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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

AIDA SOARES GOMES

CONTRIBUIÇÃO PARA A CARACTERIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA


DO SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING: UM ESTUDO DE CASO NO
MUNICÍPIO DE CRICIÚMA - SC

CRICIÚMA, JUNHO DE 2009


AIDA SOARES GOMES

CONTRIBUIÇÃO PARA A CARACTERIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA


DO SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING: UM ESTUDO DE CASO NO
MUNICÍPIO DE CRICIÚMA - SC

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado para obtenção do grau de
Engenheira Civil no curso de Engenharia Civil
da Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC.

Orientadora: Engª Mônica Elizabeth Daré -


Especialista

CRICIÚMA, JUNHO DE 2009.


5

AIDA SOARES GOMES

CONTRIBUIÇÃO PARA A CARACTERIZAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA


DO SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING: UM ESTUDO DE CASO NO
MUNICÍPIO DE CRICIÚMA - SC

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado para obtenção do grau de
Engenheira Civil no curso de Engenharia Civil
da Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC.

Criciúma, junho de 2009

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Mônica Elizabeth Daré – Esp. Eng. (UNESC)


Orientadora

Prof.ª Evelise Chemale Zancan – M. Eng. (UNESC)


Banca Examinadora

Prof.º Ricardo Hissa Peixoto M. Eng. (UNESC)


Banca Examinadora

Prof.ª Evelise Chemale Zancan M. Eng. (UNESC)


Coordenadora do TCC
6

Dedico com muito carinho este trabalho


aos meus pais Nery e Maria “in
memorian” e principalmente ao meu
marido Sérgio, pois com o apoio dele
encontrei forças para superar as
adversidades e alcançar os objetivos
traçados.
7

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela vida.

Aos meus pais, Nery e Maria in memorian, pelo carinho e ensino que

dedicaram aos filhos, apontando o caminho do conhecimento e afeto como

primazia da vida.

A meu marido Sérgio, pelo amor incondicional, companheirismo e

paciência nesta etapa importante de minha carreira profissional, em que o estudo

é fundamental.

Agradeço também a minha orientadora, Profª. Mônica Elizabeth Daré,

pelo apoio e dedicação na orientação deste trabalho de pesquisa.


8

“Ser homem é ser responsável. É


sentir que colabora na construção
do mundo”
Antoine de Saint-Exupéry
9

RESUMO

O setor da construção civil no Brasil apresenta-se em uma fase de aplicação de


inovações tecnológicas. Diversos processos de racionalização e industrialização,
construção enxuta são pesquisados por empresas, universidades, e outras
entidades do setor. A implantação destes novos processos requer preparação por
parte das empresas, especialmente no que diz respeito à qualificação da mão de
obra. O presente estudo aborda uma edificação em LSF, no município de
Criciúma, e a mão-de-obra utilizada para a sua execução. Para alcançar os
objetivos propostos realiza-se um acompanhamento da execução da obra,
verificando-se todas as atividades deste processo executivo e classificando-as
em atividades realizadas fora do canteiro de obras e in loco. Aplica-se também
questionário, através de entrevistas, ao diretor da empresa fornecedora e
responsável pela execução deste sistema, ao engenheiro, ao mestre de obra e
aos montadores. Obtêm-se assim informações quanto os aspectos de
recrutamento, seleção e treinamento da equipe de obra contratada para a
implantação desta obra em LSF na cidade de Criciúma. A presente pesquisa
caracteriza-se como resumo de assunto qualitativo, exploratório, tendo fontes de
papel: bibliográfica e documental, além de ser uma pesquisa de campo e
descritiva, a qual proporcionou por meio dos resultados obtidos a possibilidade de
verificar as práticas de seleção e capacitação adotadas neste processo para a
obra do estudo de caso.

Palavras-chave: Sistema construtivo. Capacitação. Treinamento. Mão-de-


obra.
10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Corte esquemático de uma laje radier.................................................26


Figura 2 – Detalhe esquemático de ancoragem de painel estrutural de uma
laje radier .................................................................................................................27
Figura 3 – Corte detalhado de fundação sapata corrida .....................................28
Figura 4 – Desenho esquemático de uma laje úmida ..........................................31
Figura 5 – Desenho esquemático da laje seca .....................................................32
Figura 6 – Fachada com fechamento externo em OSB........................................33
Figura 7 – Instalação de siding vinílico.................................................................34
Figura 8 – Fechamento com placas cimentícias ..................................................36
Figura 9 – Melhorando a qualidade pelo treinamento..........................................40
Figura 10 – Os quatro tipo de mudanças de comportamento através do
treinamento..............................................................................................................42
Figura 11 – Fachada da obra do estudo de caso..................................................46
Figura 12 – Locação da obra ..................................................................................48
Figura 13 – Laje radier ............................................................................................49
Figura 14 – Obra em fase de acabamento.............................................................51
Figura 15 – Etapas da construção da obra ...........................................................56
11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Revestimento mínimo dos perfis estruturais e não estruturais........29


Tabela 2 – Dimensões nominais usuais dos perfis de aço para light
steel framing ..........................................................................................................30
Tabela 3 – Ferramentas recomendadas para uso com steel framing ................37
Tabela 4 – Constituição do questionário estruturado..........................................46
Tabela 5 – Constituição das respostas do questionário estruturado.................53
Tabela 6 – Identificação dos serviços in loco e dos pré-fabricados...................55
12

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABRAGESSO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Blocos e Chapas de
Gesso
ANTAC – Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído
CBCA – Centro Brasileiro de Construção em Aço
CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia
DRY WALL – Parede de gesso acartonado
EPS – Equipamentos de Proteção e Segurança
LSF – Light Steel Framing
NBR – Norma Brasileira
USA – Estados Unidos da América
WBP - Water Boiling Proof (chapa compensado naval)
13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................16
1.1 TEMA ..................................................................................................................16
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................................16
1.3 PROBLEMA DA PESQUISA........................................................................................16
1.4 OBJETIVOS.....................................................................................................................17
1.4.1 Objetivo Geral.............................................................................................................17
1.4.2 Objetivos Específicos...............................................................................................17
1.5 JUSTIFICATIVA..............................................................................................................17
1.6 MOTIVAÇÃO PARA O ESTUDO.................................................................................18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................19
2.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................19
2.2 CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL E A IMPLANTAÇÃO DE NOVAS
TECNOLOGIAS ...........................................................................................................20
2.2.1 Construção Civil no Brasil ......................................................................................20
2.2.2 Implantação de novas Tecnologias......................................................................21
2.3 MÉTODO CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAMING.............................................22
2.3.1 Histórico...................................................................................................................... 22
2.3.2 Definição ......................................................................................................................23
2.3.3 Vantagens do Uso do Light Steel Framing.........................................................23
2.3.4 Desvantagens do Uso do Light Steel Framing ..................................................24
2.3.5 Métodos de Construção...........................................................................................25
2.3.5.1 Método Stick............................................................................................................25
2.3.5.2 Método por Painéis ...............................................................................................25
2.3.6 Fundações ...................................................................................................................25
2.3.6.1 Laje Radier. ..............................................................................................................26
2.3.6.2 Sapata Corrida ........................................................................................................27
2.3.7 Perfis Metálicos..........................................................................................................28
2.3.7.1 Tipos de Perfis no Sistema Light Steel framing ............................................28
2.3.8 Laje Para Pisos Superiores.....................................................................................30
2.3.8.1 Laje Úmida ...............................................................................................................30
2.3.8.2 Laje Seca ..................................................................................................................31
2.3.9 Fechamentos Utilizados no Sistema Light Steel Framing .............................32
14

2.3.9.1 Painéis de OSB .......................................................................................................32


2.3.9.2 Siding Vinílico..............................................................................................33
2.3.9.3 Argamassa ...................................................................................................34
2.3.9.4 Alvenaria ......................................................................................................35
2.3.9.5 Placas Cimentícias ......................................................................................35
2.3.9.6 Gesso Acartonado.......................................................................................36
2.3.10 Coberturas ....................................................................................................36
2.3.11 Equipamentos...............................................................................................37
2.3.12 Projetos .........................................................................................................38
2.3.13 Conceito de Mão-de-Obra............................................................................38
2.4 TREINAMENTO DA MÃO-DE-OBRA PARA NOVAS TECNOLOGIAS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL .....................................................................................39
2.4.1 Conceito de Treinamento ..............................................................................39
2.4.2 Treinamento da Mão-de-Obra Para Novas Tecnologias .............................40
2.4.3 Objetivo do Treinamento ...............................................................................41
2.4.4 A Importância do Treinamento......................................................................41
2.4.5 Processo de treinamento...............................................................................41
3 METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................43
3.1 Tipologia da Pesquisa.......................................................................................43
3.2 Procedimentos Metodológicos ........................................................................45
3.2.1 Período de Tempo da Pesquisa Bibliográfica..............................................45
3.2.2 Período de Tempo da Pesquisa de Campo ..................................................45
3.2.3 Definição do Projeto e da Edificação do Estudo de Caso .........................45
3.2.4 Metodologia de Coleta de Dados ..................................................................46
3.2.5 Metodologia Para a Analise de Dados..........................................................47
4 DESENVOLVIMENTO, RESULTADO E ANÁLISE DA PESQUISA .....................48
4.1 Descrição e Dados das Atividades no Canteiro de Obra...............................48
4.1.1 Locação da Obra ............................................................................................48
4.1.2 Fundações Radier ..........................................................................................48
4.1.3 Painéis Verticais e Horizontais .....................................................................49
4.1.4 Coberturas ......................................................................................................50
4.1.5 Acabamento....................................................................................................50
4.2 Planejamento e Projeto.....................................................................................51
4.3 Resultado das Entrevistas................................................................................53
15

4.4 Análise dos Resultados da Pesquisa ..............................................................56


5 CONCLUSÃO ........................................................................................................61
REFERÊNCIAS.........................................................................................................63
ANEXOS ...................................................................................................................67
Anexo A – Projeto Arquitetônico ...........................................................................68
Anexo B – Projeto Hidro-Sanitário.........................................................................70
Anexo C – Projeto Elétrico .....................................................................................72
Anexo D – Projeto Estrutural do Aço ....................................................................74
Anexo E – Contrato de Compra e Venda e Prestação de Serviços.....................75
Anexo F – Orçamento .............................................................................................78
Anexo G – Consulta Prévia.....................................................................................83
APÊNDICE................................................................................................................84
Apêndice A...............................................................................................................85
16

1 INTRODUÇÃO

Neste estudo será desenvolvida uma análise do processo de


construção a seco Light Steel Framing, com foco no processo de contratação da
mão-de-obra e o treinamento para este sistema.

1.1 TEMA

A presente pesquisa insere-se na área de Gestão da Construção Civil,


com ênfase para contratação e treinamento da mão-de-obra no processo de
construção a seco Light Steel Framing.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA:

Para o projeto aborda-se o Processo Construtivo Light Steel Framing


para unidade residencial multifamiliar e a contratação de mão de obra para esse
sistema, no município de Criciúma - SC.

1.3 PROBLEMA DA PESQUISA

A indústria da construção civil vem apresentando uma evolução


tecnológica sobre os materiais utilizados na construção. No método construtivo
Light Steel Framing surge a seguinte pergunta: Como se realiza o processo de
contratação e treinamento da mão-de-obra para esta nova tecnologia na cidade
de Criciúma?
Conforme Fletes (2009) o recrutamento corresponde ao processo pelo
qual a organização atrai candidatos no mercado de trabalho para abastecer seu
processo seletivo. Na verdade, o recrutamento funciona como um processo de
comunicação: a organização divulga e oferece oportunidades de trabalho ao
mercado.
Portanto, entre várias definições, podemos dizer que recrutamento é
um conjunto de atividades desenhadas para atrair um conjunto de candidatos
qualificados para uma organização. Do ponto de vista de sua aplicação, o
recrutamento pode ser interno ou externo.
17

Fujimoto (2002) ressalta que é necessário criar programas de


educação nos treinamentos para qualificar a mão-de-obra dos trabalhadores, e
isto demanda tempo. O treinamento como ferramenta de habilidades deve ser
acompanhado de programas educacionais que permitam aos funcionários o
entendimento dos objetivos da empresa, executando as tarefas eficientemente.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral:

Identificar e caracterizar os processos de contratação e capacitação


da mão- de-obra adotados para o sistema Light Steel Framing para a obra do
estudo de caso, localizada em Criciúma.

1.4.2 Objetivos Específicos:

• Revisão bibliográfica da técnica construtiva do Sistema Steel Framing;


• Diagnosticar e determinar o processo de contratação de mão de obra local;
• Identificar os processos de capacitação e treinamento da mão de obra
antes, durante e depois da contratação;
• Analisar e identificar o perfil da mão-de-obra local contratada para o estudo
de caso;
• Identificar no processo LSF adotado para obra de estudo de caso, quais as
etapas, elementos e componentes são pré-fabricados e quais são
executados in loco.

1.5 Justificativa

A indústria da construção civil tem, com o passar dos tempos, uma


evolução muito grande em termos de tecnologia e materiais alternativos para ser
empregado nas construções. Hoje o mundo vive um período muito importante,
pois com o advento do aquecimento global, da falta de recursos hídricos e da
escassez de matérias primas não renováveis para serem utilizadas, o homem viu
18

a necessidade da utilização de materiais alternativos e recicláveis que podem ser


empregados nos mais variados setores.
As empresas ligadas à construção civil estão procurando alternativas
que venham substituir os métodos tradicionais construtivos, empregando
materiais que sejam similares ou até de superior qualidade.
Neste contexto há empresas que já estão utilizando métodos
alternativos de construção a seco e que tem se mostrando uma alternativa viável,
desde o ponto de vista econômico, como também na utilização racional dos
materiais por elas empregados nas edificações. Estes métodos vêm de encontro
com a nova situação mundial, onde os recursos são escassos e a utilização de
matérias primas recicláveis está de acordo com o novo apelo ecológico.
Este trabalho tem como propósito demonstrar a aplicação do método
de construção a seco, Steel Framing, obtendo uma revisão bibliográfica e
identificando a mão-de-obra utilizada nessa técnica construtiva.

1.6 Motivação Para o Estudo

Com a oportunidade da autora de realizar o estágio em uma construção


executada no sistema Light Steel Framing, sendo um novo sistema construtivo na
região, foi percebido o despreparo da mão de obra utilizada na execução desta
unidade. Com isso, a autora obteve interesse e motivação para realizar uma
pesquisa nessa área, visando identificar o perfil sócio econômico, o nível de
especialização e qual a preparação técnica dos profissionais das equipes de
obras contratados para trabalhar com esse sistema na cidade de Criciúma SC.
19

2 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

2.1 Introdução

Com a conquista de novo território, no início do século XIX, a


população americana multiplicou-se de tal maneira que a demanda por
edificações de novas habitações cresceu rapidamente. Naquela época, por existir
grandes reservas florestais, optou-se por construções em madeira devida sua
praticidade e rapidez no manuseio, criando então, um sistema construtivo
denominado Wood Framing.
Após a Segunda Guerra Mundial, devido a grande experiência com o
metal, e, tornando-se o aço um recurso abundante, as siderurgias americanas
começaram a fabricar estruturas metálicas com espessura menor e de maior
resistência à corrosão. Nos anos 80 diversas florestas foram proibidas para a
indústria madeireira, e lentamente, a madeira foi sendo substituída pelo aço,
criou-se, então o sistema construtivo Light Steel Framing.
Este panorama vem mudando desde então, iniciativas já são
possíveis de observar, algumas já consolidadas devido à melhoria da qualidade e
à racionalização de métodos construtivos, e outras sendo citadas “estratégias
para a modernização da construção civil” pela Associação Nacional de
Tecnologia do Ambiente Construído (ANTAC), em 2002: qualificação dos
recursos humanos, integração da cadeia produtiva, gestão ambiental, bem como
as inovações relacionadas à tecnologia da informação e à gestão do
conhecimento. È preciso ainda, citar o uso de inovações na construção civil
relacionadas às tecnologias de produtos, processos e sistemas construtivos; a
preocupação com a sustentabilidade dos edifícios não só ambiental, mas também
a econômica e social; e a introdução do conceito de mentalidade enxuta na
construção civil, dente outros.
Neste estudo será desenvolvida uma análise no processo da
utilização da mão-de-obra no sistema de construção a seco, Light Steel Framing,
bem como sugerir a aplicação de cursos visando capacitar a mão de obra
existente no município de Criciúma SC.
20

2.2 CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL E A IMPLANTAÇÃO DE NOVAS


TECNOLOGIAS

2.2.1 Construção Civil no Brasil

O setor da construção civil, no Brasil, proporciona impacto importante


na economia, sendo setor de base, indicando o crescimento ou não da economia
de um país.
Entre os aspectos gerais, destaca-se o setor da construção civil, que
tem como objetivo a execução de obras de arquitetura e engenharia. Delimitado o
conceito sobre o que é setor da construção civil, tem-se a preocupação em
apresentar a importância deste setor.

A construção civil é o setor industrial que representa uma importância


fundamental na economia brasileira. Possui uma importante participação
na composição do PIB, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE representando no últimos anos uma média percentual
em torno de 6% no PIB total do país. Segundo o IPEA, com relação aos
postos de trabalho sua participação é, em média, de 40% do total da
mão-de-obra da indústria de transformação em geral. Comparando-se
com outros setores da indústria de transformação, é o maior de todos
eles. [...]. (VIEIRA, 2006, p. 11).

Vieira (2006) ressalta que o setor da Construção Civil é um dos mais


importantes setores para a economia nacional, estimulando a questão comercial
e de geração de postos de trabalho no Brasil, juntamente com ativos financeiros
que agregam valor ao Produto Interno Bruto no país, o que torna essencial a
contratação de profissionais da construção civil para gerir os negócios de maneira
eficiente e eficaz, tornando a empresa qualificada para atuar no mercado.
Neste caso, cabe descrever a função pormenorizada do profissional
que atua diretamente na operacionalização da construção civil.

A engenharia civil tem um amplo espectro de atuação. O profissional


desta área pode estudar, projetar, fiscalizar ou supervisionar trabalhos
relacionados a pontes, túneis, barragens, estradas, vias férreas, portos,
canais, rios, diques, drenagem, irrigação, aeroportos, sistemas de
transporte, abastecimento de água e saneamento, etc. (BAZZO;
PEREIRA, 2007, p. 234).
21

Ressalta-se neste momento a importância em relatar que o


profissional que executa a obra de construção civil é o engenheiro, cadastrado no
Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA.
Conforme Thomaz (THOMAZ, 2001, p.287) a construção

[...] está entrando numa nova fase: na era dos “shafts”, dos pisos
elevados, dos concretos de alto desempenhos, da domótica. Os
plásticos de engenharia começam a dominar alguns mercados. Os
chineses constroem prédios com 500 metros de altura. Os japoneses
projetam um com 1000 metros. O mundo atinge 6 bilhões de
habitantes. Reservas de água e energia, madeira, agregados naturais e
outras matérias primas começam a escassear em várias partes do
planeta. A força de trabalho escrava já foi eliminada em quase todas as
partes do mundo. No seu lugar surgem máquinas que transformam
energia em força e trabalho.

Na construção civil dos dias atuais, há necessidade de alternativas


devido à escassez de matéria prima. Novos processos e materiais estão sendo
empregados a fim de equacionar este problema que já faz parte da realidade.

2.2.2 Implantação de Novas Tecnologias

Nos dias atuais, com a tecnologia presente em todos os setores da


economia, é fundamental para a construção civil utilizar estas ferramentas
tecnológicas a fim de proporcionar ganhos na racionalização dos materiais
empregados, na redução do tempo, no controle dos gastos, na eficiência e
eficácia da construção de um projeto.
Segundo Araújo, Fabrício e Camargo (2003, apud Tertre, Le Bas
1997) afirmam:

[...] que as inovações tecnológicas e organizacionais acontecem


seguindo uma determinada tendência consolidada de inovação que
permite superar ou contornar obstáculos técnicos (necessidade de
escala de produção, falta de confiabilidade, etc) e restrições
econômicas (custo muito elevado dos materiais, rendimento insuficiente
de máquinas). O processo técnico se desenvolve assim de maneira
cumulativa, a partir de opções e de bases técnicas determinadas.

A utilização da tecnologia no sistema Light Steel Framing é de suma


importância, pois um softwear específico para o cálculo estrutural do aço permite
uma execução milimétrica, sem que haja desperdício de material e sem atrasos
22

na construção porque o sistema calcula exatamente todo o aço utilizado na


estrutura.
Nos dias atuais, o emprego de materiais metálicos na construção civil
está ganhando espaço, pois com o avanço tecnológico estes materiais estão
sendo utilizados com mais freqüência devido sua praticidade e qualidade.

O emprego de produtos metálicos na construção passa por uma nova


fase, principalmente no que diz respeitos aos acessórios e
acabamentos, onde a cada dia são mais empregados o bronze, o latão
e até mesmo o ouro (acabamento de metais sanitários, decoração de
azulejos). O cobre, tradicionalmente empregado nos condutores
elétricos, tem seu uso cada vez maior nas tubulações de água quente e
mesmo água fria, na confecção de calhas e condutores. Brevemente,
os telhados em cobre começarão ganhar maior projeção. (Thomaz,
pág. 288, 2001).

Com a instabilidade no mercado imobiliário brasileiro, há um


desestimulo para investimentos e para o aperfeiçoamento da tecnologia.

Assim, as inovações tecnológicas e construtivas seguem na linha da


racionalização das construções a partir da base técnica instalada. Isto
se explica pela instabilidade do mercado que desestimula grandes
investimentos e mudanças radicais na base técnica do setor. (Araújo,
Fabrício e Camargo, 2003 apud Farah, 1992).

2.3 MÉTODO CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAMING

2.3.1 Histórico

A História do sistema Light Steel Framing se dá, conforme Freitas e


Castro (2006, p.16-12) no início do século XIX, quando nos Estados Unidos
houve a conquista do território, quando a migração chegou à costa o Oceano
Pacífico e a população americana multiplicou-se de tal maneira que houve a
necessidade da aplicação de alternativas em materiais disponíveis no local, e
novos métodos práticos e rápidos para serem utilizados na construção devido a
grande demanda. A madeira foi utilizada como o principal elemento de estrutura
dos edifícios habitacionais devido a sua praticidade de manuseio.
Depois do final da Segunda Guerra Mundial, o aço era um recurso
abundante, pois durante a guerra as metalúrgicas haviam obtido grande
experiência na utilização do metal. Primeiramente o mesmo foi utilizado como
23

divisórias dos grandes edifícios com estrutura em ferro. Sendo o aço uma
estrutura leve, o mesmo foi moldado a frio e passou a ser empregado em
edificações de habitação e sendo substituto da madeira na estrutura das
moradias.
Nos anos 80 e 90, quando as florestas mais antigas foram proibidas
por causa do apelo ecológico, houve um aumento do custo da matéria prima
onde levou os construtores a procurar outras alternativas, e o aço foi a opção
mais adequada para o uso na construção civil. Com a grande utilização do aço
como matéria prima, criaram-se associações de técnicos e construtores que
consideraram o LSF profissionalmente.

2.3.2 Definição

A palavra Steel indica a matéria prima usada na estrutura, o aço.


Light indica que os elementos em aço são leves, são produzidos a partir de chapa
de aço com espessura reduzida. Framing é o esqueleto estrutural projetado para
dar forma e suportar uma edificação, sendo composto por elementos leves, sejam
em madeira, ferro ou aço galvanizado. Assim, Light Steel Framing poderá ser
traduzido por estruturas em aço leve e é uma designação utilizada
internacionalmente para transcrever um sistema construtivo em que usa o aço
galvanizado como principal elemento estrutural. A tradução do Steel Framing vem
do inglês “steel = aço” e “framing” deriva de “frame=estrutura, esqueleto,
disposição, construção” (Dicionário Michaelis, 1987).

2.3.3 Vantagens do Uso do Light Steel Framing

O sistema construtivo Light Steel Framing, apresenta vantagens e


benefícios nas edificações que conforme Freitas e Castro (2006, p.16-17)
definem as principais vantagens:

• Os produtos que constituem o sistema são padronizados de


tecnologia avançada, em que os elementos construtivos são
produzidos industrialmente, onde a matéria prima utilizada, os
processos de fabricação, suas características técnicas e
acabamento passam por rigorosos controles de qualidade;
• O aço é um material de comprovada resistência e auto controle de
qualidade tanto na produção da matéria-prima quanto de seus
24

produtos, permite maior precisão dimensional e melhor


desempenho da estrutura;
• Facilidade de obtenção dos perfis formados a frio já que são
largamente utilizados pela indústria;
• Durabilidade e longevidade da estrutura, proporcionada pelo
processo de galvanização das chapas de fabricação dos perfis;
• Facilidade de montagem, manuseio e transporte devido a leveza
dos elementos;
• Construção a seco, o que minora o uso dos recursos naturais e o
desperdício;
• Os perfis perfurados previamente e a utilização dos painéis de
gesso acartonados facilitam as instalações elétricas e hidráulicas;
• Melhores níveis de desempenho termo-acústico que podem ser
alcançados através da combinação de materiais de fechamento e
isolamento;
• Facilidade na execução das ligações;
• Rapidez de construção, uma vez que o canteiro se transforma em
local de montagem;
• O aço é um material incombustível;
• O aço é reciclável, podendo ser reciclado diversas vezes sem
perder suas propriedades;
• Grande flexibilidade do projeto arquitetônico, não limitando a
criatividade do arquiteto.

O sistema LSF apresenta inúmeras vantagens sobre as demais


construções, pois é padronizado e de tecnologia avançada. São produzidos
industrialmente, e o aço é um material de grande resistência, durabilidade,
facilidade de montagem e manuseio. A construção do LSF é a seco, diminuindo o
uso de recursos naturais e com um bom desempenho térmico-acústico, sendo
que o aço é um material reciclável.

2.3.4 Desvantagens do Uso do Light Steel Framing

Segundo Morais (2004), dentre as poucas desvantagens do steel


frame, uma das principais está relacionada à quantidade de pavimentos
possíveis. Não se pode construir, nesse sistema, no Brasil, prédios com mais de
seis pavimentos. Apenas alguns estados americanos permitem a construção de
prédios de até oito pavimentos, mas são exceções. Essa limitação é algo que não
deve evoluir para mais de oito pavimentos, por causa da distribuição de carga
nesse tipo de obra. Inclusive devido à espessura da chapa de aço, que é
pequena demais para prédios mais altos. E também pela questão de custo: para
obras com mais de seis pavimentos o sistema tradicional metálico sai mais em
conta.
25

Morais (2004) ressalta que [...] a popularização do sistema depende


mais da cultura das construtoras do que do cliente final. A dificuldade da
popularização do steel frame está em quem executa as obras, porque estes sim
têm uma cultura definida. Por exemplo: o dry wall é um conceito que já está bem
estabelecido no mercado, porque foi feito um trabalho muito grande de
conscientização técnica.

2.3.5 Métodos de Construção

No sistema LSF existem métodos de construção, e dentre eles, o


método Stick e o método por Painéis, que serão abordados pelo pesquisador no
itens 2.3.5.1 e 2.3.5.2.

2.3.5.1 Método Stick

Conforme Freitas e Castro (2006, p.24), os perfis podem vir


perfurados para a passagem das instalações elétricas e hidráulicas e os demais
sub-sistemas são instalados posteriormente à montagem da estrutura. Essa
técnica pode ser usada em locais onde a pré-fabricação não é viável.

2.3.5.2 Método por Painéis

Conforme Freitas e Castro (2006, p.24), Método por Painéis: onde os


painéis estruturais ou não estruturais, contraventamentos, lajes e tesouras de
telhados podem ser pré-fabricados fora da obra e montados in loco. Os painéis e
subsistemas são conectados no local usando as técnicas convencionais
(parafusos auto-brocantes e auto-atarrachantes).

2.3.6 Fundações

Freitas e Castro (2006, p.24) afirmam que sendo a estrutura de LSF e


os componentes de fechamento muito leve, exigem bem menos da fundação do
que outras construções. Como a carga dessa estrutura é distribuída
26

uniformemente ao longo dos painéis estruturais e tendo que suportar esses


painéis em toda a sua extensão, a fundação deverá ser contínua.

2.3.6.1 Laje Radier

O radier é um tipo de fundação rasa em que o mesmo funciona como


uma laje e transmite as cargas da estrutura para o terreno. Segundo Jardim e
Campos (s.d.) “o sistema de fundação tipo radier consiste em uma laje armada
que recebe e distribui os esforços no terreno”. O radier é uma laje que distribui
seu peso por toda a base da construção.

Figura – 1: Corte esquemático de uma laje radier.


Fonte: CBCA/2006.
27

Figura 2 – Detalhe esquemático de ancoragem de painel estrutural a uma laje radier.


Fonte: Revista Techne. 2009.

2.3.6.2 Sapata Corrida

A sapata corrida é um tipo de fundação indicada para construções


onde são fixadas paredes portantes, sendo a distribuição da carga contínua ao
longo dessas paredes. A sapata corrida é constituída de vigas que podem ser de
concreto armado, blocos de concreto ou alvenaria que são aplicados sob os
painéis estruturais. O contrapiso do pavimento térreo pode ser de concreto, ou
construído com perfis galvanizados que apoiados sobre a fundação constituem
uma estrutura de suporte aos materiais que formam a superfície do contrapiso.

A sapata corrida é um tipo de fundação rasa contínua que recebe as


ações dos painéis e as transmite ao solo. Pode-se dizer que é uma viga
de concreto armado de base alargada (aba), para melhor distribuir a
ação oriunda do painel (ou parede) ao solo. É construída numa vala
sobre um solo cuja resistência é condizente com a intensidade de
carregamento a ela transmitida pela largura da aba da sapata. O solo
do fundo da vala deve ser apiloado e um lastro de concreto magro
geralmente é colocado. (TERNI, SANTIAGO, PIANHERI, 2008, p.95).

A sapata corrida é interessante em solos com boa resistência a


aproximadamente 60 cm da superfície e o contrapiso pode ser executado de
concreto ou de uma estrutura com perfis galvanizados apoiados nas sapatas .
28

Figura – 3: Corte detalhado de fundação sapata corrida.


Fonte: Revista Techne. 2009.

2.3.7 Perfis Metálicos

As construções em aço se tornam numa estrutura flexível, adaptando-


se às variações do terreno, contribuindo com o baixo peso da edificação inteira e
com a uniformidade na distribuição das cargas, e com esta vantagem atendem as
expectativas tecnológicas.

2.3.7.1 Tipos de Perfis no Sistema Light Steel Framing

Os perfis para o uso em Light Steel Framing são obtidos por


perfilagem a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou liga alumínio-zinco
pelo processo contínuo de imersão a quente ou por eletrodeposição conhecido
como aço galvanizado. As massas mínimas de revestimento são apresentadas
na Tabela 1. A espessura da chapa varia entre 0.80 até 3.0 mm (NBR
15253:2005).
29

Perfis estruturais Perfis não-estruturais

Tipo de revestimento Designação do Designação do


Massa mínima do Massa mínima do
revestimento revestimento
revestimento g/m revestimento g/m
conforme normas conforme normas

Zincado por imerssão a quente 180 Z180 (NBR 7008) 100 Z 100 (NBR 7008)

Zincado por eletrodeposição 180 90/90 (NBR 14964) 100 50/50 (NBR 14964)

Alumínio-zinco por imersão a quente 180 AZ150 (NM 86) 100 AZ100 (NM86)
Massa mínima refere-se ao total nas duas faces (média do ensaio triplo) e sua determinação dever ser conforme a NM
278
Tabela – 1: Revestimento mínimo dos perfis estruturais e não estruturais.
Fonte: NBR 15253:2005.

“Apesar de muitos perfis de aço conformados a frio estarem


disponíveis no mercado, o mais comum em construções residenciais é o com
formato em “C”- montantes (ou “U enrijecido”) e o “U” – guia”. (Guia do construtor
em steel framing, 2003).
As seções mais comuns nas edificações em Light Steel Framing são
as com formato em “C” ou “U“ enrijecido (Ue) para montantes e vigas e o “U” que
é usado como guia na base e no topo dos painéis.
Na Tabela 2 apresenta as seções transversais dos perfis utilizados
e suas aplicações. A seção do perfil U (guia) possui alma (bw) e mesa (bf) que
também pode ser chamado de flange ou aba, mas não possui a borda (D) o
encaixe deste na guia. As guias não devem transmitir nem absorver os esforços,
sendo isto feito pelos montantes, vigas e eventualmente pilares presentes na
estrutura.
As dimensões da alma dos perfis Ue variam geralmente de 90 a 300
mm (medidas externas), apesar de ser possível utilizar outras dimensões (Tabela
2). Os perfis U apresentam a largura da alma maior que a do perfil Ue, a fim de
permitir o encaixe deste no perfil guia ou U (Tabela 2). No Brasil as dimensões
comercializadas são 90,140 200 mm. E as mesmas podem variar de 35 a 40 mm,
dependendo do fabricante e do tipo de perfil. Os outros perfis que podem ser
necessários para estruturas de LSF são tiras planas, cantoneiras e cartolas
(Tabela 2). Tiras ou fitas, que vem em uma variedade de larguras, são
tipicamente utilizadas para estabilização dos painéis e formação de ligações. As
cantoneiras são normalmente usadas em conexões de elementos onde um perfil
Ue não é adequado, e o cartola é comumente empregado como ripas de telhado.
Além da espessura (tn), a resistência de um perfil de aço depende da dimensão,
30

forma e limite de elasticidade do aço. O limite de escoamento dos perfis de aço


zincado, determinado de acordo com a norma NBR 6673, não deve ser inferior a
230 Mpa (NBR 15253:2005).

Tabela – 2: Dimensões Nominais Usuais dos Perfis de Aço para Light Steel Framing.
Fonte: NBR 15253:2005.

2.3.8 Lajes Para Pisos Superiores

As lajes podem ser do tipo úmida ou pode ser do tipo seca. A autora
irá apronfundar os conceitos nos itens 2.3.8.1 e 2.3.8.2.

2.3.8.1 Laje Úmida

Jardim e Campos (2009) definem que, “lajes úmidas, são compostas


por formas de aço (telhas galvanizadas) preenchidas com concreto e tela
eletrossoldada”.
31

Figura – 4: Desenho esquemático de uma laja úmida.


Fonte: CBCA/2006.

2.3.8.2 Laje Seca

É o uso de placas rígidas que são aparafusadas às vigas de piso,


servindo como contrapiso.
Conforme Pomaro (2008) a laje seca é:

[...] composta dos perfis de aço galvanizado e placas rígidas OSB – 18


mm. É um material leve, de fácil e rápida instalação. Entre as duas
camadas de chapas fixadas em sentido alternado existe uma proteção
acústica de um painel rígido para piso para redução do nível de ruído
entre pavimentos.

No LSF, a placa mais utilizada é o OSB com 18 mm de espessura,


que além de apresentar propriedades estruturais, é de leve e fácil instalação.
Freitas e Castro (2006, p.56), define: “as principais vantagens da laje
seca seriam a menor carga por peso próprio, e uma construção a seco sem a
necessidade do uso da água na obra e maior velocidade de execução”.
Sem a necessidade do uso da água, diminuindo o peso próprio da
laje há uma grande vantagem da laje seca, aumentando a velocidade de sua
execução.
32

Figura – 5: Desenho esquemático da laje seca.


Fonte: CBCA/2006.

2.3.9 Fechamentos Utilizados no Sistema Light Steel Framing

No sistema LSF, os componentes de fechamento devem ser


constituídos por elementos leves, compatíveis com o conceito dimensionado para
suportar vedações de baixo peso próprio. Os painéis podem ser instalados na
vertical, para serem utilizados como paredes, e na horizontal como piso.
Conforme Freitas e Castro (2006, p.78), o conceito

[...] fundamental nos fechamentos para o sistema LSF é possibilitar o


emprego de vedações racionalizadas a fim de promover maior grau de
industrialização da construção. Nesse aspecto, o sistema LSF
apresenta grande potencial de industrialização já que a própria
modulação estrutural é dimensionada para uma melhor otimização da
utilização de chapas ou placas.

Na concepção do sistema LSF é utilizado vedações racionalizadas a


fim de possibilitar a industrialização da construção. Assim haverá uma otimização
mais racional dos materiais empregados neste sistema.

2.3.9.1 Painéis de OSB

A placa de OSB é um painel composto por 3 a 5 camadas


(dependendo do fabricante) cruzadas de tiras de madeira orientadas, produzido a
partir de madeira reflorestada. É um painel de ótima resistência físico-mecânica e
33

é fabricado com resinas à prova d’água, o que lhe confere boa resistência à
umidade. (CBCA 2006).

OSB (da expressão inglesa Oriented Strand Board) é um material


derivado da madeira, composto por pequenas lascas de madeira
orientadas segundo uma determinada direção. É um produto bastante
usado na construção de edifícios de madeira, devido ao seu baixo
custo e facilidade de aplicação. (wikipedia, 2009).

Figura – 6: Fachada com fechamento externo em OSB.


Fonte: CBCA/2006.

As placas de OSB (oriented strand board) são utilizadas como


fechamento da face interna e externa dos painéis, o mesmo e empregado nos
forros, pisos e como substrato para a cobertura de telhados. Todavia, devido as
suas características, não devem estar expostos a intempéries necessitando de
acabamento impermeável nas áreas externas.

2.3.9.2 Siding Vinílico

O siding é um revestimento de fachadas, composto de placas


paralelas que pode ser produzido em PVC, de madeira ou cimentício. Sua
principal vantagem é oferecer uma alternativa de construção mais rápida e limpa
que os revestimentos tradicionais, como argamassa, pintura e revestimento
cerâmico, conforme Figura 7.
34

O revestimento com siding é composto de barras fabricadas para


garantir resistência e durabilidade superior a outros materiais. A
utilização do siding como revestimento vem eliminar as sucessivas
etapas de acabamento comuns na construção tradicional, como o
chapisco, emboço e reboco.
Trata-se do que conhecemos hoje como um "sistema seco" de
construção, ou seja, o conceito é de montagem e modularidade, que
permite rapidez de instalação e desperdício zero. O siding dispensa
pintura e outros cuidados de manutenção que requerem mão-de-obra
especializada. (Metálica 2009).

Figura – 7: Instalação de siding vinílico.


Fonte: CBCA/2006.

O siding vinílico é um material de fácil aplicação e não necessita de


muitos cuidados de manutenção. É fornecido no mercado em painéis compostos
com réguas duplas com 5,00 m de comprimento e 25,00 cm de largura, com
aparência que pode imitar a madeira.

2.3.9.3 Argamassa

Sobre a placa OSB é aplicada uma tela plástica que é resistente à


alcalinidade e fixada com grampos que proporciona uma aderência da argamassa
após sua aplicação.
35

2.3.9.4 Alvenaria

A alvenaria pode ser empregada para vedação independente da


estrutura e funciona como um invólucro vinculado a ela por meio de conectores
metálicos.
Freitas e Castro (2006, p.84) demonstram que a utilização da alvenaria,

[...] diverge da proposta do sistema LSF em trabalhar com


uma obra “seca” com rapidez de execução e métodos
industrializados que diminuem o desperdício de material e
mão-de-obra, a alvenaria acabou ficando restrita a
elementos decorativos de tijolos aparentes em fachadas.

2.3.9.5 Placas Cimentícias

Essas placas podem ser utilizadas como fechamento tanto externo


como interno dos painéis, principalmente em áreas molháveis, substituindo o
gesso acartonado em áreas expostas ao tempo. Para uso em pisos é necessário
um substrato de apoio, que pode ser de chapa de madeira transformada, para
proporcionar às placas cimentícias resistência à flexão conforme Figura 8.

!
" # (METÁLICA, 2003).
36

Figura - 8: Fachamento com placas cimentícias.


Fonte: CBCA/2006.

2.3.9.6 Gesso Acartonado

O sistema LSF utiliza placas de gesso acartonado para constituição


do fechamento vertical da face interna dos painéis estruturais e não-estruturais
que compõem o invólucro da edificação, e também o fechamento das divisórias
internas. Os painéis internos não estruturais podem ser construídos empregando
o sistema “Drywall” o qual é constituído de perfis U e Ue de aço galvanizado,
porém de menores dimensões, pois suportam o peso do fechamento e de peças
suspensas fixadas em sua estrutura.

As chapas de gesso acartonado são fabricadas industrialmente e


compostas de uma mistura de gesso, água e aditivos, revestidas em
ambos os lados com lâminas de cartão, que confere ao gesso
resistência à tração e flexão. As chapas de gesso acartonado são
vedações leves, pois não possuem função estrutural e sua densidade
superficial varia de 6,5 Kg/m² a 14 Kg/m² dependendo de sua
espessura. (ABRAGESSO, 2004).

O gesso acartonado tem como função revestir as paredes internas,


tetos, e não é utilizado como suporte para estrutura da edificação.

2.3.10 Coberturas
A versatilidade do sistema LSF, assim como nas construções
convencionais, possibilita a realização dos mais variados projetos de cobertura,
37

sendo que o mesmo segue, para os telhados inclinados, o mesmo principio


estrutural dos telhados convencionais em madeira, apresentando similaridade
com o sistema convencional.
Segundo Moliterno (2003, p. 74), o telhado compõe-se de duas partes
principais:

• Cobertura: podendo de ser de materiais diversos desde que


impermeáveis às águas pluviais e resistentes a ação do vento e
intempéries.
• Armação: corresponde ao conjunto de elementos estruturais para
sustentação da cobertura tais como ripas, caibros, terças, tesouras
e contraventamentos.

2.3.11 Equipamentos

Em toda economia há vários setores, nesses setores pessoas são


contratadas como mão-de-obra, e essa mão-de-obra é utilizada para operar
máquinas para transformar matérias primas em produtos, ou que as utilizarão
para realizar determinado serviço. “Equipamento é uma ferramenta que o ser
humano utiliza para realizar alguma tarefa”. (wikipedia, 2009).
No sistema Light Steel Framing são necessários vários tipos de
equipamentos que ajudarão na montagem da estrutura em aço como também na
aplicação e fixação das paredes, telhados etc...

Corte
• Tesoura de funileiro ou aviação – corte de material até 0,95mm e faz cortes para contornar
flanges de guia.
• Cortadeira elétrica de cabeçote giratório de calibre-14 – corte até material com 1,72 mm
de espessura.
• Serra Circular de 14-pol. – para corte de seções múltiplas simultaneamente,
especialmente vigas de divisória.
• Broca escalonada, 1 polegada – para fazer furos em vigas e guias.
• Furador de pressão, 1 1/4 polegada – para abertura de furos em campo para a instalação
de sistemas elétrico e de canalização.

Fixação
• Parafusadeira com punho ajustável e motor industrial (5.4 amperes), velocidade variável
de 0-2500 rpm, reversível, ponteira adequada para colocação de bits, controle de torque
ajustável.
• Suporte magnético para bits e bits Phillips nº 2.
• Soquete sextavado de 5/16” para parafusos de cabeça sextavada.
• Dois pares de grampos-C de 3”, dois pares de 6” e um de 12”, de pressão, com pontas
regulares para manter o aço dos perfis unido durante a fixação.
• Fixador de perfil com abertura profunda – para travamento nas seções da parede durante
a fixação.
38

• Parafusadeira para gesso – com motor industrial (5.4 amperes), velocidade variável de 0-
4000 rpm, reversível, com peça de extremidade para detecção da profundidade para
fixação das placas de gesso.
Diversos
• Dobradeira manual de 3 1/4 e 5 polegadas – para dobrar e marcar o perfil.
• Alicates de ponta grande – para remoção de parafusos
• Marcadores hidrográficos – para marcação de layout e cortes (preto e vermelho).
• Outras ferramentas diversas incluem: fita métrica, esquadro, estilete, réguas de níveis e
cabos de extensão elétrica aterrados com 15 metros.
Tabela - 3: Ferramentas recomendadas para uso com Steel Framing.
Fonte: Guia do construtor em Steel Framing, CBCA 2003.

Na construção do sistema Ligth Steel Framing são utilizados vários


equipamentos conforme Tabela 3. Tais ferramentas são diferentes das utilizadas
em madeira e outros materiais.

2.3.12 Projetos

Para que uma obra possa ser realizada, é necessário que haja um
projeto específico. A partir do projeto é que se realizam os cálculos estruturais e
orçamentários de uma obra e também determina a responsabilidade que cada
integrante tem no processo construtivo.
Conan (1990 apud Melhado, s.a.) define o projeto como “atividade
de resolução de problemas” onde as pessoas envolvidas com o projeto têm o
conhecimento de como será realizada determinada obra.
Segundo Midler (1995 apud Melhado, s.a.), a definição para a palavra
projeto é “processo específico que permite estruturar metódica e
progressivamente uma realidade futura”.
Pereira (2007), apud Souza e Sabattini (1998) afirmam que a
integração da atividade de projeto com as atividades de execução, através do
projeto para produção, é indispensável para a melhoria da qualidade e
produtividade nas obras, em busca sempre da melhor competitividade.

2.3.13 Conceito de Mão de Obra

Para a execução de uma obra, são necessárias pessoas para realizar


várias atividades como engenheiro, mestre-de-obras, servente, etc. “Mão-de-obra
é o termo usado para referir-se a um conjunto de pessoas ou a uma população
39

capaz de trabalhar. Possui diversas qualificações, dentre elas, mão-de-obra


(trabalho escravo/escrava), qualificada, desqualificada etc”. (wikipedia, 2009).
Chiavenato (2004, p.42) afirma que nos dias de hoje as pessoas [“...]
são consideradas apêndice das máquinas e meras fornecedoras de esforço físico
e muscular, predominando o conceito de mão-de-obra”.

2.4 TREINAMENTO DA MÃO-DE-OBRA PARA NOVAS TECNOLOGIAS NA


CONSTRUÇÃO CIVIL

A mão-de-obra é o fator mais importante em qualquer obra da


construção civil. Além de ser composta por pessoas que tem diversos tipos de
necessidades a serem supridas, representa grande porcentagem do custo total
da obra.

2.4.1 – Conceito de Treinamento

Todo operário que trabalha em uma construção civil, deve ter o


mínimo de conhecimento sobre o tipo de serviço que irá realizar. Por isso é
necessário saber qual é o conceito de treinamento.
Conforme Chiavenato (2004, p.339) “Processo educacional de curto
prazo aplicada de maneira sistemática e organizada, através da qual as pessoas
aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos
definidos”.

Conforme Saboy e Jobim (sd) o treinamento é:


[...] uma estratégia imposta ao contexto atual da construção. Para tanto,
o primeiro passo é desenvolver uma consciência crítica e
transformadora no operário, compatibilizando seus interesses com os
da empresa e garantindo sua capacitação e aprimoramento visando o
incremento da produtividade. Desta forma, o treinamento na construção
civil deve ser caracterizado, tanto por empresários quanto por
trabalhadores, como um mecanismo que venha a contribuir para a
elevação da produtividade e da qualidade do produto.

Lara, Ribeiro e Pires (2005) ressaltam a necessidade:

[...] da qualificação da mão-de-obra devido ao grande índice de


desperdícios de material, atraso no cronograma da obra e serviços de
40

má qualidade. Para que isso não ocorra, são várias as formas que uma
empresa tem de investir em seus funcionários. Uma delas é ofercendo-
lhes cursos de capacitação e qualificação. Através desses cursos, o
funcionário percebe a importância de sua função na obra. Porém, não
se deve restringir o aprendizado ao ensinamento sobre o canteiro de
obras, tão importante quanto isso, é despertar no aluno o desejo de
crescimento pessoal.

2.4.2 Treinamento da Mão-de-Obra para Novas Tecnologias

Nos dias atuais com o avanço da tecnologia, novos sistemas


construtivos estão sendo utilizados. Esses sistemas, exemplo “light steel framing”,
que e um método construtivo rápido, e que exigem uma mão-de-obra treinada a
fim de evitar desperdícios, atrasos no cronograma da obra e tendo uma boa
influência na produtividade, sendo um diferencial importante, pois o mesmo trará
benefícios como agilidade, enriquecimento intelectual, pessoal e também
financeiro.
Conforme Fujimoto (2002) apud (Agapiou, 1998) afirmam que: “[...]
todo trabalhador necessita de treinamento para se ter uma visão geral das
características de novos equipamentos, pré-fabricação e os métodos modernos”.
A Figura 8 mostra como o treinamento pode ser escolhido como uma
forma efetiva de atender as necessidades de melhoria na mão-de-obra da
empresa.

Necessidades
de melhorias

Análise das necessidades da


organização

Outras Necessidades
necessidades Relacionadas à competência

Outras Necessidades
necessidades de treinamento

Treinamento

Figura 8 - Melhorando a qualidade pelo treinamento


Fonte: NBR ISO 10015, 2001.
41

2.4.3 Objetivo do Treinamento

O treinamento é uma forma que a empresa disponibiliza aos seus


funcionários o conhecimento sobre determinado processo ou determinada
atividade para a capacitação e qualificação da mão-de-obra.
Conforme Fujimoto (2002) apud (Campos, 1992), são objetivos da
educação e treinamento, “[...] desenvolver o raciocínio das pessoas, [...]
desenvolver a sensibilidade e a tenacidade para mudanças, [...] desenvolver a
consciência de que a empresa é sua”.
O treinamento é uma ferramenta essencial para que a empresa possa
atingir seus objetivos. Pois a mesma irá treinar seus funcionários a fim de que os
mesmos possam adquirir conhecimento e empregá-los com eficiência no seu dia-
a-dia.

2.4.4 A Importância do Treinamento

Nos dias atuais o treinamento é de suma importância, pois o mesmo


reflete em todos os departamentos de uma empresa do ramo da construção civil.
Uma equipe bem treinada pode trazer retornos que vão desde a economia na
construção até a satisfação do cliente.
CHIAVENATO (2004, p. 339) afirma que: “Através do treinamento e
do desenvolvimento, a pessoa pode assimilar informações, aprender habilidades,
desenvolver atitudes e comportamentos diferentes e desenvolver conceitos
abstratos”.

2.4.5 Processo de Treinamento

Conforme Chiavenato (2004, p.340) o treinamento é um processo


cíclico e contínuo composto de quatro etapas:
1 – Diagnóstico. É o levantamento das necessidades de treinamento
a serem satisfeitas. Essas necessidades podem ser passadas,
presentes ou futuras.
2 – Desenho. É a elaboração do programa de treinamento para
atender às necessidades diagnosticadas.
42

3 – Implementação. É a aplicação e condução do programa de


treinamento.
4 – Avaliação. É a verificação dos resultados obtidos com o
treinamento.
O treinamento é a forma mais eficaz de desenvolvimento das pessoas,
pois as mesmas assimilam informações, aprendem novas habilidades,
desenvolvem atitudes e aprimoram seus comportamentos. Na Figura 10 são
demonstradas as vantagens que o treinamento proporciona.

Figura - 7: Os quatro tipos de mudanças de comportamento através do treinamento.


Fonte: Chiavenato, 2004.

Figura – 10: Os quatro tipos de mudanças de comportamento através do treinamento.


Fonte: Chiavenato 2004.
43

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia da pesquisa é considerada como verdadeiro roteiro a


ser seguido pelo pesquisador, visto que irá orientar desde os primeiros passos
até a conclusão do trabalho, auxiliando na realização dos seus objetivos,
encontrando os resultados para a solução do problema encontrado.
Cervo e Bervian (1996, p. 20) destacam:

Em seu sentido mais geral, o método é a ordem que se deve impor aos
diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um
resultado desejado. Nas ciências entende-se por método o conjunto de
processos que o espírito humano deve empregar na investigação e
demonstração da verdade.

Com relação à abordagem e método da pesquisa, Oliveira (2002, p.


115) observa que existem dois modelos: qualitativo e quantitativo, sendo que as
diferenças são quanto à sistemática e abordagem do problema.
O método qualitativo visa uma maneira de identificar o problema com
natureza diversa da que se utiliza no método quantitativo, o qual é estruturado
basicamente para comparar dados estatísticos, deixando de lado uma análise
aprofundada a respeito do assunto abordado, podendo haver outras maneiras de
classificar a pesquisa quanto ao seu tipo e aplicação.

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

Muitas questões são relacionadas à classificação da pesquisa, a


exemplo da natureza, objetivos, procedimentos e objeto.
“Para cumprir a finalidade de oferecer apenas noções introdutórias,
parece o bastante limitar a classificação da pesquisa quanto à natureza, aos
objetivos, aos procedimentos e ao objeto”. (ANDRADE, 2003, p. 123).
Com relação à natureza da pesquisa, a mesma pode ser
caracterizada sob dois aspectos: resumo de assunto ou trabalho científico.
Andrade (2003, p. 123) destaca o trabalho científico original e o
resumo de assunto, a respeito da pesquisa quanto à natureza, em que, a
distinção entre ambas se encontra na originalidade do estudo, sem deixar de
haver a preocupação com o método científico.
44

Conforme Barbetta (2004, p. 21), a pesquisa científica envolve


diversos procedimentos relacionados ao método de abordagem do assunto
escolhido, havendo o envolvimento de informações a serem testadas quanto à
veracidade, devendo ser confiáveis os resultados obtidos, especialmente os
obtidos através da coleta de dados e sua análise.
Para Andrade (2003, p. 124-125), a pesquisa pode ser classificada
com relação aos objetivos da pesquisa, em: exploratória, descritiva e explicativa.
A primeira busca “proporcionar maiores informações sobre determinado assunto”;
na segunda o pesquisador visa observar, registrar, analisar, classificar e
interpretar os fatos, sem interferir; na terceira, tem-se a “observação dos fatos tal
como ocorrem na realidade. O pesquisador efetua a coleta de dados ‘em campo’,
isto é, diretamente no local da ocorrência dos fenômenos”.

A pesquisa exploratória poderá ajudar o pesquisador a saber quais das


várias opções se aplicam ao problema de pesquisa. A pesquisa
exploratória poderá também ajudar a estabelecer as prioridades a
pesquisar. As prioridades poderão ser estabelecidas porque uma
particular hipótese explicativa surgida durante a pesquisa exploratória
parecerá mais promissora do que outras. Além disso, a pesquisa
exploratória poderá gerar informações sobre as possibilidades práticas
da condução de pesquisa específicas. (MATTAR, 2005, p. 21).

A pesquisa quanto aos procedimentos, ou seja, quanto à “maneira


pela qual se obtêm os dados necessários” para realizar o estudo, distinguem-se
em: bibliográfica e documental, sendo que a primeira utiliza fontes secundárias a
exemplo de livros, enquanto que a segunda ocupa-se das fontes primárias como
os documentos e registros, denominados de ‘primeira mão’, formando ambas o
conjunto das fontes “de papel”, havendo ainda, a pesquisa que tem como
procedimento a realização de observação da realidade, denominada de pesquisa
de campo. Sendo que a pesquisa quanto ao objeto, pode ser identificada como:
“bibliográfica, de laboratório e de campo”. (ANDRADE, 2003, p. 125).
Marconi & Lakato (1991, p. 116) asseguram: “Pesquisa de campo é
aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou de uma hipótese,
que se queira comprovar, ou ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações
entre eles”.
A pesquisa de campo pode envolver meios distintos para a coleta de
dados, entre elas: entrevista pessoal, por telefone, observação do ambiente,
45

pesquisa por internet ou questionário, conforme utilizado nesta pesquisa.


(Apêndice A).

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.2.1 Período de Tempo da Pesquisa Bibliográfica

A pesquisa bibliográfica foi iniciada no mês de março de 2009 e foi


concluída no mês de maio de 2009. Durante este período foram pesquisadas
teses, dissertações, livros, artigos e internet, relacionados ao conceito e aplicação
do sistema construtivo light steel framing, bem como o treinamento efetuado para
a mão-de-obra.

3.2.2 Período de Tempo da Pesquisa de Campo

A pesquisa de campo iniciou-se no período de agosto a novembro de


2008 (período de estágio supervisionado). No período de março a junho de 2009,
elaboraram-se quatro questionários, e foram realizados com os intervenientes
como: o diretor da construtora, engenheiro responsável, mestre de obra e
operários.

3.2.3 Definição do Projeto e da Edificação do Estudo de Caso

O estudo de caso foi realizado em dois sobrados tipo unifamiliar,


onde cada unidade medindo 116,33 m², totalizando 232,66 m² para construção a
seco em aço leve. Situado num terreno de 977,95m², no loteamento Tinizia,
Bairro Vera Cruz na cidade de Criciúma SC.
46

Figura - 11: Fachada da obra do estudo de caso.

3.2.4 Metodologia de Coleta de Dados

Os instrumentos da coleta de dados constituíram-se em


questionários, entrevistas, documentos (memorial descritivo, contrato e
orçamento). Foi efetuado um acompanhamento no canteiro de obra no processo
construtivo Light steel Framing, onde foram identificados os serviços realizados in
loco e também os serviços pré-fabricados, pois este trabalho visa verificar a mão-
de-obra executada in loco.
Para a coleta de dados, constituíram-se quatro questionários
estruturados (Apêndice A), visando obter informações a respeito do sistema Light
Steel Framing em relação à mão-de-obra e ao treinamento aplicado para este
sistema. Sendo o questionário de suma importância para a elaboração deste
trabalho, abordam-se as partes que o constituem conforme Tabela 4.
Diretor Mestre
SITUAÇÃO RESUMO Engenheiro Operários
construtora de obra
Idade, estado civil, renda
Sócio- familiar, casa própria, grau de x x x
econômica escolaridade

Rotatividade de mão-de-obra
Qualificação de mão-de-obra
Técnica
Treinamento de mão-de-obra x x x x
Curso de capacitação técnica
Ferramentas
Tabela – 4: Constituição do Questionário Estruturado.
47

3.2.5 Metodologia para Análise de Dados

Os dados encontram-se devidamente apresentados em informações


através de tabelas para atendimento dos objetivos do trabalho. Para a
interpretação dos dados empregou-se a análise descritiva, descrevendo-se as
conclusões sobre as entrevistas realizadas com o diretor da construtora e a
equipe de funcionários (engenheiro, mestre de obra, operários) da obra do estudo
de caso.
48

4 DESENVOLVIMENTO, RESULTADO E ANÁLISE DA PESQUISA

4.1 Descrição e Dados das Atividades no Canteiro de Obras

4.1.1 Locação da obra

Dias Efetivos: 01dia (setembro de 2008)


Equipamentos: Nivelador, martelo, trena, linha.
Materiais: Madeira, prego.
Atividades: Esquadro, nível, marcação dos cantos das paredes.
Equipe: 01 pedreiro, 01 carpinteiro, 01 servente, o engenheiro e o diretor da
construtora.
Documentação Técnica: Planta de locação da obra - Projeto Arquitetônico
(Anexo “A”).
Incompatibilidades Identificadas: Falta de licenciamento e má interpretação de
projeto de locação.
Na Figura 12 demonstra como foi feita a locação da obra.

Figura – 12: Locação da obra.

4.1.2 Fundações Radier

Dias Efetivos: 6 dias (setembro de a outubro 2008)


49

Equipamentos: Trena, carrinho de mão, pá e enxada.


Materiais: Madeira, prego, brita, lona plástica, concreto usinado 20Mpa,
Vergalhões de aço 5/16, tubulações de pvc, mangueira, fibras de polipropileno e
fibras de aço.
Atividades: Formas, regularização, tubulações, e concretagem (concreto
usinado).
Equipe: 01 pedreiro, 01 carpinteiro, 01 servente, o engenheiro e o diretor da
construtora.
Documentação Técnica: Planta de locação da obra - Projeto Arquitetônico
(Anexo “A”), Projeto Hidro-Sanitário (Anexo “B”), Projeto Elétrico (Anexo “C”).
Incompatibilidades Identificadas: Retrabalho devido à má interpretação do
projeto de locação.
Na Figura 13 demonstra a laje radier já executada.

Figura – 13: Laje radier.

4.1.3 Painéis Verticais e Horizontais

Dias Efetivos: 46 dias (Março a abril de 2009)


Equipamentos: Tesoura de funileiro, serra policorte, cortadeira elétrica de
cabeçote giratório, esmirilhadeira manual, serra circular, serra copo, broca
50

escalonada, parafusadeira, suporte magnético para bits, soquete sextavado e


grampos-C (alicate de pressão).
Materiais: Perfis de aço com formato em “C”-montante e “U”- guia, placas de
WBP, placas cimentícias e parafusos.
Atividades: Montagem da estrutura de aço, elevação dos painéis, instalação das
aberturas em madeira, cortes dos painéis, fixação das placas, furação dos painéis
para passagem das tubulações.
Equipe: Mestre de obras, 03 operários (montadores) e o engenheiro.
Documentação Técnica: Planta de locação da obra - Projeto Arquitetônico
(Anexo “A”), Projeto Hidro - Sanitário (Anexo “B”), Projeto Elétrico (Anexo “C”) e
Projeto Estrutural do Aço (Anexo “D”).
Incompatibilidades Identificadas: Dias de atraso na espera de materiais.

4.1.4 Cobertura

Dias Efetivos: 31dias (Abril a maio de 2009)


Equipamentos: Serra policorte, cortadeira elétrica de cabeçote giratório,
esmirilhadeira manual, serra circular, broca escalonada, parafusadeira, suporte
magnético para bits e soquete sextavado.
Materiais: Perfis de aço, placas de WBP, placas cimentícias, madeira, parafusos
e telhas de concreto.
Atividades: Montagem da estrutura do telhado (tesouras, ripamentos), instalação
das telhas e fechamento dos beirais.
Equipe: Mestre de obras, 03 operários (montadores), e o engenheiro.
Documentação Técnica: Planta da cobertura - Projeto Arquitetônico (Anexo “A”),
Projeto Elétrico (Anexo “C”) e Projeto Estrutural do Aço (Anexo “D”).
Incompatibilidades Identificadas: Dias de atraso na espera de materiais.

4.1.5 Acabamento

Dias Efetivos: 21dias (Maio a 12 de junho de 2009)


Equipamentos: Tesoura de funileiro, serra policorte, cortadeira elétrica de
cabeçote giratório, esmirilhadeira manual, serra circular, serra copo e broca
51

escalonada, parafusadeira, suporte magnético para bits, soquete sextavado,


grampos-C (alicate de pressão) e parafusadeira para gesso.
Materiais: Perfis de aço, placas de WBP, placas cimentícias, placas de dry wall,
manta de lã de vidro, massa de nivelamento e parafusos.
Atividades: Montagem das aberturas, isolamento acústico da parede (que
separa os dois sobrados) com lã de rocha e fechamento externo com placas
cimentícias.
Equipe: Mestre de obras e 03 operários (montadores).
Documentação Técnica: Planta da cobertura - Projeto Arquitetônico (Anexo “A”),
Projeto Hidro - Sanitário (Anexo “B”), Projeto Elétrico (Anexo “C”) e Projeto
Estrutural do Aço (Anexo “D”).
Incompatibilidades Identificadas: Dias de atraso na espera de materiais.
A Figura 14 demonstra que a obra está em fase de acabamento.

Figura – 14: Obra em fase de acabamento.

4.2 Planejamento e Projetos

Conforme contrato de compra e venda e prestação de serviços


(Anexo “E”) para a construção dos sobrados, todo o material necessário para a
52

construção, bem como a mão-de-obra e encargos sociais seriam de


responsabilidade da construtora contratada.
Na coleta destes dados documentais constatou-se que a obra em
estudo de caso está sendo construída sem licenciamento fornecido pela
prefeitura, sem alvará de construção. Os documentos encontrados foram: o
Projeto Arquitetônico (Anexo “A”), Projeto Hidro-Sanitário (Anexo “B”), Projeto
Elétrico (Anexo “C”), Projeto da Estrutura do Aço (Anexo “D”), Contrato de
Compra e Venda entre contratante e contratado (Anexo “E”), Orçamento (Anexo
“F”) e Consulta Prévia do terreno (Anexo “G”).
No canteiro de obra da construção da edificação que é o estudo de
caso não há tapumes e nem depósito. Os materiais pré-fabricados chegam da
fábrica de caminhão e são alocados em um galpão alugado próximo ao canteiro
de obra.
Iniciou-se a obra sem a elaboração de um cronograma para o
planejamento das atividades que seriam executadas.

Segundo Limmer (pág. 72, 1997), para definir

[...] os prazos para a execução de cada atividade, elabora-se um


quadro de Cálculo do Efetivo de Mão-de-Obra – QCEMO”. O
levantamento da quantidade de serviços e o QCEMO são atividades
que precedem e fundamentam a elaboração do cronograma do
empreendimento, o qual é básico para a elaboração dos demais
cronogramas de mão-de-obra, de materiais e de equipamentos.

Conforme cláusula sétima do contrato, o tempo previsto para a


execução da obra em estudo seria de 115 (cento e quinze dias), onde a mesma
iniciou-se no dia 10 de setembro de 2008; se contados dias úteis, a obra deveria
ser finalizada no dia 02 de março de 2009. A autora encerrou sua pesquisa de
estudo de caso no dia 12 de junho de 2009 e a edificação não havia sido
encerrada devido à falta dos seguintes itens de acabamento: instalação das
placas de dry wall, instalação elétrica, instalação dos revestimentos cerâmicos,
instalação das louças e metais e pintura interna e externa.
53

4.3 Resultado das entrevistas

Realizou-se entrevistas com o questionário do (Apêndice “A”) junto ao


diretor da empresa, ao engenheiro, ao mestre de obras e aos operários deste
estudo de caso.
O questionário aplicado ao mestre de obras e aos operários foi
realizado nas dependências da obra em estudo no dia 22 de maio às 16:00
horas, conforme horário estipulado em contato efetuado anteriormente com o
mestre de obras. O horário estipulado coincidiu com o do café. A entrevista foi
aplicada na garagem da edificação sendo isolada das demais dependências.
Durante a aplicação da entrevista não houve objeção a nenhuma das perguntas
pelos entrevistados.
A entrevista aplicada ao engenheiro foi realizada no dia 27 de maio
as 17:00 horas em sua residência e ocorreu normalmente sem nenhuma objeção
as perguntas efetuadas.
A entrevista aplicada ao diretor da construtora foi efetuada através de
uma ligação telefônica no dia 03 de junho ás 20:00 horas, pois o mesmo se
encontrava fora do estado de Santa Catarina. Com o diretor da construtora a
entrevista ocorreu sem objeções e com uma participação muito eloquente de sua
parte. O mesmo demonstrou interesse em responder as perguntas solicitadas.
A coleta de dados, através da entrevista aplicada com o questionário
do (Apêndice “A”), encontra-se na Tabela 5:

Tabela – 5: Constituição das Respostas do Questionário Estruturado


54

A Tabela 5, em relação às respostas obtidas na situação sócio-


econômica, em relação ao grau de escolaridade, o mestre de obra e o operário A
(montador) cursaram apenas o ensino primário e os operários B e C o ensino
fundamental.
Na situação recrutamento o diretor da empresa selecionou o
engenheiro através do seu conhecimento LSF, e o mestre de obra através de sua
experiência no exterior em montagem do sistema construtivo industrializado wood
frame. Os operários (montadores) foram contratados através da indicação do
mestre de obras.
O diretor da empresa informou através da entrevista, que toda a
equipe nesta obra em estudo, necessita de treinamento e que apenas o mestre
de obra possuía experiência em montagem.
Em resposta do engenheiro os operários sentiram dificuldades na
montagem pos os mesmos não tinham experiência neste sistema, e apenas o
mestre de obra era capacitado para o sistema.
O mestre de obra e operários (montadores) responderam que
receberam todas as ferramentas necessárias para a montagem da obra em
estudo, sendo que somente o operário B respondeu que teve dificuldades no
manuseio das ferramentas. Toda a equipe aprendeu a montagem do sistema
construtivo LSF in loco, e que não houve dificuldades na adaptação ao sisitema.
55

Na Tabela 6, buscou-se determinar as atividades identificando a mão-


de-obra que as exerce in loco e pré-fabricadas, sendo que este trabalho visa
verificar a mão-de-obra executada in loco.

Tabela – 6: Identificação dos serviços in loco e dos pré-fabricados


56

Abaixo segue a Figura 15, e observa-se que 15% dos serviços são
pré-fabricados, enquanto 85% dos serviços são realizados in loco onde são
representados estes percentuais.

ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DA OBRA

15%

In Loco
Pré-Fabricado

85%

Figura - 15: Etapas da construção da obra

4.4 Análise dos Resultados da Pesquisa

A pesquisa de campo é de suma importância, tendo a função de


orientar o pesquisador desde o primeiro passo que é a elaboração da mesma até
a conclusão da pesquisa. Sendo assim, a pesquisa auxilia na realização dos
objetivos do trabalho e nos resultados da mesma para posterior análise.
No estudo de caso que é tema delineador desta monografia dar-se-á
um enfoque da mão-de-obra nos processos realizados in loco no sistema
construtivo LSF, sendo que na pesquisa buscou-se informações sobre o
recrutamento e treinamento dessa mão-de-obra.
A princípio a construtora estava declinada a trazer mão-de-obra da
cidade de Curitiba-PR. Durante a exposição do sistema construtivo LSF realizada
na Feira da Casa Pronta em Criciúma-SC, o diretor da construtora se deparou
com pessoas que trabalharam com este sistema de construção nos EUA e que
mostraram interesse em fazer parte do quadro de funcionários da mesma. A partir
daí começou o recrutamento para a execução da obra em estudo de caso. Com a
contratação do mestre de obras, o mesmo selecionou os operários para fazer
57

parte da sua equipe. O engenheiro que acompanhou a obra foi contratado pelo
diretor da empresa, que fez o contato pessoal com esse profissional, que
demonstrou interesse e apresentou conhecimento sobre o LSF a partir de
literaturas, internet e seminários.
A resposta à questão 8 do questionário aplicado ao diretor da
empresa indica o processo de recrutamento, conforme descrito a seguir:
Como é feito o recrutamento?
Os engenheiros:
Alguns nos procuram e a esses damos preferência, outros são
indicados outros vêem com os clientes, não temos nenhum em nosso corpo de
funcionários ainda, porém temos alguns já fiéis à empresa. São selecionados
pelo grau de conhecimento em Frame e por comprovação de desempenho
anterior mesmo que seja em obras de construção tradicional.
Os encarregados (sempre vindo do exterior):
Por indicação, ou seja, sempre procuramos uma pessoa em nosso
corpo de funcionários que seja responsável pelo que está entrando. E são
selecionados pelo desempenho e tempo de experiência que tiveram no país em
que trabalhavam. (testamos os desempenhos sempre in loco).
Os montadores (operários):
Por solicitação junto à mídia ou por indicação do mestre de obras.
São testados primeiro na fábrica e depois a campo. É verificado minuciosamente
o desempenho nos empregos anteriores. Ou se primeiro emprego são avalizados
pelo trabalho in loco.
Da tabela 5 e da resposta descrita acima, obtém-se que o
recrutamento para cada categoria ocorreu da seguinte forma:
Engenheiro: conhecimento;
Mestre de Obra: experiência anterior;
Operários: indicação do mestre de obras;

O diretor quando perguntado sobre os critérios para a seleção dos


funcionários, respondeu com apenas um requisito: “ter o perfil da empresa”.
Com a pesquisa de campo constatou-se que a construtora contratada
para realizar a obra, não utilizou nenhum método de recrutamento e seleção
formal para a contratação.
58

Quanto ao processo de treinamento a pesquisa demonstrou a


ausência de um treinamento para os contratados antes destes iniciarem as
atividades no canteiro de obras. Evidenciou-se que o aprendizado ocorre durante
o processo de execução da edificação.
Para o processo de treinamento ressalta-se a resposta à questão 10
do questionário aplicado ao diretor:
A empresa antes da contratação oferece treinamento para a mão-de-obra?
Quais?
R.: Somos adeptos do ensinar a pescar, a dar o peixe.
Montadores (operários):
Antes da contratação no primeiro momento só damos uma introdução
teórico básica, preocupados mais com a maneira que os aprendizes devem se
comportar e atender as solicitações dos encarregados e quanto ao uso de EPS
não damos nenhum treinamento “in vitro”, eles recebem as instruções iniciais em
campo diretamente do mestre de obras, e observamos a capacidade de
aprendizagem e interesse pela área.
Mestre de obras:
Quando contratamos esse tipo de profissional estamos contratando
sua experiência, e a pergunta não é o que a empresa pode ensinar a eles e sim o
que eles podem ensinar para a empresa. (exigimos somente que eles cumpram
fielmente o descrito nos projetos e nos cálculos apresentados).
Engenheiros:
Esses são os únicos que tem treinamento anterior ao envio para as
suas funções, na verdade aperfeiçoamentos que especificam a nova área de
trabalho e lhe são apresentado todo um mix de inovações e tecnologias de ponta
que estejam sendo aplicadas, mas para treinar um engenheiro exigimos no
mínimo conhecimentos acima da média em todas as áreas da construção civil.
Os engenheiros são apresentados a especialista, peritos, desenhistas de
softwares e por agentes de negócios internacionais conhecedores das
propriedades dos produtos que utilizamos. Os engenheiros recebem então a
demanda, recursos e ferramentas para trabalhar.
Extrai-se da resposta acima que o aprendizado dos operários ocorre
no canteiro de obras durante o processo de execução das atividades. Com
relação ao mestre de obra, fica demonstrado que o contratado tem que ter
59

experiência anterior com o sistema frame. A resposta do diretor indica que não
contratam um mestre e sim sua experiência. Com isto esperam que o mestre seja
o multiplicador do conhecimento do LSF e treinador para os demais da equipe. A
tabela 5 apresenta um resumo das respostas para a questão treinamento.
Os resultados da pesquisa apontam para o fato de que apesar da
equipe de operários contratada para a montagem da obra, ter recebido todos os
projetos e todas as ferramentas e equipamentos necessários, não apresentam
qualificação para a execução do processo de montagem. A pesquisa demonstra
que tanto o engenheiro como mestre de obras e operários estão interessados em
receber treinamento, e que o treinamento será um fator de motivação.
Ainda sobre treinamento, observa-se que a empresa não tem um
plano e diretrizes para o treinamento. A resposta à pergunta 11 do questionário
aplicado ao diretor demonstra claramente isto.
Das observações das atividades do canteiro de obras pode-se
comentar que alguns problemas estão relacionados não apenas à falta de um
bom recrutamento e treinamento da mão de obra. Muitos deles acontecem por
não haver a prática de técnicas de planejamento.
Entre eles destaca-se que a obra estava sendo construída sem
licenciamento fornecido pela prefeitura e que no processo de locação não foram
observadas as medidas do terreno e a fundação foi executada em cima do
passeio, gerando retrabalho.
As atividades técnicas relatadas na pesquisa indicam dificuldades na
logística da execução da obra. Como se trata de um sistema construtivo
industrializado, a construção deveria ser rápida, mas, com a não disposição dos
materiais em tempo hábil, houve atrasos significativos para o desenvolvimento da
mesma. A pesquisa demonstrou que esses atrasos da entrega de materiais
ocorreram nas etapas: painéis verticais e horizontais, cobertura e acabamento.
Conforme contrato (Anexo E) a obra deveria ser entregue em 115
dias da data do início da edificação. A obra iniciou no dia 10 de setembro de
2008, e a pesquisa encerrou no dia 12 de junho de 2009, sendo, nesse período,
contados 191 dias efetivos, contados 76 dias a mais do prazo estipulado e a obra
ainda não fora entregue, pois a mesma se encontrava com partes do acabamento
a serem finalizados.
60

A pesquisa demonstrou que o mestre de obras e os operários


possuem um grau de escolaridade baixo, sendo que os mesmos não chegaram a
concluir o ensino fundamental. A baixa escolaridade pode influenciar no
entendimento do desenvolvimento do sistema, bem como na leitura dos projetos
e na execução das etapas da obra. A mão-de-obra utilizada na obra do estudo de
caso em sua maioria reside em cidades circunvizinhas ao município de Criciúma,
o que demonstra o recrutamento de mão de obra local.
61

5 CONCLUSÃO

Inicialmente cabe destacar a importância do trabalho com


metodologia científica, em que a acadêmica agrega o conhecimento necessário
para a vida profissional, englobando a teoria e prática neste tipo de estudo.
Neste sentido a pesquisa foi realizada através do acompanhamento
da obra em estudo de caso, executada no sistema construtivo Light Steel
Framing tendo sido detectado o seguinte problema de pesquisa: - Como se
realiza o processo de contratação e treinamento da mão-de-obra para esta nova
tecnologia na cidade de Criciúma? Assim surge o tema: - Contratação e
treinamento da mão-de-obra no processo de construção a seco Light Steel
Framing, em que o objetivo geral é: Identificar e caracterizar os processos de
construção e capacitação da mão-de-obra adotados para o sistema LSF para a
obra em estudo de caso, e com os seguintes objetivos específicos:
• Revisão bibliográfica da técnica construtiva do Sistema Light Steel
Framing;
• Diagnosticar e determinar o processo de contratação de mão de obra
local;
• Identificar os processos de capacitação e treinamento da mão de
obra antes, durante e depois da contratação;
• Analisar e identificar o perfil da mão-de-obra local contratada para o
estudo de caso;
• Identificar no processo LSF adotado para obra de estudo de caso,
quais as etapas, elementos e componentes são pré-fabricados e
quais são executados in loco.
A partir destes objetivos, foram realizadas pesquisas bibliográficas
para dar embasamento a este estudo de caso, onde se abordou recrutamento e
treinamento da mão-de-obra.
Com a análise dos resultados da pesquisa, constata-se plena
ausência das técnicas de recrutamento e seleção, para todas as categorias de
mão de obra do estudo de caso.
O diretor da empresa definiu como meta de contratação, profissionais
com experiência no exterior, sem que fossem aplicadas técnicas de contratação a
fim de que a mão-de-obra contratada se encaixasse com o perfil da empresa.
62

O engenheiro não participou na escolha da mão-de-obra para a obra


em estudo de caso, ficando a contratação a cargo da diretoria da empresa.
Ao mestre de obra foi incumbido pela diretoria a escolha dos
operários para trabalhar na obra em estudo, sendo que a avaliação não teve
embasamento em nenhuma técnica de recrutamento. As pessoas escolhidas pelo
mestre de obra eram operários conhecidos por ele.
O perfil dos operários contratados pela construtora é igual à mão-de-
obra utilizada na construção civil convencional, a não ser o mestre de obra em
que teve experiência com obra industrializada nos EUA.
A logística também foi um fator determinante para o atraso da
conclusão da obra em estudo. Faltou à diretoria um planejamento a respeito da
entrega dos materiais a serem utilizados na obra, por isso, ocasionou paradas
desnecessárias onde levou mais tempo para a conclusão da obra, refletindo na
ociosidade dos funcionários.
Verificou-se também que a obra estava sendo construída sem
licenciamento fornecido pela prefeitura e que não havia um cronograma físico
para as atividades a serem executadas, sendo o principal problema que
influenciou na logística.
Para o estudo de caso desta pesquisa evidencia-se o não
aproveitamento das vantagens do sistema Light Steel Framing, principalmente no
quesito prazo.
Como sugestão de melhoria para a construtora, a mesma deveria
implantar um planejamento e cronograma de obra, e que o mesmo enfatize a
logística que é fundamental para o bom andamento da obra, e para que não
ocorram os atrasos como foram verificados neste estudo de caso. Também é
necessário um plano de seleção e recrutamento e ações formais para o
treinamento dos funcionários, objetivando a capacitação e qualificação da mão-
de-obra para o sistema Light Steel Framing.
63

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Acesso em: 13 Maio 2009.

YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos: Porto Alegre:


Bookman, 2005.
67

ANEXOS
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Anexo A – Projeto Arquitetônico


69
70

Anexo B – Projeto Hidro-Sanitário


71
72

Anexo C – Projeto Elétrico


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74

Anexo D – Projeto Estrutural do Aço


75

Anexo E – Contrato de Compra e Venda e Prestação e Serviços


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78

Anexo F – Orçamento
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83

Anexo G – Consulta Prévia


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APÊNDICE
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Apêndice A

QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO SOBRE A MÃO DE OBRA DO SISTEMA


CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAMING :

PERGUNTAS AO DIRETOR DA CONSTRUTORA:

1) Ao implantar o sistema light steel framing, você pesquisou se há mão de


obra específica na cidade de Criciúma? Como?

O plano inicial era levarmos mão de obra especializada de Curitiba. Em


Criciúma a mão de obra especializada, veio até nós, através do êxodo de uma
mão de obra Brasileira que se encontrava nos EUA e através da Feira da
Casa Pronta realizada em outubro de 2008.

2) Você está satisfeito com o nível e qualificação de mão de obra aqui


utilizada? Por quê?

Em Criciúma.
Parcialmente, temos alguns bons montadores (vindo dos EUA), porém
carecemos de bons ajudantes do “chão de fabrica” e os supervisores
(pessoas que fazem o gerenciamento das obras).
É como se em uma pirâmide tivermos somente o segundo nível.
Para resolver a questão dos funcionários de base estamos sim agora
treinando “in loco” os ajudantes de montagem, e esperamos em breve ter
pessoas realmente prontas para os desafios da demanda.
Para resolver a questão dos supervisores estamos aguardando algum
destaque entre os coordenadores/encarregados para então instruí-lo em
cursos de liderança, controles orçamentários e legislação trabalhista...

3) Há necessidade de treinamento da mão de obra no sistema Ligt Steel


Framing para essa região?
Sem dúvida que sim. Temos uma demanda muita elevada no local,
poderíamos estar construindo “montando”, dezenas de obras em paralelo,
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porém temos que nos contentar com apenas um ou dois empreendimentos


por vez.
O que estamos fazendo para minimizar por hora o “gargalo” da mão de obra
no campo de obras é tentar resolver na fábrica operações que tornem os
projetos a serem construídos cada vez mais “prontos” para sua implantação
no campo de obra.

4) Existe rotatividade de mão de obra na sua empresa? Qual a procedência?

Existe sim uma rotatividade, porém bem menor que na construção civil
tradicional, normalmente os colaboradores que conseguem absorver o novo
modelo construtivo tendem a ficar na empresa.

5) Qual o motivo de maior freqüência para as demissões?

Os vícios absorvidos pela construção civil tradicional são os que mais geram
as demissões em nossa empresa vícios tal como a ausência de
companherismo e dificuldade de trabalhos em equipe; também são observado
o pouco interesse a se “entregar” ao novo sistema construtivo.

6) Quais os principais problemas em relação à mão de obra utilizada nas


obras?

• Engenheiro: Falta de preparo mais específico, os mais antigos


muitas vezes estão desatualizados e não raras vezes sentem mais
medo que o cliente quando vê os prédios sendo levantados, e os
engenheiros mais novos carecem de mais experiência. Porém é
inata nos engenheiros a atitude, a sede de conhecimento que os
fazem querer dominar o tema de construção a seco. Para nossa
companhia um engenheiro tem maior valor depois de vivenciar
algumas obras com nossa tecnologia.
• Mestre de obra: Esses são a maior riqueza de uma empresa de
nosso ramo de atividades e também nossos esforços sempre
convergem para que aprimoremos de tais profissionais.
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• Operários: Na verdade montadores... Nossa maior dificuldade está


em embutir na consciência destes colaboradores que por menor
que seja o trabalho que ele esteja executando durante a montagem
deve ser feito com muita concentração e perfeição, pois como as
construções são uma espécie de monobloco, qualquer falha nos
estágios construtivos pode refletir no final da obra.

7) Quais os critérios para a contratação da mão-de-obra?

1o Experiência anterior em algum tipo de montagem, preferível: frame


2o Desempenho de raciocínio e redação, poder ler e entender manuais em
língua estrangeira, ler e interpretar projetos.
3o Ter desempenho comprovado que fez a diferença nas empresas por onde
passou.

8) Como é feito o recrutamento?

Os engenheiros:
Alguns nos procuram e a esses damos preferência, outros são indicados
outros vêem com os clientes, não temos nenhum em nosso corpo de
funcionários ainda, porém temos alguns já fiéis à empresa. São selecionados
pelo grau de conhecimento em Frame e por comprovação de desempenho
anterior mesmo que seja em obras de construção tradicional.

Os encarregados (sempre vindo do exterior):


Por indicação, ou seja, sempre procuramos uma pessoa em nosso corpo de
funcionários que seja responsável pelo que está entrando. E são selecionados
pelo desempenho e tempo de experiência que tiveram no país em que
trabalhavam. (testamos os desempenhos sempre in loco).

Os montadores (operários):
Por solicitação junto à mídia ou por indicação do mestre de obras. São
testados primeiro na fábrica e depois a campo. São verificados
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minuciosamente o desempenho nos empregos anteriores. Ou se primeiro


emprego são avalizados pelo trabalho in loco.

9) Quais os critérios adotados para a seleção dos funcionários?


Ter o perfil da empresa.

10) A empresa antes da contratação oferece treinamento para a mão-de-obra?


Quais?

Somos adeptos do ensinar a pescar, a dar o peixe..


Montadores (operários):
Antes da contratação no primeiro momento só damos uma introdução
teóricos básica, preocupados mais com a maneira que os aprendizes devem
se comportar e atender as solicitações dos encarregados e quanto ao uso de
EPS não damos nenhum treinamento “in vitro”, eles recebem as instruções
iniciais em campo diretamente do mestre de obras, e observamos a
capacidade de aprendizagem e interesse pela área.
Mestre de obras:
Quando contratamos esse tipo de profissional estamos contratando sua
experiência, e a pergunta não é o que a empresa pode ensinar a eles e sim o
que eles podem ensinar para a empresa. (exigimos somente que eles
cumpram fielmente o descrito nos projetos e nos cálculos apresentados).
Engenheiros:
Esses são os únicos que tem treinamento anterior ao envio para as suas
funções, na verdade aperfeiçoamentos que especificam a nova área de
trabalho e lhe são apresentado todo um mix de inovações e tecnologias de
ponta que estejam sendo aplicadas, mas para treinar um engenheiro exigimos
no mínimo conhecimentos acima da média em todas as áreas da construção
civil. Os engenheiros são apresentados a especialista, peritos, desenhistas de
softwares e por agentes de negócios internacionais conhecedores das
propriedades dos produtos que utilizamos. Os engenheiros recebem então a
demanda, recursos e ferramentas para trabalhar.
11) Há um plano de treinamento regular?
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Não é periódico, mas quando existe uma inovação ou alguém descobre uma
maneira melhor de trabalhar ou algo relevante, repassamos isso a todos.
Todos são obrigados a estarem se atualizando e apoiamos as ações
individuais em tentar se aperfeiçoar. Nosso perfil não é paternalista e assim,
valorizamos quem quer ser valorizado.

ENGENHEIRO

1) Você tem residência definida ou temporária em Criciúma?


Residência definida.

2) Antes de trabalhar com o sistema construtivo Ligt Steel Framing, já o


conhecia? Se a resposta for “SIM”, onde?
Não.
3) Como você aprendeu a trabalhar com o método Light Steel Framing?
Ao ler muito, através de literaturas, internet, seminários.

4) Você recebeu algum treinamento ou algum curso para trabalhar no sistema?


Não. Tudo o que procuro de informações é de interesse próprio.

5) Você acha que esse método de construção é viável tecnicamente para essa
região?
Acredito que sim, mas, a princípio, industrialmente. Existe um preconceito muito
grande com esse sistema em criciúma.

6) Quais são as dificuldades técnicas na montagem e nas etapas de construção


desse sistema?
Mão-de-obra.
Logística: Se não tiver uma boa logística, a obra não anda, pois assim como
na construção convencional, um material depende de outro. O material estando
na mão, a obra anda e esse sistema não exige muita ferramenta e nem
ferramenta diferente.
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7) Quais os principais problemas e deficiências em relação à mão-de-obra de sua


equipe?
O cuidado no espaçamento da junta de dilatação prevista na chapa.

8) Em sua opinião é importante a existência de curso de capacitação voltado para


atender esse sistema de construção?
Sim.

9) Seria mais um fator de motivação para trabalhar no sistema LSF se a empresa


oferecesse treinamento à equipe de obra?
Sim.

10) O mestre de obras e demais operários estão capacitados para trabalhar


adequadamente com o sistema Light Steel Framing?
O mestre de obras sim. Os operários deveriam estar mais qualificados para o
sistema.

11) Você conhece alguma instituição em Criciúma que oferece treinamento par
este sistema?
Não.

MESTRE DE OBRAS

1) Qual a sua idade?


51 ANOS.

2) Qual seu estado civil?


Casado.
3) Qual seu grau de escolaridade?
Até 7º série.

4) Qual a renda familiar?


R$ 3700,00.
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5) Você tem residência definitiva ou temporária em Criciúma?


Tenho residência fixa em forquilhinha.

6) Você já teve alguma experiência com llight steel framing? Qual? Onde? E
quanto tempo?
Não. Tive experiência com Wood Frame que é praticamente o mesmo
procedimento do Steel Frame. Em Washington e Virgínia. Durante quatro anos.

7) Como você aprendeu a trabalhar com o método Light Steel Framing?


Aprendi com o encarregado da obra.

8) Você recebeu algum treinamento ou algum curso para trabalhar no sistema?


Quando? Quais?
Não.

9) O que o levou a trabalhar com Steel Framing?


Através do meu filho Fernando que já trabalhava nos EUA.

10) Você tem noção teórica sobre o serviço que realiza?


Mais ou menos. Sei da resistência que esses materiais têm.

11) Seria mais um fator de motivação para trabalhar no sistema LSF se a


empresa oferecesse treinamento à equipe de obra?
Sim.

12) Quais as atividades do processo que a mão-de-obra tem maior dificuldade de


realizar? Por quê?
A montagem da estrutura da cobertura e das placas cimentícias. Muito corte.
13) Quais os principais problemas e deficiências em relação à mão de obra de
sua equipe?
Dificuldades em lidar com as ferramentas. Dificuldade na serra circular.

14) Os operários que estão sobre sua subordinação, estão se adaptando ao


sistema construtivo light steel framing?
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Sim.

15) Pode ser contratado um funcionário para trabalhar no sistema light steel
framing, sem treinamento ou experiência anterior?
Sim, mas se tivesse um conhecimento sobre o sistema, renderia melhor o
trabalho.

16) Você recebeu as ferramentas e equipamentos necessários para trabalhar


com o sistema LSF? Quais?
Sim. Todas.

17) Há treinamento especifico para o uso e armazenagem e manutenção das


ferramentas e equipamentos?
Não. O treinamento é durante a execução da obra.

OPERÁRIO A

1) Qual a sua idade?


49 Anos.

2) Qual seu estado civil?


Casado.

3) Qual seu grau de escolaridade?


Até o 4º ano.

4) Qual a renda familiar?


R$ 2900,00.
5) Você tem residência definitiva ou temporária em Criciúma?
Tenho residência fixa em Forquilhinha.

6) Você já teve alguma experiência com llight steel framing? Qual? Onde? E
quanto tempo?
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Não. É a primeira vez.

7) Como você foi selecionado para trabalhar no sistema LSF?


Através do mestre de obras.

8) Você recebeu algum treinamento da empresa antes de trabalhar no sistema


LSF? Quais?
Não. Aprendi na obra.

9) Você recebeu as ferramentas e equipamentos necessários para trabalhar com


o sistema LSF?
Sim.

10) Você conhece bem o manuseio das ferramentas?


Sim.

11) Você tem interesse em fazer um treinamento de capacitação e qualificação


no sistema LSF?
Não. Sou aposentado e pretendo parar.

12) Seria mais um fator de motivação para trabalhar no sistema LSF se a


empresa oferecesse treinamento à equipe de obra?
Se a empresa oferecesse, sim.

OPERÁRIO B

1) Qual a sua idade?


Completo 18 anos em julho.
2) Qual seu estado civil?
Solteiro.

3) Qual seu grau de escolaridade?


Até a 8º série.
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4) Qual a renda familiar?


R$ 700,00.

5) Você tem residência definitiva ou temporária em Criciúma?


Moro com meus pais em Forquilhinha, em casa própria.

6) Você já teve alguma experiência com llight steel framing? Qual? Onde? E
quanto tempo?
Não.

7) Como você foi selecionado para trabalhar no sistema LSF?


Através do mestre de obra.

8) Você recebeu algum treinamento da empresa antes de trabalhar no sistema


LSF? Quais?
Não.

9) Você recebeu as ferramentas e equipamentos necessários para trabalhar com


o sistema LSF?
Sim.

10) Você conhece bem o manuseio das ferramentas?


Mais ou menos. Trabalho só há dois meses.

11) Você tem interesse em fazer um treinamento de capacitação e qualificação


no sistema LSF?
Sim.
12) Seria mais um fator de motivação para trabalhar no sistema LSF se a
empresa oferecesse treinamento à equipe de obra?
Sim.

OPERÁRIO C

1) Qual a sua idade?


95

Tenho 17 anos.

2) Qual seu estado civil?


Solteiro.

3) Qual seu grau de escolaridade?


Até a 6º série.

4) Qual a renda familiar?


R$ 700,00.

5) Você tem residência definitiva ou temporária em Criciúma?


Moro com meus pais em Forquilhinha, e a casa é alugada.

6) Você já teve alguma experiência com llight steel framing? Qual? Onde? E
quanto tempo?
Tive. Aqui em Criciúma em outra obra dessa empresa.

7) Como você foi selecionado para trabalhar no sistema LSF?


Através do mestre de obra.

8) Você recebeu algum treinamento da empresa antes de trabalhar no sistema


LSF? Quais?
Não.

9) Você recebeu as ferramentas e equipamentos necessários para trabalhar com


o sistema LSF?
Sim.

10) Você conhece bem o manuseio das ferramentas?


Trabalho com todas, menos com a esmirilhadeira manual.

11) Você tem interesse em fazer um treinamento de capacitação e qualificação


no sistema LSF?
96

Sim.

12) Seria mais um fator de motivação para trabalhar no sistema LSF se a


empresa oferecesse treinamento à equipe de obra?
Sim.

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