos,
etapas construtivas, e materiais empregados, findando com a apresentação da sequencia de
montagem.

2.1 O SISTEMA LIGHT STEEL FRAME E SUAS CARACTERÍSTICAS

O termo LSF foi registrado pelo Swedish Institute of Steel Frame (SBI) para designar o
sistema construtivo baseado em estrutura de aço leve (ALVARENGA; CALMON, 2000 apud
CASTRO, 2006).

O Light Steel Framing é um sistema construtivo estruturado em perfis de aço


galvanizado formados a frio, projetados para suportar as cargas da edificação e trabalhar
em conjunto com outros subsistemas industrializados, de forma a garantir os requisitos
de funcionamento da edificação. É um sistema construtivo aberto – que permite a
utilização de diversos materiais, flexível – pois não apresenta grandes restrições aos
projetos, racionalizado – otimizando a utilização dos recursos e o gerenciamento das
perdas, customizável – permitindo total controle dos gastos já na fase de projeto; além de
durável e reciclável (JARDIM; CAMPOS, 2006).

Portanto, o sistema basicamente se resume em uma estrutura composta de paredes, pisos e


cobertura, que além de seus componentes, também possuem subsistemas. Esses subsistemas são o
estrutural, a fundação, o isolamento termo-acústico, o fechamento interno e externo, as
instalações elétricas e hidráulicas (CONSULSTEEL, 2002). Reunidos, esses elementos
possibilitam a integridade estrutural da edificação, e são projetados para suportar as cargas da
edificação e garantir os requisitos de funcionamento da mesma (IBDA, 2011).

Santiago, Freitas e Crastro (2012), destacam que para que o sistema cumpra com as
funções para o qual foi projetado e construído é necessário uma compatibilização de projetos e
que os materiais utilizados sejam adequados.

Vale salientar que a primeira obra em LSF no Brasil foi realizada em 1998 pela
Construtora Sequência, sendo um condomínio de casas de alto padrão na cidade de São Paulo, no
bairro do Brooklin, como apresentado na Figura 1(DOMARASCKI; FAGIANE, 2009).

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Betina Lopes Dogonski (betinalopes.eng@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
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Figura 1 – Execução da primeira obra em LSF no Brasil

Fonte: Construtora Sequência (2014)

2.1.1 Histórico do sistema Light Steel Frame

A história do LSF iniciou entre 1810, quando o Estados Unidos começou a conquista pelo
seu território, e 1860, quando a migração chegou a costa do Oceano Pacífico. Durante este
período, a população americana se multiplicou e, para solucionar a demanda por habitações,
recorreu-se à utilização de materiais disponíveis no local, no caso a madeira, utilizando os
conceitos de praticidade, velocidade e produtividade originados na Revolução Industrial, e assim
acabaram por criar o Wood Framing (RODRIGUES, 2006).

De acordo com Allen (2006), as primeiras construções em aço formado a frio, tiveram
início no ano de 1850 nos Estados Unidos, e paralelamente na Inglaterra. Porém estas obras
tinham caráter experimental e limitado. A partir de 1930, foram feitos protótipos de residências
em LSF, conforme a Figura 2, que apesar de pouco explicativos sobre o sistema, teve relativa
aceitação. A partir de então, iniciou-se um crescimento considerável em sua aplicação, com a
formação de empresas especializadas.

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Estudo da viabilidade técnica e econômica do método construtivo Light Steel Frame em habitações sociais.
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Figura 2 - Primeiro protótipo de uma residência em LSF

Fonte: Allen (2006)

A utilização do LSF no Brasil se deu durante a década de 90, quando algumas


construtoras tiveram a iniciativa de importar casas pré-fabricadas em LSF destinadas aos padrões
de renda média e alta (CRASTO, 2005).

De acordo com o CBCA (2014), atualmente esse sistema vem passando por um processo
de desenvolvimento e aceitação no mercado nacional, inclusive a sua aplicação não limita-se
mais as construções residenciais e isso vem ocorrendo devido a incentivos, como a definição dos
requisitos mínimos para financiamento de habitações em LSF pela Caixa Econômica Federal; a
publicação de dois manuais pelo Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) que servem
para especificação e uso; e a normatização de alguns dos principais componentes dos sistemas
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

2.1.2 Características do Light Steel Frame

De acordo com Rodrigues (2006), por tratar-se de um processo com alto nível de
industrialização quando comparado com um sistema construtivo convencional, o LSF apresenta
vantagens como rapidez na construção, podendo ter uma redução no prazo de até 50% se
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Betina Lopes Dogonski (betinalopes.eng@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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comparado ao sistema convencional, além de melhores níveis de desempenho termo-acústico,


facilidade na execução das ligações, durabilidade e longevidade da estrutura, facilidade de
montagem, manuseio e transporte devido a leveza dos elementos, além de ser uma construção a
seco, o que minora o uso de recursos naturais e o desperdício.

Segundo Yamashiro (2011), um comparativo entre o desempenho térmico dos materiais


comumente utilizados em fechamentos nas edificações pode ser observado na Figura 3, na qual é
possível concluir que o preenchimento em lã de rocha, poliestireno ou poliuretano, materiais estes
mais usuais para isolamento no LSF, possuem desempenho superior aos blocos de alvenaria,
proporcionando um maior amortecimento térmico, fato este que resulta na economia de energia e
melhor conforto térmico.

Figura 3 - Comparativo de desempenho térmico

Fonte: Yamashiro (2011)

Para o CBCA (2014), o LSF apresenta vantagens significativas, como maior área útil,
prazos de execução mais curtos, compatibilidade com outros materiais, racionalização da mão de
obra, alívio de carga nas fundações, organização no canteiro de obras e a reciclabilidade.

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Estudo da viabilidade técnica e econômica do método construtivo Light Steel Frame em habitações sociais.
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Entre as poucas desvantagens do LSF pode-se citar o custo, uma vez que o LSF ainda
apresenta um custo pouco superior quando comparados aos métodos construtivos tradicionais, o
tradicionalismo das pessoas e, a carência de profissionais qualificados no método construtivo
LSF (MASTERWALL, 2016). Porém, em grandes escalas e em construções geminadas, o LSF
pote ter um custo unitário menor, havendo um ganho de 15% em cada 10 unidades habitacionais
construídas, atingindo aproximadamente R$500,00/m² em habitações geminadas (CBCA, 2014).

A seguir apresenta - se um comparativo técnico entre os métodos construtivo em LSF e o


método convencional, em concreto armado com fechamento em alvenaria cerâmica.
Tabela 1 - Comparativo técnico entre o sistema LSF e o sistema convencional

SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENCIONAL SISTEMA LIGHT STEEL FRAME


É um sistema ecologicamente correto. O aço, por
Utiliza produtos que degradam o meio ambiente:
exemplo, parte integrante do sistema em LSF, é um
areia, brita, tijolo, etc.
dos produtos mais reciclados em todo o mundo.
Estrutura em concreto armado, da qual sua qualidade Estrutura em aço galvanizado, produto com
é determinada por fatores inconstantes como mão de certificação internacional e que obedece aos mais
obra, temperatura, umidade do ar, matéria prima, etc. rigorosos controles de qualidade.
Difícil execução das instalações elétricas e
Fácil execução das instalações elétricas e hidráulicas,
hidráulicas, com quebra de paredes, gerando
sem desperdício de materiais e sem retrabalho.
desperdício de materiais e retrabalho.
Apresenta um canteiro de obras sujo ou com grande
Canteiro de obras limpo e organizado.
dificuldade para manutenção de limpeza.
O isolamento térmico e acústico é máximo, isso em
O isolamento térmico e acústico é mínimo, pois
função dos isolamentos utilizados entre os painéis das
permite facilmente a passagem de calor pelas paredes
paredes, além de apresentar um custo mínimo ou
além de um alto custo de manutenção de temperatura.
inexistente de manutenção de temperatura.
Prazo de execução até 1/3 menor ao convencional e
Cronograma de obra longo e impreciso.
com maior precisão.
Utilização mínima de água no processo construtivo,
Grande utilização de água no processo construtivo.
somente para a execução das fundações.
Manutenção para reparos de defeitos ocultos, exigindo
Manutenção simples de defeitos ocultos, através de
quebras de paredes, não garantindo um acabamento
shafts localizados em pontos estratégicos.
final perfeito.
Ampliações e reformas demoradas, garantindo na Ampliações e reformas rápidas e limpas, inclusive
maioria dos casos transtornos, com desperdícios de com a possibilidade de reaproveitamento da maioria
materiais. dos materiais.
Não é resistente a terremotos e ventos fortes podendo
Apresenta elevada resistência contra terremotos e
ser usado apenas em áreas isentas destes riscos
ventos fortes.
naturais.
Fácil aparecimento de patologias. Difícil aparecimento de patologias.
Fonte: CONSTRUSECO (2014)
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2.2 SISTEMA ESTRUTURAL

São perfis obtidos por dobramento, em prensa dobradeira, de lâminas recortadas de


chapas ou tiras, ou por perfilagem, em mesa de roletes, a partir de bobinas laminadas a frio ou a
quente, sendo ambas as operações realizadas com o aço em temperatura ambiente (NBR 14762,
ABNT, 2001).

Segundo Santiago, Freitas e Crasto (2012), os perfis típicos para o uso em LSF são
obtidos por perfilagem a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou liga alumínio-zinco
pelo processo continuo de imersão a quente ou por eletrodeposição, conhecido como aço
galvanizado. As massas mínimas de revestimento são apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2 - Revestimento mínimo dos perfis estruturais e não estruturais

Fonte: NBR 15253: 2005

Segundo os autores, os perfis mais utilizados no sistema LSF são os que possuem seção
transversal tipo U (U simples), Ue (U enrijecido), cantoneira e cartola. Na Tabela 3 encontram-se
as seções transversais dos perfis utilizados e suas aplicações.

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Estudo da viabilidade técnica e econômica do método construtivo Light Steel Frame em habitações sociais.
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Tabela 3 - Designações dos perfis de aço formados a frio para o uso em LSF e suas respectivas aplicações

Fonte: NBR 15253: 2005

2.3 MÉTODOS CONTRUTIVOS

De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), há basicamente três métodos


construtivos para a implantação do sistema LSF: o método tradicional ou Stick, o método por
painéis e o método de construção modular.

Para Crastro (2005), o método tradicional é o mais utilizado, onde os perfis são cortados
no canteiro da obra, e painéis, lajes, contraventamentos e a cobertura são montados no local,
tendo como vantagens a não necessidade de o construtor possuir um local para a pré-fabricação
do sistema, a facilidade de transporte das peças até o canteiro e as ligações dos elementos serem
de fácil execução, conforme exemplificado na Figura 4. Vale salientar, que com a utilização deste
método construtivo as atividades no canteiro de obras são maiores e o controle de qualidade e
precisão da estrutura é menor.
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.Figura 4- Montagem de painel em LSF no canteiro de obras

Fonte: Santiago (2008)

No método dos painéis estruturais ou não estruturais, contraventamentos, lajes e tesouras


de telhado podem ser pré-fabricados fora do canteiro e montados no local, e os painéis e
subsistemas são conectados no local usando as técnicas convencionais, tendo como vantagens a
velocidade de montagem, o alto controle de qualidade na produção dos sistemas, a minimização
do trabalho na obra e o aumento da precisão dimensional, conforme a Figura 5 (BRASILIT,
2014).

Figura 5 - Painéis de LSF produzidos em fábrica e transportados para obra

Fonte: Terni, Santiago e Pianheri (2008)


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Já as construções modulares são unidades completamente pré-fabricadas e podem ser


entregues no local da obra com todos os acabamentos internos como revestimentos, louças
sanitárias, bancadas, mobiliários fixos, metais, instalações elétricas e hidráulicas, conforme
exemplificado na Figura 6, a qual ilustra a montagem de um banheiro (CRASTRO, 2005).

Figura 6 - Montagem de módulo de banheiro

Fonte: Pavi (2005)

2.4 ETAPAS CONSTRUTIVAS

2.4.1 Fundações

Fundações são elementos estruturais destinados a transmitir ao solo as cargas de uma


estrutura (AZEREDO, 2012). Segundo Terni, Santiago e Pianheri (2008), como o LSF é uma
estrutura leve, consequentemente as fundações podem ser, de maneira geral, simples. Há ainda a
preocupação com a velocidade na execução das mesmas, ratificando uma das características do
sistema que é o tempo reduzido de construção, assim destacando-se o uso de radier e sapatas
corridas (OLIVEIRA, 2012).

Por ser muito leve, a estrutura de LSF e os componentes de fechamento exigem bem
menos da fundação do que outras construções. No entanto, como a estrutura distribui a
carga uniformemente ao longo dos painéis estruturais, a fundação deverá ser contínua
suportando os painéis em toda a sua extensão. A escolha do tipo de fundação vai
depender além da topografia, do tipo de solo, do nível do lençol freático e da
profundidade do solo firme. Essas informações são obtidas através da sondagem do
terreno (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

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O radier é um tipo de fundação superficial, constituída de uma laje em concreto armado


com cota bem próxima da superfície do terreno, na qual toda superfície se apoia, conforme na
Figura 7. Estruturalmente, o radier pode ser liso ou formado por jês com vigas de bordas e
internas, com a finalidade de aumentar sua rigidez (TERNI; SANTIAGO; PIANHERI, 2008).

Figura 7 - Radier

Fonte: disponível em www.nossaengenharia.com.br

As sapatas corridas são elementos contínuos que acompanham a linha das paredes, as
quais lhes transmitem a carga por metro linear (BRITO,1987). Para Terni, Santiago e Pianheri
(2008), a sapata corrida é um tipo de fundação superficial contínua, que recebe as ações dos
painéis e as transmite esses carregamentos uniformementes distribuídos em uma direção para o
solo.

Figura 8 - Sapata corrida

Fonte: disponível em www.sapata2012.blogspot.com.br


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2.4.2 Painéis estruturais

Os painéis estruturais em uma edificação de LSF podem não só compor as paredes de


uma edificação, como também funcionar como o sistema estrutural da mesma. Os painéis podem
ser estruturais ou auto-portantes, quando compõem a estrutura suportando as cargas da
edificação, ou não-estruturais, quando funcionam somente como fechamento externo ou divisória
interna, ou seja, sem função estrutural (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Segundo Terni, Santiago e Pianheri (2008), os painéis podem ser instalados na vertical,
para serem utilizados como paredes, e na horizontal, como pisos. Os painéis verticais, na sua
maioria, são portantes, isto é, trabalham como estrutura da edificação.

Figura 9 - Painéis estruturais

Fonte: Acoweb (2014)

De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), os montantes que compõem os painéis
transferem as cargas verticais por contato direto através de suas almas estando duas seções em
coincidência de um nível a outro, dando origem ao conceito de estrutura alinhada. A

Figura 10 apresenta um esquema de transmissão da carga vertical a fundação.

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Figura 10 - Transmissão da carga vertical a fundação

Fonte: Santiago; Freitas; Crasto (2012)

Santiago, Freitas e Crasto (2012) afirmam que a distância entre os montantes geralmente é
de 400 ou 600 milímetros e são determinadas pelas solicitações que cada perfil será submetido.
Os montantes são unidos em seus extremos inferiores pelas guias, cuja função é fixar os
montantes a fim de constituir um quadro estrutural. É válido salientar que o comprimento das
guias define a largura do painel, e o comprimento dos montantes define a altura do mesmo.

2.4.3 Lajes

Segundo Rodrigues (2006), o conceito estrutural do LSF que consiste em dividir as cargas
entre os perfis, é também é utilizado para os elementos que suportam as lajes e coberturas, uma
vez que seus elementos trabalham bi-apoiados e deverão, sempre que possível, transferir as
cargas continuamente, ou seja, sem elementos de transição, até as fundações.

Para Santiago, Freitas e Crasto (2012), as lajes baseiam-se no mesmo princípio dos
painéis, utilizam perfis galvanizados dispostos horizontalmente, obedecendo à mesma modulação
dos montantes, conforme ilustrado na Figura 11. Nas lajes, esses perfis são as vigas de piso, que

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desempenham função de transmitir as cargas que estão sujeitas para os painéis, além de servirem
de estrutura de apoio para o contrapiso.

Figura 11 - Estrutura de piso em LSF

Fonte: Santiago; Freitas; Crasto (2012)

Segundo os autores, de acordo com a natureza do contrapiso a laje pode ser do tipo
úmida, quando se utiliza uma chapa metálica ondulada aparafusada às vigas e preenchida com
concreto que serve de base para o contrapiso, ou pode ser do tipo seca, quando placas rígidas de
OSB, cimentícias ou outras são aparafusadas à estrutura do piso, conforme Figura 12 e Figura 13,
respectivamente.

Figura 12 - Laje tipo úmida

Fonte: disponível em www.felipeschmitzhaus.blogspot.com.br


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Figura 13 - Laje tipo seca

Fonte: disponível em www.st.eco.br

2.4.4 Coberturas

De acordo com Crasto (2005), a cobertura do telhado é a parte da construção destinada a


proteger o edifício da ação das intempéries, podendo também desempenhar uma função estética.
Telhados podem variar desde simples cobertas planas até projetos com maior complexidade.
Santiago, Freitas e Crasto (2012), afirmam que há uma grande variedade de soluções estruturais
para se materializar a cobertura de uma edificação e a escolha dependerá de diversos fatores
como tamanho do vão a cobrir, carregamentos, opções estéticas e econômicas. Salientam que
pode-se encontrar dois tipos de cobertura, as planas, esquematizadas na Figura 14, e as
inclinadas, esquematizadas na Figura 15 .

Figura 14 - Esquema cobertura plana em LSF

Fonte: disponível em www.steelframegaucho.wordpress.com


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Figura 15 - Esquema cobertura inclinada em LSF

Fonte: Santiago; Freitas; Crasto (2012)

2.4.5 Fechamento vertical e acabamento

O sistema de fechamento vertical é composto pelas paredes externas e internas de uma


edificação. No sistema LSF, os componentes de fechamento devem ser constituídos por
elementos leves, compatíveis com o conceito da estrutura dimensionada para suportar vedações
de baixo peso próprio, além de buscar materiais de fechamento e acabamento que propiciem uma
obra limpa, com redução ou eliminação das etapas de execução que utilizem argamassas ou
similares (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Os componentes empregados para execução das vedações devem atender a alguns


critérios e requisitos que assegurem satisfação as exigências dos usuários e a habitabilidade da
edificação. A norma ISO 6241:1984 estabelece os requisitos fundamentais para atender essas
necessidades, entre eles a segurança estrutural, a segurança ao fogo, a estanqueidade, o conforto
termo-acústico, tátil e visual também são importantes condições para a aplicação de um sistema
de fechamento, além, é claro, da durabilidade e economia.

Com relação as chapas de fechamento externo, é importante avaliar e especificar as


seguintes características: resistência a flexão, absorção de água, variação dimensional em razão
da variação de umidade e do efeito de temperatura e a resistência a intempéries (OLIVEIRA;
WAELKENS; MITIDIERI, 2012). No mercado nacional os produtos disponíveis para o
fechamento de construções em LSF são fornecidos em placas ou chapas, com várias espessuras,
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sendo que os materiais mais utilizados são o Oriented Strand Board (OSB), a placa cimentícia e o
gesso acartonado.

As placas de OSB são uma espécie de chapa estrutural, produzida a partir de filamentos
de madeira orientadas com três a cinco camadas perpendiculares prensadas e unidas com resinas
sob altas temperaturas, tornando maior sua resistência mecânica e a rigidez (REGO, 2012).

Segundo Terni, Santiago e Pianheri (2008), esse tipo de painel é instalado diretamente na
estrutura e sobre ele deve-se colocar uma manta ou membrana para formar uma barreira contra
umidade e vapor, a qual é fixada ao painel com grampos. Para revestimento com argamassa,
deve-se grampear uma tela sobre a manta para projeção da argamassa, a qual permite também
inúmeros acabamentos.

Figura 16 - Fechamento vertical em OSB

Fonte: disponível em www.frameaco.com.br

As placas cimentícias são placas delgadas de concreto, fabricadas a partir de argamassas


especiais contendo aditivos e uma elevada porcentagem de cimento. Geralmente são fabricadas a
partir de moldes metálicos, utilizando a mesma tecnologia do concreto pré-moldado
(DOMARASCKI; FAGIANI, 2009).

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Para Santiago, Freitas e Crasto (2012), as placas cimentícias podem ser utilizadas como
fechamento externo e interno dos painéis. As principais característica das placas cimentícias são a
elevada resistência a impactos, a grande resistência a umidade, são incombustíveis, podem ser
curvadas depois de saturadas, baixo peso próprio, compatível com a maioria dos acabamentos e
revestimentos e rapidez na execução.

Segundo os autores, as placas de fechamento são dimensionadas na maioria dos casos


com largura fixa de 1,20 metros, e comprimentos que variam d 2,00 metros, 2,40 metros e 3,00
metros, podendo apresentar diferentes espessuras de acordo com a função e aplicação da placa,
conforme Tabela 4.

Tabela 4 - Relação entre espessura da placa cimentícia e sua aplicação

Fonte: Brasilit

De acordo com uma das fabricantes nacionais das placas cimentícias, a BRASILIT
(2014), elas são altamente reutilizáveis, possuem alta resistência a impactos, elevada
durabilidade, além de serem incombustíveis e proporcionarem bom isolamento termo-acústico.
Além do mais, recebem um tratamento impermeabilizante que lhes confere menos absorção de
umidade e maior estabilidade dimensional.

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Figura 17 - Fechamento vertical em placas cimentícias

Fonte: disponível em www.reformolar.com.br

Já as placas ou chapas de gesso acartonado constituem o fechamento vertical da face


interna dos painéis estruturais e não-estruturais que constituem o invólucro da edificação, e
também o fechamento das divisórias internas. Porém, os painéis internos quando não são
estruturais podem ser constituídos empregando o sistema drywall, o qual é utilizado usualmente
nos Estados Unidos e vem sendo utilizado no Brasil para se referir às divisórias de gesso
acartonado com estrutura em perfil galvanizado (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Segundo os autores, as placas de gesso acartonado são comercializadas com largura de


1,20 metros e comprimentos que variam de 1,80 metros à 3,60 metros de acordo com o
fabricante. Sendo as espessuras de 9,5 milímetros, 12,5 milímetros e 15 milímetros. Afirmam
ainda, que no mercado nacional são comercializados três tipos de placas:

• Placa Standard (ST): para aplicação em paredes destinadas a áreas secas;


• Placa Resistente a Umidade (RU) ou Placa verde: para paredes destinadas a
ambientes sujeitos a ação da umidade, por tempo limitado de forma intermitente;
• Placa Resistente ao Fogo (RF) ou Placa rosa: para aplicação em áreas secas, em
paredes cm exigências especiais de resistência ao fogo.

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Figura 18- Fechamento vertical em gesso acartonado

Fonte: disponível em www.nvgesso.com

2.4.6 Ligações

Existe uma ampla variedade de conexões e ligações para estruturas de aço e seus
componentes, embora nem todas sejam tão utilizadas. Apesar da importância das ligações, em
muitos casos não se da à necessária atenção ao assunto, o que pode comprometer o desempenho
da estrutura e encarecer os custos da obra (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Segundo Oliveira (2012), para a fixação dos painéis estruturais na fundação, a escolha do
tipo de ligação vai variar de acordo com o carregamento a que vai estar submetida a estrutura, o
tipo de fundação ou ainda o clima do local. Essas ancoragens podem ser do tipo química com
barras roscadas, expansiva com parabolts, ou com sistema de finca pinos acionados por pólvora.

De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), os parafusos auto-atarraxantes e


autoperfurantes são os tipos de conexão mais utilizados em construções com LSF no Brasil. Os
parafusos auto-atarraxantes apresentam dois tipos de ponta: ponta broca e ponta agulha,

Figura 19, sendo que é a espessura da chapa de aço a ser perfurada e que define o tipo de
ponta a ser utilizada.

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Figura 19 - Parafusos auto-atarraxantes

Fonte: Santiago; Freitas; Crasto (2012)

2.4.7 Montagem

O Centro Brasileiro de Construção em Aço (CBCA) afirma que a sequência executiva de


uma edificação em LSF segue praticamente a mesma sequência executiva de uma edificação em
um método convencional, com exceção das suas peculiaridades:

1. Execução das fundações – as fundações são executadas da forma convencional e


necessitam de uma ótima impermeabilização para evitar problemas futuros, além
de estarem bem niveladas e no esquadro;
2. Montagem dos painéis estruturais – os painéis são ancorados nas fundações, sendo
que este processo inicia-se com a colocação do primeiro painel exterior de um dos
cantos da edificação e em seguida a colocação de um painel perpendicular,
verificado o esquadro, segue-se a ancoragem dos demais painéis;
3. Montagem da cobertura e da subcobertura – em telhados estruturados com caibros
o primeiro passo é executar a cumeeira e então fixar os caibros na cumeeira com
parafusos estruturais. Já em telhados estruturados com tesouras, estas podem ser
içadas em conjunto e distribuídas sobre os painéis portantes, após são distribuídas
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e fixadas com enrijecedores de alma e parafusos estruturais. Após montada a


estrutura procede-se a colocação das telhas;
4. Instalação das esquadrias;
5. Execução do fechamento externo – o fechamento externo é fixado nos painéis com
o uso de parafusos, é válido ressaltar a importância das juntas de dilatação;
6. Instalações elétricas e hidráulicas;
7. Isolamento térmico;
8. Fechamento interno – assim como o fechamento externo, é fixado nos painéis com
o uso de parafusos;
9. Acabamento.

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3 MÉTODO DE PESQUISA

Nesta seção apresentam-se a estratégia e o delineamento de pesquisa, além do cronograma


a ser seguido para a concretização da mesma.

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Os procedimentos abordados para a realização da pesquisa do ponto de vista de seus


objetivos tem por base uma pesquisa exploratória que, segundo Gil (2002), são assim
classificadas devido ao envolvimento de levantamento bibliográfico, entrevistas baseadas nas
experiências práticas dos seus usuários com o problema pesquisado e análises de exemplos que
estimulem a compreensão.

Já do ponto de vista dos procedimentos técnicos enquadra-se como uma pesquisa


bibliográfica, as quais são desenvolvidas com base em material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos (GIL, 2002). Também classifica-se como um
levantamento, os quais são caracterizados pela interrogação direta das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecer (GIL, 2002).

3.2 DELINEAMENTO

A pesquisa foi realizada levando em consideração as etapas de pesquisa bibliográfica,


caracterização do sistema LSF, avaliação da aceitabilidade do método na cidade de Santa Rosa –
RS, comparativo do LSF com o sistema convencional e considerações finais, conforme
apresentadas no delineamento da Figura 21 e especificado nos próximos parágrafos.

Primeiramente, foram realizados os estudos bibliográficos, a fim de esclarecer os aspectos


teóricos sobre o método construtivo Light Steel Frame, e buscou-se apresentar as características
que envolvem o sistema.

Em seguida, buscou-se ter um panorama da aceitação do método LSF na cidade de Santa


Rosa – RS, através da realização de questionários com responsáveis técnicos da área da
construção civil e com a população.

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Fez-se também, uma comparação entre os métodos construtivos LSF e sistema


convencional, para se ter uma melhor percepção do mercado para tais. Esta comparação se deu
por meio técnico – abordando características técnicas e ambos os métodos e os correlacionando,
por meio econômico – através do orçamento de uma habitação de interesse social da cidade de
Santa Rosa, e por meio da avaliação de cronogramas.

Para o orçamento, será seguido a disposição dos perfis apresentada na Figura 20, de forma
a realizar a retirada dos quantitativos dos materiais a serem utilizados. A partir desta planta base,
será feito uma vista de cada parede, conforme apêndice A, de forma a identificar os diferentes
tamanhos de perfis necessários, e por fim, será feito a soma dos quantitativos.

Figura 20 - Disposição dos perfis em planta

Fonte: Autoria própria


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Após isso finalizado, serão apresentados os resultados da pesquisa e as conclusões sobre a


viabilidade técnica e econômica do método construtivo Light Steel Frame em habitações sociais.

Figura 21: Delineamento

Fonte: Autoria própria

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4 RESULTADOS

4.1 PESQUISA DE ACEITAÇÃO

Com intuito de avaliar a aceitação deste método na cidade de Santa Rosa- RS buscou-se
realizar duas pesquisas exploratórias para a avaliação do método, sendo uma desenvolvida com a
população em geral, e outra desenvolvida com responsáveis técnicos da área, as quais se
encontram em anexo.
Foram entrevistados uma amostra de cinco responsáveis técnicos da área, sendo quatro
engenheiros civis e uma arquiteta e urbanista, os quais concluíram sua graduação entre os anos de
2000 e 2016, e possuem idades entre 25 e 40 anos, sendo que 80% dos entrevistados tinham
conhecimento sobre o método, mas apenas 20% dos entrevistados já haviam trabalhado com o
método construtivo LSF.
Quando foram questionados quanto à frequência de problemas em suas obras, destacou-se
como sendo o mais freqüente o desperdício de materiais, em 60%, logo seguido pelo desperdício
de mão de obra, em 40%, conforme dados apresentados no Gráfico 1.
Procurando saber o grau de conhecimento sobre o sistema LSF, questionou-se sobre as
vantagens do método e sobre os fatores restritivos para sua disseminação na cidade de Santa
Rosa. Quanto às vantagens, 80% dos entrevistados citaram a redução em 1/3 dos prazos de
construção, alívios nas fundações, e a organização no canteiro de obras, conforme apresentado no
Gráfico 2. Já quanto os agentes limitadores, destacaram-se a aceitabilidade da população e a falta
de qualificação da mão de obra, considerados por 100% dos entrevistados, logo seguidos pela
inexistência de fornecedores competentes, considerados por 60% dos entrevistados, seguidos da
falta de normas relativas ao sistema, em 40%, e por fim as dificuldades de projetos e falta de
projetistas, em 20%.
Quando se buscou saber se o método construtivo LSF foi abordado durante o curso de
graduação dos entrevistados, 60% dos entrevistados responderam que sim, porém de maneira
superficial, e 40% responderam que o assunto não foi abordado em seu curso de graduação. Mas,
é importante salientar que 100% dos entrevistados demonstraram interesse em obter maiores
conhecimentos sobre o método construtivo LSF.

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Gráfico 1 - Problemas mais frequentes em obras

Dificuldade de comercialização
70% devido ao custo
60% Obras inacabadas devido o
extrapolamento do orçamento
50%
Desperdício de mão de obra
40%

30%
Desperdício de materiais
20%

10% Acréscimo dos custos de execução


por causa de soluções de projetos
0% não otimizadas
Atraso em cronogramas
Muito frequente Frequente Raramente Nunca acontece
acontece

Fonte: Autoria Própria

Gráfico 2 - Vantagens do método LSF

90% 80% 80% 80%


80%
70%
60%
50% 40% 40% 40%
40%
30% 20% 20% 20% 20%
20%
10%
0%

Fonte: Autoria Própria

Questionados de como consideravam a situação atual do mercado brasileiro da construção


civil quanto à implementação de sistemas inovadores/racionalizados como o LSF e quanto aos
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Estudo da viabilidade técnica e econômica do método construtivo Light Steel Frame em habitações sociais.
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incentivos do governo para a disseminação de tais métodos, apontaram que o mercado brasileiro
encontra-se
se atrasado na implantação destas novas tecnologias, principalmente por falta de
incentivos governamentais, tanto para o aperfeiçoamento das técnicas construtivas e divulgação
das mesmas, quanto por falta de buscar conscientizar a população,
população, e pela falta de aceitabilidade e
estranhamento ainda causado na população por estes métodos construtivos que fogem do
tradicional. A maneira mais comentada para mudar
mudar esta realidade, foi o governo buscar incentivar
o uso destes métodos construtivos tecnológicos em financiamentos como o Minha Casa Minha
Vida, realizado pela Caixa Econômica Federal
Federal,, além de implementar o sistema em conjuntos
habitacionais de caráter social,
s de forma a buscar disseminar e divulgar sua eficiência a
população.

Para obter conhecimentos quanto a real aceitabilidade do método pela população de Santa
Rosa – RS se viu necessário realizar uma entrevista com os mesmos.. A pesquisa se deu ccom uma
amostra de quarenta entrevistados, sendo 65% do sexo feminino, e 35% do sexo masculino, e em
sua maioria com escolaridade de ensino superior incompleto,
incompleto, com idade entre vinte e trinta anos e
renda familiar de até dois salários mínimos,
mínimos com perfis conforme apresentados no Gráfico 3.

Gráfico 3 - Perfil dos entrevistados

3% 3% 3%
3% 30%
8%
3%

10%
5%
5%
20% 10%

Feminino, 20 a 30 anos, Conhece o método Masculino, até 20 anos, Conhece o método


Masculino, 20 a 30 anos, Não conhece o método Feminino, até 20 anos, Não conhece o método
Masculino, 20 a 30 anos, Conhece o método Feminino, 20 a 30 anos, Não conhece o método
Feminino, 40 a 50 anos, Não conhece o método Feminino,30 a 40 anos, Conhece o método
Feminino, até 20 anos, Conhece o método Feminino,30 a 40 anos, Não conhece o método
Masculino, 30 a 40 anos, Não conhece o método Masculino, 30 a 40 anos, Conhece o método

Fonte: Autoria própria


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Vale
le salientar que apesar de 67,50% dos entrevistados conhecerem o sistema LSF, e
97,50% afirmarem que executariam ou comprariam uma edificação com este sistema, quando
questionados sobre qual sistema mais lhe atraia, o sistema convencional – concreto armado e
alvenaria – que acabou recebendo maior destaque, ficando com 52,50% das preferências,
conforme mostra o Gráfico 4.

Gráfico 4 - Preferência de sistema construtivo

Light Steel Frame


47.50%
52.50%
Sistema convencional -
concreto armado e
alvenaria

Fonte: Autoria própria

4.2 ESTUDO DE CASO

O estudo de caso aqui apresentado visa fazer uma comparação entre o método construtivo
LSF e o método convencional,
convencional, em concreto armado com fechamento em alvenaria cerâmica, de
um complexo de habitações sociais construído
construíd na cidade de Santa Rosa – RS, com o intuito de
abrigar famílias retiradas de zonas de preservação permanente da cidade.
cidade
O empreendimento foi chamado de Loteamento Auxiliadora II, e entregue no dia 30 de abril
de 2014, contemplando
lando em seu projeto a execução de cento e quarenta residências unifamiliares,
quarenta
sendo que cada uma
uma possui 36,35
possui 36,35 m², distribuídos da seguinte forma: uma sala de estar com 7,09
m², uma cozinha com 6,15 m², dois dormitórios com 7,52 m² cada e um banheiro com 2,94
2 m²,
conforme planta baixa apres
apresentada na Erro! Fonte de referência não encontrada..
encontrada. Além do
mais, as residências possuem um pé direito de 2,50 m, conforme
conforme corte apresentado
a no Anexo B.
É importante salientar que o empreendimento atende aos requisitos mínimos da Cartilha do
Programa Minha Casa Minha Vida.

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Estudo da viabilidade técnica e econômica do método construtivo Light Steel Frame em habitações sociais.
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 Figura 22Figura 22- Loteamento Auxiliadora II

Fonte: Rádio Mais FM (2013)

4.2.1 Comparativo Econômico

De  acordo com Domarascki e Fagiani (2009), as  etapas  mais expressivas para construir


uma edificação em LSF são a montagem da estrutura, as etapas de fechamento externo e interno e
de revestimento, isso porque demandam mais trabalho, material e tempo, e consequentemente, 
demanda mais recursos financeiros para sua execução. Concomitantemente, essas etapas são 
responsáveis por  mais de 44% do valor total do imóvel. Entretanto, a velocidade construtiva do
sistema  pode gerar impactos positivos no custo final devido à redução da mão de obra utilizada.
Procurando saber com maior exatidão os valores por metro quadrado para este
comparativo econômico entre os métodos construtivos LSF e o método construtivo convencional,
buscou-se comparar os custos relativos à estrutura e fechamentos externos e internos para as
habitações sociais deste estudo de caso. As planilhas orçamentárias são apresentadas na Tabela 5,
já os quantitativos para a elaboração deste tópico encontram-se em anexo. É importante salientar,
que os preços unitários de serviços e insumos foram coletados do Sistema Nacional de Custos e

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Índices da Construção Civil – Rio Grande do Sul (SINAPI – RS), com data base de
outubro/2016, conforme resumo de resultados apresentados no Gráfico 5.

Tabela 5- Orçamentos

SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAME


PREÇO PREÇO
ITEM DESCRIÇÃO UNIDADE QUANTIDADE
UNITÁRIO TOTAL

1 ESTRUTURA
Perfil cantoneira "U" simples de aço
1.1 Kg 1252.83 R$ 4.06 R$ 5,086.49
galvanizado 90X40 E=3,0mm
1.2 Parafusos unid 2700.00 R$ 0.15 R$ 405.00
TOTAL R$ 5,491.49
2 FECHAMENTO VERTICAL
2.1 Vedações OBS para fechamento externo m² 55.81 R$ 30.28 R$ 1,689.93
Placas de gesso acartonado para fechamento
2.2 m² 107.57 R$ 19.98 R$ 2,149.25
interno
2.3 Parafusos unid 2123.94 R$ 0.09 R$ 186.91
2.4 Fitas para juntas de gesso acartonado m 71.71 R$ 0.22 R$ 15.78
2.5 Massa para juntas de gesso kg 37.65 R$ 3.93 R$ 147.96
TOTAL R$ 4,189.82
TOTAL PARA O SISTEMA CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAME R$ 9,681.31

SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENCIONAL


PREÇO PREÇO
ITEM DESCRIÇÃO UNIDADE QUANTIDADE
UNITÁRIO TOTAL

1 ESTRUTURA
Vigas Concreto Armado fck 20 Mpa (
1.1 m³ 1.66 R$ 372.85 R$ 618.61
15x30)cm
Pilares Concreto Armado fck 20 Mpa
1.2 m³ 0.56 R$ 389.71 R$ 219.21
(15x15)cm
1.3 Aço CA-50, diâmetro 8,0 mm kg 97.75 R$ 3.40 R$ 332.37

1.4 Aço CA-50, diâmetro 5,0 mm kg 223.59 R$ 3.54 R$ 791.51


1.5 Formas de madeira m² 40.68 R$ 12.54 R$ 510.16
TOTAL R$ 2,471.86
2 FECHAMENTO VERTICAL
2.1 Alvaneria de blocos cerâmicos m² 107.57 R$ 48.33 R$ 5,198.86
TOTAL R$ 5,198.86
TOTAL PARA O SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENVIONAL R$ 7,670.72
Fonte: Autoria própria.

Gráfico 5 - Comparativo de custos

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Estudo da viabilidade técnica e econômica do método construtivo Light Steel Frame em habitações sociais.
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R$ 6,000.00 R$ 5,491.49
R$ 5,198.86
R$ 5,000.00
R$ 4,189.82
R$ 4,000.00

R$ 3,000.00 R$ 2,471.86 SISTEMA LIGHT STEEL FRAME

R$ 2,000.00 SISTEMA CONVENCIONAL

R$ 1,000.00

R$ -
ESTRUTURA FECHAMENTO
VERTICAL

Fonte: Autoria própria

Portanto,   nota - se   que 


que realmente  o  sistema LSF  tem   um   custo  mais  elevado quando 
comparado  a  construção   em
em  alvenaria. Para  esse  caso  específico, o orçamento envolvendo a
parte de estruturaa e fechamentos verticais, para a construção em LSF resultou em um total de
R$9.681,31,, enquanto para a construção com o método convencional, resultou em um total de
R$7.670,72. Porém, é de extrema importância salientar que este orçamento não levou em
consideração valores de mão de obra e cronogramas.

Milan et al.(2011), estudaram os custos de uma construção hipotética com dois


pavimentos e área total de 261,00 m², e o orçamento apontou uma diferença maior de 2,74%
sobre os custos relativos ao sistema Light Steel Frame e o sistema convencional. Os custos
unitários por m² obtidos bem como os valores totais encontram-se
encontram na Tabela 6.

Tabela 6 - Comparativo de custos de ambos sistemas

Métodos construtivos Custos por m² Custo total


Convencional R$ 985,80 R$ 257.293,80
Light Steel Frame R$ 1.012,84 R$ 264.351,24
Fonte: Milan et al. (2011)

Prudêncio (2013) realizou


realizou um estudo econômico comparando ambos os métodos
construtivos para uma residência de aproximadamente 100,00 m², levando em consideração todas

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as etapas construtivas, porém desconsiderando o tempo de execução de obra. O resultado apontou


que o custo final da residência utilizando o método construtivo LSF foi aproximadamente 20%
superior em relação ao custo da residência utilizando o método convencional, conforme
apresentado na Tabela 7.

Tabela 7 - Comparação de custos por etapas dos sistemas construtivos

Residência em Residência em Light


Etapa Serviço alvenaria Steel Frame
Custo (R$) Custo (R$)
1 Serviços Preliminares 3.849,81 3.909,00
2 Infraestrutura 15.081,14 13.806,72
3 Superestrutura e Fechamento 25.941,02 43.612,28
4 Esquadrias 9.185,35 9.044,88
5 Cobertura 13243,27 21.321,29
6 Instalações Hidrossanitárias 9.003,94 8.821,55
7 Instalações Elétricas 6.029,76 5.805,06
8 Impermeabbilização 2.583,87 11.815,29
9 Revestimento 13.988,04 4.310,80
10 Pisos 13.042,78 14.602,14
11 Pintura 10.488,83 10.082,78
12 Serviços Complementares 3.421,75 3.421,75
Total 125.859,11 150.553,57
Fonte: Prudêncio (2013).

4.2.2 Comparativo de Cronogramas

Segundo Alvarenga (2014), a redução do tempo de execução da obra em relação aos


métodos convencionais é uma das mais importantes características do LSF, chegando facilmente
a 5,0 m² ou mais de área construída por dia de trabalho, diferente do método convencional no
qual se obtém em média 1,5 m² por dia de trabalho. Baseado nisso, a residência em questão sendo
executada em LSF demandaria de aproximadamente sete dias de trabalho, já sendo executada
pelo método convencional demandaria de aproximadamente vinte e quatro dias de trabalho.

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Estudo da viabilidade técnica e econômica do método construtivo Light Steel Frame em habitações sociais.
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No caso de uma residência popular, o tempo para a execução é reduzida em menos da


metade em relação à alvenaria convencional, com o mesmo número de profissionais
(CONSTRUMETAL, 2010). As tabelas a seguir, mostram os prazos estimados para cada uma das
etapas de ambos os processos construtivos de uma residência de 37,70 m², a partir da entrega da
fundação concluída:

Tabela 8 - Cronograma de execução de uma habitação social em LSF

Etapa Prazo(dias) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Pré-montagem da estrutura X
Marcação da locação das paredes X
Instalação da estrutura de paredes X
Instalação da estrutura de telhados X
Instalação das placas cimentícias X X X
Instalação das telhas de cobertura X
Instalação das esquadrias X X
Instalações elétricas X
Instalações hidráulicas X
Instalação de placas de gesso e isolamentos X X
Instalação do forro interno X X
Pintura interna e externa X
Fonte: CONSTRUMETAL (2010)

Tabela 9 - Cronograma de execução de uma habitação social no sistema convencional

Etapa Prazo(dias) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Marcação da locação das paredes X
Execução da alvenaria X X X X X
Execução do reboco externo X X X
Instalação da estrutura de telhados X
Instalação das telhas de cobertura X
Instalação das esquadrias X X
Instalações elétricas X X
Instalações hidráulicas X X
Revestimento interno em gesso corrido X X
Instalações do forro interno X X
Pintura interna e externa X
Fonte: CONSTRUMETAL (2010)

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5 CONCLUSÃO

Através  do  embasamento  teórico  a  respeito  do  sistema  construtivo  LSF apresentado 
neste  trabalho, procurou-se  compilar  informações  a  respeito  de  suas particularidades,
demonstrando uma visão ampla sobre as etapas construtivas e as vantagens e desvantagens de sua
aplicação quando comparado ao sistema construtivo convencional em concreto armado com
vedação em alvenaria de blocos cerâmicos.
Baseado nas questões de pesquisa fixadas neste trabalho, buscou-se chegar nos objetivos
propostos. Um dos objetivos era avaliar se as tecnologias empregadas no na construção do LSF
apresentam vantagem sobre o método construtivo convencional, e por  meio  do estudo realizado,
evidenciou-se que  a  construção  em LSF  oferece  inúmeros  benefícios  técnicos, como  a
redução na sobrecarga estrutural associada a uma elevada resistência, a redução do cronograma,
menor geração de resíduos, o alto  grau  de  industrialização, além da durabilidade da estrutura, o
que torna o método atrativo tanto para o construtor quanto para o cliente. Ainda, pode-se notar
que o sistema construtivo convencional pode ser considerado pouco produtivo, uma vez que
demanda de mais tempo para a realização das atividades, além de necessitar de um grande
contingente de trabalhadores para a sua execução. Dessa forma, acredita-se que utilizar somente
estas tecnologias artesanais não será capaz de suprir a demanda brasileira por construções e assim
sanar seu gigantesco déficit habitacional.
Ademais, tinha-se como objetivo obter conhecimentos da aceitação deste método
construtivo na cidade de Santa Rosa, e por meio de questionários realizados, percebe-se que os
responsáveis técnicos da área em sua maioria possuem muito pouco conhecimento em LSF, e
justificam isso pela pouca disseminação do sistema na cidade de Santa Rosa- RS e região,
dificultando assim o acesso aos materiais e a facilidade de encontrar mão de obra especializada.
Além do mais, temem a aceitação da população, uma vez que o sistema foge do convencional
conhecido e aprovado pelos usuários. Questionando a população de Santa Rosa – RS, a grande
maioria já tinha conhecimentos sobre o LSF, mas quando questionados quanto a sua preferência
entre os sistemas, o sistema convencional foi citado pela maioria.

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Além do mais, tinha-se como objetivo estudar o sistema construtivo LSF aplicado a uma
residência de habitação social e demonstrar por meio de planilhas orçamentárias detalhadas, a
comparação de custos em relação ao sistema construtivo convencional, além de comprar seus
cronogramas, e em relação aos custos, pode-se notar que há muitas variações neste quesito, uma
vez que o orçamento está associado ao tamanho e padrão do imóvel, que influem diretamente no
custo total da obra. Entretanto, pode ser constatado que em determinados casos, principalmente
em produção seriada, o custo global é competitivo devido ao menor contingente de mão-de-obra
e velocidade de execução, propiciando a produção de habitações populares em larga escala.
Portanto, a utilização do sistema LSF para a execução de habitações de interesse social se
mostra uma alternativa viável por ser um sistema industrializado e racionalizado, aumentando a
produtividade e diminuindo o desperdício de tempo e insumos. Apesar do custo dos materiais
empregados no sistema serem mais elevado, é necessário considerar que o uso deste sistema
permite a produção em larga escala com rapidez, o que é fundamental para atingir metas de
construção de moradias planejadas pelos órgãos governamentais. Para que todo o potencial do
sistema construtivo seja aproveitado é necessário investimento em treinamento de mão de obra e
qualificação de projetistas e executores.

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Betina Lopes Dogonski (betinalopes.eng@gmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa
DCEENG/UNIJUÍ, 2016
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ANEXO A – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS RESPONSÁVEIS


TÉCNICOS

1. DADOS DO ENTREVISTADO:
• Nome:
• Formação (Curso/Instituição/Ano de conclusão):
• Idade:
2. Assinale os problemas mais recorrentes em seus empreendimentos, de acordo com a
escala abaixo:

1- É muito Freqüente 3- Raramente acontece

2- É freqüente 4- Nunca acontece

1 2 3 4

Dificuldade de comercialização devido ao


custo.

Obras inacabadas devido ao extrapolamento


do orçamento.

Desperdício de mão de obra.

Desperdício de materiais.

Acréscimo dos custos de execução por causa


de soluções de projetos não otimizadas.

Atrasos em cronogramas.

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3. Você ou sua empresa já trabalharam com o sistema construtivo Light Steel Frame?

Sim Não

4. Você conhece este sistema ?

Sim Não

5. O LSF, segundo a bibliografia, é um sistema que apresenta diversas vantagens quando


comparado com o sistema convencional, marque as que você acredita que realmente
se destacam:

Redução em 1/3 dos prazos de Resistência à corrosão


construção
Maior conforto térmico
Alívio nas fundações
Maior conforto acústico
Custo
Estabilidade dimensional
Facilidade de manutenção das
instalações Organização no canteiro de obras

Inexistência de perdas Outros

6. Na sua opinião, assinale abaixo os fatores restritivos à adoção do sistema Light Steel
Framing na cidade de Santa Rosa:

Não existem fornecedores de Custo


componentes
Aceitabilidade da população
Limitações por parte do agente
financiador Falta de qualificação da mão-de-
obra
Dificuldades de projeto

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Falta de projetistas nesta área Outros

Faltam normas relativas ao


sistema

7. Essas edificações costumam apresentar patologias?

Nada a declarar Sim, quais:

Não

8. Como você considera a situação atual do mercado brasileiro da construção civil


quanto a implementação de sistemas inovadores/racionalizados como o Light Steel
Frame?
9. Na sua opinião, falta um incentivo maior do governo para aumentar a utilização deste
tipo de sistema dentro do território nacional?
10. O sistema Light Steel Framing foi abordado no seu curso de graduação?

Sim, de forma completa. Não.

Sim, de maneira superficial.

11. Você tem o interesse de buscar mais conhecimentos sobre o sistema Light Steel
Framing?

Sim, somente para maiores conhecimentos.

Sim, com o intuito de oferecer este sistema construtivo em minha empresa,

Não.

Outros

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ANEXO B – QUESTIONÁRIO APLICADO A POPULAÇÃO

1. Sexo

Feminino Masculino

2. Idade

Até 20 anos

20 a 30 anos

30 a 40 anos

40 a 50 anos

Superior a 50 anos

3. Qual a cidade/estado que você reside?

4. Qual a sua escolaridade?

Ensino Fundamental (incompleto)

Ensino Fundamental (completo)

Ensino Médio (incompleto)

Ensino Médio (completo)

Ensino Superior (incompleto)

Ensino Superior (completo)

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5. Qual a renda mensal familiar?

Até 2 salários mínimos 4 a 6 salários mínimos

2 a 4 salários mínimos Acima de 6 salários mínimos

6. Você conhece o método construtivo Light Steel Frame?

Sim Não

7. Você executaria ou compraria uma edificação com este sistema construtivo?

Sim Não, porque?

8. Entre uma edificação com um sistema construtivo convencional - concreto armado e


alvenaria - e uma edificação em Light Steel Frame, qual mais lhe atrai?

Sistema convencional - concreto armado e alvenaria

Light Steel Frame

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APÊNDICE A – DISPOSIÇÕES DOS PERFIS DE LSF EM CORTE

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