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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL CARLOS DE CAMPOS


TÉCNICO INTEGRADO AO MÉDIO – EDIFICAÇÕES

ANA PAULA GOULART DE OLIVEIRA SILVA, DIANA GOMES DE MORAIS, LUCAS


LEANDRO DE SOUSA E THALITA RODRIGUES SANTOS

IMÓVEL RESIDENCIAL UNIFAMILIAR COM MATERIAIS ALTERNATIVOS

São Paulo - SP
2021
ANA PAULA GOULART DE OLIVEIRA SILVA, DIANA GOMES DE MORAIS, LUCAS
LEANDRO DE SOUSA E THALITA RODRIGUES SANTOS

IMÓVEL RESIDENCIAL UNIFAMILIAR COM MATERIAIS ALTERNATIVOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso Técnico Integrado ao
Médio em Edificações da Escola Técnica
Estadual Carlos de Campos, orientado pela
Prof. Clara Maria de Carvalho Cunha, como
requisito parcial para obtenção do título de
Técnico em Edificações.

São Paulo - SP
2021
ANA PAULA GOULART DE OLIVEIRA SILVA, DIANA GOMES DE MORAIS, LUCAS
LEANDRO DE SOUSA E THALITA RODRIGUES SANTOS

IMÓVEL RESIDENCIAL UNIFAMILIAR COM MATERIAIS ALTERNATIVOS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso Técnico Integrado ao
Médio em Edificações da Escola Técnica
Estadual Carlos de Campos, orientado pela
Prof. Clara Maria de Carvalho Cunha, como
requisito parcial para obtenção do título de
Técnico em Edificações.

São Paulo, ___ de ___________ de ______.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________
Prof. Clara Maria de Carvalho Cunha
Arquiteta e Urbanista

______________________________________
Prof. Ademir de Jesus Moreira
Engenheiro Civil

______________________________________
Prof. Fabiane Lima de Macêdo
Coordenadora Pedagógica

______________________________________
Prof. Tiago José Alves Pessoa
História
Dedicamos esta monografia aos nossos
amigos e familiares que estiveram conosco
durante essa caminhada.
Dedicamos também ao nosso Prof. João
Carlos que sempre batalhou e deu tudo de si
para transmitir seu conhecimento a nós.
AGRADECIMENTOS

À nossa família, que sempre se mostrou solícita a nos apoiar e transmitir princípios e
sabedoria, que aliados ao conhecimento acadêmico, foram fatores intrínsecos para
formar quem somos hoje.

Aos professores, tanto os que transmitiram seu conhecimento técnico, quanto os que
nos motivaram, nos guiando nesta jornada para alcançarmos a concretização deste
trabalho.

Por fim, aos nossos colegas, em especial ex-alunos de curso, que mesmo distantes,
nos ajudaram e compartilharam suas experiências.
"Olhar para o passado deve ser apenas um
meio de entender mais claramente o que e
quem eles são, para que possam construir
mais sabiamente o futuro."
(Paulo Freire)
RESUMO

A busca por habitações que fazem uso de métodos construtivos sustentáveis, vem se
tornando mais habitual nos últimos anos, com o aprimoramento de tecnologias na área
da construção civil e a constante evolução da mentalidade contemporânea, com
relação a questões de sustentabilidade e mudanças nos hábitos de vida.
O presente trabalho, portanto, propõe o desenvolvimento de um projeto residencial
inovador, que faz uso, primordialmente, de materiais alternativos em sua composição,
além das adaptações de acessibilidade segundo normatizações vigentes, com o
objetivo de atender à todas as necessidades, tanto de um desenvolvimento
sustentável quanto dos habitantes da residência.
Por isso, em grande parte do projeto, foi optado pelo uso do aço (como sistema
estrutural, lajes e cobertura, para uma obra mais limpa), de métodos que visam o
reaproveitamento de recursos naturais (energia solar e águas pluviais) e diversos
outros elementos produzidos a partir da reciclagem de resíduos da própria construção
civil.

Palavras-chave: Edificações. Estrutura Metálica. Materiais Alternativos.


Sustentabilidade.
ABSTRACT

The search for housing that uses sustainable construction methods has become more
common in the last years, with the improvement of technologies in the area of civil
construction and the constant evolution of the contemporary mentality, regarding
issues of sustainability and changes in the habits of life.
This work, therefore, proposes to develop an innovative residential project, which
makes use, mainly, of alternative materials in its composition. Besides that, this work
aims to reach the accessibility, according to current regulations, to meet all the needs:
both sustainable development and the residence's inhabitants.
Therefore, in most of the project, the team chose to use steel as a structural system,
slabs, and roofing, for a cleaner work, methods aimed at reusing natural resources,
such as solar energy and rainwater, and several other elements produced from the
recycling of civil construction waste itself.

Keywords: Buildings. Metallic Structure. Alternative Materials. Sustainability.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Morumbi/Vila Sônia na década de 1960 ....................................................17


Figura 2 - Localização do Lote ....................................................................................19
Figura 3 - Zoneamento Vila Sônia /Morumbi ..............................................................20
Figura 4 - Uso Predominante do Solo .........................................................................20
Figura 5 - Gabarito de Alturas .....................................................................................21
Figura 6 - Classificação Viária ....................................................................................21
Figura 7 - Arborização Viária ......................................................................................22
Figura 8 - Equipamentos Urbanos ..............................................................................22
Figura 9 - Planta de Situação ....................................................................................109
Figura 10 - Arquitetura Pavimento Térreo ................................................................109
Figura 11 - Arquitetura 1º Pavimento ........................................................................110
Figura 12 - Arquitetura 2º Pavimento ........................................................................110
Figura 13 - Cobertura ................................................................................................111
Figura 14 - Corte AA (Longitudinal) ..........................................................................111
Figura 15 - Corte BB (Transversal) ...........................................................................111
Figura 16 - Fachada ..................................................................................................111
Figura 17 - Elevação Lateral Esquerda ....................................................................112
Figura 18 - Fundação (Sapata Isolada) ....................................................................112
Figura 19 - Estrutura Pavimento Térreo ...................................................................113
Figura 20 - Estrutura 1º Pavimento ...........................................................................113
Figura 21 - Estrutura 2º Pavimento ...........................................................................114
Figura 22 - Legenda do Projeto Elétrico ...................................................................114
Figura 23 - Elétrica Pavimento Térreo ......................................................................115
Figura 24 - Elétrica 1º Pavimento .............................................................................115
Figura 25 - Elétrica 2º Pavimento .............................................................................115
Figura 26 - Hidráulica Pavimento Térreo ..................................................................116
Figura 27 - Hidráulica 1º Pavimento .........................................................................116
Figura 28 - Hidráulica 2º Pavimento .........................................................................117
Figura 29 - Hidráulica Cobertura ...............................................................................117
Figura 30 - Banheiro Social ( Planta Baixa) ..............................................................118
Figura 31 - Banheiro Social (Vistas A e B) ...............................................................118
Figura 32 - Banheiro Social (Vistas C e D) ...............................................................119
Figura 33 - Cozinha (Planta Baixa) ...........................................................................119
Figura 34 - Cozinha (Vista A) ....................................................................................120
Figura 35 - Cozinha (Vista B) ....................................................................................120
Figura 36 - Escadas (Planta Baixa) ..........................................................................121
Figura 37 - Escadas (Vistas A e B) ...........................................................................121

Gráfico 1 - Gantt (Duração da Obra).........................................................................122


Gráfico 2 - Curva ABC...............................................................................................123
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Zoneamento do Lote ..................................................................................30


Tabela 2 - Parâmetros de Ocupação da ZER.............................................................31
Tabela 3 - Notas da Tabela 2 ......................................................................................31
Tabela 4 - Quota Ambiental ........................................................................................31
Tabela 5 - Notas da Tabela 4 ......................................................................................32
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AMN Associação Mercosul de Normalização

CMMAD Comissão Mundial pelo Meio Ambiente e Desenvolvimento

COE Código de Obras e Edificações

COPANT Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IEC Comissão Eletrotécnica Internacional

IEOS Intimação para Execução de Obras e Serviços

ISO Organização Internacional de Normalização

LPUOS Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo

NBR Norma Brasileira

NEC Notificação de Exigências Complementares

ONU Organização das Nações Unidas

PDE Plano Diretor Estratégico

SISZON Sistema de Zoneamento

ZER Zona Exclusivamente Residencial

ZERA Zona Exclusivamente Residencial Ambiental


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................15

2 INFORMAÇÕES PRELIMINARES ..................................................................17

BAIRRO: VILA SÔNIA ......................................................................................17

MOTIVAÇÕES ..................................................................................................18

FICHA TÉCNICA DO IMÓVEL .........................................................................18

2.3.1 Localização do Lote ..........................................................................................19

ESTUDO DE ENTORNO..................................................................................20

3 LEGISLAÇÃO ..................................................................................................23

CÓDIGO SANITÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO ....................................23

PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO .................................................................28

LEI DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ...........................28

3.3.1 Zona Exclusivamente Residencial – ZER ........................................................29

3.3.2 Parâmetros de uso e ocupação para o lote escolhido .....................................30

CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES ..........................................................33

3.4.1 Alvará de Aprovação ........................................................................................33

3.4.2 Alvará de Execução ..........................................................................................35

3.4.3 Certificado de Conclusão .................................................................................37

3.4.4 Certificado de Acessibilidade ...........................................................................37

3.4.5 Cadastro e Manutenção de Equipamentos ......................................................38

3.4.6 Ficha Técnica e Diretrizes de Projeto ..............................................................39

3.4.7 Procedimentos Gerais, Administrativos e Outros ............................................39

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS .................................40

3.5.1 ABNT NBR – 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e


mobiliários urbanos .....................................................................................................41

4 SISTEMA CONSTRUTIVO ..............................................................................94

FUNDAÇÃO......................................................................................................94
SUPERESTRUTURA .......................................................................................95

ALVENARIAS ...................................................................................................97

COBERTURA ...................................................................................................98

ESCOLHAS PARA O PROJETO .....................................................................99

4.5.1 Motivações........................................................................................................99

4.5.2 Estrutura Metálica .............................................................................................99

4.5.3 Sapata Isolada ................................................................................................100

4.5.4 Viga Baldrame ................................................................................................101

4.5.5 Alvenaria de Vedação (ou Convencional) ......................................................101

4.5.6 Steel Deck ......................................................................................................102

5 SUSTENTABILIDADE ...................................................................................104

MATERIAIS ALTERNATIVOS ........................................................................104

5.1.1 Concreto Vivo .................................................................................................104

5.1.2 Telha de Fibra Ecológica ................................................................................105

5.1.3 Tinta Mineral ...................................................................................................105

5.1.4 Vidro Autolimpante .........................................................................................105

5.1.5 Madeira de Demolição ....................................................................................106

5.1.6 Aproveitamento de Águas Pluviais .................................................................106

5.1.7 Pavimento Drenante .......................................................................................107

5.1.8 Aquecedor Solar .............................................................................................107

5.1.9 Postes Fotovoltaicos ......................................................................................107

6 PROJETO .......................................................................................................108

BRIEFING DO CLIENTE ................................................................................108

PROJETO ARQUITETÔNICO........................................................................109

PROJETO ESTRUTURAL..............................................................................112

PROJETO ELÉTRICO ....................................................................................114

PROJETO HIDRÁULICO ...............................................................................116


DETALHAMENTOS ........................................................................................118

7 PLANEJAMENTO ..........................................................................................122

8 CONCLUSÃO.................................................................................................124

REFERÊNCIAS ..............................................................................................125

APÊNDICE A - MEMORIAL DESCRITIVO ...................................................128

APÊNDICE B – ENTREVISTA COM O CLIENTE .........................................156


15

1 INTRODUÇÃO

No ano de 1987, a Comissão Mundial pelo Meio Ambiente e Desenvolvimento definiu


como "Desenvolvimento Sustentável" a proposição de mudanças no modo de vida da
época, de forma a permitir a continuidade da prática de atividades humanas básicas,
ao mesmo tempo que os recursos naturais, finitos e infinitos, sejam devidamente
preservados para o uso das gerações futuras.
Para que esse objetivo seja alcançado, é necessário rever diversos métodos e até
reinventar os setores essenciais, como por exemplo, o da construção civil, que se
utiliza praticamente apenas de elementos naturais em suas obras, extraídos da
natureza, muitas vezes, de forma predatória, causando inúmeros danos e indo
totalmente contra o ideal de Desenvolvimento Sustentável.
Felizmente, isto é algo relativamente fácil de ser resolvido na atualidade; utilizando-se
de tecnologias avançadas e reaproveitamento, já é possível projetar obras totalmente
sustentáveis, sem nenhum prejuízo ao meio ambiente – ou, pelo menos, o menor
possível.
A partir disto, foi proposto o desenvolvimento de um trabalho que contenha essas
condições ideais: uma edificação unifamiliar, que contribua com o proposto pela
Comissão Mundial pelo Meio Ambiente e Desenvolvimento, a partir da incorporação
de materiais alternativos. Por conseguinte, todos os componentes da obra, foram
cuidadosamente analisados e selecionados de forma a abolir ou reduzir
significativamente os impactos da construção sobre a natureza, sem de forma alguma
provocar perdas tecnológicas e/ou estéticas (questões muitas vezes erroneamente
associadas à sustentabilidade).
Sendo assim, uma das nossas principais opções, foi a substituição da estrutura
convencional de pilares e vigas de concreto armado, método mais comum no Brasil,
pela estrutura metálica, que se utiliza somente de perfis de aço no sistema estrutural.
Este método, infelizmente, ainda não foi disseminado neste país, fazendo com que
seja necessário fazer sua importação, tornando-se, à primeira vista, uma opção de
alto custo.
Entretanto, à longo prazo, a situação muda, uma vez que haverá a economia em
materiais, manutenção, além de fazer uma construção muito mais limpa, evitando
desperdícios e fazendo o uso de menos materiais naturais. Isso aliado ainda a vários
16

outros materiais alternativos, como substituição dos convencionais, especificados no


corpo desta pesquisa.
Além disso, para atender aos requisitos do tema proposto (materiais alternativos),
escolhemos também como materiais e tecnologias complementares: Concreto Vivo,
Telha de Fibra Ecológica, Tinta Mineral, Vidro Autolimpante, Madeira de Demolição,
Aproveitamento de Água Pluviais, Pavimento Drenante, Aquecimento Solar e Painéis
Fotovoltaicos, além de outros descritos ao longo deste trabalho.
17

2 INFORMAÇÕES PRELIMINARES

BAIRRO: VILA SÔNIA

O bairro da Vila Sônia é um distrito situado na zona sudoeste da cidade de São Paulo,
pertencente à subprefeitura do Butantã, que abrange cerca de 9,9 km² e abriga uma
população de aproximadamente noventa mil pessoas, de acordo com o censo
demográfico realizado pelo IBGE no ano de 2010.
Sua história tem início durante o século XIX, como a “Fazenda Morumbi”, comandada
pelo Regente Feijó, primeiro senhor de engenho (inclusive, responsável pela
construção da “Casa da Fazenda”), onde ocorria principalmente o cultivo de chá preto.
No começo do século seguinte, esta fazenda foi loteada, sendo que o lado sudoeste
das terras ficou sob propriedade de Antônio Bueno e Joaquim Manuel da Fonseca,
região que hoje é conhecida como Vila Sônia, nome dado em homenagem à uma das
filhas de Antônio Bueno.
Esta região é relativamente nova, uma vez que passou a desenvolver-se apenas a
partir da década de 1960, quando começou a receber de fato saneamento básico,
como sistemas de água encanada, energia elétrica, sistemas de esgoto e outros.
Desde então, vem crescendo cada vez mais, tornando-se um bairro
predominantemente residencial, composto em sua maioria por edificações de classe
média à alta. É possível observar o início do loteamento na figura 1.

Figura 1 - Morumbi/Vila Sônia na década de 1960

Fonte: Arquivo Histórico São Paulo Futebol Clube, 2019


18

MOTIVAÇÕES

Nossa escolha do terreno na Vila Sônia foi devido à completa infraestrutura da região,
com muitos comércios e serviços diversos para o lazer, saúde e conforto da família,
como o estádio do São Paulo Futebol Clube e o Hospital Albert Einstein, além de ter
fácil acesso à futura estação Vila Sônia do Metrô da Linha 4 – Amarela e ao Terminal
de Ônibus Intermodal Vila Sônia. Outra motivação para a escolha deste terreno é o
fato de estar localizado numa zona de uso exclusivamente residencial, o que
proporcionará facilidade quanto à execução do projeto e a segurança e valorização
da futura residência, por estar numa área de classe média-alta.

FICHA TÉCNICA DO IMÓVEL

• Endereço: Rua Prof. Lúcio Martins Rodrigues, S/N - Vila Sonia, São Paulo -
SP, 05621-030
• Setor: 121
• Quadra: 123
• Lote: 0020
• Área Total: 350m²
• Área a ser construída: 150m²
• Zoneamento: ZER-1 – Zona Exclusivamente Residencial de Densidade
Demográfica Média.
• Coeficiente de Aproveitamento Mínimo: 0,05
• Coeficiente de Aproveitamento Máximo: 1
• Taxa de Ocupação Máxima: 0,50
• Gabarito de Altura Máxima: 10
• Recuo Mínimo - Frente: 5
• Recuos Mínimos - Fundos e Laterais: NA
• Taxa de Permeabilidade: 0,15
19

2.3.1 Localização do Lote

O lote escolhido se localiza na Rua Professor Lúcio Martin Rodrigues, próximo ao


cruzamento com a Avenida Giovanni Gronchi, como mostra na figura 2.

Figura 2 - Localização do Lote

Fonte: Adaptado de GeoSampa, 2021


20

ESTUDO DE ENTORNO

O estudo de entorno consiste em uma análise de diversos aspectos físicos e sociais


na área em que o lote se encontra. É possível analisar desde o zoneamento do bairro,
até os equipamentos urbanos.
Figura 3 - Zoneamento Vila Sônia /Morumbi

Fonte: Adaptado de GeoSampa, 2021


Figura 4 - Uso Predominante do Solo

Fonte: Adaptado de GeoSampa, 2021


21

Figura 5 - Gabarito de Alturas

Fonte: Adaptado de GeoSampa, 2021

Figura 6 - Classificação Viária

Fonte: Adaptado de GeoSampa, 2021


22

Figura 7 - Arborização Viária

Fonte: Adaptado de GeoSampa, 2021

Figura 8 - Equipamentos Urbanos

Fonte: Adaptado de GeoSampa, 2021


23

3 LEGISLAÇÃO

CÓDIGO SANITÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO

O Código Sanitário do Estado de São Paulo dispõe sobre normas de promoção,


preservação e recuperação da saúde no campo de competência da Secretaria de
Estado da Saúde, com isso o decreto pontuará também normas com as dimensões
mínimas dos compartimentos das edificações.
Conforme o Decreto nº 12.342, de 27 de setembro de 1978:

Art. 35. Os compartimentos deverão ter conformação e dimensões


adequadas à função ou atividade a que se destinam, atendidos os mínimos
estabelecidos neste Regulamento e em suas Normas técnicas Especiais.
Art. 36. Os compartimentos não poderão ter áreas e dimensões inferiores aos
valores estabelecidos nas normas específicas para as respectivas
edificações de que fazem parte, e, quando não previsto nas referidas normas
específicas, aos valores abaixo:
I- salas, em habitações: 8,00 m²;
II - salas para escritórios, comércio ou serviços: 10,00 m²;
III - dormitórios: 8,00 m²;
IV - dormitórios coletivos: 5,00 m² por leito;
V- quartos de vestir, quando conjugados a dormitórios: 4,00 m²;
VI - dormitório de empregada: 6,00 m²;
VII - salas-dormitórios: 16,00 m²;
VIII - cozinhas: 4,00 m²;
IX - compartimentos sanitários:
a) contendo somente bacia sanitária: 1,20 m², com dimensão mínima de
1,00 m;
b) contendo bacia sanitária e lavatório: 1,50 m², com dimensão mínima de
1,00 m;
c) contendo bacia sanitária e área para banho, com chuveiro, 2,00 m²;
com dimensão mínima de 1,00 m;
d) contendo bacia sanitária, área para banho, com chuveiro e lavatório,
2,50 m², com dimensão mínima de 1,00 m;
e) contendo somente chuveiro, 1,20 m²; com dimensão mínima de 1,00
m;
f) antecâmaras, com ou sem lavatório, 0,90m², com dimensão mínima de
0,90 m;
g) contendo outros tipos ou combinações de aparelhos, a área
necessária, segundo disposição conveniente a proporcionar a cada um deles,
uso cômodo;
h) celas, em compartimentos sanitários coletivos, para chuveiros ou
bacias sanitárias, 1,20 m², com dimensão mínima de 1,00 m;
i) mictórios tipo calha, de usos coletivo, 0,60 m em equivalência a um
mictório tipo cuba;
j) separação entre mictórios tipo cuba, 0,60 m, de eixo a eixo.
X- vestiários: 6,00 m²;
XI - largura de corredores e passagens:
24

a) em habitações unifamiliares e unidades autônomas de habitações


multifamiliares, 0,90 m;
b) em outros tipos de edificação:
− quando de uso comum ou coletivo, 1,20 m;
− quando de uso restrito, poderá ser admitida redução até 0,90 m.
XII - compartimentos destinados a outros fins, valores sujeitos a justificação.
Art. 37. As escadas não poderão ter dimensões inferiores aos valores
estabelecidos nas normas especificas para as respectivas edificações de que
fazem parte e, quando não previstas nas referidas normas específicas, aos
valores abaixo:
I- degraus, com piso (p) e espelho (e), atendendo à relação: 0,60 m: ≤ 2e
+ p ≥ 0,65 m;
II - larguras:
I- quando de uso comum ou coletivo: 1,20 m;
II - quando de uso restrito poderá ser admitida redução até 0,90 m;
III - quando, no caso especial de acesso a jiraus, torres, adegas e
situações similares: 0,60 m.
Parágrafo único. As escadas de segurança obedecerão às normas baixadas
pelos órgãos competentes.
Art. 38. Os pés-direitos não poderão ser inferiores aos estabelecidos nas
normas específicas para a respectiva edificação e, quando não previstos, aos
valores a seguir:
I- nas habitações;
a) salas e dormitórios: 2,70 m;
b) garagens: 2,30 m;
c) nos demais compartimentos: 2,50 m.
II - nas edificações destinadas a comércio e serviços:
a) em pavimentos térreos: 3,00 m;
b) em pavimentos superiores: 2,70 m;
c) garagens: 2,30 m.
III - nas escolas:
a) nas salas de aulas e anfiteatros, valor médio 3,00 m, admitindo-se o
mínimo em qualquer ponto 2,50 m;
b) instalações sanitárias 2,50 m.
IV - em locais de trabalho:
a) indústrias, fábricas e grandes oficinas, 4,00 m, podendo ser permitidas
reduções até 3,00m, segundo a natureza dos trabalhos;
b) outros locais de trabalho, 3,00 m podendo ser permitidas reduções até
2,70m, segundo a atividade desenvolvida.
V- em salas de espetáculo, auditórios e outros locais de reunião: 6,00 m,
podendo ser permitidas reduções até 4,00 m, em locais de área inferior a 250
m²; nas frisas, camarotes e galerias: 2,50 m;
VI - em garagens: 2,30 m;
VII - em porões ou subsolos, os previstos para os fins a que se destinarem;
VIII - em corredores e passagens, 2,50 m;
IX - em armazéns, salões e depósitos, excetuados os domiciliares, 3,00 m;
X- em outros compartimentos, os fixados pela autoridade sanitária
competente, segundo o critério de similaridade ou analogia.
Art. 39. Para fins de iluminação e ventilação natural, todo compartimento
deverá dispor de abertura comunicando-o diretamente com o exterior.
§ 1.º - Excetuam-se os corredores de uso privativo, os de uso coletivo até
10,00m de comprimento, poços e saguões de elevadores, devendo as
escadas de uso comum ter iluminação natural, direta ou indireta.
25

§ 2.º - Para efeito de insolação e iluminação, as dimensões dos espaços


livres, em planta, serão contadas entre as projeções das saliências, exceto
nas fachadas voltadas para o quadrante Norte.
Art. 40. Consideram-se suficientes para insolação, iluminação e ventilação
de quaisquer compartimentos, em prédios de um pavimento e de até 4,00 m
de altura:
I- espaços livres fechados, com área não inferior a 6,00 m² e dimensão
mínima de 2,00 m;
II - espaços livres abertos nas duas extremidades ou em uma delas
(corredores), de largura não inferior a 1,50m, quer quando junto às divisas do
lote, quer quando entre corpos edificados no mesmo lote, de altura não
superior a 4,00m;
Parágrafo único. A altura referida neste artigo será a altura média no plano
da parede voltada para a divisa do lote ou para outro corpo edificado.
Art. 41. Consideram-se suficientes para insolação, iluminação e ventilação
de dormitórios, salas, salões e locais de trabalho, em prédios de mais de um
pavimento ou altura superior a 4,00 m:
I- os espaços livres fechados, que contenham em plano horizontal, área
equivalente a H2/4 (H ao quadrado, dividido por quatro), onde H representa
a diferença de nível entre o teto do pavimento mais alto e o piso do pavimento
mais baixo a ser insolado, iluminado ou ventilado, permitindo-se o
escalonamento:
II - os espaços livres abertos nas duas extremidades ou em uma delas
(corredores), junto às divisas do lote ou entre corpos edificados, de largura
maior ou igual a H/6, com o mínimo de 2,00 m.
§ 1º A dimensão mínima do espaço livre fechado, referido no inciso I, será
sempre igual ou superior a H/4 não podendo ser inferior a 2,00 m e sua área
não inferior a 10,00 m², podendo ter qualquer forma, desde que nele possa
ser inscrito, no plano horizontal um círculo de diâmetro igual a H/4.
§ 2º Quando H/6 for superior a 3,00 m, a largura excedente deste valor poderá
ser contada sobre o espaço aberto do imóvel vizinho, desde que constitua
recuo legal obrigatório, comprovado por certidão da Prefeitura ou
apresentação da legislação municipal.
Art. 42. Para iluminação e ventilação de cozinhas, copas e despensas serão
suficientes:
I- os espaços livres fechados com:
a) 6,00 m² em prédios de até 3 pavimentos e altura não superior a 10,00
m;
b) 6,00 m² de área mais 2,00 m² por pavimento excedente de três; com
dimensão mínima de 2,00m e relação entre seus lados de 1 para 1,5 em
prédios de mais 3 pavimentos ou altura superior a 10,00 m;
II - espaços livres abertos de largura não inferior a:
a) 1,50m em prédios de 3 pavimentos ou 10,00 m de altura;
b) 1,50 m mais 0,15 m por pavimento excedente de três, em prédios de
mais de 3 pavimentos;
Art. 43. Para ventilação de compartimento sanitário, caixas de escada e
corredores com mais de 10,00 m de comprimento será suficiente o espaço
livre fechado com área mínima de 4,00 m² em prédios de até 4 pavimentos.
Para cada pavimento excedente haverá um acréscimo de 1,00 m² por
pavimento. A dimensão mínima não será inferior a 1,50 m e relação entre os
seus lados de 1 para 1,5;
Parágrafo único. Em qualquer tipo de edificação será admitida a ventilação
indireta ou ventilação forçada de compartimentos sanitários mediante:
I- ventilação indireta através de compartimento contíguo, por meio de
duto de seção não inferior a 0,40 m² com dimensão vertical mínima de 0,40
m e extensão não superior a 4,00 m. Os dutos deverão se abrir para o exterior
e ter as aberturas teladas;
26

II - ventilação natural por meio de chaminé de tiragem atendendo aos


seguintes requisitos mínimos:
a) seção transversal dimensionada de forma a que correspondam no
mínimo, 6 cm² (seis centímetros quadrados) de seção, para cada metro de
altura da chaminé, devendo em qualquer caso, ser capaz de conter um círculo
de 0,60 m de diâmetro;
b) ter prolongamento de, pelo menos, um metro acima da cobertura;
c) ser provida de abertura inferior, que permita limpeza, e de dispositivo
superior de proteção contra a penetração de águas de chuva.
Art. 44. A área iluminante dos compartimentos deverá corresponder, no
mínimo à:
I- nos locais de trabalho e nos destinados a ensino, leitura e atividades
similares: 1/5 da área do piso;
II - nos compartimentos destinados a dormir, estar, cozinhar, comer e em
compartimentos sanitários: 1/8 da área do piso, com o mínimo de 0,60 m²;
III - nos demais tipos de compartimentos: 1/10 de área do piso, com o
mínimo de 0,60 m².
Art. 45. A área de ventilação natural deverá ser em qualquer caso de, no
mínimo, a metade da superfície de iluminação natural.
Art. 46. Não serão considerados insolados ou iluminados os compartimentos
cuja profundidade a partir da abertura iluminante for maior que três vezes seu
pé direito, incluída na profundidade a projeção das saliências, alpendres ou
outras coberturas.
Art. 47. Em casos especiais poderão ser aceitas ventilação e iluminação
artificiais, em substituição às naturais, desde que comprovada sua
necessidade e atendidas as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas.
Parágrafo único. Para os subsolos, a autoridade sanitária competente
poderá exigir a ventilação artificial ou demonstração técnica de suficiência da
ventilação natural.
Art. 48. Poderá ser aceita, para qualquer tipo de edificação, como alternativa
ao atendimento das exigências dos artigos anteriores, referentes a insolação
e ventilação natural, demonstração técnica de sua suficiência, na forma que
for estabelecida em Norma Técnica Especial.
Art. 49. Os materiais empregados nas construções deverão ser adequados
ao fim a que se destinam e atender às normas e especificações da
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Art. 50. Toda edificação deverá ser perfeitamente isolada da umidade e
emanações provenientes do solo, mediante impermeabilização entre os
alicerces e as paredes e em todas as superfícies, da própria edificação e das
edificações vizinhas, sujeitas à penetração de umidade.
Art. 51. As paredes terão espessuras e revestimentos suficientes a atender
às necessidades de resistência, isolamento térmico, acústico e
impermeabilidade, segundo sua posição e os materiais nelas empregados.
Art. 52. A cobertura dos edifícios será feita com materiais impermeáveis,
incombustíveis e maus condutores de calor.
Art. 53. As instalações prediais de água e esgotos obedecerão ao disposto
no Capítulo próprio deste Regulamento.
Art. 54. As cozinhas, instalações sanitárias, depósitos, armazéns,
despensas, adegas e compartimentos similares, terão o piso e as paredes
revestidas até a altura de 2,00 m no mínimo, de material liso, resistente,
impermeável e lavável, ou na forma que for prevista em normas específicas.
§ 1º O disposto neste artigo se aplica a locais de trabalho, segundo a natureza
das atividades a serem neles desenvolvidas, a critério da autoridade sanitária
competente.
27

§ 2º Nas cozinhas e instalações sanitárias de habitações, exceto das


coletivas, a altura da barra impermeável poderá ser reduzida a 1,50 m, no
mínimo.
§ 3º Para compartimentos de tipos não previstos, adotar-se-á o critério de
similaridade.
Art. 55. Os sistemas privados de abastecimento de água ou de disposição de
esgotos deverão ser submetidos à aprovação da autoridade sanitária.
§ 1º Os poços e fossas, bem como a disposição de efluentes no solo, deverão
atender às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas e as que
forem estabelecidas neste Regulamento e em suas Normas Técnicas
Especiais.
§ 2º Os poços de suprimento de água considerados inservíveis e as fossas,
que não satisfizerem as exigências deste Regulamento e de suas Normas
Técnicas Especiais, deverão ser aterrados.
§ 3º Cada prédio deverá ter um sistema independente de afastamento de
águas residuais.
Art. 56. Todos os edifícios situados no alinhamento da via pública deverão
dispor de calhas e condutores adequados e suficientes a conduzir as águas
pluviais até às sarjetas, passando por baixo das calçadas.
Art. 57. As edificações no fundo dos lotes e nos denominados “lotes de
fundo”, excetuadas as edículas, serão regulamentadas por Norma Técnica
Especial.
Art. 58. As parcelas de terreno, correspondentes à habitação unifamiliar
serão fixadas em Norma Técnica Especial.
Art. 59. Toda habitação deverá dispor de pelo menos um dormitório, uma
cozinha, uma instalação sanitária e uma área de serviço.
Art. 60. As salas, dormitórios e cozinhas das habitações deverão apresentar
áreas não inferiores às seguintes:
I- salas: 8,00 m²;
II - dormitórios:
a) quando se tratar de um único além da sala: 12,00 m²;
b) quando se tratar de dois: 10,00 m² para cada um;
c) quando se tratar de três ou mais: 10,00 m² para um deles, 8,00 m² para
cada um dos demais, menos um, que se poderá admitir com 6,00 m²;
d) quando se tratar de sala-dormitório: 16,00 m²;
e) quartos de vestir, quando conjugados a dormitórios: 4,00 m²;
f) dormitórios de empregada: 6,00 m²;
III - cozinhas: 4,00 m².
Art. 61. As cozinhas terão paredes, até a altura de 1,50 metros no mínimo e
os pisos revestidos de material liso, resistente, impermeável; não se
comunicarão diretamente com dormitórios ou compartimentos providos de
bacias sanitárias.
Parágrafo único. Nas cozinhas, deverá ser assegurada ventilação
permanente.
Art. 62. A copa, quando houver, deverá ser passagem obrigatória entre a
cozinha e os demais cômodos da habitação.
Art. 63. Nas casas que não disponham de quarto de empregada, os
depósitos, despensas, adegas, despejos, rouparias e similares, somente
poderão ter:
I- área não superior a 2,00 m²; ou
II - área igual ou maior que 6,00m², devendo neste caso, atender às
normas de insolação, iluminação e ventilação aplicáveis a dormitórios.
Art. 64. Em toda habitação deverá haver pelo menos um compartimento
provido de bacia sanitária, lavatório e chuveiro, com:
I- área não inferior a 2,50 m²;
28

II - paredes até altura de 1,50 m, no mínimo, e os pisos revestidos de


material liso, resistente, impermeável e lavável.
Parágrafo único. Nestes compartimentos deverá ser assegurada ventilação
permanente.
Art. 65. Os pisos e paredes dos demais compartimentos serão revestidos
com materiais adequados ao fim a que se destinam.
Art. 66. A largura dos corredores internos e das escadas, não poderá ser
inferior a 0,90 m.
Parágrafo único. A largura mínima das escadas destinadas a acesso e
jiraus, torres, adegas e outras situações similares, será de 0,60 m
Art. 67. Os pés-direitos mínimos serão os seguintes:
I- salas e dormitórios: 2,70 m;
II - garagens: 2,30 m;
III - demais compartimentos: 2,50 m.
Parágrafo único. Os compartimentos situados em subsolos ou porões,
deverão atender aos requisitos acima, segundo seu destino.

PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO

O Plano Diretor Estratégico da Cidade de São Paulo, aprovado em 2014, promove o


planejamento urbano da cidade até 2030, orientando os produtores do espaço urbano,
sejam estes públicos ou privados, com o objetivo de garantir um crescimento
planejado da cidade, correspondendo às necessidades de todos, assegurando uma
cidade mais organizada, segura, moderna, inclusiva, produtiva e com
responsabilidade ambiental.
Este plano, está sofrendo uma revisão intermediária de forma participativa, a fim de
ajustar pontos necessários para um melhor aproveitamento do município e
qualificação das condições de vida da população, como a aplicação de novos
programas e mecanismos, os quais levam consequentemente a uma aceleração nos
processos determinados no cronograma do Plano Diretor.
Essa revisão visa realizar um diagnóstico acerca da implementação do PDE na
cidade, e dos avanços em relação aos objetivos do mesmo dentro do prazo
determinado. Além disso, já houve uma regulamentação dos Instrumentos de Política
Urbana e Ambiental e do Planejamento de Políticas Setoriais, e a implementação de
planos para os Projetos de Intervenções Urbanas e melhorias na Mobilidade,
Saneamento, Áreas Verdes e Cicloviário.

LEI DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO


29

A LPUOS, mais conhecida como Lei de Zoneamento, normatiza as ações pública e


privada sobre o solo do município. Ela é um marco regulatório da política urbana, onde
trabalha junto com o Plano Diretor Estratégico para organizar o uso adequado do solo
da capital metropolitana.
Para ter uma visão dinâmica e geral do espaço, o Zoneamento organizou a cidade em
três agrupamentos que tem por objetivo a preservação, qualificação e transformação
do município. Cada grupo voltado à uma determinada área, sendo elas: preservação
agindo nos meios de preservação ambiental, paisagística e cultural; qualificação
voltado para o desenvolvimento de moradias, comércios e equipamentos urbanos que
complementam a vida social; transformação indo de encontro a espaços com déficit
habitacional e reorganizar o processo de urbanização.
Além desses territórios, São Paulo também é separada em zonas, que determinam e
regulamentam o uso específico dos lotes para o crescimento urbano e preservação
ambiental adequado. Essas zonas implicam diretamente no Coeficiente de
Aproveitamento, Taxa de Ocupação, Dimensões Mínimas e Máximas do Lote, Cota
Parte Máxima, Gabarito de Alturas, Recuos de Frente, Fundo e Laterais, Usos,
Fatores de Qualificação Ambiental, Parâmetros de Incomodidade, entre outros.

3.3.1 Zona Exclusivamente Residencial – ZER

Conforme art. 17 da Lei nº 16.402, de 22 de março de 2016:

Art. 17. As Zonas Exclusivamente Residenciais (ZER) são porções do


território destinadas ao uso exclusivamente residencial, com densidade
demográfica baixa, sendo subdivididas em:
I- Zona Exclusivamente Residencial 1 (ZER-1): áreas destinadas
exclusivamente ao uso residencial com predominância de lotes de médio
porte;
II - Zona Exclusivamente Residencial 2 (ZER-2): áreas destinadas
exclusivamente ao uso residencial com predominância de lotes de pequeno
porte;
III - Zona Exclusivamente Residencial Ambiental (ZERa): áreas destinadas
exclusivamente ao uso residencial com predominância de lotes de grande
porte, localizadas na Macrozona de Proteção e Recuperação Ambiental.
Parágrafo Único. Fica proibido o remembramento de lotes da ZER com lotes
enquadrados nas demais zonas.
30

3.3.1.1 ZER-1

Conforme art. 59 da Lei 16.402, de 22 de março de 2016:

Art. 59. Nas ZER-1, ZER-2, ZERa, ZCOR-1, ZCOR-2, ZCOR-3, ZCORa e
ZPR, as restrições convencionais de loteamentos aprovadas pela Prefeitura
estabelecidas em instrumento público registrado no Cartório de Registro de
Imóveis, referentes a dimensionamento de lotes, recuos, taxa de ocupação,
coeficiente de aproveitamento, altura e número de pavimentos das
edificações, deverão ser atendidas quando mais restritivas que as
disposições desta lei.
§ 1º Os usos permitidos nos loteamentos referidos no “caput” deste artigo
serão aqueles definidos por esta lei para as respectivas zonas.
§ 2º A alteração das restrições convencionais dos loteamentos deverá
atender as seguintes condições:
I - Realização de acordo entre o loteador e os proprietários dos lotes
atingidos pela alteração;
II - Emissão de parecer técnico favorável da CLTU;
III - Anuência expressa do Executivo.
§ 3º A exigência constante no inciso I do § 2º deste artigo poderá ser suprida
por acordo entre os proprietários dos lotes atingidos pela alteração, nos casos
de encerramento de atividades da empresa loteadora ou de sua inércia
quando legalmente notificada sobre a necessidade de manifestar-se a
respeito do acordo, desde que haja a anuência de 2/3 (dois terços) dos
proprietários do loteamento atingido.

3.3.2 Parâmetros de uso e ocupação para o lote escolhido

Para simplificar e melhorar a compreensão de todos os parâmetros de uso e ocupação


para o lote de uma ZER-1, conferir nas tabelas de 1 a 5.

Tabela 1 - Zoneamento do Lote

Sigla Descrição Perímetro Legislação


PA PERÍMETRO DE QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL 0007 L 16402/2016
ZER 1 ZONA EXCLUSIVAMENTE RESIDENCIAL 1 0000 L 16402/2016
MA MACROÁREA DE QUALIFICAÇÃO DA URBANIZAÇÃO - MQU 0002 L 16050/2014
Fonte: SISZON, 2021
31

Tabela 2 - Parâmetros de Ocupação da ZER

Descrição Valor
ZONA DE USO (a) ZER 1
COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO MÍNIMO 0,05
COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO BÁSICO 1
COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO MÁXIMO (m) 1
TAXA DE OCUPAÇÃO MÁXIMA - para lotes até 500 m² 0,50
TAXA DE OCUPAÇÃO MÁXIMA - para lotes igual ou superior 500 m² 0,50
GABARITO DE ALTURA MÁXIMA (metros) 10
RECÚO MÍNIMO - FRENTE (i) 5
RECUO MÍNIMO - FUNDOS E LATERAIS: Altura menor igual a 10 m NA
RECUO MÍNIMO – FUNDOS E LATERAIS: Altura superior a 10 m 3
COTA PARTE MÁXIMA DE TERRENO POR UNIDADE (m²) NA
Fonte: Quadro 3 - LPUOS, 2016

Tabela 3 - Notas da Tabela 2

Zona Nota
(a) Nas zonas inseridas na área de proteção e recuperação aos mananciais
aplica-se a legislação estadual pertinente, quando mais restritiva, conforme
§ 2º do artigo 5 desta lei.
(i) O recuo frontal será facultativo quando atendido o disposto nos artigos
67 ou 69 desta lei.
ZER 1
(m) Para áreas contidas nos perímetros de incentivo ao desenvolvimento
econômico Jacu-Pêssego e Cupecê, conforme Mapa 11 da Lei nº 16.050,
de 31 de julho de 2014 - PDE, verificar disposições dos artigos 362 e 363
da referida lei quanto ao coeficiente de aproveitamento máximo e outorga
onerosa de potencial construtivo adicional.
Fonte: Quadro 3 - LPUOS, 2016

Tabela 4 - Quota Ambiental

Descrição Valor
PERÍMETRO DE QUALIFICAÇÃO AMBIENTAL PA 7
TAXA DE PERMEABILIDADE: Lote ≤ 500 m² (a) (b) 0,15
TAXA DE PERMEABILIDADE: Lote > 500 m² (a) (b) 0,20
PONTUAÇÃO QA MÍNIMO: Lote > 500 e ≤ 1.000 m² 0,31
PONTUAÇÃO QA MÍNIMO: Lote > 1.000 e ≤ 2.500 m² 0,41
PONTUAÇÃO QA MÍNIMO: Lote > 2.500 e ≤ 5.000 m² 0,51
PONTUAÇÃO QA MÍNIMO: Lote > 5.000 e ≤ 10.000 m² 0,55
PONTUAÇÃO QA MÍNIMO: Lote > 10.000 m² 0,64
FATORES: Cobertura Vegetal (alfa) 0,30
FATORES: Drenagem (beta) 0,70
Fonte: Quadro 3A - LPUOS, 2016
32

Tabela 5 - Notas da Tabela 4

Notas
(a) Nos lotes inseridos em ZEPAM, ZDPSr, ZCOR, ZDPS, ZPR e ZER deverão ser
aplicadas as seguintes taxas de permeabilidade mínima: 0,90, 0,70, 0,50, 0,30, 0,30 e 0,30,
respectivamente, independentemente do tamanho do lote;
(b) Quando a somatória da taxa de permeabilidade do Quadro 3A com a taxa de ocupação
do Quadro 3 for superior à 1,0 (um inteiro), a taxa de permeabilidade deverá ser respeitada
e a taxa de ocupação reduzida proporcionalmente;
(c) O PA 13 corresponde às Macroáres de Contenção Urbana e Uso Sustentável e de
Preservação dos Ecossistemas Naturais, nas quais não se aplicam as exigências da Quota
Ambiental.
Fonte: Quadro 3A - LPUOS, 2016
33

CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES

O Código de Obras e Edificações (COE) do Município de São Paulo de 9 de maio de


2017, é responsável por completar o Plano Diretor Estratégico, o Marco Regulatório
Municipal e a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. Os componentes mais
importantes de serem avaliados são ambientais, de vizinhança e urbanísticos,
garantindo que a Prefeitura cumpra suas obrigações de gerar instrumentos de
planejamento urbano, a fim de melhorar a organização da cidade em suas diversas
áreas, tornando-as mais aprazíveis de se viver.
O COE também regulamenta os procedimentos de administração e execução e
determina as regras e normas que devem ser acatadas para a realização das obras
na cidade de São Paulo. Além disso, ele padroniza a utilização, licenciamento,
manutenção, execução e fiscalização de obras, edificações, equipamentos, obras
complementares, terraços e mobiliários.

3.4.1 Alvará de Aprovação

Conforme art. 15 a 22 da Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017:

Art. 15. Mediante procedimento administrativo e a pedido do proprietário ou


do possuidor do imóvel, a Prefeitura emite Alvará de Aprovação, que licencia
o projeto para:
I- construção de edificação nova;
II - reforma de edificação existente;
III - requalificação de edificação existente.
Parágrafo único. O Alvará de Aprovação deve incluir, quando necessário à
implantação do projeto, as informações relativas à previsão de:
I- demolição parcial ou total do existente;
II - execução de muro de arrimo;
III - execução de movimento de terra;
IV - instalação de equipamento mecânico de transporte permanente,
tanque de armazenagem, bomba, filtro de combustível e equipamentos afins
e de equipamento de sistema especial de segurança da edificação, nos
termos deste Código;
V- (VETADO)
Art. 16. O pedido de Alvará de Aprovação deve ser instruído com:
I- documentação referente ao imóvel;
II - peças gráficas do projeto simplificado assinadas por profissional
habilitado, conforme estabelecido neste Código e decreto regulamente;
III - levantamento topográfico elaborado por profissional habilitado, de
acordo com os requisitos técnicos a serem regulamentados;
34

IV - declaração assinada pelo profissional habilitado, atestando a


conformidade do projeto no que diz respeito aos aspectos interiores da
edificação em relação às disposições deste Código e legislação correlata;
V- pelo profissional habilitado, atestando a conformidade das condições
de instalação de equipamento mecânico de transporte permanente, tanque
de armazenagem, filtro, bomba de combustível e equipamentos afins e de
sistema especial de segurança da edificação em relação às normas e
legislação pertinente, quando for o caso.
§ 1º Se uma edificação for constituída por um conjunto de blocos cujos
projetos forem elaborados por profissionais diferentes, respondem eles
solidariamente pela implantação de todo o conjunto.
§ 2º Somente são aceitas divergências de até 5% (cinco por cento) entre as
dimensões e área constantes do documento de propriedade apresentado e
as apuradas no levantamento topográfico.
§ 3º Quando dentro do limite estabelecido no § 2º deste artigo, são
observados os índices fixados pelo PDE e LPUOS em relação às menores
dimensões e área apuradas.
§ 4º Havendo divergência superior a 5% (cinco por cento) entre qualquer
dimensão ou área constante do documento de propriedade e a apurada no
levantamento topográfico, o Alvará de Aprovação pode ser emitido, ficando a
emissão do Alvará de Execução condicionada à apresentação da certidão de
matrícula do imóvel com dimensões e área retificadas.
Art. 17. As peças gráficas do projeto simplificado devem conter:
I- implantação da edificação;
II - planta baixa do perímetro de todos os andares;
III - corte esquemático;
IV - no caso de reforma com alteração de área, a indicação das edificações
existentes e dos acréscimos ou decréscimos de área;
V- quadro de áreas e demonstrativos do atendimento ao PDE e LPUOS;
VI - informação sobre o manejo arbóreo, quando for o caso;
VII - demonstração do atendimento às disposições deste Código.
§ 1º No caso de projetos para usos não residencial especial ou incomodo à
vizinhança residencial definido na LPUOS, a planta apresentada deverá
conter ainda:
I- identificação das rotas de fuga;
II - localização das escadas de segurança;
III - localização da circulação comum horizontal;
IV - cálculo da lotação dos pavimentos e do escoamento da população
segundo as condições estabelecidas no item 6 do Anexo I desta lei.
§ 2º Ato do Executivo deve regulamentar a forma de apresentação e
representação do projeto simplificado, de acordo com o porte e complexidade
dos empreendimentos.
Art. 18. O Alvará de Aprovação perde a eficácia em 2 (dois) anos contados
da data da publicação do despacho de deferimento do pedido, devendo,
neste prazo, ser solicitado o respectivo Alvará de Execução.
Parágrafo único. Quando se tratar de edificação constituída de mais de um
bloco isolado, o prazo do Alvará de Aprovação fica dilatado por mais 1 (um)
ano para cada bloco excedente, até o prazo máximo de 5 (cinco) anos.
Art. 19. O Alvará de Aprovação pode ser revalidado desde que o projeto
aprovado atenda à legislação em vigor por ocasião do deferimento do pedido
de revalidação.
Parágrafo único. Se houver necessidade de análise técnica em função da
edição de legislação posterior, deve ser solicitado novo alvará.
Art. 20. O Alvará de Aprovação pode, enquanto vigente, ser objeto de
apostilamento para constar eventuais alterações de dados.
Parágrafo único. A alteração do projeto aprovado dar-se-á por meio da
emissão de novo Alvará de Aprovação.
35

Art. 21. Pode ser emitido mais de um Alvará de Aprovação para o mesmo
imóvel.
Art. 22. O Alvará de Aprovação pode ser expedido juntamente com o Alvará
de Desmembramento, por meio do mesmo procedimento, de acordo com o
regulamento.

3.4.2 Alvará de Execução

Conforme art. 23 a 32 da Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017:

Art. 23. Mediante procedimento administrativo e a pedido do proprietário ou


possuidor do imóvel, a Prefeitura emite Alvará de Execução, que autoriza a
execução e é indispensável para o início das obras de:
I- construção de edificação nova;
II - reforma de edificação existente;
III - requalificação de edificação existente;
IV - reconstrução de edificação que sofreu sinistro;
V- demolição total de edificação ou de bloco isolado quando desvinculado
de obra de edificação;
VI - execução de muro de arrimo quando desvinculado de obra de
edificação;
VII - movimento de terra quando desvinculado de obra de edificação.
§ 1º Um único Alvará de Execução pode incluir, quando for o caso, o
licenciamento de mais de um tipo de serviço ou obra elencado no “caput”
deste artigo.
§ 2º O Alvará de Execução para edificação nova, reforma ou requalificação
de edificação deve incluir, quando for o caso, a licença para:
I- demolição parcial ou total da edificação existente;
II - execução de muro de arrimo;
III - movimento de terra necessário à execução do projeto;
IV - instalação de equipamento mecânico de transporte permanente,
tanque de armazenagem, bomba, filtro de combustível e equipamentos afins
e de sistema especial de segurança da edificação, nos termos das
disposições deste Código;
V- (VETADO)
VI - (VETADO)
VII - (VETADO)
VIII - (VETADO).
§ 3º No caso do Alvará de Execução se referir a um conjunto de serviços ou
obras a serem executados sob a responsabilidade de diversos profissionais,
dele deve constar a área de atuação de cada um deles.
§ 4º No caso de pedido para demolição de bloco isolado, independente de
construção de outras obras ou de reforma no mesmo terreno, o licenciamento
se dá de forma declaratória, pelo proprietário, devendo ser assistido por
profissional habilitado somente se a edificação apresentar 3 (três) ou mais
pavimentos.
Art. 24. O pedido de Alvará de Execução deve ser instruído com documentos
referentes ao terreno e ao projeto, assinado pelo profissional habilitado, de
acordo com a natureza do pedido.
§ 1º O responsável técnico deve formalizar declaração de responsabilidade
pela correta execução da obra, de acordo com o projeto aprovado,
observadas as normas técnicas aplicáveis.
36

§ 2º Quando o pedido abranger a instalação de equipamento mecânico de


transporte permanente, tais como elevador, escada rolante e plataforma de
elevação, ou de tanque de armazenagem, bomba, filtro de combustível e
equipamentos afins ou dispuser de sistema especial de segurança da
edificação, deve ser formalizada declaração de responsabilidade assinada
pelo profissional habilitado responsável pela instalação, atestando que os
serviços atenderão às normas e às disposições legais pertinentes.
§ 3º O Alvará de Execução somente pode ser emitido após a comprovação
do atendimento a eventuais ressalvas constantes do Alvará de Aprovação e
o pagamento integral da outorga onerosa previsto na legislação urbanística,
quando for o caso.
Art. 25. Quando houver mais de um Alvará de Aprovação em vigor para o
mesmo imóvel, o Alvará de Execução pode ser concedido apenas para um
deles.
Art. 26. Pode ser requerido Alvará de Execução parcial para cada bloco no
caso do Alvará de Aprovação compreender edificação constituída de mais de
um bloco, observado o seu prazo de vigência.
Art. 27. Após a emissão do Alvará de Execução, somente são aceitas
pequenas alterações no projeto, não se admitindo mudança de uso, categoria
de uso ou subcategoria de uso e alteração da área de terreno.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no “caput” deste artigo, o projeto
modificativo a ser aprovado não pode conter, em relação ao projeto
anteriormente aprovado:
I- alteração superior a 5% (cinco por cento) nas áreas computáveis;
II - alteração superior a 5% (cinco por cento) nas áreas não computáveis;
III - alteração superior a 5% (cinco por cento) na taxa de ocupação.
Art. 28. Quando destinado à demolição total, execução de muro de arrimo e
movimento de terra desvinculados de obra de edificação, o Alvará de
Execução perde a eficácia se as obras não forem concluídas dentro do prazo
de 2 (dois) anos contados da data da publicação do despacho de deferimento
do pedido.
Art. 29. O Alvará de Execução para edificação nova, reforma, requalificação
e reconstrução de edificação perde a eficácia:
I- caso a obra não tenha sido iniciada, em 2 (dois) anos a contar da data
da publicação do despacho de deferimento do pedido;
II - caso a obra tenha sido iniciada, se permanecer paralisada por período
superior a 1 (um) ano.
§ 1º Considera-se início de obra o término das fundações da edificação ou de
um dos blocos.
§ 2º O prazo de validade do alvará de execução fica suspenso durante a
tramitação de eventual projeto modificativo.
§ 3º (VETADO)
Art. 30. A obra paralisada com o Alvará de Execução caduco pode ser
reiniciada após o reexame do projeto e a revalidação simultânea dos Alvarás
de Aprovação e de Execução, desde que o projeto aprovado atenda à
legislação em vigor por ocasião do deferimento do pedido de revalidação.
Parágrafo único. Pode ser aceita a continuação de obra parcialmente
executada e paralisada que não atenda à legislação em vigor, desde que a
edificação venha a ser utilizada para uso permitido na zona pelo PDE e
LPUOS e não seja agravada a eventual desconformidade em relação:
I- aos índices urbanísticos e parâmetros de instalação e incomodidade
estabelecidos na LPUOS;
II - às normas relativas às condições de higiene, salubridade, segurança
de uso e acessibilidade estabelecidas na LOE.
Art. 31. O Alvará de Execução pode, enquanto vigente, ser objeto de
apostilamento para constar eventuais alterações de dados.
37

Art. 32. O Alvará de Execução pode ser expedido juntamente com o Alvará
de Aprovação, por meio de um mesmo procedimento, sendo neste caso o
prazo de validade equivalente à soma dos prazos de validade de cada Alvará.

3.4.3 Certificado de Conclusão

Conforme art. 33 a 35 da Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017:

Art. 33. Mediante procedimento administrativo e a pedido do proprietário ou


possuidor, a Prefeitura expede Certificado de Conclusão quando da
conclusão de obra ou serviço licenciado por meio de Alvará de Execução
para:
I- construção de edificação nova;
II - reforma de edificação existente;
III - requalificação de edificação existente;
IV - reconstrução de edificação que sofreu sinistro;
V- demolição total de edificação ou de bloco isolado;
VI - execução de muro de arrimo;
VII - movimento de terra.
§ 1º Pode ser concedido Certificado de Conclusão em caráter parcial se a
parte concluída da edificação atender às exigências previstas na LOE, PDE
e LPUOS para o uso a que se destina.
§ 2º No caso de edificação irregular, no todo ou em parte, que não atenda ao
disposto na LOE, PDE e LPUOS, o Certificado de Conclusão para reforma,
parcial ou total, só pode ser concedido após a supressão da infração.
§ 3º Para emissão do Certificado de Conclusão são aceitas pequenas
alterações que não descaracterizem o projeto aprovado e que não impliquem
em divergência superior a 5% (cinco por cento) entre as medidas lineares e
quadradas da edificação e de sua implantação constantes do projeto
aprovado e aquelas observadas na obra executada.
Art. 34. O Certificado de Conclusão é o documento hábil para a comprovação
da regularidade da edificação, sendo válido quando acompanhado das peças
gráficas aprovadas referentes ao Alvará de Execução, inclusive para fins de
registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 35. O pedido de Certificado de Conclusão deve ser instruído com:
I- declaração do profissional responsável pela obra, atestando a sua
conclusão e execução de acordo com as normas técnicas aplicáveis e as
disposições da legislação municipal, em especial deste Código;
II - documentos e licenças eventualmente ressalvadas no Alvará de
Execução.
Parágrafo único. O cadastro de elevador e demais equipamentos mecânicos
de transporte permanente, de tanque de armazenagem, bomba, filtro de
combustível e equipamentos afins e de equipamento de sistema especial de
segurança da edificação nos respectivos sistemas da Prefeitura é requisito
para a emissão do Certificado de Conclusão, quando for o caso.

3.4.4 Certificado de Acessibilidade

Conforme art. 39 a 42 da Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017:


38

Art. 39. Mediante procedimento administrativo e a pedido do proprietário ou


possuidor, a Prefeitura expede Certificado de Acessibilidade quando da
conclusão da adaptação da edificação existente às condições de
acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, conforme
as disposições deste Código, normas regulamentares, normas técnicas e
legislação correlata.
Art. 40. Devem ser adaptadas às condições de acessibilidade as edificações
existentes destinadas ao uso:
I- público, entendida como aquela administrada por órgão ou entidade da
Administração Pública Direta e Indireta ou por empresa prestadora de serviço
público e destinada ao público em geral;
II - coletivo, entendida como aquela destinada à atividade não residencial;
III - privado, entendida como aquela destinada à habitação classificada
como multifamiliar.
§ 1º Na edificação habitacional multifamiliar todas as áreas comuns devem
ser acessíveis.
§ 2º O atendimento ao disposto no “caput” deste artigo pode ser dispensado
quando a adaptação necessária à edificação acarretar ônus desproporcional
ou indevido ao seu proprietário ou possuidor, desde que tecnicamente
justificado, conforme definido em regulamento.
Art. 41. O pedido de Certificado de Acessibilidade deve ser instruído com:
I- documentação referente ao imóvel;
II - peças gráficas do projeto simplificado das obras e serviços de
adaptação propostos, assinadas por profissional habilitado, conforme
estabelecido neste Código e decreto regulamentar;
III - declaração do profissional responsável pela obra, atestando a sua
conclusão e execução de acordo com as disposições da legislação municipal
e, em especial, deste Código, bem como das normas pertinentes à
acessibilidade no interior da edificação na data do protocolo do processo.
Parágrafo único. O cadastro de elevador e demais equipamentos mecânicos
de transporte permanente nos sistemas da Prefeitura é requisito para a
emissão do Certificado de Acessibilidade, quando for o caso.
Art. 42. O Certificado de Acessibilidade pode ser requerido junto com o
Certificado de Regularização ou Certificado de Segurança relativo à
edificação.

3.4.5 Cadastro e Manutenção de Equipamentos

Conforme art. 47 a 49 da Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017:

Art. 47. Mediante procedimento administrativo, o proprietário ou possuidor


deve cadastrar nos sistemas da Prefeitura os seguintes equipamentos:
I- equipamento mecânico de transporte permanente, tais como elevador,
escada rolante e plataforma de elevação;
II - tanque de armazenagem, bomba, filtro de combustível e equipamentos
afins;
III - equipamento de sistema especial de segurança da edificação, nos
termos deste Código.
Art. 48. O cadastro deve ser instruído com:
I- peças gráficas e memorial com a descrição e localização de cada
equipamento, assinada por profissional habilitado;
II - declaração assinada por profissional habilitado, atestando que o
equipamento foi instalado conforme o projeto aprovado e atende às normas
39

técnicas aplicáveis e às disposições da legislação municipal na data do


protocolo.
Art. 49. O responsável técnico pela manutenção das condições de uso do
equipamento deve renovar o cadastro, sob pena de caducidade e aplicação
das sanções previstas neste Código, a cada período de:
a) 1 (um) ano, no caso de elevador e demais equipamentos mecânicos
de transporte permanente;
b) 5 (cinco) anos, no caso de tanque de armazenagem, bomba, filtro de
combustível e equipamentos afins e de equipamento de sistema especial de
segurança da edificação.

3.4.6 Ficha Técnica e Diretrizes de Projeto

Conforme art. 50 e 51 da Lei nº 16.642, de 9 de maio de 2017:

Art. 50. A pedido do interessado, a Prefeitura emite Ficha Técnica do imóvel,


da qual devem constar as informações relativas ao uso e ocupação do solo,
à incidência de melhoramentos urbanísticos e aos demais dados cadastrais
disponíveis.
Art. 51. A pedido do interessado, a Prefeitura analisa consultas para o
esclarecimento quanto à aplicação do PDE, LPUOS e COE em projetos
arquitetônicos e emite as Diretrizes de Projeto.
Parágrafo único. O pedido deve ser instruído com documentação e peças
gráficas que permitam o entendimento do projeto e da consulta formulada.

3.4.7 Procedimentos Gerais, Administrativos e Outros

Os pedidos devem estar devidamente instruídos para assim poder ocorrer a emissão
da aprovação da Prefeitura. Caso haja a ausência de documentação exigida,
insuficiência de informações, infrações irreparáveis, não atendimento à NEC no prazo
legal estabelecido, não atendimento à IEOS no prazo legal estabelecido ou a alteração
do uso do projeto de edificação, se é emitido um COMUNIQUE-SE para que as falhas
do projeto e/ou da documentação sejam resolvidas.
A residência unifamiliar enquadrada na subcategoria R1, necessita apenas de um
documento contendo os alvarás de aprovação e execução de obra para Residência
Unifamiliar, de acordo com a legislação específica.
A prefeitura tem o direito de vistoriar a obra, edificação, serviço e equipamento em
qualquer momento, para averiguar se as normas estabelecidas no Código de Obras
está devidamente sendo seguida.
Outro tópico de verificação importante para a construção de uma edificação, é a
inexistência de condições de estabilidade, segurança ou salubridade de uma obra,
40

edificação, serviço ou equipamento. Caso haja uma irregularidade nas condições de


segurança da obra, o proprietário e o responsável técnico pela obra deverão iniciar
medidas para a solução das imprevisibilidades.
Com a execução da obra em andamento, é obrigatório haver a manutenção do
passeio desobstruído e em perfeitas condições, sendo estritamente proibido sua
utilização, como canteiro de obras ou para carga e descarga de materiais de
construção, e os elementos do canteiro de obras não podem prejudicar a arborização
da rua, a iluminação pública, a visibilidade de placas, avisos ou sinais de trânsito e
outras instalações de interesse público, sendo também obrigatório haver o
fechamento do canteiro de obras no alinhamento, por alvenaria ou tapume a fim de
proteger o pedestre.
Em edificações vizinhas sem recuos laterais, deve-se utilizar a justaposição no trecho
em que a altura da edificação nova for menor ou igual à altura da edificação existente.
Quando a altura ultrapassar, deverá ser observado o afastamento em função da
altura, medida a partir do topo da edificação existente vizinha, admitindo-se o
escalonamento.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS

Mais conhecida por ABNT, a Associação Brasileira de Normas Técnicas é uma


organização privada sem fins lucrativos responsável pela elaboração das Normas
Brasileiras, NBR. Membro fundador e atuante de diversas organizações internacionais
como a ISSO, COPANT, AMN, IEC, a ABNT tem como objetivo a normatização de
diversos meios de produção, comercialização e outros por meio de documentos, para
que assim seja disseminado o desenvolvimento científico e tecnológico na sociedade
brasileira e para o conhecimento de geração futuras.
Tendo isso em mente, as Normas Brasileiras fundamentam grande parte de todo o
processo, por exemplo, de uma construção, caso deste trabalho. NBR como a 5410,
5626 e 9050, que serão detalhadas no decorrer desta pesquisa, são exemplos de
como a ABNT ajuda na consolidação do uso adequado de materiais e sistemas
construtivos para a uma boa e segura execução da obra.
41

3.5.1 ABNT NBR – 9050 – Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e


mobiliários urbanos

Esta Norma estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto


ao projeto, construção, instalação e adaptação do meio urbano e rural, e de
edificações às condições de acessibilidade.

4.2 Pessoas em cadeira de rodas (P.C.R.)

4.2.1 Cadeira de rodas

A Figura 2 apresenta dimensões referenciais para cadeiras de rodas manuais


ou motorizadas, sem scooter (reboque). A largura mínima frontal das cadeiras
esportivas ou cambadas é de 1,00 m.

4.2.2 Módulo de referência (M.R.)

Considera-se o módulo de referência a projeção de 0,80 m por 1,20 m no


piso, ocupada por uma pessoa utilizando cadeira de rodas motorizadas ou
não, conforme a Figura 3.
42

4.3 Área de circulação e manobra

Os parâmetros apresentados nesta subseção também se aplicam às crianças


em cadeiras de rodas infantis.

4.3.1 Largura para deslocamento em linha reta de pessoas em cadeira


de rodas

A Figura 4 mostra dimensões referenciais para deslocamento em linha reta


de pessoas em cadeiras de rodas.
43

4.3.2 Largura para transposição de obstáculos isolados

A Figura 5 mostra dimensões referenciais para a transposição de obstáculos


isolados por pessoas em cadeiras de rodas.
A largura mínima necessária para a transposição de obstáculo isolado com
extensão de no máximo 0,40 m deve ser de 0,80 m, conforme Figura 5.
Quando o obstáculo isolado tiver uma extensão acima de 0,40 m, a largura
mínima deve ser de 0,90 m.

4.3.4 Área para manobra de cadeiras de rodas sem deslocamento

As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem


deslocamento, conforme a Figura 7, são:

a) para rotação de 90º = 1,20 m × 1,20 m;


b) para rotação de 180º = 1,50 m × 1,20 m;
c) para rotação de 360º = círculo com diâmetro de 1,50 m.
44

4.3.5 Manobra de cadeiras de rodas com deslocamento

A Figura 8 exemplifica condições para manobra de cadeiras de rodas com


deslocamento.
45

4.3.6 Posicionamento de cadeiras de rodas em espaços confinados

A Figura 9 exemplifica condições para posicionamento de cadeiras de rodas


em nichos ou espaços confinados.

4.3.7 Proteção contra queda ao longa de rotas acessíveis

Devem ser previstas proteções laterais ao longo de rotas acessíveis, para


impedir que pessoas sofram ferimentos em decorrência de quedas.
Quando uma rota acessível, em nível ou inclinada, é delimitada em um ou
ambos os lados por uma superfície que se incline para baixo com desnível
igual ou inferior a 0,60 m, composta por plano inclinado com proporções de
inclinação maior ou igual a 1:2, deve ser adotada uma das seguintes medidas
de proteção:

a) implantação de uma margem lateral plana com pelo menos 0,60 m de


largura antes do início do trecho inclinado, com piso diferenciado quanto ao
contraste tátil e visual de no mínimo 30 pontos, aferidos pelo valor da luz
refletida (LR), conforme 5.2.9.1.1 e conforme a indicação A da Figura 10; ou
b) proteção vertical de no mínimo 0,15 m de altura, com a superfície de
topo com contraste visual de no mínimo 30 pontos, medidos em LRV,
conforme 5.2.9.1.1, em relação ao piso do caminho ou rota, conforme
indicação B da Figura 10.

Quando rotas acessíveis, rampas, terraços, caminhos elevados ou


plataformas sem vedações laterais forem delimitadas em um ou ambos os
lados por superfície que se incline para baixo com desnível superior a 0,60
m, deve ser prevista a instalação de proteção lateral com no mínimo as
características de guarda-corpo, conforme indicação C da Figura 10.
46

4.4 Área de transferência

4.4.1 A área de transferência deve ter no mínimo as dimensões do M.R.,


conforme 4.2.2

4.4.2 Devem ser garantidas as condições de deslocamento e manobra para


o posicionamento do M.R. junto ao local de transferência.

4.4.3 A altura do assento do local para o qual for feita a transferência deve
ser semelhante à do assento da cadeira de rodas.

4.4.4 Nos locais de transferência, devem ser instaladas barras de apoio, nas
situações previstas nas Seções 7 a 10.

4.4.5 Para a realização da transferência, deve ser garantido um ângulo de


alcance que permita a execução adequada das forças de tração e
compressão (ver 4.6.4).

NOTA Diversas situações de transferência estão ilustradas nas Seções 7 a


10.
47

4.5 Área de aproximação

Deve ser garantido o posicionamento frontal ou lateral da área definida pelo


M.R. em relação ao objeto, avançando sob este entre 0,25 m e 0,50 m, em
função da atividade a ser desenvolvida (ver 4.3 e 4.6).

NOTA Diversas situações de aproximação estão ilustradas nas Seções 7 a


10.

4.6 Alcance manual

4.6.1 Dimensões referenciais para alcance manual

As Figuras 11 a 13 exemplificam as dimensões máximas, mínimas e


confortáveis para alcance manual frontal.
48
49
50

4.6.2 Aplicação das dimensões referencias para alcance lateral de


pessoa em cadeira de rodas

A Figura 14 apresenta as aplicações das relações entre altura e profundidade


para alcance manual lateral para pessoas em cadeiras de rodas sem
deslocamento do tronco.

A Figura 15 apresenta as aplicações das relações entre altura e profundidade


para alcance manual lateral para pessoas em cadeiras de rodas com
deslocamento do tronco.
51
52

4.6.3 Superfície de trabalho

A superfície de trabalho acessível é um plano horizontal ou inclinado para


desenvolvimento de tarefas manuais ou leitura.
A Figura 16-a) apresenta, na vista horizontal, as áreas de alcance em
superfícies de trabalho conforme o seguinte:

a) A1 × A2 = 1,50 m × 0,50 m = alcance máximo para atividades


eventuais;
b) B1 × B2 = 1,00 m × 0,40 m = alcance para atividades sem necessidade
de precisão;
c) C1 × C2 = 0,35 m × 0,25 m = alcance para atividades por tempo
prolongado.;

As áreas de alcance em superfícies de trabalho, em vista lateral, devem


atender à Figura 16-b) e ao seguinte:

a) altura livre de no mínimo 0,73 m entre o piso e a superfície inferior;


b) altura entre 0,75 m a 0,85 m entre o piso e sua superfície superior;
c) profundidade inferior livre mínima de 0,50 m para garantir a
aproximação da pessoa em cadeira de rodas.

A superfície de trabalho deve possibilitar o apoio dos cotovelos no plano


frontal com um ângulo entre 15º e 20º de abertura do braço em relação ao
tronco, e no plano lateral com 25º em relação ao tronco, conforme Figura 16-
c).
53

Dimensões em metros

Dimensões em metros

4.6.4 Ângulos para execução de forças de tração e compressão

As Figuras 17 e 18 mostram ângulos e dimensões para execução adequada


de forças de tração e compressão.

4.6.5 Empunhadura

Objetos como corrimãos e barras de apoio, entre outros, devem estar


afastados no mínimo 40 mm da parede ou outro obstáculo. Quando o objeto
for embutido em nichos, deve-se prever também uma distância livre mínima
de 150 mm, conforme Figura 19. Corrimãos e barras de apoio, entre outros,
devem ter seção circular com diâmetro entre 30 mm e 45 mm, ou seção
elíptica, desde que a dimensão maior seja de 45 mm e a menor de 30 mm.
São admitidos outros formatos de seção, desde que sua parte superior
atenda às condições desta subseção. Garantir um arco da seção do corrimão
de 270º.
54

6.6 Rampas

6.6.1 Gerais

São consideradas rampas às superfícies de piso com declividade igual ou


superior a 5 %. Os pisos das rampas devem atender às condições de 6.3.

6.6.2 Dimensionamento

Para garantir que uma rampa seja acessível, são definidos os limites
máximos de inclinação, os desníveis a serem vencidos e o número máximo
de segmentos.
A inclinação das rampas, conforme Figura 70, deve ser calculada conforme a
seguinte equação:

ℎ × 100
𝑖=
𝑐

onde:

i é a inclinação, expressa em porcentagem (%);


h é a altura do desnível;
c é o comprimento da projeção horizontal.
55

6.6.2.1 As rampas devem ter inclinação de acordo com os limites


estabelecidos na Tabela 6. Para inclinação entre 6,25 % e 8,33 %, é
recomendado criar áreas de descanso (6.5) nos patamares, a cada 50 m de
percurso. Executam-se deste requisito as rampas citadas em 10.4 (plateia e
palcos), 10.12 (piscinas) e 10.14 (praias).

Tabela 6 – Dimensionamento de rampas

Tabela 6 – Dimensionamento de rampas

6.6.2.4 A inclinação transversal não pode exceder 2 % em rampas internas e


3 % em rampas externas.

6.6.2.5 A largura das rampas (L) deve ser estabelecida de acordo com o fluxo
de pessoas. A largura livre mínima recomendável para as rampas em rotas
acessíveis é de 1,50 m, sendo o mínimo admissível de 1,20 m.

6.6.2.6 Todas rampa deve possuir corrimão de duas alturas em cada lado,
conforme demonstrado na Figura 72.

6.6.2.7 Em edificações existentes, quando a construção de rampas nas


larguras indicadas ou a adaptação da largura das rampas for impraticável, as
rampas podem ser executadas com largura mínima de 0,90 m e com
segmentos de no máximo 4,00 m de comprimento, medidos na sua projeção
horizontal, desde que respeitada a Tabela 6. No caso de mudança de direção,
devem ser respeitados os parâmetros de área de circulação e manobra
previstos em 4.3.

6.6.2.8 Quando não houver paredes laterais, as rampas devem incorporar


elementos de segurança, como guarda-corpo e corrimãos, guias de
balizamento com altura mínima de 0,05 m, instalados ou construídos nos
limites da largura da rampa, conforme Figura 72.
56

6.6.2.9 A projeção dos corrimãos pode incidir dentro da largura mínima


admissível da rampa em até 10 cm de cada lado, exceto nos casos previstos
em 6.6.2.7.
57

6.6.3 Guia de balizamento

A guia de balizamento pode ser de alvenaria ou outro material alternativo,


com a mesma finalidade, com altura mínima de 5 cm. Deve atender às
especificações da Figura 72 e ser garantida em rampas e em escadas.

6.6.4 Patamares das rampas

Os patamares no início e no término das rampas devem ter dimensão


longitudinal mínima de 1,20 m. Entre os segmentos de rampa devem ser
previstos patamares intermediários com dimensão longitudinal mínima de
1,20 m, conforme Figura 73. Os patamares situados em mudanças de direção
devem ter dimensões iguais à largura da rampa.

6.6.4.1 Quando houver porta nos patamares, sua área de varredura não pode
interferir na dimensão mínima do patamar.

6.6.4.2 A inclinação transversal dos patamares não pode exceder 2 % em


rampas internas e 3 % em rampas externas.

6.7 Degraus e escadas fixas em rotas acessíveis

Quando houver degraus ou escadas em rotas acessíveis, estes devem estar


associados a rampas ou equipamentos eletromecânicos de transporte
vertical. Deve-se dar preferência à rampa.

6.7.1 Características dos pisos e espelhos


Nas rotas acessíveis não podem ser utilizados degraus e escadas fixas com
espelhos vazados. Quando houver bocel ou espelho inclinado, a projeção da
aresta pode avançar no máximo 1,5 cm sobre o piso abaixo, conforme Figura
74.
58

6.7.2 Dimensionamento de degraus isolados

A sequência de até dois degraus é considerada degrau isolado. Degraus


isolados devem ser evitados.
Quando utilizados, devem:

a) seguir o dimensionamento em 6.8.2;


b) conter corrimão conforme 6.9;
c) ser devidamente sinalizados em toda a sua extensão, conforme
5.4.4.1.

Rampas junto aos degraus isolados devem ter largura livre mínima de 1,20
m, conforme 6.6.2.5.
Quando o degrau isolado for uma soleira, deve ser atendido o descrito em
6.3.4.4.

6.8 Escadas

6.8.1 Uma sequência de três degraus ou mais é considerada escada.

6.8.2 As dimensões dos pisos e espelhos devem ser constantes em toda a


escada ou degraus isolados. Para o dimensionamento, devem ser atendidas
as seguintes condições:

a) 0,63 m ≤ p + 2e ≤ 0,65 m,
b) pisos (p): 0,28 m ≤ p ≤ 0,32 m e
c) espelhos (e): 0,16 m ≤ e ≤ 0,18 m;

6.8.3 A largura das escadas deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de
pessoas, conforme ABNT NBR 9077. A largura mínima para escadas em
rotas acessíveis é de 1,20 m, e deve dispor de guia de balizamento conforme
6.6.3.

6.8.4 Em construções novas, o primeiro e o último degraus de um lance de


escada devem distar no mínimo 0,30 m da área de circulação adjacente e
devem estar sinalizados de acordo com o disposto na Seção 5.

6.8.5 A inclinação transversal dos degraus não pode exceder 1 % em escadas


internas e 2 % em escadas externas.
59

6.8.6 Escadas com lances curvos ou mistos devem atender à ABNT NBR
9077, porém é necessário que, à distância de 0,55 m da borda interna da
escada, correspondente à linha imaginária sobre a qual sobe ou desce uma
pessoa que segura o corrimão, os pisos e espelhos sejam dimensionados
conforme 6.8.2 e Figura 75.

6.8.7 As escadas devem ter no mínimo um patamar a cada 3,20 m de desnível


e sempre que houver mudança de direção.

6.8.8 Entre os lances da escada devem ser previstos patamares com


dimensão longitudinal mínima de 1,20 m. Os patamares situados em
mudanças de direção devem ter dimensões iguais à largura da escada.
Quando houver porta nos patamares, sua área de varredura não pode
interferir na dimensão mínima do patamar.

6.8.9 A inclinação transversal dos patamares não pode exceder 1 % em


escadas internas e 2 % em escadas externas.

6.9 Corrimãos e guarda-corpos

6.9.1 Os corrimãos podem ser acoplados aos guarda-corpos e devem ser


construídos com materiais rígidos. Devem ser firmemente fixados às paredes
ou às barras de suporte, garantindo condições seguras de utilização. Devem
ser sinalizados conforme a Seção 5.

6.9.2 O dimensionamento dos corrimãos deve atender ao descrito em 4.6.5.

6.9.2.1 Os corrimãos devem ser instalados em rampas e escadas, em ambos


os lados, a 0,92 m e a 0,70 m do piso, medidos da face superior até o ponto
central do piso do degrau (no caso de escadas) ou do patamar (no caso de
rampas), conforme Figura 76. Quando se tratar de degrau isolado, basta uma
barra de apoio horizontal ou vertical, com comprimento mínimo de 0,30 m e
com seu eixo posicionado a 0,75 m de altura do piso.

6.9.2.2 Os corrimãos laterais devem ser contínuos, sem interrupção nos


patamares das escadas e rampas, e devem prolongar-se paralelamente ao
patamar, pelo menos por 0,30 m nas extremidades, sem interferir com áreas
de circulação ou prejudicar a vazão, conforme Figura 76.

6.9.2.3 As extremidades dos corrimãos devem ter acabamento recurvado, ser


fixadas ou justapostas à parede ou piso, ou ainda ter desenho contínuo, sem
protuberâncias, conforme Figura 76.
60

6.9.3 Em edificações existentes, onde for impraticável promover o


prolongamento do corrimão no sentido do caminhamento, este pode ser feito
ao longo da área de circulação ou fixado na parede adjacente.

6.9.4 Quando se tratar de escadas ou rampas com largura igual ou superior


a 2,40 m, é necessária a instalação de no mínimo um corrimão intermediário,
garantindo faixa de circulação com largura mínima de 1,20 m, conforme
Figura 77.

6.9.4.1 Os corrimãos intermediários somente devem ser interrompidos


quando o comprimento do patamar for superior a 1,40 m, garantindo o
espaçamento mínimo de 0,80 m entre o término de um segmento e o início
do seguinte, conforme Figura 77.
61
62

6.9.4.2 Em escadas e degraus é permitida a instalação de apenas um


corrimão duplo e com duas alturas, a 0,92 m e a 0,70 m do piso, respeitando
a largura mínima de 1,20 m, em ambos os lados, conforme Figura 78.

6.9.5 Quando não houver paredes laterais, as rampas ou escadas devem


incorporar elementos de segurança como guia de balizamento e guarda-
corpo, e devem respeitar os demais itens de segurança desta Norma, tais
como dimensionamento, corrimãos e sinalização.

6.9.6 Os guarda-corpos devem atender às ABNT NBR 9077 e ABNT 14718.

6.11 Circulação interna

6.11.1 Corredores

Os corredores devem ser dimensionados de acordo com o fluxo de pessoas,


assegurando uma faixa livre de barreiras ou obstáculos, conforme 6.12.6. As
larguras mínimas para corredores em edificações e equipamentos urbanos
são:

a) 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m;


b) 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e
1,50 m para corredores com extensão superior a 10,00 m;
c) 1,50 m para corredores de uso público;
d) maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas, conforme aplicação
da equação apresentada em 6.12.6.

6.11.1.1 Em edificações e equipamentos urbanos existentes, onde a


adequação dos corredores seja impraticável, devem ser implantados bolsões
de retorno com dimensões que permitam a manobra completa de uma
cadeira de rodas (180°), sendo no mínimo um bolsão a cada 15,00 m. Neste
caso, a largura mínima de corredor deve ser de 0,90 m.

6.11.1.2 Para transposição de obstáculos, objetos e elementos com no


máximo 0,40 m de extensão, a largura mínima do corredor deve ser de 0,80
m, conforme 4.3.2. Acima de 0,40 m de extensão, a largura mínima deve ser
de 0,90 m.
63

6.11.2 Portas

6.11.2.1 Para a utilização das portas em sequência, é necessário um espaço


de transposição com um círculo de 1,50 m de diâmetro, somado às
dimensões da largura das portas (y), exemplificado na Figura 80, além dos
0,60 m ao lado da maçaneta de cada porta, para permitir a aproximação de
uma pessoa em cadeira de rodas.

6.11.2.2 No deslocamento frontal, quando as portas abrirem no sentido do


deslocamento do usuário, deve existir um espaço livre de 0,30 m entre a
parede e a porta, e quando abrirem no sentido oposto ao deslocamento do
usuário, deve existir um espaço livre de 0,60 m, contíguo à maçaneta,
conforme a Figura 81. Na impraticabilidade da existência destes espaços
livres, deve-se garantir equipamento de automação da abertura e fechamento
das portas através de botoeira ou sensor, conforme 6.11.2.9 e 6.11.2.10

6.11.2.3 No deslocamento lateral, deve ser garantido 0,60 m de espaço livre


de cada um dos lados, conforme Figura 82. Na impraticabilidade da existência
destes espaços livres, deve-se garantir equipamento de automação da
abertura e fechamento das portas através de botoeira ou sensor,
conforme 6.11.2.9 e 6.11.2.10

NOTA Esses espaços são necessários para facilitar a abertura da porta às


pessoas em cadeira de rodas.
64

6.11.2.4 As portas, quando abertas, devem ter um vão livre, de no mínimo


0,80 m de largura e 2,10 m de altura. Em portas de duas ou mais folhas, pelo
menos uma delas deve ter o vão livre de 0,80 m. As portas de elevadores
devem atender ao estabelecido na ABNT NM NBR 313. O vão livre de 0,80
m deve ser garantido também no caso de portas de correr e sanfonada, onde
as maçanetas impedem seu recolhimento total, conforme Figura 83. Quando
instaladas em locais de prática esportiva, as portas devem ter vão livre
mínimo de 1,00 m.

6.11.2.5 O mecanismo de acionamento das portas deve requerer força


humana direta igual ou inferior a 36 N.

6.11.2.6 As portas devem ter condições de serem abertas com um único


movimento, e suas maçanetas devem ser do tipo alavanca, instaladas a uma
altura entre 0,80 m e 1,10 m. Recomenda-se que as portas tenham, na sua
parte inferior, no lado oposto ao lado da abertura da porta, revestimento
resistente a impactos provocados por bengalas, muletas e cadeiras de rodas,
até a altura de 0,40 m a partir do piso, conforme Figura 84.

6.11.2.7 As portas de sanitários e vestiários devem ter, no lado oposto ao


lado da abertura da porta, um puxador horizontal, conforme a Figura 84,
associado à maçaneta. Deve estar localizado a uma distância de 0,10 m do
eixo da porta (dobradiça) e possuir comprimento mínimo de 0,40 m, com
diâmetro variando de 35 mm a 25 mm, instalado a 0,90 m do piso. O
dispositivo de travamento deve observar o descrito em 4.6.8. Recomenda-se
que estas portas ou batentes tenham cor contrastante com a da parede e do
piso de forma a facilitar sua localização.
65

6.11.2.8 As portas do tipo vaivém devem ter visor com largura mínima de 0,20
m, tendo sua face inferior situada entre 0,40 m e 0,90 m do piso, e a face
superior no mínimo a 1,50 m do piso. O visor deve estar localizado no mínimo
entre o eixo vertical central da porta e o lado oposto às dobradiças da porta,
conforme Figura 85.

6.11.2.9 Quando as portas forem providas de dispositivos de acionamento


pelo usuário, estes devem estar instalados fora da área de abertura da folha
da porta e à altura de alcance entre 0,80 m e 1,00 m.

6.11.2.10 Quando as portas forem acionadas por sensores ópticos, estes


devem estar ajustados para detectar pessoas de baixa estatura, crianças e
usuários de cadeiras de rodas. Deve também ser previsto dispositivo de
segurança que impeça o fechamento da porta sobre a pessoa.

6.11.2.11 Em portas de correr, recomenda-se a instalação de trilhos na sua


parte superior. Os trilhos ou as guias inferiores devem estar nivelados com a
superfície do piso, e eventuais frestas resultantes da guia inferior devem ter
largura de no máximo 15 mm.

6.11.2.12 Quando instaladas em locais de prática de esportes, as portas


devem ter vão livre mínimo de 1,00 m.
66

6.11.2.13 Portas e paredes envidraçadas, localizadas nas áreas de


circulação, devem ser claramente identificadas com sinalização visual de
forma contínua, para permitir a fácil identificação visual da barreira física.
Para isto também devem ser consideradas as diferentes condições de
iluminação de ambos os lados das paredes ou portas de vidro.

Características da sinalização visual nas portas e paredes de vidro:

a) a sinalização deve ser contínua, composta por uma faixa com no mínimo
50 mm de espessura, instalada a uma altura entre 0,90 m e 1,00 m em
relação ao piso acabado. Esta faixa pode ser substituída por uma
composta por elementos gráficos instalados de forma contínua, cobrindo
no mínimo a superfície entre 0,90 m e 1,00 m em relação ao piso;
b) nas portas das paredes envidraçadas que façam parte de rotas
acessíveis, deve haver faixa de sinalização visual emoldurando-as, com
dimensão mínima de 50 mm de largura, conforme Figura 86, ou outra
forma de evidenciar o local de passagem;
c) recomenda-se que a faixa tenha duas cores com o mínimo de 30 pontos
de contraste de LRV entre elas;
d) recomenda-se a aplicação de mais duas faixas contínuas com no mínimo
50 mm de altura, uma a ser instalada entre 1,30 m e 1,40 m, e outra entre
0,10 m e 0,30 m, em relação ao piso acabado, conforme Figura 86.

6.11.3 Janelas

6.11.3.1 A altura das janelas deve considerar os limites de alcance visual


conforme 4.8, exceto
em locais onde devam prevalecer a segurança e a privacidade.

6.11.3.2 Cada folha ou módulo de janela deve poder ser operado com um
único movimento, utilizando apenas uma das mãos, conforme Figura 87. Os
comandos devem atender ao disposto em 4.6.9.
67

7 Sanitários, banheiros e vestiários

7.1 Requisitos gerais

Os sanitários, banheiros e vestiários acessíveis devem obedecer aos


parâmetros desta Norma quanto às quantidades mínimas necessárias,
localização, dimensões dos boxes, posicionamento e características das
peças, acessórios barras de apoio, comandos e características de pisos e
desnível. Os espaços, peças e acessórios devem atender aos conceitos de
acessibilidade, como as áreas mínimas de circulação, de transferência e de
aproximação, alcance manual, empunhadura e ângulo visual, definidos na
Seção 4.

7.2 Tolerâncias dimensionais

Os valores identificados como máximos e mínimos nesta Seção devem ser


considerados absolutos, e demais dimensões devem ter tolerâncias de mais
ou menos 10 mm.

7.3 Localização

7.3.1 Os sanitários, banheiros e vestiários acessíveis devem localizar-se em


rotas acessíveis, próximas à circulação principal, próximas ou integradas às
demais instalações sanitárias, evitando estar em locais isolados para
situações de emergências ou auxílio, e devem ser devidamente sinalizados
conforme Seção 5.

7.3.2 Recomenda-se que a distância máxima a ser percorrida de qualquer


ponto da edificação até o sanitário ou banheiro acessível seja de até 50 m.

7.4 Quantificação e características

7.4.1 As instalações sanitárias acessíveis nas edificações e espaços de uso


público e coletivo devem estar distribuídas nas proporções e especificidades
construtivas estabelecidas nesta seção.

7.4.2 Os sanitários, banheiros e vestiários acessíveis devem possuir entrada


independente, de modo a possibilitar que a pessoa com deficiência possa
utilizar a instalação sanitária acompanhada de uma pessoa do sexo oposto.
68

7.4.2.1 Recomenda-se, para locais de prática esportiva, terapêutica e demais


usos (10.11 e 10.12), que os vestiários acessíveis excedentes sejam
instalados nos banheiros coletivos, ou seja, que as peças acessíveis, como
chuveiros, bacias sanitárias, lavatórios e bancos, estejam integrados aos
demais.

7.4.2.2 Devem ser instalados dispositivos de sinalização de emergência em


sanitários, banheiros e vestiários acessíveis, atendendo ao disposto em
5.6.4.1.

7.4.3 O número mínimo de sanitários acessíveis está definido na Tabela 9 e


em 7.4.3.1 a 7.4.3.3.

Tabela 9 – Número mínimo de sanitários acessíveis

Tabela 9 – Número mínimo de sanitários acessíveis

7.4.3.1 Em espaços de uso público ou uso coletivo que apresentem unidades


autônomas de comércio ou serviços, deve ser previsto à no mínimo um
sanitário por pavimento, localizado nas áreas de uso comum do andar.
Quando o cálculo da porcentagem de 5 % de peças sanitárias do pavimento
resultar em mais do que uma instalação sanitária ou fração, estas devem ser
divididas por sexo para cada pavimento.

7.4.3.2 Em estabelecimentos como shoppings, terminais de transporte,


clubes esportivos, arenas verdes (ou estádios), locais de shows e eventos ou
em outros edifícios de uso público ou coletivo, com instalações permanentes
ou temporárias que, dependendo da sua especificidade ou natureza,
concentrem um grande número de pessoas, independentemente de atender
à quantidade mínima de 5 % de peças sanitárias acessíveis, deve também
ser previsto um sanitário acessível para cada sexo junto a cada conjunto de
sanitários.

7.4.3.3 Em edificações de uso coletivo a serem ampliadas ou reformadas,


com até dois pavimentos e área construída de no máximo 150 m2 por
pavimento, as instalações sanitárias acessíveis podem estar localizadas em
um único pavimento.

7.4.4 Recomenda-se que nos conjuntos de sanitários seja instalada uma


bacia infantil para uso de pessoas com baixa estatura e de crianças.

7.4.5 Banheiros e vestiários devem ter no mínimo 5 % do total de cada peça


instalada acessível, respeitada no mínimo uma de cada. Quando houver
divisão por sexo, as peças devem ser consideradas separadamente para
efeito de cálculo.

7.4.6 Quanto ao número mínimo de instalações sanitárias em escolas,


observar o descrito em 7.4.3.
69

7.5 Dimensões do sanitário acessível e do boxe sanitário acessível

As dimensões do sanitário acessível e do boxe sanitário acessível devem


garantir o posicionamento das peças sanitárias e os seguintes parâmetros de
acessibilidade:

a) circulação com o giro de 360°, conforme 4.3.4;


b) área necessária para garantir a transferência lateral, perpendicular e
diagonal para a bacia sanitária, conforme Figuras 97 a) e 102;
c) a área de manobra pode utilizar no máximo 0,10 m sob a bacia sanitária
e 0,30 m sob o lavatório, conforme Figuras 97 b) e 99;
d) deve ser instalado lavatório sem coluna ou com coluna suspensa ou
lavatório sobre tampo, dentro do sanitário ou boxe acessível, em local
que não interfira na área de transferência para a bacia sanitária, podendo
sua área de aproximação ser sobreposta à área de manobra, conforme
Figura 8;
e) os lavatórios devem garantir altura frontal livre na superfície inferior,
conforme Figura 98, e na superfície superior de no máximo 0,80 m,
exceto a infantil;
f) quando a porta instalada for do tipo de eixo vertical, deve abrir para o lado
externo do sanitário ou boxe e possuir um puxador horizontal no lado
interno do ambiente, medindo no mínimo 0,40 m de comprimento,
afastamento de no máximo 40 mm e diâmetro entre 25 mm e 35 mm,
conforme Figura 84;
g) pode ser instalada porta de correr, desde que atenda às condições
previstas em 6.11.2.4 e 6.11.2.11;
h) para travamento das portas deve ser observado o descrito em 4.6.8;
i) quando o boxe for instalado em locais de prática de esportes, as portas
devem atender a um vão livre mínimo de 1,00m;
j) deve ser respeitado 6.11.2.2 e 6.11.2.3;
k) alcance manual para acionamento da válvula sanitária, da torneira, das
barras, puxadores e trincos e manuseio e uso dos acessórios conforme
4.6 e 7.6;
l) alcance visual do espelho conforme 7.11.1;
m) recomenda-se a instalação de ducha higiênica ao lado da bacia, dentro
do alcance manual de uma pessoa sentada na bacia sanitária, dotada de
registro de pressão para regulagem da vazão;
n) a Figura 99 exemplifica medidas mínimas de um sanitário acessível;
o) quando houver mais de um sanitário acessível (Figura 99), recomenda-
se que as bacias sanitárias, áreas de transferência e barras de apoio
sejam posicionadas simetricamente opostas, contemplando todas as
formas de transferência para a bacia, para atender a uma gama maior de
necessidades das pessoas com deficiência;
p) em edificações existentes ou em reforma, quando não for possível
atender às medidas mínimas de sanitário da Figura 99, serão admitidas
as medidas mínimas demonstradas na Figura 100.
70
71

Os pisos dos sanitários ou boxes sanitários devem observar as seguintes


características:

a) ser antiderrapantes, conforme 6.3;


b) não ter desníveis junto à entrada ou soleira;
c) ter grelhas e ralos posicionados fora das áreas de manobra e de
transferência.

7.6 Barras de apoio

As barras de apoio são necessárias para garantir o uso com segurança e


autonomia das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, conforme
especificado em 7.7.2.2.

7.6.1 Todas as barras de apoio utilizadas em sanitários e vestiários devem


resistir a um esforço mínimo de 150 kg no sentido de utilização da barra, sem
apresentar deformações permanentes ou fissuras, ter empunhadura
conforme Seção 4 e estar firmemente fixadas a uma distância mínima de 40
mm entre sua base de suporte (parede, painel, entre outros), até a face
interna da barra. Suas extremidades devem estar fixadas nas paredes ou ter
desenvolvimento contínuo até o ponto de fixação com formato recurvado.
Quando necessários, os suportes intermediários de fixação devem estar sob
a área de empunhadura, garantindo a continuidade de deslocamento das
mãos. O comprimento e a altura de fixação são determinados em função de
sua utilização, conforme exemplos apresentados em 7.7.2.3 e 7.7.2.4.

7.6.2 Quando executadas em material metálico, as barras de apoio e seus


elementos de fixação e instalação devem ser confeccionadas em material
resistente à corrosão, conforme ABNT NBR 10283, e determinação da
aderência do acabamento conforme ABNT NBR 11003.

7.6.3 As dimensões mínimas das barras devem respeitar as aplicações


definidas nesta Norma com seção transversal entre 30 mm e 45 mm,
conforme Figura 101, e detalhadas no Anexo C. O comprimento e o modelo
variam de acordo com as peças sanitárias às quais estão associados e são
tratados na Seção 7.
72

7.6.4 As barras podem ser fixas (nos formatos reta, em “U”, em “L”) ou
articuladas, conforme detalhado no Anexo C.

As barras em “L” podem ser em uma única peça ou composta a partir do


posicionamento de duas barras retas, desde que atendam ao
dimensionamento mínimo dos trechos verticais e horizontais, conforme
Figuras 117 e 126.

As barras articuladas devem possuir dispositivo que evite quedas repentinas


ou movimentos abruptos.

7.7 Bacia sanitária

As bacias e assentos em sanitários acessíveis não podem ter abertura frontal.

7.7.1 Áreas de transferência

Para instalação de bacias sanitárias devem ser previstas áreas de


transferência lateral, perpendicular e diagonal, conforme Figura 47.
73

Dimensões em metros

Dimensões em metros

7.7.2 Instalação de bacias convencionais, com caixas acopladas ou


suspensas e barras de apoio

A instalação das bacias deve atender às ABNT NBR 15097-1 e ABNT NBR
15097-2. As instalações das bacias e das barras de apoio devem atender às
Figuras 105 a 110 e podem ser simetricamente opostas.

7.7.2.1 Altura da bacia

As bacias e assentos sanitários acessíveis não podem ter abertura frontal e


devem estar a uma altura entre 0,43 m e 0,45 m do piso acabado, medidas a
partir da borda superior sem o assento. Com o assento, esta altura deve ser
de no máximo 0,46 m para as bacias de adulto, conforme Figura 103, e 0,36
m para as infantis.

Essa altura pode ser obtida pela peça sanitária com altura necessária, ou pelo
posicionamento das bacias suspensas ou pela execução de um sóculo sob a
base da bacia, convencional ou com caixa acoplada, isento de cantos vivos
e com a sua projeção avançando no máximo 0,05 m, acompanhando a base
da bacia, conforme Figura 104.
74

7.7.2.2 Barras de apoio na bacia sanitária

7.7.2.2.1 Junto à bacia sanitária, quando houver parede lateral, devem ser
instaladas barras para apoio e transferência. Uma barra reta horizontal com
comprimento mínimo de 0,80 m, posicionada horizontalmente, a 0,75 m de
altura do piso acabado (medidos pelos eixos de fixação) a uma distância de
0,40 m entre o eixo da bacia e a face da barra e deve estar posicionada a
uma distância de 0,50 m da borda frontal da bacia. Também deve ser
instalada uma barra reta com comprimento mínimo de 0,70 m, posicionada
verticalmente, a 0,10 m acima da barra horizontal e 0,30 m da borda frontal
da bacia sanitária, conforme Figuras 105 a 107.

7.7.2.2.2 Junto à bacia sanitária, na parede do fundo, deve ser instalada uma
barra reta com comprimento mínimo de 0,80 m, posicionada horizontalmente,
a 0,75 m de altura do piso acabado (medido pelos eixos de fixação), com uma
distância máxima de 0,11 m da sua face externa à parede e estendendo-se
0,30 m além do eixo da bacia em direção à parede lateral, conforme Figuras
105, 106 e 108.

7.7.2.2.3 Para bacias sanitárias com caixa acoplada, que possuam altura que
não permita a instalação da barra descrita em 7.7.2.2.2, esta pode ser
instalada a uma altura de até 0,89 m do piso acabado (medido pelos eixos de
fixação), devendo ter uma distância máxima de 0,11 m da sua face externa à
parede, distância mínima de 0,04 m da superfície superior da tampa da caixa
acoplada e 0,30 m além do eixo da bacia em direção à parede lateral,
conforme Figuras 107 e 109. A barra reta na parede do fundo pode ser
substituída por uma barra lateral articulada, desde que a extremidade da
barra esteja a no mínimo 0,10 m da borda frontal da bacia, conforme Figura
110.

7.7.2.2.4 Na impossibilidade de instalação de barras nas paredes laterais, são


admitidas barras laterais fixas (com fixação na parede de fundo) ou
articuladas (dar preferência pela barra lateral fixa), desde que sejam
observados os parâmetros de segurança e dimensionamento estabelecidos
conforme 7.6, e que estas e seus apoios não interfiram na área de giro e
transferência. A distância entre esta barra e o eixo da bacia deve ser de 0,40
m, sendo que sua extremidade deve estar a uma distância mínima de 0,20 m
da borda frontal da bacia, conforme Figuras 108 e 109.

7.7.2.2.5 As bacias infantis devem seguir as mesmas disposições de barras


e dimensões constantes nas Figuras 105 a 110.
75

7.7.2.3 Bacias sanitárias com parede lateral

7.7.2.3.1 Bacia convencional com barras de apoio ao fundo e a 90° na


parede lateral

A Figura 105 ilustra o uso de uma barra de apoio reta fixada ao fundo e duas
retas fixadas a 90° na lateral, quando a bacia convencional está próxima a
uma parede.

7.7.2.3.2 Bacia suspensa com barras de apoio ao fundo e a 90° na parede


lateral

A Figura 106 ilustra o uso de uma barra de apoio reta fixada ao fundo e duas
retas fixadas a 90° na lateral, quando a bacia suspensa está próxima a uma
parede.
76

7.7.2.3.3 Bacia com caixa acoplada com barras de apoio ao fundo e a 90°
na parede lateral

A Figura 107 ilustra o uso de uma barra de apoio reta fixada ao fundo e duas
retas fixadas a 90° na lateral, quando a bacia com caixa acoplada está
próxima a uma parede.
77

7.7.2.4 Bacias sanitárias sem parede lateral

7.7.2.4.1 Bacia convencional ou suspensa com barra de apoio reta e


barra lateral fixa

A Figura 108 ilustra o uso de uma barra de apoio reta e uma barra lateral fixa,
fixadas na parede ao fundo, quando a bacia convencional ou suspensa não
possui uma parede lateral.

NOTA A barra de apoio lateral fixa pode ser substituída por uma barra de
apoio lateral articulada.
78

7.7.2.4.2 Bacia com caixa acoplada com barras de apoio reta e lateral
fixa

A Figura 109 ilustra o uso de uma barra de apoio reta e uma barra lateral fixa,
fixadas na parede ao fundo, quando a bacia com caixa acoplada não possui
uma parede lateral.

NOTA A barra de apoio lateral fixa pode ser substituída por uma barra de
apoio lateral articulada.
79

7.7.2.4.3 Bacia com caixa acoplada com barras lateral articulada e fixa

A Figura 110 ilustra o uso de uma barra lateral articulada e uma fixa.
80

7.7.3 Acionamento da válvula de descarga

7.7.3.1 Válvula de parede

O acionamento da válvula de descarga deve estar a uma altura máxima de


1,00 m, conforme Figura 111, e ser preferencialmente acionado por sensores
eletrônicos ou dispositivos equivalentes. A força de acionamento deve ser
inferior a 23 N. Admite-se outra localização para o acionamento com alcance
manual, conforme Seção 4.

Na impossibilidade de uso de válvula de descarga, recomenda-se que seja


colocada caixa de descarga embutida. Para estas caixas aplicam-se os
mesmos requisitos de força e altura de acionamento.
81

7.7.3.2 Mecanismo de acionamento de descarga em caixa acoplada

O mecanismo de acionamento de descarga em caixa acoplada deve estar


localizado dentro do alcance manual de pessoas em cadeira de rodas,
conforme 4.6.

O mecanismo de acionamento de descarga em caixa acoplada pode ser por


alavanca, sensores eletrônicos ou dispositivos equivalentes, conforme 4.6.7.

7.8 Instalação de lavatório e barras de apoio

Os lavatórios, suas fixações e ancoragens devem atender no mínimo aos


esforços previstos nas ABNT NBR 15097-1 e ABNT NBR 15097-2.

Sua instalação deve possibilitar a área de aproximação de uma pessoa em


cadeira de rodas, quando se tratar do sanitário acessível, e garantir a
aproximação frontal de uma pessoa em pé, quando se tratar de um sanitário
qualquer, conforme Figura 112.

7.8.1 As barras de apoio dos lavatórios podem ser horizontais e verticais.


Quando instaladas, devem ter uma barra de cada lado conforme exemplos
ilustrados nas Figuras 113, 114 e garantir as seguintes condições:

a) ter um espaçamento entre a barra e a parede ou de qualquer outro objeto


de no mínimo 0,04 m, para ser utilizada com conforto;
b) ser instaladas até no máximo 0,20 m, medido da borda frontal do lavatório
até o eixo da barra para permitir o alcance;
c) garantir o alcance manual da torneira de no máximo 0,50 m, medido da
borda frontal do lavatório até o eixo da torneira, conforme Figura 98 e
113;
d) as barras horizontais devem ser instaladas a uma altura 0,78 m a 0,80 m,
medido a partir do piso acabado até a face superior da barra,
acompanhando a altura do lavatório;
e) as barras verticais devem ser instaladas a uma altura de 0,90 m do piso
e com comprimento mínimo de 0,40 m, garantindo a condição da alínea
a);
f) ter uma distância máxima de 0,50 m do eixo do lavatório ou cuba até o
eixo da barra vertical instalada na parede lateral ou na parede de fundo
para garantir o alcance.
82
83

7.8.2 Os lavatórios devem ser equipados com torneiras acionadas por


alavancas, com esforço máximo de 23 N, torneiras com sensores eletrônicos
ou dispositivos equivalentes. Quando utilizada torneira com ciclo automático,
recomenda-se com o tempo de fechamento de 10 s a 20 s, atendendo a todos
os requisitos da ABNT NBR 13713.
Quando houver água quente, é obrigatório garantir solução que evite o
contato do usuário com o sifão ou a tubulação. É recomendado o uso de
válvula termostática alimentando a torneira. Opcionalmente, a válvula
termostática pode ser substituída por misturadores monocomando ou duplo
comando, ou aparelho único que integre as funções de misturador e torneira
automática, desde que dotados de alavanca.

7.11 Acessórios para sanitários acessíveis e coletivos

Os acessórios para sanitários, como porta-objeto, cabides, saboneteiras e


toalheiros, devem ter sua área de utilização dentro da faixa de alcance
acessível estabelecida na Seção 4, conforme Figura 121.

7.11.1 Espelhos

A altura de instalação e fixação de espelho deve atender à Figura 122. Os


espelhos podem ser instalados em paredes sem pias. Podem ter dimensões
maiores, sendo recomendável que sejam instalados entre 0,50 m até 1,80 m
em relação ao piso acabado.
84

7.11.2 Papeleiras

As papeleiras embutidas devem atender à Figura 123. No caso de papeleiras


de sobrepor que por suas dimensões devem ser alinhadas com a borda
frontal da bacia, o acesso ao papel deve ser livre e de fácil alcance, conforme
Figuras 124 ou 125. Não podem ser instaladas abaixo de 1,00 m de altura do
piso acabado, para não atrapalhar o acesso à barra. Nos casos de bacias
sanitárias sem parede ao lado, demonstrados em 7.7.2.4, a barra de apoio
deve ter um dispositivo para colocar o papel higiênico.

7.11.3 Cabide

Deve ser instalado cabide junto a lavatórios, boxes de chuveiro, bancos de


vestiários, trocadores e boxes de bacia sanitária, a uma altura entre 0,80 m a
1,20 m do piso acabado.

7.11.4 Porta-objetos

Deve ser instalado um porta-objetos junto ao lavatório, ao mictório e à bacia


sanitária, a uma altura entre 0,80 m e 1,20 m, com profundidade máxima de
0,25 m, em local que não interfira nas áreas de transferência e manobra e na
utilização das barras de apoio.
85

7.11.4.1 Recomenda-se que o porta-objetos não seja instalado atrás de


portas.

7.11.4.2 O porta-objeto não pode ter cantos agudos e superfícies cortantes


ou abrasivas.

7.11.5 Puxador horizontal

As portas de sanitários e vestiários, conforme especificado em 6.11.2.7 e


Figura 34, devem ter, no lado oposto ao da abertura da porta, puxador
horizontal associado à maçaneta.

7.12 Banheiros acessíveis e vestiários com banheiro conjugados

7.12.1 Boxe para chuveiro e ducha

Banheiros acessíveis e vestiários com banheiros conjugados devem prever


área de manobra para rotação de 360° para circulação de pessoa em cadeira
de rodas.

7.12.1.1 Área de transferência

Para boxes de chuveiros, deve ser prevista área de transferência externa ao


boxe, de forma a permitir a aproximação e entrada de cadeira de rodas,
cadeiras de banho ou similar.

Quando houver porta no boxe, esta deve ter vão com largura livre mínima de
0,90 m e ser confeccionada em material resistente a impacto. Recomenda-se
o uso de cortina ou porta de correr, desde que sem trilho no piso.

A área de varredura da porta não pode interferir na área de transferência da


cadeira de rodas para o banco.

Os boxes devem ser providos de banco articulado ou removível, com cantos


arredondados e superfície antiderrapante impermeável, ter profundidade
mínima de 0,45 m, altura de 0,46 m do piso acabado e comprimento mínimo
de 0,70 m, instalados no eixo entre as barras, conforme Figura 126. O banco
e os dispositivos de fixação devem suportar um esforço de 150 kg.

7.12.1.2 Dimensões mínimas dos boxes de chuveiros

As dimensões mínimas dos boxes de chuveiros devem ser de 0,90 m × 0,95


m.

7.12.2 Comandos

Nos chuveiros recomenda-se o uso de equipamentos com válvula


termostática, que evita o risco de queimaduras ou o uso de monocomandos.
Quando do emprego de registros de pressão para a mistura das águas quente
e fria, estes devem ser acionados por alavanca com curso de no máximo 1/2
volta e ser instalados conforme Figura 126.

O chuveiro deve ser equipado com desviador para ducha manual, e o controle
de fluxo (ducha/chuveiro) deve ser na ducha manual. A função chuveiro pode
ser exercida por ducha manual, fixada em barra deslizante, permitindo
regulagens de alturas apropriadas às diversas necessidades dos usuários.
86

7.12.3 Barras de apoio em boxes para chuveiros

Os boxes para chuveiros devem ser providos de barras de apoio de 90° na


parede lateral ao banco, e na parede de fixação do banco deve ser instalada
uma barra vertical, conforme Figura 126.

7.12.4 Desnível do piso do boxe do chuveiro e vestiários

Os pisos dos boxes de chuveiro e vestiários devem observar as seguintes


características:

a) ser antiderrapantes;
b) estar em nível com o piso adjacente, uma vez que cadeiras de banho se
utilizaram destes, é recomendada uma inclinação de até 2 % para
escoamento das águas do chuveiro para o ralo;
c) grelhas e ralos devem ser posicionados fora das áreas de manobra e de
transferência. É recomendado o uso de grelhas lineares junto à parede
oposta à área de acesso.
87

9 Mobiliário

9.1 Condições gerais

Recomenda-se que todo mobiliário atenda aos princípios do desenho


universal, conforme conceitos e princípios abordados no Anexo A.

Quando instalado na rota acessível, deve atender ao disposto em 4.3.3.

9.3.2 Mesas ou superfícies de refeição

9.3.2.1 As mesas ou superfícies de refeição acessíveis devem ser facilmente


identificadas e localizadas dentro de uma rota acessível e estar distribuídas
por todo o espaço.

9.3.2.2 As mesas ou superfícies de refeição acessíveis devem garantir um


M.R. posicionado para a aproximação frontal. Deve ser garantida ainda
circulação adjacente que permita giro de 180° à P.C.R.

9.3.2.3 As mesas ou superfícies de refeição devem ter altura de tampo entre


0,75 m a 0,85 m do piso acabado.

9.3.2.4 Devem ser asseguradas sob o tampo a largura livre mínima de 0,80
m, altura livre mínima de 0,73 m e profundidade livre mínima de 0,50 m para
possibilitar que as P.C.R. avancem sob a mesa ou superfície.

10 Equipamentos urbanos

10.1 Geral

Recomenda-se que os equipamentos urbanos atendam aos princípios do


desenho universal. O Anexo A contém informações e descrição dos princípios
do desenho universal.

10.12 Piscinas

10.12.1 O piso no entorno das piscinas não pode ter superfície escorregadia
ou excessivamente abrasiva. As bordas, degraus de acesso à água,
corrimãos e barras de apoio devem ter acabamento arredondado.

10.12.2 O acesso à água deve ser garantido através de uma das quatro
seguintes formas:

a) bancos de transferências, conforme Figura 64;


b) degraus submersos, conforme Figuras 65 e 66;
c) rampas submersas, conforme 10.12.2.4;
d) equipamentos de transferência para piscinas com profundidade máxima
de 1,20 m, conforme Figura 151.
88

10.12.2.1 Quando o acesso à água for feito por banco de transferência, este
deve atender à Figura 148 e aos seguintes requisitos:

a) ter altura entre 0,40 e 0,48 m;


b) ter extensão de no mínimo 1,20 m e profundidade de 0,45 m;
c) ter barras para facilitar a transferência para piscina. Quando forem
instaladas duas barras, a distância entre elas deve ser de no mínimo 0,60
m;
d) garantir área para aproximação e manobra, sendo que a área para
transferência junto ao banco não pode interferir com a área de circulação;
e) o nível da água deve estar no máximo a 0,10 m abaixo do nível do
assento do banco.

10.12.2.2 Os degraus submersos devem ter o piso variando de 0,35 m a 0,43


m e espelho de no máximo 0,20 m, além da instalação de corrimãos em cada
degrau ou contínuo, conforme Figuras 149 e 150.
89

10.12.2.3 A inclinação das rampas de acesso à água pode ser de no máximo


8,33 % e o piso deve atender às especificações desta Norma. A rampa deve
ter corrimão nos dois lados, a 0,70 m do piso.

10.12.2.4 Quando for instalado equipamento de transferência, devem ser


garantidas as áreas de aproximação e transferência conforme Figura 151.

10.12.3 Nas piscinas, onde houver ducha, no mínimo uma deve garantir o
acesso de pessoa em cadeira de rodas.
90

10.12.4 Recomenda-se a instalação de barras de apoio nas bordas internas


das piscinas, na altura do nível da água, em locais que não interfiram com o
acesso à água, conforme 4.6.5.

10.12.5 Estas condições não se aplicam às piscinas para competição.

Anexo A
(informativo)

Desenho universal e seus princípios

O conceito de desenho universal está definido conforme legislação vigente e


pelas normas técnicas. Este conceito propõe uma arquitetura e um design
mais centrados no ser humano e na sua diversidade. Estabelece critérios
para que edificações, ambientes internos, urbanos e produtos atendam a um
maior número de usuários, independentemente de suas características
físicas, habilidades e faixa etária, favorecendo a biodiversidade humana e
proporcionando uma melhor ergonomia para todos. Para tanto, foram
definidos sete princípios do Desenho Universal, apresentados a seguir, que
passaram a ser mundialmente adotados em planejamentos e obras de
acessibilidade:

1) uso equitativo: é a característica do ambiente ou elemento espacial que


faz com que ele possa ser usado por diversas pessoas,
independentemente de idade ou habilidade. Para ter o uso equitativo
deve-se: propiciar o mesmo significado de uso para todos; eliminar uma
possível segregação e estigmatização; promover o uso com privacidade,
segurança e conforto, sem deixar de ser um ambiente atraente ao
usuário;
2) uso flexível: é a característica que faz com que o ambiente ou elemento
espacial atenda a uma grande parte das preferências e habilidades das
pessoas. Para tal, devem-se oferecer diferentes maneiras de uso,
possibilitar o uso para destros e canhotos, facilitar a precisão e destreza
do usuário e possibilitar o uso de pessoas com diferentes tempos de
reação a estímulos;
3) uso simples e intuitivo: é a característica do ambiente ou elemento
espacial que possibilita que seu uso seja de fácil compreensão,
dispensando, para tal, experiência, conhecimento, habilidades
linguísticas ou grande nível de concentração por parte das pessoas;
4) informação de fácil percepção: essa característica do ambiente ou
elemento espacial faz com que seja redundante e legível quanto a
apresentações de informações vitais. Essas informações devem se
apresentar em diferentes modos (visuais, verbais, táteis), fazendo com
que a legibilidade da informação seja maximizada, sendo percebida por
pessoas com diferentes habilidades (cegos, surdos, analfabetos, entre
outros);
5) tolerância ao erro: é uma característica que possibilita que se minimizem
os riscos e consequências adversas de ações acidentais ou não
intencionais na utilização do ambiente ou elemento espacial. Para tal,
devem-se agrupar os elementos que apresentam risco, isolando-os ou
eliminando-os, empregar avisos de risco ou erro, fornecer opções de
minimizar as falhas e evitar ações inconscientes em tarefas que
requeiram vigilância;
91

6) baixo esforço físico: nesse princípio, o ambiente ou elemento espacial


deve oferecer condições de ser usado de maneira eficiente e confortável,
com o mínimo de fadiga muscular do usuário. Para alcançar esse
princípio deve-se: possibilitar que os usuários mantenham o corpo em
posição neutra, usar força de operação razoável, minimizar ações
repetidas e minimizar a sustentação do esforço físico;
7) dimensão e espaço para aproximação e uso: essa característica diz
que o ambiente ou elemento espacial deve ter dimensão e espaço
apropriado para aproximação, alcance, manipulação e uso,
independentemente de tamanho de corpo, postura e mobilidade do
usuário. Desta forma, deve-se: implantar sinalização em elementos
importantes e tornar confortavelmente alcançáveis todos os
componentes para usuários sentados ou em pé, acomodar variações de
mãos e empunhadura e, por último, implantar espaços adequados para
uso de tecnologias assistivas ou assistentes pessoais.

Anexo C
(informativo)

Detalhamento de barras de apoio

As barras de apoio, quando instaladas, devem atender aos requisitos desta


Norma e aos seguintes:

a) a barra de apoio reta deve ser conforme Figura C.1;


b) a barra de apoio lateral deve ser conforme a Figura C.2;
c) a barra de apoio lateral articulada para bacia sanitária deve ser conforme
a Figura C.3;
d) a barra de apoio lateral para lavatório deve ser conforme a Figura C.4;
e) a barra de apoio a 90° deve ser conforme a Figura C.5.
92
93

Anexo D
(informativo)

Sanitário para uso de pessoa ostomizada

A International Organization for Standardization (ISO) tem discutido, no


âmbito de sua comissão de acessibilidade (TC59/SC16), alternativas para
atender às necessidades de higiene para pessoas ostomizadas, mas ainda
não houve um consenso internacional para a respectiva normalização, em
termos de leiaute, uso exclusivo ou não, medidas e tolerâncias, ou mesmo
aprovação pelas autoridades sanitárias envolvidas em cada país. Uma
solução que foi reportada para a ABNT pela Sociedade Brasileira de
Ostomizados como tendo sido adotada em alguns casos no Brasil para esta
finalidade é a ilustrada na Figura D.1.

Obs.: Todos os pontos apresentados nesta pesquisa sobre legislação têm apenas
caráter informativo, não eximindo o texto original da lei, decretos, bem como os anexos
e outras disposições.
94

4 SISTEMA CONSTRUTIVO

Um sistema construtivo é um conjunto de procedimentos e regras que definem quais


etapas e materiais devem ser empregados durante a construção de determinada
edificação. Dentro da construção civil existem diversos sistemas construtivos que
podem ser utilizados.

FUNDAÇÃO

A fundação é considerada um elemento estrutural básico, sendo muito importante no


processo de execução de uma edificação. Ela tem a função de receber todas as
cargas da construção, como o peso próprio da estrutura e demais elementos
construtivos, cargas acidentais, transitórias e distribuir pelo solo no qual está
implantada.
As fundações podem ser subdivididas em dois tipos principais: fundações diretas (ou
rasas) e fundações indiretas (ou profundas). As fundações diretas/rasas são utilizadas
em solos que possuem maior resistência em sua camada superficial (suficiente para
suportar a edificação), são de simples execução, possuem no máximo 2 m de
profundidade e seu custo é relativamente baixo. Alguns dos tipos de fundação rasa
podem ser conferidos nas alíneas abaixo:

a) Bloco de Concreto: São elementos de fundação recomendados para obras


de baixo porte e solos com alta resistência. Podem ser executados apenas
com concreto, ou seja, dispensam o uso de armaduras; sua base em planta
é quadrada ou retangular. A escolha deste método proporciona grande
economia de tempo e custo.

b) Sapata Isolada: Possui uma capacidade de carga média, pois é feita a partir
do uso de concreto acompanhado por armadura de aço. Sua base em planta
pode ser quadrada, retangular ou trapezoidal. As sapatas isoladas são
dimensionadas de forma a suportar a carga de somente um pilar,
costumando ser menores.

c) Sapata Corrida: Também possui capacidade de carga média e é executada


em concreto armado. A diferença é que a sapata corrida é utilizada e
95

dimensionada para suportar as cargas de elementos contínuos (como


muros ou paredes); estas cargas são distribuídas linearmente pelo elemento
de fundação.

d) Sapata Associada: Também executada em concreto armado e com


capacidade de carga média, a especificidade da sapata associada é o fato
de suportar as cargas de vários pilares ao mesmo tempo, geralmente
próximos.

e) Viga de Fundação (ou Baldrame): São elementos estruturais


“intermediários”, uma vez que estão entre a infraestrutura (fundação) e
superestrutura (estrutura de pilares e vigas) da edificação. As vigas
baldrame tem como função receber as cargas das alvenarias e elementos
estruturais da edificação que estão acima do solo e transmiti-los para os
elementos de fundação.

f) Grelha: É um elemento de fundação constituído por diversas vigas que se


cruzam entre os pilares, recebendo suas cargas. São utilizadas
principalmente em obras de menor porte, quando as cargas exercidas pelos
pilares são baixas.

g) Radier: É um elemento estrutural único, que sozinho recebe todas as cargas


da edificação (pilares e alvenarias). Assemelha-se a uma laje e é de
concreto armado. Costuma ser utilizado em obras de pequeno porte e solos
predominantemente planos; sua execução é rápida e de baixo custo.

SUPERESTRUTURA

A superestrutura é a parte de uma construção que está acima do nível do solo.


Compreende elementos como vigas, pilares, lajes, entre outros. Sendo que dentro de
cada um desses elementos existem ainda outros, ou seja, podem ser vistos como um
agrupamento, existindo assim elementos como painéis, sarrafos, aprumadores,
escoras metálicas, travamento, torres, contraventamentos, guias de amarração, mão
francesa, pontaletes de madeira, entre outros. Nas alíneas a seguir estão alguns
exemplos de sistemas estruturais:
96

a) Concreto Armado: Consiste na utilização de concreto e aço para a execução


de vigas, pilares e lajes, por exemplo. Estes elementos são estruturais e
deve ser utilizada a alvenaria de vedação para a separação dos ambientes
por meio de blocos de vedação cerâmicos ou de concreto.

b) Alvenaria (Bloco) Estrutural: Consiste na utilização de blocos estruturais


cerâmicos ou de concreto para a união da vedação e estrutura em um único
elemento. Este sistema construtivo deve ser bem dimensionado para evitar
incompatibilidades e futuras patologias na edificação.

c) Estrutura Metálica: Consiste na utilização de perfis metálicos para a


execução da estrutura. Estes perfis têm a vantagem de serem capazes de
alcançar grandes vãos, sendo muito utilizados em galpões e estádios. Sua
vedação é bem ampla, podendo ser utilizado desde alvenaria de vedação
com bloco cerâmicos, até placas drywall.

d) Parede de Concreto: Consiste na utilização de paredes estruturais maciças


de concreto armado. São executadas pelo auxílio de formas de madeiras
ou metal que são montadas in loco de acordo com o projeto arquitetônico e
executivo. Assim como a alvenaria estrutural, já é feita como uma vedação
e as instalações prediais são embutidas.

e) Steel Frame: Consiste na utilização de perfis de aço galvanizado para a


estrutura e parte da vedação. Seu fechamento pode ser feito por meio de
placas cimentícias, madeira ou drywall. Ponto a destacar é que não deve
confundir o Steel Frame com a estrutura metálica. O Steel Frame é
produzido com aço galvanizado, já a estrutura metálica é executada com
perfis de aço carbonizado, que apresenta grande resistência.

f) Wood Frame: Consiste na utilização de perfis de madeira de


reflorestamento para a estrutura e parte da vedação, assim como no Steel
Frame. É importante ressaltar que a madeira utilizada neste sistema
construtivo deve ser maciça, contraventada com chapas de OSB (Painel de
Tiras de Madeira Orientadas) e autoclavada para a proteção contra cupins
e umidade.

g) Tijolo Ecológico: Consiste na utilização de blocos de materiais


reaproveitados para promover um impacto ambiental positivo. Assim como
97

nas construções convencionais, ele age apenas como sistema de vedação,


sendo assim necessário a utilização de algum sistema estrutural. Existem
diferentes tipos de tijolos ecológicos. Alguns deles possuem encaixes entre
as peças, que podem ser executadas com pouca ou nenhuma argamassa.
Podem receber reforço de vergalhões para melhor a capacidade de suporte.

h) Contêiner: Consiste na utilização de containers marítimos para a execução


de edificações. Os containers podem ser sobrepostos, de modo a alcançar
diferentes elevações e pavimentos. Eles possuem uma grande resistência
a corrosão por serem feitos em aço Corten, porém possuem baixo
isolamento termoacústico, o que deve ser compensado nos revestimentos
e afins.

ALVENARIAS

Uma alvenaria é um conjunto de blocos ou outras peças, de diversos materiais, unidos


geralmente por argamassa de assentamento, formando um elemento vertical. Suas
funções podem ser estruturais, dividir ambientes, oferecer proteção acústica, térmica
e de intempéries (ventos, chuvas) para a edificação. As alvenarias se subdividem-se
em Alvenaria de Vedação (ou Convencional) e Alvenaria estrutural. Confira nas
alíneas desta seção:

a) Alvenaria de Vedação (ou Convencional): Possui apenas as funções de


vedar e separar os ambientes da edificação, podendo ser executada, por
exemplo, com blocos de diversos materiais, como cerâmica, concreto, vidro,
entre outros. A estrutura, neste caso, é feita separadamente, ou seja, ela
suporta apenas seu peso próprio, permitindo assim o suporte de grandes
vãos, facilitando reformas (pois permite alterações, uma vez que não possui
função estrutural). É o tipo de alvenaria mais utilizado no nosso país.

b) Alvenaria Estrutural: Une as funções de estrutura e fundação em único


elemento, por isso, devem ser dimensionadas no projeto estrutural e as
instalações elétricas e hidráulicas devem ser feitas paralelamente à
execução da alvenaria, pois alterações posteriores não são permitidas, uma
vez que elas possuem funções estruturais. Reformas sem consultar o
98

projeto e seus responsáveis não são permitidas, podendo causar danos


graves à edificação. Também é necessário lembrar que este tipo de
alvenaria exige blocos (os chamados “blocos estruturais”, que podem ser
cerâmicos ou de concreto) e argamassa específicos (com maior
resistência), conforme especificado pela ABNT.

c) Ecogrid: Consiste na utilização de painéis monolíticos de Poliestireno


Expandido (ESP) para a vedação de uma edificação. Eles também podem
ser concebidos para paredes, telhados, lajes e pisos de diversos projetos.
A alvenaria, neste caso, é constituída por malhas de aço galvanizado e os
blocos de EPS, podendo ser complementada ainda com argamassa.

COBERTURA

Cobertura é a parte superior, que protege a edificação do exterior e suas intempéries


(chuva, vento, entre outras). Pode ser executada das mais diversas formas, buscando
sempre o maior conforto possível, por isso pode até acompanhar sistemas especiais,
que são capazes de proporcionar maior isolação térmica e/ou acústica para a
edificação. Alguns tipos de cobertura estão citados nas alíneas a seguir:

a) Laje de Cobertura: A laje é uma das principais opções de cobertura, mas


que não costuma ser utilizada sozinha, usualmente é acompanhada por um
telhado. No entanto, é possível sim fazer a cobertura de uma edificação
apenas com uma laje de concreto armado, mas esta deve passar por um
rígido processo de impermeabilização, para não acarretar patologias no
futuro.

b) Telhado: O tipo de cobertura mais utilizado nas construções, pode vir


acompanhado de uma laje, forros ou até mesmo nenhuma destas opções.
Os telhados são sempre compostos por uma estrutura (geralmente de
madeira, também podendo ser metálica), dimensionada para suportar tanto
as cargas quanto as telhas (que podem ser de cerâmica, cimento, plástico,
vidro, aço, palha, entre outros materiais).

c) Telhado Verde (ou Ecológico): Uma alternativa de cobertura mais


sustentável, que consiste no uso de vegetações para tal. É constituído a
99

partir de uma laje, sistemas de impermeabilização e drenagem (com terra e


rochas) e, por fim, a vegetação. Este telhado ecológico proporciona
sustentabilidade e grande conforto térmico para a edificação.

ESCOLHAS PARA O PROJETO

4.5.1 Motivações

Os principais motivos que influenciaram a escolha destes respectivos elementos,


citados a seguir, são: uso de materiais que não geram muitos resíduos na obra, nem
poluentes no meio ambiente - ponto que foi decisivo, pois envolve os principais valores
da nossa empresa (fictícia), que trabalha voltada para o respeito e preservação da
natureza. Outras razões foram o fato destes elementos proporcionarem menor tempo
de execução, liberdade arquitetônica no projeto, menor consumo de materiais
naturais, maior resistência, canteiro de obras menor, mais limpo e mais organizado.
Para a execução deste projeto, dentre todas as opções apresentadas anteriormente,
foram selecionados: como elemento construtivo, a Estrutura Metálica; como
elementos de fundação, as Sapatas Isoladas e Vigas Baldrame; e como alvenaria, as
Alvenarias de Vedação (ou Convencionais). Nas seções de 4.5.2 a 4.5.5 um
detalhamento de cada uma destas escolhas.

4.5.2 Estrutura Metálica

Para este projeto, adotou-se a Estrutura Metálica como sistema construtivo da


superestrutura e cobertura. A estrutura metálica consiste no uso de perfis de aço para
a execução dos elementos estruturais. Na prática, esses perfis metálicos vêm prontos
de fábrica, sendo feitos de chapas galvanizadas, que seria um revestimento em volta
do aço para a proteção contra a corrosão.
O aço empregado nesses elementos estruturais é diferente do utilizado em concreto
armado, sendo no concreto armado o aço usado juntamente com o concreto para o
auxílio na resistência pela tração e na estrutura metálica usado para ter total
resistência à tração e compressão, assim sustentando toda a edificação.
100

Sua execução é feita a partir de solda ou parafusos entre seus elementos e a própria
fundação, descrita anteriormente.
Usar estruturas de aço à primeira vista é algo que consome grande parte do
orçamento para a obra, porém a longo prazo, isso é um mal necessário pois
comparado a outros sistemas construtivos, este é um dos mais duráveis, o que faz
com que haja menos manutenção com o passar do tempo, mas sempre deve-se ficar
atento quanto à corrosão e aos incêndios, sendo esses fatores de grande
desvantagem para o aço.

4.5.3 Sapata Isolada

Para a parte de infraestrutura foi adotada a sapata isolada. A sapata isolada é indicada
para terrenos com solo firme e de boa resistência, porque a profundidade da
escavação para o encaixe dela não é muito profunda, sendo geralmente em torno de
1,5 m a 2 m. Caso o solo não seja muito firme, pode acabar ocasionando o
afundamento de toda a fundação, e posteriormente, a edificação inteira.
O local em que cada sapata será colocada é determinado a partir do projeto estrutural,
com a indicação dos pilares, já que as sapatas servem justamente para receber as
cargas dos pilares e distribuí-las no solo.
O formato que as sapatas isoladas têm é geralmente com a base quadrada ou
retangular e o topo piramidal ou reto, onde os pilares são elevados posteriormente. A
armação da sapata pode ser feita de dois modos: radier (recomendado apenas para
edificações térreas) ou de gaiola (que pode ser usado em edificações com mais de
um pavimento). Para a confecção dessas sapatas, é feita a escavação e logo após, a
compactação do solo para receber uma camada de 5cm de concreto magro (um
concreto com pouco cimento e pouca água, mas com bastante agregado), a fim de
nivelar a escavação e evitar que o aço entre em contato com a umidade do solo. Após
isso, para uma melhor fixação da armadura, usa-se os espaçadores laterais. Então as
colunas de aço de arranque são fixadas, de maneira perpendicular aos aços da
sapata, ou seja, na vertical, onde vão os pilares após mais ou menos 7 dias de cura
do concreto, porém como adotou-se a estrutura metálica para a superestrutura,
deverá ser soldada uma placa de aço no topo da sapata que será soldada ou
parafusada nesta placa.
101

4.5.4 Viga Baldrame

As vigas baldrames trabalham a compressão a partir da resistência do concreto. As


vigas recebem as cargas das alvenarias, coberturas, pilares, entre outros elementos
da construção, transmitindo a carga de toda a edificação à fundação de sapatas,
evitando assim, o surgimento de diversas patologias, como trincas e umidade.
Da mesma forma que a sapata, a partir do projeto estrutural são determinados os
locais de escavação para as vigas baldrame. Com as escavações feitas e a
compactação do solo finalizada, deve ser aplicado 5cm de concreto magro para evitar
a degradação do aço da armadura e, consequentemente, da estrutura.
A execução das vigas pode ser feita de três maneiras diferente:

a) In-loco: a concretagem é feita na própria obra, ou seja, com a colocação de


formas de madeira, isopor, papelão, plástico etc., armadura é depositada de
maneira a ficar com um comprimento nominal de 2cm, espaço entre o
término da forma e o limite da armadura, a fim de evitar o contato do aço
com oxigênio, ocorrendo assim a oxidação da armadura;

b) Vigas Pré-Moldadas: onde o único trabalho é encaixar as peças já


confeccionadas em suas respectivas valas;

c) Blocos de Concreto: são blocos em formato de U, os quais após sua


aplicação nas escavações, recebem um preenchimento com concreto para
melhor sustentação.

4.5.5 Alvenaria de Vedação (ou Convencional)

Associado à estrutura, como sistema de vedação, a alvenaria de vedação foi o método


escolhido. É amplamente utilizada em construções de concreto armado, mas também
é possível utilizá-la em estruturas de aço.
Consiste no assentamento de blocos de vedação para a divisão e conforto dos
ambientes dentro de uma edificação. Ela não age como elemento estrutural, sendo
assim não deve ser empregada nenhuma carga além da sua própria.
Ela deve obedecer ao projeto executivo de estrutura nas suas posições e espessuras.
Devem ser utilizados blocos de concreto de vedação que atendam as especificações
102

NBR 6131 e NBR 12118. As paredes devem ser moduladas de modo a utilizar-se o
maior número possível de componentes inteiros, ou seja, sem recortes. O
assentamento dos componentes deve ser executado com uma camada de cerca de 1
cm. Outras especificações estão descritas nas normas citadas.

4.5.6 Steel Deck

O método de Steel Deck, também conhecido como “laje mista” ou “laje colaborante”,
consiste na execução, justamente, de uma laje mista de concreto armado e telhas
metálicas, desenvolvido nos Estados Unidos por volta da década de 1950, chegando
ao Brasil cerca de vinte anos depois.
Neste sistema, as telhas de aço galvanizado (tratado com uma camada de zinco)
possuem dupla função, uma vez que funcionarão tanto como forma para a
concretagem da laje – que pode ser de piso e/ou cobertura - quanto como armadura
positiva desta estrutura, localizada na parte inferior. Quando utilizado, o projeto deverá
estar de acordo com o disposto na ABNT NBR 8800:2008 para Projeto de estruturas
de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios e as telhas metálicas,
com a ABNT NBR 16421:2015 sobre Telha-fôrma de aço colaborante para laje mista
de aço e concreto – Requisitos e Ensaios. Além disso, podem adquirir diversos
formatos (sendo o trapezoidal o mais comum dentre todos) e obrigatoriamente devem
possuir em uma das faces ranhuras e reentrâncias, para auxiliar na aderência ao
concreto, fazendo funcionar toda a estrutura.
Durante a elaboração do projeto e cálculos estruturais, é importante levar em conta a
carga e vãos máximos, para a escolha da telha correta, com a espessura,
comprimento e largura ideais; no nosso caso, de uma residência unifamiliar, as chapas
poderão ser mais finas. Todas estas informações devem ser consultadas nos
respectivos manuais fornecidos pelo fabricante.
Na montagem propriamente dita, as telhas metálicas são apoiadas sobre a estrutura
(neste caso, também metálica), fixadas umas às outras e depois nas próprias vigas,
com solda e parafusos (também chamados de “conectores de cisalhamento”, são eles
que proporcionam a interação entre o concreto e as chapas). Caso necessário, pode
ser acrescentada uma armadura adicional de barras de aço (“malha antifissuração”),
que funcionará como um reforço e distribuirá as cargas aplicadas sobre a laje. Por fim,
103

ocorrerá a concretagem, de acordo com o recomendado pelo fabricante, pois existem


certos tipos de aditivos que devem ser evitados, caso possuam elementos que
prejudiquem as telhas metálicas. Também é recomendável utilizar um concreto mais
fluído, como o “autoadensável”, tomando muito cuidado com o excesso de carga em
determinado local, durante todo o processo.
As principais vantagens do uso do Steel Deck são: a redução ou até dispensa do
escoramento das lajes; menor tempo de execução desta etapa (pois os materiais são
muito mais leves e práticos de transportar e montar); menos custos de mão-de-obra;
economia em diversos materiais (principalmente em madeira para escoramento e
aço); maior segurança para os trabalhadores; é um método “limpo”, que não gera
desperdício nem resíduos, portanto sustentável; proporciona alta qualidade no
acabamento da laje; e ainda possui muita resistência à altas temperaturas, incluindo
incêndios de até trinta minutos. Estes foram os motivos que nos levaram à escolha
deste método, da mesma forma que optamos pelo sistema construtivo de estrutura
metálica. À primeira vista, pode parecer um alto custo, devido à importação, mão-de-
obra especializada e afins, no entanto, quando levada em conta a economia
proporcionada em outros fatores, isso muda, além do ganho em sustentabilidade, fator
principal e decisivo na escolha de todos os elementos para este projeto.
104

5 SUSTENTABILIDADE

Sobre a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável é possível afirmar que:

[...] A humanidade tem a capacidade de tornar o desenvolvimento sustentável


para garantir que ele atenda às necessidades do presente sem comprometer
a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias
necessidades. [...] Em essência, o desenvolvimento sustentável é um
processo de mudança em que a exploração dos recursos, a direção dos
investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico; e as mudanças
institucionais estão todas em harmonia e aumentam o potencial atual e futuro
para atender às necessidades e aspirações humanas. [...] 1 (CMMAD. ONU,
0F

1987, p. 16 e 43, tradução nossa)

Sendo assim, o desenvolvimento sustentável busca a sustentabilidade por meio de


ações que visam o não esgotamento dos recursos naturais, essa sustentabilidade que
tem a finalidade de reconhecer a necessidade de reduzir o excesso de consumo
através de uma mudança do modo de vida. Tendo tudo isso em mente, é necessário
que se faça o uso de materiais sustentáveis e renováveis para que além de expor
outros modos de vida, as matérias-primas no futuro ainda existam.

MATERIAIS ALTERNATIVOS

5.1.1 Concreto Vivo

O concreto vivo é um bioconcreto – desenvolvido na Universidade de Tecnologia de


Delft, na Holanda – com bactérias (específicas que sobrevivam nas condições do
concreto, denominadas “agentes de cura”) que é misturado ao concreto convencional,
com o objetivo de tornar a construção mais durável ou seja aumentar sua vida-útil.
Isso porque estas bactérias adicionadas ao concreto tem a capacidade de produzir
calcário, sendo ativadas caso a estrutura apresente a formação de alguma patologia.

1
No original: Humanity has the ability to make development sustainable to ensure that it meets the
needs of the present without compromising the ability of future generations to meet their own needs.
In essence, sustainable development is a process of change in which the exploitation of resources,
the direction of investments, the orientation of technological development; and institutional change are
all in harmony and enhance both current and future potential to meet human needs and aspirations.
105

Com a infiltração de água por esta rachadura, a bactéria é ativada e começa a produzir
o calcário (a partir de cálcio e carbono), preenchendo a rachadura.
O concreto vivo será usado em nosso projeto na etapa de concretagem das lajes do
pavimento térreo, primeiro pavimento e cobertura.

5.1.2 Telha de Fibra Ecológica

É uma telha produzida a partir de resíduos de fibras naturais e/ou materiais


reutilizados (como garrafa PET ou celulose), contribuindo com o meio ambiente e
proporcionando a economia de materiais naturais, diminuindo os impactos da
construção civil sobre a natureza. Bastante resistentes, possuem alta durabilidade,
isolamento térmico, acústico, não possuem compostos tóxicos, são muito mais leves
que todas as outras convencionais, além de serem bem mais econômicas.
Para o projeto, foram selecionadas as telhas da fabricante Onduline, que são feitas
de fibras vegetais impermeabilizadas com asfalto e resina termofixa. Sua composição
de cores é feita com pigmentos mineiras.

5.1.3 Tinta Mineral

Produzida à base de terra crua e água, a tinta mineral é totalmente sustentável e


natural, proporcionando um revestimento mais durável, resistente, inusitado
(principalmente em relação às cores e texturas) e seguro, por não possuir em sua
composição materiais tóxicos. Sua aplicação deve ser feita diretamente sobre a
camada de argamassa sarrafeada, pois esse tipo de tinta não adere à materiais
acrílicos ou massas corridas. Além disso, outros pontos fortes que nos levaram a
escolha da tinta mineral são: respiração da alvenaria, material sem odor e livre de
fungos, mofo e bactérias.

5.1.4 Vidro Autolimpante

O vidro autolimpante se relaciona muito bem com a água, pois recebe uma camada
de dióxido de titânio durante sua fabricação, que fará com que a água escorra por
completo e se espalhe por toda a sua superfície, impedindo a formação de gotículas
106

e o acúmulo de sujeira, impedindo a criação de manchas no vidro. O dióxido de titânio


consegue ainda repelir a poeira através dos raios UV (que ao interagir com o vidro,
desintegra moléculas orgânicas à base de carbono). Esta solução tecnológica pode
acabar se tornando sustentável também a longo prazo, pois esta facilidade de limpeza
proporciona economia de água (que seria utilizada para a limpeza). É indicado apenas
para ambientes externos, uma vez que não teria utilidade em ambientes internos.

5.1.5 Madeira de Demolição

A madeira de demolição é resgatada de demolições de antigas obras, sendo um


método completamente sustentável. A madeira é coletada e tratada antes de ser
reaplicada, logo, é possível comprar de uma empresa especializada em madeira de
demolição. Pode ser utilizada, no nosso projeto, no deck, nas molduras de esquadrias
de madeira e nos pisos das escadas.

5.1.6 Aproveitamento de Águas Pluviais

A água é um recurso natural que está se extinguindo rapidamente. A falta de controle


e uso dela, pode resultar na escassez desse bem intrínseco à vida. Por isso, é de
suma importância utilizá-lo com responsabilidade, e assim, o aproveitamento de
águas pluviais auxilia sendo uma das soluções mais efetivas. Além de ser um sistema
sustentável, ajudando o meio ambiente, também promove a economia da residência,
fazendo com que os gastos com a conta de água reduzam drasticamente.
A ABNT NBR 15527:2007, baseia esse sistema, para que ele funcione de forma
correta. A água da chuva é coleta por meio de calhas interligadas à cobertura onde
será guiada até um filtro para retirar algumas impurezas mais densas e armazenada
em uma cisterna com um clorador.
Segundo as normas, essa água reaproveitada não pode ser utilizada para fins
potáveis como ingestão, mas pode ser usada para: irrigar plantas, descargas no vaso
sanitário, lavagens de pisos, carros máquinas etc.
107

5.1.7 Pavimento Drenante

É uma espécie de piso para áreas externas que permite a permeabilização e infiltração
de água até o solo, feito com materiais reciclados, podendo ser utilizado até mesmo
em ambientes de tráfego mais pesado, por ser bastante resistente. Aliado a um
sistema de captação desta água que passa pelo piso, conseguimos um método mais
sustentável ainda, uma vez que ela poderá ser reutilizada para lavagem da área
externa, calçada, carros e demais atividades que não exigirem água tratada.

5.1.8 Aquecedor Solar

O Aquecedor Solar é composto basicamente de 1 (um) reservatório térmico e dos


coletores solares. Seu funcionamento é extremamente simples. A radiação solar é
absorvida pelo coletor solar ao longo do dia em forma de calor, que vai sendo
transferido para a água que está nos tubos do próprio coletor, sendo então
armazenada no reservatório térmico. Este reservatório térmico armazena e conserva
a água aquecida para ser consumida posteriormente pelos usuários. É um método
muito sustentável, pois a economia da energia elétrica é grande.

5.1.9 Postes Fotovoltaicos

Os postes possuem painéis fotovoltaicos que captam a energia dos raios solares,
convertidas em energia elétrica por um transformador em sua própria estrutura, que a
armazena em uma bateria, disponível para uso quando necessário. Serão locados
dois postes fotovoltaicos na área externa do imóvel, a fim de auxiliar na potência de
iluminação do projeto elétrico, além de contribuir na questão de sustentabilidade,
sendo uma forma alternativa e limpa de geração e uso de energia.
108

6 PROJETO

BRIEFING DO CLIENTE

Visando ter um espaço maior para o lazer da família e amigos, bem como o conforto
e acessibilidade para o filho com deficiência motora, o casal paulistano – Helena, 30,
bióloga e Joana, 27, tatuadora – entrou em contato com nossa companhia de
Engenharia e Arquitetura, Arborius, para traçar um padrão arquitetônico capaz de
atendar suas necessidades na nova residência, locada no bairro da Vila Sônia em São
Paulo.
Dentro de um terreno de 350 m², com limite financeiro para construção de 150 m², as
contratantes optaram pelo uso de materiais alternativos e mais econômicos para a
execução do serviço, sendo assim, sugerimos o sistema de estrutura metálica.
No térreo, estão inclusos nas exigências rampas de acesso para cadeira de rodas,
garagem para dois carros e plataforma elevatória; No primeiro pavimento, o pedido foi
para que a cozinha e as salas de estar e jantar permanecessem em conceito aberto,
juntamente com lavabo, área de serviço, piscina com recursos para a realização de
hidroterapia integrada à área gourmet/lazer e um jardim para cultivo de hortaliças e
vegetais, bem como plantas ornamentais; Já no segundo pavimento, elas solicitam
dois dormitórios, um para cada filho, banheiro social, suíte e sala de estudos, tudo
isso a fim de proporcionar comodidade tanto aos filhos, quanto as contratantes, para
que não sejam interferidos em seus estudos, trabalhos, e mantenha a organização da
residência.
109

PROJETO ARQUITETÔNICO

Figura 9 - Planta de Situação

Fonte: Elaboração Própria

Figura 10 - Arquitetura Pavimento Térreo

Fonte: Elaboração Própria


110

Figura 11 - Arquitetura 1º Pavimento

Fonte: Elaboração Própria

Figura 12 - Arquitetura 2º Pavimento

Fonte: Elaboração Própria


111

Figura 13 - Cobertura

Fonte: Elaboração Própria

Figura 14 - Corte AA (Longitudinal)

Fonte: Elaboração Própria


Figura 15 - Corte BB (Transversal) Figura 16 - Fachada

Fonte: Elaboração Própria Fonte: Elaboração Própria


112

Figura 17 - Elevação Lateral Esquerda

Fonte: Elaboração Própria

PROJETO ESTRUTURAL

Figura 18 - Fundação (Sapata Isolada)

Fonte: Elaboração Própria


113

Figura 19 - Estrutura Pavimento Térreo

Fonte: Elaboração Própria

Figura 20 - Estrutura 1º Pavimento

Fonte: Elaboração Própria


114

Figura 21 - Estrutura 2º Pavimento

Fonte: Elaboração Própria

PROJETO ELÉTRICO

Figura 22 - Legenda do Projeto Elétrico

Fonte: Elaboração Própria


115

Figura 23 - Elétrica Pavimento Térreo

Fonte: Elaboração Própria

Figura 24 - Elétrica 1º Pavimento

Fonte: Elaboração Própria

Figura 25 - Elétrica 2º Pavimento

Fonte: Elaboração Própria


116

PROJETO HIDRÁULICO

Figura 26 - Hidráulica Pavimento Térreo

Fonte: Elaboração Própria

Figura 27 - Hidráulica 1º Pavimento

Fonte: Elaboração Própria


117

Figura 28 - Hidráulica 2º Pavimento

Fonte: Elaboração Própria

Figura 29 - Hidráulica Cobertura

Fonte: Elaboração Própria


118

DETALHAMENTOS

Figura 30 - Banheiro Social ( Planta Baixa)

Fonte: Elaboração Própria

Figura 31 - Banheiro Social (Vistas A e B)

Fonte: Elaboração Própria


119

Figura 32 - Banheiro Social (Vistas C e D)

Fonte: Elaboração Própria

Figura 33 - Cozinha (Planta Baixa)

Fonte: Elaboração Própria


120

Figura 34 - Cozinha (Vista A)

Fonte: Elaboração Própria

Figura 35 - Cozinha (Vista B)

Fonte: Elaboração Própria


121

Figura 36 - Escadas (Planta Baixa)

Fonte: Elaboração Própria

Figura 37 - Escadas (Vistas A e B)

Fonte: Elaboração Própria


122

7 PLANEJAMENTO

Gráfico 1 - Gantt (Duração da Obra)

Fonte: Elaboração Própria

Nota: Duração total da obra é de 7 meses.


123

Gráfico 2 - Curva ABC

Fonte: Elaboração Própria

Nota: Gasto elevado durante as primeiras atividades, tendo uma suavização logo
após. Valor total de R$ 1.335.100,00.
124

8 CONCLUSÃO

Com este trabalho, portanto - que objetivou a projeção de um imóvel residencial com
o uso predominante de materiais alternativos -, foi possível comprovar que é
perfeitamente viável obter uma edificação sustentável, que respeita o meio ambiente
e faz o uso dos recursos naturais de forma responsável, ao mesmo tempo que não
ocorram quaisquer perdas funcionais, estéticas e/ou objetivas.
Além de cumprir com as necessidades e exigências do cliente, percebe-se que muitos
dos materiais alternativos aqui selecionados ainda excedem o campo de sua função
original, proporcionando inúmeros benefícios para a família que habitará a residência
e contribuindo para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Um exemplo disso
é o uso do Pavimento Drenante, uma categoria de pavimentação de pisos que utiliza
peças de revestimento constituídas a partir da reciclagem de sobras de demais
elementos da construção civil, dispensados por muitas obras, mas que podem ser
recolhidos e reaproveitados. Os pisos drenantes, porém, não se restringem somente
à função de sustentáveis por causa do reuso de outros resíduos, uma vez que também
permitem a captação das águas pluviais incidentes sobre a pavimentação externa,
que é encaminhada diretamente para um sistema de tratamento, permitindo seu uso
em ambientes externos da residência e processos de limpeza diversos. Ato este que
constitui uma ação responsável sobre a utilização de um recurso que é finito e
encontra-se em perigoso estado de escassez atualmente.
Um último ponto a ser explicitado é o custo final do projeto como um todo. É inegável
que todas estas tecnologias e sistemas exigem um desembolso maior do cliente, cujo
valor torna-se alto, levando em consideração que o país onde o projeto será
implantado ainda não prioriza nem incentiva a sustentabilidade. Portanto, tudo fica
apenas sob a responsabilidade financeira e moral do cliente, que neste caso optou
sem ressalvas por contratar o serviço e obter a realização de seu desejo por um imóvel
alternativo. O custo financeiro é elevado, mas quando imposto para contribuir na
preservação do nosso planeta, é um gasto incomparável.
125

REFERÊNCIAS

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sustentabilidade a ambientes internos. [São Paulo], [201-?]. p. 1. Disponível em:
https://www.aecweb.com.br/revista/materias/madeira-de-demolicao-confere-estetica-
e-sustentabilidade-a-ambientes-internos/7268. Acesso em: 24 maio 2021.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6023: Informação


e documentação - Referências. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.

______. ABNT NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de


Janeiro: ABNT, 2014.

______. ABNT NBR 6120: Ações para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de
Janeiro: ABNT, 2019.

______. ABNT NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro: ABNT,
2019.

______. ABNT NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro:
ABNT, 1988.

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Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.

______. ABNT NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço
e concreto de edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.

______. ABNT NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliários, espaços e


equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.

______. ABNT NBR 12118: Blocos vazados de concreto simples para alvenaria –
Métodos de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2011.

______. ABNT ANBR 14432: Exigências de resistência ao fogo de elementos e


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DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum = Our Common Future. Organização
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mais-se-desenvolvem-na-cidade. Acesso em: 12 abr. 2021.
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APÊNDICE A - MEMORIAL DESCRITIVO


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APÊNDICE B – ENTREVISTA COM O CLIENTE


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