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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GUILHERME ANTONIO SCHMITZ


WILLIAN MARTINS

ALVENARIA ESTRUTURAL:
DIRETRIZES PARA O DETALHAMENTO DE PROJETO EM ALVENARIA
ESTRUTURAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO

Palhoça
2017
GUILHERME ANTONIO SCHMITZ
WILLIAN MARTINS

ALVENARIA ESTRUTURAL:
DIRETRIZES PARA O DETALHAMENTO DE PROJETO EM ALVENARIA
ESTRUTURAL DE BLOCOS VAZADOS DE CONCRETO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito
parcial à obtenção do título de Engenheiro
Civil.

Orientador: Prof. Roberto de Melo Rodrigues. Esp.

Palhoça
2017
Dedicamos este trabalho aos
nossos familiares, que nos apoiaram e
incentivaram neste período e em toda a nossa
vida. A todos que nos auxiliaram na
elaboração desta pesquisa, possibilitando a sua
execução e a todos que necessitarem do
mesmo para evolução de seu conhecimento.
AGRADECIMENTOS

Minha plena gratidão primeiramente a Deus, por nos dar o dom da vida e me por aos braços
de meus pais Maurício e Sirlei que são as minhas principais fontes de apoio e inspiração.
Grato a todos os familiares presentes e os que já não pertencem a este plano, que tenho
certeza que estariam muito felizes e presente. Em nome de Willian Martins.

Primeiramente agradeço a Deus, por estar sempre comigo, iluminando meus caminhos, me
dando força, esperança para que com fé consiga conquistar meus objetivos. Agradeço os meus
pais Rosana, José e Marcos, aos meus avós Estevão e Maria de Lourdes, a Minha esposa
Karina, todos os meus familiares e amigos por todo apoio, incentivo, paciência e força nessa
jornada de desafios e superações. Agradeço ao meus professores, amigos e colegas pela
dedicação e apoio durante esses anos como universitário. Em nome de Guilherme Antônio
Schmitz.
“Nós somos o que fazemos repetidas vezes. Portanto, a excelência não é um ato, mas um
hábito.” (ARISTÓTELES).
LISTA DE SÍMBOLOS

fbk Resistência característica do bloco


fa Resistência média à compressão da argamassa
fp Resistência de prisma
fpa Resistência da parede
fvk Resistência característica ao cisalhamento
fk Resistência característica da alvenaria
fpk Resistência a compressão simples de prisma
fppk Resistência característica de pequena parede
M15 Modulação com blocos de comprimento múltiplo de 15 cm
M20 Modulação com blocos de comprimento múltiplo de 20 cm
𝜌 Taxa de armadura
he Altura efetiva da parede
te Espessura efetiva da parede
t Espessura da parede na região entre enrrijecedores
𝛿 Coeficiente de cálculo para parede
Ienr Espaçadores entre eixos de enrrijecedores adjacentes

eenr Espessura dos enrrijecedores

tenr Comprimento dos enrrijecedores

λ Índice de esbeltez
ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
NBR Normas Brasileiras
RESUMO

A alvenaria estrutural, quando bem utilizada, minimiza índices de desperdício e, por este
motivo, nos últimos anos, vem crescendo o interesse e aplicação da mesma por parte das
construtoras. As construtoras estão visualizando, neste sistema, uma alternativa muito
competitiva para a construção de habitações. Nesse sentido, o presente trabalho procura
contribuir para a evolução do sistema mostrando as formas para se efetuar um detalhamento
coeso em um projeto de alvenaria estrutural, visando com isso a melhoria de produtividade e a
minimização de desperdícios. Contribuindo também para o entendimento do sistema como
um todo buscando demonstrar as duas partes de se executar um projeto, que são a parte de
projeto e execução. Quando se tem um entrosamento coeso da transição do projeto para a
parte do detalhamento se evidencia uma melhoria de produtividade e racionalização do
sistema.

Palavras-chave: Projeto, Detalhamento, Alvenaria Estrutural.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - As pirâmides do Egito e o Coliseu romano ............................................................. 16


Figura 2 - Condomínio Central Parque (a) e Edifício Jardim Prudência (b) ............................ 20
Figura 3- Amarração Direta de Paredes. .................................................................................. 23
Figura 4 - Bloco Vazado de Concreto ...................................................................................... 24
Figura 5 - Exemplo de Famílias de Blocos de Concreto. ......................................................... 27
Figura 6 - Colocação de Argamassa de Assentamento............................................................. 31
Figura 7 - Grauteamento da Alvenaria. .................................................................................... 33
Figura 8 - Armadura Vertical e Horizontal. ............................................................................. 33
Figura 9 - Parâmetro para Cálculo da Espessura Efetiva de Paredes. ...................................... 35
Figura 10 - Valores Máximos do Índice de Esbeltez de Paredes e Pilares. .............................. 36
Figura 11 - Comprimento Efetivo de Flanges .......................................................................... 36
Figura 12 - Dispersão de Ações Verticais. ............................................................................... 37
Figura 13 - Exemplo de Interações de Paredes......................................................................... 39
Figura 14 - Amarração em Cantos e Bordas (L, T e X). .......................................................... 40
Figura 15 - Transmissão da Pressão do Vento às Paredes Resistentes. .................................... 41
Figura 16 - Disposição Recomendada das Lajes Armadas em uma só Direção....................... 41
Figura 17 - Exemplo de Primas. ............................................................................................... 44
Figura 18 - Carrinho de Transporte de Bloco. .......................................................................... 50
Figura 19 - Gerica de Transporte de Massa. ............................................................................. 50
Figura 20 - Combor - Gabarito de Marcação de 1° Fiada. ....................................................... 51
Figura 21 - Escantilhão - Marcação de Esquadro. .................................................................... 51
Figura 22 - Gabarito de Vão de Janelas. ................................................................................... 52
Figura 23 - Gabarito de Vão de Porta. ...................................................................................... 52
Figura 24 - Balde para Grauteamento....................................................................................... 53
Figura 25 - Esquadro de Alumínio. .......................................................................................... 53
Figura 26 - Nível a Laser e Régua Receptora. .......................................................................... 54
Figura 27 - Régua de Nível....................................................................................................... 54
Figura 28 - Meia Colher de Assentamento de Bloco................................................................ 55
Figura 29 - Trena de Medição. ................................................................................................. 55
Figura 30 - Prumo ..................................................................................................................... 56
Figura 31 - Detalhe de Sapata Corrida Utilizando Blocos e Canaletas de Concreto................ 59
Figura 32 - Seqüência de Fiadas. .............................................................................................. 62
Figura 33 - Bloco e Meio (14X44X19). ................................................................................... 63
Figura 34 - Locação dos Blocos-Chave. ................................................................................... 65
Figura 35- Locação dos Blocos-Chave Utilizando-se as Coordenadas Polares e Estação Total.
.................................................................................................................................................. 65
Figura 36 - Verificação do Esquadro. ....................................................................................... 66
Figura 37 - Locação dos Blocos-Chave por Cotas Acumuladas. ............................................. 66
Figura 38 - Variações Máximas da Espessura das Juntas de Argamassa. ................................ 68
Figura 39 - Passo a Passo de Assentamento de Blocos de Concreto. ....................................... 69
Figura 40 - Continuação: Passo a passo de Assentamento de Blocos de Concreto. ................ 70
Figura 41 – Passo a passo de Assentamento de Blocos de Concreto com Verificação de Prumo
e Nível. ..................................................................................................................................... 71
Figura 42 - Coordenação Modular vertical de Piso à Teto. ...................................................... 73
Figura 43 - Coordenação Modular Vertical de Piso à Piso. ..................................................... 74
Figura 44 - Limites Máximos para o Desaprumo e Desalinhamento das Paredes. .................. 75
Figura 45 - Passo a Passo da Elevação de Paredes. .................................................................. 77
Figura 46 - Continuação: Passo a Passo da Elevação de Paredes com Nivelamento dos Blocos.
.................................................................................................................................................. 78
Figura 47 - Continuação: Passo a Passo da Elevação de Paredes, Colocação dos Blocos
Intermediários. .......................................................................................................................... 79
Figura 48 - Continuação: Passo a Passo da Elevação de Paredes, fase de Limpeza. .............. 80
Figura 49 - Exemplo de Situação de Fechamento Compensada com a Utilização do Bloco e
Meio. ......................................................................................................................................... 81
Figura 50 - Exemplo de Situação de Fechamento Compensada com a Utilização do Bloco em
Trânsito. .................................................................................................................................... 81
Figura 51 - Soluções Construtivas de Amarrações ................................................................... 82
Figura 52 - Definição da Região que Carrega a Viga Segundo a Regra de Dispersão de Cargas
Verticais. ................................................................................................................................... 84
Figura 53 - Valores Máximos de Espaçamento entre Juntas Verticais de Controle................. 85
Figura 54 - Locação de Pilares ................................................................................................. 89
Figura 55 - Locação de Estacas. ............................................................................................... 90
Figura 56 - Exemplo de um projeto de Estaqueamento já executado. ..................................... 90
Figura 57 - Detalhamento de Bloco de Coroamento. ............................................................... 91
Figura 58 - Boco de coroamento. ............................................................................................. 91
Figura 59 - Estrutura de Transição. .......................................................................................... 92
Figura 60 - Planta de Detalhamento do Pilar 24. ...................................................................... 93
Figura 61 - Pilar Alinhado no seu Eixo de Projeto. .................................................................. 93
Figura 62 - Execução da Forma do Pilar 24. ............................................................................ 94
Figura 63 - Execução do Pilar 24 no Tipo 1. ............................................................................ 94
Figura 64 - Planta de Formas de Transição com a Modulação. ............................................... 95
Figura 65 - Planta de Forma da Transição. ............................................................................... 96
Figura 66 - Detalhamento da Viga 14. ..................................................................................... 96
Figura 67 - Execução da Viga 14. ............................................................................................ 97
Figura 68 - Parte da Execução da Estrutura de Transição. ....................................................... 97
Figura 69 - Detalhamento de Armadura Longitudinal Inferior da Laje de Transição. ............. 98
Figura 70 - Descontinuidade Máxima para o Desaprumo das Paredes e Pilares entre Andares.
.................................................................................................................................................. 99
Figura 71 - Parede 28 Adotada como Origem de Projeto....................................................... 100
Figura 72 - Origem da Planta de Modulação. ......................................................................... 101
Figura 73 - Planta de Modulação da Parede 16, 66 e 85. ....................................................... 101
Figura 74 - Execução da Primeira Fiada da Parede 16, 66 e 85. ............................................ 102
Figura 75 - Exemplo da Disposições dos Blocos em um Assentamento de Primeira Fiada. . 102
Figura 76 - Modulação da Parede 26. ..................................................................................... 103
Figura 77 - Paginação da Parede 26. ...................................................................................... 104
Figura 78 - Execução da Parede 26. ....................................................................................... 105
Figura 79 - Execução da Parede 26, continuidade.................................................................. 105
Figura 80 - Elevação de Alvenaria Executada........................................................................ 106
Figura 81 - Paginação da Parede 14, Demonstração de Amarração Direta. ........................... 107
Figura 82 - Execução da Parede 14, Amarração Direta. ........................................................ 107
Figura 83 - Exemplo de Detalhamento em Vergas e Contra Vergas...................................... 108
Figura 84 - Execução da Contra verga. .................................................................................. 109
Figura 85 - Vergas e Contras Vergas Executadas. ................................................................. 109
Figura 86 - Paginação da Parede 60, demonstração de abertura de porta. ............................. 111
Figura 87 - Execução da Parede 59 com a União com a Parede 60. ...................................... 111
Figura 88 - Aberturas de Janelas com Vergas e Contra Vergas. ............................................ 112
Figura 89 - Paginação da Parede 28, demonstração de Pontos de Grauteamento. ................. 113
Figura 90 - Demonstrativo Ilustrativo de Execução de Grauteamento. ................................. 113
Figura 91 - Execução de Grauteamento da Parede 28. ........................................................... 114
Figura 92 - Exemplo de Paredes em Fase de Execução com Pontos de Grauteamento. ........ 114
Figura 93 - Execução de Projeto Elétrico na Elevação da Alvenaria. .................................... 115
Figura 94 - Espera de Conduites para Execução da Laje. ...................................................... 116
Figura 95 - Execução de Projeto Elétrico em Laje. ................................................................ 116
Figura 96 - Locação dos Pontos de Tomadas Elétricas com a Alvenaria executada.............. 117
Figura 97 - Locação dos Pontos de Ar Condicionados. ......................................................... 118
Figura 98 - Locação da Espera de Pontos Hidráulicos. .......................................................... 118
Figura 99 - Paginação da Parede 24, Demonstração de Cintas de Amarrações. .................... 119
Figura 100 - Parede 24, Cintas de Amarração Executada. ..................................................... 120
Figura 101 - Cintas de Amarrações Executadas. .................................................................... 120
Figura 102 - Cinta de Amarração Grauteada. ......................................................................... 121
Figura 103 - Detalhe da Junta de Dilatação da Laje de Cobertura. ........................................ 122
Figura 104 - Detalhamento de Armaduras Longitudinal Superior da Laje de Cobertura. ..... 122
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Dimensões Reais dos Blocos. ................................................................................... 25


Tabela 2 - Dimensões da Espessura das Paredes dos Blocos em Função da Classe. ............... 26
Tabela 3 - Resistência Característica à Compressão. ............................................................... 28
Tabela 4 - Valores do Coeficiente δ (interpolar para valores intermediários). ........................ 35
Tabela 5 - Valores Característicos da Resistência ao Cisalhamento em Juntas Horizontais de
Parede (fvk). ............................................................................................................................. 45
Tabela 6 - Custos Aproximados entre Estrutura Convencional e Alvenaria Estrutural no
Brasil. ........................................................................................................................................ 48
Tabela 7- Variáveis de Controle Geométrico na Produção de Alvenaria................................. 76
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12
1.1 GENERALIDADES ....................................................................................................... 12
1.2 OBJETIVO...................................................................................................................... 13
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 13
1.2.2 Objetivo Específico...................................................................................................... 13
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 13
1.4 PROBLEMA DE PESQUISA......................................................................................... 14
1.5 METODOLOGIA ........................................................................................................... 14
1.6 LIMITAÇÃO DO TRABALHO ..................................................................................... 15
1.7 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................................. 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 16
2.1 HISTÓRICO DA ALVENARIA ESTRUTURAL ......................................................... 17
2.1.1 Histórico no Mundo ..................................................................................................... 17
2.1.2 Histórico no Brasil ....................................................................................................... 19
2.2 ELEMENTO DE ALVENARIA ESTRUTURAL ......................................................... 21
2.2.1 Termos e Definições ..................................................................................................... 21
2.2.2 Bloco de Concreto ........................................................................................................ 24
2.2.2.1 Resistencia à Compressão .......................................................................................... 27
2.2.2.2 Produção dos Blocos de Concreto ............................................................................. 28
2.2.2.3 Classificação dos blocos de Concreto ........................................................................ 29
2.2.3 Argamassa de Assentamento ...................................................................................... 30
2.2.3.1 Função da Argamassa de Assentamento .................................................................... 30
2.2.4 Graute ........................................................................................................................... 32
2.2.5 Armadura ..................................................................................................................... 33
2.3 SISTEMA CONSTRUTIVO EM ALVENARIA ESTRUTURAL ................................ 34
2.3.1 Paredes ......................................................................................................................... 34
2.3.1.1 Limite para dimensões ................................................................................................ 36
2.3.1.2 Interação de Paredes .................................................................................................. 37
2.3.1.2.1 Interação de Paredes em cantos e bordas (L, T e X)............................................... 37
2.3.2 Lajes.............................................................................................................................. 40
2.3.3 Esforços Verticais Atuantes........................................................................................ 42
2.3.3.1 Importância da Uniformização das Cargas................................................................. 42
2.3.3.2 Resistência à Compressão .......................................................................................... 42
2.3.3.2.1 Compressão Simples:............................................................................................... 43
2.3.3.2.2 Compressão na Flexão: ........................................................................................... 43
2.3.3.2.3 Ensaios em prisma ................................................................................................... 44
2.3.3.3 Cisalhamento .............................................................................................................. 44
2.4 VANTAGEM E DESVANTAGEM DA ALVENARIA ESTRUTURAL ..................... 46
2.5 EQUIPAMENTOS .......................................................................................................... 49
3 PROJETO EM ALVENARIA ESTRUTURAL.............................................................. 57
3.1 FUNDAÇÕES ................................................................................................................. 57
3.2 ESTRUTURA DE TRANSIÇÃO ................................................................................... 59
3.3 PROJETO ESTRUTURAL EM ALVENARIA ............................................................. 60
3.3.1 Modulação .................................................................................................................... 61
3.3.2 Modulação Horizontal de Paredes............................................................................... 63
3.3.2.1 Técnica Usuais de Locação de Blocos Chaves ........................................................... 64
3.3.2.2 Assentamento da 1° Fiada .......................................................................................... 67
3.3.3 Modulação Vertical das Paredes ................................................................................. 72
3.3.3.1 Elevação da Alvenaria ................................................................................................ 74
3.3.4 Simetria na Modulação ............................................................................................... 80
3.3.5 Detalhes e Soluções Construtivas ................................................................................ 82
3.3.5.1 Vergas e Contra vergas ............................................................................................... 83
3.3.5.2 Vigas ........................................................................................................................... 83
3.3.5.3 Juntas .......................................................................................................................... 84
3.3.5.3.1 Junta de Controle .................................................................................................... 85
3.3.6 Projetos Complementares............................................................................................. 86
3.3.6.1 Projeto Hidráulico ...................................................................................................... 86
3.3.6.2 Projeto Elétrico ........................................................................................................... 86
4 DIRETRIZES PARA DETALHAMENTO DE PROJETO EM ALVENARIA
ESTRUTURAL ....................................................................................................................... 88
4.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 88
4.2 METODOLOGIA ........................................................................................................... 88
4.3 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO REALIZADO .......................................................... 88
4.3.1 Fundação ...................................................................................................................... 89
4.3.2 Estrutura de Transição ................................................................................................ 92
4.3.3 Execução das Alvenarias ............................................................................................. 98
4.3.3.1 Técnica de Locação dos Blocos Chave ...................................................................... 99
4.3.3.2 Assentamento da 1° Fiada ........................................................................................ 100
4.3.3.3 Elevação da Alvenaria ............................................................................................. 103
4.3.3.4 Amarração das Paredes ........................................................................................... 106
4.4 VERGAS E CONTRA-VERGA ................................................................................... 108
4.5 JUNTAS ........................................................................................................................ 110
4.6 ABERTURAS ............................................................................................................... 110
4.7 GRAUTEAMENTO ..................................................................................................... 112
4.8 INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES..................................................................... 115
4.8.1 Instalações Elétricas................................................................................................... 115
4.8.2 Instalações Hidrossanitários ...................................................................................... 117
4.9 CINTAS DE AMARRAÇÃO E EXECUÇÃO DE LAJES .......................................... 118
4.10 LAJE DE COBERTURA .............................................................................................. 121
5 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 123
5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................... 123
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 124
ANEXOS ............................................................................................................................... 127
ANEXO A – PLANTA DE MODULAÇÃO TIPO 1 ......................................................... 128
ANEXO B – PLANTA DE TRANSIÇÃO TIPO 1 ............................................................ 129
12

1 INTRODUÇÃO

1.1 GENERALIDADES

A alvenaria está entre as mais antigas formas de construção empregadas pelo


homem. Desde a antiguidade ela tem sido utilizada largamente pelo ser humano em suas
habitações, monumentos e templos religiosos.
Apenas no início do século XX, por volta de 1920, passou-se a estudá-la com base
em princípios científicos e experimentação laboratorial. Esta postura possibilitou o
desenvolvimento de teorias racionais que fundamentam a arte de se projetar em alvenaria
estrutural.
Apesar da chegada tardia deste processo construtivo no Brasil, a alvenaria
estrutural acabou se firmando como uma alternativa eficiente e econômica para a execução de
edifícios residenciais e Industriais. RICHTER (2007) apud SILVA, (2013).
“A indústria da construção civil se destaca como uma das mais importantes em
todos os países, pois a mesma contribui no Produto Interno Bruto (PIB) com cerca de 6 a 12%
do total mundial e ainda emprega cerca de 10% da população economicamente ativa”
(MESEGUER, 1983), Apud SANTOS, (1998).
ROSCOE 1998. Apud, SANTOS, (1998) Cita que no Brasil a construção civil,
isoladamente, tem uma participação de 9,3% no PIB, respondendo por 4,4 milhões de
empregos na economia formal.
Estes números representam mais de 6,5% da população economicamente ativa e
além disso, possuem importância estratégica no desenvolvimento da nação, pois gera a infra-
estrutura física para o funcionamento de outros setores (FRANCO, 1992) e (PICCHI, 1993).
Apud SANTOS, (1998).
Adotar um projeto para produção tem o objetivo de garantir que as soluções
adotadas tenham sido suficientemente abrangentes, integradas e detalhadas de maneira que a
produção ocorra de forma contínua, sem alterações e improvisos.
13

1.2 OBJETIVO

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral apresentar diretrizes para o aprimoramento
de um detalhamento de projeto em Alvenaria Estrutural de Bloco Vazado de Concreto,
buscando-se evidenciar no estudo de caso os elementos que constitui o sistema de construção
em alvenaria estrutural.

1.2.2 Objetivo Específico

 Apresentar os itens do sistema construtivo de Alvenaria Estrutural.

 Apresentar com o desenvolvimento do trabalho como os detalhes elaborados no


projeto da edificação estudada são executados na obra do empreendimento do Edifício
Residencial Mirante da Boa Vista localizado na região da Grande Florianópolis/SC.

 Verificar em obra a importância de um projeto bem elaborado e detalhado como uma


ferramenta eficaz para a redução de erros e desperdícios na obra.

1.3 JUSTIFICATIVA

As edificações em alvenaria estão entre as construções de maior aceitação pelo


homem desde as civilizações antigas. Edificações monumentais em alvenaria de pedras e
tijolos, como as pirâmides do Egito e o Coliseu romano, ainda permanecem em pé, passados
mais de 2000 anos de sua construção, o que serve de testemunho da durabilidade deste
sistema construtivo ao longo do tempo (DUARTE,1999) apud RAUBER, (2005).
14

Os estudos e conhecimentos técnicos em Alvenaria estrutural vêm crescendo


muito nos últimos anos, essa técnica vem ganhando espaço a cada dia que passa e cada vez
mais edifícios habitacionais vem sendo construído em Alvenaria Estrutural.
Adotar um projeto para produção tem o objetivo de garantir que as soluções
adotadas tenham sido suficientemente abrangentes, integradas e detalhadas de maneira que a
produção ocorra de forma contínua, sem alterações e improvisos. Ainda é preciso ter o
pensamento de que as medidas de racionalização têm início com eficiência, integração e
coordenação de projetos, e detalhando a execução dos serviços. (SOUZA, 2002), apud
MOMESSO, (2010).
Com isso, buscou-se conhecer mais desta área de estruturas em Alvenaria
Estrutural para que se tenha uma agregação de conhecimentos, e contribuir para melhorias de
detalhamentos em projetos, visando o avanço de execução e produtividade no processo de
construção.

1.4 PROBLEMA DE PESQUISA

Investigar em obra a importância do projeto de alvenaria estrutural que quando


bem elaborado e detalhado transforma-se numa importante ferramenta para a correta
execução, redução de perdas e custos no canteiro de obra onde se executa a construção de
uma edificação em alvenaria estrutural.

1.5 METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho será exploratória. Já do ponto de vista dos


procedimentos técnicos, será uma pesquisa bibliográfica com aplicação em estudo de caso,
pois se desenvolverá a partir de materiais publicados em livros, revistas, artigos dissertações,
teses e internet. Utilizará ainda abordagem dedutiva (do geral para o especifico).
A proposta de metodologia do trabalho será desenvolvida considerando as
seguintes etapas gerais:
a. Revisão bibliográfica abordando os principais conceitos introdutórios ao tema;
b. Levantamento dos dados para estudo conforme normas vigentes.
15

c. Aplicando o objeto de estudo na teoria e prática com estudo de caso.


d. Análise dos dados levantados como o estudo de caso apresentado.

1.6 LIMITAÇÃO DO TRABALHO

O presente trabalho se limita ao estudo de um projeto de alvenaria estrutural em


bloco vazado de concreto e a verificação das condições de execução dos seus principais
detalhes construtivos durante sua execução em obra.

1.7 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O trabalho foi organizado em cinco capítulos, apresentando os seguintes


conteúdos:

No capítulo 1 – Introdução, será apresentada a escolha do tema, objetivos, as


ferramentas de pesquisa e a estrutura do trabalho;
No capítulo 2 – Revisão bibliográfica, será apresentada uma fundamentação
teórica entendendo algumas definições necessárias, desmembrando os itens principais que
constituem uma alvenaria estrutural e explicando cada um deles.
No capítulo 3 – Projeto em alvenaria estrutural, serão apresentados os tipos de
projetos existente no sistema de alvenaria estrutural.
No capítulo 4 – Diretrizes para detalhamento de projeto em Alvenaria estrutural,
serão abordados os itens principais para se detalhar um projeto buscando unir a teoria com a
prática.
O capítulo 5 – Conclusões e recomendações, trata da conclusão onde serão
destacadas as importâncias observadas na elaboração do trabalho.
16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

As edificações em alvenaria estão entre as construções de maior aceitação pelo


homem desde as civilizações antigas. Edificações monumentais em alvenaria de pedras e
tijolos, como as pirâmides do Egito e o Coliseu romano (Figura 1), ainda permanecem em pé,
passados mais de 2000 anos de sua construção, o que serve de testemunho da durabilidade
deste sistema construtivo ao longo do tempo (DUARTE,1999) apud RAUBER, (2005).

Figura 1 - As pirâmides do Egito e o Coliseu romano

Fonte: www.globaltravelmate.com/africa Fonte: www.sohistoria.com.br

Segundo TAULI e NESSE (2010) alvenaria é o conjunto de peças justapostas


colocadas em sua interface, por uma argamassa apropriada, formando um elemento vertical
coeso. Este conjunto coeso serve para vedar espaços, resistir a cargas oriundas da gravidade,
promover segurança, resistir a impactos, à ação do fogo, isolar e proteger acusticamente os
ambientes, contribuir para a manutenção do conforto térmico, além de impedir a entrada de
vento e chuva no interior dos ambientes. Apud SILVA, (2013).
AZEREDO (1997) define alvenaria como toda obra constituída de pedras naturais,
tijolos ou blocos de concreto, ligados ou não por meio de argamassas, que comumente deve
oferecer condições de resistência, durabilidade e impermeabilidade. Apud SILVA, (2013).
ROMAN e FILHO (2007) destacam a alvenaria estrutural como um processo
construtivo em que as paredes de alvenaria e as lajes enrijecedoras funcionam estruturalmente
em substituição aos pilares e vigas utilizados nos processos construtivos tradicionais, sendo
dimensionado segundo métodos de cálculos racionais e de confiabilidade determinável. Apud
SILVA, (2013).
17

De acordo com SAMPAIO (2010) a alvenaria estrutural é um processo


construtivo no qual os elementos que desempenham a função estrutural são a própria
alvenaria, dispensando o uso de pilares e vigas, o que acarreta redução de custos. Entretanto,
para CAMACHO (2006) alvenaria estrutural é um processo construtivo no qual, os elementos
que desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos projetados,
dimensionados e executados de forma racional. Apud SILVA, (2013).
A alvenaria estrutural é um sistema que junta as funções de superestrutura e
vedações em um só elemento: as paredes de alvenaria. Como as paredes desempenham o
papel de superestrutura, muitos cuidados devem ser tomados na concepção do projeto,
principalmente na resistência das mesmas. (GUIMARÃES, 2014).
Segundo Cavalheiro (1995) “pela dupla função que seus elementos básicos
(paredes) desempenham nas edificações, ou seja, vedação e resistência, o sistema estrutural
confunde-se com o próprio processo construtivo”. O fato de a alvenaria cumprir dupla função
requer a colaboração do arquiteto, dos engenheiros e do construtor na fase de planejamento,
projeto e construção do edifício (DRYSDALE,1994) apud RAUBER (2005).
Conforme Machado (1999), apud RAUBER (2005), a existência de apenas um
elemento (a parede de alvenaria) para assumir múltiplas funções de ambos os sistemas é
bastante vantajoso. Isto ocorre não apenas pelas facilidades construtivas proporcionadas, mas
também por eliminar problemas que surgem nas interfaces entre os sistemas.

2.1 HISTÓRICO DA ALVENARIA ESTRUTURAL

2.1.1 Histórico no Mundo

O uso da alvenaria estrutural teve sua origem nas antigas civilizações.


SCHNEIDER e DICKEY (1994), apud KATO (2002), citam que a característica
estrutural da alvenaria já é empregada desde a sua aparição.

Grandes blocos irregulares de pedra foram utilizados na execução de paredes


estruturais em pirâmides, catedrais, palácios e fortalezas. “O desenvolvimento da técnica e o
18

seu uso racional foram impedidos pela pouca trabalhabilidade dos blocos de pedra utilizados,
como também pela falta de conhecimento sobre o comportamento das alvenarias” (CAMPOS,
1993). Apud SANTOS, (1998).
CAMALHO e CORRÊA (2003, p.1) comenta que o sistema construtivo se
desenvolveu inicialmente através do empilhamento puro e simples de unidades, tijolos ou
blocos, de forma a cumprir a destinação projetada. Nessa fase inicial, vãos até podiam ser
criados, mas sempre por peças auxiliares, como, por exemplo, vigas de madeira ou pedra.
Até o início do século XX as alvenarias foram executadas de forma empírica e
apresentavam grandes espessuras devidas a falta de conhecimento das características
resistentes dos materiais, e de procedimentos racionais de cálculo (SAMPAIO (2010)) Apud
SILVA, (2013).
Em 1933, houve o terremoto de Long Beach na Califórnia, e o uso da alvenaria
simples (não armada) foi proibido nos Estados Unidos, nas regiões sujeitas a abalos sísmicos.
Logo, começou a surgir os primeiros conceitos teóricos sobre alvenaria armada (SILVA
(2004)). Apud SILVA, (2013).
No ano de 1950 o empirismo predominante no dimensionamento das edificações
entra em decadência, as pesquisas começaram a trazer parâmetros e surgem cálculos mais
racionais, principalmente na Suíça (ROMAN e FILHO (2007)). Apud SILVA, (2013).
Entre 1960 e 1970 houve intensas investigações experimentais e aperfeiçoamento
de modelos matemáticos de cálculo propostos, com o intuito de obter projetos resistentes não
só a carga estática e dinâmicas de vento e sismos, mas também devido a explosões
(PAULUZZI (2013)), Apud SILVA, (2013).

Mohamad (2003, p. 19), comenta o início dos estudos voltados a “Moderna


Alvenaria Estrutural”
O marco inicial da “Moderna Alvenaria Estrutural” teve início com os
estudos realizados pelo professor Paul Haller, na Suica, conduzindo uma série de
testes em paredes de alvenaria, em razão da escassez de concreto e aço
proporcionada pela Segunda Guerra Mundial. Durante sua carreira foram testadas
mais de 1.600 paredes de tijolos. Os dados experimentais serviram como base no
projeto de um prédio de 18 pavimentos, com espessuras de parede que variaram
entre 30 e 38 cm. Estas paredes, com espessura muito reduzida para a época,
causaram uma revolução no processo construtivo existente (TMS, 2005).
19

No final do anos 40, se iniciaram estudos mais aprofundados sobre estruturas de


alvenaria na Europa. Nos Estados Unidos, nos anos 50, iniciou-se o desenvolvimento de
regras práticas para a alvenaria, resultando na publicação de códigos de construção.
Atualmente, em países como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, a alvenaria estrutural
atinge nível de cálculo, execução e controle similares aos aplicados nas estruturas de aço e
concreto, constituindo-se em um econômico e competitivo sistema. (RAUBER,2005)

2.1.2 Histórico no Brasil

Se prolongou por muitos anos o conhecimento empírico voltado a alvenaria


estrutural no mundo, considerada como uma alvenaria resistente e não estrutural, pelo fato de
não haver regulamentos que fixassem critérios de dimensionamento e segurança dos
elementos estruturais.
No Brasil o primeiro trabalho elaborado para o cálculo de alvenaria de estrutura
foi Normas para cálculo e execução de estruturas de alvenaria armada ou parcialmente armada
(anteprojeto), de autoria do engenheiro civil Fernando Luiz Lobo B. Carneiro. Publicado no
Rio de Janeiro em 20 de janeiro de 1968, esse trabalho forneceu os primeiros elementos de
referência para a elaboração do texto básico para a normatização de uso dos blocos
estruturais. Com base nessas normas, dezenas de prédios foram construídos em alvenaria
estrutural armada (KAGEYAMA, KISHI e MEIRELLES, 2009) apud GUIMARÃES (2014).
A alvenaria estrutural foi incorporada somente a partir dos anos 60. Inicialmente,
o uso se manteve restrito à alvenaria estrutural armada, para construção de edifícios de quatro
pavimentos, destinados à habitação popular. Posteriormente, como fruto de incentivos da
promoção pública, a alvenaria estrutural foi utilizada na construção de grandes conjuntos
habitacionais. (RAUBER,2005)
Na década de 1960 surgiu no Brasil o emprego do método construtivo de bloco de
concreto em um conjunto habitacional Central Park Lapa, em São Paulo, constituído de quatro
pavimentos e suas paredes com espessuras de 19 cm, (Figura 2.a). Em 1972 no mesmo
conjunto habitacional, foi construído, quatro prédios de 12 pavimentos em alvenaria armada.
20

“O edifício pioneiro em alvenaria não armada, no Brasil, foi o Jardim


Prudência, construído na cidade de São Paulo, em 1977. A edificação de nove
pavimentos, em blocos de concreto de silicocalcário com paredes de 24 cm de
Espessura.” (MOHAMAD,2003).

Segundo RICHTER (2007) apud SILVA, (2013), apesar da chegada tardia deste
processo construtivo no Brasil, a alvenaria estrutural acabou se firmando como uma
alternativa eficiente e econômica para a execução de edifícios residenciais e Industriais.

Figura 2 - Condomínio Central Parque (a) e Edifício Jardim Prudência (b)

(a) (b)
Fonte: (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO (2013))

Atualmente devido ao surgimento de centros de pesquisas a alvenaria estrutural


está se tornando em grande escala um processo construtivo eficiente e racional. No Brasil
existe importantes centros de pesquisas que buscam a evolução do método, como NEPAE
(Núcleo de Ensino e Pesquisa da Alvenaria Estrutural), GDA (Grupo de Desenvolvimento e
Pesquisa da Alvenaria Estrutural) e o CIENTEC (Fundação de Ciência e Tecnologia).
Alguns países como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha já atingiram níveis de
cálculo, controle e execução similares aos aplicados nas estruturas de aço e concreto armado
(PAULUZZI (2013)) apud SILVA, (2013).
21

2.2 ELEMENTO DE ALVENARIA ESTRUTURAL

2.2.1 Termos e Definições

Conforme Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 15961-1:2011.

 Componentes
Menor parte constituinte de um elemento da estrutura, incluindo:
a) Bloco: Componente básico da alvenaria.
b) Junta de argamassa: Componente utilizado na ligação dos blocos.
c) Graute: Componente utilizado para preenchimento de espaços vazios de blocos
com a finalidade de solidarizar armaduras à alvenaria ou aumentar sua capacidade resistente.

 Elemento de Alvenaria
Parte da estrutura suficientemente elaborada constituída da reunião de dois ou
mais componentes.
a) Não armado: elemento de alvenaria no qual a armadura é desconsiderada para
resistir aos esforços solicitantes.
b) Armado: elemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras passivas que
são consideradas para resistência aos esforços solicitantes.
c) Protendido: elemento de alvenaria em que são utilizadas armaduras ativas
impondo uma pré-compressão antes do carregamento.

 Parede
a) Estrutural: toda parede admitida como participante da estrutura.
b) Não estrutural: toda parede não admitida como participante da estrutura.

 Viga, Verga, Contraverga, Cinta, Pilar, Parede, Coxim, Enrijecedor e Diafragma


22

a) Viga: elemento linear que resiste predominantemente à flexão e cujo vão seja
maior ou igual a três vezes a altura da seção transversal.
b) Verga: elemento estrutural colocado sobre abertura de porta e janela que tenha
a função exclusiva de transmissão de cargas verticais para as paredes adjacentes à abertura.
c) Contraverga: elemento estrutural colocado sob o vão de abertura com a função
de redução de fissuração nos seus cantos.
d) Cinta: elemento estrutural apoiado continuamente na parede, ligado ou não às
lajes, vergas ou contravergas.
e) Pilar: elemento linear que resiste predominantemente a cargas de compressão e
cuja maior dimensão da seção transversal não exceda cinco vezes a menor dimensão.
f) Parede: elemento laminar que resiste predominantemente a cargas de
compressão e cuja maior dimensão da seção transversal excede cinco vezes a menor
dimensão.
g) Coxim: elemento estrutural não contínuo, apoiado na parede, para distribuir
cargas concentradas.
h) Enrijecedor: elemento vinculado a uma parede estrutural com a finalidade de
produzir um enrijecimento na direção perpendicular ao seu plano
i) Diafragma: Elemento estrutural laminar admitido como rígido em seu próprio
plano, sendo usualmente a laje de concreto armado que distribui as ações horizontais para as
paredes.

 Prisma
Corpo de prova obtido pela superposição de blocos unidos por junta de
argamassa, grauteados ou não. Ensaiados à compressão, oferece informação básica sobre
resistência à compressão da alvenaria e é o principal parâmetro para o projeto e controle da
obra.

- Área bruta, líquida e efetiva:

a) Bruta: área de um componente (bloco) ou elemento (parede) considerando-se as


suas dimensões externas e desprezando-se a existência dos vazios.
b) Líquida: área de um componente ou elemento, com desconto das áreas dos
vazios.
23

c) Efetiva: parte da área líquida de um componente ou elemento, sobre a qual


efetivamente é disposta a argamassa.

 Amarração direta ou indireta


a) Direta no plano da parede: padrão de distribuição dos blocos no plano da
parede no qual as juntas verticais se defasam de no mínimo 1/3 do comprimento dos blocos.
b) Junta não amarrada no plano da parede: padrão de distribuição dos blocos no
plano da parede que não atenda ao descrito acima no item “a”. Toda parede com junta não
amarrada no seu plano deve ser considerada não estrutural, salvo se existir comprovação
experimental de sua eficiência ou se efetuada amarração indireta conforme item “d”.
Atualmente estão sendo feitos ensaios na Escola de Engenharia de São Carlos
para se avaliar a eficiência de vários tipos de amarração indireta. (REBOREDO, 2013)
c) Amarração direta de paredes: padrão de ligação de paredes por intertravamento
de blocos, obtido com a interpenetração alternada de 50% das fiadas de uma parede na outra
ao longo das interfaces comuns, (Figura 3).

Figura 3- Amarração Direta de Paredes.

Fonte: Adaptado de ACCETTI (1998).

d) Amarração indireta de paredes: padrão de ligação de paredes com junta vertical


a prumo em que o plano da interface comum é atravessado por armaduras normalmente
constituídas por grampos metálicos devidamente ancorados em furos verticais adjacentes
grauteados ou por telas metálicas ancoradas em juntas de assentamento.
24

2.2.2 Bloco de Concreto

Embasado na Norma Brasileira 6136 (Associação Brasileira de Normas Técnicas,


2014a) – Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Requisitos.
Bloco de concreto vazado é o componente básico da alvenaria estrutural, tem
como função absorver as tensões de compressão geradas pelas cargas da edificação,
substituindo a estrutura de concreto, aonde cuja área líquida é igual ou inferior a 75% da área
bruta (Figura 4).

Figura 4 - Bloco Vazado de Concreto

Fonte: NBR 6136 (2014)

• área bruta: Área da seção perpendicular aos eixos dos furos, sem desconto das
áreas dos vazios.
• área líquida: Área média da seção perpendicular aos eixos dos furos,
descontadas as áreas médias dos vazios.
• área efetiva: parte da área líquida de um componente ou elemento, sobre a qual
efetivamente é disposta a argamassa.

Referindo-se a dimensões, conforme a NBR 6136, temos:

• dimensões nominais: Dimensões comerciais dos blocos, indicadas pelos


fabricantes, múltiplas do módulo M = 10 cm e seus submódulos M/2 e M/4.
25

• dimensões reais: Aquelas obtidas ao medir cada bloco, equivalentes às


dimensões nominais diminuídas em 1 cm, que correspondem à espessura média da junta de
argamassa (Tabela 1).
• blocos modulares: Blocos com dimensões coordenadas, para a execução de
alvenarias modulares, isto é, alvenarias com dimensões múltiplas do módulo M = 10 cm e
seus submódulos M/2 e M/4.

Tabela 1- Dimensões Reais dos Blocos.

mm para
de blocos de concreto têm sua modulação determinada de acordo com as ABNT NBR 5706 e
ABNT NBR 5726.
Fonte: ABNT, NBR 6136.

A espessura mínima de qualquer parede de bloco deve atender à Tabela 2. A


tolerância permitida nas dimensões das paredes é de – 1,0 mm para cada valor individual.
26

Tabela 2 - Dimensões da Espessura das Paredes dos Blocos em Função da Classe.

Fonte: ABNT, NBR 6136.

Família de blocos: Conjunto de componentes de alvenaria que interagem


modularmente entre si e com outros elementos construtivos. Os blocos que compõem a
família, segundo suas dimensões, são designados como bloco inteiro (bloco predominante),
meio bloco, blocos de amarração L e T (blocos para encontros de paredes), blocos
compensadores A e B (blocos para ajustes de modulação) e blocos tipo canaleta.
Além dos blocos retangulares, também existem blocos com formatos diferentes
como blocos canaleta, blocos jota entre outros que servem para cumprir determinadas funções
que os blocos padronizados não podem cumprir como por exemplo junção de paredes a 45º,
passagem de tubulações, receber armações entre outras funções. Um esquema com o desenho
de alguns tipos de blocos pode ser visto na figura 5 abaixo.
27

Figura 5 - Exemplo de Famílias de Blocos de Concreto.

Fonte: http://www.pavertech.com.br/, acessado em 17/04/2017.

2.2.2.1 Resistencia à Compressão

A principal propriedade do bloco é a sua resistência característica à compressão


fbk, referida pela norma atual sempre à área bruta do bloco. Essa é fundamental para a
resistência da parede fk. A qualidade de um bloco é, na maioria das vezes, medida pela sua
resistência à compressão.
Os blocos estruturais devem ter resistência mínima de 3,0 Mpa (Tabela 3). O
ensaio é realizado por simples compressão de uma amostra de blocos. O ensaio de resistência
à compressão deve ser executado conforme a NBR 12118 (2013) e a determinação da
resistência característica dos blocos ensaiados deve ser calculada de acordo com a NBR 6136
(2016).
28

Tabela 3 - Resistência Característica à Compressão.

Fonte: ABNT, NBR 6136.

2.2.2.2 Produção dos Blocos de Concreto

Para a produção de blocos vazados em concreto, conforme a NBR 6136 temos


parâmetros a serem seguidos como:

• Concreto: O concreto deve ser constituído de cimento Portland, agregados e


água.
• Cimento: Somente cimentos que obedeçam às especificações brasileiras para
cimento (ABNT NBR 5732, ABNT NBR 5733, ABNT NBR 5735, ABNT NBR 5736 e
ABNT NBR 11578), destinados à preparação de concretos e argamassas, são considerados
nesta Norma.
• Água: A água de amassamento deve ser limpa e isenta de produtos nocivos à
hidratação do cimento.
• Agregados: Os agregados graúdos e miúdos devem estar de acordo com a ABNT
NBR 7211. Escórias de alto forno, cinzas volantes, argila expandida ou outros agregados
leves ou não podem ser usados com a condição de que o produto final atenda aos requisitos
físico-mecânicos da norma. Recomenda-se que a dimensão máxima característica do agregado
não ultrapasse a metade da menor espessura de parede do bloco.
29

• Aditivos e adições:
- Será permitido o uso de aditivos, de acordo com a ABNT NBR 11768, adições
ou pigmentos, desde que o produto final atenda aos requisitos físico-mecânicos.
- Os aditivos não devem conter substâncias potencialmente capazes de promover a
deterioração do concreto dos blocos ou materiais próximos, quer por contato direto, quer por
disseminação de íons.
• Os blocos devem ser fabricados e curados por processos que assegurem a
obtenção de um concreto suficientemente homogêneo e compacto, de modo a atender a todas
as exigências da Norma 6136. Os lotes devem ser identificados pelo fabricante segundo sua
procedência e transportados e manipulados com as devidas precauções, para não terem sua
qualidade prejudicada.
• Os blocos devem ter arestas vivas e não devem apresentar trincas, fraturas ou
outros defeitos que possam prejudicar o seu assentamento ou afetar a resistência e a
durabilidade da construção, não sendo permitida qualquer reparo que oculte defeitos
eventualmente existentes no bloco.
• Por ocasião do pedido de cotação de preços, o comprador deve indicar o local da
entrega do material, bem como a classe, a resistência característica à compressão, as
dimensões e outras condições particulares dos blocos desejados especificados no projeto.
• Para fins de fornecimentos regulares, a unidade de compra é o bloco.

2.2.2.3 Classificação dos blocos de Concreto

Conforme a Classificação da NBR 6136 (ABNT, 2016a) – Os blocos de concreto


são classificados em quatro classes: A, B, C e D de acordo com sua resistência característica à
compressão axial obtida aos 28 dias (fbk) e outros requisitos:
a) classe A – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima ou
abaixo do nível do solo;
b) classe B – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do
nível do solo;
c) classe C – Com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do
nível do solo; e
30

NOTA: Recomenda-se o uso de blocos com função estrutural classe C designados


M10 para edificações de no máximo um pavimento, os designados M12,5 para edificações de
no máximo dois pavimentos e os designados de M15 e M20, para edificações maiores.
d) classe D – Sem função estrutural, para uso em elementos de alvenaria acima do
nível do solo.

2.2.3 Argamassa de Assentamento

Conforme definição da Norma brasileira 13281- Argamassa para assentamento e


revestimento de paredes e tetos —Requisitos. Regida pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas:
Argamassa é uma mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s)
inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos, com propriedades de aderência e
endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em instalação própria (argamassa
industrializada).
Argamassa para assentamento em alvenaria estrutural: Indicada para ligação de
componentes de vedação (como blocos e tijolos) no assentamento em alvenaria, com função
estrutural.
As principais funções da argamassa são garantir a transferência das tensões entre
os blocos, garantir uma boa aderência entre os blocos, selar a edificação e absorver pequenas
deformações.

2.2.3.1 Função da Argamassa de Assentamento

Dentre as funções da argamassa no sistema estrutural, pode-se citar a união dos


blocos, vedação do conjunto, compensação de imperfeições, distribuição de cargas e absorção
de deformações (Manzione, 2000). Ainda segundo Manzione, (2000) a argamassa necessita
ter algumas características para bem executar suas funções, como boa trabalhabilidade,
capacidade de retenção de água, obtenção rápida de resistência, adequada aderência, boa
durabilidade e resiliência suficiente. Apud NOGUEIRA, (2010).
31

Segundo RAUBER (2005), as argamassas mistas (constituídas de cimento, cal e


areia) são as mais adequadas para o uso em alvenaria estrutural. O tipo de argamassa a ser
utilizado depende, principalmente, da função que a exercerá, das condições de exposição da
parede e do tipo de bloco empregado. “Para cada resistência de bloco existe uma resistência
ótima de argamassa. Um aumento desta resistência não aumentará a resistência da parede”.
(POZZOBON,2003) apud RAUBER, (2005).
A resistência da argamassa deve ser determinada de acordo com a NBR 13279
(2005). Alternativamente pode-se utilizar as prescrições do Anexo D da NBR 15961-2 (2011).
Através desses ensaios é obtida a resistência média à compressão da argamassa fa. O único
componente que não tem especificada sua resistência característica é a argamassa, pois como
a NBR 13279 (2005) especifica a resistência média, a NBR 15961-2 (2011) manteve o mesmo
critério. De acordo com a NBR 15961-1 (2011) deve ser atendido o valor máximo de fa
limitado a 0,7 da resistência característica especificada para bloco, referida à área liquida.
Segundo Parsekian (2012), o valor mínimo de fa deve ser 0,7 de fbk.
Conforme TAUIL, (2010) a colocação de argamassa se assentamento em blocos
vazados de concreto deve se seguir conforme demonstrado na Figura 6.

Figura 6 - Colocação de Argamassa de Assentamento.

Fonte: TAUIL, 2010, p. 83.


32

2.2.4 Graute

De acordo com Camacho (2006) o graute consiste em um concreto fino formado


de cimento, água, agregado miúdo e agregados graúdos de dimensão de até 9,5mm
apresentando como principal característica uma alta fluidez de modo a preencher
adequadamente os vazios dos blocos onde serão lançados. Apud, GUIMARÃES, (2014).
No dimensionamento de estruturas em alvenaria estrutural, utiliza-se o graute nas
paredes mais solicitadas, as quais não resistiriam aos esforços solicitantes caso não houvesse a
presença de grauteamento. Ele também tem como função a transmissão dos esforços de tração
da estrutura para as armaduras. Porém, o graute se mostra um dos fatores de redução de
produtividade, tornando necessário reduzi-lo ao máximo possível. (NOGUEIRA, 2010)
O grauteamento é uma das técnicas mais utilizadas no reforço de alvenaria
estrutural. Através do preenchimento dos vazios dos blocos tem-se um aumento da resistência
da parede aos esforços de flexão, cisalhamento e compressão. Ele tem ainda a finalidade de
solidarizar as unidades com as eventuais armaduras distribuídas em seus vazios. (SAMPAIO
(2010)). Apud SILVA, (2013).

Conforme Associação Brasileira de Normas Técnicas- NBR 15961-1 e 15961-2:


Graute é o componente utilizado para preenchimento de espações vazios de
blocos, com a finalidade de solidarizar armaduras á alvenaria ou aumentar sua capacidade
resistente, (Figura 7).
A avaliação da influência do graute na compressão deve ser feita mediante o
ensaio de compressão de prismas, pequenas paredes ou paredes.
Para elemento de alvenaria armada, a resistência a compressão característica deve
ser especificada com valor mínimo de 15 Mpa.
A consistência do graute deve ser adequada para preencher todos os vazios sem
que haja segregação. Caso seja utilizado cal, o teor não pode ser superior a 10% em volume
em relação ao cimento.
A dimensão máxima do agregado deve ser de 10mm ou 20mm, conforme
cobrimento da armadura, se for 15mm (cobrimento mínimo) ou 25mm, respectivamente. Os
agregados dever ter dimensões inferior a 1/3 da menor dimensão dos vazados a serem
preenchidos.
33

Figura 7 - Grauteamento da Alvenaria.

Fonte:<http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/sistemasconstrutivos/1/materiais/qualidade/9/
materiais.> Acesso em: 19 Abril, 2017.

2.2.5 Armadura

As armaduras são as mesmas utilizadas nas estruturas de concreto armado e


possuem a finalidade de aumentar a resistência da estrutura aos esforços de tração, ou
compressão. Elas são utilizadas verticalmente nos blocos, ou horizontalmente nas vergas,
contravergas, e canaletas (Figura 8). As suas disposições devem estar rigorosamente
especificada no projeto estrutural (RAMALHO e CORRÊA (2007)). Apud SILVA, (2013).

Figura 8 - Armadura Vertical e Horizontal.

Fonte: Adaptado de TAULI e NESSE (2010).


34

Conforme Associação Brasileira de Normas Técnicas- NBR 15961-1, a


especificação do aço deve ser feita de acordo com a Associação Brasileira de Normas
Técnicas, NBR 7480 (2007). Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, o
módulo de elasticidade do aço pode ser admitido igual a 210 GPa.

2.3 SISTEMA CONSTRUTIVO EM ALVENARIA ESTRUTURAL

2.3.1 Paredes

Associação Brasileira de Normas Técnicas- NBR 15961-1, referencia:

Elemento laminar que resista predominantemente a carga de compressão e cuja


maior dimensão da seção transversal exceda cinco vezes a menor dimensão.

 Altura Efetiva
A altura efetiva (he) de uma parede deve ser considerada igual:
─ à altura da parede, se houver travamento que restrinjam os deslocamentos
horizontais das suas extremidades;
─ ao dobro da altura, se uma extremidade for livre e se houver travamento que
restrinja conjuntamente o deslocamento horizontal e a rotação na outra extremidade.

 Espessura Efetiva
Para edificações de mais de dois pavimentos não se admite parede estrutural com
espessura efetiva inferior a 14cm.
A espessura efetiva (te) de uma parede sem enrrijecedores será a sua espessura (t),
não sendo considerado os revestimentos.
A espessura efetiva de uma parede com enrrijecedores regularmente espaçados
deve ser calculada de acordo com a expressão:
35

𝑡𝑒 = 𝛿 𝑡

Onde,
te é a espessura efetiva da parede;
𝛿 é um coeficiente calculado de acordo com a tabela 4 e parâmetros dados
pela figura 9;
t é a espessura da parede na região entre enrijecedores.

Tabela 4 - Valores do Coeficiente δ (interpolar para valores intermediários).

Fonte: NBR 15961-1: 2011, (2017).

Figura 9 - Parâmetro para Cálculo da Espessura Efetiva de Paredes.

Fonte: NBR 15961-1: 2011, (2017).

A espessura efetiva é utilizada para cálculos da esbeltez da parede, conforme item


2.3.1.1, e não pode ser utilizada para o cálculo da área da seção resistente quando a parede
apresentar enrijecesores.
36

2.3.1.1 Limite para dimensões

Para dimensões de peças de alvenaria a NBR 15961-1 nos cita alguns limites
que se pode ver abaixo:

● Esbeltez ─ o índice de esbelte é a razão entre a altura efetiva e a espessura


efetiva da parede ou pilar:
𝜆 = ℎ𝑒/𝑡𝑒

Os valores máximos para os índices de esbeltez se diferencia em alvenaria armada


e não armada, conforme Figura 10.

Figura 10 - Valores Máximos do Índice de Esbeltez de Paredes e Pilares.

Fonte: NBR 15961-1: 2011, (2017).

● Comprimento efetivo de flanges em painéis de contraventamento ─ O


comprimento efetivo de flange em painéis de contraventamento deve obedecer ao limite
𝑏𝑓 ≤ 6𝑡, conforme figura 11.

Figura 11 - Comprimento Efetivo de Flanges

Fonte: NBR 15961-1: 2011, (2017).


37

2.3.1.2 Interação de Paredes

Numa parede de alvenaria, quando se coloca um carregamento localizado sobre


apenas uma parte de seu comprimento, tende haver um espalhamento dessa carga ao longo de
sua altura.
A Norma Brasileira 15961-1: 2011 – Alvenaria estrutural – Bloco de Concreto,
prescreve que “A dispersão de qualquer ação vertical concentrada ou distribuída sobre um
trecho de um elemento se dará segundo uma inclinação de 45°, em relação ao plano
horizontal, podendo-se utilizar essa prescrição tanto para a definição da parte de um elemento
que efetivamente trabalha a resistir a uma ação quanto para a parte de um carregamento que
eventualmente atue sobre um elemento, conforme figura 12.

Figura 12 - Dispersão de Ações Verticais.

Fonte: NBR 15961-1: 2011, (2017).

2.3.1.2.1 Interação de Paredes em cantos e bordas (L, T e X)

Deve-se considerar que exista a interação quando se trata de borda ou canto com
amarração direta, (Figura 14).
Em outras situações de ligação, que não a de amarração direta, a interação
somente pode ser considerada se existir a comprovação experimental de sua eficiência.

Em seu livro Projeto de edifícios de alvenaria estrutural / Mareio A. Ramalho,


Mareio R. S. Corrêa. São Paulo: Pini, 2003. Comentam:
38

Se esse espalhamento pode ser observado em paredes planas, é de se


supor que também possa ocorrer em cantos e bordas, especialmente quando a
amarração é realizada intercalando-se blocos numa e noutra direção, ou seja. Sem a
existência de juntas a prumo. Isso se dá porque um canto assim executado guarda
muita semelhança com a própria parede plana, devendo ser, portanto, o seu
comportamento também semelhante (Fig. 13 - 3.4).

É claro que somente haverá espalhamento da carga através de um canto se


nesse ponto puderem se desenvolver forças de interação (Fig. 13 - 3.5). Se essas
forças não estiverem presentes por um motivo qualquer, como a existência de uma
junta a prumo no local, evidentemente o espalhamento também não se verificará. E
não ocorrendo o espalhamento não ocorrerá a uniformização das cargas que atuam
sobre essas paredes.

Outro ponto em que se pode discutir a existência ou não de forças de


interação são as aberturas. Usualmente, considera-se que a existência de uma
abertura também represente um limite entre paredes, ou seja, a abertura caracteriza a
interrupção do elemento. Assim sendo uma parede com aberturas normalmente é
considerada como uma seqüência de paredes independentes. Entretanto, também
nesse caso, costuma haver forças de interação entre esses diferentes elementos e,
portanto, haverá espalhamento e uniformização de cargas (Fig. 13 - 3.6). Não se
pode esquecer que em casos usuais de janelas ainda se tem aproximadamente 2/3 do
pé-direito preenchido com material, sendo que essa altura se reduz a
aproximadamente 1/3 no caso de portas.
39

Figura 13 - Exemplo de Interações de Paredes.

Fonte: Ramalho, Corrêa. (2003).


40

Figura 14 - Amarração em Cantos e Bordas (L, T e X).

Fonte: (ROMAN et al (2003)), apud Silva, Bernardo. (2013).

2.3.2 Lajes

As lajes tem como função principal suportar as cargas verticais atuantes e


transferi-las para as paredes estruturais onde se apoiam. As ligações das lajes com as paredes
estruturais normalmente são realizadas por cintas de respaldo que contornam as bordas da
laje.
Para edificações de pouca altura e poucos pavimentos, a laje trabalha quase que
exclusivamente para esta resistência a cargas verticais. Para edifícios de maior altura ou
diversos pavimentos, além das cargas verticais, as lajes também trabalham como diafragma
rígido, recebendo as ações horizontais devido aos esforços de vento e desaprumo,
transferindo-as para as paredes estruturais, conforme a rigidez de cada uma delas.
Conforme menciona REBOREDO (2013), nos trechos descritos acima, cita
também que, para edifícios de maior altura, a responsabilidade das lajes é múltipla e é
conveniente que as lajes sejam maciças ou lajes mistas onde a capa da laje tenha uma
dimensão conveniente. O uso de lajes pré-moldadas é mais recomendado para edifícios de até
4 ou 5 pavimentos onde o vento não exerce influência significativa.
41

No caso de edifícios onde a ação do vento é significativa, é conveniente utilizar


lajes maciças, pois neste caso as lajes devem ter rigidez transversal suficiente para garantir o
seu funcionamento como diafragma, ou seja, transferir os esforços horizontais atuantes na
construção às paredes portantes. (ACCETTI,1998).
Segundo RAUBER, (2005), comenta que, a teoria de cálculo da alvenaria prevê
que os esforços horizontais, especialmente a pressão do vento que atua nas paredes das
fachadas, serão absorvidas pelas lajes e por elas transferidos às paredes de contraventamento
(shear Walls), conforme Figura 15. Para que isso realmente ocorra, deve-se garantir que a laje
esteja devidamente solidarizada às paredes e que apresente rigidez suficiente para atuar como
um diafragma rígido.

Figura 15 - Transmissão da Pressão do Vento às Paredes Resistentes.

Fonte: (DUARTE,1999), apud RAUBER, (2005).

No caso de lajes armadas em uma só direção, deve-se também evitar que todas as
lajes sejam armadas na mesma direção. A disposição das armaduras deve se dar
alternadamente, como ilustra a Figura 16, tomando-se o cuidado de equilibrar a quantidade de
armaduras em ambos os sentidos.

Figura 16 - Disposição Recomendada das Lajes Armadas em uma só Direção.

Fonte: RAUBER, (2005).


42

2.3.3 Esforços Verticais Atuantes

2.3.3.1 Importância da Uniformização das Cargas

Conforme Ramalho e Corrêa, (2003) em seu livro Projeto de edifícios de alvenaria


estrutural, que nos dá paramentos referente a importância da uniformização das cargas, vale
ressaltar:
Normalmente, as cargas verticais que atuam sobre as paredes, num determinado
nível da edificação, apresentam valores que podem ser muito diferentes. Por exemplo, as
paredes internas tendem a receber carregamentos bem maiores que as paredes externas.
Mesmo assim, não é recomendável que para um determinado pavimento, sejam
utilizadas resistências diferentes para os blocos. Devido ao controle voltado aos blocos com
resistências distintas, sendo que não há indicação explícita no bloco, e sim no lote de bloco,
podendo ser facilmente confundidos.
Desse modo, a parede mais carregada acaba definindo a resistência dos blocos a
serem utilizados em todas as paredes do pavimento. Podendo ser previstos pontos grauteados,
o que aumenta a resistência da parede mantendo-se a resistência do bloco. Entretanto, o
grauteamento não é uma solução para ser utilizada de modo extensivo, devido ao custo e às
dificuldades de execução.
A uniformização não ocorrendo na prática, pode-se ter uma redução significativa
da segurança da edificação.

2.3.3.2 Resistência à Compressão

A resistência à compressão é, o parâmetro de resistência mais importante para a


alvenaria estrutural.
De acordo com Parsekian, Hamid e Drysdale (2012), a resistência à compressão
da alvenaria depende em ordem decrescente da resistência do bloco, da mão de obra e da
resistência da argamassa. A máxima carga de compressão que a parede é capaz de resistir
43

depende da seção transversal (espessura e comprimento da parede), da esbeltez (relação


altura/espessura) e de eventuais excentricidades de carregamento. Apud REBOREDO, (2013).

2.3.3.2.1 Compressão Simples:

Embasado na Associação Brasileira de Normas Técnica, NBR 15961-1:


A resistência característica à compressão simples da alvenaria fk deve ser
determinada com base no ensaio de paredes (ABNT NBR 8949) ou ser estimada como 70%
da resistência característica de compressão simples de prisma fpk ou 85% da de pequena
parede fppk. As resistências características de parede ou prismas deve ser determinadas de
acordo com as especificações da ABNT NBR 16961-2.
Se as juntas horizontais tiverem argamassamento parcial (apenas sobre as paredes
longitudinais dos blocos) e se a resistência for determinada com base em ensaio de prisma ou
pequena parede, à compressão simples da alvenaria deve ser corrigida pelo fator de 0,80.
Sendo que as correlações indicadas acima podem ser alteradas, desde que
justificadas por resultados de ensaios.

2.3.3.2.2 Compressão na Flexão:

As condições de obtenção da resistência fk devem ser as mesma da região


comprimida da peça que diz respeito à porcentagem de preenchimento com graute e à direção
da resultante de compressão relativa à junta de assentamento.
Quando a compressão ocorrer em direção paralelas às juntas de assentamento
(como no caso usual de vigas), a resistência característica na flexão pode ser adotada:
─ Igual à resistência a compressão na direção perpendicular às juntas de
assentamento, se a região comprimida do elemento de alvenaria estiver
totalmente grauteada;
─ Igual a 50% da resistência à compressão na direção perpendicular às juntas de
assentamento, em caso contrário.
44

2.3.3.2.3 Ensaios em prisma

O prisma é a justaposição de dois ou mais blocos, unidos por juntas de argamassa,


(Figura 17). Pode ou não ser grauteado, suas dimensões e procedimentos de ensaios estão
descritos na NBR 15961- 2 (2011).
Os resultados deste procedimento são utilizados em cálculos estruturais, e
representam de forma satisfatória as condições encontradas na alvenaria estrutural
(CARVALHO (2008)). PRUDÊNCIO (1986) afirma que este tipo de ensaio conduz à
obtenção de valores mais precisos e mais conservadores. De acordo com RAMALHO e
CORRÊA (2007) a resistência do prisma é sempre maior que a da parede devido ao aumento
de juntas horizontais, e verticais (não presentes no ensaio de prismas) na edificação. Segundo
os mesmos autores a relação de resistência entre parede e prisma situa-se por volta de 0,7
tanto para blocos de concreto como para blocos cerâmicos. Apud SILVA, (2013).

Figura 17 - Exemplo de Primas.

Fonte: CARVALHO (2008).

CAMACHO, (2006) afirma que os primas devem possuir todas as características


dos elementos reais da obra, tais como: espessura das juntas, tipo de argamassa e unidade, e
forma de assentamento.

2.3.3.3 Cisalhamento

O cisalhamento ocorre geralmente junto com os esforços provenientes do


momento fletor. De acordo com Correa & Ramalho (2003), recomenda-se que em vergas,
45

vigas ou paredes que participem do sistema de contraventamento são elementos em que o


cisalhamento deve ser verificado. Apud, PIRIS, (2008).
Referindo a NBR 15961-1; As resistências características ao cisalhamento fvk não
devem ser maiores que os valores apresentados na Tabela 5, validos para argamassas de
cimento, cal e areia sem aditivos e adições e juntas verticais preenchidas. Para outros casos a
resistência ao cisalhamento deve ser determinada conforme NBR 14321 (1999).

Tabela 5 - Valores Característicos da Resistência ao Cisalhamento em Juntas


Horizontais de Parede (fvk).

Fonte: ABNT NBR 15691-1;2011.

Onde:
fvk é a resistência característica ao cisalhamento;
σ é a tensão normal considerando apenas 90% das cargas permanentes.

Para a verificação do cisalhamento nas interfaces de ligação entre paredes


(amarração direta), considera-se fvk igual a 0,35 MPa.
Para elementos de alvenaria estrutural submetidos a flexão e quando existirem
armaduras perpendiculares ao plano de cisalhamento e envoltas por graute, a resistência
característica ao cisalhamento pode ser obtida por:

𝑓𝑣𝑘 = 0,35 + 17,5 𝑝 ≤ 0,7 𝑀𝑝𝑎

Onde ρ é a taxa geométrica de armadura.

Para vigas de alvenaria estrutural biapoiadas ou em balanço, a resistência


característica ao cisalhamento pode ser multiplicada pelo fator:

[ 2,5 − 0,25 𝑀𝑚𝑎𝑥⁄(𝑉𝑚𝑎𝑥 . 𝑑)]


46

2.4 VANTAGEM E DESVANTAGEM DA ALVENARIA ESTRUTURAL

Inicialmente conforme (RAMALHO e CORRÊA, 2003), deve-se ressaltar que a


utilização da alvenaria estrutural, para os edifícios residenciais, parte de uma concepção
bastante interessante que é a de transformar a alvenaria, originalmente com função exclusiva
de vedação, na própria estrutura. Dessa forma, pode-se evitar a necessidade da existência dos
pilares e vigas que dão suporte a uma estrutura convencional.
Assim, a alvenaria passa a ter a dupla função de servir de vedação e suporte para a
edificação, o que é, em princípio, muito bom para a economia. Entretanto, a alvenaria, nesse
caso, precisa ter sua resistência perfeitamente controlada, de forma a se garantir a segurança
da edificação. Essa necessidade demanda a utilização de materiais mais caros e também uma
execução mais cuidadosa, o que evidentemente aumenta o seu custo de produção em relação à
alvenaria de vedação.
As características que podem representar as principais vantagens da alvenaria
estrutural em relação às estruturas convencionais de concreto armado, em ordem decrescente
de importância.

a) Economia de fôrmas
Quando existem, as fôrmas se limitam às necessárias para a concretagem das
lajes. São, portanto, fôrmas lisas, baratas e de grande reaproveitamento.

b) Redução significativa nos revestimentos


Por se utilizar blocos de qualidade controlada e pelo controle maior na execução,
a redução dos revestimentos é muito significativa. Usualmente o revestimento interno é feito
com uma camada de gesso aplicada diretamente sobre a superfície dos blocos. No caso dos
azulejos, eles também podem ser colados diretamente sobre os blocos.

c) Redução nos desperdícios de material e mão-de-obra


O fato de as paredes não admitirem intervenções posteriores significativas, como
rasgos ou aberturas para a colocação de instalações hidráulicas e elétricas, é uma importante
causa da eliminação de desperdícios. Assim, o que poderia ser encarado como uma
desvantagem, na verdade implica a virtual eliminação da possibilidade de improvisações, que
encarecem significativamente o preço de uma construção.
47

d) Redução do número de especialidades


Deixam de ser necessários profissionais como armadores e carpinteiros.

e) Flexibilidade no ritmo de execução da obra


Se as lajes forem pré-moldadas, o ritmo da obra estará desvinculado do tempo de
cura que deve ser respeitado no caso das peças de concreto armado.

Mohamad (2015, p. 23 e 24) em seu livro Construções em Alvenaria Estrutural –


Materiais, projeto e desempenho, cita as vantagens econômicas do sistema de alvenaria
estrutural comparando-a com alvenaria convencional de concreto Armado:

A alvenaria estrutural possui diversas vantagens, na qual a econômica


e uma das principais, em virtude da otimização de tarefas na obra, por meio de
técnicas executivas simplificadas e facilidade de controle nas etapas de produção e
eliminação de interferências, gerando uma redução no desperdício de materiais
produzido pelo constante retrabalho. Como consequência, o sistema construtivo em
alvenaria estrutural conseguiu proporcionar uma flexibilidade no planejamento das
etapas de execução das obras. Isso tornou o sistema em alvenaria competitivo no
Brasil, quando comparado com o concreto armado e o aço. A Tabela 1.1 apresenta a
porcentagem de redução no custo de uma obra em alvenaria, comparado com as
estruturas convencionais (WENDLER, 2005). Os dados apresentados na Tabela 1.1
são custos relativos aproximados entre a estrutura convencional (concreto armado) e
a alvenaria estrutural, em função do número de pavimentos e da complexidade do
empreendimento. Esse trabalho foi redigido e apresentado nas reuniões do grupo de
trabalho “Insumos e Novas Tecnologias” da HabiCamp. Também serviu de base
para o curso sobre projeto de alvenaria estrutural com Blocos Vazados de Concreto,
fornecido pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP).

Tabela 6, exemplifica o descrito acima.


48

Tabela 6 - Custos Aproximados entre Estrutura Convencional e Alvenaria


Estrutural no Brasil.

Fonte: Mohamad, (2015).

De acordo com os dados da Tabela 1.1, e possível concluir que, para


prédios de até quatro pavimentos, acontece uma redução no custo da estrutura de
25% a 30%, quando comparado ao concreto armado. A medida que se aumenta o
número de pavimentos essa redução diminui para valores em torno de 4% a 6%.
Atualmente, os vários programas de apoio a construção de habitações populares para
baixa renda, de até quatro pavimentos, tem levado as construtoras a adotarem o
sistema construtivo em alvenaria estrutural como um método construtivo adequado
aos padrões de exigências dos órgãos financiadores.

Neste contexto pode-se perceber que, em termos gerais, a principal vantagem da


utilização da alvenaria estrutural reside numa maior racionalidade do sistema executivo,
reduzindo-se o consumo de materiais e desperdícios que usualmente se verificam em obras de
concreto armado convencional.

Conforme (RAMALHO e CORRÊA, 2003), podemos citar algumas desvantagens


da alvenaria estrutural em relação às estruturas convencionais em concreto armado:

a) Dificuldade de se adaptar arquitetura para um novo uso


Fazendo as paredes parte da estrutura, obviamente não existe a possibilidade de
adaptações significativas no arranjo arquitetônico. Em algumas situações isso se torna um
problema bastante sério. Estudos realizados demonstram que ao longo de sua vida útil uma
edificação tende a sofrer mudanças para se adaptar a novas necessidades de seus usuários. No
49

caso da alvenaria isso não só é inconveniente como tecnicamente impossível na grande


maioria dos casos.

b) Interferência entre projetos de arquitetura/estruturas/instalações


A interferência entre os projetos é muito grande quando se trata de uma obra em
alvenaria estrutural. A manutenção do módulo afeta de forma direta o projeto arquitetônico e
a impossibilidade de se furar paredes, sem um controle cuidadoso desses furos, condiciona de
forma marcante os projetos de instalações elétricas e hidráulicas.

c) Necessidade de uma mão-de-obra bem qualificada


A alvenaria estrutural exige uma mão-de-obra qualificada e apta a fazer uso de
instrumentos adequados para sua execução. Isso significa um treinamento prévio da equipe
contratada para sua execução. Caso contrário, os riscos de falhas que comprometam a
segurança da edificação crescem sensivelmente.

Ressaltasse assim a impossibilidade de se efetuar modificações na disposição


arquitetônica original. Essa limitação é um importante inibidor de vendas e até mesmo um
fator que pode comprometer a segurança de uma edificação durante a sua vida útil, tendo de
ser monitorada para que não haja mudanças no layout.

2.5 EQUIPAMENTOS

Alguns equipamentos são essenciais para a realização dos procedimentos de


execução da alvenaria estrutural, já outros ajudam no melhor desempenho e racionalização na
execução.
Os equipamentos tem por sua finalidade combater o desperdícios, aumentar a
produtividade, garantir os menores custos e a maior qualidade na execução da alvenaria
estrutural.
Abaixo demonstramos algumas imagens (Figura 18 à 30) de equipamentos
essenciais para a execução de uma projeto em alvenaria estrutural:
50

Figura 18 - Carrinho de Transporte de Bloco.

Fonte: http:// inovarequipamentos.com.br/produtos/ acesso maio,2017.

Figura 19 - Gerica de Transporte de Massa.

Fonte: http:// inovarequipamentos.com.br/produtos/ acesso maio,2017.


51

Figura 20 - Combor - Gabarito de Marcação de 1° Fiada.

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.

Figura 21 - Escantilhão - Marcação de Esquadro.

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.


52

Figura 22 - Gabarito de Vão de Janelas.

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.

Figura 23 - Gabarito de Vão de Porta.

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.


53

Figura 24 - Balde para Grauteamento.

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.

Figura 25 - Esquadro de Alumínio.

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.


54

Figura 26 - Nível a Laser e Régua Receptora.

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.

Figura 27 - Régua de Nível.

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.


55

Figura 28 - Meia Colher de Assentamento de Bloco.

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.

Figura 29 - Trena de Medição.

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.


56

Figura 30 - Prumo

http://equipaobra.com.br/plus/modulos/catalogo/ acesso maio, 2017.


57

3 PROJETO EM ALVENARIA ESTRUTURAL

3.1 FUNDAÇÕES

Com base no Manual de Estruturas da ABCP, o sistema de fundações é formado


pelo elemento estrutural do edifício que fica abaixa do solo, que tem a função de suportar com
segurança as cargas provenientes do edifício.
Os principais itens para a escolha da fundação são:
a) Topografia da área;
b) Características do maciço de solo;
c) Dados da estrutura;
d) Dados sobre as construções vizinhas; e
e) Aspectos econômicos.

Segundo Velloso e Lopes em seu livro FUNDAÇÕES: TEORIA E PRÁTICA 2d


– São Paulo: Pini, (1998), p.212.

As fundações são convencionalmente separadas em 2 grandes grupos:

• fundações superficiais (ou "diretas") e


• fundações profundas.

A distinção entre estes dois tipos é feita segundo o critério (arbitrário)


de que uma fundação profunda é aquela cujo mecanismo de ruptura de base não
atinge a superfície do terreno. Como os mecanismos de ruptura de base atingem,
acima da mesma, até 2 vezes sua menor dimensão, a norma NBR 6122 estabeleceu
que fundações profundas são aquelas cujas bases estão implantadas a mais de 2
vezes sua menor dimensão, c a pelo menos 3 m de profundidade. (FUNDAÇÕES:
TEORIA E PRÁTICA 2d – São Paulo: Pini, 1998)

Quanto aos tipos de fundações superficiais há:


58

Blocos: elemento de fundação de concreto simples, dimensionado de


maneira que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo
concreto, sem necessidade de armadura;
Sapata: elemento de fundação de concreto armado, de altura menor
que o bloco, utilizando armadura para resistir aos esforços de tração;

Viga de fundação: elemento de fundação que recebe pilares alinhados,


geralmente de concreto armado; pode ter seção transversa, tipo bloco (sem armadura
transversal), quando são frequentemente chamadas de baldrames, ou tipo sapata,
armadas;

Grelha: elemento de fundação constituído por um conjunto de vigas


que se cruzam nos pilares;
Sapata associada — elemento de fundação que recebe parte dos
pilares da obra, o que a difere do radier, sendo que estes pilares não são alinhados, o
que a difere da viga de fundação;

Radier: elemento de fundação que recebe todos os pilares da obra.

Já as fundações profundas são separadas em três tipos principais:


Estaca — elemento de fundação profunda executado com auxílio de
ferramentas ou equipamentos, execução esta que pode ser por cravação a percussão,
prensagem, vibração ou por escavação, ou, ainda, de forma mista, envolvendo mais
de um destes processos;

Tubulão — elemento de fundação profunda de forma cilíndrica, em


que, pelo menos na sua fase final de execução, há a descida de operário (o tubulão
não difere da estaca por suas dimensões mas pelo processo executivo, que envolve a
descida de operário);
Caixão — elemento de fundação profunda de forma prismática,
concretado na superfície e instalado por escavação interna.

A obra em alvenaria estrutural apresenta capacidade restringida em absorver


recalques diferenciais, devendo tomar precauções necessárias na execução das fundações,
especialmente nas fundações profundas.

Deve-se garantir que os elementos responsáveis pela transmissão das


cargas estejam em contato com solos capazes de resistir aos carregamentos impostos
e, em particular, no caso de estacas cravadas, que as mesmas atinjam a profundidade
59

ou a taxa de penetração (número de golpes/penetração da estaca) especificada em


projeto. (PRUDÊNCIO JÚNIOR; OLIVEIRA; BEDIN, 2002, p. 136). Apud
Gaulke,(2014).

Nas fundações rasas de sapata corrida aplica-se blocos e canaletas de concreto


para que obtenha-se uma redução de formas de madeira, sendo que, esses blocos geralmente
são grauteados e impermeabilizados com pintura especial, Figura 31. (NEIS, 2014).

Figura 31 - Detalhe de Sapata Corrida Utilizando Blocos e Canaletas de Concreto.

Fonte: FAZ FÁCIL, 2014. Apud Gaulke,2014.

3.2 ESTRUTURA DE TRANSIÇÃO

O pavimento de transição é uma estrutura de concreto armado, que tem a


finalidade de absorver as cargas da alvenaria estrutural dos pisos superiores. A exatidão na
construção do pavimento de transição é essencial para não obter patologias na alvenaria
estrutural.
60

Como geralmente os esforços de flexão e cisalhamento são


consideráveis nas vigas de transição, é recomendada especial atenção na conferência
de suas armaduras e em sua concretagem a fim de se evitar a ocorrência de ninhos
de pedra. Outro procedimento indispensável o controle da resistência à compressão
do concreto empregado moldando–se corpos–de-prova. (PRUDÊNCIO JÚNIOR;
OLIVEIRA; BEDIN, 2002, p. 137). Apud Gaulke,(2014).

Desta forma, na laje de transição, aconselha-se deixar pequenas visitas perto dos
alinhamentos das vigas, facilitando a futura conferência da disposição das paredes de
alvenaria estrutural.

3.3 PROJETO ESTRUTURAL EM ALVENARIA

Segundo (RAUBER, 2005), no projeto, deve-se buscar a maximização da


eficiência e desempenho através do emprego de todos os recursos técnicos possíveis. Por isso,
recomenda-se que desde o início do empreendimento a opção pela alvenaria estrutural já
esteja definida, para que se obtenha as vantagens técnicas e econômicas que levem a
racionalização, gerando aumento de produtividade e redução de custos.
A opção pela utilização do sistema de alvenaria estrutural implica em certas
restrições que devem ser consideradas já pelo arquiteto, uma vez que a arquitetura e estrutura
estão inter-relacionadas. Aspectos como volumetria, simetria, dimensões máximas dos vãos e
a flexibilidade da planta devem ser estudados. Parte-se sempre do princípio de que, na
construção em múltiplos pavimentos, as paredes do andar sobrejacente devem estar apoiadas
sobre as do andar subjacente, isto é, deve-se buscar arranjos do tipo “parede sobre parede”.
Paredes em andar sobrejacente, suportadas por vigas no andar subjacente, podem ocorrer,
embora esta não seja a solução mais coerente com a filosofia do sistema. A atuação do
arquiteto deve se dar em todas as etapas do projeto, isto é, da definição do partido
arquitetônico ao detalhamento da estrutura. O desempenho do edifício e seu grau de
construtibilidade estão diretamente relacionados à atuação do arquiteto.
(CAMACHO, 2006) diz que a alvenaria estrutural pode ser classificada quanto ao
processo construtivo empregado, quanto ao tipo de unidades ou ao material utilizado, como
segue:
61

Alvenaria Estrutural Armada: é o processo construtivo em que, por necessidade


estrutural, os elementos resistentes (estruturais) possuem uma armadura passiva de aço. Essas
armaduras são dispostas nas cavidades dos blocos que são posteriormente preenchidas com
micro-concreto (Graute).
Alvenaria Estrutural Não Armada: é o processo construtivo em que nos elementos
estruturais existem somente armaduras com finalidades construtivas, de modo a prevenir
problemas patológicos (fissuras, concentração de tensões, etc.).
Alvenaria Estrutural Parcialmente Armada: é o processo construtivo em que
alguns elementos resistentes são projetados como armados e outros como não armados. De
uma forma geral, essa definição é empregada somente no Brasil.

3.3.1 Modulação

Segundo Camacho (2006) “A modulação ou coordenação modular consiste no


ajuste de todas as dimensões da obra, horizontais e verticais, como múltiplo da dimensão
básica a unidade, cujo objetivo principal é evitar cortes e desperdícios na fase de execução”.
No Brasil, a maioria das construções em alvenaria estrutural é feita com blocos de
concreto. A vantagem desta opção é que as normas brasileiras de cálculo e execução em
alvenaria estrutural são apropriadas para esses blocos, talvez por influência da tecnologia
americana, em lugar da europeia. (ACCETTI,1998).
Estudos realizados por CORRÊA & RAMALHO (1989)3, apud, ACCETTI,
(1998), mediante modelagem por elementos finitos, demonstram a grande influência das
amarrações entre paredes estruturais na distribuição de tensões, o que consiste num dos
mecanismos essenciais do seu desempenho estrutural, tanto da capacidade portante individual
dos painéis, como do conjunto da edificação.
Na modulação de uma planta deve-se procurar, sempre que possível, amarrar duas
ou mais paredes que se encontrem. Esta amarração garante a transmissão de ações de uma
parede para outra, o que alivia uma parede muito carregada e acrescenta tensões em outra
menos carregada, promovendo uniformização de tensões. Esta uniformização é ótima para a
economia, pois a resistência dos blocos de um pavimento é dada pela tensão atuante na parede
mais solicitada, já que não se usam blocos com resistências diferentes em um mesmo
pavimento, por razões operacionais.
62

A amarração de paredes contribui na prevenção do colapso progressivo, pois


provê a estrutura de caminhos alternativos para transferência de forças no caso de ocorrência
de uma ruína localizada provocada por uma ação excepcional. Além disso, a amarração serve
de contraventamento para as paredes.
A amarração direta é feita através da própria disposição dos blocos nas fiadas,
com 50% deles penetrando alternadamente na parede interceptada, conforme figura 3 (Tópico
2.2.1).
No caso de união de mais de duas paredes, a amarração pode ser feita de duas
formas: através da “seqüência de fiadas” (Figura 32) ou através da utilização do “bloco e
meio” (Figura 33). Nestas figuras optou-se por representar os blocos da modulação M15;
contudo, deve-se atentar para o fato de que, na M20, o bloco de 34 aparece na seqüência de
fiadas, e também que existe o bloco e meio de 54 para esta modulação, cujas dimensões são
14x54x19.

Figura 32 - Seqüência de Fiadas.

Fonte: Adaptado de ACCETTI, (1998).


63

Figura 33 - Bloco e Meio (14X44X19).

Fonte: Adaptado de ACCETTI, (1998).

O bloco e meio é um bloco especial oferecido nas dimensões 14x44x19, quando


utilizado na modulação M15, e nas dimensões 14x54x19, quando utilizado na modulação
M20.
O emprego da seqüência de fiadas implica na existência de quatro fiadas
diferentes nos cantos, já com o bloco e meio, pode-se trabalhar apenas com duas fiadas
diferentes, inclusive nos cantos.

3.3.2 Modulação Horizontal de Paredes

A modulação é fundamental para a economia e a racionalização da edificação em


alvenaria estrutural. Modular um arranjo arquitetônico significa acertar suas dimensões em
planta e também o pé-direito da edificação, através das dimensões das unidades, com o
objetivo de reduzir ao máximo os cortes e ajustes na execução das paredes. Há dois tipos de
modulação: a horizontal e a vertical. A unidade de alvenaria é definida por três dimensões:
comprimento, largura e altura. O comprimento e a largura definem o módulo horizontal ou
módulo em planta. Já a altura da unidade define o módulo vertical, adotado nas elevações. É
muito importante que o comprimento e a largura sejam iguais ou múltiplos, assim podemos
ter um único módulo em planta, simplificando a amarração entre as paredes, resultando em
uma melhor racionalização ao sistema construtivo.
O módulo a ser adotado é aquele que se adapte melhor a uma arquitetura pré-
estabelecida ou que propicie uma concepção arquitetônica mais interessante. O módulo
horizontal adotado será a medida da largura do bloco. Como para alvenaria estrutural os
blocos, portanto devem ter largura nominal de 14 cm ou 19 cm, a medida modular será 15 cm
ou 20 cm (largura do bloco mais 1 cm de espessura da junta). No caso de se adotar módulo de
64

15 cm, as dimensões internas dos ambientes em planta devem ser múltiplas de 15, como por
exemplo 60 cm, 1,20 m, 2,10 m, etc. Se o módulo utilizado foi 20 cm, as dimensões internas
devem ser múltiplas de 20, como por exemplo 60 cm, 1,20 m, 1,40 m, 2,80 m, etc. (KALIL).

3.3.2.1 Técnica Usuais de Locação de Blocos Chaves

Para obter os alinhamentos da alvenaria deve se iniciar-se com a locação dos


blocos-chaves, sendo de fundamental importância das fases de execução. Segundo Prudêncio
Júnior; Oliveira; Bedin (2002, p. 138 - 139), apud GAULKE, (2014): "Para tal, várias técnicas
têm sido empregadas ou propostas por mestres-de-obras, engenheiros e pesquisadores, dentre
as quais, destacam-se as locações por coordenadas cartesianas, por cotas acumuladas, e por
coordenadas polares utilizando instrumentos topográficos de precisão."
De acordo com PRUDÊNCIO JÚNIOR; OLIVEIRA; BEDIN (2002, p.139): "Se
as medidas estiverem de acordo com as cotas de projeto, são determinadas as diagonais, sendo
que ambas devem ser iguais para garantir o perfeito esquadro."

A locação dos blocos-chave é definida pelos respectivos processos:


a) Assentamento dos blocos de canto: para determinar os níveis nas extremidades
da laje é necessária a utilização de equipamentos para nivelar, como por exemplo, o nível
alemão, eletrônico, laser ou o óptico.

Deve ser assentado, primeiramente, o bloco no canto mais alto, com


uma junta de 1 cm utilizando-se argamassa de cimento e areia com traço em volume
1:2,5. Tomando como nível de referência o topo desse bloco e empregando-se a
mesma argamassa, os demais blocos de canto devem ser assentados, para que se
possa esticar linhas (normalmente fios de náilon) tangenciando as faces externas dos
mesmos, que servirão como quadro de obra. Caso a obra possua recortes, pode-se
dividir a laje em dois ou mais quadros ou posicionar, quando possível, um bloco
auxiliar que permita que as linhas sejam esticadas. (PRUDÊNCIO JÚNIOR;
OLIVEIRA; BEDIN, 2002, p. 139).

Nas figuras 34 à 36 seguem procedimentos para a marcação de blocos chaves,


juntamente com esquadros.
65

Figura 34 - Locação dos Blocos-Chave.

Fonte: Gaulke,2014.

Figura 35- Locação dos Blocos-Chave Utilizando-se as Coordenadas Polares e


Estação Total.

Fonte: Gaulke, (2014)


66

Figura 36 - Verificação do Esquadro.

Fonte: (ABCP (2010)). Apud Silva, Bernardo, 2003.

b) Marcação dos alinhamentos das paredes: através dos pontos de canto, inicia-se
as medidas sobre as linhas esticadas, de acordo com as cotas descritas no projeto, conforme os
alinhamentos descritos na planta, Figura37. Desta forma, cuidando para que não aconteçam
erros costumeiros. "Esses alinhamentos devem ser marcados com tinta sobre a laje, com
auxílio de um esquadro." (PRUDÊNCIO JÚNIOR; OLIVEIRA; BEDIN, 2002, p. 139).

Figura 37 - Locação dos Blocos-Chave por Cotas Acumuladas.

Fonte: Gaulke,2014.
67

c) Averiguação da disposição dos alinhamentos marcados em relação às vigas de


transição: com a verificação dos alinhamentos da primeira laje-tipo em relação a estrutura de
transição ou baldrame, se faz a marcação da laje-tipo. Existem equipamentos como o prumo a
laser que facilita e diminui o tempo de execução.

d) Assentamento dos blocos-chave: com os blocos de canto já definidos deve-se


colocar os blocos-chave restantes, sendo que os mesmos deverão ser assentados no mesmo
nível dos blocos de canto. Desta forma, estica-se as linhas para a colocação dos demais
blocos.

Caso não seja possível assentar um bloco-chave no mesmo nível dos


de canto, empregando-se uma junta de argamassa de 1cm de espessura, devido a
problemas de convexidade localizada na laje, deve-se tentar assentar o referido
bloco no mesmo nível, utilizando-se uma junta de pelo menos 5mm. Se ainda assim,
não for possível obedecer ao nível estabelecido pelos blocos de canto, deve-se
assentar esse bloco-chave utilizando-se uma junta de 5mm e o desnível deve ser
corrigido nas fiadas subsequentes. (PRUDÊNCIO JÚNIOR; OLIVEIRA; BEDIN,
2002, p. 142).

3.3.2.2 Assentamento da 1° Fiada

Antes do início da marcação da alvenaria é necessário fazer a limpeza do


pavimento onde a alvenaria será executada. Devido à presença de materiais que possam
prejudicar a aderência da argamassa entre o bloco e o pavimento. Os componentes e peças
pré-fabricadas também devem estar limpos e isentos de materiais que prejudiquem sua
aplicação e desempenho (PAULUZZI (2013)) apud, SILVA (2013).
O valor mínimo de espessura da junta horizontal de argamassa de assentamento de
blocos da primeira fiada é de 5 mm e o valor máximo não pode ultrapassar 20 mm, conforme
Figura 38, admitindo-se espessuras de no máximo 30 mm em trechos de comprimento
inferiores a 50 cm. Caso a espessura da junta horizontal de argamassa de assentamento dos
blocos da primeira fiada ultrapasse o valor máximo, deve ser feito um nivelamento com
material com a mesma resistência da laje.
68

Figura 38 - Variações Máximas da Espessura das Juntas de Argamassa.

Fonte: ABNT 15961-2:2011, p.14.

Nas Figuras 39 à 41, demonstra o passo a passo da execução de um assentamento


de primeira fiada.
69

Figura 39 - Passo a Passo de Assentamento de Blocos de Concreto.

Fonte: TAUIL, 2010, p. 139.


70

Figura 40 - Continuação: Passo a passo de Assentamento de Blocos de Concreto.

Fonte: TAUIL, 2010, p. 140.


71

Figura 41 – Passo a passo de Assentamento de Blocos de Concreto com


Verificação de Prumo e Nível.

Fonte: TAUIL, 2010, p. 141.


72

3.3.3 Modulação Vertical das Paredes

A modulação vertical tem o objetivo de definir distâncias verticais como a altura


da porta, a altura da janela, a altura do pé-direito, etc. Como na modulação horizontal, as
distâncias verticais devem ser múltiplas de uma dimensão do bloco, no caso da modulação
vertical a unidade-base é 20 cm (altura do bloco mais a espessura da junta de argamassa).
Portanto o ideal é que todas as medidas verticais do projeto sejam múltiplas de 20 cm.
Existem duas formas de se realizar essa modulação. A primeira é aquela onde a
distância modular é aplicada de piso à teto (Figura 42) e a segunda é aquela onde a distância
aplicada é de piso à piso (Figura 43). Sempre a última fiada das paredes serão compostas
pelos blocos “U” ou “J” dependendo da espessura da laje e da posição da parede (externa ou
interna).
Quando se utiliza essa forma de modulação vertical, a última fiada das paredes
externas serão compostas por blocos “J” (uma de suas laterais é maior que a outra, com isso
acomoda a altura da laje). No caso das paredes internas a última fiada será composta pelos
blocos canaleta (bloco “U”).
73

Figura 42 - Coordenação Modular vertical de Piso à Teto.

Fonte: PRUDÊNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estrutural
de Blocos de Concreto, Florianópolis, 2002 (p.87)

No caso da modulação vertical de piso à piso, a última fiada das paredes externas
será composta pelos blocos “J”, de forma a acomodar a altura da laje. Nas paredes internas a
última fiada será composta ou por blocos compensadores ou blocos canaleta cortados com
muito cuidado no canteiro, por meio de uma ferramenta adequada.
74

Figura 43 - Coordenação Modular Vertical de Piso à Piso.

Fonte: PRUDÊNCIO, Luiz R.; OLIVEIRA, Alexandre L., BEDIM, Carlos A. Alvenaria Estrutural
de Blocos de Concreto, Florianópolis, 2002 (p.87)

3.3.3.1 Elevação da Alvenaria

Depois da execução da primeira fiada ocorre a elevação da alvenaria usando como


apoio castelos em todos os encontros de paredes, ou então, se utiliza escantilhões. Em ambos
os casos deve-se verificar constantemente o prumo, nível, planicidade, alinhamento e
espessuras das juntas horizontais da alvenaria (PRUDÊNCIO (2002)). Apud SILVA, (2013).
Conforme NBR 15961-2 durante a elevação das paredes, os blocos dever ser
assentados e alinhados segundo especificado em projeto e de forma a exigir o mínimo de
ajustes possível. Devem ser posicionados enquanto a argamassa estiver trabalhável e plástica
e, em caso de necessidade de reacomodação do bloco, a argamassa deve ser removida e o
componente deve ser assentado novamente de forma correta.
75

Os cordões de argamassa devem ser aplicados sobre os blocos em uma extensão


tal que sua trabalhabilidade não seja prejudicada por exposição prolongada ao tempo e
evitando-se a queda nos vazados dos blocos.
As justas horizontais devem ter espessura de 10 mm, exceto a juntas horizontais
da primeira fiada, conforme 3.3.2.2.
A variação máxima da espessura das juntas de argamassa deve ser de ± 3 mm, em
relação a especificada no projeto.
O desaprumo e o desalinhamento máximo das paredes e pilares do pavimento não
podem superar 10 mm, além de atender ao limite de 2 mm/m, (Figura 44). Na altura total do
prédio o máximo de desaprumo admitido é de 25 mm.

Figura 44 - Limites Máximos para o Desaprumo e Desalinhamento das Paredes.

Fonte: ABNT 15961-2:2011, p.16.

A Tabela 7, nos dá parâmetro das variáveis de controle geométrico na produção


de alvenaria
76

Tabela 7- Variáveis de Controle Geométrico na Produção de Alvenaria

Fonte: ABNT 15961-2:2011, p.17.

As Figuras 45 à 48 exemplificam o procedimento passo a passo da elevação de


paredes;
77

Figura 45 - Passo a Passo da Elevação de Paredes.

Fonte: TAUIL, 2010, p. 142.


78

Figura 46 - Continuação: Passo a Passo da Elevação de Paredes com Nivelamento


dos Blocos.

Fonte: TAUIL, 2010, p. 143.


79

Figura 47 - Continuação: Passo a Passo da Elevação de Paredes, Colocação dos


Blocos Intermediários.

Fonte: TAUIL, 2010, p. 144.


80

Figura 48 - Continuação: Passo a Passo da Elevação de Paredes, fase de Limpeza.

Fonte: TAUIL, 2010, p. 145.

3.3.4 Simetria na Modulação

Em geral, o que se faz em edifícios de planta simétrica é modular metade do


pavimento e rebatê-la no outro lado, ajustando os pontos de encontro das duas partes. No caso
bastante usual dos edifícios de 4 apartamentos por andar, pode-se fazer a modulação de
apenas um deles e rebatê-la duas vezes para obter os demais, fazendo pequenos ajustes nas
regiões de escada, elevadores e hall.
Existem casos em que, devido às dimensões internas dos compartimentos cortados
pelo eixo de simetria, sobra meio bloco justamente no meio da parede central do pavimento.
Para se fazer o fechamento do painel, sem a ocorrência de sobreposição de juntas, é preciso
81

que na elevação desta parede se utilize um dos seguintes artifícios: bloco e meio (Figura 49)
ou “bloco em trânsito” (Figura 50).
O bloco e meio ocupará os três últimos espaços junto ao fechamento do painel,
intercaladamente nas fiadas pares e ímpares. O uso deste bloco fora da zona de encontro de
paredes, nos poucos casos onde se fizer necessário o ajuste, mantém a amarração.
Alternativamente, pode-se substituir nas fiadas pares ou ímpares o bloco e meio
por um bloco e um meio bloco, que se movimentará ao longo das fiadas, não permitindo a
ocorrência de mais de três juntas a prumo consecutivas. É o que se denomina, aqui, “bloco em
trânsito”. Contexto de ACCETTI, (1998).

Figura 49 - Exemplo de Situação de Fechamento Compensada com a Utilização


do Bloco e Meio.

Fonte: Adaptado de ACCETTI, (1998).

Figura 50 - Exemplo de Situação de Fechamento Compensada com a Utilização


do Bloco em Trânsito.

Fonte: Adaptado de ACCETTI, (1998).


82

3.3.5 Detalhes e Soluções Construtivas

Quando não há travamento de blocos, principalmente nos cantos, é utilizado


artifícios técnicos para contornar esta situação como:

• ferragem horizontal em forma de estribo colocada na junta de argamassa (Figura


51a);
• tela metálica horizontalmente nas junta de argamassa (Figura 51b);
• ferragem horizontal em forma de ‘L’ colocada na junta de argamassa (Figura
51c);
• ferragem em forma de ‘U’ na vertical, colocada nos vazados de dois blocos
(Figura 51d);
• ferragem em forma de ‘L duplo’, colocando uma parte em um vazado do bloco
(vertical) e a outra na junta (horizontal) de argamassa de outro bloco (Figura 51e); e
• ferragem em forma de ‘U duplo’ na vertical, colocada entre os vazados de dois
blocos (Figura 51f).

Figura 51 - Soluções Construtivas de Amarrações

Fonte: Santos,1998.
83

3.3.5.1 Vergas e Contra vergas

As contravergas em vãos de janela e as vergas sobre vão de porta e janela podem


ser executadas com canaletas preenchidas com graute e armadura, peças moldadas no local ou
peças pré-fabricadas, conforme especificado em projeto.
Em cada pavimento, preferencialmente na fiada de respaldo deve ser executada
uma cinta contínua, solidarizando todas as paredes. Esta cinta pode ser executada com blocos
especiais, tipo canaletas, ou com fôrmas. O grauteamento dessa cinta deve preceder a
montagem das formas da laje.
Conforme NBR 15961-1 que já foi definido no item 2.2.1 Pode se entender por
cinta:
As cintas são fiadas compostas por blocos canaleta preenchidos com graute e
armadura.
A função das cintas é dar travamento ao prédio como um todo, transmitir a reação
da laje à alvenaria, uniformizando-a, e combater efeitos provocados por variações
volumétricas (retração, variação de temperatura e efeitos higroscópicos). Deste modo, são
indicadas abaixo da laje em todas as paredes e a meia altura, em especial nas paredes
externas, por estarem expostas às intempéries. (ACCETTI,1998)
A cinta a meia altura executada nas paredes externas pode ser aproveitada como
contravergas de algumas aberturas, o que é favorável para o aspecto econômico.
As cintas em geral não são calculadas, admitindo-as de altura igual a um bloco
canaleta e armadura construtiva, que pode ser, por exemplo, 1 ∅ 10,0 mm corrido ou 2 ∅ 8,0
mm corridos. (ACCETTI,1998).

3.3.5.2 Vigas

Referenciando a NBR 15961-1, além da definição mencionada no item 2.2.1,


temos:
84

 Vão Efetivos

O vão efetivo deve ser tomado como a distância livre entre as faces dos apoios,
acrescida de cada lado do vão do menor valor entre:
─ metade da altura da viga; e
─ distância do eixo do apoio à face do apoio.

 Carregamento para Vigas

O carregamento pode ser considerado de acordo com o princípio geral da


dispersão das ações no material alvenaria que se dá segundo um ângulo de 45°, conforme
2.3.1.2 e a Figura 52.

Figura 52 - Definição da Região que Carrega a Viga Segundo a Regra de


Dispersão de Cargas Verticais.

Fonte: NBR 15961-1, (2011).

3.3.5.3 Juntas

As juntas de dilatação têm como função principal absorver os movimentos que


possam surgir na estrutura, provenientes principalmente da variação de temperatura e
retração. Essas juntas devem ser previstas para evitar o aparecimento de fissuras em razão da
85

variação volumétrica. Devem ser previstas para trechos retos e contínuos, sem recorte de
fachada. (PAESEKIAN,2012).
A junta de dilatação, ao contrário da junta de controle que é limitada ao elemento
parede apenas, se estende por toda a estrutura, basicamente dividindo a edificação em duas ou
mais partes. A Norma NBR 15961-1 recomenda que sejam previstas juntas de dilatação no
máximo a cada 24 m da edificação em planta. Esse limite poderá ser alterado desde que se
faça uma avaliação mais precisa dos efeitos da variação de temperatura e retração sobre a
estrutura, incluindo a eventual presença de armaduras adequadamente alojadas em juntas de
assentamento horizontais.

3.3.5.3.1 Junta de Controle

Conforme a NBR 15961-1 que nos regi, deve ser analisada a necessidade da
colocação de juntas verticais de controle de fissuração em elementos de alvenaria, com a
finalidade de prevenir o aparecimento de fissuras provocadas por variação de temperatura,
retração, variação brusca de carregamento e variação da altura ou da espessura da parede.
Conforme (Figura 53) que nos dá os valores máximos de espaçamento entre juntas verticais
de controle.

Figura 53 - Valores Máximos de Espaçamento entre Juntas Verticais de Controle.

Fonte: NBR 15961-1:2011, p.24.


86

3.3.6 Projetos Complementares

Projeto complementares são todos os demais projetos da edificação que se referem


a instalações. Na qual detalham os sistemas prediais existentes na edificação.

3.3.6.1 Projeto Hidráulico

A passagem da prumada vertical de tubos hidráulicos e sanitários nas paredes tem


que constar nas plantas de elevação das paredes (paginação). Segundo a NBR 15961-1 –
Alvenaria estrutural Blocos de Concreto é proibida a passagem de tubulações que conduzam
fluídos dentro das paredes com função estrutural, exceto quanto a instalação e manutenção
não exigirem cortes na parede estrutural.
Por esse motivo, para a passagem da tubulação hidráulica são utilizadas paredes
de vedação, as chamadas paredes hidráulicas. Os trechos verticais de água fria e quente
devem descer pelos furos dos blocos até o ponto desejado. Já o trecho horizontal da instalação
a passagem da tubulação é feita por baixo da laje de teto e o forro.
No caso de prumadas de esgoto, são previstos “shafts” para abrigar as tubulações,
devido ao grande diâmetro dessas tubulações. Os “shafts” podem ser executados de duas
formas: interrompendo-se a parede para a passagem da tubulação ou passando junto à parede
estrutural). Como já falado anteriormente, as áreas frias da edificação devem ser projetadas o
mais próximo possível uma das outras, com o objetivo de agrupar as instalações reduzindo o
número de “shafts”. Adaptado de (KALIL, LEGGERINI)

3.3.6.2 Projeto Elétrico

Como no projeto hidráulico, nos projetos elétricos e de telefonia em alvenaria


estrutural é comum os eletrodutos passarem pelos vazados dos blocos, com isso não
acarretando em rasgos principalmente horizontais na alvenaria. A tubulação elétrica desce em
cada ponto de força/comando ou ponto telefônico. Não são necessários rasgos nos blocos para
87

abertura de caixas de luz, interruptores ou de telefonia, pois são fornecidos pelos fabricantes
blocos especiais elétricos, já com a abertura para o embutimento dessas caixas. Quando temos
pontos muito próximos um do outro utiliza-se um eletroduto de ligação, onde passa de um
bloco para o outro pela região central superior das paredes transversais do mesmo, através de
rasgos executados nos locais indicados com o auxílio de serras.
88

4 DIRETRIZES PARA DETALHAMENTO DE PROJETO EM ALVENARIA


ESTRUTURAL

4.1 INTRODUÇÃO

Neste capitulo apresentamos o estudo de caso voltado ao empreendimento


Edifício Residencial Mirante da Boa Vista, localizado na cidade de São José, no estado de
Santa Catarina.

4.2 METODOLOGIA

O estudo é vocacionado aos detalhamentos projetados para o empreendimento,


buscando retratar com conceitos e imagens o projeto e a execução.

4.3 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO REALIZADO

O estudo se voltou ao Edifício Residencial Mirante da Boa Vista, composto por


dezesseis andares sendo eles: dois sub solos, térreo e um pavimento tipo projetados em
concreto armado e os outros doze pavimentos tipo juntamente com o barrilete em alvenaria
estrutural.
Na qual buscaremos apresentar o detalhamento da fundação, estrutura de
transição, a execução da alvenaria, vergas e contravergas, juntas, aberturas, grauteamento,
instalações complementares, cintas de amarrações e execução de lajes.
89

4.3.1 Fundação

A opção por fundações superficiais ou profundas fica a cargo do projetista


estrutural.
No empreendimento foi projetado e executado fundação profunda em estaca
hélice, neste método usa se blocos de coroamento que são de elementos maciços de concreto
armado que solidarizam as "cabeças" de uma ou um grupo de estacas, distribuindo para ela as
cargas dos pilares e dos baldrames.
Para a elaboração de um detalhamento de locação de estacas e posteriormente os
de blocos de coroamento, utilizasse linhas de eixos dos pilares como referência e cotas
acumulativas a partir do projeto estrutural que é elaborado baseando-se no projeto
arquitetônico, Figura 54 e 55.
Figura 56 demonstra um projeto de estaqueamento já executado.

Figura 54 - Locação de Pilares

Fonte: autores, 2017.


90

Figura 55 - Locação de Estacas.

Fonte: autores, 2017.

Figura 56 - Exemplo de um projeto de Estaqueamento já executado.

Fonte: Autores,2017.

Nos blocos de coroamento busca se detalhar as dimensões reais dos blocos


juntamente com o detalhamento das armaduras, Figura 57 e 58.
91

Figura 57 - Detalhamento de Bloco de Coroamento.

Fonte: autores, 2017.

Figura 58 - Boco de coroamento.

Fonte: autores, 2017.


92

4.3.2 Estrutura de Transição

O projeto tem estrutura de transição no pavimento Tipo 1 absorvendo todas as


cargas dos pavimentos superiores a ele, e transmitindo para os pilares que levarão a fundação.
Estrutura essa composta de laje maciça, vigas e pilares com espessuras consideráveis,
conforme figura 59.

Figura 59 - Estrutura de Transição.

Fonte: Autores, 2017.

O detalhamento nesta parte de projeto se vocaciona unicamente para as locações


de formas dos pilares, vigas e detalhamento de armaduras, conforme as figuras 60 à 69.
93

Figura 60 - Planta de Detalhamento do Pilar 24.

Fonte: autores, 2017.

Figura 61 - Pilar Alinhado no seu Eixo de Projeto.

Fonte: Autores, 2017.


94

Figura 62 - Execução da Forma do Pilar 24.

Fonte: autores, 2017.

Figura 63 - Execução do Pilar 24 no Tipo 1.

Fonte: autores, 2017.


95

Figura 64 - Planta de Formas de Transição com a Modulação.

Fonte: autores, 2017.


96

Figura 65 - Planta de Forma da Transição.

Fonte: autores, 2017.

Figura 66 - Detalhamento da Viga 14.

Fonte: autores, 2017.


97

Figura 67 - Execução da Viga 14.

Fonte: autores, 2017.

Figura 68 - Parte da Execução da Estrutura de Transição.

Fonte: autores, 2017.


98

Figura 69 - Detalhamento de Armadura Longitudinal Inferior da Laje de


Transição.

Fonte: autores, 2017.

4.3.3 Execução das Alvenarias

A partir da modulação da primeira e segunda fiada, tem a produção das elevações


das paredes, onde serão indicadas as posições de aberturas de portas e janelas, vergas,
contravergas, locais com armadura construtiva e grauteamento, locação dos pontos de
instalações elétricas, hidrossanitárias, telefônicas e as demais informações necessárias para
um bom entendimento por parte do responsável por executar.
99

4.3.3.1 Técnica de Locação dos Blocos Chave

Na execução das marcações dos blocos chaves a empresa executa com o método
das cotas acumuladas. Método esse na qual o responsável técnico da execução adotou como a
parede 28 (Figura 71) do fosso do elevador a origem do projeto e, partindo dessa origem até a
distância exata informada no projeto de modulação para que se chegue a medida de
assentamentos dos blocos, conforme descrito no item 3.3.2.1, figura 37. Na marcação nos
blocos chaves dos pavimentos superiores além de utilizar o método de cotas acumuladas é
verificado o prumo do bloco referenciando o pavimento inferior com o equipamento prumo
(figura 30) e referenciando a NBR 15961-2 conforme figura 70.
Posteriormente traçam uma linha de vértice a vértice para a conferencia do
esquadro, conforme figura 36.

Figura 70 - Descontinuidade Máxima para o Desaprumo das Paredes e Pilares


entre Andares.

Fonte: ABNT 15961-2:2011.


100

Figura 71 - Parede 28 Adotada como Origem de Projeto

Fonte: autores, 2017.

4.3.3.2 Assentamento da 1° Fiada

Após a marcação dos blocos chaves com o projeto de modulação se dá a


continuidade com o assentamento da primeira fiada, onde traçam uma linha de náilon de
bloco à bloco, para se obter o alinhamento da fiada de bloco, utilizando como equipamento
esquadro de alumínio, nível bolha e partindo desse princípio para as demais paredes.
O projeto modular se dá em uma perspectiva superior, mostrando as medidas de
comprimento e largura da parede, e a disposição dos blocos de primeira e segunda fiada a se
empregar no local, Figura 72 à 74.
101

Figura 72 - Origem da Planta de Modulação.

Fonte: autores, 2017.

Figura 73 - Planta de Modulação da Parede 16, 66 e 85.

Fonte: autores, 2017.


102

Figura 74 - Execução da Primeira Fiada da Parede 16, 66 e 85.

Fonte: autores, 2017.

Abaixo a demonstração de um assentamento de primeira fiada finalizado, com as


marcações de pontos de graute, armaduras, aberturas e vãos (Figura 75).

Figura 75 - Exemplo da Disposições dos Blocos em um Assentamento de Primeira


Fiada.

Fonte: Autores, 2017.


103

4.3.3.3 Elevação da Alvenaria

Nas elevações de parede se tem como base o projeto de paginação, o mesmo


menciona todas as medidas exatas de altura e largura nas aberturas de janelas e portas e altura
da parede, juntamente com as medidas verticais na qual se tem disposição das vergas, contra
vergas e cintas para amarrações, (Figura 76 à 79).

Figura 76 - Modulação da Parede 26.

Fonte: autores, 2017.


104

Figura 77 - Paginação da Parede 26.

Fonte: autores, 2017.


105

Figura 78 - Execução da Parede 26.

Fonte: autores, 2017.

Figura 79 - Execução da Parede 26, continuidade.

Fonte: autores, 2017.


106

Abaixo a demonstração da alvenaria executada, com amarrações, pontos de


graute, pontos de armaduras, vergas, contra vergas, cintas de amarrações e aberturas. (Figura
80).

Figura 80 - Elevação de Alvenaria Executada.

Fonte: autores, 2017.

4.3.3.4 Amarração das Paredes

Conforme mencionado no item 2.2.1, a amarração do projeto é feita em amarração


direta. Nesse método se utiliza blocos especiais para o fechamento exato da modulação, como
os blocos compensadores, meio bloco conforme Figura 81 e 82.
107

Figura 81 - Paginação da Parede 14, Demonstração de Amarração Direta.

Fonte: autores, 2017.

Figura 82 - Execução da Parede 14, Amarração Direta.

Fonte: autores, 2017.


108

4.4 VERGAS E CONTRA-VERGA

As vergas são executadas com blocos canaletas (Figura 83 à 85), conforme


descrito nos projetos de paginação nas aberturas de janelas e portas e geralmente se emprega o
uso do aço.

Figura 83 - Exemplo de Detalhamento em Vergas e Contra Vergas.

Fonte: autores, 2017.


109

Figura 84 - Execução da Contra verga.

Fonte: Autores, 2017.

Figura 85 - Vergas e Contras Vergas Executadas.

Fonte: autores, 2017.


110

4.5 JUNTAS

As juntas de dilatação têm como função principal absorver os movimentos que


possam surgir na estrutura, provenientes principalmente da variação de temperatura e
retração, conforme descrito 3.3.5.3.
O detalhamento das justas de dilatações é apresentado nos projetos de
modulações, onde se apresenta as locações dos blocos e juntamente com o emprego de um
material flexível que permita a movimentação da estrutura, material esse proposto pelo
projetista. No projeto analisado foi proposto juntas de dilatação apenas na laje de cobertura
conforme item 4.10.

4.6 ABERTURAS

A coordenação modular deve ser compatibilizada com os vãos de portas e janelas,


considerando-se as dimensões externas de marcos e folgas necessárias para instalação. Em
detrimento das dimensões usuais das aberturas não obedecerem, geralmente, ao mesmo
módulo adotado no projeto de alvenarias, é necessária a adoção de blocos especiais, chamado
de compensadores, para ajustes das dimensões dos vãos. Estes blocos podem ser também
utilizados para o ajuste de dimensões não moduladas dos projetos. Ressalva-se, contudo, que
quanto maior a variedade de peças utilizadas na alvenaria, tanto maior a dificuldade de
execução e, consequentemente, menor o grau de construtibilidade do edifício, o que afeta
diretamente a produtividade da obra. O emprego de muitas peças especiais também traz
impactos sobre o custo da edificação. (RAUBER, 2005).

A execução do projeto de detalhamento de aberturas de porta se dá conforme


(Figura 86 e 87), na qual demonstra as disposições dos blocos, as amarrações, as armaduras,
cintas e os vãos.
111

Figura 86 - Paginação da Parede 60, demonstração de abertura de porta.

Fonte: autores, 2017.

Figura 87 - Execução da Parede 59 com a União com a Parede 60.

Fonte: autores, 2017.


112

No item 4.4, (Figura 83) demonstramos como se efetua o detalhamento de janelas,


com as especificações de vergas, contra vergas e armadura. A execução de aberturas de
janelas se dá conforme (Figura 88).

Figura 88 - Aberturas de Janelas com Vergas e Contra Vergas.

Fonte: Autores, 2017.

4.7 GRAUTEAMENTO

A execução do grauteamento dos blocos se dá posteriormente a execução da


alvenaria, aonde se especifica se os pontos conforme o projeto de paginação, (Figura 89 à 92).
Conforme NBR 15961-2:2011, referência que a execução do grauteamento deve
ser efetuada após no mínimo 16 h do assentamento dos blocos.
113

Figura 89 - Paginação da Parede 28, demonstração de Pontos de Grauteamento.

Fonte: autores, 2017.

Figura 90 - Demonstrativo Ilustrativo de Execução de Grauteamento.

Fonte: autores, 2017.


114

Figura 91 - Execução de Grauteamento da Parede 28.

Fonte: autores, 2017.

Figura 92 - Exemplo de Paredes em Fase de Execução com Pontos de


Grauteamento.

Fonte: Autores, 2017.


115

4.8 INSTALAÇÕES COMPLEMENTARES

As instalações são executadas conforme os projetos complementares, projetada


por profissionais capacitados à área especifica do projeto.

4.8.1 Instalações Elétricas

As instalações são executadas de acordo com o projeto elétrico, projetado por um


profissional habilitado na área de engenharia elétrica na qual segue como referência de
instalações o projeto de modulação do empreendimento.
As Figuras 93 à 96 detalha a execução de uma instalação elétrica por partes.

Figura 93 - Execução de Projeto Elétrico na Elevação da Alvenaria.

Fonte: Autores, 2017.


116

Figura 94 - Espera de Conduites para Execução da Laje.

Fonte: Autores, 2017.

Figura 95 - Execução de Projeto Elétrico em Laje.

Fonte: Autores, 2017.


117

Figura 96 - Locação dos Pontos de Tomadas Elétricas com a Alvenaria executada.

Fonte: autores, 2017.

4.8.2 Instalações Hidrossanitários

A execução do projeto hidrossanitário é de acordo com o projeto que é elaborado


com concordância com o projeto de modulação, (Figura 97 e 98).
118

Figura 97 - Locação dos Pontos de Ar Condicionados.

Fonte: autores, 2017.

Figura 98 - Locação da Espera de Pontos Hidráulicos.

Fonte: autores, 2017.

4.9 CINTAS DE AMARRAÇÃO E EXECUÇÃO DE LAJES

A função das cintas é dar travamento ao prédio como um todo, sendo executada
no fechamento superior das paredes com função de transmitir a reação da laje à alvenaria,
119

uniformizando-a, e combater efeitos provocados por variações volumétricas (retração,


variação de temperatura e efeitos higroscópicos).
No Empreendimento estudado as cintas de amarrações foram projetadas de duas
formas, diferenciando em cintas internas e cintas externas contendo dois tipos de blocos
canaleta, (Figura 99 à 102). As cintas internas foram projetadas com blocos canaletas do tipo
“U” com o emprego de armadura. Já as cintas de amarrações externas foram projetas com
blocos canaletas do tipo “J”, bloco este utilizado no assentamento de lajes para que se tenha o
acabamento na parte externa em bloco e se elimine a utilização de fechamento de laje com
tabuas de madeiras, minimizando assim o custo da obra e maximizando a produtividade.
Logo após o grauteamento das cintas de amarrações se executa as lajes, que foram
projetadas do tipo treliçada “painel”.

Figura 99 - Paginação da Parede 24, Demonstração de Cintas de Amarrações.

Fonte: autores, 2017.


120

Figura 100 - Parede 24, Cintas de Amarração Executada.

Fonte: autores, 2017.

Figura 101 - Cintas de Amarrações Executadas.

Fonte: autores, 2017.


121

Figura 102 - Cinta de Amarração Grauteada.

Fonte: autores, 2017.

4.10 LAJE DE COBERTURA

No caso de lajes de cobertura, devido a problemas de fissuração no último


pavimento dos edifícios, causada pela movimentação da laje sujeita a elevadas variações
térmicas, o procedimento adotado deve ser um pouco diferente dos demais pavimentos.
As lajes são executadas simplesmente apoiadas nas paredes, permitindo sua livre
movimentação no plano, o que pode ser facilitado, por exemplo, pela introdução de uma junta
de dilatação que no caso do empreendimento foi utilizado como material da junta uma manta
asfáltica impermeável, Figura 103.
No presente trabalho não foi demonstrado a execução da junta de dilatação pelo
fato do empreendimento estar em fase de execução de níveis inferiores à cobertura.
Demonstraremos também as disposições das armaduras conforme Figura 104.
122

Figura 103 - Detalhe da Junta de Dilatação da Laje de Cobertura.

Fonte: autores, 2017.

Figura 104 - Detalhamento de Armaduras Longitudinal Superior da Laje de


Cobertura.

Fonte: autores, 2017.


123

5 CONCLUSÃO

Este trabalho foi muito importante, pois demonstra a complexidade de se fazer um


projeto de alvenaria estrutural. As dificuldades começam com o recebimento da arquitetura,
que na maioria das vezes não atende ao padrão recomendado, isto é, com medidas múltiplas
do módulo.
Isso pode trazer problemas como projetos mais complexos podendo causar perda
de produtividade, tirando um dos pontos fortes do sistema que é a racionalização, sendo assim
a importância do detalhamento.
Também foi notada a importância de se produzir um projeto mais perfeito o
possível, com mínimo de erros, de forma a minimizar os problemas na obra. Com isso, evita-
se a perda de produtividade na tentativa se solucionar esses empecilhos no local de trabalho,
sempre com o risco da solução adotada, não ser a mais adequada. Ou seja, decisões tomadas
pelos projetistas nas fases iniciais, serão responsáveis pelo sucesso ou fracasso do emprego
deste sistema construtivo. Isto demonstra a importância não apenas do dimensionamento ser
perfeito mas também a importância da forma que o detalhamento é elaborado, buscando
sempre um bom entendimento na parte do responsável pela execução, para a extinção de erros
e dúvidas.

5.1 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como continuidade da elaboração deste trabalho, ficam algumas recomendações para estudos
futuros:
- Aprofundamento em pesquisas a respeito, visando a melhoria de produtividade;
- Pesquisa de novas tecnologias como software na área de detalhamento, verificando sua
eficiência;
- Técnicas utilizadas em outras regiões que possam apresentar bons índices; e
- Verificação da conformidade entre o detalhamento e a execução de um projeto.
124

REFERÊNCIAS

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Alvenaria Estrutural - Blocos de Concreto- Parte 2: Execução e Controle de Obras. 1 ed. Rio
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6136: Blocos


Vazados de Concreto Simples para Alvenaria - Requisitos. 1 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2016.
10 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12118: Blocos


Vazados de Concreto Simples para Alvenaria - Método de Ensaio. 2 ed. Rio de Janeiro: Abnt,
2014. 14 p.

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127

ANEXOS
128

ANEXO A – Planta de Modulação Tipo 1


129

ANEXO B – Planta de Transição Tipo 1

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