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Palhoça
2021
LAURA ROSAR PIRES
Palhoça
2021
LAURA ROSAR PIRES
______________________________________________________
Professor e orientador Ricardo Moacyr Mafra, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Profa. Fernanda Soares de Souza Oliveira, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Prof. Valdi Henrique Spohr, Ms.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico este trabalho a todas as pessoas que
fizeram parte da minha trajetória, em especial
meus pais, os maiores incentivadores para
chegar até aqui.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por permitir que tudo isso acontecesse, por ter me dado
saúde e força para superar todas as dificuldades e estado sempre presente nesta caminhada.
Aos meus pais, agradeço por todo incentivo e esforço para alcançar meus objetivos.
Sempre estiveram ao meu lado, e são meus maiores exemplos de vida. Sou grata por
caminharem comigo em meu sonho e transformá-los em seus. Foram vocês, os principais
apoiadores deste ciclo tão importante e fundamental de minha vida.
Aos meus avós paternos que sempre acreditaram no meu potencial, sempre com palavras
de apoio, que me ensinaram valores importantes e contribuíram com a minha educação.
Agradeço à minha avó materna, que me transmitiu seu conhecimento como professora,
me ensinando com toda sua dedicação a ler e escrever, e me incentivando com seu sorriso a
seguir sempre estudando.
Em especial a minha família que mesmo apesar da distância estiveram sempre presentes.
Aos meus amigos, agradeço pela presença em todos os momentos difíceis e sempre de
alguma maneira, me encorajaram ao longo desses anos de Graduação.
Direciono também os agradecimentos a todos que de alguma forma participaram e
contribuíram na minha jornada acadêmica.
Agradeço a todos os professores que tive na graduação que contribuíram com a minha
formação acadêmica e profissional, principalmente ao meu orientador Professor Ricardo
Moacyr Mafra pelo suporte dado, por sua disponibilidade, e contribuição de seu conhecimento
para a realização deste trabalho.
“Todos os nossos sonhos podem se tornar realidade se tivermos a coragem de
persegui-los.” (WALT DISNEY).
RESUMO
Na busca por novas técnicas construtivas sustentáveis a utilização de containers como moradia
vem ganhando destaque no mercado da construção civil. O método consiste na reutilização
dessas caixas de aço, destinando-lhes um novo destino e garantindo um baixo impacto
ambiental, além de ser prático e de baixo custo. O presente trabalho tem como objetivo dissertar
acerca da análise de viabilidade do uso de containers como proposta sustentável e
financeiramente viável comparado aos meios de construção convencionais para habitação. O
estudo tem início acerca das características dos containers e de que formas eles podem ser
aplicados na construção civil. Em seguida, aborda a aplicação dos containers como proposta
alternativa à habitação, realizando um comparativo entre a metodologia convencional de
construção e a aplicação de containers. Posteriormente demonstra os aspectos construtivos
necessários à implementação desses containers como moradia e as vantagens sustentáveis que
a utilização de casas containers garantem. Por fim, foi realizado um estudo comparativo em
relação aos custos de execução do sistema construtivo de containers utilizando o índice do
CUB Médio para região da Grande Florianópolis. O resultado demonstra que o método
construtivo convencional tem um aumento de 10% no valor do metro quadro se comparado ao
container como moradia, apesar de possuir pequena diferença financeira e ainda ser pouco
utilizada no Brasil, apresenta-se como uma solução sustentável, rápida e flexível a novos
arranjos.
In the search for new sustainable construction techniques, the use of containers as housing has
gained prominence in the civil construction market. The method consists of reusing these steel
boxes, assigning them a new destination and ensuring a low environmental impact, in addition
to being practical and low-cost. This work aims to discuss the feasibility analysis of the use of
containers as a sustainable and financially viable proposal compared to conventional
construction means for housing. The study begins on the characteristics of containers and how
they can be applied in civil construction. Then, it discusses the application of containers as an
alternative proposal to housing, making a comparison between the conventional construction
methodology and the application of containers. Subsequently, it demonstrates the constructive
aspects necessary for the implementation of these containers as housing and the sustainable
advantages that the use of container houses guarantee. Finally, a comparative study was carried
out in relation to the execution costs of the container construction system using the Average
CUB index for the Greater Florianópolis region. The result demonstrates that the conventional
construction method has a 10% increase in the value of the square meter compared to the
container as housing, despite having a small financial difference and still being little used in
Brazil, it presents itself as a sustainable, fast and flexible to new arrangements.
Gráfico 1 - Comparativo de custo por metro quadrado entre habitação com container e com
método construtivo tradicional ................................................................................................. 46
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Tabela de preço para construção casa container de 60m² na região da Palhoça-SC
.................................................................................................................................................. 66
Tabela 2 - Tabela do CUB da região da grande Florianópolis ................................................. 66
Tabela 3 – Tabela com comparativos de valores dos métodos construtivos em container e
alvenaria para a região de Palhoça-SC ..................................................................................... 67
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Relação dos ambientes e seus respectivos impactos .............................................. 24
Quadro 2 - Dimensões dos containers do tipo Dry................................................................... 34
Quadro 3 - Normas Brasileiras que tratam sobre containers .................................................... 36
Quadro 4 - Vantagens e desvantagens para construção de casas em containers ...................... 44
Quadro 5: Materiais estimados para destinação de resíduos gerados em uma obra de sistema
construtivo tradicional (sem containers)................................................................................... 45
Quadro 6: Comparativo entre construção convencional e construção em containers .............. 45
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 13
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...................................................................................... 13
1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 14
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 14
1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 14
1.4 DELIMITAÇÕES ............................................................................................................ 14
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................... 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 16
2.1 CONSTRUÇÕES METÁLICAS ..................................................................................... 16
2.2 CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS .............................................................................. 18
2.2.1 Meio ambiente ............................................................................................................. 18
2.2.2 Legislação ambiental e descarte de resíduos............................................................. 22
2.2.3 Resíduos sólidos nas edificações ................................................................................. 24
2.2.4 Materiais e tecnologias voltadas à construção civil .................................................. 28
2.3 CONTAINERS ................................................................................................................ 29
2.3.1 Tipos de Containers .................................................................................................... 34
2.3.2 Normas utilizadas no Brasil ....................................................................................... 34
2.3.3 Viabilidade ................................................................................................................... 37
2.3.3.1 Viabilidade térmica .................................................................................................... 37
2.3.3.2 Viabilidade acústica.................................................................................................... 38
2.3.3.3 Viabilidade econômica ............................................................................................... 39
2.4 CONSTRUÇÕES DE HABITAÇÕES CONTAINERS VS. MÉTODO CONSTRUTIVO
CONVENCIONAL .................................................................................................................. 40
2.5 PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÃO EM CONTAINERS ................... 46
2.5.1 CONSTRUÇÃO MODULAR .................................................................................... 47
2.5.2 PROCESSOS CONSTRUTIVOS DE HABITAÇÕES COM CONTAINERS ..... 48
2.5.2.1 Identificação e preparo ............................................................................................... 48
2.5.2.2 Fundação e montagem ................................................................................................ 50
2.5.2.3 Instalações e esquadrias aplicadas .............................................................................. 51
2.5.2.4 Isolamento térmico e acústico .................................................................................... 53
2.5.2.4.1 Lã de pet .................................................................................................................. 54
2.5.2.4.2 Lã de vidro ............................................................................................................... 55
2.5.2.4.3 Lã de rocha .............................................................................................................. 55
2.5.2.4.4 Poliestireno expandido (EPS) ou isopor ................................................................. 56
2.5.2.5 Pintura externa ............................................................................................................ 57
2.5.2.6 Acabamento e cobertura ............................................................................................. 58
2.6 CUSTO UNITÁRIO BÁSICO (CUB)............................................................................. 60
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 62
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................... 63
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 68
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 69
12
1 INTRODUÇÃO
Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, em 2014 a construção civil foi
responsável por gerar cerca de 122.262 toneladas de resíduos sólidos por dia, esse dado
compreende a descartes de construções, reparos, reformas e demolições de obras da construção
civil.
Segundo Amado (2007), uma das ideias principais do projeto de construção sustentável
é tornar esse processo competitivo quando comparado a outros que não adotem as mesmas
premissas de execução. Para isso, é necessário que esse novo projeto atenda aos níveis de
qualidade exigidos para ele, além de apresentar a otimização de tempo de execução e dos
recursos destinados à realização geral do mesmo, fazendo com que haja menor custo ao longo
do processo e, por consequência, redução período de recuperação dos investimentos financeiros
na obra.
Em questões ambientais, se evidencia uma grande quantidade de containers descartados
após seu tempo de uso em ambientes marítimos, gerando grandes impactos negativos. Diante
da necessidade de buscar soluções sustentáveis e de baixo custo, a utilização de containers na
construção civil vem ganhando força.
ser um material reaproveitado, que concorre para a redução dos impactos ambientais, além de
promover uma redução no custo total da obra em comparação com obras de alvenaria.
O presente trabalho, portanto, busca suprir este déficit apresentando um método de
construção sustentável que utiliza containers para habitações, demonstrando seu processo
construtivo, suas vantagens e analisando através de um estudo comparativo quanto ao custo de
execução deste tipo de construção em relação ao método convencional e demonstrando seu
processo construtivo.
1.1 JUSTIFICATIVA
1.3 OBJETIVOS
1.4 DELIMITAÇÕES
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para Hermsdorff (2005), no século XIX, o ferro passa ser utilizado para diversas
finalidades, uma das principais é a construção de edifícios, com base nisso pode ser considerado
um material essencial para as transformações da época. Kruguer (2000), acrescenta que
anteriormente as construções em ferro, tinham dois conceitos relacionado a expressão
arquitetônica, uma delas é que os materiais utilizados na construção deviam estar em seu estado
natural, madeira e pedra por exemplo poderiam ser esculpidas e até polidas, mas não poderiam
ser manufaturadas. O segundo conceito era arquitetura eterna, logo os edifícios deveriam ser
construídos em determinado local e ser perene, tanto sua locação quanto sua construção.
Conforme a Figura 1, a Torre Eiffel, localizada em Paris, França, foi um grande marco
na história, principalmente na construção metálica.
Após essa revolução nas técnicas construtivas, deu-se início a uma nova maneira de
pensar a respeito de moradia, o termo usado na época da 1° Guerra Mundial foi Máquina de
morar, utilizada inicialmente por Georges Christie, vice-presidente da Sociedade Nacional dos
Arquitetos localizada na França, com referência a conjuntos habitacionais construídos para
população menos acessível (HERMSDORFF, 2005).
Segundo Bastos (2004), no Brasil a história da arquitetura é caracterizada pelos
inúmeros usos de tecnologias construtivas, consideradas muitas vezes como exógenas, que
dependiam de variáveis como situação socioeconômica e política da época para serem mais ou
menos adaptadas. Hermsdorff (2005) salienta que na década de 30 do século passado, houve
17
O processo para construções em estruturas em aço se destaca, pois o aço tem uma
maior resistência mecânica se comparada a outros materiais. É um dos processos
construtivos mais velozes e é o que suporta os maiores vãos. Por isso são muito
utilizados principalmente em indústrias e supermercados que precisam de grandes
vãos e velocidade na execução e também é bastante utilizado em ginásios, pavilhões,
telhados, torres, guindastes, escadas, passarelas, pontes, garagens, hangares,
depósitos, lojas entre outros. Pfeil (2009, p.19).
A procura por soluções que possibilitem uma redução de custos é vista com bons olhos
pelas organizações, que buscam meios de aumentar a lucratividade e manter a competitividade.
Desse modo, busca-se sempre meios de analisar possibilidade de melhoria nesses sistemas, de
modo a proporcionar uma construção mais racional (GUANABARA, 2010). O aço possui
diversas vantagens que caracterizam seu uso, como sua alta resistência em muitas condições de
esforços e tensão, alta durabilidade, uma alta margem de segurança para se trabalhar com
relação aos seus esforços, o reaproveitamento dos materiais empregados que sobraram em
outras atividades, dentre outros fatores.
O aço apresenta boas condições de resistência mecânica por conta da sua forma
construtiva em modelo de haste, como descreve Pfeil (2009, p.12):
Uma haste reta solicitada por uma força F, aplicada na direção do eixo da peça. Esse
estado de solicitação chama-se tração simples. Dividindo a força pela área da seção
transversal, obtemos a tensão normal σ. Este é um exemplo de tração simples, as
tensões são iguais em todos os pontos da seção transversal. Sob o efeito da força de
tração simples, o segmento da barra de comprimento inicial se alonga passando a ter
o comprimento denominado alongamento unitário ε (deformação). (PFEIL, 2009,
p.12).
É muito comum que uma edificação tenha sido projetada para uma determinada função
inicial e, posteriormente, ter essa função alterada, ou somada alguma outra a qual a estrutura
existente não suporta, sendo necessária assim a inserção de reforços estruturais e adaptações
aos pontos já existentes. Estes reforços nada mais são que alterações de característica da
18
Primeiramente, há que se destacar que a expressão “meio ambiente”, como se verá, não
apresentou, ao longo dos anos, uma linearidade de sentido.
A esse respeito, dispõe Milaré (2007) que a expressão milieu ambiant teria sido adotada
pela primeira vez pelo naturalista francês Geoffroy, de Saint-Hilaire, em sua obra intitulada
Études progressives d’un naturaliste, de 1835.
De lá para cá, contudo, de acordo com Milaré (2007), não se vislumbra uma unicidade
quanto ao seu significado, sendo certo que a própria definição léxica das palavras que o
compõem (meio – milieu – e ambiente – ambiant) não cooperam para que esta seja alcançada.
Nesse sentido, Milaré (2009, p. 109), traz que:
Em francês, a palavra meio tem mais de uma versão. Meio, como intermediário,
recurso ou instrumento é moyen, que tem ainda outros significados. Meio, como
contexto, espaço ou lugar, é milieu. Já ambiant deriva diretamente do latim, “o que
rodeia por todos os lados”. Ambiance, substantivo, é a atmosfera material ou moral
que cerca uma pessoa ou uma reunião de pessoas. (MILARÉ, 2009, p. 109).
Nebel (1990), por sua vez, destaca que o sentido da expressão, em linguagem técnica,
estaria atrelado à noção que se tem de combinação de todos os fatores que são externos ao
indivíduo ou à população de indivíduos analisada.
Pelo Dicionário Brasileiro de Ciências Ambientais (LIMA E SILVA, 2000), o meio
ambiente abrange tudo o que apresenta relação com a vida de um ser (pessoas, animais, plantas)
ou, ainda, de um grupo de seres vivos.
19
Assim, nesse conceito, incluíam os elementos físicos, vivos e culturais, bem como a
maneira pela qual são tratados pela sociedade. Aceti Júnior (2007) tem o mesmo entendimento,
expondo que o Novo Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio define “meio” como sendo o
lugar que se vive. Já “ambiente” seria deliberado como o conjunto das condições naturais.
Para Silva (2013, p. 20), deve-se contemplar o conceito de meio ambiente como sendo
globalizante, “abrangente de toda a natureza, o artificial e original, bem como os bens culturais
correlatos, compreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o
patrimônio histórico, artístico, turístico, paisagístico e arquitetônico”.
Seguindo essa amplitude de perspectiva, para o autor, o meio ambiente como sendo “a
interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais, que propiciem o
desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas” (SILVA, 2013, p. 20).
Existem, porém, aqueles que criticam a própria formação do termo, apontando-a como
redundante. É o que leciona Vladimir Passos de Freitas (2001), que complementa o raciocínio
trazendo que, na Itália e em Portugal, utiliza-se, tão somente, “ambiente” para qualificar o que
aqui denominado pela junção dos dois termos.
No mesmo sentido aponta Machado (2006), que traz que o questionamento se dá pois
há o entendimento de que ambos os termos que formam a expressão “meio ambiente” são
equivalentes, resultando, dessa forma, em um pleonasmo.
Discorda desse pensamento, porém, Milaré (2007), que expõem que as palavras “meio”
e “ambiente” decorrem conotações distintas, tanto na língua vulgar, quanto na linguagem
científica. A esse respeito, dispõe o autor que nenhum dos termos analisados pode ser
considerado unívoco. Antes, tratam-se estes de termos equívocos, já que se tem uma mesma
palavra dotado de diferentes significados. Nesse sentido:
Custódio (2006) segue na mesma lição, afirmando que o emprego da expressão “meio
ambiente” está correto, possuindo os termos sentido harmônico e com significação
complementar, tanto pela categoria gramatical, como pela sua acepção própria.
Verifica-se, desse modo, pelas definições que foram aqui colacionadas, que a
abordagem é extensa, apresentando os doutrinadores aqui elencados várias nuances do que
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seria, a seu ver, o meio ambiente, que, compilando tais inferências, pode ser concebido como
um complexo que abrange aspectos naturais e artificiais, incluindo, ainda, o patrimônio
histórico, paisagístico e arquitetônico.
Essa mesma concepção foi incorporada pela Constituição de 1988, que apresenta quatro
dimensões do que se deve considerar como meio ambiente: o Meio Ambiente Natural (caput
do artigo 225 da Constituição de 1988), que abrange o meio ambiente relacionado à flora e a
fauna, como, também, a elementos físicos e químicos, sendo a sua definição a constante do
inciso I do artigo 3º da Lei nº 6.938/1981, que o apresenta como sendo um “conjunto de
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite,
abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981); o Meio Ambiente Cultural
(artigos 215 e 216 da Constituição de 1988), que elenca como tal “[...] os bens de natureza
material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira” (artigo
216 da Constituição de 1988) (BRASIL, 1988); o Meio Ambiente Artificial ou Urbano (artigos
182 e 183 da Constituição de 1988), que se divide em espaços abertos (cidades, por exemplo)
e espaços fechados (imóveis urbanos); e Meio Ambiente do Trabalho (inciso VIII do artigo
200 da Constituição de 1988).
Verificam-se, desse modo, tratativas no sentido de se considerar o meio ambiente em
amplitude tal que abranja vários setores da vida humana, não somente os recursos naturais
(água, solo, fauna e flora), como, também, o patrimônio cultural, os elementos artificiais ou
urbanos (edifícios, cidades etc.) e o ambiente de trabalho.
Segundo Custódio (2006), os danos ambientais consistem naqueles prejudiciais às
pessoas individual, social ou coletiva, comum ou difusa, geral ou publicamente consideradas,
decorrentes de condutas ou atividades lesivas ao meio ambiente externo ou interno (natural,
sanitário, cultural, socioeconômico, do local residencial, do trabalho, do culto religioso, do
lazer ou de qualquer espaço destinado ao bem-estar das gerações presentes e futuras), por atos
lícitos ou atos ilícitos de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou de direito privado,
com ou sem fins lucrativos, na prestação de serviços de natureza tanto pública como privada,
de repercussões prejudiciais contra o patrimônio humano, material e moral.
Para Drago (apud STOCCO, 2013), o dano ambiental é o meio de se provocar lesões
em pessoas ou coisas a partir do meio em que vivem. Veja-se:
tão grande como agora, quando o dano ecológico sofre verdadeira agravação
geométrica, por influência do tremendo perigo criado pelas conquistas científicas que
não foram seguidas de iguais provisões de cautela por parte dos seus responsáveis
(DRAGO, apud STOCCO, 2013, p. 655).
Art. 14 [...]
§ 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. (BRASIL, 1981).
(...) um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das
gerações atuais, como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo
de bens produzidos com tecnologia e materiais menos ofensivos ao meio ambiente,
utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o desperdício e o excesso e
ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem
degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões
insustentáveis de consumo e minorar as desigualdades sociais. (JOHN, 2012, p. 25).
reflexiva, o que significa dizer que ela se torna um tema e um problema para si própria."
(JACOBI, 2005).
A preocupação com o Planeta, com os recursos ambientais e com a natureza, leva
também as pessoas a procurarem se aproximar mais da natureza, de também contribuir com sua
preservação, de maneira que a preocupação com o ambiente tem se mostrado um dos mais
destacados temas de discussões no mundo todo. Ao lado disso, a realidade da escassez de
matérias-primas leva à criatividade e ao desenvolvimento de novos materiais e projetos que
respeitem mais essa atual realidade.
No início da década de 1990 a Organização das Nações Unidas (ONU) proveu a ECO-
92, que foi um evento mundial para discussão do futuro do planeta, levantamento de propostas
e apresentação de projeções cientificas sobre a vida e o meio ambiente na Terra. Até o final da
década as discussões se multiplicaram por todo o mundo. Em 1997 a Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento aprovaram um documento que ficou conhecido como a
Carta da Terra, que influenciou a constituição de um encontro mundial para discutir a questão
da proteção ao ambiente natural e a ecologia.
No que diz respeito ao meio ambiente natural, ao conhecimento e a orientação política
para coordenação dos recursos naturais, é interligado a economia ambiental e ao sistema
capitalista.
Segundo Souza-Lima (2004):
Impactos podem ser divididos em ambientais e sociais. Os primeiros estão ligados aos
recursos ambientais, e os segundo as pessoas. No Quadro 1 abaixo se apresenta um conjunto de
impactos relacionados aos diferentes ambientes.
Em relação aos resíduos sólidos urbanos, vislumbra-se o aterro sanitário como uma das
técnicas de menor custo e, também, mais seguras para se promover a sua disposição final.
Fundamentado em normas técnicas específicas (ABNT NBR 8419:1992, versão corrigida 1996,
e ABNT NBR 13896:1997) e critérios de engenharia, o aterro sanitário permite o confinamento
de resíduos sólidos urbanos de maneira segura, contribuindo para o controle da poluição
ambiental e proteção da saúde pública.
25
Diante de tais apontamentos, pode-se considerar que o mercado atual exige do setor de
construção civil um forte posicionamento em favor da sustentabilidade, o que faz com que se
busque, a cada dia mais, inovações tecnológicas que rumem em direção a esse preceito. Para
esse trabalho, considerou-se a expressão da sustentabilidade na construção civil a partir da
adoção de containers como elemento construtivo. Em razão disso, se dedicará o próximo
subcapítulo à caracterização geral dos containers disponíveis no mercado.
A construção sustentável, de acordo com as definições propostas por Colaço (2008)
apontam à responsabilidade recaída sobre a indústria da construção em diagnosticar, indicar e
propor soluções aos impactos gerados ao meio ambiente com relação aos processos de produção
e execução de obras civis, uma vez que há a necessidade de mudança de parâmetros e padrões
para que o processo, de fato, atinja os parâmetros de sustentabilidade desejados. Essa nova
metodologia deve realizar a avaliação dos processos característicos à produção, comparando a
nova forma encontrada com o modelo tradicional de execução e mensurar as melhorias relativas
à aplicação do novo processo, a fim de quantificar e qualificar as melhorias apresentadas. Como
uma primeira observação realizada, é possível propor melhorias relacionadas à qualidade do
produto, ao tempo levado do início ao fim do projeto, bem como o custo final à implementação.
Castelo (2008) ainda descreve que, em linhas gerais, esse processo construtivo
sustentável promove intervenções no meio ambiente, fazendo com que este esteja adaptado às
necessidades de utilização e produção/consumo voltados ao ser humano, de modo a não
promover o esgotamento dos recursos do meio ambiente, estado o meio ambiente e os recursos
preservados às futuras gerações. Tudo isso por meio do uso de materiais ecologicamente
corretos e a diminuição da poluição e dos desperdícios.
28
São considerados como materiais ecológicos os artigos não poluentes, não tóxicos,
sendo estes benéficos ao meio e à saúde da comunidade, que contribui ao desenvolvimento dos
sistemas econômicos, sociais e sustentáveis (LAURIA, 2007). Estes materiais podem ser tanto
industrializados, artesanais ou manufaturados, mas devem seguir essas premissas voltadas à
ecologia e finitude dos recursos.
Ainda que possam ser manufaturados, industrializados ou artesanais, do ponto de vista
construtivo, esses materiais são considerados como ecológicos quando todos os seus processos
de geração sejam adequados ao meio ambiente, com o ciclo de vida bem definido e planejado,
atingido os elos de sua cadeia produtiva de modo a promover a sustentabilidade em todas as
esferas (FERREIRA, 2010). A identificação dos produtos e materiais aplicados deve obedecer
às regras e critérios que priorizem a sustentabilidade, relacionado o custo efetivo do material e
as origens da matéria prima, desde a sua extração até o último processo de conformação/geração
que dará o formato final dele. Além desses, considera fatores como os custos com a aplicação
de energia, a emissão de poluentes e a compatibilidade biológica dos materiais, para que assim
sejam classificados como sustentáveis.
Dentro desse conceito, há uma grande vantagem observada na utilização e priorização
dos materiais de maior durabilidade, fornecendo aos edifícios um maior tempo de vida útil
(CASTELO, 2008). Assim, deve-se evitar a aplicação de materiais tradicionais que geram
problemas ambientais, como por exemplo o alumínio, que exige uma grande aplicação de
energia por meio do seu processo de produção, e também os plásticos, em especial o PVC, que
causam impactos na produção, na utilização e no descarte quando torna-se resíduos.
Dentro a área de construção civil, as perdas nas obras, como o desperdício,
correspondem, de acordo com Ferreira (2010), a cerca de 10% do total de perdas totais. Isso
ocorre por conta da diferença do coeficiente de perda de cada material, que varia de acordo com
o tipo de matéria-prima, processos de produção e destinação na obra, muitas vezes decrescido
por conta dos incrementos antes da fabricação.
O uso de materiais com maior durabilidade possibilita a redução do uso de materiais
primas, desse que essa durabilidade seja assegurada igualmente a todos os componentes
presentes no projeto, não comprometendo assim que materiais de maior durabilidade sejam
afetados pelos de menor durabilidade (AMADO, 2007). Sendo assim, caso haja inviabilidade
do uso desses materiais pelos tipos de materiais, a substituição de matérias com durabilidade
menor fica facilitada e justificada.
29
2.3 CONTAINERS
Entre os anos de 1968 e 1970 foram publicadas as primeiras normas ISO – no caso, a
ISO 6346 – para containers. Em seu bojo, tinha-se a indicação de melhorias nos processos de
descarga, transporte e carregamento até então estabelecidos, o que gerou grande economia
quanto ao tempo e recursos desprendidos pelas empresas para este fim (LEVISON, 2003).
Posteriormente, em 1972, a configuração dos containers passou a ser regulamentada
pela Inter-governmental Maritime Consultative Organization, garantindo, assim, segurança ao
seu manuseio e transporte, regulamentados de acordo com determinações experidas pela CSC-
Plate –International Convention for Safe Containeres (LEVISON, 2003).
Segundo Kronenburg (2008), a invenção dos containers é considerada uma revolução
para o carregamento, tendo em vista que a carga possível de ser acondicionada em um
caminhão, por exemplo, poderia ser transferida para um trem ou navio por meio do uso de
guindastes, proporcionando otimização do tempo de entrega, já que não seria este dispendido
com infraestrutura, mudanças de meios de transporte, dentre outros aspectos, além de não se
sujeitar a assaltos.
De acordo com a definição dada pelo Artigo 4 do Decreto n 80.145 de 15 de agosto de
1977:
30
Segundo Occhi (2016), na década de 90, países como Holanda, Inglaterra e Japão já
começavam a reutilizar os containers para construção de escritórios, hotéis e habitação infantil
que posteriormente começou a ser utilizado em residências unifamiliares.
Em 2005, havia cerca de 700.000 containers em desuso nos portos dos Estados Unidos,
esse acúmulo é explicado devido a explosão de crescimento das importações vindas de países
asiáticos, uma vez que não é viável enviar os containers vazios de volta para a origem. Vale
ressaltar que outros países também sofrem com espaço físico para estocar os mesmos. (ISBU
ASSOCIATION, 2010).
Para Portal Metálica (2015) com essa crescente no uso de container, faz com que países
como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e Holanda já empregam esse material para fins de
construção de escritórios, hotéis, alojamentos para estudantes e residências.
As principais vantagens estão diretamente relacionadas a estética moderna, custo-
benefício, otimização da obra e os valores sociais, uma vez que caminha junto a reciclagem e a
sustentabilidade. Atualmente, o potencial construtivo dos containers tem crescido rapidamente,
mas, em contrapartida no Brasil ainda não há uma cultura adepta a esse uso comparado a outras
nações. (Rosa et al. 2017).
Guedes (2015) salienta a importância sustentável que traz as construções com container,
como telhado verde, conforme Figura 9 abaixo, captação de água pluvial, pintura ecológica e
aproveitamento do aquecimento solar.
33
Segundo Nunes (2017), a obtenção do contêiner para construção civil pode ser por meio
de lojas físicas e online, já os preços variam de acordo com a demanda e do projeto. Há
34
disponibilidade de contêiner seminovos, que não passaram por alguma modificação e contêiner
novos já modificados.
Segundo Nunes (2017), embora exista a necessidade de se realizar estudos com maior
aprofundamento acerca do reuso dessa matéria-prima para fins de edificação na construção
civil, é certo que, ainda assim, elas já estão tomando um espaço no mercado consumidor,
especialmente pelo fato de ser um material reaproveitado, que concorre para a redução dos
impactos ambientais, além de promover uma considerável redução no custo total da obra – em
torno de 30% em comparação com obras de alvenaria.
Atualmente existem vários tipos de containers, para atender as diversas necessidades,
alguns para cargas secas, não perecíveis e outros para cargas volumas, pesadas e perecíveis. Os
principais modelos utilizados na construção civil são: Dry Standard de 20 e 40 pés e High Cube
de 40 pés, utilizados para cargas secas. Suas dimensões encontram-se no Quadro 2 a seguir.
NORMA DESCRIÇÃO
NBR 5943 (1984) Contêiner - Tipos Classifica e codifica os tipos de contêineres.
Especifica a classificação dos contêineres série
NBR ISO 668 (2000) Contêineres 1, baseado nas dimensões externas, e estabelece
Séries 1- Classificação, Dimensão e as massas brutas associadas, e quando
Capacidade adequado, as dimensões mínimas e abertura das
portas para determinados tipos de contêineres.
NBR ISO 6346 (2002) Contêineres de
Proporciona um sistema para identificação de
carga – Códigos, identificação e
informações sobre contêineres de carga.
marcação.
Estabelece os requisitos para o dispositivo de
NBR 7475 (2010) Implementos
fixação de contêiner do veículo rodoviário
rodoviários – Dispositivos de fixação
porta-contêiner (VPC) e especifica um método
dos contêineres - Requisitos
de ensaio para determinação da sua resistência.
Estabelece os requisitos de projeto e de
NBR 9500 (2010) Implementos
verificação da resistência e fixação do contêiner
rodoviários – Veículo porta-contêiner
no veículo porta-contêiner (VPC) utilizado no
- Requisitos
transporte rodoviário.
NBR 9762 (2012) Veículo rodoviário Define os termos empregados para os veículos
de carga - Terminologia rodoviários de carga.
Fonte: Carbonari (2013)
de assegurar uma estrutura de construção sem riscos, uma vez que esses containers podem ter
transportado em sua vida útil um vasto gênero de mercadorias.
2.3.3 Viabilidade
Devido ao container ser de material metálico, ele pode passar por variações térmicas ao
decorrer do dia ou das oscilações do ambiente externo, já que o aço com qual eles são
produzidos é um excelente condutor térmico.
Figuerola (2013) menciona as placas de poliestireno expandido, lã de PET, lã de rocha,
lã de vidro, poliuretano extrudado, aglomerados de cortiça ou espuma de poliuretano como os
mais empregados no isolamento térmico, Figura 11.
38
a) b)
O isolamento térmico pode ser feito de duas formas diferentes: o interno e o externo.
O isolamento acústico pode ser trabalhado da mesma maneira que o isolamento térmico
– ou seja, interna ou externamente. Tem-se, ainda, a possibilidade de se promover um
isolamento do teto com isopor aparente ou revestido. Destes, o primeiro (isolamento com
isopor aparente) não é apropriado para residências, por questões estéticas (MERCER, 2016).
A lã de pet, produzida a partir de fibras de poliéster extraídas de garrafas pet recicladas,
sem a adição de resina, aplicando-se água no processo, sem a emissão de carbono na atmosfera
representa uma opção eficiente e sustentável em termos de isolamento para containers
(MERCER, 2016).
Outra opção, igualmente sustável, é a placa ou fibra de coco Figura 12, material natural,
oriundo de fontes renováveis. É reciclável, reutilizável, biodegradável e de alta durabilidade.
39
Além disso, não exala gás tóxico quando em combustão, apresentando alto teor de tanino, o
que faz com que funcione como espécie de fungicida natural (MERCER, 2016).
Vários autores mencionam que a custo final da obra com contêiner é aproximadamente
de 20 a 30% mais baixo que a construção de casas de alvenaria. Como atualmente a demanda
está alta, é possível conseguir excelentes negociações, uma vez que a vida útil de um container
é de 100 anos, possibilitando a reutilização de contêineres seminovos que são usufruídos pelas
empresas em média 8 anos, assim conseguindo um custo menor ainda, mas, caso opte por um
novo, o custo da obra ainda assim continuará relativamente baixo.
Segundo Nunes (2017), os valores para contêiner seminovo sem modificação são de R$
3.000,00 a R$ 9.000,00, já um com modificação sofre um acréscimo no preço e ficará na faixa
de R$ 11.500,00 a R$ 18.000,00, variando de acordo com as modificações, quantidade janelas,
portas, instalação de parte hidráulica, elétrica e acabamentos.
40
Uma vez escolhido o container é necessário que seja realizado um jateamento com
material abrasivo para que qualquer resíduo da função inicial seja retirado e posteriormente
deve ser pintado com tinta não-tóxica. Após verificação de que o container pode ser utilizado
para habitação, faz-se o projeto de construção e inicia-se as adequações necessárias. Cabe
salientar que a fundação das habitações com containers deve atender os mesmos requisitos que
uma construção em alvenaria, atentando-se e seguindo as propriedades geográficas e físicas do
terreno, bem como a disponibilidade de um espaço para que seja realizada a movimentação dos
materiais necessários (MUSSNICH, 2015).
Esse autor destaca que, diferente da estrutura realizada em construções de alvenaria, a
estrutura para a colocação do container pode ser levantada sobre estacas niveladas no solo.
Percebe-se, já nesse ponto, a grande economia no processo de fundação e estruturação da
construção, uma vez que é necessária uma menor quantidade de material, bem como mão de
obra reduzida.
Outro diferencial da estrutura de alvenaria é a separação dos cômodos, enquanto na
construção por alvenaria utilizam-se paredes, na construção com containers faz uso de drywall,
uma vez que são leves, de montagem rápida e qualquer tipo de acabamento pode ser utilizado.
Quanto ao isolamento térmico e acústico tanto nas paredes quanto no teto, Nascimento e Melo
(2017) destacam que os revestimentos de lã mineral, lã de rocha, poliestireno expandido,
espuma de poliuretano, isopor ou lã de pet podem ser utilizados, dando-se preferência para essa
última, pois torna a habitação mais sustentável, uma vez que é produzida com materiais
recicláveis. Tal camada é colocada entre as paredes e o acabamento, sendo utilizada, também,
para esconder a parte hidráulica e elétrica, as quais são feitas no padrão convencional da
construção de alvenaria.
A Figura 15, a seguir, demonstra a estrutura de uma habitação com container.
43
Quadro 5: Materiais estimados para destinação de resíduos gerados em uma obra de sistema construtivo
tradicional (sem containers)
INSUMO DESCRIÇÃO
Classificação de resíduos / m³ Classificação manual na obra dos resíduos de
construção e/ou demolição.
Trituração de resíduos / m³ Triturador de martelos para resíduos de construção e
demolição de natureza não pétrea, com capacidade para
tratar de 10 a 25 m³/h, com tapete de alimentação,
transportável manualmente.
Britagem de resíduos / m³ Equipamento móvel de britagem para resíduos de
construção e demolição de natureza pétrea, com
capacidade para tratar 100 t/h.
Pá carregadeira sobre pneus de 120kW/1,9m³.
Transporte de resíduos / m³ Caminhão de transporte de 15 t com uma capacidade de
12m³ e 2 eixos.
Taxa por entrega de resíduos / m³ Taxa por entrega de mistura sem classificar de resíduos
inertes produzidos em obras de construção e/ou
demolição, em aterro específico ou área de destinação
licenciada.
Transporte de resíduos perigosos Carga e troca de caçamba de 1m³, para recolha de
com caçamba resíduos perigosos produzidos em obras de construção
e/ou demolição, colocado em obra na zona de carga,
incluindo serviço de entrega e aluguel.
Fonte: Adaptado de Almeida; Pinheiro; Oliveira (2016, p. 7610)
No caso de uma construção utilizando containers, tais resíduos não serão gerados, visto
que o processo construtivo está concentrado em montagens, dispensando o uso de concreto.
Referente à comparação de gastos na construção de moradias com aproximadamente 40
m², utilizando containers e de moradias utilizando o método tradicional de alvenaria,
Nascimento e Melo (2017) trazem os seguintes dados no Quadro 6:
Gráfico 1 - Comparativo de custo por metro quadrado entre habitação com container e com método construtivo
tradicional
Milaneze et al. (2012) ainda salientam ser possível uma economia de 20% referente ao
tempo de construção e de recursos. Além disso, há o caráter sustentável da construção, com
menos geração de resíduos sólidos e utilização de materiais desenvolvidos a partir da
reciclagem.
Uma metodologia, que visa criar uma dimensão padrão, que racionalize a concepção
e a construção de edifícios, o que permite elevar o grau de industrialização da
construção, mantendo, no entanto, a liberdade de concepção arquitetônica dentro de
valores aceitáveis. (CASTELO, 2008, p. 24).
Com isso, esse modelo apresenta melhorias significativas nas questões relativas à
ventilação e modulação e desenho dos ambientes, o que facilita a inserção em todo e qualquer
tipo de ambiente, independentemente do tipo de localidade e solo e clima ao qual serão
submetidos.
garantia para a qualidade e aplicabilidade dos mesmos no caso de materiais vindos de fora
(SANTOS, 2017). Informações como número de série, laudo de habitabilidade e outras
informações são responsáveis por indicar e garantir os padrões mínimos para o uso dessas
estruturas como residência, garantindo a proteção ante contaminações para futuros moradores.
A placa de certificação CSC (Container Safe Convention) Figura 16, descreve
informações sobre ano e local de fabricação, histórico de proprietários, limites de cargas e tipos
de tratamento químico dado ao piso.
Figura 16 - Placa de certificação CSC
É indispensável que sejam realizadas as fundações de modo a evitar que esses containers
tenham contato direto com o solo, tomando a umidade do mesmo e chegando a estágios de
deterioração em virtude do contato com essa umidade e com os minerais do solo (SANTOS,
2017). Por se tratar de sistemas já estruturados, permitem que sejam aplicadas fundações mais
rasas e simples, mantendo a permeabilidade de uma parcela maior do solo instalado.
As fundações podem diversificar em razão do projeto da residência e do porte da
construção, além do tipo de solo aplicado. Essas fundações podem ser feitas tanto de modo raso
com concreto armado, através de sapatas isoladas nas extremidades, ou então por meio de
estacas, pilaretes, vigas baldrames ou outros métodos aplicáveis.
Uma estrutura bastante utilizada é a de sapatas isoladas em concreto Figura 17, possui
formato retangular ou circular, sendo indicada para solos firmes com boa resistência, sendo que
o peso da estrutura metálica irá ser transmitida para as colunas e consequentemente as sapatas.
Outro tipo de fundação indicada é de laje radier Figura 18. Sendo uma placa de concreto
armado ou protendido que possui contato direto com o solo, dessa maneira o peso da casa
container é distribuído uniformemente pelo solo. Ela é observada nesse tipo de construção por
possuir baixo custo e rápida execução.
51
Fonte: Rentcon
A montagem e ligação entre eles próprios e com a fundação podem ser feitas com
soldagem, parafusos e chapas de ferro nas arestas superiores e inferiores, através das peças de
travamento nelas existentes (CALORY, 2015).
No caso de instalações hidrossanitários Figura 20, o processo não se difere muito do modo
convencional de construção, uma vez que os componentes podem ser mantidos internamente
nas paredes e no piso de modo a manter um determinado padrão estético desejado, podendo
52
Figura 20 - a) Instalação elétrica embutida na placa de gesso acartonado; b) instalação hidráulica externa.
a) b)
Fonte: a) Remobilia, 2013; b) Miranda Container (2015)
corte, requadro e inserção de suportes. Recomenda-se para esses casos a aplicação de espuma
expansiva para que haja um acabamento mais assertivo e que possíveis espaços vazios sejam
preenchidos de modo satisfatório (CORRÊA, 2019).
Conforme Sotello (2012), as esquadrias, bem como demais adaptações de chapas de aço
aplicáveis no container, devem ser implantadas por mão de obra que tenha especialização em
corte e solda de estruturas, devido às características desse elemento Figura 22.
2.5.2.4.1 Lã de pet
A lã de pet é formada a partir da fibra de poliéster (garrafas PET), sendo uma opção
sustentável e de grande potencial termoacústico, isso porque, esse revestimento interno para
containers é produzido sem adição de resinas e com diferentes densidades e espessuras, gerando
um alto desempenho térmico e acústico.
Além de ser ecologicamente correta, a lã de pet possui vantagens por ser um produto
antichamas e antibacteriano. E por ser um produto flexível e de fácil manuseio, seu uso é
encontrado tanto em coberturas quanto em paredes Figura 24.
2.5.2.4.2 Lã de vidro
2.5.2.4.3 Lã de rocha
Fonte: Aecweb
Já o poliestireno expandido, também conhecido por isopor, ganha destaque por possuir
um excelente desempenho térmico, devido à sua composição, atua como uma barreira afim de
evitar a passagem do calor do ambiente externo para o interno Figura 27. Em virtude de sua
porosidade, também possui um bom desempenho acústico, não propagando sons e vibrações.
Suas principais características são resistência, facilidade de manuseio e baixo custo,
além de dispor de zero impacto ambiental por não produzir resíduos durante sua fabricação,
sendo reciclável e inodoro. No entanto, não suporta temperaturas muito alta, podendo ocasionar
deformações no EPS, ou seja, deve-se evitar a instalação próximo a áreas de churrasqueiras ou
lareiras.
Em razão do tempo de uso prolongado dos containers, bem como dos materiais que o
integram, deve-se considerar, conforme Milaneze (2012), o risco de contaminação tanto em
razão das cargas quanto em função dos materiais que são utilizados em seu processo de
tratamento e manutenção. Portanto, segundo Metallica (2012), a reutilização dos containers
para fins de moradia exige que o aço seja jateado com abrasivo e, posteriormente, repintado
com tinta não tóxica, de modo a se evitar contaminações dos futuros habitantes.
Para a realização da pintura no container, é necessário a lavagem do container afim de
remover toda sujeira como óleo ou poeira, seguindo de um processo de remoção da corrosão na
chapa, atrelado a esse processo está a necessidade em criar rugosidade na superfície para que a
pintura tenha maior aderência Figura 28.
Após o tratamento da superfície, pode-se partir para as etapas de pintura do container,
onde a escolha da tinta usada é muito importante para a durabilidade da pintura, ela deve ser
anticorrosiva e de alto desempenho.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto para o Desenvolvimento da Habitação
Ecológica (2008), dentre as tintas ecológicas existentes no mercado estão as que são produzidas
à base de silicato, não utilizando solventes, sendo inodoras e sem a capacidade de emitirem
Compostos Orgânicos Voláteis – COVs. Além disso, conforme o Instituto, são derivadas de
matérias primas que abundam no meio ambiente, não fazendo uso de fungicidas sintéticos, o
que faz com que a permeabilidade das superfícies seja mantida.
diversas técnicas para o tingimento de um container, entre elas estão a pintura a pó - eletrostática
- e a airless. Os métodos envolvidos são complexos e necessitam de mão de obra especializada,
devido às características desse material.
Há certas diferenças entre os tipos de containers, que fazem com que o processo de
acabamento em cada um dos tipos seja diferente por conta de suas estruturas. Nos containers
do tipo Dry, as paredes internas e externas não são iguais entre si, uma vez que o aço possui
reentrâncias esteticamente visíveis na parte externa, além da existência de pisos compensados
navais. Por sua vez, os do tipo reefer possuem partes internas que possuem detalhes em inox e
pisos com grades de alumínio (MALAQUIAS, 2018).
As chapas trapezoidais do contêiner garantem sua estrutura, uma vez que fortalecem seu
esqueleto, sendo assim, os suportes de fixação aos painéis de fechamento se assemelham ao
sistema drywall. Os perfis, de acordo com RSPC (2014), geralmente são fabricadas de paredes
secas com quadros wood frame (estrutura de madeira) ou de steel frame (estrutura de aço) Figura
29.
a) b)
Fonte: a) RSPC, 2014; b) Container Tech, 2014
cômodos à execução de rebaixamento de teto para aplicação de sancas, por exemplo (SANTOS,
2017). O sistema é composto por placas de gesso com lâminas metálicas que são fixadas no
piso, além de estruturas auxiliares que podem ser empregadas no teto. Essas placas possuem
uma alta capacidade de trabalhabilidade pela sua praticidade, além da redução do desperdício e
maximização do espaço interno, permitindo que sejam inseridos revestimentos como pisos e
azulejos, ou somente admitindo a inserção de pintura.
Para os pisos, em condições normais, podem ser usados os próprios compensados navais
Figura 31, admitindo a necessidade de tratamentos higiênicos e de pesticida para
descontaminação. Lixamento e envernizamento. Alternativas admissíveis são a aplicação de
microcimento, cimento queimado, madeira rústica, pisos emborrachados, vinílicos, cerâmicos
e porcelanatos, demandando aplicação de argamassas especiais. (CORRÊA, 2019).
Com relação à cobertura, eles já são dotados de produtos resistentes à água, porém, com
pouca inclinação em comparação aos modos tradicionais de telhados, sendo está uma condição
problemática dependendo do volume de chuvas. Assim, é necessário admitir um sistema de
aplicação de calhas para coletar e encaminhar a água da chuva, além da aplicação das mesmas
proteções termoacústicas inseridas nas paredes (MALAQUIAS, 2018).
É indicada a aplicação de telhas metálicas do tipo sanduíche, assim chamadas as que
têm recheio de isopor, visando complementar o efeito de isolamento termoacústico. Também
pode-se optar pelo uso de telhado verde Figura 32, muito embora esse tipo de cobertura exija
maior preparação da superfície, o que contribui para o encarecimento da obra, entretanto, possui
características térmicas e acústica, isso porque, a presença da vegetação auxilia na redução de
altas temperaturas e na absorção e isolamento de ruídos (SOTELLO, 2012).
Figura 32 - Telhado verde em casa container
3 METODOLOGIA
O caráter exploratório nesta pesquisa tem como finalidade explorar o tema do trabalho,
a fim de torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. No geral, estas pesquisas têm como
intuito os desenvolvimentos de ideias ou a descoberta de intuições (GIL, 2002, p.41).
Para este comparativo, foi obtido valores através de uma pesquisa de preço com
empresas especializadas na área de containers e os valores do Sindicato da Construção Civil
(SIDUSCON) utilizando o Custo Básico Unitário (CUB).
Por fim, são feitas análises do container possibilitando verificar que este sistema vem
tornando-se uma solução para os problemas de sustentabilidade, além de ser uma construção
rápida.
Para melhor entendimento e visualização, foi utilizado um projeto de uma casa container
com cerca de 60 metros quadrados.
63
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Em qualquer tipo de mercado competitivo, para que algum método ou produto se torne
popular e bastante utilizado, ao ponto de desafiar um outro modo ou mercadoria que já esteja
estabelecida, é necessário evidenciar as vantagens em relação ao já consistente ou, proporcional
em custo-benefício. Apenas desse modo, torna-se viável a substituição de algo consolidado,
como o método convencional de construção com alvenaria, por algo novo, no caso do presente
trabalho, o uso de containers.
Este estudo demonstrará qual a melhor alternativa para uma residência unifamiliar de
padrão médio, levando em conta o custo durante a construção. Pode-se observar na Figura 33 a
planta baixa utilizada para o estudo do comparativo entre a construção com contêiner e de
alvenaria.
de se favorecer dos benefícios que a construção com containers proporciona, dentre elas,
obtenção de uma obra limpa, redução do tempo de obra e a sustentabilidade com a redução de
resíduos e matéria prima na obra.
Pode-se observar nas Erro! Fonte de referência não encontrada., Erro! Fonte de
referência não encontrada., Erro! Fonte de referência não encontrada. e Erro! Fonte de
referência não encontrada. o projeto em 3D utilizado para o estudo da construção de casa
container. Para a concepção do estudo foi utilizado isolamento termoacústico com lã de pet nas
paredes e teto, tintas isolantes térmicas e anticorrosivas, pisos cerâmicos, telhado com telhas do
tipo sanduiche, esquadrias de alumínio com vidros, além das instalações hidráulicas e elétricas
completas.
Como mencionado acima as esquadrias definidas para o estudo foram de alumínio com
vidros, buscando um certo grau de controle solar e evitando atrito na estrutura. As paredes
externas seriam pintadas em tons cinzas com tintas isolantes térmicas e anticorrosivas,
garantindo uma proteção contra corrosões. Nas paredes e piso da cozinha e banheiro, foram
utilizados pisos cerâmicos em cima do compensado naval. Já para a cobertura da casa foi
colocado telhas do tipo sanduíche com o auxílio de uma platibanda de metal, visando à questão
do isolamento térmico e acústico.
Para as paredes internas e teto foi utilizado acabamento de drywall, após a camada
isolante de lã de pet. O elemento de lã de pet corresponde ao conforto termoacústico, que dá
conta da forma como a edificação abafa e isola os ruídos propagados de fora para dentro e de
dentro para fora e reduz o desconforto causado por excesso de calor ou frio no interior dos
ambientes.
Vale ressaltar que nesta pesquisa não foi considerado as fundações das estruturas
estudadas, visto que os modelos de fundação dos dois métodos em geral não são compatíveis.
66
Para execução de uma residência unifamiliar de padrão médio, o custo com a construção
com container foi obtido através de uma pesquisa de preço com empresas especializadas na
área na região de Florianópolis-SC.
Tabela 1 – Tabela de preço para construção casa container de 60m² na região da Palhoça-SC
CONSTRUÇÃO CONVENCIONAL
DESCRIÇÃO CUSTO TOTAL
SERVIOS PRELIMINARES R$ 8.138,83
ESTRUTURA R$ 48.541,59
PAREDES E PAINÉIS R$ 11.519,87
COBERTURA R$ 14.827,04
ESQUADRIAS R$ 14.741,77
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS R$ 8.052,00
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS R$ 7.126,28
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS R$ 11.040,13
REVESTIMENTOS/PINTURA EXTERNA R$ 596,69
PISOS R$ 5.650,79
PINTURA R$ 9.292,05
VIDROS R$ 472,97
VALOR TOTAL R$ 140.000,00
Fonte: Do autor (2021)
Também foram retirados dados através dos padrões estipulados pelo CUB no mês de
setembro de 2021, tendo como base a tabela do SINDUSCON de Santa Catarina, ver Tabela 2.
Sendo assim, foi realizada uma pesquisa de caráter comparativo de preços entre a
construção com container e alvenaria, verificando o valor do metro quadrado para cada
modalidade construtiva, conforme Tabela 3, a fim de verificar qual método possui uma maior
vantagem atrativa para os clientes.
Tabela 3 – Tabela com comparativos de valores dos métodos construtivos em container e alvenaria para a região
de Palhoça-SC
ALVENARIA
CONTAINER
(CUB)
Área de construção 60 m² 60 m²
Total R$ 153.502,20 R$ 140.000,00
Custo por m² R$ 2.558,37 R$ 2.333,33
Fonte: Do autor (2021)
Após analisar a tabela 3, percebe-se que o custo do processo construtivo com alvenaria
é de aproximadamente 10% mais alto que o método com container. Com isso, nota-se que, os
custos de obra desses dois métodos são semelhantes, porém a obra com containers possui
algumas vantagens: por se tratar de uma “caixa pronta”, dispensa o volumoso número de
trabalhadores e materiais, o que torna uma obra muito mais rápida e econômica, pois uma
construção com menor tempo de execução garante o retorno mais rápido do investimento.
Garante um orçamento com valor real, por ser um sistema que abrange empresas
especializadas e não uma mão de obra desqualificada, otimizando desta forma o direcionamento
dos custos dentro da obra.
Uma construção com mobilidade, uma vez que se necessário a mudança de endereço,
só basta alugar um caminhão Munck, sendo transportados com grande facilidade, evitando
assim demolições.
Tendo em vista a busca por novos processos de construção, a utilização de container
como residência vem se destacando devido à ausência de resíduos gerados na obra, atrelado a
reciclagem dessas caixas metálicas que ficariam em desuso nos portos, vantagem essa que
supera valores econômicos e agrega valores sustentáveis.
68
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Lei da Política Nacional do Meio Ambiente.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm>. Acesso em:
31/05/2021.
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/sistema_construtivo_modular_revisado.p
df>. Acesso em: 28/05/2021.
CHAVES, P.O. Galpões para usos gerais, 4 ª Edição. Instituto Aço Brasil, Centro Brasileiro
de Construção em Aço (CBCA). Rio de Janeiro, 2007. Disponível em <
https://docplayer.com.br/16023383-Galpoes-para-usos-gerais.html>. Acesso em: 01/06/2021.
https://www.sp.senac.br/blogs/revistainiciacao/wp-
content/uploads/2015/12/128_IC_corre%C3%83%C2%A7%C3%83%C2%B5es-do-
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ISBU ASSOCIATION, Why use ISBU, Intermodal Steel building Units & Container
Homes. Disponível em: <http://www.isbu-association.org/purpose.htm>. Acesso em:
13/09/2021.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 8. ed. São Paulo:
Malheiros, 2000.
SOTELLO, L. Vida nova para os contêineres. Revista Beach&CO, Guarujá, 2012. Disponível
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em: 11/08/2021.
World Business Council for Sustainable Development – The New Agenda For Business,
Vision 2050. WBCSD, Switzerland, 2010. Disponível em
<https://www.wbcsd.org/Overview/About-us/Vision2050/Resources/Vision-2050-The-new-
agenda-for-business>. Acesso em: 09/09/2021.