Você está na página 1de 64

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ENZO DE SOUZA TEIXEIRA


FELIPE GARCIA BRUNING

ANÁLISE DO SISTEMA CONSTRUTIVO DE PAREDE DE CONCRETO


MOLDADAS IN LOCO E SUA COMPARAÇÃO COM O SISTEMA CONSTRUTIVO
DE ALVENARIA CONVENCIONAL

Palhoça
2021
ENZO DE SOUZA TEIXEIRA
FELIPE GARCIA BRUNING

ANÁLISE DO SISTEMA CONSTRUTIVO DE PAREDE DE CONCRETO


MOLDADAS IN LOCO E SUA COMPARAÇÃO COM O SISTEMA CONSTRUTIVO
DE ALVENARIA CONVENCIONAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial
à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. José Humberto Dias de Tolêdo, Ms

Palhoça
2021
ENZO DE SOUZA TEIXEIRA
FELIPE GARCIA BRUNING

ANÁLISE DO SISTEMA CONSTRUTIVO DE PAREDE DE CONCRETO


MOLDADAS IN LOCO E SUA COMPARAÇÃO COM O SISTEMA CONSTRUTIVO
DE ALVENARIA CONVENCIONAL

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final
pelo Curso de Engenharia Civil da
Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 04 de novembro de 2021.

______________________________________________________
Professor e orientador José Humberto Dias de Toledo, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Professor Ricardo Moacyr Mafra, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
Eng. Civil Telmo da Rocha, Bel.
Hugen Rocha Engenharia Ltda
Esse trabalho é dedicado aos nossos
pais, amigos e ao nosso orientador que prestou
todo o amparo necessário, não seria possível
completar a nossa graduação em Engenharia
civil.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecemos a Deus por proporcionar todo o discernimento e saúde


necessária ao longo da formação acadêmica, e em todas as dificuldades da vida.

Agradecemos a todos os professores que não mediram esforços ao longo da


graduação, com a finalidade de nos conceder seu conhecimento, e nos proporcionarem o
desenvolvimento de um senso crítico deveras importante para vida profissional. Nos tornando
pessoas melhores a fim de promover uma mudança positiva em nossa sociedade.

A nossa família que esteve ao lado em todos os momentos, apoiando, e


compreendendo a ausência em certos períodos.

A todos os companheiros de curso, que vivenciaram as mesmas ideias, dificuldades


e experiências, que se tornaram parte de nós.

Agradecemos ao professor José Humberto Dias de Tolêdo por toda a orientação e


apoio ao desenvolvimento desse trabalho, e ao vínculo intrínseco em nossa formação.
“Todos os seus sonhos podem se tornar realidade, se nós termos coragem de perseguí-
los” (Walt Disney, 1998)
RESUMO

O trabalho tem o intuito de demonstrar o sistema construtivo de parede de concreto


moldado in loco e compará-lo com o método construtivo mais utilizado no Brasil, o método
convencional com as edificações com pilares, vigas, lajes com concreto armado e tijolos para
vedação. Esse novo sistema construtivo está sendo utilizado por grandes construtoras para
suprir a grande demanda do mercado de habitações para as pessoas de baixa renda, por ser um
método que proporciona mais qualidade, velocidade, economia e principalmente, a entrega da
obra em um menor intervalo de tempo. Assim, esse TCC tem o intuito de demonstrar essa nova
tecnologia, mostrando as etapas da sua execução, vantagens, desvantagens e também,
apresentar um estudo de caso de uma obra localizada na Palhoça feita com esse modelo
construtivo. Onde observamos sua efetividade em empreendimentos padronizados com várias
unidades, tendo o custo inicial das fôrmas diluído nas múltiplas unidades concretadas, ganhando
na velocidade de execução e evitando o retrabalho de métodos mais artesanais.

Palavras-chave: Parede de concreto. Velocidade. Economia.


ABSTRACT

The work aims to demonstrate the construction system of cast concrete wall in loco and
compare it with the most used construction method in Brazil, the conventional method with
buildings with pillars, beams, slabs with reinforced concrete and bricks for sealing. This new
construction system is being used by large construction companies to meet the great demand of
the housing market for low-income people, as it is a method that provides more quality, speed,
economy and, above all, the delivery of the work in a shorter interval of time. time. Thus, this
TCC aims to demonstrate this new technology, showing the stages of its implementation,
advantages, disadvantages and also to present a case study of a work located in Palhoça made
with this constructive model. Where we observe its effectiveness in standardized projects with
several units, with the initial cost of the molds diluted in the multiple concreted units, gaining
in execution speed and avoiding the rework of more artisanal methods.

Keywords: Concrete wall. Speed. Economy.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Obra em alvenaria convencional .......................................................................... 16


Figura 2 - Estrutura em concreto armado .............................................................................. 17
Figura 3 - Fluxograma de produção dos elementos de concreto armado ................................ 18
Figura 4 - Tijolos maciços .................................................................................................... 19
Figura 5 - Tijolos furados ou tijolo baiano ............................................................................ 19
Figura 6 - Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos de vedação ................................... 20
Figura 7 - Edifício de 20 pavimentos construído com paredes de concreto ........................... 22
Figura 8 - Resumo das tipologias de concreto....................................................................... 23
Figura 9 - Fôrma Metálica .................................................................................................... 24
Figura 10 - Fôrma Metálica + Compensado .......................................................................... 25
Figura 11 - Fôrma Plástica ................................................................................................... 25
Figura 12 - Vantagens e desvantagens dos tipos de fôrmas ................................................... 26
Figura 13 - Armadura das paredes com as instalações elétricas passadas .............................. 27
Figura 14 - Marcação das paredes com aço para fixação das telas soldadas .......................... 29
Figura 15 - Montagem das telas soldadas ............................................................................. 30
Figura 16 - Instalações dos sistemas hidrossanitário e elétrico antes da concretagem ............ 30
Figura 17 - Finalização das fôrmas ....................................................................................... 31
Figura 18 - Colocação de fôrmas .......................................................................................... 32
Figura 19 - Demonstração das formas das paredes e da laje .................................................. 32
Figura 20 - Concretagem das fôrmas .................................................................................... 34
Figura 21 - Concretagem ...................................................................................................... 34
Figura 22 - Desforma ........................................................................................................... 35
Figura 23 - Planta do empreendimento ................................................................................. 40
Figura 24 - Fachada de um do bloco de apartamento em construção ..................................... 40
Figura 25 - Planta baixa de um apartamento ......................................................................... 41
Figura 26 - Fundação finalizada ........................................................................................... 42
Figura 27 - Uso de vergalhões e galgas para montagem das fôrmas e armaduras .................. 43
Figura 28 - Laje pronta para montagem das armaduras ......................................................... 43
Figura 29 - Armaduras montadas ......................................................................................... 44
Figura 30 - kit chicote elétrico .............................................................................................. 45
Figura 31 - Espaçador para eletroduto .................................................................................. 46
Figura 32 - Kit de chicote elétrico pronto em laje ................................................................. 46
Figura 33 - Local do shaft ou mocheta ................................................................................. 47
Figura 34 - Montagem das fôrmas de alumínio ..................................................................... 48
Figura 35 - Cores para identificação das fôrmas ................................................................... 49
Figura 36 - Montagem dos painéis ....................................................................................... 50
Figura 37 - Pino ou gravata para travamento das fôrmas ...................................................... 50
Figura 38 - Painéis prontos para concretagem ...................................................................... 51
Figura 39 - Exemplo de concretagem em laje para parede de concreto moldado in loco ....... 52
Figura 40 - Paredes pós desforma ......................................................................................... 53
Figura 41 - Aplicação da camada polimérica para regularização da parede ........................... 54
Figura 42 - Custo do m² do método convencional ................................................................. 56
Figura 43- Custo do m² do método convencional sem desoneração ...................................... 57
Figura 44 - Dados dos clientes ............................................................................................. 58
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 12

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO DO TEMA ....................................................... 13

1.2 JUSTIFICATIVA........................................................................................ 13

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA ..................................................................... 13

1.4 OBJETIVOS..................................................................................................... 14

1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 14

1.4.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 14

1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA.................................................................. 14

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO................................................................. 15

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................... 16

2.1 SISTEMA CONSTRUTIVO TRADICIONAL ............................................ 16

2.1.1 CONCRETO ARMADO ............................................................................. 17

2.1.2 VEDAÇÃO ................................................................................................. 18

2.2 SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDES DE CONCRETO MOLDADAS IN


LOCO 21

2.2.1 HISTÓRIA.................................................................................................. 21

2.2.2 SISTEMA CONSTRUTIVO ....................................................................... 22

2.2.3 CONCRETO ............................................................................................... 23

2.2.4 TIPOS DE FÔRMAS .................................................................................. 24

2.2.5 ARMADURAS ........................................................................................... 26

2.3 PASSO A PASSO DO PROCESSO CONSTRUTIVO ................................ 28

2.3.1 SERVIÇOS PRELIMINARES .................................................................... 28

2.3.2 MARCAÇÕES DAS PAREDES ................................................................. 28

2.3.3 MONTAGEM DE FORMAS ...................................................................... 30

2.3.4 CONCRETAGEM ...................................................................................... 33

2.3.5 DESFORMA E LIMPEZA .......................................................................... 34

2.3.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS ......................................................... 35


2.4 TRABALHOS CORRELATOS .................................................................. 37

2.4.1 Tema: Estudo de Viabilidade Financeira Comparando o Sistema de Parede de


Concreto Armado e Parede de Alvenaria Convencional em Edificações Multifamiliares de
Padrão Popular. ................................................................................................................ 37

Autores: Andrey Menegaz Felipe e Cristian de Souza Cansilier Universidade: Unisul


– Tubarão 37

2.4.2 Tema: Análise Do Sistema Construtivo De Paredes De Concreto Moldadas “In


Loco” – um Estudo De Caso ............................................................................................ 38

2.4.3 Tema: Comparativo de Custo E Processo Construtivo Dos sistemas de Vedação


convencional E Paredes de Concreto Moldadas In Loco. .................................................. 38

3 ESTUDO DE CASO ......................................................................................... 39

3.1 ESTUDO DE UM EMPREENDIMENTO REALIZADO COM O SISTEMA


CONSTRUTIVO DE PAREDE DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO....................... 39

3.2 MÉTODO DE CONSTRUÇÃO PELA CONSTRUTORA .......................... 41

3.2.1 FUNDAÇÃO .............................................................................................. 41

3.2.2 MONTAGEM DAS ARMADURAS ........................................................... 42

3.2.3 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS .................................................................... 44

3.2.4 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS .............................................................. 47

3.2.5 MONTAGEM DAS FÔRMAS.................................................................... 47

3.2.6 CONCRETAGEM ...................................................................................... 51

3.2.7 DESFORMA ............................................................................................... 52

3.3 OPINIÃO DO ENGENHEIRO SOBRE A MUDANÇA DO SISTEMA


CONSTRUTIVO CONVENCIONAL PARA PAREDE DE CONCRETO MOLDADO IN
LOCO 54

4 CONSIDERAÇOES FINAIS ........................................................................... 59

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 61
12

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, o sistema construtivo mais comum é o de alvenaria convencional, o qual


consiste em estruturas de concreto armado em conjunto com alvenaria de vedação. (SANTOS,
2014) Porém, esse método construtivo apresenta algumas desvantagens, como o desperdício de
material, mão de obra pouco qualificada e pouca velocidade em comparação com outros
modelos construtivos. (CORSINI, 2011)

Esse método construtivo começou em entre 1970 e 1980, porém a falta de investimento
para aprimorar o modelo construtivo e a falência do Banco Nacional de Habitação, impediu o
avanço da tecnologia. (MISSURELI e MASSUDA, 2009; SACHT, 2008)

Nos últimos anos, o mercado da construção civil cresceu graças ao fácil acesso ao
crédito e incentivos do governo para diminuição do déficit habitacional do país, como por
exemplo, o programa “Minha casa, minha Vida” e atualmente, o programa “Casa Verde e
Amarela”.

Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV, 2017), nosso país necessita em torno
de 7,7 milhões de moradias para famílias de baixa renda. Essa grande demanda por habitações
de baixa renda, faz com que as construtoras busquem inovações para melhorar seu rendimento.
O processo construtivo de paredes de concreto moldadas in loco é inovador, apresenta maior
eficiência, evita o retrabalho, alta produtividade, limpeza, qualidade e sustentabilidade.
(BRAGUIM, 2013) Tais características fizeram com que várias construtoras adotassem o
método, estando em segundo lugar (atrás da alvenaria convencional) como o método
construtivo mais utilizado por grandes construtoras, segundo Braguim (2013).

A NBR 16055 de 2012 descreve o processo produtivo e os seus procedimentos. Com a


NBR o método construtivo se tornou mais acessível e sua aplicabilidade vem crescendo. De
acordo com Arnoldo Wendler que é consultor da ABECE (Associação Brasileira de Engenharia
e Consultoria Estrutura) e da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) o treinamento
para montagem é simples e esse trabalho pode ser executado por pessoas que não possuem
experiência na construção civil, sendo necessários 15 dias para formação de um montador e,
dessa forma elimina a figura do pedreiro e do servente.

Esse trabalho tem como objetivo analisar esse sistema construtivo de parede de concreto
e fazer um comparativo ao método convencional.
13

1.1 TEMA E DELIMITAÇÃO DO TEMA

Tema: Sistema construtivo de paredes de concreto moldadas in loco.

Delimitação do Tema: Comparação com o sistema construtivo de alvenaria


convencional em uma obra localizada no município de Palhoça, SC.

1.2 JUSTIFICATIVA

Nos últimos anos, as grandes construtoras têm obtido resultados positivos na utilização
desse método, por ser um modelo construtivo que oferece produtividade, qualidade e economia
em larga escala. Por ser um assunto pouco mencionado nas universidades e de grande valor
para o conhecimento para os futuros profissionais na engenharia e construtores que buscam por
novas tecnologias, optou-se pela investigação desse tema comparando-o com o modelo
construtivo mais utilizado na construção civil a alvenaria convencional.

A análise e o comparativo entre os sistemas construtivos permitem conhecer as


características executivas, quantidade de mão de obra e custos, podendo ser base de estudo para
empresas que procuram um norte à procura de maior eficiência no ramo da habitação popular.
A pesquisa visa analisar e fornecer os dados necessários, a fim de disponibilizar os meios para
a análise dessa solução eficiente para o mercado.

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA

No Brasil há um número exorbitante de pessoas necessitando de moradias apropriadas


que ofereçam as condições adequadas, proporcionando qualidade e dignidade para suas
famílias. (IBGE, 2010)

Devido a urbanização sem o planejamento das grandes cidades, os valores das


habitações se tornam muitas vezes inacessíveis a parcela da população de baixa renda,
obrigando a morarem em locais mais afastados, que muitas vezes, não possuem regularização
nem condições mínimas como saneamento básico. Em 1980, 67,7% da população vivia em área
urbana o que equivale a 119 milhões de pessoas, já em 2010 o número saltou para 84,3% com
190,7 milhões de cidadãos. (IBGE, 2010)
14

O governo federal visando estimular a aquisição de moradia nas populações menos


abastadas anunciou em julho de 2020 o programa casa verde e amarela, o qual irá atuar em três
vertentes, financiamento de imóveis, regularização fundiária e reforma de obras.

Devido à grande demanda de moradias, as construtoras vêm buscando alternativas para


acelerar o processo construtivo, sem prejudicar a sua qualidade e segurança. Assim, surgiu a
seguinte pergunta de pesquisa: será que a utilização de um novo sistema construtivo de parede
de concreto, moldadas in loco, pode proporcionar, rapidez, economia, gerar menos resíduos,
etc. comparado ao sistema construtivo de alvenaria convencional?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Analisar a execução do sistema construtivo de parede de concreto in loco, a partir de um


estudo de caso, comparando com o sistema construtivo de alvenaria convencional, expondo
vantagens e desvantagens de cada método junto à análise de viabilidade econômica e
construtiva.

1.4.2 Objetivos Específicos

 Descrever as etapas do sistema construtivo de paredes de concreto moldadas in loco;


 Realizar um estudo de caso de um edifício residencial do programa “Casa verde e
amarela” empreendido na região do município de Palhoça, SC construído utilizando o
método de paredes de concreto moldadas in loco; e
 Fazer um comparativo do sistema construtivo em estudo com o de alvenaria
convencional.

1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia deste trabalho quanto aos objetivos será exploratória. Já do ponto de


vista dos procedimentos técnicos, será uma pesquisa bibliográfica com aplicação em estudo de
caso, pois se desenvolverá a partir de materiais publicados em livros, revistas, artigos,
dissertações, teses e internet.

Utilizará ainda a abordagem dedutiva (do geral para o específico). A proposta de


metodologia do trabalho será desenvolvida considerando as seguintes etapas gerais:
15

a. Revisão bibliográfica abordando os principais conceitos introdutórios ao tema;

b. Estudo feito em campo na obra referência;

c. Desenvolvimento dos sistemas executivos

d. Conclusão final do trabalho

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho foi dividido em parte 4 capítulos. Primeiro capítulo tem a finalidade de


apresentar o trabalho, contendo a introdução, o problema de pesquisa, as justificativas, os
objetivos gerais e específicos, mostrando a metodologia do trabalho e sua estrutura.

O segundo capítulo irá apresentar o modelo construtivo de parede de concreto moldado


in loco e o sistema construtivo convencional de forma geral, demonstrando as etapas
construtivas e materiais utilizados, levantando pontos positivos e negativos sobre tais sistemas.

O terceiro capítulo foi baseado em um estudo de caso que utilizou o sistema de parede
de concreto moldado in loco com fôrma de alumínio para um empreendimento localizado no
município de Biguaçu no estado de Santa Catarina. Demonstrando o processo construtivo
realizado pela construtora para obter êxito no uso do modelo, juntamente com a opinião do
engenheiro responsável sobre a mudança do sistema construtivo de alvenaria convencional para
o sistema construtivo de parede de concreto moldado in loco.

O último capítulo irá abordar a conclusão que obtivemos sobre os dois métodos, e em
quais casos os sistemas construtivos se mostram mais vantajosos para as construtoras.
16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Esse capítulo apresenta a base teórica do presente estudo que será utilizada para as
análises e discussões dos resultados.

2.1 SISTEMA CONSTRUTIVO TRADICIONAL

A alvenaria convencional é o método construtivo mais antigo já utilizado pelo ser


humano, as primeiras construções da época (como como igrejas, casas, monumentos etc.) foram
baseadas nesse método (ACCETTI, 1998). Ela é baseada na utilização de blocos cerâmicos
sobrepostos com o uso de argamassa (Azevedo 1997), sem a função estrutural, visto que toda
carga da estrutura é absorvida pelos elementos estruturais de concreto armado, como vigas,
pilares e lajes.

Figura 1 - Obra em alvenaria convencional

Fonte: Total Construção (2020)

É o método construtivo mais utilizado no Brasil pelo fato de poder ser utilizado em
qualquer tipo de projeto, ter um bom isolamento térmico, fácil acesso a mão de obra, facilita
reformas e pelos construtores possuírem certo receio em utilizar outros métodos
construtivos. Porém é caracterizada pelo desperdício, sujeira em obra e tempo mais elevado
17

para finalização da obra comparada com outros métodos construtivos. No próximo tópico
apresenta-se o concreto armado.

2.1.1 CONCRETO ARMADO

O conjunto de concreto armado com a utilização de blocos cerâmicos são caracterizados


por elevada durabilidade, alta resistência a choques, vibrações e temperatura, e por ser o modelo
construtivo mais utilizado, fácil obtenção de materiais próximos às obras. (apud Klein e
Maronezi, 2010).

A junção do concreto e do aço nas estruturas de concreto armado, de acordo com


Bastos (2019), tem resultados muitos positivos devido às qualidades de cada material. A alta
resistência à compressão e durabilidade do concreto, juntamente com a alta resistência a tração
e ductilidade do aço, geram elementos das mais variadas formas, garantindo alta durabilidade,
resistência aos desgastes mecânicos, aos elementos climáticos e ao fogo (BASTOS, 2019). Ele
é normatizado pela NBR 6118 de 2014, a qual demonstra os procedimentos para elaboração do
projeto de estrutura de concreto (Figura 2).

Figura 2 - Estrutura em concreto armado

Fonte: http://www.edifique.arq.br/images/estconc.gif

De acordo com Barros e Melhado (1998), a execução de elementos de concreto armado


deve seguir um cronograma básico de produção para garantia do comprimento do projeto e com
a qualidade especificada. (Figura 3)
18

Figura 3 - Fluxograma de produção dos elementos de concreto armado

Fonte: Barros e Melhado, 1998

2.1.2 VEDAÇÃO

A alvenaria de vedação nesse sistema construtivo tem a finalidade de preencher os vãos


dos ambientes das edificações em concreto armado, servindo tanto para ambiente externo
quanto interno e não possuindo nenhuma função estrutural (NASCIMENTO, 2004).

As propriedades de resistência e durabilidade são adquiridas pela aplicação dos blocos


cerâmicos e a impermeabilização da estrutura é feita pela aplicação de tinta sobre a argamassa
da parede, e também são usados aditivos na massa. O tijolo cerâmico utilizado na construção
das paredes, é criado a partir da mistura de argila, pedra arenosa e água (também pode ser
adicionados aditivos), passando por um processo de secagem e cozimento em altas temperaturas
(KAZMIEREZAK, 2007).

A alvenaria de vedação sem função estrutural, utilizam tijolos maciços ou furados,


sendo mais utilizados os furados. Os tijolos maciços possuem isolamento acústico e térmico
melhor que o furado, porém são mais caros e menores comparados com os tijolos furados, sendo
necessário um número maior de blocos para fazer o metro quadrado. Apesar dos tijolos furados
serem mais baratos, é observado o alto índice de quebra desses tijolos durante a execução
(Figuras 4 e 5) (RETONDO, 2021).
19

Figura 4 - Tijolos maciços

Fonte: https://construindocasas.com.br/blog/materiais/tijolo-ceramico/

Figura 5 - Tijolos furados ou tijolo baiano

Fonte: http://ew7.com.br/projeto-arquitetonico-com-autocad/index.php/tutoriais-e-dicas/97

Os blocos cerâmicos possuem as seguintes dimensões de acordo com a NBR 15270-1


(Figura 6):
20

Figura 6 - Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos de vedação

Fonte: https://www.ceramicaermida.com.br/pdf/alvenaria-de-vedacao.pdf

Para alvenaria de vedação é notado vantagens como isolamento térmico, acústico,


resistência mecânica, durabilidade, facilidade para montagem, facilidade para execução etc.,
fazendo com que o bloco cerâmico convencional seja amplamente utilizado nas obras da
21

construção civil (UNAMA, 2009). Porém, problemas como a falta de mão de obra
especializada, fazem com que no decorrer da obra tenha muito desperdício de material, paredes
fora de nível e esquadro gerando retrabalhos, aumento do tempo de execução gerando muito
prejuízos para o construtor ou dono do imóvel (PEREIRA, 2019).

Devido ao quadro socioeconômico do Brasil, é necessário a construção de


aproximadamente 5,5 milhões de moradias para pessoas de baixa renda. As grandes e pequenas
construtoras vêm buscando se aprimorar e aumentar a produção de unidades habitacionais, com
o intuito de baratear e realizar as obras em menor tempo (BRAGUIM, 2013). A alta taxa de
desperdício e tempo elevado comparados com outros modelos construtivos, está fazendo com
que o modelo construtivo convencional esteja sendo menos utilizado para habitações de baixa
renda.

2.2 SISTEMA CONSTRUTIVO PAREDES DE CONCRETO MOLDADAS IN LOCO

2.2.1 HISTÓRIA

O sistema construtivo de paredes de concreto moldada in loco, foi utilizado


primordialmente com êxito entre as décadas de 70 e 80 no Brasil, com concreto comum ou
concreto celular (ABESC, 2015). Porém, as construtoras não continuaram com o modelo
construtivo por falta de capital na época. Utilizado com eficácia em países que apresentam
abalos sísmicos, no chile por exemplo, em decorrência do terremoto de 1985 se analisou por
meio de um estudo que os 230 edifícios de paredes de concreto existentes na cidade de Viña
Del Mar no período das vibrações, a maioria deles conseguiu suportar os abalos sísmicos sem
apresentar danos estruturais. (CORAIL, 2007). No Brasil sua utilização se iniciou voltada para
a construção de conjuntos habitacionais de casas e sobrados populares (LORDSLEEM
JUNIOR, 1998).

A primeira construtora a utilizar esse modelo construtivo no Brasil foi a COHAB-


MG, na cidade de Santa Luzia-MG. Onde foram realizadas 46 unidades habitacionais no
Conjunto Habitacional Carreira Comprida, utilizando fôrmas metálicas (alumínio) e concreto
celular. Ao longo dos anos esse processo construtivo ganhou muito mercado, devido a sua maior
eficiência quando bem aplicado (SACHT, 2008).

Em webinar promovido pela ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland)


demonstrou que a tecnologia de paredes de concreto é uma alternativa viável para projetos de
22

edifícios altos. Em Brasília-DF, um prédio com mais de 20 pavimentos foi inaugurado no 1º


semestre de 2020. Em SC, está em construção a maior edificação do país a utilizar o sistema.
O empreendimento terá 50 pavimentos e 160 metros de altura, trata-se do Aurora Exclusive
Home, novo empreendimento à beira-mar de Balneário Camboriú, edificado pela Embraed
construído com o sistema coreano formas trepantes (gang forms).

Figura 7 - Edifício de 20 pavimentos construído com paredes de concreto

Fonte: Portal Itambé

2.2.2 SISTEMA CONSTRUTIVO

De acordo com Misurelli e Massuda (2009), trata-se de um sistema construtivo que


utiliza formas para moldagem das paredes com telas metálicas centralizadas e lajes maciças de
concreto armado. O método está sendo utilizado por grandes construtoras que são focadas na
construção de unidades habitacionais de baixa renda, pelo fato do método ser mais lucrativo
nos casos de construções com grande número de unidades e réplicas.

Por se tratar de um método construtivo industrializado, de acordo com os autores, a


eficiência da execução aprimora elementos fundamentais para a atividade, proporcionando
agilidade, diminuição de perdas desnecessárias com materiais e afins. A utilização de formas
manoportáteis torna o sistema construtivo extremamente replicável, ocasionando um
empreendimento de grande velocidade e replicabilidade. A estrutura no sistema construtivo e
23

sua vedação, possuem em sua composição somente concreto, sendo moldadas “in loco”, onde
as instalações elétricas, hidráulicas, de gás, e as esquadrias são embutidas na mesma.
(MISURELLI E MASSUDA, 2009).

2.2.3 CONCRETO

A NBR 16055 (ABNT, 2012), é quem dispõe dos procedimentos e requisitos para a
execução das paredes de concreto moldadas in loco. Nesse método o concreto é o principal
componente construtivo, resultado da junção dos seguintes componentes: água, cimento
(aglomerante), areia (agregado miúdo) e brita (agregado graúdo).

Conforme a NBR 16055 (ABNT, 2012), o material pode ser elaborado no canteiro de
obras ou pela empresa contratada pelo serviço de concretagem, o responsável deve assumir a
responsabilidade pelo serviço e cumprir as prescrições descritas na NBR 7212 (ABNT, 2012).
Ela regulamenta os procedimentos de execução do concreto dosado em central e NBR 12655
(ABNT, 2015) relativa às etapas de preparo, controle, recebimento e aceitação do concreto.

Missurelli e Massuda (2009) designa os tipos de concreto utilizados no sistema,


catalogados em quatro, sendo eles (Figura 8):

 Concreto celular;
 Concreto com elevado teor de ar incorporado – até 9%;
 Concreto com agregados leves ou com baixa massa específica;
 Concreto convencional ou concreto autoadensável.

Figura 8 - Resumo das tipologias de concreto

Fonte: Comunidade da construção


24

2.2.4 TIPOS DE FÔRMAS

As fôrmas são estruturas temporárias, que possuem a finalidade de fazer o concreto


fresco se moldar, resistindo às pressões do lançamento do concreto possibilitando o tempo
necessário para que se desenvolva a resistência suficiente para a desforma. Solicita-se das
fôrmas que sejam estanques e mantenham rigorosamente a geometria das peças que estão sendo
moldadas. Entre as fôrmas mais utilizadas destaca-se (METRO MODULAR, 2021):

Formas metálicas: possuem chapas e quadros metálicos, tanto para estruturação de seus
painéis como para dar acabamento à peça concretada. Sua composição predominante nesse tipo
de forma é o alumínio, por ser mais resistente e leve, mas também se encontra formas metálicas
em aço. Segundo Metro Modular esse tipo de forma divergentemente das plásticas modulares,
são confeccionadas para um empreendimento específico, tornando sua adequação para outros
projetos um pouco complicado. Por isso são adquiridas visando uma replicabilidade elevada
para justificar sua aquisição. (Figura 9)

Figura 9 - Fôrma Metálica

Fonte: BKS

Formas metálicas com compensados: compostas por quadros em peças metálicas (aço ou
alumínio) e utilizam chapas de madeira compensada ou material sintético para dar o
acabamento na peça concretada. Ou seja, as chapas são a parte da forma que mantêm contato
com o concreto (Figura 10).
25

Figura 10 - Fôrma Metálica com Compensado

Fonte: comunidade da construção

Fôrmas plásticas: Utilizam quadros e chapas feitos em plástico reciclável, tanto para
estruturação de seus painéis como para dar acabamento à peça concretada, sendo
contraventados por estruturas metálicas. Metro Modular ressalta que entre as vantagens desse
tipo de forma, está o menor peso em comparação com a metálica facilitando o manuseio na
obra, e a modulação adaptável que proporciona seu emprego em variadas tipologias
construtivas. (Figura 11)

Figura 11 - Fôrma Plástica

Fonte: Brasil engenharia


26

Conforme NBR 16055 (2012) explicita anteriormente ao processo de lançamento do


concreto, devem ser averiguados o nivelamento, prumo, e alinhamento das fôrmas, tendo sua
posição e dimensões assegurando que a geometria dos elementos esteja conforme estabelecida
em projeto, e dentro das tolerâncias previstas. A superfície interna das fôrmas deve ser limpa e
deve-se verificar a estanqueidade das juntas, de maneira a evitar a perda de pasta ou argamassa.
(Figura 12)

Figura 12 - Vantagens e desvantagens dos tipos de fôrmas

Fonte: Farias (2009)

2.2.5 ARMADURAS

As armaduras utilizadas no sistema de parede de concreto têm a função de resistir aos


esforços de flexo-torção, controlar a retração do concreto e auxiliar nas fixações das instalações
27

elétricas e hidráulicas (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2008). São utilizadas telas


soldadas posicionadas no eixo vertical da parede, reforços com barras convencionais em vãos
de portas e janelas (MISSURELLI e MASSUDA, 2009).

De acordo com Missurelli e Massuda (2009, p.77), “a execução das portas e janelas
ficam mais facilitadas se forem previstos cortes nas ferragens nos locais onde forem instaladas.
Também é afirmado pelo autor que a colocação de espaçadores contribui no alinhamento e
cobrimento da ferragem.” (Figura 13)

Figura 13 - Armadura das paredes com as instalações elétricas instaladas

Fonte: https://site.abece.com.br/download/pdf/Eventos-Palestra-Wendler.pdf

A NBR 16055 (2012), demonstra os requisitos e procedimentos necessários para


construção de edifícios com parede de concreto moldado in loco. A norma estabelece seções
mínima de aço para parede de concreto:

 Tela soldada: conforme ABNT NBR 7481


 Barras: Conforme ABNT NBR 7480
 Treliças: Conforme ABNT NBR 14862

De acordo com a norma presente, o espaçamento entre barras de aço verticais e


horizontais não pode ser maior que duas vezes a espessura da parede, sendo no máximo 30
centímetros. Outro ponto são as quantidades de telas soldadas, a norma afirma que as paredes
de concreto podem conter apenas uma tela soldada, disposta longitudinalmente e próxima ao
28

centro geométrico da seção horizontal da parede. Nos casos a seguir, devem ser especificadas
tela soldada para as duas faces da parede quando:

 A parede for superior a 15 centímetros.


 As paredes do andar do térreo que estão sujeitas a choque de veículos.
 Paredes que engastam marquises e terraços em balanço.

2.3 PASSO A PASSO DO PROCESSO CONSTRUTIVO

2.3.1 SERVIÇOS PRELIMINARES

Para iniciar o processo construtivo de paredes de concreto moldadas in loco, existe uma
série de serviços que devem ser executados para garantir o prosseguimento do empreendimento.
O passo inicial começa com o preparo do terreno, onde são realizados os serviços de
terraplanagem, limpeza e a escolha do tipo de fundação que fica a critério do projetista, pois
depende da resistência mecânica do solo. Outro ponto importante é a escolha do tipo de forma
e concreto que será utilizado para confecção das paredes, sendo critério do projetista e da
construtora responsável. (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2008).

O nivelamento é indispensável permitindo a correta montagem do sistema de fôrmas,


sendo recomendado a execução de uma laje/piso no nível do terreno, possibilitando um apoio
indispensável para o sistema de formas, facilitando a montagem dos moldes por meio do apoio
promovido. (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2008).

Entre as possibilidades de sistemas de fundações a serem utilizados, não existem


restrições, podendo ser em sapata corrida, laje de apoio (radier) e blocos de travamento para
estacas ou tubulões conforme especificações de projeto. (COMUNIDADE DA
CONSTRUÇÃO, 2008).

2.3.2 MARCAÇÕES DAS PAREDES

Após a escolha da fundação, é realizado o nivelamento e alinhamento da base


necessários para montagem das fôrmas, fazendo a marcação do eixo das paredes com aço fixado
no contrapiso, viga ou laje, conforme o projeto arquitetônico. Os sistemas hidrossanitário e
elétrico presentes na laje do térreo e nas paredes, são feitos antes da concretagem para não ter
29

a necessidade de quebrar após a concretagem. Assim, são fixadas as telas soldadas e reforços
nas áreas de abertura e cintas de amarração, juntamente com as instalações elétricas e
hidráulicas embutidas nas paredes, de maneira que não seja movimentada na hora da
concretagem. (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2008)

A utilização de espaçadores nas telas soldadas é obrigatória, pois garantem


cobrimento das armaduras (VENTURINI, 2011). A NBR 16055 ressalta que as tubulações
horizontais e verticais não são permitidas no encontro de paredes, mas as tubulações horizontais
podem ser instaladas em trechos da parede que não forem estruturais. (Figura 14, 15 e 16)

Figura 14 - Marcação das paredes com aço para fixação das telas soldadas

Fonte: Virtuhab
30

Figura 15 - Montagem das telas soldadas

Fonte: Comunidade da Construção

Figura 16 - Instalações dos sistemas hidrossanitário e elétrico antes da concretagem

Fonte: ITA AÇU

2.3.3 MONTAGEM DE FORMAS

Para montagem das fôrmas, deve ser aplicado um desmoldante para o tipo de forma
utilizada, feita para impedir a aderência do concreto. É aconselhado fazer a numeração dos
painéis para facilitar as etapas de montagem e desmontagem.
31

De acordo com Missurelli e Massuda (2009), os construtores realizam a montagem


das fôrmas do seguinte modo: começam a montagem das fôrmas internos para os externos, com
a possibilidade de montagem pareada, empregam os caixilhos e os grampos de fixação,
posicionando as escoras e os prumos, finalizando com a colocação das ancoragens e fechando
as fôrmas.

Segundo Lavaur (2012), as fôrmas possuem furos onde são colocados pinos com
buchas, que definem a espessura das paredes conforme o projeto estrutural. O posicionamento
dos pinos é essencial para o alinhamento das fôrmas quando forem fechadas e após a desforma,
os furos dos pinos são preenchidos com graute. (Figuras 17 e 18)

Figura 17 - Finalização das fôrmas

Fonte: NeoFormas
32

Figura 18 - Colocação de fôrmas

Fonte: Habitissimo

Após a montagem das fôrmas das paredes, é feita a montagem das fôrmas para laje com
apoio das escoras. Concluindo o processo é feita a conferência do nivelamento delas para
começar a concretagem. (Figura 19)

Figura 19 - Demonstração das formas das paredes e da laje

Fonte: Comunidade da Construção


33

2.3.4 CONCRETAGEM

Todas as ações referentes ao recebimento, aplicação, adensamento e cura do concreto,


são fundamentais para que a estrutura cumpra o cronograma, durabilidade e qualidade
esperada. As construtoras fazem a contratação de serviços a partir de concreto dosados em
centrais especializadas e fornecidos ao canteiro de obra em caminhões betoneira que fazem o
bombeamento do concreto, garantindo qualidade e velocidade. (ALVES e PEIXOTO, 2011)

A concretagem começa com o transporte e entrega do concreto no canteiro de obra


pela concreteira, não podendo haver interrupções acima de 30 minutos durante a concretagem,
pois a massa deve seguir homogeneamente pelas fôrmas e preencher todos os vazios (ALVES
e PEIXOTO, 2011). Antes do serviço de concretagem, é colocado uma pasta de cimento no
fundo das fôrmas para impedir o vazamento durante a concretagem. Antes de iniciar a descarga
do concreto, deve-se conferir:

 O documento de entrega, para checar se é o material solicitado e se os dados estão


corretos;
 Conferir o lacre da bica de descarga e não receber o concreto se estiver rompido;
 Deve-se ser feita a conferência do concreto antes da sua aplicação, fazendo o teste de
adensamento (slump) conforme a NBR 12655.

O lançamento do concreto nas fôrmas deve ser levado em conta o tipo de concreto
utilizado, a geometria da fôrma, o layout do canteiro e como será despejado o concreto. Durante
o lançamento, é feita a vibração do concreto de forma a preencher todos os espaços da fôrma.
No caso da utilização de concreto celular ou auto adensável, não é necessário fazer o
adensamento por esse tipo ter alta fluidez, preenchendo sozinho os espaços vazios
(COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2008). Após o lançamento, é iniciada a cura do
concreto para depois fazer a desforma e limpeza. (Figura 20 e 21)
34

Figura 20 - Concretagem das fôrmas

Fonte: Comunidade da Construção

Figura 21 - Concretagem

Fonte: Massa cincenta

2.3.5 DESFORMA E LIMPEZA

Santos (2012), considera para desformar a necessidade de se realizar apenas quando o


concreto adquire uma resistência de 1 MPa, São retiradas as cunhas de travamento, as réguas,
pinos, e painéis, respectivamente, isso após 12 horas da concretagem.
35

Ribeiro (2010) a numeração da disposição deve ser seguida na desforma, sendo


desformado na mesma sequência que serão montados nas próximas paredes. Painéis de lajes
também são removidos, excluindo os painéis escorados, retirados apenas após quatro dias da
concretagem.

Em relação a existência de pavimento superior, Faria (2011) explica que só deve ocorrer
a desforma após ocorrer análise onde se conclua que não irá comprometer a laje executada. Os
painéis devem passar por limpeza adequada antes de serem utilizados novamente, sendo
imprescindível remover a película aderida ao molde, garantindo a vida útil adequada das peças,
sendo realizado com jato de água ou espátulas. (Figura 22)

Figura 22 – Após a Desforma

Fonte: Tecnosil (2021)

2.3.6 VANTAGENS E DESVANTAGENS

Segundo Macêdo (2016), esse sistema é um dos mais eficientes existentes, o método
industrializa a construção, levando a uma maior produtividade e apresentando uma série de
vantagens. A mão de obra especializada, a modulação, e mecanização são aspectos
fundamentais. Como instalações elétricas, hidráulicas, e vãos de esquadrias já são embutidos e
ficam finalizados logo após a concretagem, se diminui o retrabalho do método tradicional,
diminuindo em até 70% a necessidade de mão de obra se comparado ao sistema de alvenaria
36

convencional, a redução da geração de entulhos também é um fator importante na redução de


custos gerais da obra.

As principais vantagens são (MACEDO, 2016):

 Planejamento da obra e qualidade: Por ser um sistema industrializado, requer uma


melhor elaboração e um processo desempenhado de maneira assertiva, o concreto é um produto,
resistente e durável sendo o principal componente do sistema, todos os testes são realizados sob
a ótica da norma ABNT NBR 15575 que trata do desempenho de edificações habitacionais,
garantindo o desempenho, levando em conta, resistência a impacto, permeabilidade da
superfície, desempenho térmico, e acústico. O controle tecnológico do método proporciona a
qualidade adequada, se utilizando de fôrmas com grande precisão dimensional, atividades
passam a ser planejadas e não artesanais, proporcionando os requisitos de qualidade com
controle e qualidade dos materiais (tela, concreto, aço, instalações elétrica e hidráulica).

 Alta produtividade: A sequência já definida de produção, acarreta no aumento da


produtividade, os serviços de execução direcionados e a possibilidade de se evitar o retrabalho
com as instalações elétrica, hidráulica, e de gás já embutidas, proporcionam uma redução
expressiva no consumo de mão de obra. Assim a velocidade de execução se torna eficiente, e
ocorre a garantia do cumprimento de prazos. Outro fator é o aumento da área útil em decorrência
da espessura das paredes ser na maioria dos casos menor.

 Baixo desperdício: Com a utilização das formas que são reutilizáveis, se evita
demasiadamente a geração de entulhos do método convencional, se dispensa a necessidade de
revestimento, pois a pintura se dá diretamente sobre a face da parede.

 Formas reutilizáveis: A replicabilidade dos empreendimentos por meio do emprego das


formas, é sua maior vantagem, um operário consegue manusear a forma, por ser relativamente
leve e apresentar dimensões para tal, acontecendo a montagem rapidamente.

Segundo Macêdo (2016), uma das principais desvantagens é a mobilização de capital


inicial para adquirir as fôrmas, sendo um valor elevado gasto antes mesmo de se iniciar o
empreendimento. Outro fator relevante é o retrabalho, caso seja necessário corrigir algum
problema proveniente da etapa de execução, se torna uma operação delicada, com alto grau de
37

dificuldade, e custo elevado. Outro desafio é o que se refere a logística, sendo o concreto o seu
principal componente, seu fornecimento influencia diretamente o andamento da obra sendo
necessário uma sinergia em prol do andamento do empreendimento.

 Escalabilidade da utilização das fôrmas: Devido ao elevado custo de aquisição das


fôrmas, é necessário um emprego em larga escala para se obter um bom custo benefício no
emprego desse sistema construtivo.
 Logística: O transporte das fôrmas entre os empreendimentos deve ser realizado com os
devidos cuidados, visando não danificá-las e estender sua vida útil o máximo possível,
ocorrendo um custo a mais referente ao transporte. O volume de concreto necessário deve
chegar na etapa correta para o andamento do empreendimento sem atrasos.
 Patologias: Falhas de execução podem acarretar em empecilhos como umidade e
fissuras, o que atrasa o cronograma e gera um custo adicional.
No próximo tópico apresentaremos trabalhos correlatos ao tem em estudo

2.4 TRABALHOS CORRELATOS

2.4.1 Tema: Estudo de Viabilidade Financeira Comparando o Sistema de


Parede de Concreto Armado e Parede de Alvenaria Convencional em
Edificações Multifamiliares de Padrão Popular.

Autores: Andrey Menegaz Felipe e Cristian de Souza Cansilier Universidade:


Unisul – Tubarão
Objetivos de acordo com autores: Estudo financeiro comparativo aplicado em
edificações da construção civil, realizado entre dois métodos construtivos: parede de concreto
armado moldada in loco e estrutura convencional em concreto armado com alvenaria cerâmica
de vedação. Um estudo realizado em obras multifamiliares na busca por respostas do porquê,
em sua grande maioria, o método convencional ser utilizado na construção atualmente.

Resultados: De acordo com os autores, o método construtivo de parede de concreto


armado moldado in loco é mais viável do que a de alvenaria convencional quando é realizado
a construção de múltiplos empreendimentos, quanto mais edifícios que serão replicados, mais
rentável será o empreendimento. Pois o principal motivo que desfavorece a utilização do
sistema construtivo é o alto valor de aquisição das formas.
38

2.4.2 Tema: Análise Do Sistema Construtivo De Paredes De Concreto


Moldadas “In Loco” – um Estudo De Caso

Autores: João Pedro Dias Gomes e Mateus da Silva Rocha


Universidade: Unievangélica

Objetivos de acordo com os autores: A partir de um estudo de caso, o objetivo geral


deste trabalho é analisar a execução do Sistema Construtivo Paredes de Concreto moldadas in
loco, no Residencial Premiére Park.

Resultados: De acordo com os autores, se o empreendimento seguir as recomendações


da norma NBR 16055 terá um resultado satisfatório, garantindo a entrega em menos tempo e
facilidade para execução. Os autores afirmam que o sistema construtivo se torna bastante eficaz
quando se trata de construtores com elevado capital para investimento, que irão construir
empreendimentos com alto número de unidades habitacionais.

2.4.3 Tema: Comparativo de Custo E Processo Construtivo Dos sistemas de


Vedação convencional E Paredes de Concreto Moldadas In Loco.

Autor: Rafael Rodrigues Alves


Universidade: Instituto Federal Goiano, Campus Rio Verde

Objetivos de acordo com o autor: Compreender a viabilidade econômica e técnica da


aplicação do sistema de parede de concreto moldadas in loco em obras habitacionais.

Resultados: De acordo com o autor, o sistema construtivo de parede de concreto


moldado in loco se torna viável, quando é necessário construir um número considerável de
unidades habitacionais. No estudo feito, constatou-se uma economia de 23% no custo do metro
quadrado, graças ao número de aplicações do sistema em obras padronizadas e com alto índice
de repetição. O autor também destacou a importância de se fazer um estudo de viabilidade não
apenas pela metragem da área construída, mas também pelo número total de unidades,
padronização de tais e o sistema de formas que serão utilizadas.

No próximo capítulo apresentaremos o estudo de caso e suas análises.


39

3 ESTUDO DE CASO

Nesse estudo de caso iremos a campo observar o método de execução do


empreendimento, coletar informações e a opinião do engenheiro, descrevendo as vantagens e
desvantagens de se trabalhar com o método e, se possível, aspectos econômicos sobre o decorrer
da obra.

3.1 ESTUDO DE UM EMPREENDIMENTO REALIZADO COM O SISTEMA


CONSTRUTIVO DE PAREDE DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO

A construtora responsável pelo empreendimento possui grande experiência na


construção de moradias para pessoas de baixa renda, com atuação em toda a América Latina,
sendo responsável pela execução de várias obras realizados com o modelo construtivo de
alvenaria convencional, alvenaria estrutural e também em parede de concreto moldado in loco.

O empreendimento foi elaborado para suprir a grande demanda de moradias para o


público de baixa renda, utilizando do programa “Casa Verde e Amarela” o antigo “Minha Casa
Minha Vida” para facilitar os financiamentos. A alta demanda e os altos custos envolvidos nas
construções, faz com que a construtora sempre busque por novos métodos construtivos e
melhorias, para entregar os seus imóveis dentro do prazo previsto e com qualidade, além de
tornar sua operação mais lucrativa.

No início de suas atividades a construtora utilizava predominantemente o sistema


construtivo de alvenaria convencional nas suas obras, por resultar em estruturas muito
resistentes e duradouras, além da facilidade de encontrar mão de obra para esse método.
Entretanto, existem desvantagens que acabam por mitigar sua margem, como o alto desperdício
devido ao trabalho mais artesanal, e o tempo elevado e imprevistos para finalização das obras.
Assim, a construtora vem empregando cada vez mais sistemas tecnológicos, no
empreendimento em questão, parede de concreto moldada in loco, que vem obtendo resultados
muito positivos.

O empreendimento em questão está destinado à construção de um condomínio


residencial separado em dois módulos com 13 blocos de apartamentos, construídos pelo sistema
construtivo de parede de concreto moldado in loco. (Figuras 23 e 24)
40

 Módulo 1 com 304 unidades habitacionais, iniciada no dia 22/10/2020 com previsão de ser
finalizada no dia 23/10/2023.
 Módulo 2 com 96 unidades habitacionais, iniciada no dia 03/12/2020 com previsão de ser

finalizada no dia 29/12/2023.

Figura 23 – Planta Arquitetônica Humanizada do Empreendimento

Fonte: Do autor

Figura 24 - Fachada de um dos blocos de apartamento em construção

Fonte: Do autor
41

Os blocos de apartamentos possuem 4 andares com 8 apartamentos de 43,8 m² cada,


contendo 2 dormitórios e um banheiro social conforme a planta do apartamento (Figura 25).

Figura 25 - Planta baixa de um apartamento

Fonte: Do autor

Assim, iremos demonstrar o método de execução que a construtora tem utilizado para
obter sucesso na implementação do sistema construtivo, e também a opinião do engenheiro
responsável sobre as questões em obra, como as dificuldades da implantação desse modelo
comparado com as características de uma obra realizada em alvenaria convencional.

3.2 MÉTODO DE CONSTRUÇÃO PELA CONSTRUTORA

3.2.1 FUNDAÇÃO

O início da obra começa pela terraplanagem e sondagem do terreno para a escolha da


fundação. Devido ao estudo de sondagem, o solo apresentou baixa resistência mecânica para
suportar as cargas provindas dos apartamentos, sendo necessário o estaqueamento pelo método
de hélice contínua, caracterizando uma fundação de radier estaqueado. Esse tipo de fundação
pode ser utilizado em solo não expansivo, expansivo e até colapsável.
42

Cravando as estacas, são executados os blocos para o apoio da laje de concreto maciço
e feita todas as passagens das instalações elétricas e hidráulicas. Devido ao uso de fôrmas para
execução das paredes de concreto, é preciso aumentar alguns centímetros o lado externo da laje
para apoiar as fôrmas e facilitar a montagem. (Figura 26)

Figura 26 - Fundação radier estaqueado finalizada

Fonte: Do autor

3.2.2 MONTAGEM DAS ARMADURAS

Com a primeira laje finalizada, é iniciado as marcações das paredes de acordo com o
projeto arquitetônico, utilizando as telas soldadas posicionadas no eixo central das paredes e
usando espaçadores para manter os cobrimentos necessários. As armaduras tem o intuito de
resistir aos esforços de flexo-torção nas paredes e controlar a retração do concreto.

Para auxiliar a fixação das telas de aço soldadas são colocados vergalhões para
amarração das paredes que estão em azul e também, as galgas para garantir a espessura de 10
centímetros das paredes que estão marcadas em vermelho, conforme a Figura 27.
43

Figura 27 - Uso de vergalhões e galgas para montagem das fôrmas e armaduras

Fonte: Do autor

Vale ressaltar que a empresa toma todos os cuidados para o armazenamento do aço,
evitando o contato com a umidade e verificando se há existência de oxidação grave. O aço
utilizado nas telas soldadas e vergalhões possuem bitola de 6.3 mm da marca Gerdau. É de
grande importância a checagem das instalações elétricas, pois são pontos de alta ocorrência de
fissuras. (Figuras 28 e 29)

Figura 28 - Laje do pavimento térreo pronta para montagem das armaduras

Fonte: Do autor
44

Figura 29 - Armaduras montadas

Fonte: Do autor

3.2.3 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Nas instalações elétricas, todas as caixas elétricas, eletrodutos e quadros são


embutidos nas paredes. A empresa utiliza kit de chicote elétrico pronto, reduzindo em 50% o
tempo, podendo ser usado tanto em lajes quanto em paredes. Os eletrodutos, caixas elétricas
(passagem, luz e tomada) possuem uma resistência maior para que consiga resistir às pressões
exercidas pelo concreto durante a concretagem. (Figura 30)
45

Figura 30 - kit de chicote elétrico

Fonte: Do autor

A fixação das caixas elétricas é realizada com o auxílio da parafusadeira e elas precisam
de uma tampa especial para evitar o entupimento pelo concreto. Já os eletrodutos são presos
com arames e espaçadores próprios para eles, para que estejam dentro da parede ou laje.
(Figuras 31 e 32)
46

Figura 31 - Espaçador para eletroduto

Fonte: Do autor

Figura 32 - Kit de chicote elétrico pronto em laje

Fonte: Do autor
47

3.2.4 INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS

As instalações hidráulicas são executadas fora da estrutura, deixando passagens nas lajes
e shafts, facilitando manutenções e reduzindo o tempo para mão de obra. Antes da concretagem
é deixado uma passagem para as tubulações de esgoto, gás e hidráulicas, para evitar furacões.
(Figura 33)

Figura 33 - Local do shaft ou mocheta

Fonte: Do autor

3.2.5 MONTAGEM DAS FÔRMAS

Concluindo a montagem das armaduras principais, reforços, ancoragens e passada todos


componentes elétricos, é iniciada a montagem das fôrmas. A empresa utiliza fôrmas de
48

alumínio por serem mais leves e duradouras, o que facilita a locomoção dos painéis pelos
operários, desprezando o auxílio de forças mecânicas. De acordo com o engenheiro, eles
conseguem utilizar a mesma forma em até 800 desformas, mas sempre fazendo as devidas
manutenções e limpeza. (Figura 34)

Figura 34 - Montagem das fôrmas de alumínio

Fonte: Do autor

Antes de posicionar as fôrmas sem seus devidos cômodos, a empresa aplica um


desmoldante à base de água e parafina líquida na parte interna das fôrmas para que o concreto
não tenha aderência a elas. Outro ponto importante é a identificação das fôrmas para cada
ambiente, pois há fôrmas próprias para moldar as janelas, portas e paredes. Para isso, a empresa
numera as fôrmas de acordo com o projeto estrutural e também pintam uma faixa no centro da
fôrma com a cor verde ou vermelha, para identificar sua posição. Assim, a equipe designada a
montar aquele cômodo já sabe qual utilizar, agilizando o serviço. (Figura 35)
49

Figura 35 - Cores para identificação das fôrmas

Fonte: Do autor

Ao iniciar a montagem, a empresa começa em conjunto a parte interna e externa dos


painéis, fazendo uso de pinos para o travamento das fôrmas. É importante que cada painel esteja
numerado conforme a planta do projeto. Os painéis operam em conjunto com outras peças como
tensor de vãos, cunhas, corbatas, pinos, escoras de travamento, alinhadores horizontais, esses
itens tornam a estrutura prumada, alinhada e travada, pronta para receber o concreto. (Figuras
36 e 37)
50

Figura 36 - Montagem dos painéis

Fonte: Do autor

Figura 37 - Pino ou gravata para travamento das fôrmas

Fonte: Do autor
51

Após a montagem das fôrmas das paredes, portas e janelas, é iniciado a montagem dos
painéis de laje, que são apoiados em vigas de alumínio travadas nas paredes. Após a montagem
das paredes e lajes as escoras são posicionadas tanto nas vigas quanto nas formas de
escoramento fixo (comumente chamadas de reescoramento), e na sequência os alinhadores e os
esquadros que garantem uma concretagem perfeita. (Figura 38)

Figura 38 - Painéis prontos para concretagem

Fonte: Do autor

3.2.6 CONCRETAGEM

A concretagem é a etapa mais importante desse sistema construtivo, ela que vai
garantir a durabilidade e qualidade da construção. Assim, a empresa exige um procedimento de
controle do concreto para que não haja complicações e alcance todos os requisitos de qualidade
e segurança para o empreendimento. Para isso, é contratada uma empresa para o fornecimento
do concreto auto adensável, a qual não é necessário o uso de vibrador, por ter alta fluidez e
estabilidade, para evitar a separação dos seus elementos constituintes.
52

Ao chegar ao concreto na obra, é verificado o volume, resistência, brita utilizada,


aditivo e é realizado o slump test, sendo terceirizado pela empresa. O tempo de transporte,
lançamento e adensamento do concreto devem seguir o proposto pela ABNT NBR 7212 e
devem possuir resistência característica de no mínimo 20 MPa, sendo utilizado 25 MPa na obra
em questão. (Figura 39)

Figura 39 - Exemplo de concretagem em laje para parede de concreto moldado in loco

Fonte: Construçãocivil teoria e prática (2016)

3.2.7 DESFORMA

Após a desforma, as paredes ficam com as marcas das junções das fôrmas e furos
causados pelas ancoragens, sendo necessário o preenchimento dos furos utilizando argamassa
com C3. Mesmo depois de retirar as fôrmas, as escoras das lajes são mantidas por um tempo
maior para que o concreto atinja o tempo de cura necessário. (Figura 40)
53

Figura 40 - Paredes pós desforma

Fonte: Do autor

É aplicada argamassa polimérica especial para nivelamento e regularização, diretamente


sobre as paredes de concreto, assim dispensando todo o trabalho de chapisco, gesso, e seladores,
sendo o produto responsável por harmonizar a superfície, preenche, cobre, e elimina as
imperfeições causadas após a desforma. tais como: rebarbas e “bicheiras”. Proporciona alta
resistência ao arranque, não gera resíduos, pronta para o uso e de fácil aplicação. (Figura 41)
54

Figura 41 - Aplicação de argamassa polimérica para regularização da parede

Fonte: Do autor

Após a apresentação de todas as etapas do processo construtivo realizado pela


construtora, apresentaremos o relato do engenheiro da obra sobre o método construtivo em
estudo

3.3 OPINIÃO DO ENGENHEIRO SOBRE A MUDANÇA DO SISTEMA


CONSTRUTIVO CONVENCIONAL PARA PAREDE DE CONCRETO MOLDADO
IN LOCO

Criamos um tópico a respeito da opinião do engenheiro responsável pelo


empreendimento, o qual se dispôs a expor a sua opinião sobre a mudança de sistema construtivo
de alvenaria convencional para parede de concreto moldado in loco. De acordo com o
engenheiro, a produção da parede de concreto apresenta maior eficiência conforme é empregada
55

em larga escala, é construído um bloco na metade do tempo da alvenaria convencional, o prazo


entre a concretagem das estruturas e a desforma é de 12 horas, essa redução de tempo impacta
nos custos indiretos sendo a repetição a chave para a competitividade dessa tecnologia.

Outro ponto comentado é a baixa geração de resíduos devido ao emprego das fôrmas,
gerando um canteiro mais limpo e desperdício mitigado. As paredes são montadas de maneira
gradativa com as fôrmas reutilizáveis e são preenchidas com concreto, fazendo com que forme
um acabamento liso, eliminando a necessidade de chapisco e reboco, tornando a parte de
acabamento muito mais eficiente e rápido, comparado com o método convencional. Um grande
diferencial são as instalações hidráulicas e elétricas que são passadas antecipadamente, não
tendo a necessidade de quebrar as paredes para realizar o serviço.

Ao perguntarmos sobre o conforto térmico e acústico das obras em parede de concreto,


ele constatou que a obra perde nesse requisito em comparação a alvenaria convencional, porém
ela se enquadra dentro dos parâmetros solicitados pela norma de desempenho NBR
15.575:2013.

Ele pontuou algumas dificuldades na implementação do método. Por ser um modelo


construtivo novo, é muito difícil achar mão de obra qualificada e quando têm o salário é
elevado. Assim, eles tiveram que contratar pessoas que não possuem experiência na área para
fazer o treinamento, explicando o processo construtivo e explicando os projetos estruturais, o
que resultou em algumas complicações no início da obra.

De acordo com o engenheiro, ele ficou satisfeito com os resultados, pois esse método
reduz o trabalho artesanal e as improvisações, ocasionando designação mais efetiva e assertiva
dos operários no canteiro, tendo sua produtividade potencializada pelo treinamento direcionado
a etapas específicas do sistema. O método de parede de concreto moldado in loco proporcionou
melhor cumprimento dos prazos e diminuição do tempo de execução das obras, aumentando o
lucro da empresa. De acordo com o engenheiro, se o empreendimento fosse feito com alvenaria
convencional, precisaria do dobro de funcionários para se equiparar em velocidade de execução
com o método de parede de concreto moldado in loco.

3.4 CUSTO POR M² DOS DOIS SISTEMAS CONSTRUTIVO


56

3.4.1 ALVENARIA CONVENCIONAL


De acordo com o índice Nacional da Construção Civil (INCC), calculado pelo IBGE,
o custo por metro quadrado do sistema construtivo convencional é separado em duas
modalidades (Figuras 42 e 43):

Figura 42 - Custo do m² do método convencional

Fonte: IBGE 2021


57

Figura 43- Custo do m² do método convencional sem desoneração

Fonte: IBGE 2021

3.4.2 PAREDE DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO

Para obtermos a comparação dos custos envolvidos entre o método convencional e


parede de concreto, utilizamos o índice Nacional da Construção Civil (INCC) para obtenção do
custo por metro quadrado para o método convencional. Com relação ao custo do método
construtivo de paredes de concreto, a empresa em que realizamos o estudo de caso não
disponibilizou os custos envolvidos em seu empreendimento por questões da sua política
interna. Assim, iremos analisar a viabilidade econômica a partir dos resultados provenientes de
publicação de autoridade no ligablog, para obtenção do custo por metro quadrado do sistema
de parede de concreto moldado in loco.

O responsável pela publicação em questão é o Arnoldo wendler, engenheiro civil


formado na Escola Politécnica da USP em 1977, com pós graduação em Engenharia de
Estruturas pela Poli-USP, Coordenador da Norma Brasileira de Paredes de Concreto-NBR
16055, Integrante da comissão de revisão da Norma de Alvenaria NBR 15961.

De acordo com o autor, o custo do m² do sistema construtivo de parede de concreto


moldado in loco é uma pergunta recorrente, dependendo de vários aspectos como, quantas
58

unidades serão executadas, em qual prazo, qual o ciclo de concretagem diário, como serão
comercializadas as formas, se por aquisição ou aluguel, localização da obra, se possui uma boa
concreteira nas proximidades, e qual a experiência da sua equipe. Assim ele disponibiliza dados
de alguns de seus clientes em três estados, onde pode se observar que o fator predominante para
o sucesso é a repetitividade, a velocidade do método, e a quantidade de unidades (Figura 44).

Figura 44 - Dados dos clientes

Fonte : Ligablog

Dessa forma, o custo por m² é muito subjetivo e não chegamos a uma definição
nesse presente estudo.
59

4 CONSIDERAÇOES FINAIS

O sistema convencional é amplamente utilizado para as grandes maiorias das obras,


gerando certo receio pelas construtoras de tentarem outros métodos como a de parede de
concreto moldado in loco. Assim, essa pesquisa teve o objetivo de mostrar as peculiaridades
desse novo método de parede de concreto moldado in loco, demonstrando o processo
construtivo, suas vantagens e desvantagens, e com um estudo de caso, apresentar o método de
execução de uma construtora que vem obtendo resultados positivos na utilização do método.
Tal construtora sempre utilizou o sistema convencional e estrutural para suas obras e que agora,
está utilizando em algumas de suas obras, o sistema de parede de concreto.

Assim, com os estudos realizados e com o auxilio da obra estudada, conseguimos atingir
os objetivos propostos no inicio da pesquisa. No entanto, não conseguimos verificar o custo por
m² gerado pelo empreendimento, pelo fato de a construtora não dispor os custos envolvidos da
obra, por ser uma questão de política da empresa. Então para realizar essa análise, utilizamos
os dados de acordo com o índice Nacional da Construção Civil (INCC) para alvenaria
convencional, e da publicação de autoridade no ligablog para o método de paredes de concreto.

De acordo com as pesquisas, estudos e consultas com a construtora, cada método se


mostrou mais vantajoso em certas ocasiões. O método construtivo de paredes de concreto
moldada in loco, se mostra mais viável economicamente do que o método convencional se for
utilizado em empreendimentos com moradias que seguem o mesmo padrão, quanto mais
utilizadas forem as fôrmas mais é mitigado o custo inicial para adquiri-las, se obtendo ganhos
principalmente em custos indiretos. Já em empreendimentos que não possuem essa alta
repetição, a alvenaria convencional se mostra vencedora para as demais modalidades,
principalmente por empresas de pequeno porte, já que os custos iniciais envolvidos pelo método
convencional são menores e a demanda que visam atender é menor, possibilitando um prazo
maior para execução da mesma.

Apesar do custo inicial elevado das fôrmas se tornarem uma barreira de entrada,
quando o método é empregado em escala industrial possui uma série de vantagens,
apresentando grande velocidade de execução, sendo cada vez mais utilizado por grandes
construtoras, que conseguem entregar mais unidades em menor tempo, conseguindo gerar
maior lucro por conta da rápida entrega das moradias, visando atender o déficit habitacional
enorme do brasil. Conseguentemente, cada método possuí vantagens e desvantagens, sendo
influenciado por fatores como prazo para execução de cada empreendimento, custo da
60

execução e da demanda de cada empresa, pois um dia sem a concretagem da fôrma tem um
custo muito elevado.
Como sugestão para trabalhos futuros relatamos como dificuldade o acompanhamento,
como a execução é realizada de maneira muito rápida, é necessária uma sinergia entre quem
está realizando o estudo e os responsáveis da empresa em auxiliar, tendo que suas
disponibilidades coincidam, já que o método requer um controle de qualidade rígido e cada
funcionário tem sua função bem delimitada, sendo necessário atingir as etapas diárias para que
a concretagem ocorra diariamente e o andamento da obra não seja afetado. Outro ponto é a parte
de análise de custos, já que pela política da empresa ela não pode disponibilizar dados sobre os
custos. Como sugestão é pertinente a análise com outros sistemas construtivos, como a
alvenaria estrutural, steel frame, e wood frame, também na parte de aspectos qualitativos, como
conforto térmico e acústico, durabilidade e manutenções necessárias.
61

REFERÊNCIAS

ABESC. Paredes de Concreto. 2012. Disponível em:


http://www.abesc.org.br/tecnologias/tec-paredes-de-concreto.html. Acesso em: 21 de junho.
2021.

ACCETTI, K. M. Contribuições ao projeto estrutural de edifícios em alvenaria. 1998.


Tese de Mestrado – Escola de Engenharia da Universidade de São Paulo, São
Carlos, SP, 1998.

ALVES, Rafael et al. Comparativo de custo e processo construtivo dos sistemas de


vedação convencional e paredes de concreto moldadas in loco. In: ALVES, Rafael et al.
Comparativo de custo e processo construtivo dos sistemas de vedação convencional e paredes
de concreto moldadas in loco. 2019. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em
Engenharia Civil) - Instituto federal de educação, ciência e tecnologia goiano, Campus rio
verde, 2019. Disponível em:
https://repositorio.ifgoiano.edu.br/bitstream/prefix/535/3/TCC%20CORRIGIDO.pdf. Acesso
em: 20 jun. 2021.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14931:2004: Execução de


estruturas de concreto - Procedimento. 2 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2004. 53 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7480:2007: Aço destinado a


armaduras para estruturas de concreto armado - Especificação. 2 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2008.
13 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655:Concreto de


cimento Portland -Preparo, controle, recebimento e aceitação -Procedimento.Rio de
Janeiro, 1992.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16055:2015 Parede de


concreto moldada no local para a construção de edificações – Requisitos e procedimentos. Rio
de Janeiro. 2012.3

AZEVEDO, Helio Alves de. O edifício até sua cobertura. São Paulo, 1997.

Barros, M.M.S.B.; MELHADO, S.B. Produção de estruturas de concreto armado


de edifícios. São Paulo, EPUSP, 1993. (Texto Técnico da Escola Politécnica da
USP. Departamento de Engenharia de Construção Civil, TT/PCC;04).

BASTOS, Paulo S. dos S. Fundamentos do concreto armado. Bauru: UNESP, 2006.


Faculdade de Engenharia, departamento de engenharia civil. Disponível em:
<http://www.ufsm.br/decc/ECC1006/Downloads/FUNDAMENTOS.pdf>

BRAGUIM, T. C. Utilização de modelos de cálculo para projeto de edifícios de paredes de


concreto armado moldadas no local. Universidade de São Paulo. 227 páginas,2013.
62

COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, Coletânia de Ativos em Paredes de Concreto


(2007/2008). 2008. Disponível em
<https://www.abcp.org.br/cms/download/?search=Parede%20de%20Concreto>. Acesso
em:Mai 2019.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118:2003:
Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. 2 ed. Rio de Janeiro: Abnt, 2004. 221 p.

CORSINI, R. Paredes Normalizadas. Revista Techne, São Paulo, ano 20, n.183, p. 40-46, jun.
2012.

FARIA, R. Normas de paredes de concreto moldadas "in loco". Revista Techne, n.146, maio
2009. Disponível em <htttp://techne17.pini.com.br/engenharia-42civil/146/normas-norma-de-
paredes-de-concreto-moldadas-in-loco-286588-1.aspx>. Acesso em 21 de junho. 2021.

FELIPE, Andrey et al. Estudo de viabilidade financeira comparando o sistema de parede


de concreto armado e parede de alvenaria convencional em edificações multifamiliares
de padrão popular. 2020. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Engenharia
Civil) - Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, 2020. Disponível em:
https://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/10891/TCC2_Andrey%20Menegaz%20F._e_Cr
istian%20de%20Souza%20C..pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 20 jun. 2021.

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, FGV,Análise das necessidades habitacionais: tendências


para os próximos dez anos. 2018. Disponível em
<https://www.abrainc.org.br/setor/2019/01/28/necessidades-habitacionais-tendencias-para-os-
proximos-dez-anos/?hilite=%27analise%27%2C%27das%27%2C%27necessidade%27>.

GOMES, JOÃO PEDRO et al MATEUS DA SILVA ROCHA. Análise Do Sistema


Construtivo De Paredes De Concreto Moldadas “In Loco” –um Estudo De Caso. 2018.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil) - UniEvangélica, [S. l.],
2018. Disponível em:
http://45.4.96.19/bitstream/aee/92/1/2018_1_TCC_Jo%c3%a3o%20Pedro%20e%20Mateus.p
df. Acesso em: 20 jun. 2021.

LAVAUR, A. Guerrin, Roger C. Tratado de Concreto Armado-V.2 São Paulo: Editora Ryoki
Inoue Produções, 2012.

LOPES, Filipe. Utilizando paredes de concreto moldadas “in loco” – estudo de caso.
2016. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Engenharia Civil) - Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016. Disponível em:
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/31882/1/Filipe%20Araujo%20Lopes%20-
%20TCC%20p%c3%b3s%20-%20R02.pdf. Acesso em: 20 jun. 2021.

MACÊDO, J. S. Um estudo sobre o sistema construtivo formado por paredes de concreto


moldadas no local. 2010. 77 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Centro de
Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2016.

MISURELLI, H; MASSUDA, C. Paredes de Concreto.Revista Techne, n.147, p. 74-78, jun.


2009.

PONZONI, Jéssica. PAREDES DE CONCRETO MOLDADAS IN LOCO:


VERIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO ÀS RECOMENDAÇÕES DA NORMA NBR
63

16055/2012 NOS PROCEDIMENTOS EXECUTIVOS EM OBRA DE EDIFÍCIO


RESIDENCIAL. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Engenharia Civil)
- UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, [S. l.], 2013. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/96297/000915045.pdf?sequence=1&isAll
owed=y. Acesso em: 20 jun. 2021.

RIBEIRO, Marcelle et al. Desempenho estrutural do sistema de paredes em concreto


armado: análise comparativa com o sistema aporticado convencional. 2010. Trabalho de
conclusão de curso (Bacharelado em Engenharia Civil) - Universidade federal do rio grande
do sul escola de engenharia departamento de engenharia civil, Porto Alegre, 2010. Disponível
em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/26058. Acesso em: 21 jun. 2021.

SACHT, H. M. Painéis de vedação de concreto moldados “in loco”:Avaliação de


desempenho térmico e desenvolvimento de concretos. 2008. 286f. . Dissertação (Mestrado em
Arquitetura e Urbanismo) –Departamento de Arquitetura e Urbanismo Escola de Engenharia
de São Carlos da Universidade de São Paulo, São Carlos, 2008.

SANTOS, E. B. Estudo comparativo de viabilidade entre alvenaria de blocos cerâmicos e


paredes de concreto moldadas no local com fôrmas metálicas em habitações populares.
Engenharia Civil da Coordenação de Engenharia Civil -COECI – Universidade Tecnológica
Federal do Paraná –UTFPR. Campo Mourão, 2013.

KAZMIERCZAK, C. S. Materiais de construção civil e princípios de ciência e engenharia de


materiais. 2ª ed., IBRACON, v.02, p. 565-588, 2010.

KLEIN e MARONEZI. Comparativo orçamentário dos sistemas construtivos em alvenaria


convencional, alvenaria estrutural e Light Steel Framepara construção de conjuntos
habitacionais. BS thesis. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2013.

VENTURINI, J. Casas com paredes de concreto. Revista Equipe de Obra, São Paulo: Pini, n.
37, jul. 2011. Não paginado. Disponível em: <http://www.equipedeobra.com.br/construcao-
reforma/37/artigo220698-1.asp>. Acesso em: 21 junho 2021.

WENDLER, Arnoldo. Parede de concreto: Quanto custa?. [S. l.], 28 mar. 2018. Disponível em:
https://blogdaliga.com.br/paredes-de-concreto-quanto-custa/. Acesso em: 6 nov. 2021.

Você também pode gostar