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Daniela Sampaio Pontes Cordeiro

Renata da Costa e Silva de Matos Paiva

ALVENARIA DE BLOCOS DE GESSO: EXECUÇÃO E VANTAGENS

Recife
2015
1

Daniela Sampaio Pontes Cordeiro

Renata da Costa e Silva de Matos Paiva

ALVENARIA DE BLOCOS DE GESSO: EXECUÇÃO E VANTAGENS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a Coordenação do Curso de
Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal de Pernambuco,
como requisito parcial à obtenção do título
de Engenheiro Civil. Sob a orientação do
Professor Sérgio do Rêgo Barros
Machado Dias.

Recife
2015
2

Catalogação na fonte
Bibliotecária Margareth Malta, CRB-4 / 1198

C794a Cordeiro, Daniela Sampaio Pontes Cordeiro.


Alvenaria de blocos de gesso: execução e vantagens / Daniela Sampaio Pontes
Cordeiro e Renata da Costa e Silva de Matos Paiva. - Recife: O Autor, 2015.
61 folhas, il., gráfs., tabs.

Orientador: Prof. Dr. Sérgio do Rêgo Barros Machado Dias.


TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG.
Departamento de Engenharia Civil, 2015.
Inclui Referências.

1. Engenharia Civil. 2. Vedações verticais internas. 3. Bloco de gesso.


4. Sistema construtivo. I. Paiva, Renata da Costa e Silva de Matos. III.
Dias, Sérgio do Rêgo Barros Machado. (Orientador). III. Título.

UFPE

624 CDD (22. ed.) BCTG/2015-231


3

ATA DA DEFESA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA CONCESSÃO


DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL

CANDIDATO(S): 1 – Daniela Sampaio Pontes Cordeiro


2 – Renata da Costa e Silva de Matos Paiva

BANCA EXAMINADORA:
Orientador: Sérgio do Rêgo Barros Machado Dias
Examinador 1: Tibério Wanderley Correia de Oliveira Andrade
Examinador 2: João Joaquim Guimarães Recena

TÍTULO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: ALVENARIA DE BLOCOS


DE GESSO: EXECUÇÃO E VANTAGENS

LOCAL: CTG/UFPE

DATA: 03/09/2015 HORÁRIO DE INICIO: 11:00 HORAS.

Em sessão pública, após exposição de cerca de......minutos,


o(s) candidato(s) foi (foram) argüido(s) oralmente pelos
membros da banca, sendo considerado(s):
1)(..) aprovado(s), pois foi demonstrado suficiência de
conhecimento e capacidade de sistematização no tema da
monografia e o texto do trabalho aceito
( ) Sem revisões.
( ) Com revisões, a serem feitas e verificadas pelo orientador
no prazo máximo de 30 dias.(o verso da folha da ata poderá ser
utilizado para pontuar revisões).
2) (..) reprovado(s).

Na forma regulamentar foi lavrada a presente ata que é


assinada pelos membros da banca e pelo(s) candidato(s).

Recife,.....de............de 20....
Orientador:...................................................
Examinador 1..................................................
Examinador 2..................................................
Candidato 1...................................................
Candidato 2 ..................................................
4

AGRADECIMENTOS

Agradecemos às nossas famílias e aos nossos companheiros pelo apoio,


paciência e incentivo durante todo o curso que foi essencial para que
conseguíssemos alcançar mais essa conquista. Agradecemos também aos
professores do Departamento de Engenharia Civil que dividiram suas experiências e
conhecimentos.
5

RESUMO

Apesar de ser um método construtivo novo, as vedações verticais internas em


bloco de gesso, é uma das apostas para uma construção mais leve, produtiva e de
boa qualidade. Sendo cada vez mais utilizado no Nordeste, que reponde por cerca
de 90% da produção brasileira. Dentro desse contexto, este trabalho objetiva
compreender a ascensão do uso do bloco de gesso na vedação interna de casas e
edifícios de múltiplos pavimentos, as suas vantagens e desvantagens comparada à
alvenaria em bloco cerâmico e esclarecer a metodologia utilizada na sua execução.
Para o desenvolvimento deste estudo foi realizado acompanhamento de todas as
etapas de serviços voltadas à aplicação de alvenaria de bloco de gesso em obra.
Baseado nesse estudo é possível afirmar que seguindo um projeto bem elaborado e
executado de maneira correta, o sistema construtivo de alvenaria interna com blocos
de gesso é uma boa alternativa para garantir o padrão de qualidade desejada e
reduzir custo da construção.

Palavras-chave: Vedações verticais internas. Bloco de gesso. Sistema construtivo


6

ABSTRACT

Although it is a new construction method, the use of gypsum block to inner vertical
seal is one of the betting for a lighter construction and production of good quality. It is
increasingly used in the Northeast of Brazil, which responds for about 90% of
Brazilian production. In this context, this study aims to understand the rise of the use
of gypsum block in the internal sealing of houses and buildings of multiple floors, its
advantages and disadvantages compared to masonry ceramic block and to clarify the
methodology used in its execution. for the development of this study, it waS
monitored all stages of services aimed to applying plaster block masonry work.
Based on this study it is clear that following a well thought out design and executed
correctly, the construction system of internal masonry with plaster blocks is a good
alternative to ensure the standard of desired quality and reduce construction costs
Keywords: internal vertical seals. Gypsum block. constructive system
7

LISTA DE IMAGENS

Figura 1 - Composição da cadeia produtiva da construção ...................................... 14


Figura 2 - Pavimento tipo da obra estudada ............................................................. 17
Figura 3 - Encaixe do tipo macho e fêmea. .............................................................. 23
Figura 4 – Distribuição de blocos de gesso................................................................24
Figura 5 - Tipo de bloco de gesso ............................................................................ 24
Figura 6 - Mão francesa padrão utilizada no ensaio ................................................. 35
Figura 7 - Mão francesa com aplicação de carregamento na obra em estudo ........ 36
Figura 8 - Encontro de vedações vertical ............................................................... 433
Figura 9 - Forma de deslizamento para execução dos blocos de gesso (NEVES,
2011)...................................................................................................................... 444
Figura 10 - Tipo de encontros de bloco de gesso ................................................... 455
Figura 11 - Detalhe do encontro do bloco de gesso com a viga ............................... 49
Figura 12 - Assentamento da primeira fiada ........................................................... 533
Figura 13 - Esborro de cola de gesso entre juntas ................................................. 544
Figura 14 - Rasgos errados para colocação de eletroduto ..................................... 566
Figura 15 - Detalhe de tira de EPS ......................................................................... 588
Figura 16 - Detalhe de bloco chanfrado ................................................................... 58
8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características da vedação vertical interna com blocos de gesso ........... 18


Tabela 2 - SINDUSCON: Produtividade nas atividades das alvenarias internas ...... 22
Tabela 3 - Exigências físicas e mecânicas para bloco de gesso vazado e compacto
................................................................................................................................. 23
Tabela 4 - Características dos blocos alveolares (ABNT PN.02:013-40-010) ........... 25
Tabela 5 - SINAT: Características dos blocos de gesso Standard-S ........................ 25
Tabela 6 - SINAT: Características dos blocos de gesso Hidrofugados ..................... 26
Tabela 7 - SINAT: Características dos blocos de gesso GRG ................................ 266
Tabela 8 - SINAT: Características dos blocos de gesso GRGH ............................... 27
Tabela 9 - Características da cola de gesso Standard – S ....................................... 29
Tabela 10 - Características da cola de gesso hidrofugada – HIDRO........................ 29
Tabela 11 - Avaliação dos sistemas de fixação ...................................................... 377
Tabela 12 - Controle de ensaios ............................................................................ 500
9

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12

1.1. Justificativa ................................................................................................................ 12

2. OBJETIVOS................................................................................................................. 15

2.1. Objetivo geral ............................................................................................................. 15


2.2. Objetivo específico ................................................................................................... 15
2.3. Metodologia................................................................................................................ 16

3. ALVENRIA DE BLOCO DE GESSO .............................................................. 17

3.1. Definição e características das vedações internas com bloco de gesso . 18

3.2. Conceitos básicos .................................................................................................... 19

3.3. Vantagens e Desvantagens do sistema de vedação interna com bloco de

gesso .................................................................................................................................... 20

3.4. Tipos e características técnicas dos blocos de gesso e gesso cola ......... 22

3.4.1. Blocos Standard (Branco) ...................................................................................... 25


3.4.2. Bloco Hidrofugado (Azul) ....................................................................................... 25
3.4.3. Bloco de gesso GRG (Verde) ................................................................................. 26
3.4.4. Bloco de gesso GRG-Hidro (Rosa) ...................................................................... 27
3.5. Tipos e características técnicas do Gesso Cola .............................................. 28

3.5.1. Gesso cola standard ................................................................................................ 29


3.5.2. Gesso cola hidrofugante ........................................................................................ 29
3.6. Recebimento e estocagem de material .............................................................. 29

3.6.1. Recebimento e estocagem do bloco de gesso ................................................. 29


3.6.2. Recebimento e Estocagem da Cola de Gesso em obra ................................. 30
3.7. Reciclagem do Gesso .............................................................................................. 31

3.7.1. Vantagens do produto reciclado .......................................................................... 31


3.7.2. Benefícios com a reciclagem ................................................................................ 32
10

3.8. Componentes para alvenaria de bloco de gesso ............................................. 32

3.8.1. Gesso para revestimento........................................................................................ 32


3.8.2. Tela de Nylon ............................................................................................................. 34
3.8.3. Bucha para gesso ..................................................................................................... 34
3.9. Equipamentos e ferramentas necessários ....................................................... 37

3.10. Equipamento de Proteção Individual (EPI) ....................................................... 38

3.11. Método executivo da alvenaria de bloco de gesso ......................................... 39

3.11.1. Condições para início............................................................................................ 39


3.11.2. Projeto executivo .................................................................................................... 40
3.11.3. Locação e marcação da primeira fiada ............................................................. 42
3.11.4. Assentamento das primeiras fiadas .................................................................. 42
3.11.5. Elevação e amarração das demais fiadas........................................................ 44
3.11.6. Interface das vedações verticais de bloco de gesso com outras
vedações ......................................................................................................................... 45
3.11.7. Assentamento dos vãos de portas .................................................................... 47
3.11.8. Aplicação das instalações prediais ................................................................... 47
3.11.9. Fixação das paredes nas lajes ............................................................................ 48
4. ESTUDO DE CASO ..................................................................................... 49

4.1. Condições para início............................................................................................ 51

4.2. Projeto executivo .................................................................................................... 51

4.3. Locação e marcação da primeira fiada ............................................................. 52

4.4. Assentamento das primeiras fiadas .................................................................. 52

4.5. Elevação e amarração das demais fiadas........................................................ 53

4.6. Interface das vedações verticais de bloco de gesso com outras


vedações 54

4.7. Assentamento dos vãos de portas .................................................................... 55

4.8. Aplicação das instalações prediais ................................................................... 55

4.9. Fixação das paredes nas lajes ............................................................................ 57


11

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 59

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 60
12

1. INTRODUÇÃO
1.1. Justificativa

O gesso é um aglomerante mineral obtido pela termodesidratação parcial da


gipsita, que pode ser utilizado nos mais variados tipos de mercados: construção civil,
fabricantes de louças sanitárias e de mesas, fábricas de pré-moldados, fabricantes
de gesso ortopédico e odontológico, na agricultura e no tratamento de água. A
pesar de sua utilização em diversas áreas é na construção civil que o gesso ganha
destaque no mercado, sendo junto ao cimento e a cal um dos três aglomerantes
minerais mais utilizados na construção civil.
“O uso da gipsita (CaSO4.2H2O) é justificado principalmente pela propriedade
do sulfato de cálcio de rapidamente perder ou recuperar a água de cristalização.
Com a aplicação de quantidades moderadas de calor, no processo conhecido como
calcinação, a gipsita é convertida para sulfato hemidratado de cálcio
(CaSO4.1/2H2O). Este, quando misturado com a água, retorna à forma estável
diidratada e adquire consistência mecânica.” Diz CETEM (2002).
Segundo CETEM (2002) podem ser obtidos dois tipo de gesso: alfa e beta. O
que irá definir isto é o processo de calcinação. O que difere os dois tipos é o
tamanho e a forma dos cristais. Para esta distinção é preciso a utilização de
métodos específicos de caracterização tecnológica. A forma alfa é menos reativa do
que a beta e apresenta menor resistência.
O processo de calcinação (no qual a gipsita se transforma em gesso pela
ação do calor), segundo SEBRAE (2008), pode ser realizado de duas maneiras: por
pressão atmosférica ou por equipamentos fechados e submetidos a uma pressão
maior que a atmosfera. Estes processos geram o gesso beta e o alfa,
respectivamente.
CETEM afirma que: “Existe uma variedade muito grande de processos de
calcinação, tais como calcinação em autoclave, forno rotativo, transportador com ar
quente, calcinação rápida (flash calcination). O calcinador em forno rotativo é ainda
utilizado em vários lugares do mundo, e também predomina, ao que parece, no pólo
gesseiro do Araripe. Nos Estados Unidos da América, o calcinador em forno rotativo
tem sido quase que totalmente substituído pelos calcinadores tipo panela (kettle) ou
tipo flash”.
13

Os principais materiais utilizados na construção civil provenientes do gesso são:


blocos não estruturais e divisórios, cola de gesso, gesso revestimento, placa de
gesso para teto e drywall.
O gesso está presente em todo o mundo. Os seus maiores produtores e
consumidores são, seguramente os países do continente americano. A produção
mundial de gesso distribui-se nos seguintes percentuais: América do Norte (Estados
Unidos, Canadá e México) com 32%; Ásia com 32%; Europa com 16%, ficando o
restante com um conjunto de países como Brasil, Chile e Argentina. Os principais
produtores de gesso no mundo são, pela ordem de importância, Estados Unidos,
China, Irã, Tailândia, Canadá, Espanha, México, Japão e França (SEBRAE, 2008).
Os Estados Unidos é considerado o maior produtor mundial de gesso. Enquanto,
a Europa possui um consumo de gesso de 80 kg/hab/ano, os Estados Unidos
consome mais de 100 kg/hab/ano (FINEP, 2009).
No Brasil a maior parte da produção de gesso, gipsita e seus derivados
concentra-se na Região Nordeste. Os depósitos pernambucanos fazem parte da
sequência sedimentar cretácea e se localizam no Pólo Gesseiro do Araripe, a 680
km do litoral, fazendo fronteira com os Estados do Ceará e Piauí, e sendo
demarcados pela Chapada do Araripe. No Nordeste, o Estado de Pernambuco
reponde por cerca de 90% da produção brasileira, estimada em dois milhões de
toneladas. O Pólo Gesseiro é formado pelos municípios de Araripina, Trindade,
Ipubi, Ouricuri, Bodocó, Morais e Exu (SEBRAE, 2008).
A indústria da construção civil é um importante segmento da economia nacional.
Em 2013, o valor adicionado da cadeia produtiva da construção, isto é, o PIB
setorial, foi de R$ 349,2 bilhões, o equivalente a 8,5% do PIB do país, segundo a
Fundação Getúlio Vargas.
A Figura 1 apresenta a composição da cadeia produtiva da construção civil em
2012.
14

Figura 1 - Composição da cadeia produtiva da construção

O crescimento da construção civil é notório e com isso os construtores


sentiram a necessidade de manter a qualidade do produto e garantir maior vida útil
às estruturas de concreto, porém diminuindo o custo, para que desta forma
consigam se manter competitivos no mercado da construção.
Viu-se então no gesso a alternativa de garantir maior vida útil às estruturas de
concreto, reduzindo os carregamentos sobre as lajes através de paredes mais leves.
Como o peso médio de paredes feitas com blocos de gesso é da ordem de 60
kgf/m ², ou seja, cerca de 1/3 das paredes convencionais de antes, foi-nos possível
manter nossas estruturas com a mesma concepção anterior (BRASIL GYPSUM
MAGAZINE, 2009).

Em Neves (2011) apud LORDSLEEM JR(2000), DUEÑAS (2003) e SILVA


et al. (2008) são encontrados os seguintes itens que justificam a necessidade de
novos meios de vedações internas na construção civil:
• as paredes de alvenaria são os elementos mais
freqüentemente e tradicionalmente empregados na construção,
sendo muitas vezes responsáveis por parcela expressiva do
desperdício em obra;
• pode alcançar de 20 a 40% do custo total da obra,
considerando-se as inter- relações com o conjunto das
esquadrias, das instalações elétricas e hidrossanitárias e dos
revestimentos;
15

• possuem profunda relação com a ocorrência de patologias: as


paredes de alvenaria são os elementos mais susceptíveis à
fissuração;
• as paredes de vedação em alvenaria determinam grande parte
do desempenho do edifício como um todo, por serem
responsáveis pelo conforto, higiene, saúde e segurança de
uso.

Devido a todos esses fatos que buscam mudanças no mercado da construção


civil, o gesso é uma das apostas para uma construção mais leve, produtiva e de
mesma qualidade. Sendo cada vez mais utilizado no nordeste, que produz maior
parte da produção de gesso do Brasil.
Esse estudo irá apresentar o método construtivo de utilização dos blocos de
gesso para vedações internas em alvenaria através de um estudo de caso.
Descrevendo também os materiais, equipamentos e ferramentas necessários para a
execução do serviço e a facilidade/dificuldade de compra no mercado da construção
civil, visando esclarecer a utilização desse método construtivo.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

O objetivo principal deste estudo é compreender a ascensão do uso do bloco de


gesso na vedação interna de casas e edifícios de múltiplos pavimentos, as suas
vantagens e desvantagem e esclarecer a metodologia utilizada na sua execução.
2.2. Objetivo específico

Para alcançarmos o objetivo principal deste estudo, o objetivo específico terá a


seguinte diretriz:
• apresentar e discutir os requisitos e critérios de desempenho das
vedações verticais em alvenaria não estrutural de blocos de gesso;
• analisar as vantagens e desvantagens do sistema construtivo utilizando o
bloco de gesso, quando comparado ao sistema tradicional de tijolo
cerâmico;
• apresentar o método construtivo para a execução das vedações verticais
internas com blocos de gesso através de um estudo de caso;
16

• apresentar os materiais, equipamentos e ferramentas necessários para a


execução do serviço.
• Apresentar os ensaios necessários para garantir a qualidade dos produtos
de gesso fabricados.

2.3. Metodologia

Para elaboração desse trabalho foi realizado um estudo bibliográfico sobre o


tema alvenaria de vedação com blocos de gesso para obtenção de maior
conhecimento e atualização no que diz respeito ao avanço tecnológico deste
serviço.
Para o desenvolvimento deste estudo foi realizado um acompanhamento de
todas as etapas de serviços voltadas à aplicação de alvenaria de bloco de gesso em
uma obra.
Abrangendo a tecnologia utilizada para execução do serviço de alvenaria de
vedação interna em bloco de gesso, os ensaios necessários para garantir a
qualidade dos materiais utilizados, os materiais, ferramentas e equipamentos
necessários. Além de estudos bibliográficos aprofundados sobre o assunto para que
possamos desenvolver uma análise crítica sobre vantagens e desvantagens do
gesso na construção civil.
O estudo de caso foi realizado no bairro de Candeias em Jaboatão dos
Guararapes – PE.
O estudo será desenvolvido através do acompanhamento diário do serviço,
registro fotográfico, visualização dos laudos dos ensaios dos materiais utilizados e
pesquisa com os funcionários responsáveis pela execução dos serviços.
A obra estudada é constituída por duas torres com mesma arquitetura, cada
uma composta por 21 pavimentos sendo 6 (seis) apartamentos por andar, área de
lazer comum localizada no térreo e edifício garagem interligado com as duas torres
no térreo, no vazado 1 e no primeiro pavimento tipo.
Cada pavimento apresenta três modelos de apartamento com áreas de 59 a 62
m². Os modelos 1,3 e 5 possuem mesmas características dos modelos 2,4 e 6
respectivamente.
17

Os modelos 1,2,5 e 6 são constituídos por 1 (uma) suíte, 1 (um) wc suíte, 1


(um) wc social, 1 (um) quarto flexível, cozinha/área de serviço, sala de jantar, sala de
estar e varanda.
Os modelos 3 e 4 são constituídos por 1 (uma) suíte, 1 (um) wc suíte, 1 (um) wc
social, 1 (um) quarto, cozinha/área de serviço, sala de jantar, sala de estar e
varanda.
Na figura 2 podemos visualizar um dos modelos e a planta baixa do pavimento
com os seis modelos.

Figura 2 - Pavimento tipo da obra estudada

3. ALVENRIA DE BLOCO DE GESSO

O que se espera de uma obra é que ela tenha qualidade, produtividade e


competitividade. Com o intuito de se adaptar ao mercado é que cada vez mais
construtoras optam pelo o uso do bloco de gesso para vedação vertical interna em
suas obras.
Apresentaremos iniciamene a definição e características das vedações
internas com bloco de gesso. Abordando em seguida os principais conceitos básicos
para entendimento no que se refere às vedações verticais internas de blocos de
gesso, fazendo também comparações com as vedações internas de bloco cerâmico
18

para que desta forma se obtenha uma idéia mais ampla das vantagens do bloco de
gesso.

3.1. Definição e características das vedações internas com bloco de gesso


As vedações verticais internas, objeto de estudo deste trabalho, não têm
função estrutural nem de vedação externa da edificação. Essas vedações compõem
paredes internas de casas ou apartamento de múltiplos andares, tendo como
funções: divisão, proteção contra incêndio, isolamento acústico, isolamento térmico,
suportar carga e resistência a impactos.
Para esse trabalho utilizaremos a definição do SINAT (2012) a respeito das
vedações internas com bloco de gesso, “são alvenarias construídas utilizando blocos
de gesso, maciços ou vazados intertravados e unidos entre si com cola de gesso ao
longo de todas as arestas.”
De acordo com ATUAL (2009), a vedação vertical com blocos de gesso
possui as características inerentes ao sistema, conforme Tabela 1.

Tabela 1 - Características da vedação vertical interna com blocos de gesso

Características da vedação vertical interna com blocos de gesso


Apresenta grande resistência à propagação das chamas, a molécula d
Incombustível ’água nele contida opõe-se à elevação e à propagação do calor servindo
como barreira corta-fogo.
Apresentam baixo coeficiente de condutividade térmica devido à elevada
micro-porosidade aliada à baixa densidade, com isso o calor se propaga
Isolante térmico
mais lentamente no interior dos blocos, diminuindo a intensidade e
retardando a transmissão do calor entre superfícies.
Apresentam elevado índice de redução sonora para principais freqüências
de percepção humana. Nos blocos maciços de 100 mm de espessura é
Isolante acústico
possível obter redução de até 38 decibéis para freqüências entre 500 a
800hz.
Apresentam micro porosidade e permeabilidade ao ar úmido, constituindo
Higro-ativo um facilitador de troca de grau de umidade entre o ambiente,
possibilitando a obtenção de equilíbrio higro-térmico.
Estabilidade e O baixíssimo coeficiente de dilatação térmica e hidráulica, aliado a
precisão fabricação industrial, possibilita a obtenção de componentes com precisão
dimensional e padronização dimensional.
Devido a sua baixa densidade, os blocos de gesso são fabricados com
Leveza dimensões de face relativamente elevadas (0,33m²), possibilitando a
construção de alvenarias com baixa densidade por área construída.
Em virtude do tamanho do bloco, da facilidade de montagem, aliado a
Maior precisão dimensional e de encaixe, a produtividade média para elevação
produtividade das paredes é de 25m² homem/dia. A cola de gesso possui boa
trabalhabilidade durante a execução.
Racionalização nas Devido ao acabamento e encaixe dos blocos, as paredes são planas e
etapas de niveladas, dispensando revestimento para correção. A pintura com textura
19

construção acrílica será executada sobre o próprio bloco, sem a necessidade de


chapiscar nem rebocar.
Devido à facilidade de corte dos blocos, aproveitamento dos pedaços
Menor desperdício
cortados e do tempo estendido de utilização da cola, o desperdício é
de materiais
reduzido.
Facilidade de Para reformar o ambiente, a vedação vertical com blocos de gesso
reforma e permite o corte e construção apenas com blocos e cola de gesso, sem
ampliação maiores danos e de fácil execução.
Fácil execução das Os cortes para passagem das instalações elétricas e hidráulicas são
instalações realizados com auxílio de máquina específica, isenta de pó. A
elétricas e recomposição dos rasgos é realizada com gesso, permitindo uma fácil
hidráulicas execução das instalações.

Devido às características intrínsecas, à sua fabricação e à tecnologia, o gesso


torna o sistema construtivo fácil e prático, fornecendo à obra conveniência, precisão
e economia de espaço. Segundo SENAI, 2003, “Os blocos apresentam precisão
milimétrica nas suas dimensões, acabamento perfeito nas suas superfícies e
resistência mecânica garantindo desta forma qualidade, baixo índice de desperdício
e conforto ambiental.”
Lordsleem Jr. (2000) afirma ainda que as vedações verticais têm função de
suporte e proteção das instalações, permitindo que as mesmas sejam embutidas,
criando ambientes com condição de habitação no edifício.
“Vedação vertical com blocos de gesso é definida como sendo um elemento
construído através da união de blocos de gesso por juntas de cola de gesso em uma
obra, formando um conjunto rígido” (NEVES, 2011).
A utilização de blocos de gesso como divisórias internas aumenta a
produtividade da obra, pois se trata de um sistema fácil e prático de montar,
utilizando apenas os blocos pré-moldados e a cola de gesso (SENAI, 2003).
No entanto, é vedada a utilização de inserts ou dispositivos de fixação com
componentes à base de ferro ou aço galvanizado sem proteção adequada em
contato direto com os blocos de gesso da vedação vertical interna e o diâmetro
máximo das redes de instalações hidráulicas, elétricas e de comunicações
embutidas não devem exceder 1/3 da espessura do bloco e com cobrimento maior
ou igual a 4mm (SINAT, 2012).

3.2. Conceitos básicos


São definições importantes para este estudo (SINAT, 2012):
20

Áreas molhadas: áreas da edificação cuja condição de uso e exposição pode


resultar na formação de lâmina d’água (exemplo: banheiro com chuveiro, áreas de
serviço e áreas descoberta);
Áreas molháveis: áreas da edificação que recebem respingos de água decorrentes
da sua condição de uso e exposição e que não resulte na formação de lâmina
d’água (exemplo: banheiro sem chuveiro, cozinhas e sacadas cobertas);
Áreas secas: áreas da edificação onde em condições normais de uso e exposição a
utilização direta da água não está prevista, nem mesmo durante operação de
limpeza (exemplo: lavagem com mangueiras, baldes de água, etc);
Bloco de gesso: componente pré-fabricado em gesso, na forma de paralelepípedo,
podendo conter ou não vazios internos segundo uma das direções principais,
possuindo duas faces planas e lisas e encaixes macho e fêmea em lados opostos
segundo seus contornos laterais;
Bloco de gesso maciço: componente pré-fabricado em gesso, na forma de
paralelepípedo maciços;
Bloco de gesso vazado: componente pré-fabricado em gesso, na forma de
paralelepípedo contendo vazios internos de formato tubular e paralelos a uma das
arestas dos blocos;
Face: parte visível do bloco quando executada as vedações;
Encaixes macho e fêmea: saliências e reentrâncias que permitem os encaixes
entre os blocos;
Dimensões dos lados: dimensões na direção das arestasdas seções planas, sem
considerar as saliências;
Junta de movimentação: sistema de descontinuidade rija e/ou continuidade flexível
entre os elementos de alvenaria e estrutura e/ou esquadria.

3.3. Vantagens e Desvantagens do sistema de vedação interna com bloco


de gesso
As divisórias internas construídas em blocos de gesso vêm sendo cada vez
mais utilizadas na construção civil devido as vantagens que apresentam quando
comparadas á construção de divisórias em alvenaria de blocos cerâmicos.

Vantagens do sistema de vedação interna com bloco de gesso

Com relação ao sistema funcional pode ser identificado:


• Apresentam maior resistência mecânica e rigidez, correspondendo a um
melhor comportamento no travamento as movimentações horizontais da
estrutura;
• Podem ser aplicado sobre qualquer piso acabado sem precisar quebrá-lo;
• Podem ser removíveis facilmente sem deixar marcas;
• Apresentam maior isolamento térmico e acústico por unidade de
espessura;
21

• Melhor acabamento com relação ao material de revestimento quando


comparado aos resultados do reboco tradicional.
• Estabilidade e precisão dimensional devido ao baixíssimo coeficiente de
dilatação e hidráulica;
• São considerados incombustíveis por terem grande resistência a
propagação das chamas, se opõe a propagação do calor.

Com relação à aspectos de ordem econômica pode ser identificado:


• Maior produtividade, devido a mais rapidez na aplicação, e menor custo
global das vedações;
• Oferecem menor peso nos elementos estruturais, conduzindo a uma
economia em torno de 30% no concreto da fundação e 15% das
armaduras da superestrutura;
• Maior área interna dos cômodos devido a menor espessura dos blocos
com relação ao bloco cerâmico;
• Menor utilização de área de canteiro na construção.

Com relação à aspectos de ordem ambiental pode ser identificado:


• Menor quantidade de Energia Incorporada na produção e na aplicação dos
constituintes por unidade de área;
• Menor degradação ambiental por unidade de volume e de produção dos
materiais e componentes constituintes;
• Menor energia (KW/h) utilizada nas etapas de transporte e produção dos
materiais constituintes
• Menor quantidade de água utilizada na produção das vedações internas;
• O gesso emite apenas vapor de água na sua fabricação, enquanto o
cimento e a cal lançam na atmosfera CO2;
• Possibilidade de corte com serrote/serra com praticidade e precisão;
• Sobras facilmente reaproveitadas na própria elevação, gerando pouco
resíduo.
22

Tabela 2 - SINDUSCON: Produtividade nas atividades das alvenarias internas

Produtividade nas atividades das alvenarias internas


Tempo de serviço
Sistema Serviços envolvidos Produtividade (hora/m²)
acabado (hora/m²)
Elevação (marcação,
elevação,tubulação e cxs 0,45
Alvenaria elétricas)
em bloco 1,13
Chapisco 0,08
cerâmico
Emboço 0,45
Aparelhamento e pintura 0,15
Elevação 0,36
Alvenaria
Colocação de tubulação e cxs
de bloco de 0,20 0,68
elétricas
gesso
Aparelhamento e pintura 0,12

Desvantagens do sistema de vedação interna com bloco de gesso

• Como a maioria dos componentes utilizados na construção civil, os


materiais provenientes do gesso não podem ser expostos a umidade
prolongada provenientes do solo ou de pisos de áreas molháveis da
habitação. Sendo necessário a execução de barreiras impermeáveis ou
mecanismos a fim de impedir a passagem da umidade;
• Dificuldade para encontrar mão de obra especializada.

3.4. Tipos e características técnicas dos blocos de gesso e gesso cola

Abordaremos as características técnicas e propriedades dos materiais e


componentes de gesso necessários para execução da vedação interna em alvenaria
de bloco de gesso. Para que sejam especificados corretamente segundo as normas
brasileiras, os blocos devem atender as especificações do projeto de norma da
ABNT 02:103.40-010 (Bloco de Gesso utilizado na vedação vertical interna de
edificações - Especificação).
Os principais materiais a serem utilizados são os blocos e a cola de gesso. Outros
componentes utilizados para a execução dos detalhes construtivos serão abordados
ao longo do método executivo.
Os blocos de gesso apresentam dimensões com precisão milimétricas e
superfícies com acabamento perfeito. Sendo fabricados por processos de
23

moldagem, apresentam duas faces planas e lisas. Podem ser vazados com dutos
cilíndricos de 50 mm ou compactos. São fabricados com encaixe do tipo macho e
fêmea, facilitando sua posterior montagem (SENAI, 2003).

Figura 3 - Encaixe do tipo macho e fêmea.

Os blocos vazados são utilizados quando se deseja diminuir o peso das paredes,
enquanto os blocos compactos permitem construir paredes com maior altura e
melhor isolamento acústico.
O bloco de gesso perfurado é utilizado quando se deseja diminuir o peso das
paredes, reduzindo-se a sobrecarga das estruturas (COSTA; INOJOSA, 2007).
Na tabela 3, Peres, Benachour e Santos (2008) apresentam as exigências físicas
e mecânicas para bloco de gesso vazado e compacto.

Tabela 3 - Exigências físicas e mecânicas para bloco de gesso vazado e compacto


Características Unidade 70 Compacto 70 Vazado 76 vazado 100 Compacto
Tipo de encaixe - paralelo paralelo trapezoidal paralelo
Espessura mm 70,00 +- 0,5 70,00 +- 0,5 76,00 +- 0,5 100,00 +- 0,5
Altura mm 500,00 +- 1,00 500,00 +- 1,00 500,00 +- 1,00 500,00 +- 1,00
Comprimento mm 666,00 +- 2,00 666,00 +- 2,00 666,00 +- 2,00 666,00 +- 2,00
Dureza u.s.c >= 55,00 >= 55,00 >= 55,00 >= 55,00
Desvio de planeza mm <= 2,0 <= 2,0 <= 2,0 <= 2,0
Massa do bloco kg 24,0 +- 1,0 19,0 +- 1,0 18,0 +- 1,0 34,0 +- 1,0
Massa específica kg/cm³ >= 1.030,0 >= 860,0 >= 600,0 >= 1.030,0
Capacidade de absorção de água
% <= 50,0 <= 50,0 <= 50,0 <= 50,0
(simples) -S
Capacidade de absorção de água
% <= 5,0 <= 5,0 <= 5,0 <= 5,0
(hidrofugado) -H

Fonte: Peres, Benachour; Santos (2008)

Existem vários tipos de blocos, os quais possuem características


diferenciadas específicas para cada finalidade de aplicação. Segundo SINAT (2012),
24

podem ser agrupados conforme sua cor, densidade, dimensões, resistência, PH e


presença ou não de vazios.
No Brasil são encontrados apenas blocos com uma relação comprimento e
altura de 666 mm x 500 mm.Os mais comercializados possuem espessuras de 70
mm e 100 mm, sendo que os de 100 mm são produzidos somente na versão maciça
Iremos abordar nesse trabalho quatro tipos de blocos de gesso: os blocos S
ou standard, os blocos hidro ou hidrofugados, os blocos GRG ou reforçados com
fibras de vidro e os blocos GRG-hidro ou reforçados com fibras de vidro e
hidrofugados.

Cada bloco de gesso citado acima apresenta uma utilização especifica. Pires
Sobrinho (2007) descreve a utilização de cada um da seguinte forma:
• blocos de gesso S ou standard - devem ser utilizados
preferencialmente na construção de paredes divisórias internas de áreas
secas;
• blocos de gesso HIDRO ou hidrofugado - devem ser utilizados
preferencialmente na construção de paredes divisórias externas e internas
de áreas secas e molháveis;
• blocos de gesso GRG ou reforçado com fibras de vidro - devem ser
utilizados preferencialmente na construção de áreas de paredes internas,
de áreas secas, que necessitem de resistência ao arrancamento e à flexão
maior;
• blocos de gesso GRG-HIDRO ou reforçado com fibras de vidro e
hidrofugado - devem ser utilizados preferencialmente na construção de
áreas de 56 paredes externas ou internas, de áreas molháveis, que
necessitem de resistência ao arrancamento e à flexão maior.

• Figura 4 - Tipo de bloco de gesso
25

As características dos blocos alveolares para os quatro tipos de blocos


apresentados de acordo com o projeto de norma brasileiro ABNT PN.02:013-40-010
são apresentados na tabela a seguir:
Tabela 4 - Características dos blocos alveolares (ABNT PN.02:013-40-010)

CARACTERÍSICAS STANDARD HIDRO GRG GRGH


Espessura(mm) 70 mm 70 mm 70 mm 70 mm
Tipo Vazado Vazado Vazado Vazado
Dimensões (mm) 666x500 666x500 666x500 666x500
Peso médio kg 18 18 18 18
Peso médio kg/m² 54 54 54 54
Dureza-solidez superficial (u.s.c.) ≥ 55 ≥ 55 ≥ 55 ≥ 55
Resistência ao fogo 2h 2h 2h 2h
Índice de redução acústica dB (A) 32 32 32 32
Resistência térmica m² °C/W 0,23 0,23 0,23 0,23
Acréscimo de peso após 2h de imersão >50% <5% >50% <5%
Resistência à flexão (MPa) 2,0 - 3,0 2,0 - 3,0 3,0 - 4,0 3,0 - 4,0
Resistência à compressão (MPa) 4,5 - 5,5 4,5 - 5,5 4,5 - 5,5 4,5 - 5,5

3.4.1. Blocos Standard (Branco)


São blocos simples, usualmente produzidos na cor branca. Utilizados
preferencialmente para divisórias internas e áreas secas. Formado de gesso e água.
Suas características estão apresentadas na tabela 4.
Tabela 5 - SINAT: Características dos blocos de gesso Standard-S

Espessura do bloco em mm
Características
70 70 100 Tolerância
Tipo Vazado Maciço Maciço -
Dimensões em mm 666x500 666x500 666x500 0,5
Peso médio em Kg de um bloco 19 24 34 5%
Peso médio em Kg/m² 54 72 102 5%
Dureza-Solidez superficial em Shore C >=55 >=55 >=55 -
Módulo de resistência à flexão (MPa) >=2,0 -
Resistência à Compressão (MPa) >=3,0 -
Fonte: SINAT (2012)

3.4.2. Bloco Hidrofugado (Azul)


• São blocos que recebem aditivos hidrofugantes que permitem menor
absorção de água pelo gesso. Usualmente produzidos na cor azul,
26

permitindo diferenciar dos outros tipos de blocos de gesso. Utilizados


preferencialmente para divisórias internas e áreas molháveis e
molhadas. Suas características estão apresentadas no tabela 5.

Tabela 6 - SINAT: Características dos blocos de gesso Hidrofugados


Espessura do bloco em mm
Características
70 70 100 Tolerância
Tipo Vazado Maciço Maciço -
Dimensões em mm 666x500 666x500 666x500 0,5
Peso médio em Kg de um bloco 19 24 34 5%
Peso médio em Kg/m² 54 72 102 5%
Dureza-Solidez superficial em Shore C >=55 >=55 >=55 -
Absorção de água <5% <5% <5% -
Módulo de resistência à flexão (MPa) >=2,0 -
Resistência à Compressão (MPa) >=3,0 -

Fonte: SINAT (2012)

3.4.3. Bloco de gesso GRG (Verde)


São blocos que recebem reforço com fibras de vidro, que possibilita maior
resistência ao arrancamento e a flexão. Usualmente produzidos na cor verde,
permitindo diferenciar dos outros tipos de blocos de gesso. Utilizados
preferencialmente para divisórias internas, áreas secas e em áreas de segurança
para fuga em caso de incêndios e em locais que possuam grande aglomeração de
pessoas.
Tabela 7 - SINAT: Características dos blocos de gesso GRG

Espessura do bloco em mm
Características
70 70 100 Tolerância
Tipo Vazado Maciço Maciço -
Dimensões em mm 666x500 666x500 666x500 0,5
Peso médio em Kg de um bloco 19 24 34 5%
Peso médio em Kg/m² 54 72 102 5%
Dureza-Solidez superficial em Shore C >=55 >=55 >=55 -
Módulo de resistência à flexão (MPa) >=3,0 -
Resistência à Compressão (MPa) >=3,0 -
Fonte: SINAT (2012)
27

3.4.4. Bloco de gesso GRG-Hidro (Rosa)


São blocos que recebem reforço com fibras de vidro e aditivos hidrofugantes,
que possibilita maior resistência ao arrancamento e a flexão e menor absorção de
água. Usualmente produzidos na cor rosa, permitindo diferenciar dos outros tipos de
blocos de gesso. Utilizados preferencialmente para divisórias internas ou externas,
em áreas molháveis e molhadas e em locais que necessitam de desempenho
especial.
Tabela 8 - SINAT: Características dos blocos de gesso GRGH

Espessura do bloco em mm
Características
70 70 100 Tolerância
Tipo Vazado Maciço Maciço -
Dimensões em mm 666x500 666x500 666x500 0,5
Peso médio em Kg de um bloco 19 24 34 5%
Peso médio em Kg/m² 54 72 102 5%
Dureza-Solidez superficial em Shore C >=55 >=55 >=55 -
Absorção de água <5% <5% <5% -
Módulo de resistência à flexão (MPa) >=3,0 -
Resistência à Compressão (MPa) >=3,0 -
Fonte: SINAT (2012)
A primeira fiada das áreas frias deve ser executada com blocos hidro-
repelentes. No assentamento da última fiada, deve ser deixada acima dela uma
folga de 2 cm, a ser preenchida após 24 horas, com material deformável (é
recomendável o uso do poliuretano expansível). Os blocos são facilmente
seccionados com o auxilio de um serrote e deve ser providenciada a amarração dos
cruzamentos e encontros das paredes (COBEGE 2005). Como ilustra a figura 4:
28

Figura 5 - Distribuição de blocos de gesso

3.5. Tipos e características técnicas do Gesso Cola


A cola é constituída essencialmente de gesso e pequenas quantidades de
aditivos retentores de água, reguladores de pega, agentes de consistência, etc.,
podendo conter também cargas inertes (PERES, BENACHOUR, SANTOS; 2001).
A cola de gesso é um produto em pó, fornecido em sacos de 20, 5 e 1 kg,
desenvolvido para ser utilizado na montagem dos sistemas de vedação horizontais
(paredes) e verticais (tetos e forros) construídos com pré-moldados de gesso
(SINAT, 2012).
Podendo ser utilizado na colagem de outros elementos de gesso como:
sancas, molduras, placas, painéis de gesso acartonado, na colagem de azulejos,
cerâmicas e ladrilhos (SINAT, 2012).
O gesso cola é utilizado na elevação de alvenaria com bloco de gesso tanto
como argamassa de assentamento, quanto para rejuntamentos dos blocos.
A preparação da cola de gesso consiste no polvilho da cola em pó na água
respeitando-se as dosagens estabelecidas por cada fornecedor. De acordo com
cada fabricante tem-se um tempo de espera que varia de 1 a 3 minutos.
A cola de gesso deve ser estocada em local seco, sobre paletes de madeira e
protegido contra intempéries, possuindo um empilhamento máximo de 15 sacos de
29

altura afastados da parede ou conforme recomendações do fabricante (PERES,


2008; SENAI, 2003).
3.5.1. Gesso cola standard
A cola de gesso standard deve ser preferencialmente utilizada na colagem de
blocos de gesso empregados nas paredes de divisórias internas de áreas secas
(SINAT, 2012).

Tabela 9 - Características da cola de gesso Standard – S

VARIÁVEIS UNIDADES VALORES


Relação água/gesso % 0,63 a 0,67
Espraiamento Cm 10 a 12 (consistência pastosa)
Tempo para inicio de aplicação Min 3
Tempo para fim de aplicação Min 60
Absorção de água % 30 - 40
Resistência ao arrancamento Mpa ≥ 6,0
Fonte: SINAT (2012)

3.5.2. Gesso cola hidrofugante


A cola de gesso hidrofugada deve ser preferencialmente utilizada na colagem
de blocos de gesso empregados nas paredes de divisórias internas de áreas
molháveis e molhadas (SINAT, 2012).

Tabela 10 - Características da cola de gesso hidrofugada – HIDRO

VARIÁVEIS UNIDADES VALORES


Relação água/gesso % 0,63 a 0,67
Espraiamento Cm 10 a 12 (consistência pastosa)
Tempo para inicio de aplicação Min 3
Tempo para fim de aplicação Min 60
Absorção de água % <5
Resistência ao arrancamento Mpa ≥ 6,0
Fonte: SINAT (2012)

3.6. Recebimento e estocagem de material


3.6.1. Recebimento e estocagem do bloco de gesso
O projeto de norma brasileiro 02:103.40-010 (2005) estabelece que ao
receber um lote de blocos de gesso ele deve possuir uma quantidade máxima de
seiscentos blocos, todos do mesmo produtor, entregues no mesmo dia e
30

armazenados nas mesmas condições. De cada lote deve-se retirar seis exemplares
aleatoriamente, destes seis, três serão senviados ao laboratório para a realização de
ensaios.
Segundo SENAI (2003) os blocos são regulamentados pelo Projeto de Norma
02:002-40-010 – Blocos de gesso utilizados na vedação interna de edificações –
especificações.
Ao receber os blocos de gesso deve-se verificar:
 As dimensões;
 As faces se estão planas e bem acabadas;
 Os encaixes macho-fêmea entre os blocos;
 O empeno que não deve exceder a 1%;
 O Esquadro;
 Contaminação de ferrugem;
 Peso do bloco;
 A resistência mecânica.

O local para estocagem de blocos de gesso deve ser seco e protegido contra
intempéries. O empilhamento dos blocos deve ter no máximo 03 blocos de altura,
sobre os paletes de madeira ou ripas de madeira, na posição vertical com o encaixe
macho para cima. Entre uma camada e outra de blocos deve-se colocar ripas de
madeira para evitar desgaste/ quebra do encaixe macho da camada de baixo.

3.6.2. Recebimento e Estocagem da Cola de Gesso em obra

Segundo SENAI (2003) ao receber a cola de gesso deve-se verificar:


 As condições da embalagem;
 Se o produto esta petrificado;
 Contaminação de ferrugem/areia;
 Peso da embalagem;
 Tempo de pega (trabalhabilidade);
 Validade do produto.
31

Deve-se estocar a cola de gesso em local seco, protegido contra intempéries,


sobre paletes de madeira. Empilhamento máximo de 15 sacos ou conforme
recomendações do fabricante.

3.7. Reciclagem do Gesso

A resolução 307/02 do Conama (Conselho Nacional do meio ambiente)


estabeleceu diretrizes, critérios e procedimentos para gestão dos resíduos da
construção civil, disciplinando as ações necessárias de forma a minimizar os
impactos ambientais. Nesta resolução ficou definido que os resíduos do gesso
deveriam ser separados e estocados porque não existiam formas economicamente
viáveis para sua utilização.
Com isto, várias empresas e instituições, principalmente no Nordeste
(principal produtor de gesso) foram atrás de soluções para este problema, pois,
desta maneira, o uso do gesso na construção civil seria desaconselhável. Após
vários estudos, destacaram-se pela sua viabilidade técnica e econômica, aqueles
voltados para utilização dos resíduos na produção de gesso agrícola, bem como
aqueles que visam à reutilização na própria obra pela incorporação nas pastas de
gesso utilizadas nos revestimentos (SEBRAE, 2008)
Segundo a empresa JP Reciclagem de Gesso o gesso é um material 100%
reciclável e seu resíduo pode ser destinado novamente para a construção civil. O
índice de desperdício é de 35% do volume total de gesso aplicado e estes mesmos
35% é reciclado e devolvido para a construção civil em forma de blocos de gesso,
placas e tijolos ainda mais resistentes que o convencional, barateando-se assim o
custo das construções. Este gesso reciclado pode ser utilizado na construções de
casas 100% de gesso, o que gera uma economia de 30% para a obra além da
preservação do meio ambiente com a construção de uma casa totalmente
sustentável.

3.7.1. Vantagens do produto reciclado

Segundo a JP Reciclagem de gesso:


 Mais resistente que o convencional, ou seja, aquele extraído direto da fonte (
gypsita );
32

 O gesso oferece isolamento térmico;


 O gesso oferece isolamento acústico;
 O gesso protege contra incêndio;
 O gesso possui regulação higrométrica;
 Uma parede de gesso reciclado com 10cm de espessura , equivale a uma
parede de bloco convencional de 15 cm de espessura com argamassa nas
duas faces.

3.7.2. Benefícios com a reciclagem

Segundo a JP Reciclagem de gesso:


 Tirar o resíduo de gesso de circulação, ou seja, encaminhá-los para o local
correto onde ocorrerá o processo de reciclagem;
 Tiras as sobras de madeiras, que hoje se considera um problema por não ter
reciclagem correta;
 A cada 100 toneladas de resíduos de gesso extrairemos aproximadamente
8.000 litros de água para consumo;
 Reduzir a contaminação do solo e lençóis freáticos;
 Milhares de empregos sendo gerados através da Reciclagem de Resíduos de
Gesso.

3.8. Componentes para alvenaria de bloco de gesso

3.8.1. Gesso para revestimento


Segundo SEBRAI (2008), as argamassas tradicionais à base de cimento, cal
e areia estão presentes há muito tempo na construção civil e quase todas as etapas
da obra, desde o assentamento dos blocos cerâmicos até o revestimento final. Os
revestimentos com as argamassas tradicionais são geralmente executados
manualmente e em várias etapas. Porém alguns fabricantes já começaram a colocar
no mercado argamassas por projeção mecânica.
As argamassas à base de gesso foram desenvolvidas para aplicação por
projeção mecânica e foram introduzidas no mercado brasileiro em 1996 pela Premix,
com o lançamento da Superjete (fabricada no Brasil).
33

Para que se possa realizar a aplicação da argamassa de gesso projetada é


necessário o auxílio de máquinas de projetar, operários treinados para tal tarefa e
ferramentas convencionais na construção civil. Deve-se seguir as seguintes etapas:

1. Mestrar: com seus pontos pré-definidos são executadas mestras verticais


utilizando o próprio gesso ou mestras metálicas – normalmente alumínio.
2. Projetar: deve-se obter uma consistência adequada ajustando a relação água
/ gesso. A aplicação da pasta deve ser realizada de cima para baixo,
formando filetes horizontais. A espessura e a largura podem ser reguladas
afastando e aproximando o bico de projeção para de obter com precisão a
quantidade de argamassa em cada área a ser revestida.
3. Sarrafear: a superfície deve ser reguada ou sarrafeada para a retirada do
excesso de material. Pequenos defeitos na superfície após a projeção podem
ser concertados manualmente com uma desempenadeira de aço.
4. Alisar: esta etapa deve ser iniciada quando a superfície do revestimento não
mais se deformar, uma vez pressionada pelo polegar. No alisamento
realizado com auxílio de uma desempenadeira de aço, é possível utilizar o
gesso de revestimento manual, o próprio gesso de projetar ou a massa de
gesso para acabamento

Apesar do processo manual ser mais lento ainda é bastante utilizado na


construção civil, principalmente em áreas difíceis de serem trabalhadas. O
revestimento manual pode ser aplicado sobre superfícies de blocos cerâmicos de
cimento, lajes e vigas de concreto, massa única e blocos de isopor. Uma
característica bastante importante para que se obtenha um bom gesso para
revestimento é a trabalhabilidade, representada pelo intervalo de tempo entre o
início e o fim da pega. O processo manual é bem parecido com o projetado, porém
diferencia-se na hora de colocar a pasta no local que se quer revestir, no manual
utiliza-se desempenadeira de aço ou PVC.
Para se verificar o serviço de revestimento deve-se atentar para os seguintes itens:

• Se o esquadro está no limite de tolerância (por volta de 3 mm a cada 2


m);
• Se o alinhamento está aceitável (tolerância máxima de 2 mm em 2 m);
34

• Se o prumo está regular ( tolera-se até 3 mm em 2 m);


• Se a planicidade, verificada em várias posições, está adequada
(tolerância de 3 mm);
• Verificar reabertura das caixas elétricas; e
• Se o acabamento da superfície está satisfatório.

3.8.2. Tela de Nylon

Segundo SENAI (2003), a tela de poliéster (nylon) deve ser utilizada sempre
que houver o encontro da parede em bloco de gesso com uma parede de alvenaria
convencional ou com estruturas de concreto armado. Para sua fixação deve-se
utilizar a cola de gesso.
Quando o encontro for com estrutura de concreto, está deve estar chapiscada
em toda a área de aplicação da cola, garantindo sua aderência.
No caso do encontro com as paredes de tijolo cerâmico, estas podem estar
rebocadas ou não. Quando não rebocadas, a cola deve ser aplicada diretamente no
tijolo. Em paredes rebocadas, pintadas ou revestidas será preciso picoá-las,
garantindo uma maior ancoragem da cola (COSTA; INOJOSA, [2013]).
Segundo Costa e Inojosa (2013), a tela de poliéster também deve ser
aplicada na ligação do bloco de gesso com o teto em laje de concreto, centralizada
no encunhamento.

3.8.3. Bucha para gesso


Para que se possa saber quais os tipo de bucha deve-se utilizar em paredes
de bloco de gesso é necessário a realização de ensaios. Tais ensaios avaliam o
desempenho das vedações internas, quanto às solicitações de cargas provenientes
de peças suspensas.
Na obra em que o estudo de caso foi realizado utilizou os seguintes
dispositivos de fixação para realização dos ensaios: mão francesa padrão e
cantoneira L. Foram utilizados 2 tipos de bucha (S10 e UX8). Para o ensaio foram
submetidas duas paredes de vedação interna, uma parede executada com blocos de
gesso vazado de 70mm e uma parede executada com o mesmo tipo de bloco e com
revestimento cerâmico.
35

O furo para realização do teste foi feito da seguinte forma: utilizou-se uma
broca “serra copo” de 50mm para fazer o furo. Após a realização do furo foi feita a
limpeza do furo com pincel e em seguida foi borrifado água na superfície do furo
para aumentar a aderência do bloco com o gesso cola. Antes de colocar a bucha,
utilizou-se uma mistura de gesso cola com água na proporção de 0,67/0,33 para
preencher o furo. Após inserir a bucha esperou-se 24 horas para ganho de
resistência da cola.

Abaixo estão descritos os dispositivos de fixação utilizados:


 Mão Francesa: neste caso fez-se o uso de discos de aço com 50N cada. Os
discos eram colocados sem golpes e a cada 3 minutos até a carga máxima
suportada pelo sistema de fixação e parede. Após o termino do ensaio,
esperou-se 24h e foi verificado visualmente o aparecimento de
arranchamento ou escorregamento do sistema de fixação.

Figura 6 - Mão francesa padrão utilizada no ensaio


36

Figura 7 - Mão francesa com aplicação de carregamento na obra em estudo

 Cantoneira L: a cantoneira utilizada tinha os lados de comprimento igual a


100mm e largura 22mm, de acordo com a NBR 15575-4 (ABNT, 2013). Os
disco de aço com carga de 50N foram aplicados sem golpes e no intervalo de
3 minutos até a carga máxima suportada pelo sistema de fixação.

O carregamento de 0,8kN é a carga para atendimento ao desempenho mínimo


especificada na NBR 15575-4 (ABNT, 2013).
“’Conforme preconizado na NBR 15575-4 (ABNT, 2013) a carga de segurança
para cargas de longa duração é ½ da carga aplicada, logo, a carga de segurança do
sistema é de 0,4kN, ou seja, 40Kg. Tendo em vista que o ensaio foi realizado com
fixação da mão francesa em dois pontos, a carga de segurança em cada ponto é de
20Kg.”
A tabela a seguir mostra um resumo de todos os ensaios realizados quanto às
solicitações de cargas provenientes de peças suspensas:
37

Tabela 11 - Avaliação dos sistemas de fixação

Vedação Dispositivo Bucha utilizada e Carga máxima Avaliação de


avaliada de fixação forma de fixação aplicada desempenho
Atende ao
Bucha S / 10mm
80kg desempenho
Chumbada
mínimo
Não atende ao
Bucha UX / 8mm
60kg desempenho
Mão Fixada na vedação
mínimo
Parede francesa
Não atende ao
executada padrão Bucha UX / 8mm
80kg desempenho
em blocos Fixada na vedação
mínimo
de gesso Não atende ao
vazado com Bucha UX / 8mm
80kg desempenho
70mm de Fixada na vedação
mínimo
espessura Bucha S / 10mm Carga de
200kg
Chumbada segurança: 66Kg
Cantoneira Bucha UX / 8mm Carga de
200kg
L Fixada na vedação segurança: 66Kg
Bucha UX / 8mm Carga de
200kg
Fixada na vedação segurança: 66Kg
Atende ao
Bucha S / 10mm
80kg desempenho
Fixada na vedação
mínimo
Atende ao
Bucha S / 10mm
80kg desempenho
Fixada na vedação
mínimo
Atende ao
Parede Bucha S / 10mm
80kg desempenho
executada Mão Fixada na vedação
mínimo
em blocos francesa
Não atende ao
de Ge sso padrão Bucha UX / 8mm
80kg desempenho
vazado com Fixada na vedação
mínimo
70mm de Não atende ao
espessura e Bucha UX / 8mm
80kg desempenho
revestimento Fixada na vedação
mínimo
cerâmico Não atende ao
Bucha UX / 8mm
80kg desempenho
Fixada na vedação
mínimo
Bucha S / 10mm Carga de
200kg
Cantoneira Fixada na vedação segurança: 66Kg
L Bucha S / 10mm Carga de
200kg
Fixada na vedação segurança: 66Kg

3.9. Equipamentos e ferramentas necessários

A seguir serão apresentados os equipamentos e ferramentas necessários para a


execução da vedação vertical interna com blocos de gesso:
A trena é uma ferramenta essencial para locação da alvenaria de bloco de gesso.
É utilizada para localizar a divisória no pavimento, a partir de algum ponto de
38

referência, como o eixo da obra ou a marcação de um pavimento inferior. E para


conferência das medidas de acordo com o projeto.
A partir do momento que se encontra o local onde deverá ser elevada a vedação,
utiliza-se o lápis de carpinteiro para marcação e a linha traçante para materialização
do local onde os blocos serão distribuídos (TANIGUTI, 1999).
A materialização da marcação também pode ser utilizado a linha de nylon.
Para a preparação do gesso cola é necessário utilizar um recipiente limpo, de
plástico ou borracha, produto não permaneça no recipiente após o seu
endurecimento. Para realizar a mistura e a aplicação do produto deve-se utilizar
espátula.
Ao longo da execução da vedação interna em bloco de gesso, é necessário o
ajuste dos blocos para amarração das fiadas. Esse ajuste pode ser feito através de
corte com uma serra circular ou serrote, o qual deve estar em boas condições de
uso para garantir a qualidade e a produtividade do serviço.
Para a fixação e o acabamento é necessário o auxilio de um martelo de borracha
utilizado para acomodar o bloco no local correto, a partir de golpes imediatamente
após a aplicação do bloco.
As réguas metálicas de aço possuem como finalidade manter a planicidade
(prumo) da vedação, pois os blocos deverão estar encostados sobre elas.
Recomenda-se utilizar réguas com 2 metros em várias posições: vertical, horizontal
e diagonal.
Para o controle geométrico também é utilizado esquadro para verificação de
ângulo de 90 graus das paredes e o prumo de face para verificar se a vedação
encontra-se com um alinhamento vertical correto e para manter o prumo da vedação
durante a elevação da alvenaria.

3.10. Equipamento de Proteção Individual (EPI)

O canteiro de obras é um local que apresenta risco de acidente. Para manter a


integridade do funcionário (gesseiro ou ajudante) é necessário que ele esteja
sempre com os seus equipamentos de segurança individual (EPI’s). São eles:
 Óculos de segurança e protetor auricular tipo plug (para
utilização da máquina cortadeira).
 Máscara de segurança.
39

 Fardamento completo.
 Luvas impermeáveis.
 Capacete.
 Calçado de segurança.

3.11. Método executivo da alvenaria de bloco de gesso

3.11.1. Condições para início

O sistema construtivo com blocos de gesso é semelhante ao sistema tradicional


com alvenaria de tijolo. Na fundação, na coberta, nos revestimentos, nas esquadrias
e nas instalações são executados com materiais e componentes tradicionalmente
conhecidos e utilizados na construção civil. Porém é um sistema mais prático,
oferece economia de espaço e ainda permite vários tipos de acabamento como:
colagem de fórmica, papel ou ainda assentamento de cerâmica e pintura (Souza,
Angela Cristina 2009).
Como todo serviço a ser executado existe alguns aspectos que devem ser
estudados antes do inicio da execução para melhor entendimento, desenvolvimento,
aproveitamento e escolha dos materiais para garantir excelente qualidade na
execução. Alguns destes são citados a seguir:
• Considerar o projeto de alvenaria de bloco de gesso como
compatibilizador dos demais projetos que compõe a edificação;
• Modular as alvenarias de forma: a aproveitar o maior número de
blocos inteiros, evitando amarração inferior ao mínimo necessário;
iniciar a disposição dos blocos pelos vãos de porta; determinar a
utilização de vergas, quando preciso; indicar interface com as redes
de instalações;
• Estudar as formas de ligações entre paredes de blocos de gesso com
alvenaria de contorno e com elementos estruturais (pilares, vigas e
lajes);
• Utilizar blocos com características hidrofugantes para a primeira fiada
e áreas molhadas, detalhando a impermeabilização;
• Realizar ensaios em amostras dos materiais que serão utilizados para
garantir o desempenho e a qualidade do produto final;
• Detalhar a forma de esquadrias, quadros de instalações e shafts;
40

• Definir forma de locação das paredes, conforme eixo de estrutura ou


eixo próprio para alvenaria.

Para o inicio da execução algumas condições devem ser atendidas para obter o
melhor desempenho do sistema de alvenaria de bloco de gesso.
Deve-se verificar o nivelamento do piso, prumo e esquadro da estrutura, nas
regiões previstas no projeto arquitetônico, para a execução de alvenarias. Admite-se
um desvio máximo de 0,5% em cada uma das verificações efetuadas (SEBRAE,
2008).
O processo construtivo de paredes internas em alvenaria de blocos de gesso
segue os seguintes passos, que serão abordados com detalhes posteriormente:
• Marcação da primeira fiada;
• Assentamento das primeiras fiadas com blocos de gesso
hidrofugantes utilizando cola gesso;
• Elevação e amarração das demais fiadas com conferência do prumo e
da planicidade;
• Aplicação de tela de poliéster em detalhes de encontro de parede ou
em vãos de portas;
• Fixação das parede de bloco de gesso na estrutura.

3.11.2. Projeto executivo

O projeto de elevação de alvenaria é de extrema importância, tanto para


alvenaria de blocos de gesso como para alvenaria de blocos cerâmicos. A partir
deste projeto podem ser realizados levantamentos para identificar a quantidade de
blocos que serão necessários para a obra. Com o projeto pode-se saber a
quantidade exata de cada tipo de bloco e onde ele irá ficar. Nele observa-se o tipo e
espessura de cada bloco, além de mostrar também como será realizado o
travamento da parede, indicando onde fica e qual o tamanho dos trinchos
Segundo Franco (1992) “a qualidade do projeto é condição necessária para a
implantação de uma política de racionalização e qualidade”.
O projeto de execução de alvenaria deve conter todos os detalhes de execução e
todas as informações necessárias para que não ocorram dúvidas durante a
41

produção, seguindo à risca os procedimentos de execução da empresa


(LORDSLEEM JR, 2000).

Em Melhado; Violani (1992) apud Franco (1992) são observados aspectos


importantes na criação do projeto e durante sua execução. Tais aspectos são:
 a definição clara de todas as partes que constituem os projetos,
bem como o seu conteúdo;
 a agregação ao projeto da máxima eficiência em termos de
tecnologia e racionalização;
 a perfeita comunicação entre todos os integrantes do projeto e
do empreendimento, incluindo o estabelecimento de regras
para comunicação;
 a definição e padronização de forma de apresentação das
informações, inclusive através de padronização de
representação gráfica;
 a criação de uma sistemática de avaliação e retroalimentação
dos problemas enfrentados durante a execução dos projetos,
de forma a aumentar continuamente a tecnologia da empresa
através da experiência;
 a integração intensa entre projeto e obra, tanto no sentido da
equipe de projeto dirimir eventuais dúvidas ou colaborar com
alterações não previstas, como da equipe de obra contribuir
com a sua “experiência construtiva” durante a elaboração dos
projetos para aumento da “construtibilidade” do mesmo. O
trabalho de coordenação deve estender-se inclusive durante a
execução do empreendimento, de forma a dar suporte a
possíveis alterações a serem realizadas.

Franco (1992) afirma que: “a implantação de um sistema de coordenação de


projetos aumenta a confiabilidade do processo e diminui as incertezas em todas as
atividades, inclusive e principalmente àquelas relativas à fase de execução. Desta
maneira é atividade fundamental para a implantação de medidas de racionalização e
qualidade”.
Para atender às necessidades de execução o projeto de alvenaria de deve
fornecer os seguintes dados (LORDSLEEM JR, 2000):
 especificação dos componentes de alvenaria: blocos,
composição e dosagem da argamassa de assentamento;
 locação da primeira fiada, a partir do eixo de referência
predefinido;
 planta de primeira e segunda fiadas com a distribuição dos
componentes;
 elevação das paredes, identificando o posicionamento das
instalações e das aberturas;
 características das juntas entre componentes e na ligação
estrutura/alvenaria: espessura e tratamento;
42

 necessidade de uso de juntas de controle: posicionamento e


dimensão;
 amarrações entre fiadas, amarração da alvenaria com a
estrutura;
 definição quanto ao uso de vergas e contravergas pré-
fabricadas ou moldadas no local e o seu posicionamento;
 definição quanto ao uso de shafts ou embutimento de
instalações ou de dutos de prumada.

3.11.3. Locação e marcação da primeira fiada


Os eixos de referência para locação da 1ª fiada devem obedecer ao projeto de
alvenaria de bloco de gesso, na planta de modulação horizontal de 1ª fiada.
Deve-se utilizar como referência para locação da vedação os eixos
materializados e/ou a posição dos elementos estruturais, sendo necessária a
conferência dos vãos deixados pela estrutura executada.
A referência de nível pode ser encontrada através do nível de mangueira ou do
aparelho de nível laser.
A vedação deve estar materializada no piso e parede, na espessura do bloco
de gesso a ser instalado, de acordo com o projeto. Para a materialização da
vedação utiliza-se, de preferência, a linha/fio traçante, a qual fornece um
alinhamento preciso (NEVES, 2011).
A marcação dos blocos também pode ser realizada, através de uma linha de
pedreiro e lápis de carpinteiro, de acordo com a especificação do projeto. Para essa
metodologia os cuidados devem ser redobrados.

3.11.4. Assentamento das primeiras fiadas

A execução da primeira fiada deve ser realizada com o máximo de cuidado e


rigor, é uma das etapas mais importantes da elevação da alvenaria, pois dela
depende o alinhamento das demais fiadas. Deve ser verificado esquadramento,
prumo e alinhamento da fiada.
O local para execução da primeira fiada deve estar limpo e umedecido,
utilizando a vassoura e a água, garantindo a aderência entre o bloco e o contrapiso.
Neve (2011) completa que, além do ambiente, os cuidados de limpeza devem ser
estendidos para os blocos de gesso, para garantir a aderência do bloco com a cola
de gesso.
43

Como nas alvenarias de bloco cerâmico, é recomendada a utilização de


escantilhão para garantir prumo e esquadro das paredes. Segundo Costa, Inojosa
(2013) o escantilhão deve ser localizado a 10 cm da parede em uma das faces a ser
erguida a divisória e devidamente aprumado. Para fixar o bloco ao escantilhão
utiliza-se um grampo.
O bloco de gesso pode estar em contato lateral com outro bloco de gesso,
uma parede em alvenaria de bloco cerâmico ou uma estrutura de concreto. Os casos
de encontro com elementos que não seja o gesso serão tratados mais a diante.
Figura 8 - Encontro de vedações vertical

Depois de realizada todas essas solicitações anteriores deve-se aplicar a cola


de gesso na superfície onde será colocado o bloco de gesso (piso e parede). Em
seguida coloca-se o bloco fixando com golpes de martelo de borracha. Segundo
Neves (2011), uma vez instalado o primeiro bloco, aplica-se a cola de gesso sobre o
lado do bloco já instalado e o segundo bloco é assentado, separado do primeiro
aproximadamente 3 cm para deslizá-lo até o bloco já instalado aplicando suaves
golpes com o martelo de borracha, com auxílio de um dispositivo de madeira que
evite danificar as arestas dos blocos, produzindo assim uma adequada distribuição
da cola entre os blocos. Desta forma, todos os demais blocos da fiada devem ser
assentados.
44

Figura 9 - Forma de deslizamento para execução dos blocos de gesso (NEVES,


2011).

Para garantir a fixação dos blocos, a cola deve estar distribuída


uniformemente por todo o perímetro de contato do bloco com outra superfície.

3.11.5. Elevação e amarração das demais fiadas


Deve-se iniciar a execução da 2ª fiada utilizando um bloco cortado ao meio,
para que as juntas verticais da 2ª fiada desencontrem as juntas verticais da 1ª fiada
garantindo o transpasse mínimo de 20cm, assegurando a amarração da vedação.
Em seguida deve-se aplicar a cola de gesso em todas as áreas de contato dos
blocos. Para garantir que a cola de gesso flua pelas fendas entre os blocos quando
estes forem assentados, deve-se aplicar golpes nos blocos com um martelo de
borracha. O excesso da cola que escorrer entre as fendas de um bloco e outro pode
ser reutilizado para realizar o acabamento dos blocos. Estas fendas devem possuir
uma espessura de no máximo 2mm, garantindo o desempenho adequado das
paredes (SENAI, 2003).
45

As próximas fiadas devem ser montadas da mesma maneira até a última


fiada, realizando sempre o desencontro das juntas verticais para garantir a
amarração da vedação, de modo a executar a fixação da vedação à estrutura.
Assim, como a primeira fiada a conferência das próximas fiadas se faz da
mesma maneira, utilizando esquadro, régua de alumínio e prumo.

3.11.6. Interface das vedações verticais de bloco de gesso com outras


vedações

 Encontro de alvenarias de bloco de gesso


Para o encontro de paredes de gesso pode ser observado duas situações:
 Paredes cruzadas - situação na qual existe um transpasse entre
os blocos de duas paredes (Figura 8 – letra d). Para se obter o
engastamento perfeito deve-se realizar amarração em cruz
utilizando cola de gesso.
 Paredes perpendiculares - situação na qual existe a formação de
cantos. Podendo ter amarração em forma de T ou L (Figuras 8 –
letras b e c). Da mesma maneira que em paredes cruzadas,
para obter o engastamento perfeito, deve-se usar a cola de entre
as paredes.
Figura 10 - Tipo de encontros de bloco de gesso
46

 Encontro da alvenaria de bloco de gesso com alvenaria de bloco


cerâmico e estruturas de concreto
No encontro das paredes com blocos de gesso com alvenaria convencional
ou com estruturas de concreto, o SENAI (2003) recomenda a utilização de tela de
poliéster fixada com a cola de gesso para garantir a amarração perfeita.
Segundo Benjamim Paiva1: “Todo local onde houver encontro do bloco de
gesso com qualquer material que tenha dilatação diferente deve ser utilizado tela de
poliéster”.
 Encontro com as paredes de bloco cerâmico: Quando as
paredes de bloco cerâmico ainda estiverem bruta, a cola deve
ser aplicada diretamente sobre o bloco cerâmico. Para os casos
de paredes rebocadas ou revestidas de outra forma, será
necessário realizar uma raspagem no local onde será aplicado o
gesso cola e posterior limpeza do pó, para garantir maior
aderência da cola.
 Encontro com estrutura de concreto (pilares): Como as
superfícies de concreto são elementos lisos, devido a este fato é
necessário chapiscar toda a área na qual será aplicado o gesso
cola para garantir sua aderência.
 Encontro com estrutura de concreto (vigas): Para evitar a
existência de fissuras ou trincas devido às deformações da
estrutura deve-se inserir material resiliente entre a vedação e a
estrutura.
Em Neves (2011), é indicado como elemento de dilatação o poliestireno
expandido, que deve ser aplicado com cola de gesso na estrutura.
O poliestireno expandido (EPS) é também conhecido como ISOPOR. Deve
apresentar densidade na faixa de 20 a 23 Kg/m³ e espessura de 10 mm. É
recomendado que para o uso na construção civil o ISOPOR seja revestido por
materiais não combustíveis ou que ele seja do tipo F, não inflamável.

 Encontro de alvenaria de bloco de gesso com divisória de gesso


acartonado

1
Diretor Comercial da SUPERGESSO, uma das maiores fábricas de bloco de gesso da América Latina,
localizada em Araripina, sertão Pernambucano.
47

Segundo Neves (2011), quando a parede de gesso acartonado estiver bruta,


a vedação pode ser executada sem nenhum tratamento. Caso, a divisória esteja
revestida será necessário realizar a raspagem da pintura ou massa PVA, para
garantir a aderência adequada. De qualquer forma, Neves indica a utilização de tela
de poliéster centralizada no encontro com massa de gesso.

3.11.7. Assentamento dos vãos de portas

Para vãos de portas pode-se utilizar grades de madeira ou metálica, tomando


os devidos cuidados para garantir a resistência dos vãos.
Para assegurar a amarração e rigidez dos vãos de portas a instalação das
grades devem estar no mínimo a 10cm de um encontro de parede perpendicular. É
importante ressaltar que a espessura da grade de porta deve possuir a mesma
espessura do bloco em que será inserida a grade. (COSTA; INOJOSA, [2013]).
Segundo o SENAI (2003), o assentamento das grandes de porta pode ser
executado ao mesmo tempo em que as paredes de bloco de gesso são erguidas ou
após o termino da elevação da alvenaria. Podendo ser fixadas com parafusos,
chumbadores específicos ou espuma de poliuretano expandido.
Optando-se por fazer a fixação utilizando parafusos especiais é necessário
fazer o capeaço do vão com a cola de gesso. A espessura do enchimento não deve
exceder os 5 mm, para que posteriormente a estrutura da grade de porta seja
aparafusada na alvenaria de blocos de gesso com buchas/parafusos nº10 (COSTA;
INOJOSA, [2013]).
Quando a opção escolhida é pela espuma de poliuretano, a folga existente
entre a estrutura da grade de porta e a parede de bloco de gesso não pode exceder
25 mm, aplicando-se a espuma de poliuretano em, no mínimo, seis pontos (COSTA;
INOJOSA, [2013]).

3.11.8. Aplicação das instalações prediais

Segundo o SENAI (2003), os dutos elétricos podem ser colocados no interior


dos alvéolos, para caso de utilização de blocos vazados na posição vertical, ou
realiza-se o rasgo do bloco, utilizando uma máquina específica.
48

Para o caso do projeto de alvenaria de blocos de gesso indicar a utilização dos


blocos na horizontal, deve-se realizar rasgos no bloco com maquina especifica.
Tomando cuidado de seguir o projeto não realizar mais rasgos do que o necessário.
Algumas regras para a instalação do eletroduto embutido nas ranhuras foram
citadas por Costa; Inojosa [2013] :
 embutir em traçado oblíquo não é recomendado;
 embutir na horizontal não é recomendado acima e abaixo
das aberturas;
 os condutos não devem comportar ligações sobre seu
percurso, com exceção daquelas necessárias à junção
com os assoalhos;
 as ranhuras só deverão ser executadas após a secagem
completa das juntas e ligações das divisórias dos blocos
de gesso;
 as ranhuras são executas com a ajuda de máquinas
especiais para entalhar, permitindo regular de maneira
exata da profundidade da ranhura.
 o recobrimento do conduto após tapado deve ser no
mínimo de 4mm, ele será executado com cola de gesso.
 o debaste para as caixas de embutir ou as caixas de
derivação deve ser feito de preferência com máquina
apropriada.

“Os blocos devem ser cortados a uma profundidade máxima de 35 mm, com
uma largura igual ao diâmetro do tubo mais 15 mm, através do equipamento mais
adequado para o corte. Vale ressaltar que não se devem realizar cortes excessivos
nos blocos.”, Neves (2011).
No caso de instalações com tubulação de maiores dimensões ou caixinhas
plásticas de elétrica, os blocos podem ser cortados de um lado ao outro, realizando
a fixação com cola de gesso.
Os fechamentos dos rasgos devem ser preenchidos com gesso de fundição,
ressaltando que os cortes não devem coincidir com a colagem entre os blocos,
SENAI (2003).

3.11.9. Fixação das paredes nas lajes

Neste trabalho vamos nós restringir a situação da fixação das paredes em


estruturas pouco deformável. Este caso possui duas soluções possíveis:
49

 Solução tradicional: que seria a utilização de uma faixa de material resiliente


na área de encontro da vedação com a parede que deve ser colado com
gesso cola mais o encunhamento do ultimo bloco de gesso com uma mistura
de gesso cola e gesso de fundição (1:1), esse bloco deve ser chanfrado para
facilitar a colocação do enchimento, e por ultimo deve ser realizado o
tratamento de junta ( casos em que o forro de gesso não cobrir a junta).
Esse material resiliente pode ser ISOPOR (Poliestireno expandido – EPS).

Figura 11 - Detalhe do encontro do bloco de gesso com a viga

 Solução acústica: Realizar o enchumaneto do ultimo bloco com espuma de


poliuretano e tratamento de junta com tela de poliéster. Para as lajes do tipo
cabacinha (ou alveolar) a aplicação da espuma deve ser realizada em pontos
distintos, com afastamento máximo de 60 cm, sempre em pontos críticos
como encontro de vedações. Nesse caso não há necessidade de
chanframento nos topos dos blocos.

4. ESTUDO DE CASO

Para compreensão do método executivo foi realizado visitas técnicas em obra


localizada na cidade do Recife-PE, a partir da qual foi possível identificar e analisar a
tecnologia construtiva da vedação vertical interna com blocos de gesso, desde as
condições iniciais de serviço até a sua execução final.
A realização do serviço de elevação dos blocos de gesso na obra em que foi
realizado o estudo de caso foi executada por uma empresa terceirizada.
50

A construtora da obra em questão possui certificado de qualidade (ISO


9001:2008 – Sistema da Gestão da Qualidade Inmetro (Brasil), concedido pela
BRTÜV e devido a isto possui um Procedimento de Execução de Serviço (PES), o
qual deve ser seguido por todos os seus funcionários, inclusive empresas
terceirizadas que lhe prestam serviço.
Para efetivação deste procedimento, todos os funcionários tanto da empresa
como de terceirizadas devem ser treinados para cumprir todas as exigências que
constam no PES da construtora. Este treinamento deve ser realizado antes da
prestação de serviço pela administração da obra.
Para o monitoramento da execução do serviço é realizado o preenchimento de
uma Ficha de Verificação de Serviço (FVS) durante todo o processo, abrangendo as
condições para inicio do serviço até a sua conclusão, obtendo-se assim um controle
sobre todas as etapas do processo. Esta monitoração é uma exigência para que a
empresa possua certificado de qualidade.
Seguindo o procedimento da Construtora também é monitorada a qualidade
dos materiais utilizados. A tabela seguinte descreve os ensaios necessários, a sua
periodicidade e os parâmetros para bloco de gesso e cola de gesso.

Tabela 12 - Controle de ensaios

CONTROLE DE ENSAIOS
Ensaio Periodicidade Critérios de Aprovação
BLOCO DE GESSO

Desvio Todo lote entregue -


Absorção Todo lote entregue Hidrofugado <5

Resistênca à compressão Todo lote entregue >3Mpa

Dureza Todo lote entregue >55,0

Arrancamento
COLA DE

Todo lote entregue


GESSO

Resistênca Todo lote entregue

Para a elevação da alvenaria de blocos de gesso foram utilizados blocos do tipo


standard e hidrofugado, nas espessuras de 70 e 100 mm os dois, sendo os de 70
mm vazados e os de 100 mm compacto (maciço).
Os blocos de gesso do tipo hidrofugado foram utilizados em toda primeira fiada,
em todas as paredes do Box dos banheiros e até a terceira fiada nas paredes dos
51

balcões ( cozinha e banheiros). Pois estes blocos possuem a característica de não


absorver água. No geral, em todo o resto foram utilizados blocos simples. As
paredes entre os apartamentos e as que separam o apartamento da área comum
foram feitas com blocos de 100 mm, garantindo uma melhor acústica, já para as
internas foi aplicado blocos de 70 mm.

4.1. Condições para início


Segundo os procedimentos internos da construtora em questão os itens
abaixo são condicionantes para início da execução das vedações verticais internas
em bloco de gesso:
 Alvenaria de periferia (externa e poços), contrapiso e chapisco das estrutura
devem estar concluídos;
 Limpeza do pavimento no local da primeira fiada e chapisco escovado nos
locais de encontro das vedações;
 Eixos principais transferidos;
 Trabalhadores utilizando os EPI;
 Materiais e equipamentos em boas condições e disponíveis;
 A área onde o serviço será executado deve estar limpa e desimpedida;
 FVS liberada pelo responsável.

Devido à dinâmica da obra alguns desses itens ainda estavam sendo executados
ao mesmo tempo em que a elevação da alvenaria, como a limpeza do ambiente e o
transporte dos materiais para local próxima a execução. O armazenamento dos
materiais na obra era complicado devido ao espaço limitado para acomodar os
blocos, respeitando todas as condições exigidas. Por esse motivo não se tinha em
obra a quantidade total de blocos necessários para a execução do serviço.

4.2. Projeto executivo

O projeto executivo para as vedações verticais de todo o empreendimento foi


elaborado para ser executado em bloco cerâmico, a escolha da utilização do bloco
de gesso na vedação interna foi feita após o início da obra, o que acarretou
incompatibilidade do projeto de blocos de gesso com o projeto original de
52

arquitetura. Devido a este fato foi necessário a elaboração de um novo projeto, de o


de alvenaria de gesso.
Este projeto de compatibilização foi realizado por uma empresa especializada,
que também realizou os ensaios para controle da qualidade dos materiais. Além de
fornecer serviços de acompanhamento, controle e treinamento quando necessário.
O projeto apresentou a locação da primeira fiada, pontos de amarração e
indicação do uso da tela de nylon nos encontros com bloco cerâmico e estrutura de
concreto, como vimos na bibliografia realizada anteriormente. Para esta obra foi
utilizado o assentamento dos blocos na posição horizontal.
Neste estudo foi verificado que mesmo com as especificações do projeto a
obra não conseguiu realizar um controle do quantitativo correto de cada tipo de
bloco, tendo problemas de falta de material e utilização de blocos hidrofugados em
locais que não eram necessários.

4.3. Locação e marcação da primeira fiada

A locação das primeiras fiadas do primeiro pavimento tipo foi realizada pelo
mestre de obra, tomando como referência as cotas apresentadas no projeto de
arquitetura. Para os demais pavimentos foi utilizada essa marcação como referência.
Essa metodologia aumenta a probabilidade de erro de locação das paredes dos
pavimentos superiores, pois os erros eram transferidos e acumulados.
A marcação foi realizada com duas linhas paralelas de afastamento igual à
espessura dos blocos, 100 mm em paredes entre apartamentos e de área comum e
70 mm para as demais paredes.

4.4. Assentamento das primeiras fiadas

Para início da aplicação do bloco de gesso era realizada limpeza do local de


assentamento, assim como dos blocos, para garantir uma perfeita aderência. A
limpeza dos blocos era realizada por uma escova de nylon.
A preparação do gesso cola era realizado em balde plástico, muitas vezes
não graduado, onde se povilhava o gesso cola esperava o tempo de dois minutos
para bater até que se formasse uma pasta homogênea. Para realizar essa mistura
foi utilizado um misturador mecânico.
A execução da primeira fiada iniciava com a colocação do bloco de gesso
contra a alvenaria de periferia ou pilar, sendo aplicado dois cordões de cola de
53

gesso na parte inferior do bloco ou na linha me marcação no contrapiso, e então


colado ao contrapiso e na face lateral do bloco aplicado na parede ou pilar.
O excesso de cola que esborrava entre as juntas horizontais e verticais era
utilizada para a colagem dos próximos blocos.

Figura 12 - Assentamento da primeira fiada

Para toda a primeira fiada foram utilizados blocos hidrofugantes com a parte
fêmea para baixo, assentados com gesso cola hidrofugado. Para interface entre
blocos azuis e brancos foi utilizado cola branca e para interface entre os blocos azuis
com a alvenaria de bloco cerâmico e elementos estruturais foi utilizado cola azul.

4.5. Elevação e amarração das demais fiadas

O início da segunda fiada deve ser o mesmo local da primeira utilizando


trinchos para garantir a amarração, realizando o desencontro das juntas verticais
entre os blocos. A cada três blocos assentados deve-se verificar o alinhamento e
prumo da vedação. Para o alinhamento dos blocos na vedação a tolerância exigida
pela construtora é de 2 mm e para o prumo de 3 mm.
A cola de gesso foi aplicada nas juntas horizontais e verticais dos dois lados
da vedação, deixando a cola esborrar pelas juntas. O excesso de cola era utilizado
para a colagem dos blocos seguintes.
54

Figura 13 - Esborro de cola de gesso entre juntas

4.6. Interface das vedações verticais de bloco de gesso com outras


vedações
Na obra visitada foi visualizado o encontro da alvenaria de bloco de gesso com
outras vedações também de bloco de gesso, de bloco cerâmico e estruturas de
concreto (pilares).
4.6.1. Encontro de alvenarias de bloco de gesso
Para esse caso foi utilizado a colagem dos blocos com cola de gesso. Aplicando
a cola azul para encontro de dos blocos hidrofugados e cola branca para as demais
combinações.

4.6.2. Encontro da alvenaria de bloco de gesso com alvenaria de bloco


cerâmico
No encontro com as alvenarias convencionais, perpendiculares a parede de
gesso, foi aplicada cola de gesso nos blocos cerâmicos brutos e arrematada com
tela de poliéster dos dois lados.
55

4.6.3. Encontro da alvenaria de bloco de gesso com estruturas de concreto

No encontro dos blocos de gesso com pilares (estrutura de concreto) foi


realizado chapisco na superfície da estrutura no local de aplicação do bloco. Além
desse procedimento, que está descrito no PES da construtora, por orientação da
foi utilizado tela de nylon para assegurar a qualidade da vedação.

4.7. Assentamento dos vãos de portas

O empreendimento estudado optou por utilizar portas prontas, e a fixação


destas foi realizada com espuma de poliuretano expandido. Como o procedimento
de execução de serviço estava em formação, alguns testes foram realizados como a
aplicação de argamassa colante no portal das portas para o recebimento da
espuma. Mas em consultoria, a obra suspendeu esse procedimento por não ser
necessário.
Para fechamento dos alvéolos dos blocos foi utilizado cola de gesso com
bucha de gesso antes da aplicação da argamassa colante.
Alguns cuidados foram tomados para aplicação do poliuretano expandido,
como:
 Limpeza perfeita do bloco e da grande, pois a espuma não fixa bem com a
poeira;
 Umedecer com água limpa as superfícies que recebe a espuma;
 Aplicação do poliuretano em todo perímetro da grade;
 Espera da polimerização total da espuma para dar o acabamento das laterais,
cortando as sobras com estilete.

4.8. Aplicação das instalações prediais

O empreendimento optou por utilizar os blocos deitados, quando o lado maior


do bloco está paralelo ao piso, ou seja, posição na qual os furos dos blocos vazados
estão paralelos ao piso.

Blocos compactos:
O corte no bloco de gesso compacto só iniciou após secagem completa das
juntas conforme o PES da obra. Este corte foi feito por máquinas especiais de maior
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precisão. Mas mesmo assim, alguns rasgos foram executados com profundidades
maiores do que o necessário.
O corte realizado deve ter uma profundidade de 1/3 + 4mm, sendo os 4 mm
do recobrimento e 1/3 da espessura do bloco, que é o valor máximo que se pode
inserir a tubulação. Seguindo sempre o PES da construtora, a largura do corte teve 2
mm a mais que o diâmetro do eletroduto em uso.
O caso do corte das caixinhas de elétricas nos blocos vazados era a situação
mais delicada, que algumas vezes ultrapassavou o limite da profundidade estipulado
pelo PES, de 27 mm.

Figura 14 - Rasgos errados para colocação de eletroduto

Para o recobrimento das tubulações e fechamento de alguns furos, causados


por rasgos não precisos, utilizou-se uma mistura de gesso de fundição e gesso cola
na proporção 1:1. Este recobrimento teve em média 4 mm de espessura.
Segundo o PES da obra, deve-se escovar o rasgo realizado e remover todo o
material solto e depois deve-se preencher com mistura para blocagem 2/3 do volume
da cava e logo em seguida colocar o eletroduto empurrando-o até o fundo. Porém
observou-se que tal procedimento não foi seguido rígidamente. Em alguns lugares
encontrou-se o rasga com restos de material e, conforme procedimento, estes casos
foram registrados na FVS.
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O PES diz que o plano de corte deve ser traçado com um lápis e que é
proibido realizar cavas oblíquas e cavas acima ou abaixo de aberturas. O que se
observou em campo é que as cavas acima ou abaixo das aberturas realmente não
foram feitas, porém as oblíquas sim. Os gesseiros costumam fazer estes cortes, pois
o caminho se torna mais curto, economizando tempo. Identificamos deste caso falha
no acompanhamento da administração da obra para evitar esse tipo de situação.
Então observou-se que é necessário realização de treinamentos focando na
importância dos cortes serem sempre na horizontal ou vertical.

4.9. Fixação das paredes nas lajes

Como na obra escolhida para o estudo de caso o tipo de laje executada foi
alveolar, mais conhecida como laje cabacinha, a maior parte da vedação foi fixada
através da aplicação da espuma de poliuretano expansiva no encontro da laje e o
topo da vedação. A aplicação foi realizada em pontos afastados 60 cm e pontos
críticos como: encontro de vedações, vedações isoladas e outros.
Nos encontros com a estrutura de concreto, vigas, foi aplicado com gesso cola
uma tira de EPS na interface entre o bloco e a viga. Segundo o PES a tira de isopor
deve passar a espessura do bloco em 2 cm, mas a obra optou for revestir o fundo da
viga por inteiro, como mostra a figura.
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Figura 15 - Detalhe de tira de EPS

No último bloco aplicado era feito um “chanfro”, deixando uma abertura de um


lado de 3 cm e do outro de 5 cm, para colocação do preenchimento de uma mistura
de cola de gesso com gesso de fundição na proporção de 1:1.
O procedimento da empresa pede para que o corte no último bloco seja feito
antes da colocação do mesmo, para facilitar e aumentar a produtividade.

Figura 16 - Detalhe de bloco chanfrado


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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do estudo de caso foi possível verificar o que de fato é realizado na


prática, devido aos acontecimentos corriqueiros de obra que não permitem a
execução fiel segundo os procedimentos.
É importante ratificar que mesmo com alguns acontecimentos fora do previsto o
sistema não perdeu a qualidade exigida pela construtora, apenas tornou-se menos
produtivo e conseqüentemente lucrativo.
Seguindo um projeto executivo bem elaborado e executado de maneira correta,
o sistema construtivo de alvenaria interna com blocos de gesso é uma alternativa
eficaz para a redução de custo e aumento da qualidade comparado ao sistema
convencional, com blocos cerâmicos.

Problemas devido à má qualidade da mão de obra acontecem por tratar-se de


um sistema construtivo recente. O treinamento contínuo dos profissionais e o
acompanhamento de uma equipe responsável ajudam na resolução desse tipo de
problema.
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REFERÊNCIAS
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02 - julho 2009.

CETEM. Gesso: Mineração São Jorge. Disponível em:


<http://www.cetem.gov.br/publicacao/CTs/CT2002-179-00.pdf>. Acessado em:
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<www.jornalsulcatarinense.com.br/colunistas/constru-
ocivilcommarcioantoniocolares/processodeprodu-odogesso>. Acessado em: Agosto
de 2015.

CONSTRUCOMPRAS.Compra de gesso deve ser orientada pela ABNT 13207 e


pela Diretriz 08 do Sinat. Disponível em:
<http://www.aecweb.com.br/cont/m/cc/compra-de-gesso-deve-ser-orientada-pela-
abnt-13207-e-pela-diretriz-08-do-sinat_7242>. Acesso em: junho de 2015.

DUEÑAS, P.M. Método para a elaboração de projetos para produção de


vedações verticais em alvenaria. São Paulo, 2003. 160p. Dissertação (Mestrado) -
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. 2003.

FRANCO, Luiz Sérgio. Aplicação de diretrizes de racionalização construtiva


para a evolução tecnológica dos processos construtivos em alvenaria
estrutural não armada. Tese de doutorado. São Paulo, SP: Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo,1992.
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<http://www.jpreciclagemdegesso.com.br/reciclagem.html>. Acesso em: Agosto de 2015.

LORDSLEEM JR., A.C. Execução e inspeção de alvenaria racionalizada. São


Paulo: O Nome da Rosa, 2000. 104 p.

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gesso. Dissertação (mestrado), Escola Politécnica de Pernambuco, Recife, 2011.

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PINI. Bloco de gesso sem função estrutural. Disponível em:


<http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/70/bloco-
de-gesso-sem-funcao-estrutural-confira-as-caracteristicas-283093-1.aspx>. Acesso
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Técnica de Produtos: Vedações verticais internas em alvenaria não-estrutural
de blocos de gesso. Brasília, 2012.

SOUZA, Angela Cristina Alves Guimarães. Análise Comparativa de Custos de


Alternativas Tecnológicas para construção de habitação populares.Dissertação
de mestrado. Recife, Pe: Universidade Católica de Pernambuco,2009. Disponível
em: <www.unicap.br/tede//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=461>. Acessado em:
Maio de 2015.

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