Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Centro de Engenharias
Curso de Graduação em Engenharia Civil
Pelotas, 2020
Lucas Barbosa da Silveira Rodrigues
Pelotas, 2020
Lucas Barbosa da Silveira Rodrigues
Banca examinadora:
À minha mãe, Mara Cristina Barbosa da Silveira, que não há dia em que não
lute por mim. Eu jamais teria oportunidades na vida sem seu empenho. Esta
conquista é mais dela do que minha.
À minha família, por todo o amor, respaldo e contribuições que vão das
mínimas às máximas possíveis. São minha base de suporte, configurando o
ambiente para o qual eu sempre desejarei retornar.
Aos amigos, pessoas que vieram, ficaram ou se foram, que estiveram
presentes ou distantes torcendo por mim, me proporcionando apoio, compreensão e
sentimentos de esperança.
À minha orientadora e aos professores que compõem esta banca
examinadora, profissionais incríveis que se mantiveram dispostos, acolhedores e
pacientes, mostrando-me que mudar o mundo é possível.
A todos que têm me agregado de qualquer forma, seja na Universidade ou na
vida, que me enriqueceram com suas contribuições, que me mostraram o caminho
certo muitas vezes e que fizeram esta longa jornada valer à pena.
This research work has a practical and executive bias, regarding the proposal to
renovate an inventoried public building, for the expansion of the Engineering Center
of the Federal University of Pelotas. These are feasibility studies, research on the
demands of the academic community and retrofitting of projects already prepared to
promote a quality educational space that meets the needs of the academic
community of this Unit, in accordance with Brazilian technical standards.
Methodologically employing an empathic project model, a technical and photorealistic
project was developed that contemplates the greatest demands of the community
found throughout the research, concluding that participation and inclusive
involvement is fundamental to obtain a good project.
1. Introdução............................................................................................... 23
1.1. Justificativa ............................................................................................ 23
1.2. Objetivo geral.......................................................................................... 24
1.3. Objetivos específicos ............................................................................. 24
1.4. Delimitações ........................................................................................... 25
2. Objeto de estudo..................................................................................... 26
2.1. O entorno ................................................................................................ 26
2.2. A edificação ............................................................................................ 27
2.3. Critérios de preservação......................................................................... 29
3. Referencial teórico.................................................................................. 32
3.1. Acessibilidade e Inclusão ....................................................................... 32
3.2. Legislação para obras públicas educacionais ........................................ 34
3.3. Desempenho e habitabilidade................................................................. 36
3.4. Saídas de emergência ............................................................................. 38
3.5. Intervenções no patrimônio de Pelotas .................................................. 39
4. Metodologia ............................................................................................ 49
4.1. Estudos preliminares .............................................................................. 49
4.2. Levantamento métrico e fotográfico ....................................................... 50
4.3. Questionário online e programa de necessidades .................................. 55
4.4. Proposta projetual em planta baixa ........................................................ 58
4.5. Proposta projetual em fotorrealismo ...................................................... 59
5. Ampliação de referenciais aplicáveis ao projeto..................................... 61
5.1. Análise de tipologia, conceito e partido.................................................. 61
5.2. Design de interiores................................................................................ 62
5.2.1. Ergonomia .............................................................................................. 63
5.2.2. Acessibilidade plena ............................................................................... 65
5.2.3. Pessoa com deficiência, restrição ou mobilidade reduzida .................... 66
5.2.4. Neurodiversidade e multissensorialidade ............................................... 67
5.2.5. Inclusão e Desenho Universal................................................................. 70
5.2.6. Mobiliário e antropometria ...................................................................... 73
5.2.6.1. Assentos Públicos ............................................................................ 74
5.2.6.2. Superfícies de trabalho..................................................................... 78
5.2.6.3. Armazenamentos .............................................................................. 81
5.2.6.4. Mobiliário fixo ................................................................................... 85
5.2.7. Pisos e revestimentos............................................................................. 89
5.2.8. Paleta de cores e decoração ................................................................... 92
6. Resultados .............................................................................................. 93
6.1. Estudos preliminares e visita exploratória.............................................. 93
6.1.1. Aferições métricas .................................................................................. 93
6.1.2. Análise de patologia ............................................................................... 97
6.1.3. Vedação externa e sistema estrutural ....................................................103
6.2. Programa de necessidades....................................................................104
6.3. Zoneamento interno ...............................................................................111
6.4. Proteção contra incêndio .......................................................................112
6.4.1. Classificação .........................................................................................112
6.4.2. Dimensionamento por ambiente ............................................................113
6.4.3. Dimensionamento por zoneamento .......................................................114
6.5. Reserva de espaços ...............................................................................116
6.6. Proposta em planta baixa ......................................................................118
6.7. Proposta em fotorrealismo ....................................................................118
6.7.1. Imagens fotorrealistas ...........................................................................118
6.7.2. Ambiente 360º ........................................................................................130
7. Análise de projeto e discussões ............................................................130
7.1. Processo de regularização.....................................................................130
7.2. Escolha de mobiliário ............................................................................131
7.3. Preços e custos da construção civil ......................................................132
7.4. Perícia para promoção de acessibilidade ..............................................133
8. Considerações Finais ............................................................................189
9. Referências bibliográficas .....................................................................192
Apêndices ............................................................................................................. 198
Apêndice A ............................................................................................................ 199
Apêndice A ............................................................................................................ 200
23
1. Introdução
1.1. Justificativa
1.4. Delimitações
2. Objeto de estudo
2.1. O entorno
2.2. A edificação
única abordagem encontrada foi de que o prédio integrava parte das instalações de
uma companhia de produtos alimentícios chamada Atingo.
Também no ano de 2000, foi promulgada a Lei Municipal nº 4.568 (2000), que
resgata as classificações das áreas e dá outras providências quanto à proteção do
patrimônio histórico e cultural de Pelotas. A Lei 4.568 (2000) explicita, no seu Art.1º,
o seguinte:
3. Referencial teórico
Por tratar-se de obra pública, este trabalho tem como norteadores legais a
Constituição da República Federativa do Brasil (1988), bem como as leis e decretos
referentes a processos de licitação e a construção de espaços educacionais da
União. Normas técnicas da ABNT, o Plano Diretor (2008) e o Código de Obras do
Município (2008), nos seus itens pertinentes ao processo, serão norteadores
técnicos para elaboração de propostas passíveis de Aprovação de Projeto e
obtenção de Licença Para a Construção. Bibliografias de autores externos e
modelos de intervenção em Instituições de Ensino Superior (IES) serão consultadas
para construção de abordagens mais humanísticas e empáticas, atribuindo aos
trâmites uma dinâmica inclusiva e democrática. Além dos aspectos legais e técnicos,
há a necessidade de consulta a materiais que envolvam intervenções no patrimônio
arquitetônico.
ambiente com layout específico ou adaptado para pessoas com deficiência, mas sim
inclusivo para todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas ou
cognitivas. A Figura 5 ilustra essa ideologia.
2 Tradução do autor.
34
3 Atualizada durante a elaboração deste trabalho, o que não acarretou nenhuma mudança
significativa para os modelos de projetos apresentados.
35
direta ou indireta.” Também, no Art. 6º, é definido o termo “projeto básico” como
sendo o “conjunto de elementos necessários e suficientes [...] para caracterizar a
obra [...] elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que
assegurem a viabilidade técnica [...]”. Ou seja, para abertura de um processo
licitatório para execução de obras, o planejamento metodológico deve atender a
requisitos básicos que façam com que o projeto seja, no mínimo, viável. Neste
trabalho também fala-se sobre proposta de projeto “regularizável”, pois, no Art. 7º da
Lei das Licitações (1993), é dito que “as obras e os serviços somente poderão ser
licitados quando houver projeto básico aprovado pela autoridade competente.” Sem
um projeto regularizado, não deve haver licitação.
Nos últimos anos, tem renascido o interesse na promoção das boas práticas
de projeto de iluminação natural, por razões de eficiência energética e
conforto visual. O uso otimizado da luz natural em edificações usadas
principalmente de dia pode, pela substituição da luz artificial, produzir uma
contribuição significativa para a redução do consumo de energia elétrica,
melhoria do conforto visual e bem-estar dos ocupantes.
O ano de 2013 foi marcado por uma das mais tristes notícias da história do
Estado do Rio Grande do Sul. Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, em Santa
Maria, houve a tragédia da Boate Kiss, que abalou o país inteiro e deixou mais de
240 pessoas mortas. O incêndio na Boate Kiss foi um marco melancólico que, na
época, trouxe à tona as negligências dos estabelecimentos para com a segurança
contra incêndio, já que a causa do excessivo número de óbitos foi a existência de
apenas um único e mal sinalizado acesso para saída de emergência. No mesmo
ano, foi promulgada a Lei Estadual Complementar nº 14.376, de 26 de Dezembro de
2013, que “estabelece normas sobre Segurança, Prevenção e Proteção contra
Incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do
Sul e dá outras providências.” No ano de 2014, publica-se o Decreto Estadual nº
51.803, de 10 de Setembro de 2014, que regulamenta tal lei e diz que:
Embora cada Plano Diretor seja único para cada município, tal qual a sua Lei
Orgânica, os processos de inventário e tombamento são semelhantes em todo o
país, já que o instituto responsável pelo tema, o IPHAN, é um órgão nacional.
Entretanto, para um referencial mais acurado, fez-se um paralelo entre edificações
inventariadas do município e o Prédio do CEng/1001, que têm a mesma
classificação de nível 2 na lista de inventário. O primeiro exemplo, observável na
Figura 9, trata-se da Fábrica de Mosaicos que, segundo o website da própria
empresa, foi “fundada em 1914, em meio à efervescência econômica da cidade de
Pelotas (RS), dividindo o mercado com outras dezesseis fábricas de ladrilhos
hidráulicos.”
Observa-se a permanência dos vãos das aberturas, bem como seus detalhes
e peitoris originais. Em decorrência do desgaste, as aberturas notavelmente foram
repintadas e possivelmente restauradas. É possível perceber a inserção de gradil na
janela esquerda e a instalação de uma esquadria em vidro logo à frente do acesso
principal. A técnica da inserção do vidro é uma solução para preservar as aberturas
originais e garantir livre acesso sem a necessidade da manipulação recorrente das
portas em madeira, que muitas vezes são pesadas. No caso do Prédio do
CEng/1001, as folhas de madeira do portão de acesso têm quase 4,0 m de altura.
Outro exemplo a destacar é o prédio da Rua Gonçalves Chaves, nº 702,
antigo Casarão dos Mendonça que, de acordo com o website da Prefeitura
Municipal, é uma “construção colonial, com arquitetura luso-brasileira [...]”. Fez-se
uma retrospectiva de que “[...] o imóvel também foi sede da tradicional boate Verdes
Anos, nos anos 80.” O site e-cult Mídia Ativa faz um resgate do período de
funcionamento da boate, que compreendeu desde a inauguração, em 1986, até o
fechamento das portas, no início dos anos 90. O imóvel original consta na Figura 11.
44
Na Figura 16, com a execução finalizada, nota-se a preservação dos vãos das
aberturas e dos traços na alvenaria e cobertura que delineiam a arquitetura
industrial. Dois referenciais cruciais com as quais a obra da BCS presenteia a
47
4. Metodologia
Na parte mais ao fundo da edificação, conforme Figura 23, existe uma ampla
abertura interditada, que dá acesso ao prédio alinhado à longitudinal, também de
propriedade da Universidade.
53
expectativa por uma maior participação das categorias. Intitulado de “Demandas por
expansão da Unidade - Prédio do CEng/1001”, o questionário teve por finalidade
identificar qual a categoria que possui maiores demandas e quais são elas em
termos de espaços físicos do Centro. Também surge, como pretensão da pesquisa,
a identificação do percentual de participantes que desconhecem a estrutura do
prédio, para que então se desenvolva o sentimento de apropriação do prédio por
parte desses usuários. O período estipulado para a vigência do questionário foi de
27 de Fevereiro de 2020 a 27 de Março de 2020, contando com 258 participantes.
Dispõe-se o modelo aplicado:
57
58
dentro de uma área tão ampla. Atualmente, as análises antropométricas têm sido
constantemente utilizadas para a concepção de projetos acessíveis, inclusivos e
ergonômicos, porém, os autores (PANERO E ZELNIK, 2015) afirmam que as buscas
pelas proporções do corpo humano, bem como suas implicações metrológicas, são
datadas desde séculos atrás.
Desde as proporções de Vitrúvio, no século I a.C, permeando o período
Renascentista com a famosa obra “O Homem Vitruviano”, de Leonardo da Vinci, até
o século XIX com a reconstrução vitruviana de John Gibson e J. Bononi, se
estendendo até mais de dois mil anos após os livros de arquitetura de Vitrúvio,
reacende o interesse no padrão vitruviano através de Le Corbusier. Entretanto, além
dos seculares estudos que envolvem as proporções antropométricas, na
contemporaneidade surge uma preocupação sobre a relação do homem com o
ambiente construído.
5.2.1. Ergonomia
5 Tradução do autor.
67
6 Ressalta-se que “deficiência auditiva” é diferente de “surdez”, visto que surdez é uma condição
cultural e social, característica da comunidade surda. A Associação dos Surdos de Pelotas (ASP)
atua na desmistificação da surdez, evidenciando que a maioria da comunidade surda não se
considera deficiente e não deseja buscar qualquer alternativa “reparatória”.
7 “Pessoa cega” e “pessoa com deficiência visual” são terminologias distintas, visto que baixa visão
Embora a garantia dos direitos da pessoa com autismo tenha sido uma
imensa conquista para a sociedade, a forma como o TEA é designado, oficialmente,
ainda é muito distante da forma que a comunidade autista se identifica, bem como
distante dos manifestos para a conscientização do autismo. Ortega (2009), fala que
“Se o autismo não é uma doença e sim uma diferença, a procura pela cura constitui
uma tentativa de apagar a diferença, a diversidade.” E é através do viés do respeito
a diversidade que este trabalho se sustenta.
Não há critérios específicos a obedecer para promover um ambiente
acolhedor para a pessoa neuroatípica. Entretanto, ao considerar a presença de
alunos com neurodivergência na Universidade, as propostas de layout devem ser
mais analíticas e tolerantes. Até o ano de 2018, de acordo com o Núcleo de
Acessibilidade e Inclusão (NAI) da UFPel, eram contabilizados 5 (cinco) alunos com
Transtorno do Espectro Autista (TEA), matriculados em diversos cursos. 8 Uma das
características mais proeminentes e preocupantes para o bem estar da pessoa com
o autismo é justamente a sua sensorialidade e a forma como ela se relaciona com o
espaço, que pode consterná-la, oprimi-la ou estimulá-la excessivamente. Segundo
Posar e Visconti (2018, p. 343):
As alterações sensoriais das crianças com TEA também podem afetar seu
comportamento em atividades diárias familiares, inclusive comer, dormir e
rotinas de dormir; e fora de casa essas alterações podem criar problemas,
por exemplo, ao viajar e participar de eventos na comunidade.
Consequentemente, as intervenções do autismo também devem incluir
estratégias específicas de manejo de comportamentos sensoriais para
melhorar as atividades diárias familiares e a participação em eventos na
comunidade.
8 De acordo com a lista de alunos já atendidos pelo Núcleo e os alunos ingressantes do ano
de 2018. Material disponibilizado ao autor em 20 de Fevereiro de 2018.
70
manipulação e organização dos seus interiores; os mobiliários fixos são aqueles que
integram as instalações sanitárias, tais como vasos sanitários, mictórios, pias, louças
e metais em geral.
Todos os mobiliários supracitados deverão apresentar condições favoráveis à
ergonomia, mediante ao estabelecimento de suas respectivas características
construtivas, tais como os materiais utilizados, alturas de alcance e outras
dimensões. Para garantia dos parâmetros de ergonomia, segurança e conforto para
mobiliários, são apresentadas as medidas mínimas e máximas admitidas na
bibliografia utilizada, atuantes como referenciais de projeto. Também faz-se um
paralelo com a Norma da Acessibilidade, que atuará como regramento de projeto
nas pautas que tangem a obrigatoriedade de promoção de acessibilidade na
edificação.
Geralmente, nas bibliografias, o sexo masculino tem dimensões de alcance e
medidas gerais majoradas. Entretanto, deve-se adotar medidas e dimensões em
projeto compreendidas no intervalo comum aos dois sexos. Os maiores valores
deverão ser atingíveis pelas menores pessoas, ao passo em que os menores
valores deverão comportar as pessoas maiores.
Quando sentado, o corpo humano distribui sua carga em uma área bastante
pequena, sendo o seu peso concentrado nas extremidades dos ísquios. Porém, a
base do assento não é suficiente para permitir estabilidade do corpo, devendo-se
considerar, além das medidas de cadeira, alguns aspectos relevantes como o tipo
de estofamento, a superfície de apoio dos pés e o encosto com inclinação entre 95º
e 105º para sensação de conforto (PANERO E ZELNIK, 2015). As dimensões
apresentadas nas Figuras 33 e 34 demonstram a relação antropométrica com os
assentos em geral, levantados na bibliografia e na Norma de Acessibilidade,
respectivamente. Essas características são muito pertinentes para ambientes
escolares, mais especificamente em salas de aula. Entretanto, nas consultas não
são encontrados aspectos específicos para papéis secundários que um assento
pode desenvolver. Por exemplo, para uma cadeira escolar, é extremamente
conveniente que haja espaço para resguardo de mochila e armazenamento de
materiais que não são utilizados a todo momento.
75
12 Dimensões para sofás de usuários do sexo masculino, que têm antropometria majorada.
78
5.2.6.3. Armazenamentos
Para a NBR 9.050 (2015), o alcance frontal manual deverá ser, no máximo,
de 1,55 m para ser considerado confortável às pessoas de pé. Para PCR’s, esse
alcance deverá ser de, no máximo, 1,15 m.
Para os espaços de biblioteca e acervo, a Figura 48 indica as cotas para
alcance e manuseio de livros em estantes. O Quadro 13 representa suas respectivas
dimensões .
84
A Figura 49 indica a rota mínima acessível, entre estantes, para que esse tipo
de espaço seja acessível de acordo com a NBR 9.050 (2015).
85
Segundo a NBR 9.050 (2015), as bacias sanitárias não poderão ter abertura
frontal e deverão estar locadas de tal modo que permitam área de transferência para
PCR’s nos alinhamentos lateral, frontal e diagonal à mesma. A Norma de
Acessibilidade também expõe que as bacias “devem estar a uma altura entre 0,43 m
e 0,45 m do piso acabado, medidas a partir da borda superior sem o assento. Com o
assento, esta altura deve ser de no máximo 0,46 m para as bacias de adulto [...]”.
Deve-se garantir a instalação de barras de apoio conforme Figura 55 e Quadro 16.
6. Resultados
interferências da luz solar. Adotou-se cota de nível igual à 0,00 m para o passeio
público.
13 Considerando percentual de inclinação máxima admitida do item 6.6 da NBR 9.050 (2015).
98
reconhecer, apropriar e exigir, dentro das políticas públicas, que o espaço tenha uso
atribuído de forma viável, é um ato de cidadania. É um ato visivelmente necessário.
A quarta pergunta objetivava identificar o quanto os usuários do CEng,
independentemente de seu curso ou campus, consideravam necessária a proposta
de uma ampliação para expansão da Unidade. A escala de classificação
estabelecida foi de 0 (desnecessária) a 5 (urgentemente necessária), conforme
Quadro 25.
A Figura 72 ilustra uma mesa deteriorada, assentos anexos uns aos outros e
uma única tomada para conexão de notebooks ou smartphones. A Figura 73
também demonstra apenas um único ponto de tomada, mesas regulares e cadeiras
individuais, porém, assim como o espaço descrito na Figura 72 trata-se de um
ambiente com assentos insuficientes e em espaço aberto, em frente ao elevador,
integrando-se a uma rota com intenso fluxo de pessoas. A movimentação constante
cria um ambiente repleto de ruídos e distrações que tornam o local impróprio para os
estudos.
109
6.4.1. Classificação
14 Com base no anteprojeto feito em plataforma CAD, sendo algumas áreas modificadas na
finalização do projeto. Essas alterações não foram suficientes para distorcerem os resultados dos
cálculos, visto que foram pequenas e, se uma área aumentou, outra diminuiu em igual proporção.
15 População / m², disponível no Anexo A, Tabela 1 da RT CBMRS nº 11 – Parte 1 (2016)
16 Capacidades do Anexo A, Tabela 1 da RT CBMRS nº 11 – Parte 11 (2016)
17 Com base no Anexo A, Tabela 1 da RT CBMRS nº 11 – Parte 1 (2016): “Uma pessoa por 1,5 m² de
área de sala de aula.” Logo, apenas as áreas de salas de aula configuram área para cálculo de
população. Áreas de estudos e cozinha também foram contabilizadas, apenas por segurança.
18 Conforme o item 5.3.4 da RT CBMRS nº 11 – Parte 1 (2016), para ocupações de escolas:
“Exclusivamente para o cálculo da população, são excluídas das áreas de pavimento as áreas de
sanitários, corredores e elevadores nas ocupações D e E.”
19 Conforme Anexo A, Tabela 1 da RT CBMRS nº 11 – Parte 11 (2016), para locais de reunião de
público (F): “Para o cálculo da população, será admitido o layout dos assentos fixos (permanente)
apresentado em planta baixa. Por área, entende-se a área do pavimento que abriga a população em
foco, quando discriminado o tipo de área [...] é a área útil interna da dependência em questão.” Logo,
a definição da população é fornecida pelo projetista, sendo apenas a área útil computada.
114
Itens onde as diretrizes por ambientes não são definidas pela RT CBMRS nº 11 – Parte 11 (2016),
21
Considerando uma edificação composta por quatro espaços, com uma única
saída compartilhada, cada espaço terá seu dimensionamento individual. Esse
dimensionamento servirá para os cálculos da população, dos vãos de acesso, vãos
de escada ou rampas para cada um. É como funciona uma galeria de lojas, por
exemplo, onde cada loja deverá apresentar seu alvará de licença dos bombeiros.
Entretanto, na Figura 77, verifica-se dois pontos onde o dimensionamento individual
não é válido:
a) Ponto compartilhado entre o Espaço 1 e o Espaço 2, local onde as
populações se somam e o dimensionamento deve ser feito considerando-o.
b) Ponto compartilhado entre todos os espaços, onde todas as populações
devem ser somadas, os vãos recalculados e o dimensionamento será efetivo em
situação de fuga para toda a edificação.
Considerando a existência de um auditório no segundo piso, segundo a
Resolução Técnica CBMRS nº 11 - Parte 1 (2016, p. 5):
Neste caso, o segundo pavimento deverá ter uma saída frontal e outra de
fundos. O Quadro 29 apresenta o dimensionamento do Prédio do CEng/1001
considerando as somatórias por zoneamento:
Salienta-se que adotou-se o acesso pela Rua Benjamin Constant como saída
de emergência principal. Também verifica-se, ao longo deste trabalho, que as
medidas foram majoradas em favor da segurança e estética do ambiente. Medidas
de vãos podem ser subdivididas em vãos menores, desde que estes não sejam
menores que 0,55 m, segundo a RT CBMRS nº 11 - Parte 1 (2016). O corredor
principal deverá respeitar a maior medida de vão do Quadro 29, visto que vincula-se
às rotas de fuga da maior parte das zonas do projeto.
Art. 23. Nos teatros, cinemas, auditórios [...] serão reservados espaços
livres para pessoas em cadeira de rodas e assentos para pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida, de acordo com a capacidade de
lotação da edificação [...].
§ 1º Os espaços e os assentos a que se refere o caput, a serem instalados
e sinalizados conforme os requisitos estabelecidos nas normas técnicas de
acessibilidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT,
devem:
I - ser disponibilizados, no caso de edificações com capacidade de lotação
de até mil lugares, na proporção de:
a) dois por cento de espaços para pessoas em cadeira de rodas, com a
garantia de, no mínimo, um espaço; e
b) dois por cento de assentos para pessoas com deficiência ou com
mobilidade reduzida, com a garantia de, no mínimo, um assento. (BRASIL,
2018)
1 deles é um espaço para PCR. Além da reserva desses lugares, tanto para a
plateia quanto palco, a disposição deles não está fadada a situações de segregação
ou coexistência compulsória. A distribuição dos lugares permite que PCD’s
escolham estar, ou não, ao lado de outras PCD’s.
Este tópico ressalta alguns parâmetros para analisar o projeto e seu processo
de implementação, discutindo sobre os resultados obtidos, sobre como torná-los
exequíveis ou sobre a comprovação do respeito às leis e normas pertinentes no
processo de planejamento e graficação.
Figura 100 - Req. de Aprovação de Projeto / Reforma / Modificação e Licença para Construção
Fonte: Prefeitura Municipal de Pelotas, não datado.
8. Considerações Finais
Não há uma definição concreta acerca do que é um bom projeto, pois existem
variantes infinitas para cada caso. Com essa ausência de definição, pode-se pensar
que uma proposta plenamente acessível e inclusiva é uma utopia, um sonho
distante, tal qual ocorre com os conceitos de Desenho Universal. Entretanto,
percorrendo-se o trajeto que visa a utopia, chega-se muito mais longe do que
quando percorre-se um trajeto que objetiva o mínimo admissível. Logo, a meta pode
ser a perfeição, mesmo que nunca chegue-se a atingi-la. Este raciocínio não aplica-
se apenas a propostas projetuais de intervenção. A intervenção pode acontecer em
qualquer âmbito social, em qualquer sistema de gestão, no pensamento coletivo e
individual. Reformas são necessárias e bem-vindas, desde que agreguem e somem.
Uma proposta para melhor gestão de espaços acessíveis, que evitaria
retrabalhos e realocação de turmas nas salas de aula disponíveis, seria uma
afirmativa de existência de deficiência no processo de matrículas. O Núcleo de
Gestão das Universidades teria conhecimento prévio de quantas turmas contam com
alunos com deficiência e quais estas seriam. Esse adiantamento seria
extremamente útil para o estabelecimento de quais salas de aula estariam mais
aptas a receber tais pessoas.
A diversidade é uma característica absoluta e imutável no planeta. Por mais
que a sociedade tente estabelecer rótulos ou sistemas de grupos por afinidade,
religião, cultura ou linhas filosóficas, é impossível unificar o todo e é um disparate
atribuir condições idênticas de sobrevivência para cada um. Logo, é evidente que a
diversidade se mostra um fator muito favorável ao erro, ao surgimento de
preconceitos e desigualdade. Por outro lado, muitos erros podem ser corrigidos,
preconceitos e estigmas podem ser mitigados e a desigualdade pode ser
transformada. Pelo viés da física, da biologia e da química, a diversidade é o que
sustenta o funcionamento não apenas do ecossistema do planeta, mas do universo.
Resistir aos efeitos da diversidade é como resistir à própria existência. O respeito e o
bom senso são fundamentais para estabelecimento de uma sociedade diversa,
porém harmônica. É falando sobre diversidade, sobre coletividade e harmonia que
este trabalho se sustenta e se conclui.
192
9. Referências bibliográficas
ARAÚJO, Carolina Dutra de; CÂNDIDO, Débora Regina Campos Cândido; LEITE,
Márvio Fonseca Leite. Espaços públicos de lazer: um olhar sobre a
acessibilidade para portadores de necessidades especiais. Licere (Online),v. 12,
n. 4, dez. 2009. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/312093828_ESPACOS_PUBLICOS_DE_
LAZER_UM_OLHAR_SOBRE_A_ACESSIBILIDADE_PARA_PORTADORES_DE_N
ECESSIDADES_ESPECIAIS> Acesso em: 06 de Outubro de 2019.
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de Junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI,
da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 20 de
Novembro de 2019.
DISCHINGER, Marta; PIARDI, Sonia Maria; BINS ELY, Vera Helena. Promovendo
acessibilidade espacial nos edifícios públicos: Programa de Acessibilidade às
pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida nas Edificações de Uso Público.
MPSC. Florianópolis, 2012.
HAHN, Tânia Maria. Por uma pedagogia ergonômica: mais cidadania no mundo
do trabalho. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Florianópolis: UFSC, 1999. 134 p.
RAINS, Scott. Accessibility is not Inclusion. In: New Mobility Magazine. Janeiro de
2011. Disponível em: <http://www.newmobility.com>
51803-2014-rio-grande-do-sul-regulamenta-a-lei-complementar-n-14376-de-26-de-
dezembro-de-2013-e-alteracoes-que-estabelece-normas-sobre-seguranca-
prevencao-e-protecao-contra-incendio-nas-edificacoes-e-areas-de-risco-de-incendio-
no-estado-do-rio-grande-do-sul>. Acesso em: 22 de Novembro de 2019.
Apêndices
E
S
N
O
4388
SINALIZAR NOVA TRAVESSIA 1200 1603 950
.60x2.50
.60x2.50
791,86 284,14 741,5 741,5 367,5 267,5
18,5
40 10 10 40 40 10 295 10 40 515 40
18,5
20
AP
45
58,5
P.C.R.
SOLICITAR FAIXA DE PEDESTRES
.80x2.10 .80x2.10
108,87
Sobe direto para o exaustor
P.C.R.
FAIXA DE ACOMODAÇÃO A CONSTRUIR Ø150 Ø60
ABERTURA EXISTENTE
RAMPA
200
Ø60
205
i = 5,97 % SALA DE AULA
A = 36,44 m²
Ø150
200
.80x2.10
.80x2.10
.80x2.10
108,87
330
Ø60
CONVIVÊNCIA
344
RAMPA RAMPA Ø60
ABERTURA EXISTENTE
360
433
Captação para ventilação mecânica
Ø60 185
Sobe direto para o exaustor
491,5
Captação para .80x2.10
ventilação mecânica .80x2.10
ESTUDOS Ø60
564,91
120
108,87
80
567,5
Ø150 A = 45,94 m² 347,5
Ø60
236
Ø60
.80x2.10
332,5
15
.80x2.10
Ø60 Ø60
108,87
SALA DE AULA Ø150
Paletes A = 36,44 m²
Ø60 SANITÁRIO FEM.
120
com futon P.O.
FOTOCÓPIAS
202,5
A = 29,10 m² Ø60
Ø60 A = 6,32 m²
55
Projeção Mezanino P.O.
15
5.90x0.60/2.00 1.20x2.50 1.20x2.50 5.90x0.60/2.00 .80x2.10
108,87
290 344 P.C.R.
224 120
50
20 250 20 120 224
14,89 76,68
781,86 P.C.R. 274,14
.90x2.10
144
.80x2.50
.80x2.50
185 297,5 Ø60 Ø60
66
20
.60x2.50 20 630 20 509
1200 1603 195 140 317,5 297,5 252 96 207
ABERTURA EXISTENTE
.75x2.50
VÃO EXISTENTE
326,65
CIRCULAÇÃO ACESSO PRÉDIO 4
1387
1350
1387
215
.60x2.50
411
225,12
A = 90,71 m² A = 12,48 m²
PASSEIO COM .60x2.50 MULTIUSO
SINALIZAÇÃO HORIZONTAL
540
500
.60x2.50
.80x2.50
.80x2.50
55,2 15
66
514 238 188
.90x2.10
Ø60
.80x2.10
101,87
5.90x0.60/2.00 1.20x2.50 1.20x2.50 5.90x0.60/2.00
.80x2.10
P.O.
1 19 Acesso
55
189,2
.80x2.10 área
Sobe p/ exaustor
SINALIZAÇÃO VERTICAL 2 18 técnica
Ø150
3 17 SALA DE AULA Ø150 Ø60
ABERTURA EXISTENTE
101,87
Ø150 A = 36,44 m²
Ø60 Ø60
4 16 Ø60
SAN. ACESS.
223
5 15 A = 4,64 m²
.80x2.10
6 14 140 374 Ø150
Captação para
567,5
ventilação mecânica P.C.R.
247
20
101,87
530,2
A = 27,24 m²
Ø150 8 12 Captação para ventilação mecânica Ø60
491,5
U. Hidráulica
Q. de Força
1 2 3 4 5 6 7 8
9
Ø60
11 SALA DE AULA .80x2.10
420
420
10
A = 36,44 m² Ø60
ABERTURA EXISTENTE
P.C.R.
ESCADA
P.C.R.
IPTP-27
A = 15,07 m² ESCADA
Ø60
300
20 degraus A = 14,49 m²
298,26
200
T70-1/A
ACERVO h = 17,5 cm 17 degraus
214,6
17 16 15 14 13 12 11 10 9 P.C.R.
.80x2.10
A = 31,73 m² p = 28 cm A = 12,56 m² Ø150
P.C.R. P.O. Ø60
153
SINALIZAR NOVA TRAVESSIA
P.C.R.
T70-1/A
Ø60
.80x2.10 .80x2.10
58,5
18,5
20
AP
18,5
40 691 320 189 40 741,5 40 741,5 10 10 504 10 238 10 158 30 40 515 40
4308
4388
J2
3833 555
40 1200 275 1296,01 950 40
PLATIBANDA h = 1.10 m
Ventilação Mecânica
capta através do forro vazado
P.O.
ABERTURA EXISTENTE
Ø150 R1
203
,89
SAN. ACESS.
.80x2.10
.80x2.10
A = 2,47 m² P.O. UNIDADE UNIDADE
CONDENSADORA CONDENSADORA
.80x2.10
Ø150
Capta ar pelas venezianas
e sobe para o exaustor .80x2.10 UNIDADE UNIDADE
CONDENSADORA CONDENSADORA
.80x2.10
.70x2.10
M.R. M.R.
P.O.
DEPÓSITO
A = 1,45 m²
UNIDADE UNIDADE
CONDENSADORA CONDENSADORA
P.C.R.
.90x2.50
ABERTURA EXISTENTE
P.C.R.
P.C.R.
AUDITÓRIO UNIDADE UNIDADE
1342,5
R1149,51
400
.90x2.50
P.C.R.
ÁREA TÉCNICA COM LAJE IMPERMEABILIZADA
A = 72,68 m²
20
1 19 MULTIM. Acesso
A = 1,45 m² área
2 18 técnica
P.O.
.70x2.10
3 17
4 M.R. M.R.
16
U. Hidráulica
Q. de Força
.80x2.50
Ø150
9 11
10
ABERTURA EXISTENTE
ESCADA P.C.R.
A = 15,07 m² SAN. ACESS. ESCADA
IPTP-27
20 degraus A = 14,49 m²
A = 2,47 m² RESERVATÓRIO 3 RESERVATÓRIO 4
T70-1/A
h = 17,5 cm 17 degraus
Vigas de Fixação das Guias
p = 28 cm h = 17,64 cm
Ø150 Ventilação Mecânica .60x2.50 17 16 15 14 13 12 11 10 9
p = 28 cm
capta através do forro vazado
T70-1/A
.60x2.50
PLATIBANDA h = 1.10 m
S
4388
N
3833 O
70 620 2453 620 70 540
70
CALHA 30 CM CALHA 30 CM CALHA 30 CM
EXAUSTOR
EXAUSTORES
CALHA 30 CM
CALHA 30 CM
TELHA TRAPEZOIDAL TELHA TRAPEZOIDAL TELHA TRAPEZOIDAL
i = original i = original i = original
EXAUSTORES
EXAUSTOR