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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

FELIPE CARVALHO REIS CORDEIRO

TÍTULO:
ANALISE DE PRODUTIVIDADE DA MÃO-DE-OBRA E COMPOSIÇÃO DE
CUSTOS DO SERVIÇO DE EXECUÇÃO DA LAJE STEEL DECK

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


departamento de engenharia civil da Universidade Federal de
Santa Catarina para a obtenção do Grau de Engenheiro Civil.

Orientadora: Profa. Fernanda Fernandes Marchiori, Dra.

FLORIANOPOLIS

2016
2
AGRADECIMENTOS

À Deus, por ter me dado força pra continuar e sempre me guiando para as escolhas
mais sabias e prudentes.

À minha família, por me oferecer todo o suporte necessário, tanto emocional como
técnico. Dando-me força e incentivando, sempre querendo meu melhor. Se hoje conseguir
alcançar tudo que almejei, com certeza, é graças a minha família, a quem eu só tenho a
agradecer, amar e idolatrar.

Ao meu pai, Joatam, esse homem que é um verdadeiro exemplo a se seguir, tanto
como pessoa como engenheiro civil, que me guiou e me ensinou a trilhar um caminho
correto, oferecendo todo o suporte necessário. Hoje sigo a carreira me espelhando nele,
reconhecendo o seu esforço e sua batalha diária, sempre procurando dar aos seus filhos o
melhor.

À minha mãe, Ilka, por ser essa mulher fantástica, digna da admiração de todos.
Obrigado pelo seu amor, carinho, paciência em ensinar, por oferecer conforto e compreensão,
por se dedicar tanto aos outros sem pedir nada em troca. Sempre somando com a sua ampla
visão de engenharia, só me deu mais forças para continuar.

Às minhas irmãs, Fernanda, obrigado por ter ensinado e ajudado tanto com esse
trabalho, sua dedicação e sabedorias é ainda motivo de admiração de todos os nossos
professores. E Marcela, obrigado pela sua amizade, carinho e companheirismo.

Aos meus amigos, pelo suporte, pelo companheirismo nos bons e ruins momentos,
pelas brincadeiras sempre procurando me alegrar. Sem eles, com certeza, o caminho seria
muito mais difícil e sem graça.

À minha namorada, Jaqueline, pelo tempo dedicado, pela preocupação com o meu
bem estar, assim como pelo amor e carinho sempre necessários.

À minha orientadora, Fernanda Marchiori, por ter me orientado e guiado, sempre


preocupada e atenciosa. Só tenho a agradecer por ter aceitado o desafio e dedicado seu
tempo.

Por fim, queria agradecer a banca, Prof. Dr. Antonio Edésio e Jamil Salim, por ter
dedicado seu tempo e atenção, assim como seus ensinamentos somados ao trabalho.

3
“O tempo não espera por homem nenhum.”

ABRAHAM LINCOLN

4
RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo gerar os indicadores de produtividade, RUP


(Razão Unitária de Produção), da mão-de-obra e assim obter dados suficientes para montar a
composição de custo do serviço de execução da laje Steel Deck, juntos com a relação de
consumo de materiais. Para a obtenção dos dados foi realizado o levantamento em uma obra
de construção da 1ª etapa dos prédios da administração, auditório e biblioteca do IFS em
Aracaju-SE, onde pode-se analisar e caracterizar os serviços necessários para a execução da
laje Steel Deck e, assim, anotar os índices e fatores que influenciaram na produtividade. Para
executar o serviço de construção da laje Steel Deck foram identificados e caracterizados as
atividades de Descarregamento e verificação da laje Steel Deck; Transporte vertical e
horizontal das fôrmas; Espalhamento das fôrmas; Corte e Recorte; Costura; Colocação e
Fixação das bordas; Marcação e espalhamento dos pinos Stud Bolt; Soldagem; Espalhamento
das telas soldadas; Amarração; Limpeza; Colocação dos espaçadores; Concretagem. No
período do dia 03 a 13 de outubro de 2016, com uma carga horária de 9 horas diárias, total de
aproximadamente 80 horas trabalhadas no pavimento. Os resultados obtidos para as RUPs
cumulativa ficaram entre 0,00238 Hh/m² no serviço de limpeza e no de descarregamento e
verificação da laje Steel Deck a 0,0701 Hh/m² na concretagem. A análise desses resultados,
assim como das suas horas cumulativa gerou dados, junto à relação de materiais, para a
construção da composição de custos, que resultou no valor final de R$163,63 o metro
quadrado de laje Steel Deck, incluindo estrutura e concreto, necessitando de 0,41Hh/m².

Palavras-chave: Produtividade, RUP, composição de custos, Laje Steel Deck.

5
ABSTRACT

The objective of this work is to generate the productivity indicators, RUP (Unitary
Ratio of Production), of the labor force and thus obtain sufficient data to assemble the cost
composition of the Steel Deck slab execution service, together with the relation Consumption
of materials. In order to obtain the data, a survey was carried out in a construction work of the
1st stage of the administration buildings, auditorium and library of the IFS in Aracaju-SE,
where it is possible to analyze and characterize the services necessary for the execution of the
Steel Deck slab and thus noting the indices and factors that influenced productivity. To
perform the service of construction of the slab Steel Deck were identified and characterized
the activities of Unloading and verification of the Steel Deck; Vertical and horizontal
transport of the forms; Scattering of forms; Cutting and Cutting; Seam; Laying and Edging of
Edges; Marking and scattering Stud Bolt; Welding; Scattering of welded screens; Mooring;
Cleaning; Placement of spacers; Concrete. In the period from 03 to 13 October 2016, with a
workload of 9 hours per day. The results obtained for the cumulative productivity unitary
were between 0.00238 Hh / m² in the cleaning service and in the unloading and verification
of Steel Deck at 0.0701 Hh / m² in the concreting. The analysis of these results, as well as
their cumulative hours, generated data, together with the materials ratio, for the construction
of the cost composition, which resulted in the final value of R $ 163.63 per square meter of
Steel Deck slab including structure and concrete , Requiring 0.41 Hh / m².

Keywords: Productivity, RUP, cost composition, Steel Deck Slab.

LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Índice de confiança da construção. .......................................................................... 13
Figura 2- Estrutura do trabalho ................................................................................................ 17

6
Figura 3- Laje Maciça em perspectiva ..................................................................................... 19
Figura 4- Laje Steel Deck em perspectiva ............................................................................... 22
Figura 5- Características do perfil Steel Deck MF 75 ............................................................. 23
Figura 6- Stud Bolt................................................................................................................... 25
Figura 7- Transporte das Fôrmas Steel Deck dentro da obra................................................... 28
Figura 8- Ajustes das Fôrmas no pavimento tipo .................................................................... 28
Figura 9- Recortes para encaixe............................................................................................... 29
Figura 10- Soldagem dos StudBolts ........................................................................................ 29
Figura 11- Armadura antifissuração e seus devidos espaçadores ............................................ 30
Figura 12- Esquema da metodologia de escolha do sistema estrutural ................................... 31
Figura 13- Esquematização da produtividade .......................................................................... 36
Figura 14- Esquematização da produtividade .......................................................................... 37
Figura 15- Etapas da pesquisa.................................................................................................. 46
Figura 16- Ficha de acompanhamento da produtividade em obra ........................................... 49
Figura 17- Planilha da ficha individual de produtividade........................................................ 50
Figura 18- Planilha de acompanhamento da produtividade por serviço .................................. 50
Figura 19- Clube e área de lazer do condomínio Atlantic Blue............................................... 52
Figura 20- Caixa de passagem ................................................................................................. 52
Figura 21- Hospital regional de Lagarto .................................................................................. 53
Figura 22- Ponte sobre o Rio Ponte Nova ............................................................................... 53
Figura 23- Institutode ensino superior campus Aracaju, prédios administrativo, de biblioteca
e auditório ................................................................................................................................ 54
Figura 24- Construção do Instituto de ensino superior ............................................................ 55
Figura 25- Planta baixa do terceiro pavimento ........................................................................ 56
Figura 26- Início dos serviços no terceiro pavimento.............................................................. 57
Figura 27- Estrutura da laje concluída, aguardando apenas a concretagem. ........................... 58
Figura 28- Espalhamento das fôrmas em simultâneo no primeiro e segundo pavimento ....... 58
Figura 29- Projeto de fôrmas ................................................................................................... 61
Figura 30- Especificação do fabricante.................................................................................... 62
Figura 31- Fôrmas de iguais especificações devidamente espaçadas ...................................... 62
Figura 32- Descarregamento das fôrmas ................................................................................. 63
Figura 33- Transporte vertical e horizontal e recebimento das fôrmas.................................... 64
Figura 34- Espalhamento das fôrmas....................................................................................... 65
Figura 35- Junção de vigas executada pela Empresa X ........................................................... 66

7
Figura 36- Junção de vigas executada pela Empresa Y ........................................................... 66
Figura 37- Corte nas junções de vigas ..................................................................................... 67
Figura 38- Recorte na junção com os pilares ........................................................................... 68
Figura 39- Serviço de pregação ............................................................................................... 69
Figura 40- Bordas..................................................................................................................... 70
Figura 41- Serviço de costura .................................................................................................. 70
Figura 42- Bordas fixadas à Steel Deck................................................................................... 70
Figura 43- Espalhamento dos Stud Bolts ................................................................................. 71
Figura 44- Acompanhamento das tensões de soldagem .......................................................... 72
Figura 45- Soldagem ................................................................................................................ 72
Figura 46- Gerador................................................................................................................... 73
Figura 47- Caminhão munck erguendo as telas soldadas ........................................................ 73
Figura 48- Espalhamento das telas soldadas............................................................................ 74
Figura 49-Telas soldadas amarradas ........................................................................................ 75
Figura 50- Recolhendo o resto de cerâmica Figura 51-
Recolhendo o resto de arame ................................................................................................... 75
Figura 52- Colocação dos espaçadores .................................................................................... 76
Figura 53- Montagem da tubulação e dos mangotes ............................................................... 77
Figura 54- Concretagem........................................................................................................... 78
Figura 55- Concretagem da laje do terceiro pavimento sem a necessidade de escoramento ... 79
Figura 56- Diagrama de dependência de serviço com suas respectivas RUPs cumulativa ..... 89
Figura 57- Custo do metro quadrado pelo software ORSE. .................................................... 94

LISTA DE QUADROS

8
Quadro 1– Itens de uma composição de custo ......................................................................... 44
Quadro 2- Correlação de funcionários por equipe/dia ............................................................. 59

LISTA DE TABELAS

9
Tabela 1- Acompanhamento da produtividade do serviço de descarregamento e verificação,
transporte vertical e horizontal das fôrmas da laje Steel Deck. .............................................. 81
Tabela 2- Acompanhamento da produtividade do serviço de soldado pinos Stud Bolts da laje
Steel Deck. ............................................................................................................................... 82
Tabela 3- Acompanhamento da produtividade do serviço de espalhamento das fôrmas da laje
Steel Deck. ............................................................................................................................... 83
Tabela 4- Acompanhamento da produtividade do serviço de corte e recorte da laje Steel
Deck. 84
Tabela 5- Acompanhamento da produtividade do serviço de costura e marcação
espalhamento dos Stud Bolts da laje Steel Deck. .................................................................... 85
Tabela 6- Acompanhamento da produtividade do serviço de colocação e fixação das bordas
da laje Steel Deck..................................................................................................................... 86
Tabela 7- Acompanhamento da produtividade do serviço de espalhamento das telas soldadas,
limpeza, amarração e colocação dos espaçadores da laje Steel Deck...................................... 87
Tabela 8- Acompanhamento da produtividade do serviço de concretagem da laje Steel Deck.
88
Tabela 9- Consumo de materiais para execusão da laje Steel Deck do terceiro pavimento .... 91
Tabela 10- Composição de custos por metro quadrado da laje Steel Deck ............................. 92
Tabela 11- Descrição dos serviços para a composiçao de custos da laje Steel Deck .............. 93

SUMÁRIO
10
1 Introdução.................................................................................................................. 13
1.1 Justificativa................................................................................................................ 13
1.2 Objetivos ................................................................................................................... 15
1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................................ 15
1.2.2 Objetivos específicos................................................................................................. 15
1.3 Delimitações .............................................................................................................. 15
1.4 Estrutura do trabalho ................................................................................................. 17
2 Revisão bibliográfica................................................................................................. 18
2.1 Tipos de Lajes ........................................................................................................... 18
2.1.1 Lajes de concreto moldadas na obra (Laje convencional de concreto armado, laje
maciça) 19
2.1.2 Laje Steel Deck ......................................................................................................... 21
2.1.3 Etapas de execução.................................................................................................... 27
2.2 Viabilidade econômica: ............................................................................................. 30
2.2.1 Escolha do sistema estrutural .................................................................................... 31
2.2.2 Classificação das características da obra................................................................... 32
2.3 Produtividade da mão de obra ................................................................................... 35
2.3.1 Definição ................................................................................................................... 35
2.3.2 Importância do entendimento da produtividade ........................................................ 37
2.3.3 Medição de produtividade ......................................................................................... 38
2.3.4 Fatores influenciadores da produtividade ................................................................. 41
2.4 Composição de custos ............................................................................................... 43
3 Método de pesquisa ................................................................................................... 45
3.1 Etapas da pesquisa..................................................................................................... 45
3.1.1 Revisão bibliográfica................................................................................................. 47
3.1.2 Procurar uma obra referencial ................................................................................... 47
3.1.3 Elaboração de ferramentas de coletas de dados ........................................................ 47
3.1.4 Coletar dados ............................................................................................................. 50
3.1.5 Análise e apresentação dos dados ............................................................................. 51
3.1.6 Conclusão e sugestões ............................................................................................... 51
3.2 Apresentação da empresa e da obra do estudo de caso ............................................. 52
3.2.1 Caracterização da empresa ........................................................................................ 52
3.2.2 Caracterização da obra .............................................................................................. 53
4 Análise e apresentação dos dados ............................................................................. 57

11
4.1 Caracterização da Mão-de-Obra................................................................................ 59
4.2 Caracterização dos serviços ...................................................................................... 60
4.2.1 Descarregamento e verificação da Steel Deck .......................................................... 60
4.2.2 Transporte vertical e horizontal das fôrmas .............................................................. 63
4.2.3 Espalhamento das fôrmas .......................................................................................... 64
4.2.4 Corte e recorte ........................................................................................................... 65
4.2.5 Costura ...................................................................................................................... 69
4.2.6 Colocação e fixação das bordas ................................................................................ 69
4.2.7 Marcação e espalhamento dos pinos Stud Bolt ......................................................... 71
4.2.8 Soldagem ................................................................................................................... 71
4.2.9 Espalhamento das telas soldadas ............................................................................... 73
4.2.10 Amarração ................................................................................................................. 74
4.2.11 Limpeza ..................................................................................................................... 75
4.2.12 Colocação dos espaçadores ....................................................................................... 76
4.2.13 Concretagem.............................................................................................................. 76
4.3 Levantamento da produtividade ................................................................................ 80
4.4 Composição de custos ............................................................................................... 90
5 Conclusão e sugestões ............................................................................................... 96
Referência bibliográfica ............................................................................................ 98
Anexo ...................................................................................................................... 100
Anexo 1: Convocação de horas extras .................................................................... 100
Anexo 2: Concretagem ............................................................................................ 101

12
1 Introdução

1.1 Justificativa
O setor de construção civil, que já vinha em queda de 0,9% em 2014, encolheu 8% no
ano de 2015 conforme o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo
(Sinduscon-SP), sendo que as estimativas mais recentes eram de haveria retração de 7% . No
segundo trimestre de 2016 o PIB caiu 0,6% em relação ao trimestre anterior, já
desconsiderando os efeitos sazonais, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Com projeção de redução de 5% no segmento.

O encolhimento da economia já era previsto, mas veio superior ao que a maioria dos
analistas indicavam. A velocidade com que o desemprego aumentou é um sinal de que as
coisas não estão bem. No primeiro semestre do ano, a construção civil perdeu 139,1 mil
vagas, com um saldo de menos 465 mil postos de trabalho em 12 meses.

A notícia positiva foi o crescimento, ainda que modesto, de 0,4% da Taxa de


Investimento – após dez trimestres consecutivos em queda -, na comparação com o primeiro
trimestre, atingindo 16,8% do PIB. Além de que o Índice de Confiança da Construção (ICST)
da Fundação Getulio Vargas (FGV) subiu 1,8 pontos em agosto, alcançando 72,5 pontos – o
maior nível desde julho de 2015. Após a segunda alta consecutiva, o índice acumula ganho de
5,9 pontos desde o mínimo histórico de fevereiro. Embora o índice continue muito mais
próximo do registro mínimo que da média histórica e mostre uma evolução em 2016 menos
favorável que a de outros segmentos produtivos acompanhados pelo FGV/IBRE, a tendência
de redução do pessimismo já parece evidente. Assim como descrito na figura 1 a seguir.

Figura 1- Índice de confiança da construção.

13
Diante de uma possível possibilidade de melhora no setor da construção civil, após
um longo período de piora no PIB e nas taxas de empregos. Vem à necessidade de se investir
em novas tecnologias que viabilizem uma construção mais sustentável, rápida e pratica. De
acordo com alguns autores, a tecnologia de lajes Steel Deck preenche todos esses quesitos:
mais sustentável por não necessitar de escoramento (METFORM, 2013; YU, 2000) e a sua
fôrma ser introduzida como armadura positiva, não necessitando de madeira para moldes e
cimbramento, reduz-se o corte das árvores, o entulho gerado e o fluxo de caminhões para
transporte e retirada da fôrma após seu uso na obra; rápida e pratica, uma vez que é possível
fazer pavimentos consecutivos em simultâneo, tendo assim uma alta produtividade
(PERFILOR, 2006).

Com o propósito de racionalizar ao máximo as etapas de construção, o processo


construtivo a partir de componentes industrializados e metálicos, aponta para uma nova
concepção de edifícios, possibilitando ganho de qualidade e produtividade. (SILVA, 2010)

O sistema misto aço-concreto1 , além de possibilitar a obtenção de benefícios


arquitetônicos e econômicos, apresenta vantagens, como a dispensa de fôrmas e
escoramentos, redução do peso próprio e do volume da estrutura, redução considerável do
consumo do aço estrutural, etc. Estas foram as principais motivações para o desenvolvimento
de um sistema de laje de piso com fôrma de aço incorporada, utilizando perfis identados de
chapa dobrada com mossas (corrugações) na alma. (CRUZ VIANNA et al., 2007)

Diante de tal cenário, no presente Trabalho de Conclusão de Curso pretende estudar o


Steel Deck sob os seguintes aspectos: produtividade, consumo de materiais, duração de
atividades e custos, a fim de subsidiar a tomada de decisão por parte das empresas de
construção quanto ao sistema construtivo a ser adotado. Com a intenção de oferecer ao gestor
de obras, um estudo que o guie na escolha mais viável, do ponto de vista financeiro,
conciliando com a qualidade e o tempo de execução.

1
Lajes Steel Deck é também denominada de laje mista de aço e concreto por diversos autores e pelas normas
em que ela tem alguma citação como a NBR 14323. Também é chamada de Telha-Fôrma de Aço Colaborante
pela NBR 16421
14
1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo geral analisar a produtividade e consumo de


materiais do serviço de execução da laje Steel Deck, bem como gerar a sua composição de
custos.

1.2.2 Objetivos específicos

 Entender o processo construtivo de laje em Steel Deck e estudar suas


particularidades;
 Elaborar ferramentas para medir a produtividade do sistema construtivo em Steel
Deck;
 Avaliar a produtividade da mão-de-obra no serviço de execução de uma laje em
Steel Deck;
 Diagnosticar os fatores que influenciam na produtividade da mão-de-obra no
serviço de execução de uma laje em Steel Deck;
 Avaliar o consumo de materiais no serviço de execução de uma laje em Steel Deck;
 Fazer a composição de custo do serviço de execução de uma laje em Steel Deck.

1.3 Delimitações
A tecnologia estrutural de laje em Steel Deck abrange uma gama de assuntos no
campo da engenharia civil dignos de serem estudados, entretanto, o presente Trabalho de
Conclusão de curso se delimitou apenas ao estudo da sua produtividade em obra, seu custo
direto e consumo de materiais.

Não foram objetos de estudo o sistema estrutural que sustenta a laje Steel Deck, como
as vigas, pilares e as fundações. Segundo Mortari (2014), essas lajes são mais leves, ou seja,
exigem menos das estruturas que as sustentam, podendo assim ter pilares e vigas menos
avantajadas, assim como isso se reflete nas fundações que também poderá ser menor, gerando
muito menos custo agregado no final da obra, porém, esta questão não foi abordada no
trabalho.

Em função da duração menor na execução da laje em Steel Deck, existe uma menor
necessidade de mão de obra (e seus devidos encargos sociais), consequentemente menores

15
riscos, como: risco de acidentes, menor possibilidade de multas trabalhistas, indenizações por
ocorrência de incidentes não previstos e mais outros diversos fatores trabalhistas; contudo,
como estas são suposições e de difícil dimensionamento, estes custos não serão incluídos no
presente trabalho.

Também não será feito o comparativo com a laje maciça de concreto armado, já que,
para tanto, seria necessário elaborar o projeto estrutural desse tipo de laje para a mesma
estrutura, pois isso acarretaria na quantidade exata de aço para a armadura desse projeto,
assim como a quantidade de escoramento, concreto e demais limitações que são
particularidades de cada obra.

É importante salientar que a obra foco do estudo de caso do presente trabalho, é uma
obra publica. Desta forma, os benefícios financeiros e de produtividade oriundos da agilidade
de execução em Steel Deck, podem não aparecer, em virtude de atrasos na liberação de
pagamentos e dependência de medições. Da mesma forma que também pode atrapalhar na
medição da produtividade.

16
1.4 Estrutura do trabalho
A estrutura do presente Trabalho de Conclusão de Curso se apresenta da seguinte
forma:

•Introdução e a justificava pela escolha do tema

1°capitulo •Objetivo geral e especifico


•Delimitações do trabalho
•Estrutura do trabalho

•Referência bibliografica:
- lajes;
2°capitulo - viabilidade economica
-produtividade
-composição de custos

• Metodologia de pesquisa
3°capitulo • Apresentação da empresa
• Caracterização da obra

4°capitulo •Apresentar a análise dos dados e os resultados originados


dos levantamentos de campo.

5°capitulo •Conclusão e sugestão de melhorias.

Figura 2-estrutura do trabalho

Fonte: o autor (2016)

17
2 Revisão bibliográfica

Neste capítulo será apresentada uma revisão relativa aos principias temas a serem
abordados no presente Trabalho de Conclusão de Curso: laje Steel Deck, produtividade e
composição de custo. Tem-se como intenção dar credibilidade ao trabalho e facilitar o
entendimento do leitor para as analises de dados.

2.1 Tipos de Lajes


Lajes são elementos planos, em geral horizontais, com duas dimensões muito maiores
que a terceira, sendo esta denominada espessura. A principal função das lajes é receber os
carregamentos atuantes no andar, provenientes do uso da construção (pessoas, moveis e
equipamentos), e transferi-los para os apoios. (PINHEIRO, 2010)

Hoje no mercado tem-se uma infinidade de tipos de lajes, desde concreto moldadas na
obra até com entrepiso de aço e madeira prensada. Para Ottoboni e Penna (2008) a escolha do
sistema construtivo não deve ser uma competição entre os diferentes tipos de estrutura, mas
uma decisão com base nas necessidades da obra e nas características de cada sistema. E a
decisão de qual é o mais adequado, deve passar pela analise do maior número possível de
aspectos representativos da obra, priorizando as características mais importantes e também as
desejáveis.

Bellei e Bellei (2011) citam alguns desses fatores como: a velocidade na obra, o vão
livre dos vigamentos secundários, os recursos da construtora, a necessidade de operações
simultâneas para cumprir o cronograma, a existência de vigas mistas que exigem uma
determinada espessura de concreto moldado no local.

Um dos fatores mais importantes durante o processo de criação de uma estrutura pré-
2
fabricada são os conceitos relativos às ligações entre os diversos elementos pré-fabricados.
Todos os detalhes possíveis devem ser levados em consideração quando se projeta uma
estrutura e suas ligações, para que seja atingido o conceito da perfeita eficiência estrutural
atrelado ao sinônimo de rapidez executiva que é inerente ao sistema pré-fabricado.
(SANTOS, CIRILO e SOUZA, 2014 )

Para Dias (2006), a estrutura metálica aceita praticamente qualquer sistema de laje,
industrializada ou não e dentre os tipos de lajes mais utilizadas, destacam-se:

2
Tendo os elementos da estrutura metálica como itens pré-fabricados.
18
 Lajes de concreto moldadas na obra;
 Lajes com entrepiso de aço e madeira prensada;
 Lajes de painéis armados de concreto celular autoclavado;
 Lajes pré-fabricadas protendidas alveolares;
 Lajes pré-fabricadas de argamassa armada;
 Lajes de painéis treliçados de concreto;
 Lajes Steel Deck.

O foco do presente trabalho de conclusão de curso é estudar a viabilidade econômica


da laje Steel deck frente a laje de convencional de concreto armado.

2.1.1 Lajes de concreto moldadas na obra (Laje convencional de concreto armado, laje
maciça)

Laje maciça é aquela onde toda a espessura é composta por concreto, contendo
armaduras longitudinais de flexão e eventualmente armaduras transversais, e apoiadas em
vigas ou paredes ao longo das bordas. Laje com borda ou bordas livres é um caso particular
de laje apoiada nas bordas. (BASTOS, 2015)

Figura 3- Laje Maciça em perspectiva

Fonte: Coelho (2007, p.46)

O processo de montagem das lajes convencionais é simples (LOPES, 2012).


Primeiramente executa-se a montagem das fôrmas (madeira compensada, chapas metálicas e
etc.) e cimbramentos, em seguida posicionam-se as armaduras para garantir o cobrimento
mínimo dos espaçadores (VIZOTTO; SARTORTI, 2010). Por fim, posicionam-se os
eletrodutos e concreta-se a laje (LOPES, 2012).

19
A armação da laje, constituída por vergalhões (ferragem de construção) é distribuída e
armada sobre a forma plana, para que depois, seja despejado o concreto, que é uma mistura
altamente resistente de cimento, areia e brita (pedra em pedaços). Quando o concreto se cura
ou fica seco, tendo o aço ou vergalhões distribuídos corretamente em seu interior, isto forma
uma verdadeira rocha plana artificial. (RENATO,----)

Segundo Vasconcellos (2012), as lajes maciças têm grande contribuição no consumo


de concreto, aproximadamente 50% do total. Patenteada pela primeira vez pelo
inglês William Boutland Wilkinson (1819-1902), fabricante de gesso e de argamassa foi o
primeiro a patentear um “sistema” de lajes em concreto armado em 1854. Ele construiu uma
casa de campo com dois pavimentos de alvenaria em que reforçou os planos de concreto
(pisos e telhado) com barras de ferro e arames. A patente de Wilkinson foi classificada como
“melhorias na construção à prova de fogo em moradias, armazéns e outros edifícios”. Este
registro oficial é a descrição mais antiga em termos da efetiva utilização do concreto armado
em estruturas de edificações.

Tem como principais vantagens:

 São estruturas mais rígidas, pois por possuírem muitas vigas a estrutura acaba tendo
diversos pórticos, auxiliando no contraventamento ( ALBURQUERQUE, 1999)
 É um dos métodos mais executados nas construções de concreto armado, tornando
assim, a mão de obra treinada (SPOHR, 2008);
 Tem boa capacidade de redistribuição de esforços (VIZOTTO, 2010);
 É adequada para situações de singularidades estruturais (CARVALHO, 2012).

E em contra partida, tem como limitações:

 Grande consumo de concreto, aço, fôrmas e escoras (CARVALHO, 2012);


 Elevado peso próprio, o que resulta em maiores reações de apoio (LOPES, 2012);
 Elevado consumo de mão de obra relativo a profissionais como: carpinteiros,
serventes, pedreiros e armadores (VIZOTTO, 2010);
 Facilidade de propagar ruídos entre pavimentos (CARVALHO, 2012).

20
2.1.2 Laje Steel Deck
3
O conceito de laje mista ou de laje com fôrma colaborante surgiu na década de 1950
nos Estados Unidos e passou a ser largamente empregado desde então, notadamente em
edificações metálicas de múltiplos andares. Atualmente, é possível observar sua utilização em
edifícios novos ou mesmo em reformas de prédios mais antigos em Manhattan, Boston ou
Chicago (EUA). (BARROS, 2014)

Segundo Barros (2014), no Brasil o Steel Deck começou a ser difundido na década de
1970 pela empresa Robtek (associação entre a americana Robertson e a brasileira Tekno).
Uma década depois, tanto a Robtek quanto o produto passou às mãos da Haironville do
Brasil. A empresa Tekno apresentou seu próprio Steel Deck por meio da sua divisão Perkrom
na mesma época em que a Metform também lançava sua laje colaborante, passando a disputar
um mercado ainda restrito, mas promissor.

A versatilidade, a relação entre custo e benefício e, principalmente, a simplicidade e a


velocidade obtida no canteiro de obras explicam o uso crescente do produto no Brasil e no
mundo. Por aqui, essas lajes mais leves e de execução mais rápida e limpa passaram a
integrar diversos projetos, como o shopping Metrô Santa Cruz, os terminais de passageiros do
aeroporto Santos Dumont (Rio de Janeiro) e Viracopos (Campinas, SP), edifícios de
garagem, como a Brazul (São Bernardo do Campo, SP), lojas como a Asics (São Paulo) e
diversos outros tipos de empreendimentos, sem limites de área para a sua aplicação.
(BARROS, 2014)

As lajes Steel Deck são definidas pela ABNT NBR 8800:2008 (norma brasileira
vigente) como laje mista de aço e concreto, também chamada de laje com fôrma de aço
incorporada, em que, na fase final, o concreto atua estruturalmente em conjunto com a fôrma
de aço, funcionando como parte ou como toda a armadura de tração da laje. Na fase inicial,
ou seja, antes de o concreto atingir 75% da resistência à compressão especificada, a fôrma de
aço suporta isoladamente as ações permanentes e a sobrecarga de construção.

3
Lajes Steel Deck é também denominada de laje mista de aço e concreto por diversos autores e pelas normas
em que ela tem alguma citação como a NBR 14323. Também é chamada de Telha-Fôrma de Aço Colaborante
pela NBR 16421
21
Figura 4- Laje Steel Deck em perspectiva

Fonte: Paixão (2014)

Para a CBCA (Centro Brasileiro de Construção em Aço), a laje Steel deck é definida
como um sistema que consiste, basicamente, no uso de uma fôrma metálica (armadura
positiva) colaborante com uma capa de concreto e uma tela metálica (evita a fissuração, além
de funcionar como armadura negativa).

As fôrmas possuem a finalidade de suportar e conter o concreto e servir de suporte


para as demais cargas permanentes e sobrecargas de construção, durante a fase de cura do
concreto. Após a cura do concreto, a fôrmas ficam incorporada a ele, atuando como armadura
total ou parcial de tração, constituindo assim uma laje mista (QUEIROZ et al, 2001).

Conforme Perfilor (2006), o perfil de aço da laje Steel deck é obtido através da
perfilação à frio de uma chapa de aço galvanizada e sobre sua superfície são conformadas
reentrâncias denominadas mossas, que transmitem os esforços de cisalhamento longitudinal,
limitando o deslizamento entre a chapa de aço e o concreto, desta forma, o sistema
construtivo se torna muito mais rígido e resistente. Normalmente o perfil é fabricado com
espessuras de chapas que variam de 0,80 mm, 0,95 mm e 1,25 mm, possuindo uma largura
útil de 840 mm e comprimento 2,5 m à 12 m.

22
Figura 5- Características do perfil Steel Deck MF 75

Fonte: Gomes (2001)

 Vantagens da laje em steel deck

O sistema de lajes mistas possibilita uma construção mais racional, com maior
produtividade e velocidade, tornando-se uma grande opção tecnológica para o
desenvolvimento da construção (SIEG, 2015). Em tempos de crise, como os de hoje, métodos
construtivos mais dinâmicos e que visam o menor consumo de materiais, viram uma opção
bastante atraente para o consumidor.

Sieg (2015) cita dentre as vantagens do sistema com lajes mistas produzidas por
diversas empresas, destacam-se as seguintes:

 Dispensa de escoramento (na grande pluralidade dos casos);


23
 Redução de desperdício de material;
 Facilidade de passagem de dutos e de fixação de forros;
 Eliminação da armadura de tração na região de momentos positivos;
 Maior segurança do trabalho, por funcionar como plataforma de serviço e de proteção
aos operários que trabalham em andares inferiores;
 Praticidade de execução, uma vez que a fôrma fica incorporada ao sistema, não
havendo a etapa de desfôrma (METFORM, 2013; YU, 2000);
 Facilidade de instalação e Redução na duração da obra quando o escoramento não é
necessário, pois a execução das lajes não é mais condicionada ao tempo de
endurecimento do piso de concreto, para que estas funcionem como suporte
(PERFILOR, 2006).

 Desvantagens da laje em steel deck

Sieg (2015) também cita que as principais limitações são:

 Necessidade de utilização de forros suspensos, por razões estéticas;


 Demanda por maior quantidade de vigas secundárias, caso não se utilize o sistema
escorado e/ou fôrmas de grande altura, devido a limitação dos vãos antes da cura do
concreto (QUEIROZ et al., 2001);
 Eventual necessidade de colocação de armaduras adicionais para satisfazer a
legislação em vigor relativa à resistência ao fogo em edificações, ou através da
aplicação de um forro suspenso, ou da pulverização de fibras isolantes na face inferior
da laje (PERFILOR, 2006);
 Em pavimentos onde ocorre interferência na união entre a fôrma de aço / concreto
devido às cargas dinâmicas. A armadura de aço colocada na parte superior da laje ao
longo dos vãos da fôrma deve ser prevista (PERFILOR, 2006);
 Aditivos para aceleração do processo de cura do concreto à base de cloretos devem
ser evitados, pois eles atacam a galvanização das chapas de aço (PERFILOR, 2006);
 Em regiões onde pode haver presença de sais clorados trazidos pelo vento em áreas
costeiras, as chapas de aço servem apenas de fôrma e as armaduras de reforço são
necessárias. (PERFILOR, 2006).

2.1.2.1 O projeto da laje em steel deck


O calculo de lajes mistas envolve a análise do sistema em duas fases: fase de
construção, quando a fôrma de aço deve resistir aos esforços solicitantes provenientes do
24
peso do concreto fresco, da presença de equipamentos e operários em serviço, constituindo
sobrecarga de construção; e fase final ou mista, que ocorre convencionalmente após a
resistência do concreto atingir 0,75fck, quando devem ser verificados estados limites de
serviço, destacando-se o cisalhamento longitudinal (QUEIROZ et al., 2001)

Para Barros (2014), nos projetos que consideram o sistema de viga mista no
dimensionamento da estrutura metálica, devem ser usados pinos metálicos, conhecidos como
conectores stud bolt, para garantir a solidarização da laje com a estrutura metálica e reduzir o
peso da mesma, gerando economia no consumo de aço.

Figura 6- Stud Bolt

Fonte:Barros (2014)

Ainda segundo o mesmo autor, o concreto empregado deve ter resistência igual ou
superior a 25 MPa. Não é recomendável o uso de aditivos à base de cloretos, que podem
agredir a galvanização da chapa.

A especificação da tela metálica, quando utilizada com função estrutural, e de


qualquer outra armadura da laje que eventualmente seja necessária, deverá ser dimensionada
pelo calculista do projeto. O dimensionamento do steel deck normalmente pode ser realizado
a partir de tabelas fornecidas pelos fabricantes. Nelas, é possível identificar a espessura da
chapa e da capa de concreto ideais para atender às solicitações de sobrecarga e os vãos
determinados no projeto. Com as mesmas tabelas, também é possível identificar a eventual
necessidade do uso de escoras no centro do vão. Esses elementos, quando necessários
poderão ser retirados oito dias após a concretagem da laje. (BARROS, 2014)

Vale lembrar que o projeto executivo deve indicar claramente o posicionamento das
chapas, eventual necessidade de armaduras complementares, reforços, cimbramento ou outras
condições especiais a serem observadas durante a execução da laje. Também cabe ao
calculista verificar as condições básicas conforme a NBR 14.323:2013 – Projeto de
25
Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios em Situação de
Incêndio (Anexo C), além de outras variáveis que possam ocorrer em cada estrutura
particularmente, como esforços horizontais, utilização de vigas mistas, vibrações,
ressonância, cargas concentradas e resistência ao fogo. (BARROS,2014)

O Steel Deck não possuía normas técnicas nacionais até novembro de 2015, data em
que foi elaborado pelo Comitê Brasileiro de Siderurgia da Associação Brasileira de Normas
Técnicas ( ABNT/CB-028) o texto da NBR 16.421 (Telha-Fôrma de Aço Colaborante para
Laje Mista de Aço e Concreto – Requisitos e Ensaios). Mas já havia vários textos normativos
que servem de referência aos projetistas. Entre eles, a NBR 6118 (Projeto de Estrutura de
Concreto – Procedimento), a NBR 8800 (Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas
de Aço e Concreto de Edifícios), a NBR 10735 (Chapas de Aço de Alta Resistência Mecânica
Zincadas) e a NBR 14323 (Dimensionamento de Estruturas de Aço de Edifícios em Situação
de Incêndio – Procedimentos). Outras normas internacionais, como as da ASTM (American
Society for Testing and Materials), também podem servir de referência aos profissionais.

2.1.2.2 Processo construtivo da laje em steel deck


A NBR 16.421 caracteriza os requisitos gerais para se adequar, sendo alguns deles
descritos a seguir:

Modo de fazer a encomenda

 Numero desta Norma;


 Tipo e massa do revestimento metálico;
 Espessura nominal da telha-fôrma;
 Nome do produto (designação comercial);

26
Identificação e embalagem

A telha-fôrma de aço colaborante deve ser embalada em fardos espaçados


regularmente, de maneira a garantir sustentação, estabilidade e proteção ao material durante
as operações de transporte.

Armazenamento

Instalar as telhas-fôrmas de aço colaborante imediatamente após o recebimento

Havendo a necessidade de armazenamento, fazê-lo por período curto de tempo, em


local seco, coberto, ventilado e sem contato direto com pisos e/ou paredes.

Evitar atmosferas excessivamente agressivas contendo óxidos (SOx,Nox) 27róp


cloretos (CL-), produtos corrosivos (ácidos ou alcalinos), solventes (alifáticos ou aromáticos),
produtos fortemente oxidantes, produtos abrasivos, etc.

Nunca colocar cargas sobre as telhas-fôrmas de aço colaborante.

Manuseio

As telhas-fôrmas de aço colaborante devem ser manuseadas uma a uma elevadas até o
piso em que serão instaladas, mediante um sistema de elevação convencional. O material não
pode ser arrastado pelo chão ou por vigas.

A telha-fôrma de aço colaborante longa deve ser manuseada por dois homens para
cada 2m de comprimento da peça, um de cada lado, apoiando um caibro central sob a telha-
fôrma, de modo que não sofra nenhum tipo de dano.

2.1.3 Etapas de execução

Barros (2014) esquematizou um processo executivo da montagem da laje Steel Deck,


como sendo:

Transporte: os fardos de material podem ser levados para o local de montagem por
gruas ou guinchos. Em virtude da necessidade de apoio no meio da fôrma durante o
manuseio, podem ser necessários até seis homens para manuseá-las. Mas o usual é que as
peças de Steel Deck (normalmente com comprimento médio de 7,5 m e 58 kg) sejam
manuseadas por dois ou três operários.

27
Figura 7- Transporte das Fôrmas Steel Deck dentro da obra

Fonte: o autor (2016)

Alinhamento – o nivelamento da mesa superior da viga de aço deve ser verificado


antes do início da montagem, garantindo um perfeito contato entre a fôrma e a viga.
Ferrugens, rebarbas, respingos de solda, de óleos em geral e de pintura, além da umidade nas
proximidades da região de soldagem, devem ser completamente removidos.

Ajustes – Posicionar os painéis sobre o vigamento, alinhando e gabaritando as fôrmas


de modo a garantir que sejam montadas com sua largura útil real.

Figura 8- Ajustes das Fôrmas no pavimento tipo

Fonte: o autor (2016)

28
Recortes- Adaptar às lajes à geometria da edificação, recortar os cantos e o contorno
de pilares quando necessário. Uma vez realizados todos os ajustes e o alinhamento, os painéis
devem ser fixados à estrutura por meio de pontos de solda bujão ou solda tampão.

Figura 9- Recortes para encaixe

Fonte: o autor (2016)

Conectores de cisalhamento – Os Stud Bolts devem ser usados apenas em vigas


mistas, sendo dispensáveis em lajes mistas. Esses elementos fazem a ligação entre as vigas
metálicas e a laje de concreto, absorvendo os esforços de cisalhamento longitudinais, além de
impedir o afastamento vertical entre a laje e a viga. Devem ser fixados após o término da
montagem da fôrma de aço e antes da concretagem, sempre atentando para evitar a presença
de umidade nas soldagens do conector.

Figura 10- Soldagem dos StudBolts

Fonte: o autor (2016)

29
Armaduras – O próximo passo é a colocação de uma malha metálica, similar a uma
tela, para distribuição de esforços e antifissuração, 20 mm abaixo da superfície do concreto
da laje. Armaduras convencionais adicionais podem ser necessárias quando a armadura total
positiva for aumentada. Em situações em que a fôrma vença dois ou mais vãos entre apoios
com uma única peça, os momentos negativos sobre as vigas intermediárias terão de ser
absorvidos por armadura negativa convencional. Nesses casos, esse elemento já deve ser
considerado na fase de projeto.

Figura 11- Armadura antifissuração e seus devidos espaçadores

Fonte: o autor (2016)

2.2 Viabilidade econômica:


Para Mortari (2014), orçando duas estruturas para uma mesma edificação (uma em
laje Steel Deck e outra laje maciça), constatou-se que a diferença de preço entre as duas pode
chegar entorno dos 3,73% se levar em conta que a solução de laje mista é mais leve, e assim
reduzindo o peso passado para a fundação, podendo diminuir 15% do custo da mesma;
precisão das dimensões, diminuindo retrabalho para reajuste de prumo, além da viabilização
do ´´piso zero´´, economizando em contra piso e reduzindo ainda mais o peso da estrutura;
por ser mais rápida sua execução, a construtora ganha em prazo e reduz o número de mão de
obra, assim diminuindo a possibilidade de perdas e lucros cessantes por embargos, como
também eventuais perdas na imagem da empresa, diminuição das incertezas em relação as
ações indenizatórias e autuações do ministério do trabalho, além da possibilidade de ganhos
no índice FAP (fator acidentário previdenciário); redução dos custos fixos da equipe
administrativa de obra e de escritório central; redução do custo financeiro do investimento

30
(entendido como o custo financeiro capital de giro, calções, retenções, taxas, inflação),
aumento da capacidade financeira da empresa- liquidez e a diminuição do endividamento;
aumento da produtividade, com o aumento do faturamento no mesmo prazo; ganho financeiro
na exploração do imóvel (aluguel, ou mudança para indexador mais favorável).

Para Pinho e Penna (2008), a maior dificuldade para identificar o tipo de estrutura
mais adequada para uma obra é a falta de uma metodologia de avaliação mais abrangente do
que um simples comparativo de custos. E que coloque também todos os fatores limitantes e
condicionantes das alternativas em condições comparáveis, levando em conta aspectos
importantes desde diferentes qualidades e desempenhos até a influência das estruturas nos
demais serviços, incluindo as transferências de ganhos que podem beneficiar o custo total da
obra. Dessa forma, esses autores descrevem como itens principais:

2.2.1 Escolha do sistema estrutural

Como uma das metodologias para a escolha do sistema estrutural mais adequado
propõe-se o cruzamento das características mais importantes da obra com os diversos
sistemas estruturais compatíveis com o tipo de obra. Para uma comparação correta, cada
sistema deve estar devidamente configurado para o seu melhor desempenho na obra.

Figura 12- Esquema da metodologia de escolha do sistema estrutural

Fonte: Pinho e Penna (2008)

31
2.2.2 Classificação das características da obra

 Tipos de fundações: a influencia da redução das cargas devido ao menor peso das
estruturas de aço nas fundações de uma pequena estrutura, em um solo muito
resistente, pode ser pequena. Entretanto, a redução das cargas em uma grande
estrutura, em um solo muito ruim, pode viabilizar a própria construção.
 Tempo de construção: em principio, quanto menor for o tempo de construção melhor.
Entretanto, para algumas obras, como os condomínios residenciais, o tempo de
construção deve estar compatibilizado com a capacidade de desembolso dos
condôminos e não seria interessante atropelar este ritmo. Já para uma obra comercial,
qualquer antecipação representa redução do tempo de amortização do investimento e
é bem vinda. Existe ainda a obra politica ou estratégica, onde o tempo de construção é
determinado por um evento fixo, independe de eventuais custos adicionais que uma
obra mais rápida possa representar.
 Tipo de ocupação: dependendo do tipo de ocupação e de algumas características da
obra, como o sistema de comercialização, um determinado sistema estrutural pode ser
mais ou menos adequado. Portanto, é importante conhecer bem a localização, a
arquitetura e a utilização prevista para a edificação.
 Disponibilidade e custo de materiais: é importante acompanhar sempre a
disponibilidade e o custo dos materiais básicos usados para as estruturas e para
sistemas complementares porque mudanças ocorrem constantemente e podem alterar
a situação da oferta de um determinado material e sua competitividade. Algumas
regiões oferecem determinados materiais de forma abundante, e outras, por
dificuldade de transporte e/ou processamento, praticamente inviabilizam a utilização
de alguns materiais. No caso de existirem sucedâneos, verificar sempre a relação de
custo e as condições de fornecimento.
 Recursos do construtor: muitas vezes os equipamentos e outros recursos do construtor
podem influenciar na escolha do sistema estrutural para uma obra. Se o construtor
possui alguns equipamentos já amortizados, há uma tendência de utiliza-los para
reduzir custos, assim como poderia utilizar sua mão-de-obra já treinada para a
construção.
 Local da obra e acessos: é sempre muito importante conhecer bem o local da obra e
seus acessos. As condições das estradas de acesso e as restrições ao transito, as
distâncias a serem vencidos, os materiais disponíveis na região, as condições

32
topográficas do terreno e seu entrono, a disponibilidade de energia para a obra e
outras interferências, podem definir o sistema estrutural.
 Previsão de adaptações e ampliações: identificar se uma obra tem ou não
possibilidade de vir a necessitar em curto ou médio prazo de adaptações, ampliações e
até de desmontagem, pode ser importante para a definição de um sistema estrutural
que acompanhe essas modificações com poucos transtornos operacionais e menores
custos a longo prazo.
 Compatibilidade com sistemas complementares: a maior precisão das estruturas de
aço. Com tolerâncias em milímetros, associada à característica de quase sempre
viabilizado cada vez mais a indústria dos sistemas complementares que necessitam de
padronização, como as lajes pré-fabricadas e as vedações internas e externas.
 Manutenção e reparos: a vida útil das estruturas envolve uma analise abrangente de
todas as etapas do processo construtivo e os engenheiros que já pensam normalmente
no ciclo de vida das estruturas, estão cada vez mais conscientes da necessidade de
manutenção e se preparando para fazer o monitoramento e a manutenção preventiva e
corretiva das estruturas.
 Vãos livres e altura da edificação: projetos podem exigir grandes vãos livres e/ou
grandes alturas e, portanto, conduzir para um sistema estrutural com componentes
mais leves e mais resistentes. O sistema mais adequado deve vencer os grandes vãos e
as grandes alturas ocupando o menor espaço estrutural e liberando áreas para a
ocupação útil da edificação.
 Proteção contra a corrosão: todos os sistemas estruturais necessitam de proteção
contra a corrosão para garantir um desempenho adequado durante a vida útil prevista
para a obra. Esta proteção pode ser intrínseca do próprio material e/ou obtida através
de revestimentos protetores, como a pintura e os revestimentos metálicos. É aceito
também que toda a proteção precisa de manutenção periódica que demanda eventuais
interrupções para os usuários e envolve custos.
 Proteção contra o fogo: todas as estruturas devem ser analisadas quanto a sua
resistência frente ao fogo em caso de um incêndio. As normas estabelecem, para cada
tipo de utilização o tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF). Alguns elementos
estruturais podem necessitar de revestimentos protetores para completar a resistência
necessária. Estes revestimentos podem ser argamassas projetadas, tintas
intumescentes ou ainda o aumento do seu recobrimento normal. Em alguns casos os

33
revestimentos para a proteção contra fogo podem ter também a função de proteção
contra a corrosão.
 Estética: a estética de uma obra é sempre importante, mas para alguns tipos de
edificações ela pode ser um dos aspectos primordiais, como nos edifícios sede e
alguns tipos de obras públicas.
 Desperdício de materiais e mão-de-obra: sabe-se que é muito grande o desperdício de
materiais e de mão-de-obra na construção convencional artesanal e que a solução para
reduzir este desperdício nas obras aponta para a racionalização da estrutura e o
emprego de materiais pré-fabricados, conseguindo assim otimizar todo o processo de
produção, fazendo um melhor aproveitamento dos materiais e serviços e reduzindo os
índices de desperdícios a praticamente zero.
 Segurança do trabalhador: as estruturas em aço, assim como toda construção
industrializada, incorporaram nos últimos anos muitas das conquistas da indústria e
talvez a mais importante seja a redução dos índices de acidentes nas obras pelos
esforços de conscientização associados à utilização de equipamentos modernos de
proteção individual.
 Custos financeiros: conhecer os custos financeiros de qualquer empreendimento pode
ser a chave de uma escolha. Por exemplo, os ganhos financeiros com a antecipação do
cronograma de um edifício comercial podem ser de mesma grandeza que o custo das
próprias estruturas. O que importa é que, independentemente da estrutura ter custos
mais altos, ela pode estar viabilizando o melhor resultando para o empreendimento.
Outro custo financeiro que deve ser levado em conta é o valor presente dos diversos
sistemas estruturais, considerando os custos previstos de manutenção e reparos.
 Adequação ambiental: a construção em aço é o método de construção mais rápido e
limpo. Racionalidade no uso dos materiais e baixo nível de desperdícios (a precisão é
milimétrica) são características que favorecem o aço quanto ao menor impacto no
meio ambiente.
 Qualidade e durabilidade: na comparação entre sistemas não se deve levar em conta
apenas os custos relativos, mas também a qualidade e a durabilidade de cada um
deles. A durabilidade das estruturas é a capacidade de manter ao longo do tempo um
desempenho compatível com a utilização prevista e depende do projeto, da execução
e do controle dos mecanismos de deterioração que podem gerar patologias a médio e
longo prazo.

34
 Desempenho: os sistemas estruturais podem ter diferentes desempenhos em função
dos requisitos específicos para cada obra. As estruturas de aço, por exemplo, tem
comportamento constante, mas podem apresentar maiores deformações e são sempre
mais elásticas para responder às ações dinâmicas. Já as estruturas de concreto podem
apresentar mudanças de comportamento ao longo do tempo, são mais rígidas e por
isso podem não responder bem quando submetidas às ações dinâmicas. O importante
é dimensionar corretamente cada sistema, dentro dos limites das normas e observando
as características de cada uma delas. Em alguns caso o desempenho de um sistema em
relação a algum requisito pode influenciar a escolha, como já acontece nas obras
industriais e outras edificações.
 Incomodo para as áreas próximas: a construção em aço pode reduzir dramaticamente
o impacto das atividades da obra nas áreas vizinhas, principalmente nos locais
próximos a áreas residenciais, hospitais e escolas. A construção em aço, além de
menor prazo, produz muito menos ruídos e poeira, além de quase não gerar lixo e
entulhos. A montagem pode ser programada para os horários mais favoráveis de
trafego, minimizando as interferências nas vias de acessos e mantendo em níveis
mínimos os incômodos para as áreas vizinhas comuns a toda obra.

2.3 Produtividade da mão de obra

2.3.1 Definição

Para Azevedo (2012), A produtividade pode ser definida como a quantidade do


trabalho realizado em uma unidade de tempo, normalmente horas, e é basicamente
caracterizada como a relação entre os resultados obtidos e os recursos utilizados. Sendo os
resultados obtidos definidos em unidades, por exemplo, metro-quadrado executado,
toneladas, litros, caixas, etc. Os recursos utilizados são definidos como pessoas, máquinas,
materiais e outros. Quanto maiores forem os resultados obtidos ou menor a quantidade de
recursos utilizados maior a produtividade.

Segundo Kellogg (1981), a produtividade é a relação entre produto gerado por


homem-hora. De maneira mais genérica, pode-se definir como sendo a relação entre as saídas
e as entradas de um processo produtivo.

35
De acordo com Andrade et al (2001) a produtividade da mão-de-obra pode ser
definida como sendo a eficiência em transformar o esforço humano (homens-hora, Hh) em
quantidade de serviço (QS).

Figura 13- Esquematização da produtividade

Fonte Souza (2006)

Tendo isso em vista Souza (1998), cita o estudo da produtividade, no processo de


produção de obras de construção civil, poderia ser feito sob diferentes abordagens. Assim é
que, em função do tipo de entrada (recurso) a ser transformada, poder-se-ia ter o estudo da
produtividade com pontos de vistas: físico, no caso de estar estudando a produtividade no uso
dos materiais, equipamentos ou mão-de-obra; financeiro, quando a analise recai sobre a
quantidade de dinheiro demanda; ou social, quando o esforço da sociedade como um todo é
encarado como recurso inicial do processo.

Souza (1998) ainda afirma que o estudo da produtividade da mão-de-obra é, portanto,


uma análise de produtividade com o ponto de vista físico de um dos recursos utilizados no
processo produtivo, qual seja, a mão-de-obra.

36
Figura 14- Esquematização da produtividade

Fonte: Souza(1998)

2.3.2 Importância do entendimento da produtividade

O conceito de produtividade restrito ao processo de produção tende a enfatizar a


importância dos recursos de produção tangíveis, além de ser, aparentemente, mais adequado à
avaliação da eficiência de desempenho de empresas que atuam em mercados de compras e
vendas, relativamente fechados à concorrência (MACEDO, 2002).

O desenvolvimento tecnológico das últimas duas décadas permitiu a construção de um


ambiente de elevada amplitude e a busca pela maior produtividade de seus sistemas. A
produção de vantagens competitivas aparece como elemento preponderante para as empresas
que estão preocupadas com o seu reposicionamento no mercado internacional e passam a
rediscutir seus procedimentos gerenciais. (SANTOS, SEVERIANOFILHO, LESSA,
OLIVEIRA 2007)

Bandeira apud Carneiro Leão (2001), justifica a medição da produtividade por vários
motivos, tais como assegurar um bom desempenho, aprimorar a efetividade da definição das
metas e dos objetivos, estabelecer padrões de medidas para a comparação, monitorar os
níveis de desempenho através da retroalimentação das informações, induzir atitudes por parte
dos integrantes do sistema organizacional, localizar os pontos críticos, demonstrar o nível de
utilização dos recursos e indicar tendências e previsões das operações.

37
Kaplan (1990) defende a utilização mais estratégica e competitiva das informações
obtidas dos sistemas de medição da produtividade, sob a ótica da competitividade global. O
autor afirma que, para obter resultados úteis das medições, é necessário, primordialmente,
saber o que é preciso medir, a fim de não desperdiçar tempo e recursos com informações
oriundas de relatórios incapazes de orientar a empresa para posições de maior
competitividade no mercado.

Kaplan (1991) complementa, ainda que, os objetos de medição devem ser


compreensíveis, quanto à captura da essência do trabalho individual, sobre o que o individuo
controla e quanto a como o seu trabalho se relaciona com as áreas chave de resultados da
empresa, os objetos de medição devem ser compreensíveis ao indivíduo, refletindo o que o
indivíduo pensa a respeito do trabalho.

2.3.3 Medição de produtividade

Para Souza (2000), a forma mais direta de se medir a produtividade diz respeito à
quantificação da mão-de-obra necessária (expressa em homens-hora demandados) para se
produzir uma unidade de saída em estudo. O indicador utilizado, denominado razão unitária
de produção (RUP) por este autor, é, pois, calculado através da seguinte expressão:

RUP=Entradas/Saídas equação (1.1)

Souza (2000) continua, afirmando que para que se consiga uma uniformização no
cálculo da RUP há que se definir, portanto, as regras para mensuração tanto de entradas
quanto de saídas. Mais que isto, há que se definir o período de tempo a que se refere o
levantamento feito.

No que se refere às entradas, o cálculo do número de homens-hora demandados é,


genericamente, fruto da multiplicação do número de homens envolvidos pelo período de
tempo de dedicação ao serviço. As saídas podem ser consideradas de maneira bruta ou
líquida. No que diz respeito ao período de estudo, pode-se estar lidando com a produtividade
detectada para um determinado dia, assim como seu valor pode representar um estudo de
longa duração. (SOUZA, 2000)

Assim segundo Pinto (2015), esses indicadores podem ser calculados através da
seguinte expressão:
38
𝐻ℎ
𝑅𝑈𝑃 = equação (1.2)
𝑄𝑆

Onde:

RUP= Razão unitária de produção;

Hh=homens- hora despendidos na produção do serviço

QS=quantidade de serviço executada pela mão-de-obra em determinado


tempo.

Souza (1996) ressalta que sob esta definição, quanto maior o valor da RUP pior é a
produtividade. Além de afirmar que em função do período de tempo ao qual se relacionam as
medidas de entradas e saídas pode-se ter diferentes tipos de razões unitárias de produção
(RUP). Quando as medidas referem-se a um dia de trabalho tem-se o cálculo da “RUP
diária”; quando as medidas dizem respeito ao período de tempo que vai do inicio do serviço
até o dia da apropriação tem-se o cálculo da “RUP cumulativa”. Souza (2006), abrange mais
medidas de tempo e sugere que:

 RUP diária: produtividade do dia de trabalho, quando, a cada dia útil de serviço mede-
se entradas e saídas, calculando-se a RUP. Tem como objetivo mostrar o efeito sobre
a produtividade dos fatores presentes no dia de trabalho;
 RUP cumulativa: produtividade de um período acumulado, quando as quantidades de
entradas e saídas são aquelas acumuladas desde o primeiro dia de estudo até a data de
sua avaliação. Serve para detectar tendências de mais longo prazo de desempenho de
serviço, amenizando, assim, os efeitos ocasionados pelos dias anormais ocorridos
durante o período de execução do serviço.
 RUP potencial: é calculada como o valor da mediana das RUP diárias inferiores ao
valor da RUP acumulada ao final do período de estudo. Corresponde a um valor de
RUP diária associado à sensação de bom desempenho e que, ao mesmo tempo,
mostra-se factível em função dos valores de RUP diária detectados.

Pinto (2015), ainda afirma que para o cálculo da RUP considera-se a quantidade
“líquida” de serviço executada e o tempo em que os operários estiveram disponíveis para o
trabalho, ou seja, são considerados tanto os tempos produtivos e auxiliares quanto os
improdutivos.

39
Pinto (2015) se baseia na definição de tempos produtivos, improdutivos e auxiliares
de Santos (1995), como sendo:

 Produtivo: tempo efetivamente aplicado na execução da tarefa, agregando valor ao


produto final.
 Auxiliar: tempos auxiliares reúnem aquelas atividades que, apesar de não agregarem
valor de maneira direta ao produto final, são necessárias durante a execução, como o
manuseio e transporte de material.
 Improdutivos: é subdividido em adicionais evitáveis, adicionais inevitáveis e ociosos.

Os adicionais evitáveis são aqueles que ocorrem por falta de domínio


do processo, falhas de planejamento, controle e coordenação. Os adicionais
inevitáveis são aqueles que ocorrem por causas externas imprevisíveis, como
as intempéries da natureza. Os tempos ociosos são aqueles relativos à
inatividade dos operários, intencionais ou resultantes de um estado físico.

Para Araújo e Souza (2001) a RUP pode ser classificada de acordo com a abrangência
(tipo de mão-de-obra analisada) e o intervalo de tempo relacionado às entradas e saídas.
Quanto à abrangência pode ser classificada em:

 RUP oficial: associada somente à mão-de-obra dos oficiais envolvidos diretamente


com a produção;
 RUP direta: quando, além dos homens-hora correspondentes aos oficiais, incluem-se
também as horas correspondentes aos ajudantes envolvidos diretamente com a
produção;
 RUP global: envolve toda a mão-de-obra relacionada com o serviço em analise.

Segundo Kotzias e Marchiori (2012) para o cálculo do indicador RUP, utilizando a


metodologia proposta por Souza (2006), são necessárias as seguintes padronizações para se
poder avaliar a RUP:

 A definição de quais homens estão inseridos na avaliação, ou seja, a equipe


envolvida;
 A quantificação das horas de trabalho a se considerar;
 A quantificação do serviço;
 A definição do período de tempo ao quais os levantamentos realizados se referem.

40
2.3.4 Fatores influenciadores da produtividade

A mão-de-obra é o recurso que se deve mais atenção na execução de obras de


construção civil, não somente porque representa alta porcentagem do custo total, mas
principalmente, em função de se estar lidando com seres humanos, que têm uma série de
necessidades que devem ser supridas. O Planejamento e Controle da Produção pode ser um
instrumento importante para a gestão da mão-de-obra, podendo subsidiar políticas para
redução de custos e aumento da motivação no trabalho. No entanto, quando se discute a
produtividade, tanto em debates entre profissionais de campo ou especialistas, quanto em
artigos técnicos sobre o assunto, paira sempre uma grande dúvida sobre como foram
calculados os indicadores que estão sendo utilizados (SOUZA, 2000).

Para Quesado Filho (2009), existe um consenso na literatura (ARAÚJO, 2008;


ARAÚJO et al, 1999 (2), 1999 (3), 2001, 2006; PÓVOAS et al, 1999; SOUZA, 2001; citados
em ordem alfabética), de que existem vários fatores básicos que devem ser levados em
consideração na comparação de índices:

 Planejamento e Controle da Produção – A existência de um sistema produtivo pode


gerar subsídios para a eliminação de desperdícios. O planejamento seqüencial dos
serviços e a utilização de pacotes de trabalho influenciam diretamente nos índices de
produtividade.
 Composição da equipe – A equipe produtiva pode se dividir em três grupos. O
primeiro deles se refere aos profissionais que efetivamente executam o serviço (o
pedreiro que executa a alvenaria, por exemplo). O segundo grupo se refere à equipe
auxiliar e que não executa o serviço efetivamente (os serventes que auxiliam na
movimentação local das ferramentas e dos materiais, por exemplo). O último grupo se
refere à equipe de suporte à produção e que pode estar direcionada exclusivamente
para o serviço ou não (betoneiros ou guincheiros que produzem e transportam
materiais de apoio à produção, por exemplo). Os 10 índices de produtividade podem
englobar todos os grupos ou apenas parte deles, o que influencia os índices de
produtividade.
 Política de incentivo – A forma como a produtividade é recompensada implica
diretamente no esforço empregado pelo funcionário durante a execução do serviço.

41
 Serviços auxiliares – Alguns serviços (o aço para armação pode ser fornecido em
barras ou previamente cortado e dobrado, por exemplo) podem estar incluídos ou
excluídos nos planos de trabalho ocasionando perda ou ganho de produtividade.
 Tipologia do produto – Algumas edificações possuem características particulares que
determinam índices diferentes. A execução da fachada de um prédio pode gerar um
índice de produtividade diferente da execução da fachada de uma casa, por exemplo.
 Acabamentos específicos – Alguns serviços podem demandar acabamentos diferentes
o que gera índices distintos. O nível de qualidade de um material também influenciará
no tempo consumido para se executar o serviço. Cerâmicas de alta qualidade são
aplicadas com maior eficiência. As cerâmicas de baixa qualidade possuem defeitos
que dificultam o seu assentamento.
 Condições de contorno – As condições em que a equipe recebe o produto para dar
continuidade ao processo construtivo influenciam a produtividade. O local pode ser
entregue limpo e com todo o material distribuído no ambiente. Isso aumentaria a
produtividade dos funcionários que consumiriam menos tempo para dar início ao
processo seguinte. A existência de um projeto específico de execução (paginação de
alvenaria ou detalhes de armação de armaduras, por exemplo) e o grau de instrução do
funcionário sobre a utilização deste projeto é um fator importante no índice de
produtividade, pois oferece subsídios para o planejamento individual de cada equipe.
 Equipamentos e ferramentas – A utilização de instrumentos adequados e/ou
específicos e o seu uso correto são fatores essenciais na racionalização da produção, o
que pode gerar índices variados.
 Jornada de trabalho – As horas de trabalho diárias podem ser disponibilizadas de
forma diferente em cada empresa. A inclusão ou não dos tempos de descanso produz
diferença nos índices de produtividade, por exemplo.
 Regime de contratação – A exigência de experiência e o tipo de contrato de trabalho
(carteira assinada ou subempreitada, por exemplo) podem influenciar no perfil do
funcionário, o que pode gerar um índice de produtividade diferente para algumas
empresas.
 Investimento intelectual – Os programas de reciclagem profissional e os programas
oficiais de capacitação e formação influenciam na capacidade gerencial do
funcionário que tem a oportunidade de se planejar de forma a incrementar sua
produtividade.

42
 Condições ambientais – Alguns serviços, principalmente os executados ao ar livre,
possuem suas produtividades afetadas por fatores espaciais. A temperatura local, a
umidade, a iluminação e o espaço livre poderão alterar o grau de dificuldade de um
serviço, modificando os índices de produtividade.
 Condições sociais – Algumas empresas direcionam esforços para oferecer condições
sociais que possam incentivar a produtividade do funcionário através do bem estar.
Uma alimentação de qualidade, apoio à alfabetização e tratamento dentário são alguns
exemplos praticados com este intuito.

Entender os fatores que influenciam a produtividade em uma obra de construção civil


é essencial por várias razões. Um erro no orçamento pode representar a perda de uma
licitação ou levar à utilização de um preço de venda de um imóvel que seja impraticável ao
mercado. Tal erro também pode alocar recursos demasiados ou insuficientes para a sua
realização. O bom prognóstico, com base em fatores que influenciarão a produção, favorece a
redução de problemas gerenciais ao se deparar com condições imprevistas (SOUZA et al,
2003).

2.4 Composição de custos

Para Mattos (2015), todo orçamento se baseia — ou pelo menos deveria se basear —
em composições de custos unitários, que são tabelas que detalham os diversos insumos
utilizados na execução do serviço em questão, seus coeficientes de utilização e, para
quantificação do serviço, o custo unitário de cada insumo.

A composição reveste-se, portanto, de enorme relevância para o orçamentista e


também para o engenheiro de campo, pois este precisa analisar a composição para saber o
tipo de insumo considerado e a produtividade adotada quando da formação do preço da obra.
(MATTOS 2015)

No quadro 1 a seguir são descritos os itens presentes em uma composição de custos.

43
Quadro 1– Itens de uma composição de custo

Fonte: Mattos (2015)

Desta forma, após a leitura de publicações, foi possível um maior entendimento dos
temas foco do presente trabalho de conclusão de curso: lajes em Steel Deck e produtividade
da mão de obra, possibilitando que os conceitos e formas de levantamento aqui apresentados
pudessem ser usados tanto para o levantamento de campo, quanto para a análise dos dados.

44
3 Método de pesquisa

No presente capítulo será apresentado o método de pesquisa a fim de atender aos


objetivos anteriormente apresentados, organizar o estudo em questão e expor as principais
características da obra de referência.

3.1 Etapas da pesquisa


Para se alcançar resultados desejáveis e necessários para a analise, é de suma
importância planejar o passo a passo da execução do trabalho. Deve-se unir duas fontes de
conhecimento, conciliando dados obtidos na literatura com a abordagem pratica. Na Figura
15 são apresentadas as etapas da presente pesquisa.

45
• Pesquisa
• Apresentação da laje Steel Deck, metodologia de calculo e
Revisão acompanhamento da produtividade e sua devida viabilidade
bibliografica financeira.

• Achar uma obra que se utilize da tecnologia de laje Steel Deck


Procurar uma • Entender a tecnologia em campo
obra referencial

• Elaborar planilhas para a coleta de dados em obra


Elaboração de
ferramentas de
coletas de dados

• Coletar os dados de produtividade e consumo de materiais em


obra.
Coletar dados

• Analisar e estudar os dados obtidos.


Analise e • Apresentar os dados
apresentação
dos dados

• Concluir o estudo proposto


Conclusão e • Sugestões de melhorias no sistema e trabalhos futuros
sugestões

Figura 15- Etapas da pesquisa

Fonte: o Autor (2016)

46
A seguir as etapas apresentadas na Figura 15 serão mais bem descritas:

3.1.1 Revisão bibliográfica

Essa etapa visa reunir acervos técnicos e literaturas sobre o assunto e entender o
funcionamento da laje Steel Deck, desta forma, dando embasamento teórico e credibilidade
ao tema. discutir as vantagens e desvantagens desse tipo de laje em relação a convencional de
concreto armado, analisar as diferenças no tocante a métodos construtivos e mão de obra
necessária, assim como materiais utilizados. Entender sobre produtividade e seus fatores
influenciadores, assim como a viabilidade econômica.

3.1.2 Procurar uma obra referencial

Para complementar a compreensão da referência bibliográfica do presente Trabalho


de Conclusão de Curso, é necessário estudar uma obra referencial em que se aplique o
contexto pesquisado. A partir de então vindo a ter conhecimento do projeto a ser realizado,
unindo aos propósitos deste presente trabalho, obtendo assim informações confiáveis que
juntam a pratica à teoria. Tendo em mente achar uma obra que se utilize da tecnologia de
lajes em Steel Deck, ainda em fase construtiva, para que dessa maneira poder-se medir a
produtividade e ao final deste estudo verificar sua viabilidade econômica.

3.1.3 Elaboração de ferramentas de coletas de dados

A importância das etapas anteriores se reflete diretamente nessa etapa, à medida que
após um estudo completo sobre a Laje Steel Deck, visando seu processo e detalhes
construtivos, e em seguida podendo observar em campo a real aplicação da tecnologia e
como ela é efetivamente montada in loco. Foram elaboradas planilhas no software Microsoft
Excel 2010, fazendo uso apenas dos pontos necessários ao proposto trabalho para medir a
produtividade da laje mista em aço e concreto e com o resultado proposto verificar sua
viabilidade econômica.

Para se medir a produtividade o autor deste Trabalho de Conclusão de Curso,


elaborou três planilhas, todas foram repassadas à obra para junto com o engenheiro
responsável, o estagiário cabido da função de medição de serviços e o oficial administrativo
do empreendimento, ter um feedback a respeito de possíveis melhorias e adequações. Pelos
mesmos, as planilhas foram estudadas e testadas durante um período correspondente a uma
semana de trabalho (as planilhas foram utilizadas nos mais diversos serviços existentes no
47
presente momento de seu preenchimento, para futuramente também servir de base para coleta
de dados que auxiliem na medição da produção), para, a partir de então, serem efetivamente
utilizadas para medir a produtividade das lajes Steel Deck.

A primeira planilha, que está apresentada na Figura 16, recebeu a identificação de


FAP- Ficha de Acompanhamento da Produtividade, como sendo um subitem do Sistema de
Gestão da Produtividade. Serve para se coletar dados em obra, sua intenção é ser pratica e de
fácil preenchimento, apenas coletando os dados necessários para o cálculo da RUP,
individual para cada funcionário, que tem como objetivo identificar os bons profissionais.

Para se executar a laje Steel Deck foram observados como necessário os seguintes
serviços:

 Descarregamento e verificação da Steel Deck;


 Transporte vertical e horizontal das fôrmas;
 Espalhamento das fôrmas;
 Corte e Recorte;
 Costura;
 Colocação e Fixação das bordas;
 Marcação e espalhamento dos pinos Stud Bolt;
 Soldagem;
 Espalhamento das telas soldadas;
 Amarração;
 Limpeza;
 Colocação dos espaçadores;
 Concretagem.

Com isso na coluna da FAP de serviço será incluído apenas tais atividades, acima
descritas, tidas como necessárias.

48
OBRA:
SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE
FAP- FICHA DE ACOMPANHAMENTO DA PRODUTIVIDADE
RESPONSÁVEL: NOME DO FUNCIONÁRIO: FAP n°: FOLHA n°:

MESTRE: FUNÇÃO: MÊS:

Hh
DATA SERVIÇO LOCAL DO SERVIÇO METRAGEM OBSERVAÇÃO
INÍCIO FIM

RESPONSÁVEL PELA VERIFICAÇÃO: MESTRE DE OBRA: ENGENHEIRO:

______________ ___/___/____ _________________ ___/___/____ ________________ ___/___/____


NOME-ASS NOME-ASS NOME-ASS

Figura 16- Ficha de acompanhamento da produtividade em obra 4

A segunda planilha foi denominada de Ficha Individual de Produtividade (FIP), figura


17, como também fazendo parte do Sistema de Gestão da Produtividade. O foco dessa
planilha é passar as medições realizadas em campo para o software MICROSOFT EXCEL,
onde serão realizados os cálculos necessários para medir a produtividade e verificação de
metas. Essa planilha tem caráter individual, pois foi desenvolvida para coletar dados de cada
um dos seus colaboradores isoladamente, assim ter-se-á uma noção mais fiel da realidade,
distinguindo e valorizando os profissionais, remunerando meritocraticamente os merecedores.
4
Essa planilha apresenta escopo seguindo o modelo apresentado por outras fichas de acompanhamento
da construtora.
49
FAP n°: MÊS:
SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE
FIP- FICHA INDIVIDUAL DE PRODUTIVIDADE
Responsavel: FUNCIONÁRIO: FUNÇÃO:

Metrage RUP
Data Serviço Hh diaria Hh cum. META Observação
m diaria diaria

#DIV/0!

#DIV/0!

#DIV/0!

#DIV/0!

Figura 17- Planilha da ficha individual de produtividade5

Por último, a terceira planilha, diretamente ligada segunda. A diferença básica entre as
duas é a que terceira visa a medição da produtividade por serviço, desta forma se consegue
traçar metas através das RUPs cumulativa e potencial, para serem inseridas na segunda
planilha. Ambas tem extrema importância no desenvolvimento da composição de custos e
tem seus dados preenchidos a partir da FAP. Na figura 18 ela é melhor descrita.

FAP n°: MÊS:


SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE
SERVIÇO N° DE FUNCIONÁRIOS:

Metrage Metrage RUP RUP


Data Hh diaria Hh cum. META RUP cum. Observação
m diaria m cum. diaria potencial

#DIV/0!

#DIV/0!

Figura 18- Planilha de acompanhamento da produtividade por serviço

3.1.4 Coletar dados

Para coletar os dados fez-se uso da planilha FAP em campo, levantando a


produtividade diária de cada funcionário diretamente ligado à produção 6 . Foram realizadas

5
Adaptada pelo autor a partir de outros trabalhos, unindo -a a visão e as necessidades da construtora.
6
Os funcionários ligados à produção se referem aos profissionais que efetivamente executa m a construção da
obra, por exemplo, pedreiro, servente, operador de maquina etc. Não serão consideradas as horas dos
funcionários que supervisionam o trabalho.
50
medições entre o dia 03 de outubro e 13 de outubro, no período das 7:00 às 12:00 horas e das
13:00 as 17:00 horas (horário de obra), totalizando 9:00 horas diárias e 45:00 horas semanais
de levantamento.

Os serviços medidos foram todos aqueles presentes em uma execução de laje Steel
Deck. As fôrmas de aço e a fixação das bordas dobradas 7 são mensuradas em metros
colocados, pois as unidades de peças têm tamanhos diferentes para os mais diversos encaixes,
isso acarreta que peças maiores exigem uma maior dificuldade de instalação. A soldagem dos
pinos Stud Bolts, colocação dos espaçadores e a costura foram medidos em unidade de peça
instalada. A amarração das telas soldadas foi em quilograma e a concretagem em metros
cúbicos. Todos os serviços que foram necessários medir comprimento, altura ou largura
foram mensurados com trena corretamente aferida. Assim como todos esses serviços foram
também documentados fotograficamente.

3.1.5 Análise e apresentação dos dados

Nessa parte do presente Trabalho de Conclusão de Curso os dados obtidos em obra


são corretamente organizados e transpassados da FAP para a próxima planilha, a FIP, que
com a ajuda do software Microsoft Excel gerou-se índices de RUP, que por sua vez foram
estudados e reorganizados junto a suas observações e fatores influenciadores. Detalhando o
serviço com seus respectivos índices chegou-se a resultados confiáveis.

3.1.6 Conclusão e sugestões

Nessa etapa final chegamos à conclusão obtida da analise dos dados, apresentando as
considerações finais e sugerindo opções de melhorias. Na conclusão é descrito a viabilidade
econômica da tecnologia em questão e a produtividade obtida com ela em obra, mostrando os
fatores de dependência e como isso afetou a produção.

7
As bordas de fundo cercam todo o pavimento, é ela quem garante o tamanho do cobrimento do concreto (assim
chamada em obra), figura 39.
51
3.2 Apresentação da empresa e da obra do estudo de caso

3.2.1 Caracterização da empresa

A obra foco do estudo de caso está sendo executada por uma construtora que tem sua
sede em Aracaju/SE. A empresa atua desde 1991, com a execução de obras de edificações,
construções, sistema de abastecimento de água, adução, captação, rede de água, reservatórios
e rede de energia elétrica de alta e baixa tensão e construção de estradas.

Figura 19- Clube e área de lazer do condomínio Atlantic Blue

Fonte: site da construtora

Figura 20- Caixa de passagem

Fonte: site da construtora

52
Figura 21- Hospital regional de Lagarto

Fonte: site da construtora

Figura 22- Ponte sobre o Rio Ponte Nova

Fonte: site da construtora

A Construtora possui a Certificação ISO 9001, desde 13 de novembro de 2000.


Seu objetivo é: "Construir com qualidade, buscando a satisfação do cliente. Nosso
compromisso é estar sempre melhorando nossos produtos e serviços."

3.2.2 Caracterização da obra

Trata-se dos serviços de construção da 1ª etapa dos prédios administrativo, de


biblioteca e auditório do campus de Aracaju‐SE, de um instituto de ensino superior, conforme
especificações técnicas constantes no Projeto Básico e demais peças técnicas integrantes no
Edital da Licitação.

53
Figura 23- Institutode ensino superior campus Aracaju, prédios administrativo, de biblioteca e auditório

Fonte: site da construtora

A obra se localiza na Avenida Engenheiro Gentil Tavares da Mota, Bairro Getúlio


Vargas, Aracaju/SE. O prazo previsto de execução dos serviços era de 24 (vinte e quatro)
meses, contados a partir do recebimento, com início: dezembro de 2014 e término previsto:
dezembro de 2016.

A construção se iniciou com a devida demolição da edificação já existente e limpeza


do terreno. As fundações foram executadas tanto através de sapatas e vigas baldrames (tipo
direta), como através de estacas tipo hélice continua cravadas na profundidade que o relatório
de sondagem determinou. Foi utilizada na superestrutura e na estrutura da cobertura e onde
for indicada, conforme projeto estrutural e de arquitetura, ESTRUTURAS METÁLICAS E
LIGAÇÕES EM AÇO. Para isso a contratada (a Construtora) empreitou o serviço de uma
empresa X de Engenharia Industrial, responsável pela montagem de toda a estrutura metálica,
desde vigas e pilares com suas devidas vinculações até a laje Steel Deck. A empresa X
apenas concluiu os prédios do auditório e biblioteca, para o prédio da administração a
contratada empreitou os serviços da empresa Y.

54
Figura 24- Construção do Instituto de ensino superior

Fonte: o autor (2016)

Quando se iniciou o presente Trabalho de Conclusão de Curso, os prédios da


biblioteca e auditório já estavam com toda sua parte estrutural terminada, porém o prédio da
administração ainda estava em fase inicial, onde foi possível fazer o acompanhamento de
toda a montagem da laje Steel Deck.

O prédio da administração conta com quatro pavimentos, sendo o último a cobertura,


já os três primeiros pavimentos são iguais e cada um ocupa uma área de cerca de 1.340 m²
(mil trezentos e quarenta metros quadrados), gerando um volume de concreto de
aproximadamente 146,50 m³ para cada pavimento e 4.800 quilos em tela de aço
antifissuração. Já a cobertura tem cerca de 1.506 m²(mil quinhentos e seis metros quadrado),
necessitando de um volume de 164,70 m³ de concreto. Todos fazem uso da laje Steel Deck.

55
Figura 25- Planta baixa do terceiro pavimento

Fonte: Empresa Y

56
4 Análise e apresentação dos dados

Foi possível acompanhar o serviço de execução da laje Steel Deck em quatro


pavimentos, como citado anteriormente. Os três primeiros sendo iguais e o quarto pavimento
de cobertura, com uma maior área de cobrimento de laje.

A montagem dos dois primeiros pavimentos foram executadas em simultânea,


começando com espalhamento das fôrmas no dia 17/08/2016 no primeiro pavimento e no dia
seguinte no pavimento superior, terminando com a concretagem no dia 09/09/2016 no
primeiro e 16/09/2016 no segundo, figura 28.

Para melhor análise dos dados foi escolhido o terceiro pavimento em isolado. Dessa
forma, os dados apresentados nesse capítulo foram todos colhidos desse pavimento, o que
não significa que as informações aqui contidas não sejam válidas para os outros pavimentos.
Sua construção teve inicio no dia 03/10/2016, figura 25, e foi finalizada com a concretagem
no dia 13/10/2016, total de 1.248 m² de laje construída. Entretanto no dia 11/10/2016 os
serviços no pavimento já estavam finalizados, figura 26, só não seguiu com a concretagem no
dia seguinte por ser feriado nacional.

Figura 26- Início dos serviços no terceiro pavimento

Fonte: o Autor (2016)

57
Figura 27- Estrutura da laje concluída, aguardando apenas a concretagem.

Fonte: o Autor (2016)

Vale a pena frisar uma das limitações apresentadas no capítulo 1.3: Apesar de umas
das grandes vantagens da laje Steel Deck ser a velocidade em sua execução, nessa obra pôde-
se observar que esse bônus limitou-se no ônus de ser uma obra licitada e ter que respeitar os
prazos legais do órgão licitante como, mudança de projeto ao caminhar da obra, e a
necessidade de medição a cada etapa executada. Dessa forma, notou-se que alguns
pavimentos não foram feitos em consecutivo, como o primeiro e segundo demonstrados na
figura 28.

Figura 28- Espalhamento das fôrmas em simultâneo no primeiro e segundo pavimento

Fonte: o autor (2016)

58
4.1 Caracterização da Mão-de-Obra
Para a execução do serviço de implantação da laje Steel Deck foram necessárias três
equipes diferentes de mão-de-obra, correlacionada no quadro 2:

SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA SÁBADO DOMINGO SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA
EQUIPE
03/10 04/10 05/10 06/10 07/10 08/10 09/10 10/10 11/10 12/10 13/10
7:00 as 12:00
7:00 as 17:00 7:00 as 17:00 7:00 as 17:00 7:00 as 17:00 7:00 as 16:00
EMPRESA Y 4
3 profissionais 4 profissionais 5 profissionais 7 profissionais 7 profissionais
profissionais
7:00 as 12:00
DIARISTA DA 7:00 as 12:00
2
ARMAÇÃO 2 profissionais
profissionais
7:00 as 12:00
7:00 as 17:00 7:00 as 17:00 7:00 as 20:00
A CONSTRUTORA 4
4 profissionais 2 profissionais 18 profissionais
profissionais

Quadro 2- Correlação de funcionários por equipe/dia

Fonte: o autor(2016)

 Empresa Y: essa equipe contava com o encarregado, responsável pela coordenação


dos serviços e pela soldagem dos pinos Stud Bolts. O munckeiro que realizava os
serviços relacionados ao caminhão munck, como transporte vertical e horizontal das
fôrmas de laje Steel Deck. Os demais profissionais como, quatros montadores e dois
auxiliares de estruturas ficaram responsáveis pelas funções de descarregar e auxiliar o
transporte das fôrmas, corte, recorte, pregação, colocação e fixação de bordas.
Para finalização de todos esses serviços a equipe da Empresa Y teve uma
jornada de 9 horas diárias trabalhadas durante 6 dias, começando em uma segunda-
feira e terminando em um sábado, sendo necessário apenas meio turno (5 horas) nesse
último dia;
 A Construtora: o encarregado responsável pelo direcionamento e coordenação dessa
equipe, assim como da seguinte, foi o mestre de armação. Quatro serventes ficaram
responsáveis para efetuar o serviço de espalhamento das telas soldadas. Dois
pedreiros efetuaram o serviço de limpeza e colocação dos espaçadores, auxiliados por
um servente cada.
Os serventes responsáveis pelo espalhamento executaram o serviço em um
sábado, sendo necessário o pagamento de horas extras como relacionado no anexo 1.
Essa equipe executou todos os seus serviços em três dias, com uma jornada de
9 horas diárias, com exceção do sábado em que foi necessária apenas meia diária;

59
 Diarista da amarração: equipe supervisionada pelo mestre de armação da construtora ,
continha dois ajudantes de armação subcontratados apenas para a realização do
serviço de amarração das telas soldadas em dois dias seguidos (sábado e domingo).
Com jornada de apenas 5 horas diárias.

4.2 Caracterização dos serviços


Contando com todos os serviços realizados pelas três equipes, pode-se dividir a
implantação da Steel Deck nas seguintes etapas de execução:

 Descarregamento e verificação da Steel Deck;


 Transporte vertical e horizontal das fôrmas;
 Espalhamento das fôrmas;
 Corte e Recorte;
 Costura;
 Colocação e Fixação das bordas;
 Marcação e espalhamento dos pinos Stud Bolt;
 Soldagem;
 Espalhamento das telas soldadas;
 Amarração;
 Limpeza;
 Colocação dos espaçadores;
 Concretagem.

As quais serão melhores descritas nos subitens a seguir.

4.2.1 Descarregamento e verificação da Steel Deck

A partir do projeto de fôrmas (figura 28) a Empresa Y passa para a Construtora o


pedido das fôrmas de Steel Deck, esse pedido é passado para o fornecedor (Metform) que os
fabrica nos tamanhos milimetricamente exatos na sua fábrica em Minas Gerias e de lá eles
são encaminhados por transporte rodoviário até o local da obra, Aracaju-SE.

60
Figura 29- Projeto de fôrmas

Fonte: o autor (2016)

Para descarregar as Fôrmas, a Empresa Y fez uso do caminhão munck, de posse


própria. Um montador junto com um auxiliar de estrutura selecionava as peças de mesmo
tamanho, com as indicações oferecidas por fábrica ilustrada na figura 29, e as amarravam
para o munck ergue-las e transferi-las para o canteiro de obra onde perfis de iguais tamanhos
e semelhantes destinos no pavimento ficam juntos, espaçados por pequenas peças
retangulares de madeira (figura 30), necessitando de um montador para manobrar e destinar.
Esse mesmo profissional verifica junto à nota fiscal e o projeto de fôrmas se o pedido está
correto.

61
Figura 30- Especificação do fabricante

Fonte: o autor (2016)

Figura 31- Fôrmas de iguais especificações devidamente espaçadas

Fonte: o autor (2016)

62
Figura 32- Descarregamento das fôrmas

Fonte: o autor (2016)

4.2.2 Transporte vertical e horizontal das fôrmas

Para transportar as fôrmas da entrada da obra, onde elas ficam armazenadas, até o
pavimento destinado é necessário se fazer uso do caminhão munck, esse munido de um braço
de guindaste com força e tamanho suficiente para chegar ao seu destino. A Empresa Y
dividiu sua equipe com um montador selecionando as fôrmas que seriam erguidas e um
auxiliar de estrutura junto com dois montadores recebendo essas fôrmas no pavimento
indicado. Após recebimento já se começava o próximo serviço imediatamente, no caso o
espalhamento.

Graças à capacidade do caminhão munck de se locomover horizontalmente pelo


canteiro de obra, as fôrmas eram erguidas o mais próximo possível do seu local de fixação
final, assim evitando que os profissionais tenham que andar grandes distâncias carregando
essas fôrmas metálicas em altura e apenas sobre as vigas.

63
Figura 33- Transporte vertical e horizontal e recebimento das fôrmas

Fonte: o autor (2016)

4.2.3 Espalhamento das fôrmas

A partir do recebimento das telhas metálicas se começa seu espalhamento, em que os


profissionais munidos de todo o aparato de segurança, preciso e especificado em norma,
transportam as fôrmas do seu local de recebimento até o fixado em projeto, peça por peça.

64
Figura 34- Espalhamento das fôrmas

Fonte: o autor (2016)

4.2.4 Corte e recorte

Como apresentado no 3.2.2, a obra é composta de três edifícios independentes, sendo


o último (o prédio da administração) o único que teve o serviço que envolve toda a estrutura
metálica realizada pela Empresa Y, que apresenta tecnologia de amarração de viga diferente
dos outros dois prédios realizado pela empresa Empresa X.

A união das vigas nos edifícios realizados pela Empresa X não tem chapa metálica
parafusada unindo-as voltada para a parte inferior da Steel Deck, como indicado na figura 34,
assim as fôrmas que ficam em cima dessas uniões de vigas se nivelam sem precisar de corte.

65
Figura 35- Junção de vigas executada pela Empresa X

Fonte: o autor (2016)

Já no prédio da administração que teve a estrutura metálica realizada pela Empresa Y


teve de se fazer cortes nas uniões de vigas para não se comprometer o cobrimento de
concreto. Pois em todas essas uniões haviam chapas metálicas parafusadas para garantir a
melhor ligação entre as estruturas, figura 35.

Figura 36- Junção de vigas executada pela Empresa Y

Fonte: o autor (2016)

66
O corte nas junções de vigas é mais simples por não necessitar medir e marcar a área
que será cortada para se garantir o perfeito encaixe. Com o projeto se sabe onde está cada
união de viga, com isso um funcionário munido de uma mareta amassa a fôrma de aço
praticamente a moldando no formato do parafuso e da chapa metálica, a partir de então com
uma serra elétrica se corta a Steel Deck, deixando a viga aparente e a fôrma nivelada, figura
36.

Figura 37- Corte nas junções de vigas

Fonte: o autor (2016)

Apesar de sua exatidão milimétrica, as fôrmas necessitam de recortes para se encaixar


com os pilares. Esse serviço é mais delicado que o corte, por necessitar medir e marcar o
local que será recortado com bastante precisão com uma serra elétrica, como indicado na
figura 37. Além da necessidade de se trabalhar amarrado a estrutura, pois muitos pilares estão
na beirada do pavimento.

67
Figura 38- Recorte na junção com os pilares

Fonte: o autor (2016)

Para corte foi necessário um montador e um auxiliar de estrutura, já para recorte


foram dois montadores.

68
4.2.5 Costura

O serviço de costura realizado por um montador se define como pregar as fôrmas para
evitar deslocamentos e assim permitir o perfeito encaixe, sem espaços vazios, sem estar
preenchido por fôrma. O funcionário munido de uma pistola parafuzadeira elétrica prega as
junções das telhas com parafusos auto brocantes a uma medida de aproximadamente 0,80
centímetros, sem a necessidade de exatidão.

Figura 39- Serviço de pregação

Fonte: o autor (2016)

4.2.6 Colocação e fixação das bordas

As bordas são importantes, pois são elas que garantem a altura do cobrimento de
concreto do pavimento, como ilustrado na figura 40. Elas apresentam forma de “L”, em que
uma parte fica abaixo da Steel Deck e a outra é a altura da laje. Para a colocação delas foi
necessário dois montadores, um levanta as fôrmas e o outro encaixa as bordas com o auxilio
de uma marreta, em certos momentos foi necessário o uso da serra elétrica para melhor
encaixe, figura 40.

É importante salientar que esse serviço foi executado em altura, nas beiradas do
pavimento, por isso todos os profissionais envolvidos tiveram que trabalhar amarrados a
estrutura, com todos os equipamentos necessários e especificado em norma.

69
Figura 40- Bordas

Fonte: o autor (2016)

Figura 41- Serviço de costura

Fonte: o autor (2016)


Para fazer fixação das bordas um auxiliar de estrutura com a pistola parafuzadeira
prega as bordas a Steel Deck, com isso evita que no momento da concretagem elas se
desprendam.

Figura 42- Bordas fixadas à Steel Deck

Fonte: o autor (2016)

70
4.2.7 Marcação e espalhamento dos pinos Stud Bolt

A partir do projeto um auxiliar de estrutura localiza as vigas, bate na fôrma com uma
marreta apenas para se ter certeza da localização da viga e assim marcar a Steel Deck em toda
a extensão da laje que tiver viga embaixo. Logo após espalha os pinos Stud Bolt com os
moldes cerâmicos que auxiliam na soldagem em todos os locais com as marcações.

Figura 43- Espalhamento dos Stud Bolts

Fonte: o autor (2016)

4.2.8 Soldagem

Para a execução da soldagem dos pinos Stud Bolt nas vigas a empresa Y solicitou a
construtora o aluguel de um gerador de 290 kVA, já que esta era responsável pelo
fornecimento de energia. A máquina soldadora precisava de energia suficiente para garantir
que a tensão após o pico de energia para soldar não decái o suficiente para comprometer a
correta soldagem dos pinos. Conforme ilustrado nas figura 43, em que a figura “a” representa
antes da soldadeira ser ativada e a “b” na hora de sua ativação.

71
Figura 44- Acompanhamento das tensões de soldagem

Fonte: o autor (2016)

O encarregado, responsável pela soldagem, era auxiliado por um montador. A


soldagem era executada de 30 em 30 minutos com intervalo de 10 minutos para o cabo da
soldadeira esfriar, causada pela alta resistência na fiação. Em certos momentos teve que
esperar mais de 10 minutos já que o cabo ainda se encontrava significativamente quente,
quando isso ocorria era recomendado desligar o gerador, pois no contrato havia especificado
que o valor a se pagar pelo aluguel era referente a diária do aparelho e as horas marcadas no
horimetro do mesmo.

Figura 45- Soldagem

Fonte: o autor (2016)

Para evitar custos com o transporte do gerador, a construtora optou carrega-lo em


cima do caminhão munck próprio dela, todavia esse não tinha força para descarrega-lo na

72
obra, por isso se optou por deixar o gerador em cima do caminhão durante todo o tempo de
uso. Não se configurou nenhum contratempo para a construtora, pois o uso deste veículo não
foi requisitado. O que foi um ponto positivo, já que devido ao pouco comprimento da
extensão da fiação foi necessário mover o gerador dentro do canteiro de obra para se
conseguir alcançar todos os pontos necessários de soldagem.

Figura 46- Gerador

Fonte: o autor (2016)

4.2.9 Espalhamento das telas soldadas

As telas soldadas foram erguidas por um caminhão munck contratado pela construtora
para descarrega-las na obra, figura 47. O munck foi essencial, pois dispensou a necessidade
de mão-de-obra para subir as telas, mão-de-obra essa que se caracterizava por quatro
serventes fazendo hora extra no sábado em uma jornada de 8 horas.

Figura 47- Caminhão munck erguendo as telas soldadas

Fonte: o autor (2016)

73
Para espalhar as telas soldadas em todo o terceiro pavimento a construtora optou por
pagar horas extras para quatro serventes trabalharem no sábado, proposta de horas extras no
anexo 7.1. Estes coordenados pelo mestre de armação espalharam na mão as telas nos lugares
indicados.

Figura 48- Espalhamento das telas soldadas

Fonte: o autor (2016)

4.2.10 Amarração

Executando o serviço de amarração praticamente em simultâneo com o de


espalhamento das telas soldadas, a construtora optou por empreitar dois ajudantes de
armação, também coordenados pelo mestre de armação.

O serviço basicamente se define como a amarração das telas soldadas com arame
recozido, fazendo uso apenas de alicate para realizar os cortes.

74
Figura 49-Ttelas soldadas amarradas

Fonte: o autor (2016)

4.2.11 Limpeza

A limpeza da laje é necessária para tirar o resto de cerâmica (lixo da soldagem), resto
de arames e pó residual do manuseio das telas soldadas. A cerâmica teve que ser catada uma
a uma, sem uso de qualquer equipamento, apenas dois pedreiros auxiliados de um servente
cada, como ilustrado na figura 50. Para o restos dos arames se foi utilizado uma barra de aço
com um imã na ponta que os atraía, figura 51. E por fim se deu uma jatada de água para
retirar o pó.

Figura 50- Recolhendo o resto de cerâmica Figura 51- Recolhendo o resto de arame

Fonte: o autor (2016) Fonte: o autor (2016)

75
4.2.12 Colocação dos espaçadores

Para se colocar os espaçadores foi apenas necessário um pedreiro com um servente


auxiliando, em que um colocava os espaçadores, enquanto o outro com o auxilio de um pé de
cabra levanta a tela soldada.

Figura 52- Colocação dos espaçadores

Fonte: o autor (2016)

4.2.13 Concretagem

A construtora optou por fazer a concretagem na quinta-feira, após o feriado do dia


12/10/2016, fazendo acordo com a mão-de-obra para folgar na sexta-feira ao invés do feriado
na quarta-feira, pois muitos trabalhadores moram em outras cidades e folgar no meio da
semana quebraria o ritmo de trabalho. Assim na terça-feira que antecedeu a concretagem, a
concreteira foi à obra montar toda a tubulação e mangote necessários.

76
Figura 53- Montagem da tubulação e dos mangotes

Fonte: o autor (2016)

Para se fazer a concretagem foram necessários dezenoves caminhões betoneiras de


oito metros cúbicos cada, além da bomba para se pulsar esse concreto até o terceiro
pavimento. Para espalhar o concreto os serventes utilizavam pás e os pedreiros passavam o
sarrafo para nivelá-lo, em outra frente dois pedreiros, auxiliados por um servente cada,
utilizavam o vibrador para vibrar o concreto.

77
Figura 54- Concretagem

Fonte: o autor (2016)

A concreteira atrasou no fornecimento de concreto e a concretagem acabou


extrapolando o período de trabalho, assim tendo que se trabalhar a noite, onde se foi
improvisado à iluminação para se continuar os trabalhos.

Na figura 55, obtida durante a concretagem, se observa que o pavimento inferior ao


que estava sendo concretado está totalmente livre de escoramentos e desimpedido para a
realização dos demais serviços previstos para ele. Assim como se é notado durante toda a
montagem da laje Steel Deck.

78
Figura 55- Concretagem da laje do terceiro pavimento sem a necessidade de escoramento

Fonte: O autor (2016)

Toda a concretagem está relacionada no anexo 2, com o efetivo do dia, a


rastreabilidade e cubagem da concretagem, assim como a relação de horário e slump dos
caminhões betoneiras.

O processo de cura não foi incluído na análise de dados por se ser exatamente igual ao
conferido em qualquer outro tipo de laje com concretagem in loco.

79
4.3 Levantamento da produtividade
Para se medir a produtividade foi utilizado o indicador de produtividade RUP (Razão
Unitária de Produção), correlacionando à disponibilidade de homem hora trabalhada pelos
serviços executados.

A quantidade de serviço foi medida individualmente por cada funcionário, com o


auxilio da FAP (Ficha de acompanhamento da produtividade), assim facilitando,
posteriormente, a descrição da composição de custos e para o acompanhamento profissional
através da FIP (Ficha individual de produtividade). Entretanto, para mensurar a produtividade
atingida na execução da laje Steel Deck foi necessário medir a RUP individualmente para
cada serviço executado.

O acompanhamento do serviço através da FAP foi feito dentro da obra, tendo sido a
execução de todo o serviço vistoriado. Assim foram inclusos os tempos auxiliares (aqueles
que não agregam valor ao produto final, mas que são necessários) e tentou-se ao máximo
descrever os tempos improdutivos (aqueles que não são necessários ao processo e ao
produto), pois apesar dele contribuir para uma visão mais fiel do que acontece em obra, para
o autor, ele representa um tempo desnecessário, podendo gerar um alto custo de mão-de-obra
e que com uma boa administração pode ser extinto. Mas para efeito didático seu valor não foi
excluído do calculo da produtividade, mantendo assim a fidelidade do presente trabalho com
a realidade.

O serviço de execução da laje Steel Deck teve uma duração aproximada de 76 (setenta
e seis) horas, contando com a concretagem. Ele teve inicio no dia 03/10/2016 e término
13/10/2016, necessitando-se trabalhar no sábado e no domingo em meio período. Todos os
serviços foram executados em toda a dimensão da laje, correspondente a aproximadamente
1248 m² (mil duzentos e quarenta e oito metros quadrados). Para ter as metragens em uma só
unidade, todas elas foram convertidas para metros quadrados, sendo a RUP em Hh/m².

No calculo da produtividade não foi contado o tempo dos profissionais auxiliares


quando os mesmo estão apenas ajudando os oficiais em algum tipo de serviço, apenas quando
eles realizaram o serviço sozinho, ou seja, quando realmente executaram a atividade e não
apenas ajudaram. Os não oficiais foram os serventes e auxiliares de estrutura, enquanto ao
munckeiro, seu tempo também não foi calculado por se entender que não se trata de um
profissional contratado da obra.

80
FAP n°: MÊS:
SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE 1, 3, 5 e 7 OUT

SERVIÇO Descarregarremento e verificação da Steel Deck N° DE FUNCIONÁRIOS: MUNCKEIRO, AUXILIAR DE ESTRUTURA E DOIS MONTADORES
Metragem Metragem RUP RUP
Data Hh diaria Hh cum. META RUP cum. Observação
diaria cum. diaria potencial
Serviço começou 3 horas atrasado por ser uma segunda-feria
3 5,16 5,16 2043,04 2043,04 0,002526 0,002526
#DIV/0! pós eleições e muito dos trabalhadores moravam em outras
0,0020348
4 1,8 6,96 884,608 2927,648 0,002035 0,002377
#DIV/0!

SERVIÇO Transporte vertical e horizontal das fôrmas N° DE FUNCIONÁRIOS: MUNCKEIRO E MONTADOR

3 1,38 1,38 260,168 260,168 0,005304 0,005304


#DIV/0!

4 5,82 7,2 964,056 1224,224 0,006037 0,005881


#DIV/0!

Tabela 1- Acompanhamento da produtividade do serviço de descarregamento e verificação, transporte vertical e horizontal


das fôrmas da laje Steel Deck.

Ambos os serviços foram executados pelo profissional responsável pelo manuseio do


caminhão munck. Além de descarregar as fôrmas correspondentes ao terceiro pavimento,
também houve o descarregamento das fôrmas do quarto pavimento, assim impossibilitando a
medição isolada.

No dia anterior ao inicio dos serviços descritos na tabela 1, ocorreram às eleições


municipais, sendo muitos dos trabalhadores residentes de outras cidades e por conta de seus
candidatos terem sido eleitos, alguns acabaram participando das comemorações. Na segunda-
feira seguinte houve um atraso além do esperado, contabilizando a hora do caminhão munck
parado. Dessa forma se conseguiu notar o quanto isso afetou na produtividade do dia 03/10.
Tirando a diferença entre a RUP cumulada, de 0,00238 Hh/m², e a RUP potencial, 0,00204
Hh/m², se pode perceber que ela é de apenas 0,00034 Hh/m². Isso corresponde que a RUP
cumulada é que melhor representa a produtividade, enquanto a RUP potencial é a ideal para
se estipular metas para a equipe.

Já no serviço de transporte vertical e horizontal das fôrmas verifica-se que a


produtividade decaiu por conta do excesso de horas trabalhadas olhando para cima, o que
acaba desgastando os profissionais envolvidos e consequentemente diminuindo a sua

81
produtividade. Além disso, como nenhuma RUP diária foi menor que sua respectiva RUP
cumulativa, não foi possível realizar o cálculo da RUP potencial.

FAP n°: MÊS:


SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE 2 OUT

SERVIÇO Soldagem N° DE FUNCIONÁRIOS: ENCARREGADO, MONTADOR E AUXILIAR DE ESTRUTURA


Metragem Metragem RUP RUP
Data Hh diaria Hh cum. META RUP cum. Observação
diaria cum. diaria potencial
6 3,68 3,68 166,24 166,24 0,022137 0,022137 problemas na soldadora
#DIV/0!
por erros de logisticas, o gerador saiu da obra. Alem de longo
7 8 11,68 567,67 733,91 0,014093 0,015915 0,01302852
#DIV/0! tempo em posição incomoda

8 6,00 17,68 501,49 1235,4 0,011964 0,014311 trabalho em altura e longo tempo em posição incomoda
#DIV/0!

Tabela 2- Acompanhamento da produtividade do serviço de soldado pinos Stud Bolts da laje Steel Deck.

O serviço de solda foi executada pelo encarregado da equipe da Empresa Y que, nesse
caso, assumiu o papel de soldador sendo auxiliado por um montador. A soldadora por
diversas vezes esquentava por conta da resistência e o serviço era interrompido. Esse
problema se mantinha com certo padrão a cada trinta minutos de hora trabalhada e assim
eram necessários dez minutos esperando a soldadora esfriar, evitando que ela quebrasse. De
certa forma, essa pausa também era aproveitada pelo soldador para descansar a coluna, pois a
posição de soldagem era bastante desconfortante para o profissional responsável. Além disso,
por muitas vezes, era necessário realizar o serviço na beirada do pavimento que se localiza a
quase quinze metros de altura e apesar de todos os equipamentos de segurança é normal se
observar que o profissional aumente a cautela com a sua própria segurança e assim diminui o
seu ritmo de serviço.

No dia 06/10/2016 houve um problema na soldadora que paralisou o serviço em


quarenta minutos, à mesma entrou em curto e teve que ser trocada parte da fiação, além da
necessidade da montagem do equipamento. Já no dia seguinte, logo após o inicio dos
trabalhos, o caminhão Munck ao qual se localizava o gerador responsável por fornecer
energia para a soldagem, foi necessitado para a realização de outro serviço em outra obra. O
motorista, desavisado, deixou a obra do Instituto de ensino superior junto ao caminhão, mas
logo após sua saída foi solicitado sua urgente volta, pois o serviço de soldagem não era para
ter sido interrompido. Entretanto, esses desencontros de informações acabaram acarretando
em um atraso no serviço de solda.

82
As RUPs diárias ficaram entre 0,022 e 0,012 Hh/m², tendo seu maior valor quando a
soldadora apresentou um defeito no dia 06/10/2016 e seu menor valor no dia 08/10/2016,
quando os únicos fatores que interferiram na produção, também foram observados em todos
os outros dias. A RUP cumulativa ficou em 0,014Hh/m², enquanto a RUP potencial em
0,013Hh/m², assim apresentando uma diferença de apenas 0,001Hh/m² e reafirmando que a
RUP cumulativa é que melhor representa a produtividade.

FAP n°: MÊS:


SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE OUT

SERVIÇO Espalhamento das fôrmas N° DE FUNCIONÁRIOS: DOIS MONTADORES E UM AUXILIAR DE ESTRUTURA


Metragem Metragem RUP RUP
Data Hh diaria Hh cum. META RUP cum. Observação
diaria cum. diaria potencial
3 2,5 260,168 0,009609 trabalho em altura
2,5 260,168 0,009609
#DIV/0!
4 11,64 735,408 0,014203 trabalho em altura
14,14 995,576 0,015828
#DIV/0!
4 2,5 113,552 0,015003 trabalho em altura
16,64 1109,128 0,022016
#DIV/0!
5 2 80 0,015675 trabalho em altura
18,64 1189,128 0,025
#DIV/0!

Tabela 3- acompanhamento da produtividade do serviço de espalhamento das fôrmas da laje Steel Deck.

Não foi possível calcular a RUP potencial por não haver RUP diária menor do que
cumulada. As RUPs diárias variaram entre 0,0096 a 0,0220 Hh/m², esse aumento progressivo
da RUP diária se explica pelo fato de que o começo do espalhamento das fôrmas é mais
rápido, pois poucos vãos ainda estão preenchidos e se começa a preencher os vão que têm
mesmo tamanho, como por exemplo, teve um vão em que ele era preenchido por quarenta e
oito fôrmas iguais, enquanto outros vãos eram preenchidos por apenas uma. Assim, mais para
o final do espalhamento a produtividade diminui, já que os profissionais tendem a olhar mais
vezes no projeto aonde vão às peças restantes, além do que para agilizar o trabalho do
caminhão munck (a hora do munck é muito mais cara do que a de um montador ou auxiliar
de estrutura) era necessário o transporte de varias peças juntas, como alguma dessas peças
eram de tamanho único, ocorria do munck transportar varias juntas e algumas ficarem longe
do seu destino final no pavimento.

83
FAP n°: MÊS:
SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE 3, 7, 4 e 6 OUT

SERVIÇO Corte N° DE FUNCIONÁRIOS: UM MONTADOR E UM AUXILIAR DE ESTRUTURA


Metragem Metragem RUP RUP
Data Hh diaria Hh cum. META RUP cum. Observação
diaria cum. diaria potencial
0,015392
5 7,37 7,37 478,83 478,83 0,015392
#DIV/0!
6 8,5 435,3 0,017361 problema com a extensão
15,87 914,13 0,019527
#DIV/0!
7 5,83 333,73 0,01739 problema com a serra eletrica. Paralização do serviço para
21,7 1247,86 0,017469
#DIV/0! ajudar com o transporte de materiais

SERVIÇO Recorte N° DE FUNCIONÁRIOS: DOIS MONTADORES


5 16,74 731,51 0,022884 trabalho em altura
16,74 731,51 0,022884
#DIV/0!
6 3 258,18 0,019946 trabalho em altura
19,74 989,69 0,01162 0,0116198
#DIV/0!
7 6 258,18 0,020627 trabalho em altura. Curto circuito na serra eletrica e
25,74 1247,87 0,02324
#DIV/0! equipamento pega fogo

Tabela 4- acompanhamento da produtividade do serviço de corte e recorte da laje Steel Deck.

O serviço de corte teve mais horas acumuladas, pelo fato de haver mais peças para se
fazer o corte do que o recorte. No total foram vinte e nove peças recortadas, uma média de
2,25 peças por hora, enquanto que para corte haviam oitenta e seis peças, uma média de 3,96
peças por hora, pelo motivo anteriormente explicado no item 4.2.4.

No dia 06/10 a extensão que conectava a lixadeira elétrica na energia deu curto
circuito, atrasando o serviço em praticamente cinquenta minutos, houve então a necessidade
de substituí-la. Já no dia 07/10, quase uma hora de paralização foi provocada pela requisição
da mão-de-obra em outro serviço, o de transportar materiais do deposito da obra até o terceiro
pavimento, enquanto se tentava sanar um defeito elétrico na lixadeira. Tais imprevistos
contribuíram para elevar a RUP diária que teve uma variação de 0,0154 a 0,0175 Hh/m² e
uma RUP cumulativa de 0,0174Hh/m².

Já o serviço de recorte teve no dia 07/10 a RUP diária mais elevada, 0,0232Hh/m²,
graças a um curto circuito na lixadeira elétrica que acabou pegando fogo no equipamento,
enquanto o profissional responsável a usufruía na beirada do terceiro pavimento. Apesar do
equipamento trinta minutos depois já estar consertado, a produtividade continuou mais baixa,
o que se entende pelo zelo e cautela do operário no seu manuseio, pois o trabalho era feito em
altura e incidentes como esses poderiam acabar provocando um acidente de trabalho grave. Já
no dia 06/10 por ter varias horas em um mesmo serviço, cada recorte com seus minuciosos

84
detalhes, eram comuns os profissionais fadigados reduzirem a produtividade ao final do
expediente. Com isso se teve uma RUP cumulativa de 0,0206Hh/m², enquanto a RUP
potencial foi 0,0116Hh/m², uma diferença de 0,009Hh/m².

FAP n°: MÊS:


SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE 5e 8 OUT

SERVIÇO Costura N° DE FUNCIONÁRIOS: UM MONTADOR


Metragem Metragem RUP RUP
Data Hh diaria Hh cum. META RUP cum. Observação
diaria cum. diaria potencial
5 7,37 772,28 0,009543
7,37 772,28 0,009543
#DIV/0!
0,00549631
6 0,67 121,9 0,008991
8,04 894,18 0,005496
#DIV/0!

SERVIÇO Marcação e espalhamento dos Stud Bolts N° DE FUNCIONÁRIOS: UM AUXILIAR DE ESTRUTURA


6 8,5 608,9 0,01396
8,5 608,9 0,01396
#DIV/0!
0,013267
7 8 603 0,013615
16,5 1211,9 0,013267
#DIV/0!

Tabela 5- acompanhamento da produtividade do serviço de costura e marcação espalhamento dos Stud Bolts da laje Steel Deck.

No serviço de costura nota-se que a metragem cumulada não chega perto da área total
da laje de 1.248m², isso se deve ao fato de que o auxiliar de estrutura responsável pelo
espalhamento dos Stud Bolts, por diversas vezes também executou o serviço de costura
enquanto fazia a marcação dos pinos, além dos profissionais responsáveis pelo recorte, que
também executaram o serviço de costura para encaixar as peças recém recortadas. Dessa
forma, a metragem restante não foi contabilizada pela inviabilidade de se mensurar.

No serviço de costura a RUP cumulativa foi de 0,0090Hh/m², enquanto a RUP


potencial ficou em 0,0054Hh/m², uma diferença de apenas 0,0036Hh/m². Já para o serviço de
marcação e espalhamento dos Stud Bolts, a RUP cumulativa foi 0,0136Hh/m² e a potencial
0,0133Hh/m², diferença de 0,0003Hh/m², novamente reafirmando a cumulativa como a
melhor representação da produtividade.

85
FAP n°: MÊS:
SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE 4e 6 OUT

SERVIÇO Coloção das bordas N° DE FUNCIONÁRIOS: DOIS MONTADORES


Metragem Metragem RUP RUP
Data Hh diaria Hh cum. META RUP cum. Observação
diaria cum. diaria potencial
6 0,022864 trabalho em altura
15 15 656,064 656,064 0,022864
#DIV/0!
0,01408593
7 0,0187 trabalho em altura
8,34 23,34 592,08 1248,144 0,014086
#DIV/0!

SERVIÇO Fixação das bordas N° DE FUNCIONÁRIOS: MONTADOR


8 0,004807
6 6 1248,144 1248,144 0,004807
#DIV/0!

Tabela 6- acompanhamento da produtividade do serviço de colocação e fixação das bordas da laje Steel Deck.

O serviço de colocação das bordas era realizado na beirada do pavimento, sendo assim
caracterizado como um serviço perigoso, apesar dos profissionais estarem amarrados a
estrutura. No dia 07/10, a produtividade aumentou graças à instalação de telas de proteção ao
redor de todo o pavimento, apesar de não resistir ao peso do corpo humano, essas telas
tornam o local de trabalho mais seguro e sinalizado, refletindo direto na produtividade. Assim
obteve-se uma RUP cumulativa de 0,0187 Hh/m² e uma RUP potencial 0,0141 Hh/m²,
diferença de 0,0046 Hh/m².

Enquanto a fixação das bordas, por se concluir em apenas meio turno de trabalho, não
tem-se como concluir a respeito da sua produtividade. Entretanto diante o cronograma da
obra, o resultado foi bastante satisfatório.

Os serviços de espalhamento das telas soldadas e de amarração foram executados no


sábado e no domingo, dessa forma não houve um acompanhamento da produção em campo.
Os dados coletados foram passados pelo chefe de armação, o responsável pela coordenação
dos serviços em campo. Esses dados foram coletados apenas para fazer a composição de
custo, item do próximo capítulo.

86
FAP n°: 9, MÊS:
SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE 10, 11, 12, OUT
13 e 14
SERVIÇO Espalhamento das telas soldadas N° DE FUNCIONÁRIOS: QUATRO SERVENTES

Metragem Metragem RUP RUP


Data Hh diaria Hh cum. META RUP cum. Observação
diaria cum. diaria potencial

8 20 1248,45 0,01602
20 1248,45 0,01602
#DIV/0!

SERVIÇO Limpeza N° DE FUNCIONÁRIOS: DOIS PEDREIROS E DOIS SERVENTES


10 6 1258,67 0,004767 posição incomoda
6 1258,67 0,004767
#DIV/0!

SERVIÇO Amarração N° DE FUNCIONÁRIOS: DOIS AJUDANTES DE AMARRAÇÃO


8 10 624 0,016026
10 624 0,016026
#DIV/0!
9 10 624 0,016026
20 1248 0,016026
#DIV/0!

SERVIÇO Colocação dos espaçadores N° DE FUNCIONÁRIOS: UM PEDREIRO E UM SERVENTE


10 6 814,97 0,007362
6 814,97 0,007362
#DIV/0!
11 4 443,7 0,007945 serviço paralizado para ajudar na colocação da tubulação para
10 1258,67 0,009015
#DIV/0! concretagem

Tabela 7- acompanhamento da produtividade do serviço de espalhamento das telas soldadas, limpeza, amarração e colocação
dos espaçadores da laje Steel Deck.

O serviço de limpeza tem sua produtividade afetada pela posição incômoda que o
profissional é submetido para a sua realização, pois diversas vezes tende a trabalhar agachado
para recolher os moldes cerâmicos, sujeira advinda da soldagem. Enquanto para recolher os
restos de arames da amarração ele consegue trabalhar em pé, graças a uma barra com uma
ponta magnetizada que atrai os restos de arame. Já para o serviço de colocação de
espaçadores é notável a piora da produção no dia 11/10, pois houve a necessidade de
instalação das tubulações para a concretagem, dessa forma tendo-se que interromper o
serviço de colocação de espaçadores para auxiliar os funcionários da concreteira na
instalação.

87
FAP n°: MÊS:
SISTEMA DE GESTÃO DA PRODUTIVIDADE OUT

SERVIÇO Concretagem N° DE FUNCIONÁRIOS: SETE PEDREIROS E ONZE SERVENTES

Metragem Metragem RUP RUP


Data Hh diaria Hh cum. META RUP cum. Observação
diaria cum. diaria potencial

13 87,5 87,5 1248 1248 0,070112 0,070112 Atrasos da concreteira


#DIV/0!
Tabela 8- acompanhamento da produtividade do serviço de concretagem da laje Steel Deck.

A concretagem teve seu acompanhamento descrito no anexo 7.2, cedido pela


Construtora. O anexo contém a rastreabilidade do concreto, quantidade de caminhão
betoneira, assim a hora de entrada e saída de cada um, a quantidade solicitada e a fornecida, o
slump de cada caminhão, relação de profissionais, com base nesses dados que foi
desenvolvida a RUP demonstrada na tabela 8. O principal fator da baixa produtividade
identificada na concretagem se deu pelo fato de a concreteira responsável informar no dia
anterior a concretagem programada a impossibilidade de realizar o serviço, assim tendo de
contratar outra de ultima hora. Em decorrência desse fato a concreteira não teve tempo para
se planejar, gerando atrasos entre alguns caminhões betoneiras de aproximadamente duas
horas, o que representa cerca de uma hora e meia de mão-de-obra parada à espera do
concreto.

Para fim de melhor compreensão dos serviços necessários para a implantação da laje
Steel Deck, foi desenvolvido o diagrama expresso na figura 56. Nele estão contidos os
serviços e suas respectivas RUPs em Hh/m², observada durante a execução das atividades. A
RUP escolhida foi à cumulativa, por se observar nela uma melhor representação da
produtividade.

88
Des carregamento e
veri fi cação da Steel Deck.
RUP: 0,00238 Hh/m²

Tra ns porte vertical e


hori zontal.
RUP: 0,00588 Hh/m²

Es palhamento das
fôrma s.
RUP: 0,0157 Hh/m²

Cos tura .
RUP: 0,00899Hh/m²

Corte. Recorte. Col oca ção das


Ma rca çã o e RUP: RUP: borda s.
es palhamento dos 0,0174Hh/m² 0,0206Hh/m² RUP: 0,0141Hh/m²
Stud Bolts.
RUP: 0,0136Hh/m²

Fi xa ção das bordas.


RUP: 0,00487Hh/m²
Sol dagem.
RUP: 0,0143 Hh/m²

Es palhameto das telas


s ol dadas.
RUP: 0,00401Hh/m²

Ama rra ção.


RUP: 0,00801Hh/m²

Li mpeza.
RUP: 0,00238 Hh/m²

Col oca ção dos


es passadores.
RUP: 0,00794Hh/m²

Concreta gem.
RUP: 0,0701 Hh/m²
.

Figura 56- Diagrama de dependência de serviço com suas respectivas RUPs cumulativa

89
4.4 Composição de custos
Para o levantamento da composição de custos foi necessário reunir as informações
analisadas no levantamento da produtividade para se ter as horas necessárias para a execução
de cada serviço. A partir da RUP cumulativa sabe-se o total de horas necessárias para a
realização de cada serviço por funcionário, com esse dado se multiplica a RUP cumulativa
com o número total de profissionais com a mesma função (exemplo pedreiro, servente,
montador e demais), com o resultado, então, divide-se pela extensão de toda a área da laje.
No seguimento se tem o consumo de mão-de-obra por metro quadrado de laje Steel Deck.

Os custos unitários da mão-de-obra foram adquiridos a partir dos valores pagos na


obra estudada. Apenas o salário do encarregado da Empresa Y que não foi divulgado, como
seu único serviço no processo de produção foi o de soldagem, se obteve a partir do ORSE
(Orçamento de Obras de Serviço, um software especializado em fazer orçamentos para obras
de construção civil) o valor da hora do soldador, mesmo método utilizado para ajudante de
armador.

Para adquirir o consumo de materiais usados na execução da laje Steel Deck do


terceiro pavimento, foi necessário junto ao oficial administrativo da obra levantar todos os
insumos comprados e disponibilizados para o serviço e logo após dividir todos eles
individualmente pela área total de laje para obter o consumo por metro quadrado. A tabela 9 a
seguir, descreve o consumo de materiais utilizados em toda a área de laje Steel Deck do
terceiro pavimento.

No caso do arame recozido, foi estimada uma quantidade (dada em massa) para o
pavimento todo a partir da experiência do encarregado de armação. As quantidades dos
demais materiais utilizados foram obtidas nas notas fiscais de compra do material, já que as
notas referentes ao 3° andar eram separadas dos demais andares.

90
Consumo de materiais
Materiais Unid Quantidade
Arame recozido ( diâmetro
do fio : 1,25mm/ bitola: kg 12,00
18BWG)
Tela aço soldada nervurada
CA-60, Q196, malha
10x10cm, ferro 5.0mm, unid 105,00
painel 6,00x2,45m,
(3,11kg/m²), telcon ou
similar
Fixadores de bordas unid 273,00
Parafuso sext. Flangeado
pon. Broca n.1 c/ar epdm ri unid 3.546,00
ac n.12x7/8
Bordas de dobra m 273,00
PINO STUD WELDING
unid 3.000,00
3/4'' x 4.1/8'' (19x105MM)
ANEL CERAMICO
DENTADO TIPO SD 3/4''- unid 3.000,00
19MM
Concreto usinado
bombeavel, classe de m³ 145,50
resistencia c 30, com brita
0 e 1, slump= 12 +/- 2
Espaçadores CG 30 unid 4.000,00
Telha-fôrma MF 75
m
#0,08mm 1.700,00

Tabela 9- consumo de materiais para execução da laje Steel Deck do terceiro pavimento

Todos os preços unitários dos materiais foram baseados nos valores pagos pela
construtora, com exceção do arame recozido que teve preço baseado na cotação do ORSE.

Todos os equipamentos utilizados na execução do serviço da laje Steel Deck eram de


posse própria da Empresa Y, com exceção do gerador de energia e o munck alugado para
transporte das telas soldadas. Mas para fins didáticos, o valor da hora do aluguel de todos os
equipamentos foram incluídos na composição de custos (tabela 10), todos eles também
obtidos a partir do ORSE. Com exceção do gerador de energia, pois seu valor foi referente ao
pago em obra, e a soldadora que teve custo por hora obtido pela tabela do SINAPI SE do mês
91
de outubro de 2016. O fixador de borda não teve preço encontrado, seu valor foi suposto
meramente a partir da experiência dos profissionais encarregados e do valor médio do
quilograma da chapa de aço inox no mercado.

Laje Steel Deck espessura de chapa 0,8mm, esp laje 14cm, com concreto usinado (m²)
custo MAT custo MO
Componentes unid consumo custo unit (R$)
(R$) (R$)

Montador h 0,076 7,73 0,59


Auxiliar de estrutura h 0,026 4,82 0,13
Pedreiro h 0,013 5,96 0,08
Servente h 0,013 4,04 0,05
Telha-fôrma MF 75 #0,08mm m 1,31 47,67 62,45
Parafuso sext. Flangeado pon.
Broca n.1 c/ar epdm ri ac unid 2,40 0,12 0,29
n.12x7/8
Solda em pinos Stud Bolts * unid 2,40 11,40 27,35
Espaçadores CG 30 unid 3,20 0,10 0,34
Armação de tela soldada Q196 kg 3,12 3,43 10,72
6,00x2,45m *
Fixação das bordas de dobra m 0,21 2,97 0,62
para laje Steel Deck*
Caminhao munck h 0,01 108,00 0,97
Concreto usinado bombeavel,
classe de resistencia c 30, com m³ 0,11 235,00 25,85
brita 0 e 1, slump= 12 +/- 2 *
Aluguel de Lixadeira eletrica h 0,03 0,83 0,02
Custos Diretos
128,60 0,84
Parciais
Leis Sociais (%) 87,67 0,74
Custos Diretos totais 130,18
B.D.I. (%) 25,69 33,44
Preço total 163,63

Tabela 10- composição de custos por metro quadrado da laje Steel Deck

A tabela 10 representa a composição de custos para a execução do serviço de


instalação da laje Steel Deck, com espessura de chapa 0,80mm, espessura da laje 14 cm, com
concreto usinado. O encargo utilizado foi o mesmo usado em obra, já o B.D.I. escolhido é
meramente para efeito didático. A tabela 11 a seguir, descreve melhor todos os componentes
que são serviços (*), como o de Solda em pinos Stud Bolts, Fixação das bordas de dobra para
laje Steel Deck e Armação de tela soldada Q196 6,00x2,45m.
92
custo custo MAT custo MO
componente unid consumo
Solda em pinos Stud Bolts (unid) unit (R$) (R$) (R$)

Soldador h 0,006 5,97 0,04


Montador h 0,007 7,73 0,05
Auxiliar de estrutura h 0,005 4,82 0,02
Gerador de 290Kva diaria 0,001 205,00 0,21
ANEL CERAMICO DENTADO
TIPO SD 3/4''-19MM unid 1,05 0,25 0,26
PINO STUD WELDING 3/4'' x
4.1/8'' (19x105MM) unid 1,05 9,65 10,13
Aluguel de máquina soldadora-
475A trifasica: capacidade-
grande h 0,0043 1,86 0,01
Caminhao munck h 0,0063 108,00 0,68
Custos diretos: 11,40
Fixação das bordas de dobra para

custo custo MAT custo MO


componente unid consumo
unit (R$) (R$) (R$)
laje Steel Deck (m)

Montador h 0,11 7,73 0,85


Bordas de dobra m 1,05 1,25 1,31
Parafuso sext. Flangeado pon.
Broca n.1 c/ar epdm ri ac
n.12x7/8 unid 2 0,12 0,24
Fixadores de bordas unid 1,05 0,50 0,53
Aluguel de Lixadeira eletrica h 0,045 0,83 0,04
Custos diretos: 2,57

custo custo MAT custo MO


componente unid consumo
unit (R$) (R$) (R$)
Armação de tela soldada Q196

Servente h 0,0042 4,04 0,02


6,00x2,45m(kg)

ajudante de armador h 0,0042 8,30 0,03

Tela aço soldada nervurada CA-


60, Q196, malha 10x10cm, ferro
5.0mm, painel 6,00x2,45m,
(3,11kg/m²), telcon ou similar kg 1,05 3,16 3,31
Arame recozido ( diâmetro do
fio : 1,25mm/ bitola: 18BWG) kg 0,0025 8,95 0,02
Caminhão munck h 0,00042 108,00 0,05
Custos diretos: 3,43

Tabela 11- descrição dos serviços para a composição de custos da laje Steel Deck

93
A partir do somatório das homens horas trabalhadas das tabelas 10 e 11 da
composição de custo, têm-se que para a construção de um metro quadrado da laje Steel Deck,
incluindo a estrutura e concretagem, são necessários 0,41Hh/m² a um custo de R$163,63.

Figura 57- custo do metro quadrado pelo software ORSE.

Fonte: ORSE (2016)

94
O resultado obtido ficou dentro de uma margem aceitável de preço levando em
consideração o valor exposto pelo ORSE (figura 57), haja vista que a criação do serviço
dentro do software corresponde ao ano de 2010 e não se apresenta tão completa,
desconsiderando o uso do caminhão munck, dado que esse apresenta o equipamento com a
hora mais elevada. O que a princípio apresenta como um gasto a mais, pode significar uma
economia de tempo e de mão-de-obra e seus encargos. A julgar que o consumo de pedreiro e
servente diminuiu acentuadamente quando se utilizou o munck para transportar as telas
soldadas, um serviço que necessitaria de seis serventes e dois pedreiros trabalhando em uma
jornada de nove horas, foi executado em apenas duas horas.

95
5 Conclusão e sugestões

O objetivo geral do presente trabalho de conclusão de curso foi atingido, à medida que
foram gerados índices para a medição da produtividade e desta forma contribuindo para a
medição de consumo para a composição de custos.

Em relação ao cumprimento dos objetivos específicos, tem-se que:

 Quanto ao objetivo especifico que buscava entender o processo construtivo de laje em


Steel Deck e estudar suas particularidades, foi cumprido no item 2.1.2 da revisão
bibliográfica, em que se conheceu o passo-a-passo da execução da laje Steel Deck,
junto ao item 4.2 que descreve todo o serviço de implantação como ele realmente foi
executado em obra, com seus respectivos registros fotográficos;
 A avaliação da produtividade da mão-de-obra no serviço de execução de uma laje em
Steel Deck foi cumprida no item 4.3, que fez o levantamento da produtividade
individualmente pelos serviços necessários, com suas respectivas RUPs diária,
cumulativa e potencial (quando possível);
 Também no item 4.3 se tem o diagnostico dos fatores que influenciam na
produtividade da mão-de-obra no serviço de execução de uma laje em Steel Deck, à
medida que para justificar a variação nos índices de produtividade foi necessário
identificar os elementos causadores;
 O objetivo específico que previa a avaliação do consumo de materiais no serviço de
execução de uma laje em Steel Deck foi cumprido na tabela 10 do item 4.4, em que
descreve toda a quantidade de insumos necessários para a execução de toda a área da
laje Steel Deck do terceiro pavimento;
 No item 4.4 também compre o ultimo objetivo especifico de fazer a composição de
custo do serviço de execução de uma laje em Steel Deck;

A proposta do presente trabalho de conclusão de curso era fornecer um acervo técnico


a literatura carente de dados a respeito dessa nova tecnologia, a laje em Steel Deck. O tema
focado em abordar a produtividade e a correlacionar com a composição de custo foi baseado
no interesse do mercado da construção civil nesses dados. Haja vista que em tempos de crises
como o vivido atualmente, tecnologia com alta produtividade e baixo custo são sempre uma
saída de grande procura.

96
Os indicadores de produtividade apontaram que as RUPs diárias são comumente
afetadas por fatores externos e que muitas das vezes fogem do poder de controle da empresa
na tentativa de tentar alterá-los. Já as RUPs cumulativas estiveram mais imunes aos
contratempos e ofereceu um dado mais real das produtividades dos serviços descritos, pois
muitas dessas interferências se apresentaram como uma casualidade extremamente pontual.

A sugestão a respeito dos fatores influenciadores que poderiam ser evitados e


alternativas para se ganhar mais em produtividade, é um maior planejamento prévio das
atividades estudadas, definindo uma estratégia e método operacional afim de minimizar ao
máximo esses fatores. E por fim, trocar e fazer manutenções constantes dos equipamentos
para se evitar perder tempo de serviço consertando ou trocando maquinário quebrado.

A descrição do consumo de materiais se tem como uma particularidade do terceiro


pavimento do prédio da Administração da obra do IFS Aracaju-SE, mas foi de extrema
importância para chegar junto a análise da produtividade à composição de custos. A
composição por ser oferecido o valor do metro quadrado do serviço de execução da laje Steel
Deck se torna mais universal e serve para estudantes, pesquisadores, construtoras, projetistas
e demais interessados como uma base orçamentário para se fazer um comparativo de custos.

É importante salientar o exposto na revisão bibliográfica, item 1.3, que apesar da


composição de custos oferecer o valor por metro quadrado da laje Steel Deck, não basta
apenas comparar a outros valores de metros quadrados de outros tipos de lajes. A escolha do
melhor tipo de laje e de maior custo benefício depende de uma infinidade de fatores expostos
no item citado. Apenas após um estudo minucioso de viabilidade econômica, tendo em mente
sempre as particularidades de cada obra, é que se pode chegar a um resultado final quanto a
melhor e mais barata escolha.

97
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99
7 Anexo

7.1 Convocação de horas extras

100
7.2 Concretagem

101
102
103

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